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G1 - Direito do Consumidor - Ana Clara Benevenuto

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1 
 
 
 
 
 
 
DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR, DA 
POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES 
DE CONSUMO E DOS DIREITOS 
BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
 
DIREITO DO CONSUMIDOR – 2020.1 
 
 
 
 
PROFESSOR: ADRIANO BARCELOS ROMEIRO 
 
ALUNA: ANA CLARA BENEVENUTO 
 2 
DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR, DA 
POLÍTICA NACIONAL DE RELAÇÕES 
DE CONSUMO E DOS DIREITOS 
BÁSICOS DO CONSUMIDOR 
 
 
 
Sumário 
1. Introdução 
2. Dos Direitos do Consumidor 
2.1. Artigo 1º 
2.2. Artigo 2º 
I. Teorias 
II. Vulnerabilidade 
III. Outros Conceitos de Consumidor 
2.3. Artigo 3º 
I. Outros Conceitos de Fornecedor 
3. Da Política Nacional e as Relações de Consumo 
3.1. Artigo 4º 
3.2. Artigo 5º 
4. Dos Direitos Básicos do Consumidor 
4.1. Artigo 6º 
I. A Responsabilidade do Fornecedor em Relações de Consumo 
4.2. Artigo 7º 
5. Bibliografia 
 
 
 
 
 
 
 3 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
O Código de Defesa do Consumidor foi instituído pela Lei nº 8.078 de 11 de 
setembro de 1990, inspirado na Carta de Direitos do Consumidor dos Estados Unidos, 
que ao emergir como potência industrial começou a estudar e discutir sobre a proteção ao 
consumidor. O dispositivo, no Brasil, dispõe sobre as relações de desigualdade entre as 
partes, sendo, portanto, um conjunto de normas com o propósito de proteger os direitos 
do consumidor. 
Anteriormente, os contratos eram regidos pelo Código Civil, que em sua essência 
rege contratos entre partes com relação paritária, o que não é uma realidade nos casos de 
consumo. Dessa forma, sua criação foi fundamental, pois o Código de Defesa do 
Consumidor trazia princípios que adequavam as normas a realidade de uma relação que 
sobretudo não se caracteriza igualdade entre partes. Já que o Código de Defesa do 
Consumidor prevê que uma vez que existe desigualdade na relação entre fornecedor e 
consumidor, ele aplica leis desiguais para que seja atingida a igualdade. Para isso ser 
realmente justo, devemos aferir se uma relação é ou não desigual, uma vez que não 
podemos aplicar leis desiguais em relações paritárias. 
É indiscutivelmente uma lei de função social que traz normas que discorrem sobre 
direito privado, mas ao mesmo tempo de ordem pública - direito privado indisponível- e 
normas de direito público. Ou seja, uma lei de ordem pública e econômica - ordem pública 
de coordenação, de direito e de proibição - e lei de interesse social que permite a proteção 
coletiva dos interesses dos consumidores presentes no caso. 
Segundo o professor Marcelo Gomes Sodré: 
 “O Código de Defesa do Consumidor pode ser visto como uma 
lei multidisciplinar abrangente, posto que abarca o direito civil, 
penal, processual, administrativo e comercial, formulada a partir 
da ideia da vulnerabilidade do consumidor. É importante notar a 
afirmação da autonomia deste novo ramo do direito e é nesse 
sentido básico que diversos autores tratam o tema”. 
(SODRÉ, Marcelo Gomes. Formação do Sistema Nacional de 
Defesa do Consumidor. 1. ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 
2007. p. 171) 
 4 
 
2. DOS DIREITOS DO CONSUMIDOR 
 
2.1 - Artigo 1º 
 
 
Art. 1°, CDC - O presente código estabelece normas de 
proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e 
interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, 
inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas 
Disposições Transitórias. 
Art. 5º, CF - Todos são iguais perante a lei, sem distinção 
de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, 
nos termos seguintes: 
XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do 
consumidor; 
 
Art. 170. CF - A ordem econômica, fundada na valorização 
do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar 
a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, 
observados os seguintes princípios: 
V - defesa do consumidor; 
 
O Código de Defesa do Consumidor não apenas assegura uma hierarquia superior, 
de ordem pública aos direitos do consumidor, mas através de sua menção ao interesse 
social - que não é somente das partes que determinam os limites da lide - e sua origem 
constitucional esclarece dois efeitos práticos: que as normas do Código devem ser 
aplicadas ex officio pelo julgador e sempre interpretadas conforme o mandamento 
constitucional, ou seja, em favor do consumidor, mesmo que as partes estejam 
representadas coletivamente, já que o interesse social é o prevalecente. 
 5 
 A importância do Código possuir normas de ordem pública é que as normas do 
mesmo são imperativas, portanto, não podem ser afastadas pela vontade das partes. Ao 
contrário do Código Civil, por exemplo, que possui normas dispositivas, o que significa 
dizer que algumas de suas regras podem ser afastadas pela vontade das partes. Isso 
ocorre porque o consumidor, na relação jurídica de consumo, é a parte mais fraca e para 
salvaguarda-lo tais normas não podem ser negociáveis. 
O 1º Artigo do Código de Defesa do Consumidor explicita o conceito de proteção 
constitucional, e apresenta o Código de Defesa do Consumidor como um conjunto de 
normas de proteção constitucional ao consumidor, que determina que o direito do 
consumidor seja disciplinado, ordenado e interpretado em conformidade com os valores 
e normas fundamentas estabelecidas na Constituição. 
O artigo 5º, XXXII da CF ordena que é dever do Estado promover “a defesa do 
consumidor” e uma vez elencado em tal artigo, a defesa do consumidor torna-se direito 
fundamental, não apenas materialmente, mas também formalmente, vez que tal artigo 
elenca os direitos fundamentais de forma expressa. 
Já o artigo 170 da Constituição esclarece que a defesa do consumidor não contraria 
os valores e princípios de ordem econômica buscados pelos constituintes, mas está em 
perfeita consonância com eles. Afinal, para que a economia se mantenha saudável, se faz 
necessária a defesa do consumidor. 
 
Jurisprudência: 
 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DANOS MORAIS 
DECORRENTES DE ATRASO OCORRIDO EM VOO 
INTERNACIONAL. APLICAÇÃO DO CÓDIGO DE 
DEFESA DO CONSUMIDOR. MATÉRIA 
INFRACONSTITUCIONAL. NÃO CONHECIMENTO. 
 1. O princípio da defesa do consumidor se aplica a todo o 
capítulo constitucional da atividade econômica. 
2. Afastam-se as normas especiais do Código Brasileiro da 
Aeronáutica e da Convenção de Varsóvia quando implicarem 
retrocesso social ou vilipêndio aos direitos assegurados pelo 
Código de Defesa do Consumidor. 
 6 
3. Não cabe discutir, na instância extraordinária, sobre a correta 
aplicação do Código de Defesa do Consumidor ou sobre a 
incidência, no caso concreto, de específicas normas de consumo 
veiculadas em legislação especial sobre o transporte aéreo 
internacional. Ofensa indireta à Constituição de República. 
 4. Recurso não conhecido. (RE 351750, Relator(a): Min. 
MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. CARLOS 
BRITTO, Primeira Turma, julgado em 17/03/2009, DJe-181 
DIVULG 24-09-2009 PUBLIC 25-09-2009 EMENT VOL-
02375-03 PP-01081 RJSP v. 57, n. 384, 2009, p. 137-143) 
 
2.2 - Artigo 2º 
 
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que 
adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final. 
Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade 
de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas 
relações de consumo. 
 
Apenas com a leitura do artigo podemos perceber que existe uma zona cinzenta 
acerca da área de aplicação do direito do consumidor, pela dificuldade de definição do 
conceito de consumidor. 
A definição de Consumidor não é apenas delimitada sob a ótica individual, como 
sujeito de direitos individuais, mas também sob a ótica transindividual. Conhecemos 
então interesses dos consumidores vistos sob ótica coletiva, que podem se tratar de 
interesses individuais homogêneos, interesses coletivos, e interesses difusos. (art. 17 e 29 
doCDC). 
 
Os aspectos relevantes para distinguir o consumidor são: 
i. Tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem ser consumidoras 
ii. O consumidor pode ser tanto aquele que adquire como aquele que 
utiliza o produto ou serviço. 
iii. Aferir a vulnerabilidade do consumidor perante o fornecedor. 
 
 7 
 
 
5.1. Teorias 
O Artigo 2º do CDC apresenta o primeiro agente da relação de consumo. Para 
reconhecer essa figura da relação consumerista foram criadas três teorias: 
 
▪ Teoria Maximalista: A concepção de Consumidor na Teoria Maximalista 
é mais extensa, com a aplicação indistinta do CDC quando há aquisição de 
um produto ou serviço, independente da destinação econômica que se 
confere ao mesmo. Tal teoria confere uma interpretação abrangente ao art. 
2º, CDC. O critério é objetivo, é aquele que interrompe a cadeia de produção 
e circulação dos bens, ou seja, para essa teoria o destinatário final é aquele 
consumidor que retira o produto do mercado de consumo, não importa saber 
o fim do produto, basta a retirada do produto do mercado de consumo para 
ser considerado consumidor. 
Segundo Claudia Lima Marques: 
“A definição do art. 2º (CDC) deve ser interpretada o mais 
extensamente possível, segundo esta corrente, para que as normas 
do CDC possam ser aplicadas a um número cada vez maior de relações 
no mercado. Consideram que a definição do art. 2º é puramente 
objetiva, não importando se a pessoas física ou jurídica tem ou não fim 
de lucro quando adquire um produto ou utiliza um serviço. Destinatário 
final seria o destinatário fático do produto, aquele que retira do mercado 
e o utiliza, o consome, por exemplo, a fábrica de toalhas que compra 
algodão para transformar, a fábrica de celulose que compra carros para 
o transporte de visitantes, o advogado que compra uma máquina de 
escrever para seu escritório, ou mesmo o Estado quando adquire canetas 
para uso nas repartições e, é claro, a dona de casa que adquire produtos 
alimentícios para a família”. (MARQUES, Cláudia Lima. Contratos 
no código de defesa do consumidor: o novo regime das relações 
contratuais. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p. 305). 
 
▪ Teoria Finalista ou subjetivista: Tal teoria identifica o Consumidor 
como aquele que utiliza o bem como destinatário final, sem que o bem 
adquirido seja utilizado ou aplicado em qualquer finalidade produtiva para 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10608698/artigo-2-da-lei-n-8078-de-11-de-setembro-de-1990
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91585/c%C3%B3digo-de-defesa-do-consumidor-lei-8078-90
 8 
a continuidade da atividade econômica. Ou seja, sem que o bem seja 
utilizado nas suas atividades produtivas, então apenas engloba aquele que 
adquire o produto ou serviço para uma finalidade pessoal. 
Segundo Claudia Lima Marques: 
“O destinatário final é o consumidor final, o que retira o bem do 
mercado ao adquirir ou simplesmente utilizá-lo (destinatário final 
fático), aquele que coloca um fim na cadeia de produção (destinatário 
final econômico) e não aquele que utiliza o bem para continuar a 
produzir, pois ele não é consumidor final, ele está transformando o bem, 
utilizando o bem, incluindo o serviço contratado no seu, para oferecê-
lo por sua vez ao seu cliente, seu consumidor, utilizando-o no seu 
serviço de construção, nos seus cálculos do preço, como insumo da sua 
produção.” ((MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no código de 
defesa do consumidor: o novo regime das relações contratuais. 5. ed. 
São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. p. 83/84). 
 
▪ Teoria Finalista Mitigada: Considera Consumidor tanto a pessoa que 
adquire para o uso pessoal quanto os profissionais liberais e os pequenos 
empresários que conferem ao bem adquirido a participação no implemento 
de sua unidade produtiva, desde que, nesse caso, demonstrada a 
hipossuficiência, sob pena da relação estabelecida passar a ser regida pelo 
Código Civil. 
Tal Teoria utiliza como principal critério definir consumidor a 
vulnerabilidade, ou seja, para ser consumidor e por conseguinte ser 
respaldado pelo CDC deve haver na relação de consumo o fator 
vulnerabilidade. 
São levados em consideração principalmente a vulnerabilidade 
técnica, quando o fornecedor por deter o monopólio das informações 
relativas aos produtos e serviços está em posição de vantagem sobre o 
consumidor na relação e a vulnerabilidade econômica, quando o 
fornecedor possui uma capacidade econômica significativamente maior 
que do consumidor. 
Além disso, como está previsto no parágrafo único, consumidor 
não precisa ser um dos dois polos da relação de consumo, mas pode 
também ser vítima dessa. 
 9 
 
5.2. Vulnerabilidade 
O que significa ser vulnerável? Isso significa que há presente um desequilíbrio 
entre as partes, sendo o consumidor a parte vulnerável porque ele é quem está submetido 
ao poder do outro. Essa relação é marcada pela desigualdade por isso é protegido. 
Então, para considerarmos consumidor, devemos analisar dois fatores: (i) se está ao 
final da cadeia produtiva (destinatário final); e (ii) se é vulnerável. Devemos levar em 
consideração também o fato da pessoa física ter vulnerabilidade presumida, enquanto a 
pessoa jurídica deve prova-la. 
Podemos aferir a vulnerabilidade a partir de dois princípios constitucionais, são 
eles: 
▪ Igualdade – busca por uma igualdade substancial e concreta; há a 
limitação do exercício econômico para que isso possa ocorrer 
▪ Solidariedade – todos pagamos e somos responsáveis por problemas que 
ocorrem na sociedade. No mercado de consumo, esse princípio é 
observado concretamente ao passo que todos nós pagamos pelo risco 
econômico dos fornecedores e pelos danos causados por eles, uma vez 
que, de alguma forma, esse prejuízo afeta o preço do produto. 
 
A vulnerabilidade está relacionada a uma submissão ou falta de controle sobre o 
processo produtivo. É importante lembrar também todo consumidor é vulnerável, mas 
nem sempre hipossuficiente. 
 
▪ Vulnerabilidade x Hipossuficiente: Embora, em sentido leigo, eles eram 
considerados sinônimos, a hipossuficiência no âmbito das relações de 
consumo, é utilizada dentro da lógica processual e constitui requisito para 
a inversão do ônus da prova. Já a vulnerabilidade é um estado de fato, 
classificado a partir de diferentes sentidos. 
 
A vulnerabilidade do consumidor pode estar relacionada a alguns aspectos: 
i. Econômica – causada pela desigualdade econômica entre os agentes da 
relação de consumo 
ii. Técnica – tal vulnerabilidade está relacionada ao déficit informacional. O 
consumidor não sabe tudo que o fornecedor sabe sobre o produto ou 
 10 
serviço, ele se submete ao poder do fornecedor pois não conhece as 
informações técnicas do produto, sendo improvável haver uma discussão 
entre iguais sobre o tema. 
iii. Jurídica – relacionada a falta de esclarecimento dos direitos e menor 
capacidade de efetivá-los (ex.: em um contrato de adesão, aqueles que o 
aderem são vulneráveis). 
 
 É importante destacar também que não são consumidores: 
i. O inquilino 
ii. O sócio de clube 
iii. O contribuinte 
iv. O que recebe gratuitamente 
 
5.3. Outros Conceitos de Consumidor 
 
A lei estendeu o conceito de consumidor por razão prática, em atenção ao art. 2º, 
par. Único do CDC, ela considerou que outras pessoas deveriam ser amparadas pelo 
Código de Defesa do Consumidor. 
Ou seja, dentro do conceito de consumidor, há, ainda a figura dos consumidores 
equiparados, que não são configurados como destinatários finais, mas se materializam 
nesta condição por uma situação de fato comum. O Consumidor por equiparação é todo 
aquele que, embora não tenha participado diretamente da relação de consumo, sobre as 
consequências do efeito danoso decorrente de defeito na prestação do serviço à terceiros, 
que ultrapassao seu objeto. 
▪ Bystanders: Tal figura existe para tutelar as vítimas do evento danoso de 
consumo, que não são apenas os que diretamente participaram do ato de 
consumo, mas aqueles que sofreram danos decorrentes do acidente 
atribuível ao fornecedor. Portanto, bystanders são aqueles que até 
determinado momento eram apenas espectadores, mas passaram a se 
equiparar às vítimas do acidente de consumo. 
Por exemplo, um avião ao cair destrói diversas casas, então as 
pessoas que tiveram suas casas destruídas são equiparadas ao consumidor 
que estava dentro do avião mesmo sem relação de consumo stricto sensu 
(art. 17, CDC). 
 11 
▪ Coletividade de pessoas: A equiparação da coletividade de pessoas a 
consumidor tem como objetivo a proteção da coletividade de pessoas que, 
mesmo sem a realização direta de um ato de consumo propriamente dito, 
pode sofrer as consequências da mera atuação dos fornecedores no 
mercado (art. 2º, par. único, CDC). 
▪ Pessoas expostas às práticas comerciais: Entende-se que todas as 
pessoas são consumidoras ante o fato de estarem expostas às práticas 
comerciais. Portanto, todas as pessoas determináveis ou não, expostas às 
tais práticas devem ser protegidas (art. 29, CDC). 
Segundo Rizzato Nunes, a intenção do legislador foi clara: 
“uma vez existindo qualquer prática comercial, toda a coletividade de 
pessoas já está exposta a ela, ainda que em nenhum momento se possa 
identificar um único consumidor real que pretenda insurgir-se contra tal 
prática” (NUNES, Rizzato. Curso de Direito do Consumidor, Ed. 
Saraiva, 2004, p. 85) 
 
Jurisprudência: 
 
DIREITO CIVIL E DO CONSUMIDOR. APELAÇÃO. 
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER E INDENIZATÓRIA. 
INSTALAÇÃO DE ANTENA DE CELULAR (ERB). 
DESRESPEITO À RESOLUÇÃO 303/2002 DA ANATEL. 
INOBSERVÂNCIA ÀS DISTÂNCIAS PREVISTAS NO 
DECRETO DISTRITAL Nº 22.395/2001 E NA LEI 
DISTRITAL Nº 3.446/2004. DESVALORIZAÇÃO DO 
IMÓVEL. DANOS MATERIAIS DEMONSTRADOS. 
1. Cuida-se de ação ordinária por meio da qual o autor pugna pelo 
pagamento de indenização por danos materiais, em razão de 
antena de celular instalada perto de seu imóvel, o que ocasionou 
a desvalorização de propriedade, em decorrência do temor pelos 
problemas que as radiações poderiam ocasionar à saúde. 
2. Agravo retido não conhecido, porquanto ausente a reiteração 
por ocasião da apelação, nos termos do artigo 523, §1º, CPC. 
 12 
2.1 Para que o agravo retido possa ser conhecido e julgado pelo 
seu mérito, devem estar presentes dois requisitos: a) a apelação 
deve ser conhecida; b) o agravante deve ter reiterado sua vontade 
de ser o agravo conhecido nas razões de apelação. 
3. Rejeitada a preliminar de inadequação da via eleita. 
3.1. Havendo compatibilidade de rito, é possível a cumulação da 
pretensão indenizatória com o pedido de condenação em 
obrigação de fazer. 
4. Inexistindo legislação federal a respeito do distanciamento de 
residências da radiação ionizante emitida pelas antenas de 
telefonia celular, incumbe aos estados-membros e ao Distrito 
Federal disciplinar aspectos referentes à proteção do meio 
ambiente ou da saúde humana na implantação e funcionamento 
das ERB’s, nos termos dos art. 23, II e art. 24, XII, parágrafo 2º, 
da Carta Magna e do art. 74 da Lei Federal nº 9.472/1997. 
5. A instalação da antena não observou a Resolução nº 303/2002 
da Anatel, que previa os limites para a exposição humana a 
campos elétricos, magnéticos e eletromagnéticos na faixa de 
radiofreqüências, nem a Lei Distrital nº 3.446/2004, que previa o 
distanciamento de 50 metros de residências. 
6. O art. 17 do Código de Defesa do Consumidor afirma que se 
equiparam aos consumidores todas as vítimas do evento. Esta 
pessoa é denominada pela doutrina de bystander, que é 
justamente o terceiro atingido pela atividade empresarial, sem 
que configure o consumidor final de serviços e sem qualquer 
relação com o fornecedor. 
6.1. O art. 14, caput, da norma consumerista estabelece que 
cumpre à empresa responder de forma objetiva “pela reparação 
de danos causados aos consumidores por defeitos relativos à 
prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes 
ou inadequadas sobre a sua fruição e riscos”. 
7. Aplica-se ao caso dos autos o art. 927 do Código Civil, que 
dispõe de forma clara que “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 
e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”, 
 13 
esclarecendo ainda o Parágrafo único do referido dispositivo que 
“Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de 
culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade 
normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua 
natureza, risco para os direitos de outrem”. 
8. Recurso improvido. 
(TJDFT – Acórdão n. 841982, Relator Des. JOÃO EGMONT, 
Revisora Desª. LEILA ARLANCH, 2ª Turma Cível, Data de 
Julgamento: 17/12/2014, Publicado no DJe: 20/1/2015). 
 
REsp 208.793/MT, Rel. Ministro CARLOS ALBERTO 
MENEZES DIREITO, TERCEIRO TURMA, julgado em 
18.11.1999, DJ 01.08.2000 p. 264. Código de Defesa do 
Consumidor. Destinatário final: conceito. Compra de adubo. 
Prescrição. Lucros cessantes. 
1. A expressão "destinatário final", constante da parte final do art. 
2o do Código de Defesa do Consumidor, alcança o produtor 
agrícola que compra adubo para o preparo do plantio, à medida 
que o bem adquirido foi utilizado pelo profissional, encerrando-
se a cadeia produtiva respectiva, não sendo objeto de 
transformação ou beneficiamento. 2. Estando o contrato 
submetido ao Código de Defesa do Consumidor a prescrição é de 
cinco anos. 3. Deixando o Acórdão recorrido para a liquidação 
por artigos a condenação por lucros cessantes, não há 
prequestionamento dos artigos 284 e 462 do Código de Processo 
Civil, e 1.059 e 1.060 do Código Civil, que não podem ser 
superiores ao valor indicado na inicial. 4. Recurso especial não 
conhecido. (STJ, TERCEIRA TURMA, REsp 208.793/MT, Rel. 
Ministro CARLOS ALBERTO MENEZES DIREITO, julgado 
em 18.11.1999, DJ 01.08.2000 p. 264). 
 
ADMINISTRATIVO. EMPRESA CONCESSIONÁRIA DE 
FORNECIMENTO DE ÁGUA. RELAÇÃO DE CONSUMO. 
http://pesquisajuris.tjdft.jus.br/IndexadorAcordaos-web/sistj?visaoId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&controladorId=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.ControladorBuscaAcordao&visaoAnterior=tjdf.sistj.acordaoeletronico.buscaindexada.apresentacao.VisaoBuscaAcordao&nomeDaPagina=resultado&comando=abrirDadosDoAcordao&enderecoDoServlet=sistj&historicoDePaginas=buscaLivre&quantidadeDeRegistros=20&baseSelecionada=BASE_ACORDAOS&numeroDaUltimaPagina=1&buscaIndexada=1&mostrarPaginaSelecaoTipoResultado=false&totalHits=1&internet=1&numeroDoDocumento=841982
 14 
APLICAÇÃO DOS ARTS. 2º E 42 PARÁGRAFO ÚNICO, 
DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. 
1. Há relação de consumo no fornecimento de água por entidade 
concessionária desse serviço público a empresa que 
comercializa com pescados. 
2. A empresa utiliza o produto como consumidora final 
3. Conceituação de relação de consumo assentada pelo art. 2º, 
do Código de Defesa do Consumidor. 
4. Tarifas cobradas a mais. Devolução em dobro. Aplicação do 
art. 42, parágrafo único, do Código de Defesa do Consumidor. 
5. Recurso provido (STJ, REsp 263.229/SP, Rel. Ministro JOSÉ 
DELGADO, PRIMEIRA TURMA, julgado em 14.11.2000, 
DJ 09.04.2001 p. 332) 
 
2.3 - Artigo 3º 
 
 Art. 3° - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, 
pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes 
despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, 
montagem, criação, construção, transformação, importação, 
exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou 
prestação de serviços. 
§ 1° - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material 
ou imaterial. 
§ 2° - Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado 
de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza 
bancária, financeira, decrédito e securitária, salvo as 
decorrentes das relações de caráter trabalhista. 
 
O artigo 3º do Código de Defesa do Consumidor esmiúça o segundo agente da 
relação de consumo, o Fornecedor. O Fornecedor é a pessoa natural ou jurídica, nacional 
ou estrangeira, que coloca no mercado, em caráter de habitualidade e mediante 
remuneração, um produto ou serviço, ou seja, todos quantos propiciem a oferta de produto 
e serviços no mercado de consumo. Ele é caracterizado por desempenhar uma 
 15 
determinada atividade na cadeia de produção ou na prestação do serviço descrito deste 
artigo. Para ser Fornecedor existem duas condições: atuação com habitualidade e 
profissionalidade. 
 Segundo a doutrina brasileira, fornecer significa prover, abastecer, guarnecer, 
dar, ministrar, facilitar, proporcionar. Trata-se de atividade independente de quem 
realmente detém a propriedade dos eventuais bens utilizados para prestar o serviço e seus 
deveres anexos. 
Tal artigo apresenta também a definição de Produto, que é todo bem que é objeto 
do interesse em dada relação de consumo destinado a satisfazer uma necessidade do 
consumidor e deve ser economicamente apreciável. 
Outro termo inserido no artigo é o de Serviço, que é referido pela norma como 
aquele que é oferecido como intuito econômico, em troca de uma remuneração, seja ela 
direta ou indireta, que independe do lucro. Caso não tenha sido submetido à exploração 
comercial, não se classifica como serviço para fins da relação de consumo. 
A remuneração do serviço é o único elemento caracterizador e não 
profissionalizante de quem o presta. Já que em relação aos produtos, a gratuidade passou 
a ser um tema de grande discussão em matéria de campo. Efetivamente, menciona-se 
apenas “remuneração” como necessária para serviços e, a contrario sensu, conclui-se que 
os produtos podem ser gratuitos, mas mesmo assim estarem sujeitos ao CDC. 
I. Conceitos de Fornecedor 
A doutrina, com base no art. 12 do Código de Defesa do Consumidor, identifica 
ao menos três espécies de fornecedores, são eles: 
 
▪ Fornecedor real (fabricante): Doutrinariamente é identificado como aquele que 
efetivamente participa do processo de fabricação do produto. 
▪ Fornecedor presumido (importador): É aquele que não participa diretamente 
do processo de fabricação/produção/construção do produto, mas é apenas um 
intermediário entre quem fabrica e o consumidor. 
▪ Fornecedor aparente: É aquele que põe uma marca nos produtos 
disponibilizados ao consumidor e cria no mesmo a confiança do produto a ser 
comercializado. 
 16 
▪ Fornecedor por equiparação: Não importa se a relação do fornecedor com o 
consumidor é direta ou indireta, contratual ou extracontratual. A ideia de fornecedor 
equiparado surgiu da ampliação do campo de aplicação alargada deste artigo. Segundo 
Cláudia Lima Marques é caracterizado como: 
"Aquele terceiro que na relação de consumo serviu como intermediário ou 
ajudante para a realização da relação principal, mas que atua frente a um 
consumidor como se fosse o fornecedor. Em outras palavras: ele não é o 
fornecedor do contrato principal, mas como intermediário é o “dono” da 
relação conexa e possui uma posição de poder na relação com o 
consumidor" (MARQUES, Cláudia Lima, BENJAMIM, Antônio H. V., 
BESSA, Leonardo Roscoe. Manual de direito do consumidor. São Paulo: 
Revista dos Tribunais, 2007, pág. 83). 
Quanto ao fornecedor aparente, o STJ decidiu: 
“[...] Observa-se que a lei traz a definição ampliada de fornecedor e a doutrina nacional 
aponta a existência de quatro subespécies, a saber: a) o fornecedor real; b) o fornecedor 
presumido; c) o fornecedor equiparado e d) o fornecedor aparente. O fornecedor 
aparente, que compreende aquele que, embora não tendo participado do processo de 
fabricação, apresenta-se como tal pela colocação do seu nome, marca ou outro sinal de 
identificação no produto que foi fabricado por um terceiro. É nessa aparência que reside 
o fundamento para a responsabilização deste fornecedor, não sendo exigida para o 
consumidor, vítima de evento lesivo, a investigação da identidade do fabricante real. 
Com efeito, tal alcance torna-se possível na medida em que o Código de Defesa do 
Consumidor tem por escopo, conforme aduzido pela doutrina, proteger o consumidor 
"daquelas atividades desenvolvidas no mercado, que, pela própria natureza, são 
potencialmente ofensivas a direitos materiais (...) são criadoras de situações de 
vulnerabilidade independentemente da qualificação normativa de quem a exerce". 
Assim, com fulcro no Código de Defesa do Consumidor, especialmente em seus arts. 3º, 
12, 14, 18, 20 e 34 é de reconhecer, de fato, a previsão normativa para a 
responsabilização solidária do fornecedor aparente, porquanto beneficiário da marca de 
alcance global, em nome da teoria do risco da atividade.” (REsp 1.580.432-SP, Rel. 
Min. Marco Buzzi, por unanimidade, julgado em 06/12/2018, DJe 04/02/2019) 
 
II. Serviços Gratuitos 
Doutrinariamente, se caracteriza como serviço gratuito o recebimento de alguma 
vantagem, não necessariamente pecuniária, sendo assim, remuneração não é o sinônimo 
de lucro, consequentemente a remuneração citada no art 3º, §2º, pode ocorrer de forma 
indireta. Portanto alguns serviços e “doações” de produtos gratuitos, por exemplo, as 
amostras grátis podem ser consideradas relação de consumo. 
A remuneração indireta é a forma de pagamento onde o fornecedor recebe outras 
vantagens, diversas do pagamento direto através da entrega de um bem, como a realização 
futura de um negócio, a angariação de novos clientes, ou a divulgação de um produto ou 
marca. 
 17 
 
Jurisprudência: 
 
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO 
INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
FORNECIMENTO DE ENERGIA ELÉTRICA. CÓDIGO 
DE DEFESA DO CONSUMIDOR. APLICAÇÃO. 
ENQUADRAMENTO DE EMPRESA COMO 
CONSUMIDORA FINAL DO SERVIÇO. INVERSÃO DO 
ÔNUS DA PROVA. REVISÃO DO JULGADO. 
IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE REEXAME DE 
PROVA. SÚMULA 7/STJ. INCIDÊNCIA. 
1. A jurisprudência desta Corte firmou-se no sentido de que a 
relação entre concessionária de serviço público e o usuário final 
para o fornecimento de serviços públicos essenciais, tais como 
energia elétrica, é consumerista, sendo cabível a aplicação do 
Código de Defesa do Consumidor. 
2. No caso, concluiu a Corte estadual pelo enquadramento da 
agravante como fornecedora e da agravada como consumidora do 
serviço de fornecimento de energia elétrica, razão pela qual fez 
incidir as regras protetoras do Código de Defesa do Consumidor. 
3. Assim, para revisar tal fundamentação seria imprescindível o 
reexame do substrato probatório da lide, o que é defeso em 
recurso especial, ante o que preceitua a Súmula 7 desta Casa. 
4. O Superior Tribunal de Justiça possui orientação de que "a 
inversão do ônus da prova é faculdade conferida ao magistrado, 
não um dever, e fica a critério da autoridade judicial conceder tal 
inversão quando for verossímil a alegação do consumidor ou 
quando for ele hipossuficiente. A revisão do entendimento 
assinalado pelo acórdão esbarra na vedação sumular 7/STJ, pois 
depende da análise de matéria fático-probatória, o que se afigura 
inviável em Recurso Especial" (AgInt no REsp 1.569.566/MT, 
 18 
Rel. Ministro Herman Benjamin, Segunda Turma, julgado em 
7/3/2017, DJe 27/4/2017). 
5. Não havendo tese jurídica capaz de modificar o 
posicionamento anteriormente firmado, é de se manter a decisão 
agravada, por seus próprios fundamentos. 
6. Agravo interno a que se nega provimento. 
(AgInt no AREsp 1061219/RS, Rel. Ministro OG FERNANDES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 22/08/2017, DJe 25/08/2017) 
 
 
3. Da Política Nacional e as Relações de Consumo 
3.1 Artigo 4º 
 
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem 
por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, 
o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteçãode 
seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de 
vida, bem como a transparência e harmonia das relações de 
consumo, atendidos os seguintes princípios: 
I – reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no 
mercado de consumo; 
II – ação governamental no sentido de proteger 
efetivamente o consumidor: 
a) por iniciativa direta; 
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de 
associações representativas; 
c) pela presença do Estado no mercado de consumo; 
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões 
adequados de qualidade, segurança, durabilidade e 
desempenho. 
III – harmonização dos interesses dos participantes das 
relações de consumo e compatibilização da proteção do 
consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico 
 19 
e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se 
funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), 
sempre com base na boa-fé e equilíbrio nas relações entre 
consumidores e fornecedores; 
IV – educação e informação de fornecedores e 
consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à 
melhoria do mercado de consumo; 
V – incentivo à criação pelos fornecedores de meios 
eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e 
serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de 
conflitos de consumo; 
VI – coibição e repressão eficientes de todos os abusos 
praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência 
desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais 
das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam 
causar prejuízos aos consumidores; 
VII – racionalização e melhoria dos serviços públicos; 
VIII – estudo constante das modificações do mercado de 
consumo. 
 
O 4º Artigo do CDC reflete as normas reflete o art. 5º, XXXII da CF uma vez que 
traça diretrizes e fins colimados pelo Estado na consecução dos fins sociais priorizados 
pelo Constituinte e é considerado o fundamento da proteção do consumidor já que regula 
as relações de consumo. 
Caso não houvesse proteção do ser humano, como consumidor, na sua segurança, 
dignidade e saúde, não existiria também uma sociedade, tampouco mercado de consumo. 
É um ciclo ininterrupto necessário para a manutenção do mercado, que requer que o 
Estado interfira para que haja equilíbrio nas relações. 
Dos princípios introduzidos nesse artigo são esses: 
 
▪ Princípio da Vulnerabilidade: O Princípio da Vulnerabilidade é o princípio que 
representa o consumidor como a parte mais fraca na relação de consumo, porque a ele se 
submete de forma indireta ou direta as condições que lhe são impostas pelo mercado. A 
 20 
vulnerabilidade é a desigualdade material na relação de consumo que pode existir em 
razão de subordinação de uma parte à outra, por carência de conhecimentos específicos 
(técnico, jurídico ou de cibercultura) ou por baixa condição socioeconômica (fático). 
Deve-se ressaltar que nesse caso vulnerabilidade não é sinônimo de hipossuficiência, já 
que esta remete mais à esfera processual dentro do Direito do Consumidor. 
 
Segundo a doutrina, tal vulnerabilidade se apresenta em três situações: 
 
1. Técnica: ausência de conhecimentos específicos sobre o objeto, seja com 
relação às suas características, seja com relação à utilidade; 
2. Jurídica ou científica: ausência de conhecimento jurídico, contábil, 
econômico ou profissional; 
3. Fática: por disparidade de forças, física, intelectual ou socioeconômica. O 
fornecedor, sendo o detentor do poderio econômico encontra-se em posição 
de supremacia; 
 
▪ Princípio do Dever Governamental: O Princípio do Dever Governamental 
regula que compete ao Estado não somente editar as leis, mas também de intervir de forma 
efetiva, direta ou indireta no mercado de consumo, para assim proteger o consumidor de 
forma efetiva poder garantir os direitos do consumidor. Portanto, é função do Estado a 
manutenção de um mercado de consumo harmônico através da coibição de qualquer tipo 
de prática abusiva que possa causar danos aos consumidores, como mercadorias falsas, 
propagandas enganosas e formação de trustes. 
As ações governamentais no sentido de proteger de forma efetiva o consumidor 
podem ser: 
a) Por iniciativa direta; 
b) Por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas; 
c) Pela presença do Estado no mercado de consumo; 
d) Pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, 
segurança, durabilidade e desempenho. 
 
▪ Princípio da Harmonização dos Interesses e da Garantia de Adequação: O 
terceiro inciso apresenta o Princípio da harmonização dos interesses e da garantia de 
adequação e princípio do equilíbrio. Aqui destaca-se que por mais fundamental que seja 
 21 
a proteção ao consumidor, esta não pode chegar ao ponto de reprimir o desenvolvimento 
da atividade econômica. 
Pelo outro lado, o fornecedor também não pode atuar de forma a causar algum tipo 
de prejuízo à saúde, à segurança e o patrimônio do consumidor. É preciso se utilizar do 
bom senso. 
Tal princípio foi explicado por Leonardo de Medeiros Garcia como: 
"o objetivo da política nacional das relações de consumo deve ser 
a harmonização entre os interesses dos consumidores e dos 
fornecedores, compatibilizando a necessidade de 
desenvolvimento econômico e tecnológico com a defesa do 
consumidor". (GARCIA, Leonardo de Medeiros. Leis Especiais 
para Concursos - v.1 - Direito do Consumidor. 14ª ed., Editora 
JusPODIVM, 2020) 
 
▪ Princípio do Equilíbrio nas Relações de Consumo: O fundamento para que se 
criasse o CDC foi justamente a busca da igualdade substancial nas relações 
consumeristas já que se tornou notório a vulnerabilidade do consumidor perante o 
fornecedor. 
 
▪ Princípio da Educação e Informações dos Consumidores: O inciso IV trata do 
Princípio da Educação e Informações dos Consumidores, que diz que a maior e melhor 
fiscalização somente poderia ser alcançada de fato, através da conscientização dos 
consumidores quanto a seus direitos. Quanto maior a informação referente ao produto 
menor seria o espaço para conflitos. 
 
▪ Princípio da Boa-fé Objetiva: Foi uma inovação do CDC que, posteriormente, 
foi trazido pelo Código Civil de 2002. Visualizamos a boa-fé objetiva nos artigos 4º, III, 
CDC como um princípio que orienta as relações de consumo 
 
▪ Princípio do Incentivo ao Autocontrole: O Estado deve incentivar os 
fornecedores a tomarem medidas para solução de eventuais conflitos, visando maior 
proteção ao consumidor. Tal inciso do artigo 4º discorre do Princípio do Incentivo ao 
Autocontrole, que declara que os fornecedores também deveriam se preocupar com a 
qualidade dos serviços ou bens que disponibilizam no mercado. 
 22 
 
▪ Princípio da Coibição e Repressão de Abuso no Mercado: O Princípio da 
Coibição e Repressão de Abuso no Mercado é caracterizado pela proteção da ordem 
econômica e financeira contra atos que atentem contra a liberdade de iniciativa, 
concorrência desleal, a função social da propriedade e a dignidade do consumidor. 
 
▪ Princípio da Racionalização e Melhoria dos Serviços Públicos: O sétimo 
inciso trata do Princípio da Racionalização e Melhoria dos Serviços Públicos, que 
completa a informação trazida no 3º artigo do CDC, no sentido que o serviço público 
também deves ser submetido as regras de Direito do Consumidor. 
 
▪ Princípio do Estudo das Modificações do Mercado: O último inciso do artigo 
4º trata do Princípio do Estudo das Modificações do Mercado, que desenvolve a ideia 
que a normatização não deve se tornar obsoleta, devendo sempre ter de acompanhar os 
avanços sociais e tecnológicos. 
 
▪ Princípio do Acesso à Justiça no Código de Defesa do Consumidor: Não está 
positivado em um único artigo ou inciso, mas é analisado como um sistema por meio de 
artigos espalhados pelo CDC. 
 
 
 
Jurisprudência: 
 
PROCESSO CIVIL E DIREITO DO CONSUMIDOR.RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. 
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. 
AUSÊNCIA. JUNTADA DE DOCUMENTOS COM A 
APELAÇÃO. POSSIBILIDADE. VÍCIO DO PRODUTO. 
REPARAÇÃO EM 30 DIAS. RESPONSABILIDADE 
OBJETIVA DO COMERCIANTE. 
1. Ação civil pública ajuizada em 07/01/2013, de que foi extraído 
o presente recurso especial, interposto em 08/06/2015 e concluso 
ao Gabinete em 25/08/2016. Julgamento pelo CPC/73. 
 23 
2. Cinge-se a controvérsia a decidir sobre: (i) a negativa de 
prestação jurisdicional (art. 535, II, do CPC/73); (ii) a preclusão 
operada quanto à produção de prova (arts. 462 e 517 do CPC/73); 
(iii) a responsabilidade do comerciante no que tange à 
disponibilização e prestação de serviço de assistência técnica (art. 
18, caput e § 1º, do CDC). 
3. Devidamente analisadas e discutidas as questões de mérito, e 
fundamentado o acórdão recorrido, de modo a esgotar a prestação 
jurisdicional, não há que se falar em violação do art. 535, II, do 
CPC/73. 
4. Esta Corte admite a juntada de documentos, que não apenas os 
produzidos após a inicial e a contestação, inclusive na via 
recursal, desde que observado o contraditório e ausente a má-fé. 
5. À frustração do consumidor de adquirir o bem com vício, não 
é razoável que se acrescente o desgaste para tentar resolver o 
problema ao qual ele não deu causa, o que, por certo, pode ser 
evitado - ou, ao menos, atenuado - se o próprio comerciante 
participar ativamente do processo de reparo, intermediando a 
relação entre consumidor e fabricante, inclusive porque, 
juntamente com este, tem o dever legal de garantir a adequação 
do produto oferecido ao consumo. 6. À luz do princípio da boa-
fé objetiva, se a inserção no mercado do produto com vício traz 
em si, inevitavelmente, um gasto adicional para a cadeia de 
consumo, esse gasto deve ser tido como ínsito ao risco da 
atividade, e não pode, em nenhuma hipótese, ser suportado pelo 
consumidor. Incidência dos princípios que regem a política 
nacional das relações de consumo, em especial o da 
vulnerabilidade do consumidor (art. 4º, I, do CDC) e o da garantia 
de adequação, a cargo do fornecedor (art. 4º, V, do CDC), e 
observância do direito do consumidor de receber a efetiva 
reparação de danos patrimoniais sofridos por ele (art. 6º, VI, do 
CDC). 
7. Como a defesa do consumidor foi erigida a princípio geral da 
atividade econômica pelo art. 170, V, da Constituição Federal, é 
 24 
ele - consumidor - quem deve escolher a alternativa que lhe 
parece menos onerosa ou embaraçosa para exercer seu direito de 
ter sanado o vício em 30 dias - levar o produto ao comerciante, à 
assistência técnica ou diretamente ao fabricante -, não cabendo ao 
fornecedor impor-lhe a opção que mais convém. 
8. Recurso especial desprovido. 
(REsp 1634851/RJ, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, 
TERCEIRA TURMA, julgado em 12/09/2017, DJe 15/02/2018) 
 
3.2 Artigo 5º 
 
 
 Art. 5° Para a execução da Política Nacional das Relações 
de Consumo, contará o poder público com os seguintes 
instrumentos, entre outros: 
 I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita 
para o consumidor carente; 
 II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do 
Consumidor, no âmbito do Ministério Público; 
 III - criação de delegacias de polícia especializadas no 
atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de 
consumo; 
 IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e 
Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo; 
 V - concessão de estímulos à criação e desenvolvimento 
das Associações de Defesa do Consumidor. 
 
O artigo 5º do Código de Defesa do Consumidor estabelece os instrumentos pelos 
quais o Estado põe em prática o Plano Nacional das Relações de Consumo. As leis de 
função social caracterizam-se por impor as novas noções valorativas que devem orientar 
a sociedade, por isso torna-se essencial expor tais instrumentos. Trata-se de rol 
exemplificativo, não taxativo, ou seja, todos os órgãos (até mesmo os que não estão 
previstos na normal) devem estar alinhados com os objetivos e princípios descritos 
anteriormente no artigo 4º, são eles: 
 
 25 
▪ Principio do acesso à Justiça: Tal principio está implícito no inciso I do 
art. 5º, CDC e garante o acesso à justiça ao consumidor carente que não 
tem condições de arcar com as despesas de orientação e na defesa de seus 
direitos. 
▪ Ministério Público: Atua na defesa coletiva, na tutela dos interesses 
difusos, coletivos e individuais homogêneos. Atua, por exemplo, em casos 
de publicidade enganosa, práticas abusivas, produtos defeituosos entre e 
tudo mais que envolva o mercado de consumo e possa ser nocivo a 
economia, a dignidade, a vida e a saúde de modo geral. 
 
▪ Delegacias do Consumidor: As DECON são responsáveis por apurar 
possíveis infrações nas relações de consumos. Contudo, talvez por não 
serem muito conhecidas, a maioria dos casos vão para o PROCON. 
 
▪ Juizados Especiais: São responsáveis pela resolução de diversos conflitos 
envolvendo relação de consumo na esfera individual. Um exemplo de 
Estímulos à criação e desenvolvimento de Associações de Defesa do 
Consumidor são as associações que são legitimadas para propor ações 
coletivas em prol do consumidor. Algumas das mais famosas associações 
são a PROTESTE e a APADEC (associação paulista em defesa do 
consumidor). 
 
 
Jurisprudência: 
 
PROCESSUAL CIVIL E DIREITO DO CONSUMIDOR. 
DEMANDA COLETIVA PROPOSTA PELA COMISSÃO 
DE DEFESA DO CONSUMIDOR DA ASSEMBLÉIA 
LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. 
INDEFERIMENTO DA INICIAL. ENTENDIMENTO DA 
JULGADORA DE QUE FALTARIA LEGITIMIDADE 
ATIVA À DEMANDANTE. REFORMA DA SENTENÇA. 
O Código de Proteção ao Consumidor, ao dispor, no Capítulo II, 
da “Política Nacional de Relações de Consumo”, não poderia 
deixar de prever os instrumentos para a implementação da tutela 
 26 
especial de proteção ao consumidor, como, por exemplo, a 
concessão de estímulos à criação e desenvolvimento das 
Associações de Defesa do Consumidor (art. 5º, V), que exercem 
papel fundamental na instrumentalização dessa tutela efetiva, não 
apenas na tentativa de solução amigável para os conflitos 
surgidos, mas sobretudo na propositura de ações coletivas. O 
referido diploma, em seu artigo 82, buscou ampliar o rol de 
entidades legitimadas para a propositura de demandas coletivas, 
visando sempre a proteção do consumidor, hipossuficiente nas 
relações jurídicas formadas com os prestadores de serviços. 
 
Recurso provido, para o fim de determinar o recebimento da 
petição inicial, prosseguindo-se o feito nos seus ulteriores termos. 
 
(Apelação Cível nº 60.029/2007, Décima Sexta Câmara Cível, 
Tribunal de Justiça do RJ, Relator: Lindolpho Morais Marinho, 
Julgado em 08/04/2008) 
 
JUSTIÇA GRATUITA - Pedido indeferido em primeiro grau 
– Determinação de comprovação do estado de necessidade em 
cumprimento ao artigo 99, §2º do CPC – Documentação juntada 
que comprova a hipossuficiência financeira - Recurso provido, 
neste tópico para apreciação do recurso e efeitos "ex nunc". 
DECLARATÓRIA – Inexistência de débito – Duplicata – 
Inexistência de prova da prestação de serviços – Duplicata é titulo 
causal que deve ser emitida apenas nos casos de prestação de 
serviços ou compra e venda - Duplicata emitida sem lastro – 
Dever de pagamento afastado na r. sentença que deve ser mantido 
– Artigo 252 do RITJ – Recurso não provido, neste tópico. (TJSP; 
Apelação 1003989-35.2014.8.26.0445; Relator (a): Achile 
Alesina; Órgão Julgador: 38ª Câmara de Direito Privado; Foro de 
Pindamonhangaba - 2ª Vara Cível; Data do Julgamento: 
23/08/2017; Data de Registro: 24/08/2017) 
 
 27 
4. Dos Direitos Básicos do Consumidor 
4.1 Artigo 6º 
 
 Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
 I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos 
provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviçosconsiderados perigosos ou nocivos; 
II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado 
dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e 
a igualdade nas contratações; 
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes 
produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, 
características, composição, qualidade, tributos incidentes e 
preço, bem como sobre os riscos que apresentem; (Redação 
dada pela Lei nº 12.741, de 2012) 
IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, 
métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra 
práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de 
produtos e serviços; 
V - a modificação das cláusulas contratuais que 
estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em 
razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente 
onerosas; 
VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais 
e morais, individuais, coletivos e difusos; 
VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com 
vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e 
morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção 
Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados; 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com 
a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, 
quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12741.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12741.htm#art3
 28 
for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de 
experiências; 
 X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos 
em geral. 
Parágrafo único. A informação de que trata o inciso III 
do caput deste artigo deve ser acessível à pessoa com 
deficiência, observado o disposto em regulamento. (Incluído 
pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência) 
 
 O artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor tem por objetivo informar os 
direitos básicos do consumidor elencados no CDC e é fundamento único ou fonte única 
do dever de segurança ou de cuidados dos fornecedores quando colocam produtos e 
serviços no mercado brasileiro. São eles: 
▪ Direito à proteção da vida, saúde e segurança: Trata-se do direito mais 
básico e mais importante dos direitos do consumidor, ainda mais tendo em 
vista que a nossa sociedade é repleta de riscos (produtos, serviços e mesmo 
práticas comerciais podem ser danosas para os consumidores). Estes direitos 
estão consolidados em todas as normas de proteção contratual. 
Trata-se da dignidade da pessoa humana e é uma garantia fundamental que 
respalda todos os demais princípios e normas. 
Assim, antes de comprar um produto ou utilizar um serviço, o consumidor 
deve ser alertado pelo fornecedor de todos os possíveis riscos que podem 
oferecer à sua saúde ou segurança. 
▪ Direito à educação sobre o consumo, liberdade de escolha e igualdade 
nas contratações: O consumidor tem o direito de ser orientado sobre o uso 
dos produtos e serviços, o direito de escolher o produto ou serviço que achar 
melhor. 
a. Direito a Informação: O consumidor tem o direito a receber informação 
antes de comprar qualquer produto ou contratar qualquer serviço. Para isso, 
o fornecedor tem a obrigação de esclarecer tudo o que for necessário sobre 
produto e o serviço, mesmo que este ainda não tenha sido adquirido pelo 
consumidor. A informação deve ser verdadeira e eficaz, deixando claros os 
riscos inerentes ao produto; 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art100
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art100
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art127
 29 
▪ Direito de proteção contra publicidade enganosa ou abusiva: Esse 
direito está disciplinado no inciso IV do artigo 6º, CDC e embasa a boa-fé 
e transparência na relação de consumo. Esse dispositivo prevê que o 
consumidor tem o direito de exigir que tudo o que for anunciado seja 
cumprido, caso contrário, é direito do consumidor cancelar o contrato e 
receber reembolso. 
▪ Direito a proteção contratual: O código protege o consumidor quando as 
cláusulas do contrato não são cumpridas ou se forem prejudiciais aos 
interesses do consumidor, sendo passíveis de anulação ou modificação por 
ordem judicial. 
▪ Direito à prevenção e reparação de danos: É direito do consumidor a 
reparação de danos pautada tanto pelo prejuízo sofrido pelo consumidor 
quanto no caráter punitivo para o fornecedor. 
▪ Inversão do ônus da prova: O inciso III do artigo promove a defesa dos 
direitos do consumidor permitindo a inversão do ônus da prova se forem 
preenchidos os critérios de verossimilhança das alegações e 
hipossuficiência do consumidor. 
 
O artigo contém um rol exemplificativo, e não taxativo, de alguns dos mais 
importantes direitos do consumidor, derivados do princípio da vulnerabilidade e da busca 
pelo equilíbrio entre as partes. 
 
I. A Responsabilidade do Fornecedor em Relações de Consumo 
 
Para entendermos a responsabilidade do fornecedor, devemos entender 
primeiramente o que é a Responsabilidade Civil. A responsabilidade civil é um 
mecanismo de reparação dos danos causados 
 ↪︎ Fato — Nexo Causal — Dano 
 
 Responsabilidade Subjetiva x Responsabilidade Objetiva 
 
A Responsabilidade Subjetiva demanda a comprovação da culpa ou dolo. Ela foca 
na conduta do sujeito, definindo a presença ou ausência de nexo causal (e da 
 30 
responsabilidade) a partir de bases subjetiva. O fundamento do dever de reparação está 
associado, além da culpa, à presença do juízo de reprovabilidade do sujeito. 
 Já a Responsabilidade Objetiva não é fundada na culpa e na reprovabilidade. Passa-
se a analisar os juízos objetivos, o dano. Pauta-se no RISCO causado pela conduta do 
agente. 
Risco: probabilidade do dano; chance do evento danoso ocorrer. 
A partir do CDC, quando falamos da responsabilidade do fornecedor, estamos 
falando de uma Responsabilidade Objetiva. Pensa-se no risco causado pela atividade 
do fornecedor, quando ele atua com profissionalismo. Não precisa provar sua culpa. 
Ex.: Taxista responde objetivamente por algum acidente de trânsito. Eu, como 
motorista do meu carro, respondo subjetivamente por algum acidente que causar. Obs.: 
Exceção da regra da Responsabilidade Objetivo é do profissional liberal, que tem maior 
proximidade em relação consumidor e responde subjetivamente. 
Podemos dizer, então, que a responsabilidade do fornecedor depende das 
circunstâncias e o modo como a pessoa estaria engajada com a atividade. O 
profissionalismo não deve ser visto de modo formal, mas o exercício da atividade. Então, 
mesmo que a prestação de serviço não seja habitual, pode ser observado um 
profissionalismo. 
 
Jurisprudência: 
 
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. 
COMPRA E VENDA DE IMÓVEL. 
RESCISÃO CONTRATUAL. COMISSÃO DE 
CORRETAGEM. TRANSFERÊNCIA DA OBRIGAÇÃO 
AO CONSUMIDOR. DEVER DE INFORMAÇÃO. 
AUSÊNCIA. AGRAVO INTERNO NÃO PROVIDO. 
1. É indevido o pagamento da comissão de corretagem pelos 
promitentes compradores de imóvel, na hipótese de não haver 
destaque, nem mesmo na fase pré-contratual, do valor decorrente 
da despesa de intermediação imobiliária em relação ao preço total 
da unidade autônoma (inobservância do dever de informação). 
Orientação firmada em repetitivo (Tema 939/STJ). 
2. Agravo interno a que se nega provimento. 
 31 
(AgInt no REsp 1802385/SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, 
QUARTA TURMA, julgado em 20/08/2019, DJe 09/09/2019) 
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AÇÃO 
DE COBRANÇA. SEGURO DE VIDA EM GRUPO. 1. 
NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL NÃO 
VERIFICADA. 2. 
COBERTURA DE INVALIDEZ FUNCIONAL 
PERMANENTE TOTAL POR DOENÇA. 
INTERPRETAÇÃO SOB A LUZ DO CÓDIGO DE DEFESA 
DO CONSUMIDOR. DESCUMPRIMENTO DO DEVER 
DE INFORMAÇÃO ACERCA DOS LIMITES DA 
COBERTURA CONTRATADA.RECONHECIMENTO NA 
ORIGEM. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 5 E 7/STJ. 3. 
PEDIDO DE APLICAÇÃO DE MULTA PREVISTA NO 
ART. 1.021, § 4°, DO CPC/2015. NÃO CABIMENTO. 4. 
LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. INEXISTÊNCIA. 5. AGRAVO 
IMPROVIDO. 
1. Não há violação ao art. 1.022 do CPC de 2015, porquanto o 
acórdão recorrido dirimiu a causa com base em fundamentação 
sólida, sem nenhuma omissão ou contradição. Ademais, o órgão 
julgador não está obrigado a responder a questionamentos das 
partes, mas apenas a declinar as razões de seu convencimento 
motivado, o que de fato ocorreu nos autos. 
2. A alteração do entendimento firmado no aresto impugnado, 
com base na aplicação do Código de Defesa do Consumidor, no 
sentido de que não ficou comprovada a ciência inequívoca do 
segurado no tocante às cláusulas contratadas, assim como de sua 
incapacidade laborativa, só seria possível mediante o 
revolvimento do acervo fático-probatório e de cláusulas 
contratuais dos autos, providência vedada nesta instância 
extraordinária em decorrência do disposto nas Súmulas 5 e 7 do 
STJ. 
3. A aplicação da multa prevista no § 4º do art. 1.021 do 
CPC/2015 não é automática, não se tratando de mera decorrência 
 32 
lógica do desprovimento do agravo interno em votação unânime. 
A condenação da parte agravante ao pagamento da aludida multa, 
a ser analisada em cada caso concreto, em decisão fundamentada, 
pressupõe que o agravo interno se mostre manifestamente 
inadmissível ou que sua improcedência seja de tal forma evidente 
que a simples interposição do recurso possa ser tida, de plano, 
como abusiva ou protelatória, o que, contudo, não se verifica na 
hipótese ora examinada. 
4. Pedido de condenação por litigância de má-fé. Não se 
vislumbra a ocorrência de nenhuma das hipóteses autorizativas 
previstas no art. 
80 do CPC/2015. Frise-se que não se pode confundir má-fé com 
a equivocada interpretação do direito. 
5. Agravo interno a que se nega provimento. 
(AgInt no REsp 1697809/SC, Rel. Ministro MARCO AURÉLIO 
BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 05/12/2017, DJe 
19/12/2017) 
 
4.2 Artigo 7º 
 
Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem 
outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de 
que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de 
regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas 
competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais 
do direito, analogia, costumes e equidade. 
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos 
responderão solidariamente pela reparação dos danos 
previstos nas normas de consumo. 
 
 Este artigo surge como guardião ainda maior dos interesses do consumidor. 
Embora não seja explícito, ao assinalar que os direitos previstos no CDC não excluem 
outros decorrentes de outras normas, como por exemplo, tratados ou convenções 
internacionais e legislação interna, e por isso, expande a natureza protetiva da lei em favor 
 33 
do consumidor. O artigo reitera o caráter taxativo do rol presente no Art. 6º e deixa claro 
que se deve sempre ampliar a tutela ao consumidor. 
 Além disso, o artigo 7º do CDC apresenta a responsabilidade solidária entre os 
fornecedores, notadamente quando se verifica a participação direta ou indireta na relação 
de consumo. 
Portanto, a responsabilidade entre os fornecedores é solidária entre todos aqueles 
que contribuíram para o ciclo de vida/cadeia de fornecimento que faz o produto chegar 
ao consumidor. Isso pode ser justificado pois o dano resulta da atividade daquelas pessoas 
de fazer o produto chegar até o consumidor. 
Observando o CDC, podemos verificar que a análise do caso concreto para atribuir 
a solidariedade na responsabilidade é irrelevante e não se sobrepõe aos interesses e 
direitos do consumidor, já que pelo simples fato de haver relação de consumo, resta 
caracterizada a solidariedade dos fornecedores frente ao consumidor. Então, qualquer um 
do ciclo deve responder integralmente pelo prejuízo. Todavia, o que responder tem, 
depois, a possibilidade de ação de regresso contra ao real responsável. 
O legislador criou essa regra de solidariedade para fortalecer e aumentar as chances 
do consumidor alcançar a sua devida reparação. A discussão de culpa não deve ser objeto 
de discussão para consumidor a fim dele receber sua reparação. A busca pela culpa deve 
estar presente em uma discussão entre os próprios participantes da cadeia produtiva, que 
irão aferir a responsabilidade subjetiva entre eles. 
 
Dano pode ser moral ou material 
 
Evidenciada pela posição da lista dos direitos básicos, como também pela disciplina 
da responsabilidade e pelo fato do produto e do serviço. Assim, O Código de Defesa do 
Consumidor abrange a dimensão patrimonial e extrapatrimonial, como é o exemplo do 
inciso VI do art. 6º, CDC. Podendo o dano ser individual ou coletivo 
 
Jurisprudência: 
 
 
 
AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO (ART. 544 DO 
CPC) - AUTOS DE AÇÃO ORDINÁRIA DE 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS - 
 34 
DECISÃO MONOCRÁTICA CONHECENDO DO 
RECLAMO, PARA, DE PLANO, NEGAR SEGUIMENTO 
AO APELO NOBRE. IRRESIGNAÇÃO DA COMPANHIA 
AÉREA. 
1. É iterativa a jurisprudência deste Superior Tribunal de Justiça 
no sentido de prevalência das normas do Código de Defesa do 
Consumidor, em detrimento das disposições insertas em 
Convenções Internacionais, como as Convenções de Montreal e 
de Varsóvia, aos casos de falha na prestação de serviços de 
transporte aéreo internacional, por verificar a existência da 
relação de consumo entre a empresa aérea e o passageiro, haja 
vista que a própria Constituição Federal de 1988 elevou a defesa 
do consumidor à esfera constitucional de nosso ordenamento. 
Súmula 83/STJ. Precedentes. 
2. O acolhimento da tese vertida no recurso especial não se limita 
à valoração das provas dos autos, pois a alteração a cognição 
exarada no decisum impugnado a respeito da ocorrência do dano 
material, exige, na verdade, o reexame das provas e dos fatos 
colacionados aos autos, o que, forçosamente, atrai o óbice da 
Súmula 7 deste Superior Tribunal de Justiça, sendo manifesto o 
descabimento do recurso especial. 
3. A indenização por danos morais fixada em quantum em 
harmonia ao princípio da razoabilidade não enseja a possibilidade 
de interposição do recurso especial, dada a necessidade de exame 
de elementos de ordem fática, cabendo sua revisão apenas em 
casos de manifesta excessividade ou irrisoriedade do valor 
arbitrado, o que não se evidencia no presente caso. Incidência da 
Súmula n. 7/STJ. 
4. Agravo regimental desprovido. 
(AgRg no AREsp 145.329/RJ, Rel. Ministro MARCO BUZZI, 
QUARTA TURMA, julgado em 20/10/2015, DJe 27/10/2015) 
PROCESSO CIVIL, CIVIL E CONSUMIDOR. 
TRANSPORTE RODOVIÁRIO DE PESSOAS. ACIDENTE 
DE TRÂNSITO. DEFEITO NA PRESTAÇÃO DO 
 35 
SERVIÇO. PRESCRIÇÃO. PRAZO. ART. 27 DO CDC. 
NOVA INTERPRETAÇÃO, VÁLIDA A PARTIR DA 
VIGÊNCIA DO NOVO CÓDIGO CIVIL. - O CC/16 não 
disciplinava especificamente o transporte de pessoas e coisas. Até 
então, a regulamentação dessa atividade era feita por leis esparsas 
e pelo CCom, que não traziam dispositivo algum relativo à 
responsabilidade no transporte rodoviário de pessoas.- Diante 
disso, cabia à doutrina e à jurisprudência determinar os contornos 
da responsabilidade pelo defeito na prestação do serviço de 
transporte de passageiros. Nesse esforço interpretativo, esta Corte 
firmou o entendimento de que danos causados ao viajante, 
em decorrência de acidente de trânsito, não importavam em 
defeito na prestação do serviço e; portanto, o prazo prescricional 
para ajuizamento da respectiva ação devia respeitar o CC/16, e 
não o CDC. - Com o advento do CC/02, não há mais espaço para 
discussão. O art. 734 fixa expressamente a responsabilidade 
objetiva do transportador pelos danos causados às pessoas por ele 
transportadas, o que engloba o dever de garantir a segurança do 
passageiro, de modoque ocorrências que afetem o bem-estar do 
viajante devem ser classificadas de defeito na prestação do 
serviço de transporte de pessoas. - Como decorrência lógica, os 
contratos de transporte de pessoas ficam sujeitos ao prazo 
prescricional específico do art. 27 do CDC. Deixa de incidir, por 
ser genérico, o prazo prescricional do Código Civil. Recurso 
especial não conhecido. (Recurso Especial nº 958.833, Terceira 
Turma, Superior Tribunal de Justiça, Relator: Nancy Andrighi, 
Julgado em 08/02/2008) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 36 
BIBLIOGRAFIA 
 
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jurisprudência. 4ª Ed. Juspodivm, 2016. 
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5. MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no código de defesa do consumidor: o 
novo regime das relações contratuais. 5. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 
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Consumidor. 1. ed., São Paulo: Revista dos Tribunais, 2007. 
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setembro de 1990. Dispõe sobre a proteção do consumidor e dá outras 
providências. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 12 set. 
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11. http://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/direito-do-consumidor-1.htm 
12. http://www.tjrj.jus.br 
13. https://siteantigo.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/principios-nas-
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defesa-do-consumidor-abordagem-dos-incisos-i-ao-iv

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