Buscar

Caderno Processo Civil I

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 34 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Direito Processual Civil I – Beneduzi 
➔ Aula 1 – 12/03/2019
Estudo da fase de conhecimento do processo no 1º grau da jurisdição.
Recurso é matéria de Processo Civil II. 
A demanda sentença O que ocorre entre a demanda e a resposta do Estado.
O processo começa em uma demanda, prossegue para a sentença para responder a demanda (fase de conhecimento do processo). Ainda assim, em alguns casos, cabe o recurso. 
Às vezes o processo não termina na sentença, pois o condenado pode não respeitar a sentença precisando que ela seja executada. 
Processo sincrético: processo visto como uma unidade.
Atividades jurisdicionais podem ocorrer durante a fase de conhecimento; se desenrolam num mesmo processo, não há necessidade de instauração de processo autônomo.
1. Cognitivos: o Estado diz quem tem razão
2. Cautelar: necessidade de o Estado assegurar
3. Executiva: implementa aquilo que o Estado decidiu no mundo real
O processo é uma relação jurídica dinâmica (que pode sofrer alterações ao longo do mesmo) e um procedimento (“mapa” - ordem com que os atos são realizados). É importante lembrar que o processo não é a única forma de pedir tutela/solução de litígios (mediação e arbitragem, por exemplo).
A lei define o procedimento de como o processo deve se desenvolver (o “mapa”). Entretanto, a lei permite ao juiz a liberdade limitada de estruturar o procedimento. A lei define o limite sobre os atos que o juiz e as partes poderão, ou não, adotar durante o procedimento.
Lei e juiz – fontes para definir como o processo se desenvolverá. (Ex: decidir quem será o perito)
Partes – devem definir consensualmente
O novo CPC se preocupou com a necessidade de retirar da lei o excesso de responsabilidade em definir o procedimento dando a possibilidade das partes e do juiz decidirem. O Código optou por não aumentar muito a liberdade dos juízes. Existiam muitas regras típicas no código anterior, regras detalhadas e procedimentos diferentes. No entanto, com a transição para o novo código, os procedimentos se tornaram mais comuns.
• Comum (Art. 318 CC): Procedimento residual (caput). Em regra, aplica-se o comum.
• Especial: Procedimento próprio para situações específicas. (parágrafo único – se o procedimento especial está sendo seguido, deve-se aplicar subsidiariedade as regras do procedimento comum).
Momentos do procedimento Comum (São fases/ordens de prosseguimento ideais, mas podem ocorrer de modo sobreposto)
• Postulação
Momento em que as partes dizem ao Estado o que querem. A petição inicial é o vínculo da postulação. Obs.: Citação
• Saneamento
Momento em que o juiz verifica (esclarecimento) se a demanda está “organizada”. É o momento de limpar/consertar os defeitos que podem ser sanados.
• Instrução
Momento da produção da prova. As partes têm direito de comprovarem suas alegações. Lembre-se que não há processo justo sem o princípio da cooperação e sem a possibilidade de comprovação.
• Julgamento
Momento em que o Estado decide quem tem a razão.
➔ Aula 2 – 14.02.19
A postulação é quando o autor pede a tutela jurisdicional contra o réu e o réu depois pede que o estado não dê a tutela jurisdicional pedida pelo autor. Depois há a etapa de saneamento, aquela em que o juiz na medida em que for possível limpar as pretensões de modo que se possa passar para a etapa subsequente. Ou seja, se o processo começa a ter uma postulação e deve terminar com uma resposta do Estado à postulação da demanda e a resposta, é preciso antes de decidir a própria pretensão (decidir sobre o mérito) é preciso que o juiz verifique se todas as condições de admissibilidade do julgamento do mérito estão previstas, das mais complexas (legitimidade e interesse) às mais prosaicas (custos). 
Sem custo o juiz não pode julgar o mérito.
Há situações em que o juiz pode julgar o mérito em favor daquele que não deu causa ao vício (primazia do mérito). 
Postulação ➔ Saneamento ➔ Instrução ➔ Julgamento 
A Instrução é o momento do processo em que as partes têm a chance de comprovar as suas alegações de fato (se eu digo que não estava em determinado lugar em determinada hora ou se alguém estava em determinado lugar em determinada hora, eu tenho o direito, se isso for relevante para o julgamento da demanda, na decorrência do devido processo legal do direito de ação que eu possa fazer a instrução, ou seja, comprovar as alegações de fato relevantes para o julgamento daquela demanda).
O Julgamento é o momento ou a etapa em que o juiz decide sobre a demanda seja dizendo que ele não julgará a demanda porque falta alguma condição positiva ou porque se verifica alguma condição negativa de admissibilidade de julgamento da tutela/demanda ou superada a questão da admissibilidade da demanda, quando o juiz decide a própria demanda dizendo quem tem razão, o autor ou o réu. 
Essas etapas são etapas ideias, não quer dizer que o processo se realize sempre da mesma forma. 
Lembrando que o estudo desse semestre é o que acontece entre a demanda e a resposta do Estado à demanda, ou seja, o momento em que o Estado outorga a jurisdição. 
Isso acontece ou os atos processuais mediante os quais a demanda se instrumentaliza e a outorga da jurisdição se instrumentaliza são: a petição inicial e a sentença. 
• Petição Inicial
No Processo brasileiro começamos o processo com a petição inicial, podia não ser assim, isso existe em tese, mas estamos falando sobre o procedimento comum, não pode-se esquecer que existem procedimentos especiais e nos procedimentos especiais existem regras especiais diferentes, por exemplo, no procedimento chamado sumaríssimo que é o dos juizados especiais a demanda pode começar não por uma petição inicial mas por uma demanda oral. 
No procedimento comum não existe demanda oral, o instrumento da demanda é a petição inicial. A demanda se concretiza na petição inicial, uma coisa é ter em tese o direito de pedir ao Estado tutela jurisdicional contra alguém, outra coisa concretamente falando é em um determinado processo, que nasce com a demanda, pedir uma determinada tutela com fundamento em uma determinada causa de pedir (elementos da demanda: partes, causa de pedir e pedido).
Os elementos da demanda se concretizam na petição inicial, o que quer dizer que é a petição inicial que estabelece os limites da demanda isso é importante por duas razões:
1-O poder judiciário está limitado a outorgar a jurisdição àquilo que foi pedido, àquilo que foi demandado. O Estado não pode dar tutela a quem não pediu (princípio da demanda). Se eu sou juíza e acho que existe um litigio que merece ser resolvido, eu não posso de ofício resolver esse litígio, eu preciso que alguma parte legítima peça ao Estado a tutela de determinado direito naquele litigio. O juiz não pode, representando o Estado, sozinho resolver o litigio sem que uma das partes desse litígio peça a tutela jurisdicional. 
2- No direito brasileiro o Estado não pode ir além da demanda, ainda que alguém peça tutela, o estado está limitado ao decidir aquilo que foi pedido (princípio da correlação). Então quando se pede ao Estado a obrigação específica, o Estado em principio não pode me dar algo diferente do que eu pedi. 
Exemplo: o réu tinha a obrigação de me pintar um quadro, mas ele não quis pintar. Agora eu quero uma indenização porque ele não quis pintar o quadro, o Estado não pode ao invés de me dar o dinheiro que pedi (indenização de perdas e danos equivalente a obrigação especifica) me dar a obrigação específica, pois não foi o que eu pedi. Porém o inverso no caso é possível, quando se pede obrigação específica e depois conseguir o equivalente em perdas e danos (mas isso não é uma violação do princípio da correlação é a execução quando por alguma razão a execução especifica não for desejável ou possível). 
O ponto importante é que o Estado não pode se eu peço 100 sacas de feijão decidir que eu na realidade não tenho direito às sacas de feijão, mas a sacas de soja. O Estado não pode me dar alguma coisa diferente do que eu pedi e não pode me dar mais do que eu pedi. Se eu pedi 100 mil reais de indenização, aindaque o juiz ache que eu tenho direito a 150 mil reais, ele não pode me dar 150 mil. 
O Juiz também não pode julgar menos do que eu pedi, se eu pedi dano moral e dano material, o juiz pode me dar dano material ou dano moral ou os dois, mas ele não pode deixar de apreciar qualquer um dos dois pedidos (julgamento citra petita, ultra petita e extra petita). O juiz pode da “infra petita”, ou seja, menos do que o demandado. 
No processo americano, o sistema é diferente, pode-se pedir ao Estado e o Estado dar aquilo que acha que eu tenho direito, não há vinculação ao pedido. No direito americano não há vinculação nem à causa de pedir, na Inglaterra há. 
Isso é importante na arbitragem em que estamos usando um pouco esse sistema anglo-saxão de construir a demanda que é diferente do nosso. No processo civil brasileiro há o que se chama de Substanciação, eu preciso na petição inicial individualizar de modo mais detalhado possível os elementos da demanda. Já no Direito Americano, não é preciso que se diga direito a causa de pedir e o pedido e na Inglaterra ainda que tenha que dizer a causa de pedir, não precisa dizer o pedido. Essa flexibilidade do sistema de postulações no direito americano e inglês está influenciando a arbitragem no Brasil, não apenas internacional, mas também domestica.
A petição inicial na arbitragem é diferente da petição inicial do processo judicial, porque ela não precisa ser substanciada como a petição inicial do processo judicial, basta uma espécie de notificação de arbitragem e se expor de uma maneira mais geral. Já o processo judicial é preciso individualizar da maneira mais detalhada possível os elementos da demanda (partes, causa de pedir e pedidos).
Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte. 
Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do que lhe foi demandado.
Parágrafo único. A decisão deve ser certa, ainda que resolva relação jurídica condicional. ➔ o art. 141 e o art. 492 do NCPC concretizam a ideia de demanda e correlação. A discussão é julgar fora do pedido ou fora da causa do pedido. 
A petição inicial é então o instrumento da demanda e nesse instrumento é preciso individualizar/substanciar a demanda. 
Art. 312. Considera-se proposta a ação quando a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado. ➔ a petição inicial protocolada dá origem a relação jurídica consensual. Nesse momento essa relação ainda é entre o Estado e o autor, o réu só passa a integrar a relação jurídica processual após a sua citação, mas o processo não nasce com a citação, mas com a distribuição da petição inicial. Ainda que não triangularizada a relação jurídica processual já existe no momento da distribuição da petição inicial. O réu ainda não é parte porque não foi citado, mas não quer dizer que já não exista um processo, que já não exista uma relação jurídica processual. 
• O que a petição inicial tem que ter? 
Art. 319. A petição inicial indicará:
I - o juízo a que é dirigida; ➔ Todos os juízos do Brasil são em tese detentores de jurisdição para julgar qualquer demanda, mas é preciso saber se aquele juízo concretamente será competente. No processo brasileiro, em que há o detalhamento máximo, o autor tem que dizer qual o juízo que é competente (o juízo pode depois decidir se é ou não competente). Na própria petição inicial se indica o órgão que se entende ser competente para processar e julgar. 
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu; ➔ precisa-se indicar tudo isso para que haja a citação do réu. A lógica desse inciso é a identificação, a substanciação. É para evitar confusão entre as partes e para que a pessoa seja citada para fazer parte do processo. E se eu não souber o nome da pessoa contra quem quero litigar? E se eu não souber contra quem estou litigando? Imaginando, por exemplo, que eu tenha uma fazenda e um grupo de sem terras invade a minha fazenda, eu não vou às pessoas que invadiram pedir as informações dessas pessoas, uma solução para isso é a atribuição de personalidade jurídica (mas não é isso que acontece), o que acontece geralmente nessas situações é que se identifica da melhor maneira possível, sendo, por exemplo, quinze pessoas que estão lá e que podem ser identificadas pelo fato de estarem invadindo a minha fazenda que se situa no lugar X, no endereço Y. Ou seja, a primeira solução é ainda que você não consiga identificar ninguém que está fazendo, isso é permitido se você não tiver como. Então, se não for possível identificar precisamente o réu, pode ser que se tenha que identificar o réu pela situação em que ele se encontra, pela relação que tem contra o autor. Não se pode ficar sem tutela apenas porque o réu se recusa a fornecer o próprio nome. 
Pode acontecer também de se saber quem é, mas faltar alguma informação. O que acontece então? Se mesmo não possuindo tal informação for possível identificar essa pessoa? Se sim não há problema, mas pode haver alguns problemas administrativos, às vezes o sistema do Tribunal não permite a distribuição da petição sem algum tipo de informação. Porém, isso é um bloqueio administrativo, o NCPC não faz esse tipo de restrição, não é obrigatório saber o CPF do réu para litigar contra ele, mas se puder descobrir o CPF é melhor, porque burocraticamente às vezes é difícil processar uma petição inicial sem essas informações. 
Se alguma informação for indispensável e não houver meios de se conseguir a informação utiliza-se o art. 319 §1º, NCPC, isso acontece mais comumente quando não se tem o endereço do réu, então se pede ao juiz que oficie, por exemplo, a Receita Federal, a CEDAE. Antes de se pedir uma citação por edital é indispensável que se tente obter o endereço atualizado. 
A lógica é que a citação tem que ser pessoal, mas existem certos casos que a citação pessoal não é possível então o Direito tolera uma citação ficta e a citação por edital é uma presunção de citação. 
A citação está na fase de postulação (fases ideais) e na realidade não são etapas muito determinadas, mas a ideia é citar o réu e com isso se integraliza a relação jurídica processual e então se pode postular. 
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido; ➔ a petição inicial exige que o autor indique com o máximo de precisão a causa de pedir (lembrando que a causa de pedir é fato, evento da vida, a qualificação jurídica do fato não integra a causa de pedir). Exemplo: Se eu peço a anulação de um negocio jurídico por dolo, a qualificação do efeito como dolo não integra a causa de pedir, o juiz pode anular esse negocio por erro se entender que aqueles fatos qualificarem erro e não dolo. 
A vinculação do juiz é a causa de pedir, a qualificação jurídica da causa de pedir NÃO É causa de pedir, senão o juiz estaria vinculado à propostas de qualificação jurídica dada pelo autor na petição inicial (No Processo Penal é diferente). 
Causa de pedir é o evento da vida. Exemplo 2: Sofri um acidente de trânsito porque você me atropelou culposamente, esse culposamente não é a causa de pedir, é a qualificação jurídica. Eu ter sido atropelada é o fato, o evento da vida. A qualificação jurídica (dolo, culpa, erro, coação,...) não é causa de pedir. Isso é importante porque como o juiz está vinculado à causa de pedir (Principio da Correlação) ele não poderia qualificar diferentemente os fatos se a qualificação jurídica dos fatos fosse causa de pedir. O juiz está vinculado as partes, causas de pedir e pedido, se eu peço a invalidação do negocio jurídico, ele pode invalidar pelo fundamento que quiser, não necessariamente o que o autor propôsdesde que estiver restrito àquela causa de pedir concreta. 
O que não quer dizer que não se deva na petição inicial indicar a proposta de qualificação jurídica, pode-se até não indicar, a rigor a petição inicial não deixara de estar substanciada apenas pelo fato de que não propôs uma qualificação, mas é altamente recomendado que se proponha uma qualificação. 
IV - o pedido com as suas especificações; ➔ é preciso substanciar os elementos da demanda, entre eles o pedido, é preciso dizer exatamente o que se quer. Não se pode dizer “eu quero que o réu seja condenado a me pagar aquilo que eu tenho direito” precisa-se na medida do possível individualizar de modo mais preciso possível aquilo que se quer. Existem situações que se permite um pedido genérico, é o que acontece com o dano moral, tradicionalmente os advogados sempre pediram a condenação do réu a pagar danos morais a ser arbitrado pelo próprio juiz (a vantagem desse pedido é que o juiz pode dar mais). Os juízes com fundamento em um dispositivo do NCPC tem indeferido a petição inicial ou determinado emenda à petição inicial nos casos em que a parte não indica quanto quer no pedido de danos morais. 
V - o valor da causa; ➔ toda causa precisa ter um valor, expresso. Não importa a natureza dela, pode ser que a causa não tenha nada a ver com dinheiro. Ex.: ação de divorcio sem discussão sobre bens, mesmo assim tem que ter um valor da causa. Ex2.: obrigação de não fazer, o vizinho toca musica depois das 22h, quero que ele pare. A causa deve ter um valor mesmo assim. 
Às vezes é fácil dar um valor (quero que o réu me pague os 10 mil reais que eu dei a ele), mas às vezes não é. Existem regras para a definição do valor da causa. TODA causa/ação tem que ter valor. Se não se coloca o valor da causa o juiz deve determinar ao autor que coloque um valor da causa. Se o autor se recusar a colocar o valor da causa, então o processo vai ser extinto sem julgamento do mérito. 
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados; ➔ é preciso na petição inicial que o autor indique as provas que ele pretende produzir. Só que os documentos (as provas documentais) não devem ser apenas mencionados, mas juntados na própria petição. É uma situação em que a prova documental ainda que diga respeito à etapa da instrução é antecipada para a petição inicial (instrumento da postulação). A PROVA DOCUMENTAL DEVE SER PRODUZIDA NA PETIÇÃO INICIAL (Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.). Eu preciso em regra indicar as provas que pretendo produzir, mas a prova documental eu tenho que produzir. Vamos ver mais adiante que existem exceções, situações em que se permite a produção tardia de prova documental. A regra é: tem que na petição inicial dizer quais são as provas que se quer produzir, ainda que as únicas provas que você tem a obrigação de produzir seja documental.
VII - a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de mediação. ➔ O NCPC criou uma espécie de audiência quase obrigatória de mediação e conciliação no inicio do processo, depois da petição inicial e é por isso que o autor deve dizer na petição inicial se ele quer ou não a realização dessa audiência (o juiz vai decidir, mas o autor tem que dizer se quer ou não).
Então temos a petição inicial que quando for distribuída ela irá para um juiz. Poderia não ser assim, poderia ser o réu citado sem que o juiz lesse a petição inicial, mas no Brasil o juiz tem que ler a petição inicial. A petição inicial não pode ir para o serventuário, secretario do juiz ou para o oficial de justiça. A petição inicial tem que ir para o juiz, o juiz tem que fazer o recebimento da petição inicial. Por quê? A lógica é que quanto antes ele puder consertar o que tiver que ser consertado, melhor para o processo. Já que a pior coisa que pode existir é algum defeito invencível ficar perdido e anos depois na hora de julgar o juiz perceber. Depois da perícia o juiz descobre que uma coisa poderia que ter levado a extinção do processo no inicio não foi visto.
Na prática os juízes não leem direito as petições iniciais, mas esse saneamento liminar é muito importante, evita que coisas desnecessárias aconteçam ao longo do processo. Ao receber a petição inicial, com o nascimento da relação jurídica processual, o juiz deve fazer a avaliação da petição inicial, o saneamento liminar. (art. 321, NCPC - O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos art. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado. Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.). O juiz deve ler e procurar se há algum defeito (não tem procuração, o autor não indicou o valor da causa, o autor não pagou as custas, ...). Pode haver uma série de defeitos que para o processo siga adiante devem ser consertados e o juiz dá a oportunidade do defeito ser consertado. Se o defeito não for consertado o processo é extinto sem julgamento do mérito. 
No semestre passado vimos o Princípio da Cooperação (art. 10, NCPC) que diz que ainda que o juiz possa decidir sobre uma questão de oficio ele deve antes dar a parte interessada a oportunidade de se manifestar. O que significa o seguinte: muitos juízes só aplicam esse artigo quando acham que o vício é corrigível, senão extingue logo o processo, mas interpretar esse dispositivo a luz do art. 10, NCPC faz com que o juiz deva sempre ouvir o autor porque pode ser que o vicio não seja incorrigível (mesmo que o juiz ache, pode haver um equívoco) e é uma exigência que se faz a lei que o juiz ouça o interessado e deixe ele se explicar, se a explicação convencer o processo segue, mas se não convencer pode ser extinto sem julgamento do mérito (art. 321, NCPC + art. 10, NCPC). Isso vale para os vícios sanáveis e os insanáveis (aqueles que em principio para o juiz possam parecer incorrigíveis, mas que não sejam).
• Para qual juízo se distribui a petição inicial? 
Vimos no semestre passado que existem inúmeras regra sobre competência, sobre como se define qual juízo exatamente é competente para julgar a demanda dentro da infinidade de juízos. Então, entre todos os juízos existentes é preciso saber qual deles é competente. Lembrem que entre os que em tese são competentes é preciso determinar qual deles é. 
Se chegarmos à conclusão, por exemplo, que a competência é de um juízo cível da comarca da capital do RJ, mas existem 50 varas cíveis, qual delas então? Existe um sorteio, então é preciso distribuir, mas também sortear. A distribuição tem que ser paritária e alternada, ou seja, se sorteia, mas não se pode deixar com que um juízo receba mais processo que outro. 
Art. 284. Todos os processos estão sujeitos a registro, devendo ser distribuídos onde houver mais de um juiz. 
Art. 285. A distribuição, que poderá ser eletrônica, será alternada e aleatória, obedecendo-se rigorosa igualdade.
Parágrafo único. A lista de distribuição deverá ser publicada no Diário de Justiça.
Art. 289. A distribuição poderá ser fiscalizada pela parte, por seu procurador, pelo Ministério Público e pela Defensoria Pública. ➔ a lógica é que deve haver uma fiscalização para evitar fraudes. 
Existem dois tipos de distribuição: 
• A distribuição pode ser autônoma quando a demanda é distribuída por ela só. Autônoma é quando não há nenhum processo outro a que vinculado essa demanda que se está distribuindo agora.
• Pode ser uma distribuição por dependência, ou seja, para um processo que já existe. Dependência é quando se distribui a demanda que tem dependência em um processo que já existe. Quando se distribui por dependência é porque existe um juízo prevendo àquela demanda. Ex.: Pode-se distribuir primeiro uma ação de guarda e depois uma ação de divórcio. Enfim, o direito de família diz que essas demandas devem ser julgadas em conjunto,então a distribuição da segunda demanda não é livre, mas feita para o processo conecto ao primeiro. Ex2.: processo apenso. (A conexidade (art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir) é uma das razões para a reunião, mas não é a única, em alguns casos de litispendência há a reunião sem a rigor conexidade, existem razões para reunir e como se reúne há a distribuição do segundo por dependência ao primeiro, ou seja, na petição inicial do segundo se indica distribuição da dependência ao processo tal). 
Art. 286, NCPC Serão distribuídas por dependência as causas de qualquer natureza:
I - quando se relacionarem, por conexão ou continência, com outra já ajuizada;
II - quando, tendo sido extinto o processo sem resolução de mérito, for reiterado o pedido, ainda que em litisconsórcio com outros autores ou que sejam parcialmente alterados os réus da demanda; ➔ o que acontecia aqui era algo comum até alguns anos atrás. Por exemplo, eu distribuía uma petição inicial e pedia uma antecipação de tutela e o juiz não dava a antecipação de tutela. Então o que acontecia? Eu desistia da demanda, distribuía de novo e se fazia isso até arranjar algum juiz que fosse simpático com a tese. Esse inciso quer dizer que se a segunda demanda for substancialmente igual à primeira ainda que eu mude alguma coisa (mude o réu, um pouco o pedido, ou seja, mude um pouco a aparência diferente quando na verdade elas são substancialmente a mesma), a segunda então deve ser distribuída por dependência da primeira. É caso de conexão? Não, a primeira foi até extinta sem julgamento do mérito já que se desistiu dela, mas mesmo assim há a distribuição por dependência. 
III - quando houver ajuizamento de ações nos termos do art. 55, § 3º, ao juízo prevento. ➔ Vocês se lembram que no semestre passado falamos de forum non conveniens, que quer dizer que a conveniência da reunião justifica que mesmo demandas que não sejam conexas a sejam SE o juiz achar conveniente que as demandas sejam reunidas então elas podem ser reunidas ainda que não haja conexão entre elas. (art. 55, § 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos separadamente, mesmo sem conexão entre eles.). O que há é a conveniência da reunião, se o juiz entender que é melhor julgar em conjunto as duas demandas ele pode fazer isso. 
➔Aula 3 – 21.03.19
• Elemento do pedido e da causa de pedir
Art. 319, NCPC ➔ o pedido e a causa de pedir substanciam os elementos objetivos de identificação da demanda, como se identifica a digital de uma demanda a partir da identificação dos elementos objetivos (pedido e causa de pedir) e subjetivos (partes). 
O pedido é a conclusão de tudo que se quer, é o que se pede ao órgão jurisdicional que te prova, uma vez que você tem uma pretensão resistida e você tem direito a algo que não lhe é dado você pode entrar com uma ação. O pedido em si tem duas facetas, pode ser o pedido mediato e o imediato, são as duas características da face do pedido. O pedido imediato é a primeira coisa que se pede ao juiz, uma sentença normalmente (pode ser uma sentença constitutiva de direito, uma sentença declaratória). A partir do objeto imediato se consegue a pretensão mediata (bem da vida que se quer). Ex.: se você está cobrando de alguém uma dívida você vai ter uma sentença condenatória (objeto imediato) e o objeto mediato é o bem da vida que se quer, nesse caso a pretensão em dinheiro que a pessoa vai te pagar. 
O pedido tem algumas exigências (art. 322, 324, NCPC) e ele deve ser certo e determinável. Por certeza se quer dizer que deve ser expresso, não pode ter um pedido implícito. O pedido também deve ser determinável, nesse caso líquido, o que quer dizer que se deve saber a quantia do que se quer. A determinabilidade do pedido é mais relevante em demandas que falam sobre coisas fungíveis (dinheiro). 
Existem exceções a essa regra:
• Exceção ao pedido certo, no art. 322, NCPC, se diz quais são os pedidos que podem ser considerados implícitos a uma demanda. Ex.: pedido de condenação aos honorários de sucumbência, se você perde uma ação você deve pagar honorários de sucumbência ainda que a parte que ganhou ela não tenha pedido na petição inicial. 
• No art. 324, NCPC, diz quando o pedido não necessariamente precisa ser líquido (determinável) e isso normalmente ocorre quando você vai fazer o pedido, mas você ainda não sabe, por conta das condições do direito subjetivo que se está pleiteando, exatamente a quantidade do que se está pleiteando. Ex.: quando se pede o ingresso em uma herança, herança é uma universalidade de direitos, não se sabe tudo que tem ali, mas é uma demanda que se pode ajuizar. (pedido genérico, pois não há a liquidação sobre ele, não há a quantidade)
Porém, tirando as exceções legais o pedido deve ser certo e determinável. 
Art. 319, IV, NCPC. A petição inicial indicará: IV - o pedido com as suas especificações; ➔Não se pode ter um pedido vago, que é o pedido que não é possível nem tão pouco determinar o que se quer. É um pedido impossível de se liquidar. Ex.: por exemplo, pedir ao juiz me dar “aquilo que me é de direito”. Não se coloca nenhum critério de fixação para o pedido e como a jurisdição não se move inutilmente e esse pedido não pode ser liquidado ele não é possível. A consequência de um pedido vago é a inépcia da petição inicial.
Da mesma maneira que o pedido não pode ser condicional, não se pode pedir para que o poder judiciário te conceda algo tendo em vista um fato futuro e incerto. Ex.: não posso entrar com uma demanda pedindo que o juiz condene o réu a me pagar a multa de rescisão de um contrato se um dia ele vier a descumprir ele. É uma condição que não está posta, algo que não ocorreu apesar de poder vir a ocorrer, mas como a condição não ocorreu então a sentença não poderia ser executável. 
• Interpretação do pedido:
No CPC de 73 era posto que o pedido devia ser interpretado restritivamente, e isso era dado em razão do principio da demanda. Já que não é obrigado a pedir o que não quer, então se eu pedi X a minha manifestação de vontade deve ser levada na interpretação do que estou pedindo. Se eu pedi menos do que eu tenho direito, o poder judiciário não pode suprir a lacuna. 
O NCPC mudou o art. 322, §2º (O pedido deve ser certo. § 2º A interpretação do pedido considerará o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé.) na realidade a jurisprudência já vinha apontando nesse sentido (de uma leitura total da petição inicial inteira para interpretar os pedidos) Resp. 1.049.206/06 - se diz que o pedido deve ser interpretado de acordo com o conjunto da postulação.
Antigamente lia-se o pedido e depois se lia a inicial e se qualquer fator não concorresse para um pedido (narrasse algum fato, mas não fizesse um pedido sobre ele) isso seria um mero acessório da petição. 
Hoje se lê toda petição inicial e dela retira-se o que é pedido e o que não é. Se eu por algum equivoco fiz um pedido a menor, mas pelos fatos que se narra for possível depreender que eu quero essa coisa, ela deve ser tida como pedida. Se eu pedir uma coisa X, mas toda a minha narrativa foi baseado em uma coisa 2X, apesar de não ter sido pedido deve ser dado já que a narrativa, o conjunto de fatos levava a essa conclusão. 
• Espécies de pedido
O pedido pode ser certo ou alternativo. O pedido certo é quando se está pedindo uma coisa certa (se pede uma restituição ao pagamento de uma multa). Já o pedido alternativo decorre da natureza do direito subjetivo discutido em juízo (se você está pleiteando um direito obrigacional onde se tem prestações alternativas (posso cumprir a obrigação entregando Y ou X) o processo por ordem respeita a faculdade de escolha e o pedido é tido como alternativo, pedido que duas prestações distintas podem suprir). 
O CPC defende a faculdade de escolha no art. 325, NCPC e diz que se o pedido alternativo, se a escolha da obrigação a ser cumprida é faculdade do devedor (réu), então a eletem que ser dada a escolha durante todo o processo. Então, se o autor não quer mais a pretensão X, só quer a Y, e fez a petição inicial ignorando o fato de ser uma obrigação alternativa, o juiz deve permitir ainda que o réu seja silente, ao réu a escolha no momento adequado do processo (liquidação). Deve ser permitido ao réu escolher porque de outra maneira se permitiria que uma faculdade processual suprimisse uma faculdade do direito material, ou seja, a escolha de uma obrigação alternativa não pode ser suprimida porque a pessoa só pediu uma das pretensões. 
O pedido pode ser principal ou acessório. Normalmente o mais clássico é a condenação em honorários de sucumbência, que é um pedido acessório porque depende do pedido principal. 
Para poder receber os honorários de sucumbência você tem que ter ganhado a demanda, então é acessório porque uma vez que você perde a demanda você não tem direito a ele. 
Art.329, NCPC ➔ o pedido pode ser modificado, alterado ou aditado (são as três faculdades de alteração do pedido). 
Quando se fala em modificação vem do verbo modis de medida, se modifica a medida do que se estava pedindo. Ex.: se eu estava pedindo antes uma indenização de 20 mil reais, agora estou pedindo uma indenização de 25 mil reais. 
O pedido é alterado quando se pede coisa diversa da pedida anteriormente. Ex.: se eu comprei um bem com defeito e antes estava pedindo abatimento do preço pelo defeito achado, eu posso alterar o meu pedido e pedir que seja devolvido o dinheiro em indenização. 
Já aditar um pedido é quando se acrescenta um pedido novo. Ex.: estava pedindo só os danos materiais por você ter batido no meu carro, mas pensei melhor e então posso aditar a petição inicial para fazer um novo pedido de danos morais. 
Porém como o Processo Civil Brasileiro tem um modelo de preclusões rígido, ele determina os momentos certos em que pode haver modificação (no sentido amplo) do pedido. Até a citação do réu sem a necessidade de anuência de ninguém após o réu ser citado apenas pode modificar o pedido com a anuência do réu e depois do despacho saneador do juiz (momento de estabilização da demanda) não se pode mudar nada. ➔ Freddie Didier critica essa disposição do Código, pois considerando as faculdades de Negócio Processual não deveria ser colocado um marco no despacho saneador para a impossibilidade de modificação da demanda porque se as duas partes concordam com a modificação da demanda então por que elas não poderiam mudar? Se há acordo entre elas e elas podem dispor sobre procedimento e sobre diversas questões do processo então por que não poderiam dispor sobre o pedido depois do despacho saneador? 
Art.329, NCPC.  O autor poderá:
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu;
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar. 
Quando o réu não contesta uma ação (perde o prazo para contestar) então ele é tido como revel e uma das principais consequências jurídicas da revelia (que é um tipo de contumácia, qualquer tipo manifestação judicial que se deixa passar em branco) é que faz com que todos os fatos alegados pelo autor sejam tidos como verdadeiros (mas é uma presunção relativa). Então o que ocorre, na realidade, quando você é revel é que há uma inversão do ônus da prova, ou seja, os fatos que caberiam ao autor comprovar passam a ser ônus do réu uma vez que ele não contestou no prazo adequado a demanda. 
Se você tem aditamento após a citação do réu, então deve ser dado a ele novo prazo de resposta independente de ele ter sido revel ou não. 
O esquema mais simples de uma demanda é um sujeito que demanda algo de alguém por um motivo. Porém, a complexidade da vida vence a simplicidade do esquema processual mais simples. Isso quer dizer que você pode fazer mais de um pedido na petição (inclusive é muito comum). Para você poder cumular pedidos, ou seja, poder fazer dois pedidos juntos há algumas regras no NCPC para que se possa pedir duas pretensões juntas. Ex.: Você bateu no meu carro e eu peço em conjunto: indenização por danos materiais + lucro cessante pelo tempo que o carro ficou parado + danos morais, se tem uma pessoa, duas causa de pedir e três pedidos. 
A cumulação do pedido pode ser tida no sentido estrito (sentido próprio), quando você acumula pedidos em sentido estrito quer dizer que você quer que os dois pedidos sejam providos, não existe ordem hierárquica entre os pedidos, os dois tem o mesmo nível de importância e se quer que os dois sejam acolhidos. 
A cumulação própria ainda pode ser subdividida em simples e sucessiva. A cumulação simples é quando se faz dois pedidos que não tem necessariamente um vínculo entre si na mesma demanda. Ex.: peço a condenação em danos materiais e danos morais, é um pedido simples porque se o pedido de condenação em danos morais for julgado improcedente não influi no pedido de danos materiais. São duas demandas distintas, duas ações distintas que por razão de segurança processual foram juntadas em uma única petição inicial (havendo duas demandas independentes entre si). 
Na cumulação sucessiva existem duas demandas também, mas elas tem entre si um nexo de prejudicialidade, ou seja, o segundo pedido só pode ser julgado logicamente se o primeiro pedido for julgado procedente. Ex.: se eu entro com uma ação de reconhecimento de paternidade de um de cujus, e faço na ação de reconhecimento de paternidade um pedido de ingresso na herança para que seja reconhecido o quinhão de herdeiro necessário. Então, na acumulação sucessiva, o pedido de ingresso de reconhecimento de quinhão só pode ser julgado procedente se o pedido de reconhecimento de paternidade for julgado procedente. 
Há também a cumulação em sentido lato (cumulação imprópria) que é subdividida entre cumulação alternativa e cumulação eventual. A cumulação alternativa vem justamente quando se deve respeitar a faculdade de escolha da obrigação alternativa (que pode ser uma faculdade do réu ou do autor dependendo do contrato firmado), então a cumulação alternativa é quando, por exemplo, o autor diz: estou satisfeito com a pretensão X ou Y. 
Já a cumulação eventual não se quer que os dois pedidos sejam julgados procedentes porque eles são excludentes entre si, você faz uma cumulação eventual quando você não tem muita certeza se seu pedido principal vai ser julgado procedente então se faz um plano B. Nesse caso o segundo pedido só vai ser julgado se o primeiro pedido for indeferido. Quando se estipula uma ordem hierárquica ainda que o réu reconheça o meu pedido subsidiário, mas eu fiz esses pedidos em uma ordem hierárquica, o juiz não pode reconhecer esse pedido já que há uma hierarquia, então apenas se o juiz não reconhecer o primeiro pedido que o segundo pode ser apreciado.
Pedido eventual sucessivo –> o juiz não pode reconhecer o pedido, é um ou outro. Há uma condição, são pedidos condicionais. Só se julga o segundo pedido se o primeiro não for aceito, pois há uma ordem hierárquica entre os pedidos. 
Art. 327, NCPC ➔ É o artigo que dita os requisitos da cumulação de pedidos. Por ordem ele não é válido para a cumulação eventual (já que nesse artigo diz que os pedidos devem ser compatíveis entre si), porque os requisitos são excludentes entre si (é a natureza jurídica), mas em geral os pedidos não podem ser contraditórios entre si, um pedido não pode excluir o outro. Se os dois pedidos são de competência absoluta e são distintos entre si eles não podem ser cumulados. O pedido tem que se adequar ao procedimento, normalmente quando os pedidos são cumulados eles são cumulados no procedimento comum, ele tem que se comportar ao procedimento comum, que em alguns tipos de direito o procedimento especial pode ser usado, pois é uma faculdade da parte (como por exemplo, a ação possessória) e como autor se eu não quiser ter uma audiênciade justificação posso abrir mão disso se eu quiser cumular um pedido de integração de posse com um de indenização por danos morais e materiais (o objetivo é tutelar melhor o direito subjetivo). Não é possível esse tipo de cumulação quando você tem procedimento especial de ordem publica, onde a especificidade do direito é tamanha para tutelar o próprio direito (ao invés do interesse do autor) o sistema jurídico preferiu um procedimento diferente. Em geral os pedidos devem ser cumulados em procedimento comum. 
Porém, houve uma mudança com o NCPC que faz uma conjugação mitigada, diz que você vai juntar todos os seus pedidos no procedimento comum, mas se a esse procedimento comum tiver alguma especificidade que a ele não seja contraditória (não seja a ele excludente), você pode cumular e ainda ter essa especialidade. Ex.: Antes se abria mão da audiência liminar nas relações processuais quando se queria cumular pedidos, mas hoje não necessariamente é preciso abrir mão dela já que é possível ter essa audiência instrutória no procedimento comum. Não é uma excludente do procedimento comum então como ela é compatível com ele, ela pode continuar. 
Além do pedido, que é a conclusão da demanda ele é justificado (pede algo por um motivo que é a causa de pedir). A causa de pedir é o conjunto de fatos que o autor atribui a produção de efeitos jurídicos por ele visado. Isso quer dizer que a causa de pedir não são só os fatos, quando você narra sua causa de pedir, quando você vai fazer um pedido você tem que narrar o motivo dos seus pedidos, quando você está narrando o motivo dos seus pedidos você não pode se ater somente apenas fatos. Você tem que dar razões jurídicas que implicariam no seu pedido. 
Causa de pedir: 
• próxima
• remota
Se no caso temos a premissa maior, a premissa menor e a conclusão; a premissa maior são os fatos jurídicos já que a legislação estabelece um modo de funcionar (se você causar dano a alguém com culpa você tem que restituir pelo dano cometido). Você narra sua petição, os seus fatos (ex.: eu estava andando de carro, o cara passou a 100km/h, arrebentou meu carro, então há culpa, há conduta, há dano e nexo causal). A causa de pedir engloba essas duas coisas, tanto os fatos quanto os fatos jurídicos. São necessários os dois elementos que a doutrina chama de causa de pedir próxima e causa de pedir remota. Sendo a causa de pedir próxima, os fatos alegados e a causa de pedir remota, os fundamentos jurídicos dados que suportam o seu pedido. 
Existem duas teorias sobre a causa de pedir, que é a teoria da substanciação e a teoria da individuação. A teoria da substanciação pura está em muito desuso, mas Chiovenda foi um dos juristas que mais defendeu ela ao longo do tempo e na realidade a diferença é que a teoria da substanciação e a teoria da individuação hoje em dia é muito mais sobre qual das dimensões da causa de pedir que você dará mais valor para o processo. 
Um dos ordenamentos que foi muito influenciado pela teoria da substaciação foi o CC Italiano, na teoria da substanciação você tem que dar os fatos e os motivos jurídicos do seu pedido. Apesar de você ter que dar os fatos concretos e os fatos jurídicos que você imputa ocorrido na sua petição inicial. De todos esses elementos, o pedido vincula o juiz e os fatos, ou seja, a causa de pedir vincula o juiz. A causa de pedir remota, ou seja, os fatos jurídicos não vinculam o juiz apesar de serem necessários na petição inicial. As duas causas de pedir enquadram o juiz. Ainda que o juiz conheça o direito se eu narrei uma petição e pedi erro e o juiz acha que é dolo, ele não pode julgar. Não fica vinculado aos seus fatos, mas aos fundamentos jurídicos. 
Teoria da individualização dá mais valor aos fatos concretos já ocorridos, é necessário que se diga quais são os fatores jurídicos e fazer o pedido. Deve-se lembrar que o pedido é a conclusão logica da causa de pedir. (Teoria mais utilizada no Brasil).
Não confundir fundamento jurídico com fundamento legal: se da o enquadramento jurídico é uma coisa e não basta na causa de pedir em uma situação de fato falar sobre o seu direito (a pretensão que existe), a causa de pedir é classificada como uma crise jurídica, um problema entre as partes.
Valor da causa
Toda causa tem que ter um valor, ainda que seja um pedido genérico, que não está liquidado ainda. É irrelevante para questões como honorários de sucumbência. Art. 292, NCPC. Se o réu quer impugnar o valor da causa porque ele não está correto deve-se fazer em preliminar.
➔Aula 4 – 26.03.19
Nós falamos nesse semestre sobre o processo, sobre a fase de reconhecimento do processo e suas quatro etapas: postulação, saneamento, instrução e julgamento. A fase de julgamento começa com a demanda e termina com a resposta do Estado à demanda (de acordo com o procedimento comum) e se inicia com a petição inicial e se encerra com a sentença, ou seja, o ato que põe fim a fase de conhecimento. 
Nós estudamos na primeira aula sobre petição inicial e terminando petição inicial passamos para o ato seguinte. A ideia do semestre é acompanhar os atos nessa ordem sucessiva. Vimos na ultima aula que o processo é uma relação jurídica dinâmica que se desenrola. O procedimento começa com a petição inicial, segue com a sentença e é estabelecido pela lei. A lei estabelece como o procedimento comum deve ocorrer, mas o juiz tem alguma liberdade para moldar o procedimento de acordo com o que lhe parecer mais adequado no processo e as partes tem também um grau de liberdade no procedimento. 
O que o juiz e as partes podem no caso concreto é adequar o procedimento à situação jurídica particular. O procedimento se estrutura nas 4 fases e as vezes elas se misturam um pouco, na petição inicial o autor deve produzir a prova documental, não é momento típico da instrução mas excepcionalmente a prova documental deve ser produzida na postulação. 
Postulação 
A postulação do autor de deduz diante da petição inicial. O que se segue a postulação do autor é a resposta do réu, mas o código estabelece alguns atos entre eles, por exemplo, o despacho inicial. A lógica é ao receber a petição inicial o juiz deve fazer uma primeira avaliação da petição inicial, deve fazer um saneamento liminar. O processo que dura mais do que deveria durar é um problema tanto para as partes quanto para o estado que será mais um processo ocupando a burocracia do estado. O juiz deve fazer um saneamento liminar da demanda, ele fará isso no chamado despacho liminar. 
É claro que existem outras possibilidades em que o juiz não tem contato sobre a demanda após a resposta do réu(outros sistemas jurídicos), mas no nosso caso o juiz preside o procedimento em todos os atos e deve quanto antes possível identificar problemas e dar as partes a possibilidade de solucionar os problemas. Antes da postulação há um momento de saneamento e posteriormente julgamento. No nosso processo o juiz deve ler a petição inicial antes de defini-la (art. 334, NCPC), se a petição inicial não tiver defeitos (condições negativas de admissibilidade do mérito ou faltar uma condição positiva do mesmo, causa de pedir, causas identificadas,...) nos requisitos da petição inicial, se tiver esses defeitos ela não é admissível. 
Se o juiz não perceber que as custas do processo não foram recolhidas haverá outros momentos no processo em que o juiz poderá realizar o saneamento -> é melhor extinguir logo o processo se o autor não for recolher as custas processuais. O juiz em resumo olha a petição inicial e vê se está tudo mais ou menos certo, não é necessária uma analise aprofundada, mas é necessária para evitar atos desnecessários.
Art. 334, NCPC -> O juiz pode julgar contra o autor, mas não contra o réu sem o mesmo ser citado. Se o juiz percebe que pode julgar improcedente (improcedência liminar) o pedido, a citação do réu não será nem necessária. Mas a decisão não pode prejudicar o réu. 
O juiz designará audiência de conciliação ou mediação (sem liberdade de adequar esse procedimento). 
Petição inicial -> despacho liminar -> audiência de conciliação -> respostado réu.
O juiz recebe a petição inicial, verifica se os seus requisitos essenciais estão presentes. Se for caso de improcedência liminar ele o julga, se não for improcedência liminar é o caso de haver a decisão sobre a audiência. Determinará, portanto, a citação do réu e decidir sobre a tutela de urgência (se houver o pedido do mesmo).
Se as custas do processuais não forem recolhidas o juiz deve dar a chance do autor de corrigir o vício. 
Existem vícios que são corrigíveis e incorrigíveis, se for corrigíveis o juiz deve dar a possibilidade ao autor de corrigir o vício. O problema é quando o vício parece incorrigível e normalmente o juiz extingue sem julgamento do mérito. Acontece que com o novo código, a ideia do principio da cooperação faz com que o juiz deve dar ao autor, antes de extinguir o processo, a possibilidade de argumentar que o vício não exista. A ideia do contraditório e no seu desdobramento a cooperação é de esclarecer quais os vícios na sua impressão e dar a oportunidade ao autor de se explicar. 
Princípio da primazia do mérito -> não se pode prejudicar o réu sem que ele tenha a oportunidade de se manifestar sobre a questão relevante. 
Se for caso de improcedência liminar (art. 332, NCPC). Independentemente da citação do réu ele julgará liminarmente improcedente os pedidos que (...) -> são incidentes coletivizantes, se decide o incidente e a decisão se vincula. O juiz pode julgar liminarmente improcedente o pedido se a tese do autor for contrária a jurisprudência, ou também se for decadência e prescrição. Os §2º, 3º e 4º tratam da apelação que pode ser interposta pelo autor. - Julgar mérito. 
Art. 321, NCPC
Art. 330, NCPC 
O indeferimento com relação a improcedência liminar pode ser total ou parcial. A consequência do indeferimento da petição inicial é a extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 485, NCPC)
No caso de improcedência liminar o processo foi extinto sem julgamento do mérito desde que não prejudique o réu de alguma maneira, a extinção pode ser total ou parcial. A lógica é: se der para ser corrigido, ok se o vicio parecer intransponível deve-se dar ao autor a possibilidade de se explicar. 
Quando o juiz supera essa etapa (não há vícios ou foram corrigidos e não é caso de improcedência liminar) se conclui determinando a citação do réu ou seja se tudo der certo para o autor o que ele consegue com o recebimento da petição inicial é a decisão positiva sobre a citação do réu. Art. 334, NCPC -> se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for caso de improcedência liminar do pedido...
A citação é o ato mediante o qual o réu se torna ciente e passa a ser parte da relação jurídica processual. A importância da citação: é instrumento do contraditório, que o réu saiba que uma demanda foi realizada contra ele. 
Sem citação o que foi decidido no processo será eficaz perante o réu exceto nos casos de tutela de urgência.
Tutela provisória -> dá ao autor provisoriamente a tutela solicitada. 
Cita-se o réu e segue-se com a audiência ou resposta do réu. 
Aula 5 – 28.03.19
O procedimento comum começa com a petição inicial. Há então o momento de saneamento preliminar que pode acabar com uma sentença de extinção do processo. 
-improcedência liminar: quando houver um entendimento consolidado na jurisprudência quanto a tese do autor, o juiz pode julgar liminarmente improcedente sem antes citar o réu. 
Concessão de tutela provisória 
O autor pode na petição inicial pedir antecipadamente ao juiz o que se quer no final. O direito permite que o juiz dê ao autor uma tutela provisoriamente que deverá ser confirmada ao final para que de algum modo possa-se inverter o ônus da distribuição do tempo no processo.
A lógica da tutela provisória é permitir que antes do processo possa se dar a tutela antes do fim do processo à quem pareça ter razão. O contraditório exige que o juiz só decida o mérito ao fim do processo, mas pode ser que em certas circunstâncias possa-se dar o que o autor pede antes do tempo para diminuir o ônus do tempo. A lógica é o que “parece”, o que o autor está dizendo parece ser verdadeiro, o juiz pode dar depois da contestação, após a audiência, ela pode ser dada então ao logo do processo, mas normalmente o pedido é feito no inicio do processo (liminar).
-Nem toda tutela provisória é liminar, mas a liminar é uma espécie de tutela provisória. 
Nós temos a necessidade de distribuir o ônus do tempo no processo.
Algumas pessoas dizem que o juiz pode dar tutela provisória sem pedido, mas a maioria da doutrina que o principio da demanda não permite que o juiz de a tutela provisória sem que ela seja pedida pelo interessado. Já que se quem pede a tutela provisória perde o processo, deve indenizar a outra parte. -> ninguém é obrigado a receber provisoriamente a tutela que se pede ao final do processo. 
O NCPC de um modo confuso criou um gênero chamado tutela provisória (provisória porque não é definitiva) e pode ser de duas espécies, a tutela de urgência e de evidencia:
Na tutela de urgência há verossimilhança e urgência (fumus boni iurir e periculum in mora). O que o autor está pedindo tem algum grau de convicção baseada na verossimilhança, na probabilidade, na aparência de que aquilo que o autor está pedindo. É preciso que a não concessão da liminar cause um prejuízo ao autor. A tutela de urgência não basta apenas a verossimilhança, mas a urgência, o perigo no atraso, mas há situações em que não há urgência mas a verossimilhança é tão alta que faz sentido conceder mesmo sem a urgência, essa seria a tutela de evidência. N tutela de evidencia há uma verossimilhança agravada, por isso não há a necessidade de urgência, serve para compensar uma deficiência do sistema de tutela de urgência.
Ex.: fato não impugnado/controverso. Se eu peço a restituição de um tributo não há urgência, mas se a minha tese for verossímil cabe. 
A tutela de urgência se divide em duas espécies : a antecipada e a cautelar.
Tutela de Urgência Antecipada e Tutela de Urgência Cautelar:
Tutela antecipada é dar provisoriamente ao autor exatamente o que ele pede ao final do processo. Já a tutela cautelar é para assegurar o resultado útil do processo. 
A tutela cautelar não dá ao autor o que ele quer, ela não antecipa o que o autor quer, mas tenta assegurar o resultado útil do processo. 
A tutela cautelar poderia talvez ser definida de ofício, nos outros tipos de tutela provisória não será possível. 
Art. 294.  A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência.
Parágrafo único.  A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.
A tutela de urgência pode ser concedidas durante (incidental) ou antes do processo (antecedente). 
Essa tutela é uma tutela que se chama de precária, não é definitiva, mas provisória, pode ser alterada. Como? Até a sentença o juiz pode revogar ou modificar a tutela provisória, ele poderá fazer isso se houver um fato novo ou se mudar o seu entendimento. Basta a mudança de entendimento, o juiz deve ser cuidadoso ao reavaliar a decisão, é preciso ser uma razão séria, seja um fato novo ou uma decisão nova; O juiz não está impedido de alterar o seu entendimento (mas não deve ser leviano).
Art. 296.  A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser revogada ou modificada.
Parágrafo único.  Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.
O juiz deve fundamentar a decisão, o juiz precisa dizer por que nesse caso concreto ele entende que existe verossimilhança e existe urgência (art. 298, NCPC). Na pratica muitos juízes não fundamentavam a decisão que concedia a tutela provisória. É preciso ter uma fundamentação clara e precisa. 
Art. 298.  Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convencimento de modo claro e preciso.
A tutela de evidencia é o remédio ara uma deficiência que o processo civil tem, o processo demora e essa demora temum custo. Quem deve arcar com esse custo? O autor ou o réu, tradicionalmente é um custo que o réu deve suportar sempre, mas hoje não se vê dessa maneira. 
A tutela provisória de evidencia tenta consertar uma limitação da tutela de urgência, haviam situações em que o autor tinha razão mas o custo do tempo ficava no colo do autor, mas não do réu que parecia ter pouca razão. A tutela de evidencia é uma antecipação sem urgência. 
O que é Evidência? É o estado processual em que as afirmações estão de fato comprovadas. Talvez seja melhor olhar para a palavra evidencia como algo mais gramatical, como que “é obvio que o autor tem razão”. São dois caminhos diferentes, o de obviedade e a tutela de evidencia como punição pela conduta do réu, nos dois casos é dar a quem tem obviamente razão, mas em alguns casos a ideia de robustez prevalece e em alguns casos a de punição prevalece. 
Na Punição você age no processo de modo reprovável, então não deve ter razão. A robustez é a pura obviedade, não exista nenhum comportamento do reu que sugira o comportamento desleal, mas é tão claro que o autor tem razão que ao distribuir o ônus do processo o autor não fica com ele, como anteriormente ficaria. 
Art. 311.  A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante; 
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa; 
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. -> ainda que exista controvérsia, a desculpa do réu é tão frágil que fica obvio que o autor tem razão. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
Tutela Provisória de Urgência (art.300, NCPC)
Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la.
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.
A tutela cautelar pode ser definida como de natureza assecuratória instrumental e temporária. A ideia é de preservar o resultado útil do processo. Existe no Brasil certas cautelares satisfativas, não era cautelar, mas como não havia a tutela antecipada, utilizavam a cautelar. Então, como é seguro para o juiz dar a cautelar, a exigência de verossimilhança é menor. 
Ao invés de tratar a reversibilidade não é um condição própria e autônoma, mas a reversibilidade deve ser levada em conta ao deferir uma liminar, porque quanto vai quanto mais irreversível a decisão deve ser mais verossímil a versão do autor, mas se for reversível tende-se a dar a cautelar. Deve-se dosar a urgência com a verossimilhança.
Art. 301.  A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto, sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito. -> existem hipóteses típicas de tutela cautelar, mas ela não precisa ser típica, pode ser atípica. As hipóteses típicas são enumeradas no art. 301, NCPC. A função é assegurar o resultado útil do processo. Qualquer tipo de tutela cautelar para assegurar o resultado útil do processo pode ser deferida pelo juiz. 
A tutela antecipada dá ao autor provisoriamente exatamente o que ele quer/a tutela que ele quer ao final, mas não faz isso em caráter definitivo, mas liminarmente ou no curso do processo. A decisão pode ser alterada depois, mas serve para administrar o ônus do processo e para que possa antecipar aquilo que se quer ao final quando o autor demonstra verossimilhança.
Aula – 02.04.19
Tutela provisória -> significa que a tutela não é definitiva, pode ser definida de duas espécies: de urgência ou de evidencia. A tutela de urgência pode ser antecipada ou cautelar. 
Tutela de urgência surge para remediar situações em que há urgência e verossimilhança, o autor parece ter razão e há urgência que justifique que não se aguarde o fim do processo.
Cautelar-> assegurar o resultado útil do processo. 
Antecipada-> se pede antecipadamente o mesmo pedido que se quer ao final. Antecipar a tutela definitiva. 
Como a tutela cautelar é menos arriscada para a outra parte, o juiz acaba exigindo do autor uma verossimilhança menor. O risco de irreversibilidade é maior na tutela antecipada do que na cautelar. Existem situações que mesmo que houvesse verossimilhança, não existia ainda a tutela cautelar que dá a possibilidade de o juiz dar a tutela sem que haja urgência. 
Procedimento da concessão de tutela 
A primeira coisa sobre procedimento: a tutela provisória de modo geral pode ser concedida incidentalmente (no curso do processo) ou em caráter antecedente (antecipada e cautelar sim, mas de evidência não). Qual o momento? Podem ser deferidas no curso do processo de modo incidente, ou antes, de caráter antecedente. Existe um procedimento para cada caráter
De caráter incidente a tutela pode ser tanto de urgência quanto de evidencia, pode ser concedida liminarmente (no momento do despacho inicial) ou ao longo do processo. 
A tutela provisória pode ser dada de modo incidente liminarmente ou ao longo do processo, salvo a tutela de evidencia que não pode ser concedida liminarmente mas ao longo do processo.
Quando se pede antecipação de tutela é preciso que o autor peça, porque se ela for deferida e assume o risco de ter que indenizar a outra parte caso a decisão não seja confirmada no momento da tutela definitiva. É preciso que a parte faça um pedido, pode ser feito na petição inicial (urgência). Deve explicar porque os requisitos para a tutela provisória estão presentes, verossimilhança e urgência (urgência) ou apenas verossimilhança no caso concreto (evidência).
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. -> ajuda o juiz a administrar o risco do tempo (pode acontecer tanto na tutela antecipada quanto na cautelar)
§ 2o A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3o A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão. -> não é sempre que houver irreversibilidade que não poderá se dar a tutela antecipada, deve-se colocar na balança. Deve-se levar a irreversibilidade em consideração e quanto maior, maior deverá ser também a urgência. 
Art. 311.  A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando:
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III - se tratar de pedidoreipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
A legitimidade é daquele que pede a tutela definitiva. 
Não há preclusão, se não se pede a tutela provisória na petição inicial não se perde o direito de pedir posteriormente (mas será avaliado no quesito urgência). A tutela de urgência é possível que o contraditório seja diferido ou imediato se a urgência assim justificar, pode-se dar a tutela de urgência sem ouvir a outra parte (se houver uma urgência gigante). O que não quer dizer que a outra parte não possa se manifestar obre a tutela deferida. -> Há o contraditório, mas este seria imediato ou diferido. 
- Pode-se pedir tutela provisória de qualquer tipo de tutela cognitiva. A tutela provisória deve observar o principio da demanda porque aquele que pede a tutela provisória vendo essa tutela ser revertida no futuro deve indenizar. Predomina-se a ideia de que a tutela cautelar pode ser deferida de oficio, uma vez que tem um risco menor de reversibilidade, seria uma maneira que o juiz teria de minimizar os riscos. Hoje é preciso interpretar a possibilidade de concessão de ofícios de cautelar para vedar a concessão contra a vontade do autor. 
Art. 800, CPC – poder geral de cautela. 
Existe uma possibilidade de o juiz exigir do autor uma caução, uma garantia. O juiz olha o pedido de urgência e parece que existe urgência e verossimilhança, mas há o risco de reversibilidade. Se houver duvida do juiz, ele pode exigir do autor uma garantia. (art. 300, §1º, NCPC)
Art. 302.  Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se: 
I - a sentença lhe for desfavorável; -> basta que a tutela definitiva não corresponda integralmente a tutela de urgência, se houver diferença deve-se analisar se esta causou prejuízo ao réu.
II - obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios necessários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias; -> 
III - ocorrer a cessação da eficácia da medida em qualquer hipótese legal; 
IV - o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.
Parágrafo único.  A indenização será liquidada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível. -> sempre que possível essa liquidação deve ser feita no próprio processo ao final dele, já que essa responsabilidade só se dá quando há a sentença. Responsabilidade objetiva do autor, basta que o reu prove dano e a relação de causalidade entre o dano e a tutela provisória deferida e não mantida. 
- Quando se consegue uma tutela e ela não corresponde integralmente à tutela concedida de caráter incidental. Se há prejuízo do réu, deve haver indenização. 
A tutela antecedente pode ser pedida de caráter antecedente, só se precisa no pedido explicar porque se pede a tutela antecipada e porque os fundamentos para este pedido estão presentes. Precisa dizer o pedido de tutela final que se pretende fazer, uma vez que a logica da antecipação é pedir antecipação do pedido anterior. Art. 319, NCPC. O que não se exige no pedido da tutela cautelar, uma vez que não se pede o que se quer no final, não há relação de necessariedade com a tutela definitiva, precisa indicar uma situação que faça algum sentido. 
Art. 305.  A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antecedente indicará a lide e seu fundamento, a exposição sumária do direito que se objetiva assegurar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Parágrafo único.  Caso entenda que o pedido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.
Art. 303.  Nos casos em que a urgência for contemporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tutela antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.
§ 1o Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:
I - o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumentação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;-> tem uma serie de regras procedimentais que explica como o pré-processo se desenrolará. A relação jurídica já se estabelece entre o réu e o autor, e é antes do procedimento comum e acaba por alterá-lo. Há o acréscimo de um pre processo que acaba alterando inevitavelmente a fase de conhecimento propriamente dita. 
II - o réu será citado e intimado para a audiência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334; -> encaixa ao pré-procedimento na ordem, petição inicial-> despacho liminar-> citação-> audiência-> resposta 
III - não havendo auto composição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.
§ 2o Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo, o processo será extinto sem resolução do mérito.
§ 3o O aditamento a que se refere o inciso I do § 1o deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais.
§ 4o Na petição inicial a que se refere o caput deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em consideração o pedido de tutela final.
§ 5o O autor indicará na petição inicial, ainda, que pretende valer-se do benefício previsto no caput deste artigo.
§ 6o Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito. ->trata a petição como uma espécie de petição inicial defeituosa. 
- estabilização da tutela antecipada em caráter antecedente. 
Art. 304.  A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da decisão que a conceder não for interposto o respectivo recurso.
§ 1o No caso previsto no caput, o processo será extinto.
§ 2o Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.
§ 3o A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2o.
§ 4o Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2o, prevento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida.
§ 5o O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o.
§ 6o A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por decisão que a revir, reformar ou invalidar, proferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2o deste artigo.
O art. 305, NCPC -> não há necessidade de formulação no pedido antecedente da tutela definitiva, porque o pedido antecedente é o pedido cautelar. Segundo o art. 308, NCPC é preciso que o pedido principal seja formulado, há a necessidade de aditamento, o pedido principal pode ser feito no próprio pedido antecedente ou pode ser feito depois nesse aditamento a que alude o art. 308, NCPC. 
Há então um procedimento prévio especial que não está previsto de modo geral, mas é um procedimento especial no procedimento comum, quando a urgência justificar sua existência.
Processo Civil I
Aula 07– 04.04.19
Citação
Quando falamos de citação, falamos de um gênero que é acomunicação dos atos processuais. A citação na verdade é apenas uma das maneiras de dar comunicação dos atos processuais. 
A comunicação dos atos processuais é a transmissão das informações do processo a alguém que deve ser informado do que se passa no processo e por isso através do ato de comunicação ela é informada. 
Existem dois atos de comunicação: 
A citação que é o ato solene através do qual alguém que não é parte da demanda é levada a tomar ciência que existe uma demanda contra essa pessoa e quais os termos dessa demanda. É a primeira manifestação do contraditório para o réu. É preciso que haja cuidado para que o réu saiba os elementos da demanda que existe contra ele. Apenas o mandado não esclarece a demanda, devem-se esclarecer os elementos da demanda, não apenas sua existência. Se a citação for feita de modo defeituoso, pode ser que haja invalidação do processo.
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convocados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual. -> se cita quem não é parte do processo, o réu é parte na demanda, mas não é parte do processo, a função da citação é integralizar a relação jurídica processual. 
A intimação que é a informação que não é a citação, por exclusão. O ato de comunicar é informar, a informação da demanda de modo a integrar a relação jurídica processual. Sempre que se quiser se informar algo que ocorreu no processo a alguém é uma intimação. -> pode-se intimar qualquer parte ou não parte do processo sempre que precisar informar algo que ocorreu no processo. 
Todo ato de comunicação teme requisitos formais e requisitos substanciais: 
O que é forma? São maneiras de citação que devem seguir certas regras, existem requisitos de formas, positivas ou negativas, certas coisas que não podem existir que tornam o ato inválido. Já a substancial é a transmissão fidedigna da informação e a completude da mesma. Isso tudo tem a ver com a validade do ato. 
Quando se fala de nulidade, as nulidades do processo não tem o mesmo tratamento da TDP, como os atos judiciais tem presunção de legitimidade, isso faz com que a reação aos defeitos sejam um pouco diferentes ao direito privado enquanto o direito privado podem ser declaradas a depender do direito privado. No processo existe uma preocupação maior do que no direito material de preservar a eficácia de atos defeituosos. Se o ato defeituoso serviu ao seu escopo não vale a pena decretar a sua nulidade, o defeito processual só pode ser decretado contra aquele que deu causa a ele, ou seja, se eu causo uma nulidade ou se posso ser beneficiado pela causa, não se decreta a nulidade. Quando se dá causa ao vicio ou se é beneficiado por ele não se pode decretar a nulidade. 
O comparecimento espontâneo , porque a citação terá atingido seu escopo, sem causar prejuízo à outra parte não precisará renovar o ato de citação. O comparecimento espontâneo supre a necessidade de citação. 
Art. 239. Para a validade do processo é indispensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.
§ 1o O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o prazo para apresentação de contestação ou de embargos à execução. -> se há comparecimento espontâneo o prazo começa a contar do comparecimento desse a alegação de nulidade seja aceita.
§ 2o Rejeitada a alegação de nulidade, tratando-se de processo de: 
I - conhecimento, o réu será considerado revel; -> a consequência da falta de resposta é a revelia, se o comparecimento espontâneo não é justificado então há a revelia. 
II - execução, o feito terá seguimento.
A citação vale para todo o processo porque uma vez que passa a fazer parte da relação jurídica processual ele não precisa ser citado novamente, ele será intimado diversas vezes no processo, mas o demandado só precisa ser citado uma vez, mas se houverem outras demandas (demandas incidentais) o réu pode ser citado novamente. 
Ninguém pode sofrer os efeitos de uma demanda sem ser citado pela demanda. Para cada demanda há uma citação, não se pode ser citado mais de uma vez pela mesma demanda, mas se houver outra, pode-se ser citado. 
Para cada demanda uma citação, já as intimações, não há limite. 
Existem modalidades de citação, mas ela se classifica em dois critérios, o destinatário ou de acordo com a forma delas. 
Em relação ao destinatário, ela pode ser pessoal, para a própria pessoa do citando, ou seja, pode ser classificada quanto ao seu destinatário, o citando é o próprio réu, é a regra. Também pode ser não pessoal, ou seja, quando outra pessoa é citada em nome do demandado, essa é a exceção, isso pode acontecer quando a lei o permitir. 
Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado. 
§ 1o Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, administrador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.
§ 2o O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber citação será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo.
§ 3o A citação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua representação judicial.
Pode ser classificada também com relação a forma, existem modalidades de citação que seguem regras próprias, em relação ao destinatário pode ser classificada entre pessoal e não pessoal, e relação a forma ela pode ser classificada em 5 maneiras: estão no art. 246, NCPC. -> são maneiras diferentes de se realizar a citação. 
Art. 246. A citação será feita:
I - pelo correio;
II - por oficial de justiça;
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;
IV - por edital;
V - por meio eletrônico, conforme regulado em lei.
As intimações normalmente são feitas de modo eletrônicos. 
Art. 272, §1º, NCPC -> devem constar as informações sob pena de nulidade. 
Quando o processo é físico a retirada dos autos do cartório equivalem à intimação? Art. 272, §6º, NCPC. 
Aula 09 – 25/04/2019
CONTINUAÇÃO – PROCESSO DE CONHECIMENTO
Petição inicial  Despacho inicial (saneamento liminar da petição inicial e possibilidade de indeferimento liminar do pedido)  Citação  Audiência de Mediação e Conciliação.
Na vigência do CPC de 1973 isso não era assim, pois na citação o réu já era chamado para contestar. O Novo CPC deu a possibilidade de, antes da resposta do réu, as partes tentarem a mediação ou a conciliação.
Audiência de Mediação e Conciliação
A partir da década de 90 ganhou espaço no Brasil a função do processo judicial como resolução do litígio de maneira imperativa, de maneira a vincular as partes (hetero composição). Porém, essa não é a regra, visto que as partes podem optar por outros meios de solução dos conflitos. O Estado deve estimular as partes à chegarem a uma solução consensual ao litígio = auto composição. Isso é muito positivo, pois pessoas que estão em litígio podem resolver o conflito sem que seja necessário aguardar o final do processo.
Interesses X Posições. Autocompor significa abrir mão de uma parte daquilo que você quer. Isso já foi critica aos métodos autocompositivos, como se a pessoa que tivesse razão precisasse ceder para resolver logo o litígio. Eventualmente, isso acontece, porém não é a razão de ser dos métodos autocompositivos. É possível que, entendendo o interesse que está por trás do pedido, a solução seja aceitável para ambas as partes que buscam a solução consensual do conflito. A posição no processo não necessariamente vai corresponder ao interesse subjacente a ela.
A lógica da negociação foi transportada para o processo

Outros materiais