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BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E SEUS FUNDAMENTOS Programa de Pós-Graduação EAD UNIASSELVI-PÓS Autoria: Débora Suzane Gomes Mendes 1ª Edição CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090 Reitor: Prof. Hermínio Kloch Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: Carlos Fabiano Fistarol Ilana Gunilda Gerber Cavichioli Jóice Gadotti Consatti Norberto Siegel Julia dos Santos Ariana Monique Dalri Marcelo Bucci Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais Diagramação e Capa: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Copyright © UNIASSELVI 2019 Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. M538b Mendes, Débora Suzane Gomes Base nacional comum curricular e seus fundamentos. / Débora Suzane Gomes Mendes. – Indaial: UNIASSELVI, 2019. 145 p.; il. ISBN 978-85-7141-354-2 ISBN Digital 978-85-7141-355-9 1.Base nacional comum curricular. - Brasil. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 370.110981 Impresso por: Sumário APRESENTAÇÃO ............................................................................5 CAPÍTULO 1 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (Bncc) ...........................................7 CAPÍTULO 2 O Processo de Tramitação, Aprovação e Homologação da BNCC ............................................................51 CAPÍTULO 3 A Estrutura da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Para a Educação Básica .........................105 APRESENTAÇÃO Olá, acadêmico! O Livro de Estudos Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e seus fundamentos tem como propósito analisar a matriz comum curricular que determina a reformulação das propostas curriculares e ações didáticas pedagógicas das escolas públicas e privadas do Brasil. O livro está dividido em três capítulos, nos quais apresentamos objetivos, conteúdos acerca da temática, atividades de estudo, sugestões de leitura e sites para aprofundar o seu estudo. No Capítulo 1, intitulado “O Processo de Construção da Base Nacional Co- mum Curricular (BNCC)”, você compreenderá os conceitos e os principais marcos legais do processo de elaboração da BNCC, assim como identificará a metodolo- gia utilizada em sua produção e os efeitos da BNCC para a educação brasileira. No Capítulo 2, que tem como título “O Processo de Tramitação, Aprovação e Homologação da BNCC”, você identificará as mudanças implementadas na versão atual da BNCC, analisando o processo de tramitação, aprovação e homologação da BNCC e o processo de implementação da BNCC na educação brasileira. No Capítulo 3, “A Estrutura da BNCC para a Educação Básica”, conhecerá as determinações da BNCC para a educação infantil e o ensino fundamental, identificando os avanços que a BNCC propõe para a educação infantil e para o ensino fundamental. Portanto, ressaltamos que os conhecimentos discutidos neste livro servirão para capacitá-lo para atuar na educação como um professor atualizado e consciente das mudanças que a educação brasileira tem enfrentado nos dias atuais. Isso poderá permitir uma ação pedagógica mais eficiente em sua sala de aula. Como consequência, poderá contribuir para elevar a qualidade do processo de aprendizagem dos seus alunos e das condições da educação do nosso país. CAPÍTULO 1 O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA BASE NACIONAL COMUM CURRICU- LAR (BNCC) A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: � definir o que é a BNCC; � conhecer o histórico da BNCC; � identificar a metodologia utilizada para a construção da BNCC; � avaliar a importância da BNCC para a educação do nosso país. 8 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos 9 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 1 CONTEXTUALIZAÇÃO A sociedade atual se encontra em um momento de profunda mudança social, cultural, política, educacional, dentre outras. A escola como parte fundamental dessa sociedade não fica de fora desse processo de transição, pelo contrário, para entendermos as alterações sociais dos dias de hoje é elementar direcionar o nosso olhar para o espaço escolar, buscando compreender a construção das propostas curriculares que compõem a formação dos estudantes brasileiros. O currículo não se trata apenas de um documento, pelo contrário, tem o poder de determinar as condições de acesso da educação nas escolas, aumentar ou diminuir as desigualdades existentes na sociedade. Assim, em reconhecimento a relevâncias das propostas curriculares para a educação básica, leis, decretos e diretrizes, debatem a necessidade da construção de uma base comum curricular para as instituições educativas do nosso país. Essa base foi denominada de Base Nacional Comum Curricular (BNCC), a matriz que determina as aprendizagens essenciais para a educação básica do Brasil. Nesse sentido, é pertinente enquanto educadores (as) ou futuros educadores (as) questionarmos: “O que é a BNCC?”, “Qual o seu objetivo para a educação brasileira?”, “Quem irá construir a BNCC?”, “Qual a metodologia para a elaboração da BNCC?”, “Quem iniciou o debate acerca de uma base comum curricular na realidade educativa brasileira?”. Ao longo deste capítulo apresentaremos o conceito, o histórico, a metodologia de construção da BNCC, como também, identificar indícios de seus efeitos para a educação brasileira. Convidamos você para aprender a respeito da construção da BNCC, de modo que a nossa discussão poderá prepará-lo para atuar como um professor que compreende as mudanças que estão sendo implementadas em nossas escolas. 2 OS MARCOS LEGAIS DO PROCESSO DE ELABORAÇÃO DA BNCC NO BRASIL Antes de adentrarmos na apresentação dos marcos legais da construção da BNCC brasileira, é fundamental você compreender o conceito de currículo e a necessidade educacional de uma base comum curricular para todos os estudantes 10 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos brasileiros. Por isso, de forma breve, iremos dialogar sobre esses assuntos para uma melhor compreensão da BNCC brasileira. Iniciamos o nosso estudo analisando o conceito de currículo. Para Pacheco (2005, p. 35), “o lexema currículo, proveniente do étimo currere (significa caminho, jornada, trajetória, percurso a seguir), encerra duas ideias principais: uma sequência ordenada, outra noção de totalidade de estudos”. No entanto, o que é currículo? De acordo com Moreira (1997, p. 11), na educação, currículo é compreendido como um: [...] instrumento utilizado por diferentes sociedades tanto para desenvolver os processos de conversação, transformação e renovação dos conhecimentos historicamente acumulados como para socializar as crianças e os jovens segundo valores tidos como desejáveis. O currículo é um importante instrumento para o desenvolvimento da educação, construído socialmente ao longo do tempo. Sacristán (2013, p. 20) afirma que a função do currículo é a de normatizar os conteúdos escolares e as práticas educativas no processo de ensino e aprendizagem, servindo como um instrumento para serviço da escolarização: [...] um instrumento que tem a capacidade de estruturar a escolarização, a vida nos centros educacionais e as práticas pedagógicas, pois dispõe, transmite e impõe regras, normas e uma ordem que são determinantes. Esse instrumento e sua potencialidade se mostram por meio de seus usos e hábitos, do funcionamento da instituição escolar, na divisão do tempo, na especializaçãodos professores e, fundamentalmente, na ordem da aprendizagem. Em concordância com Sacristán (2013), ressaltamos que a função do currículo é a de orientar, segmentar, classificar os diversos conhecimentos que integram a escolarização. Segundo Arroyo (2013, p. 13), “na construção espacial do sistema escolar, o currículo é o núcleo e o espaço central mais estruturante da função da escola”, pois é ele que estabelece uma ordem, organizando o conteúdo da aprendizagem e do ensino dentro de um sistema escolar (SACRISTÁN, 2013). “O lexema currículo, proveniente do étimo currere (significa caminho, jornada, trajetória, percurso a seguir), encerra duas ideias principais: uma sequência ordenada, outra noção de totalidade de estudos”. Para ampliar os seus estudos sobre currículo, leia a obra “Escritos Curriculares”, do autor José Augusto Pacheco (2005). 11 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DO CURRÍCULO ESCOLAR FONTE: <https://www.colegiosaojoaquim.com.br/orientacao- educacional/>. Acesso em: 8 nov. 2018. Nesse processo de organização dos conteúdos e práticas escolares, eleger determinados conhecimentos em detrimento de outros é um dos grandes desafios do currículo, constituindo-se como uma das questões centrais dos estudos e das pesquisas curriculares: “Qual conhecimento deve ser ensinado na educação básica?”. A escolha dos conteúdos educativos não é uma decisão neutra, pois envolve decisões culturais e políticas. Nesse sentido, Apple (2006, p. 50) ressalta que: Pelo fato de essa seleção e organização envolverem escolhas sociais e ideológicas conscientes e inconscientes, a tarefa primordial dos pesquisadores do currículo é relacionar esses princípios de seleção e organização do conhecimento ao ambiente institucional e interacional nas escolas e depois a um âmbito mais amplo de estruturas institucionais que cercam as salas de aula. Podemos perceber, nas palavras do autor, que a organização curricular é determinada por fatores internos da escola, como também por elementos sociais, políticos e ideológicos. Tais elementos geram desigualdades entre a educação para a classe trabalhadora e a classe burguesa, contribuindo para a exclusão social, as desigualdades e a manutenção da dominação burguesa. 12 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos Para você aprofundar os seus conhecimentos a respeito da seleção dos conteúdos curriculares e as relações de poder, leia a obra “Ideologia e Currículo”, de Michael Whitman Apple (2006). FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO DO CURRÍCULO E AS IDEOLOGIAS FONTE: <https://brechodocarioca.wordpress.com/2016/02/27/como-o-governo-quer-tirar- filosofia-e-sociologia-do-curriculo-escolar-sem-voce-perceber/>. Acesso em: 8 nov. 2018. Assim, surge a necessidade de pensarmos em uma nova organização curricular que tenha por objetivo a formação integral de todos os cidadãos, servindo como instrumento na diminuição das desigualdades no processo de ensino e de aprendizagem da educação básica. Nesse contexto de garantia de direitos, é fundamental uma base comum curricular para assegurar valores, competências e conhecimentos para todas as pessoas, como afirma Rodrigues (2016, p. 76) acerca da elaboração da BNCC no Brasil: [...] A base se apresenta como uma proposta de currículo que descreve os objetivos de aprendizagem, que são os saberes previstos à aprendizagem do estudante em qualquer parte do território brasileiro. Ela justifica-se na expectativa de minimização da desigualdade de oportunidades [...]. Seu fim seria o de estabelecer os objetivos de aprendizagem e desenvolvimento das diversas áreas do conhecimento, propiciando a reforma das propostas curriculares e conduzindo um repensar para a política de avaliação do país. 13 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 Em consonância com a autora, observamos que a construção da BNCC é uma das possíveis estratégias educativas para elevar a qualidade da educação básica pública e garantir o direito à educação para todos os brasileiros. Então, a ideia de um currículo nacional foi criação dos estudiosos, políticos, pesquisadores, educadores brasileiros? Veja bem, a construção de um currículo nacional não é exclusividade do Brasil, pelo contrário, diversos países implantaram currículos nacionais em seus sistemas de ensino, como exemplo temos o Chile, a Colômbia, a África do Sul, dentre outros. Nesse momento do estudo, acreditamos que você, acadêmico, deve ter se questionado: “Afinal, o que é a BNCC?”. Para Verde (2015, p. 82): Uma das possíveis interpretações a partir de uma legislação difusa é que a Base Nacional Comum é uma matriz comum aos currículos de todos os sistemas de ensino, construída a partir das diretrizes colocadas pela própria LDB, como também pelo conjunto de pareceres e resoluções pertinentes às Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica, organizados e publicados em um documento único em 2013. A autora destaca um ponto importante: a BNCC é uma “matriz comum aos currículos” (VERDE, 2015, p. 82), ou seja, não é um currículo. De modo objetivo, vamos conceituar a BNCC como o pilar que sustenta a construção dos currículos escolares na educação infantil e no ensino fundamental das escolas públicas e privadas. A construção da BNCC é uma das possíveis estratégias educativas para elevar a qualidade da educação básica pública e garantir o direito à educação para todos os brasileiros. A BNCC é uma “matriz comum aos currículos” (VERDE, 2015, p. 82), ou seja, não é um currículo. FIGURA 3 – REPRESENTAÇÃO DA BNCC COMO MATRIZ CURRICULAR FONTE: <https://www.eloseducacional.com/bncc/>. Acesso em: 3 nov. 2018. 14 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos Percebemos que as determinações e orientações da BNCC perpassam pelas diversas esferas educativas até que possam chegar na sala de aula, estruturando o processo de ensino e de aprendizagem, com foco na melhoria das práticas educativas e na garantia do direito à aprendizagem. Assim, é relevante apresentarmos, ainda, a definição de BNCC que consta no documento oficial do governo: A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica, de modo que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE) [...]. Referência nacional para a formulação dos currículos dos sistemas e das redes escolares dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das propostas pedagógicas das instituições escolares, a BNCC integra a política nacional da Educação Básica e vai contribuir para o alinhamento de outras políticas e ações, em âmbito federal, estadual e municipal, referentes à formação de professores, à avaliação, à elaboração de conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da educação (BRASIL, 2017b, p. 7). Notamos, na citação, que a BNCC é a referência nacional para a construção dos currículos dos diversos níveis da educação básica, bem como serve para integrar a política nacional de educação básica e outras medidas legislativas educacionais (BRASIL, 2017b). Entretanto, apesar da BNCC orientar a elaboração dos currículos das escolas brasileiras e implementar medidas políticas educacionais, os gestores, os coordenadores pedagógicos e os professores permanecem com a liberdade para selecionar as metodologias de ensino e as práticaseducativas mais adequadas para a sua realidade educativa e para os seus estudantes. FIGURA 4 – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR FONTE: <http://inoveduc.com.br/o-que-e-bncc/>. Acesso em: 2 nov. 2018. 15 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 De acordo com Rodrigues (2016), o principal objetivo da BNCC, dentre outros, é o de assegurar a todos o direito à aprendizagem. Assim, são ofertadas, às escolas brasileiras, orientações para a formulação e reformulação dos currículos, respeitando as diferenças de cada região do nosso país e buscando a comunicação entre as diversas áreas do conhecimento. O principal objetivo da BNCC, dentre outros, é o de assegurar a todos o direito à aprendizagem. Para você conhecer o documento da BNCC, elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), que apresenta os conceitos, os fundamentos pedagógicos e a estrutura da BNCC, acesse o site oficial do governo: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso em: 7 dez. 2018. Todavia, a defesa da garantia do direito à aprendizagem para todas as pessoas não é exclusividade dos dias atuais com a implementação da BNCC. Ao longo da história do movimento educacional nacional, podemos identificar leis e decretos que buscaram implementar o direito à educação pública para todos e embasam o processo de elaboração da BNCC. FIGURA 5 – CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL DE 1988 FONTE: <https://alumiantiacademia.files.wordpress.com/2018/05/ cf-e1525894507114.jpg>. Acesso em: 2 nov. 2018. 16 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos Dentre os marcos legais que fundamentam o direito à educação e a construção da BNCC, destacamos a Constituição Federal do Brasil de 1988, em seus artigos 205 e 210. O art. 205 assegura a educação como direito de todos e dever compartilhado entre o Estado, a sociedade e a família. Ainda, o art. 210 orienta a fixação de conteúdos mínimos para o ensino fundamental, garantindo a formação básica comum e valorizando os aspectos culturais, nacionais e regionais (BRASIL, 1988). Você quer conhecer a Constituição Federal do Brasil de 1988 e as suas contribuições para a construção da BNCC? Acesse o site oficial do governo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/ constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 7 dez. 2018. A Lei n° 9.394/96 regulamenta uma base nacional comum para a educação básica brasileira: Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, e por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela (BRASIL, 1996). Essa determinação insere a concepção de uma base nacional comum a ser contemplada no sistema de ensino da educação básica, que deverá ser adaptada para as regiões brasileiras, fato que é mais detalhado no inciso IV do art. 9º da Lei n° 9.394/96: Art. 9º A União incumbir-se-á de: [...] IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum (BRASIL, 1996). A partir das determinações, é estabelecido que as competências e diretrizes para a educação básica são comuns e os currículos são diversos para motivarem o desenvolvimento de competências. São meios de construir uma formação básica comum nas escolas brasileiras. Essas concepções foram fundamentais para a construção da BNCC no Brasil. 17 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 Para conhecer a Lei Nacional de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), Lei n° 9.394/96, e as suas determinações acerca da educação brasileira, acesse o site oficial do governo: <http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 7 dez. 2018. Segundo Rodrigues (2016), em 1997, foram lançados os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. Em seguida, em 1998, os PCN passaram a contemplar do sexto ao nono ano e, em 2000, o ensino médio. O objetivo dos PCN foi o de propor a reformulação e a reorientação curricular para a educação básica, provocando inúmeros debates sobre a função da escola e os seus respectivos conteúdos curriculares (RODRIGUES, 2016). Portanto, podemos observar que a década de 1990 foi marcada pela definição de políticas educacionais nacionais centralizadas no currículo e em determinações legais que fundamentam a construção de uma base comum nacional (MACEDO, 2014). A década de 1990 foi marcada pela definição de políticas educacionais nacionais centralizadas no currículo e em determinações legais que fundamentam a construção de uma base comum nacional (MACEDO, 2014). FIGURA 6 – PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS PARA OS TEMAS TRANSVERSAIS FONTE: <https://www.ciadoslivros.com.br/semana-do-livro/pcn-pluralidade- cultural-e-orientacao-sexual-vol-10-403640-p69725>. Acesso em: 2 nov. 2018. 18 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos Macedo (2014) ressalta que as mudanças e as novas determinações políticas seguem defendendo uma centralização curricular como meio de garantir uma educação de qualidade para todos. Assim, em 2009, o Ministério da Educação (MEC) cria o Programa Currículo em Movimento, que teve como meta atualizar as Diretrizes Curriculares Nacionais da educação básica e orientar a organização curricular para garantir uma formação básica comum (MACEDO, 2014). Em 2010, o Conselho Nacional de Educação (CNE) determinou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica (as diretrizes foram especificas para cada nível da educação básica: ensino infantil, fundamental e médio), contando com o objetivo de garantir um ensino com mais qualidade, focado nas aprendizagens e no desenvolvimento dos estudantes. As diretrizes curriculares apresentaram e incentivaram estratégias de participação da comunidade escolar nas decisões do planejamento e na gestão escolar democrática (MACEDO, 2014). Você quer conhecer um pouco mais sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais para a educação básica? Acesse o site oficial do governo: <https://www.todospelaeducacao.org.br/conteudo/o- que-sao-e-para-que-servem-as-diretrizes-curriculares-/>. Acesso em: 7 dez. 2018. Em 2010, foi realizada, também, a Conferência Nacional da Educação (CONAE), que promoveu diversos debates acerca da educação brasileira, resultando em um documento denominado de “Documento Final”, publicado em 2014, com o título “Por uma política curricular para a educação básica: contribuição ao debate da base nacional comum a partir do direito à aprendizagem e ao desenvolvimento”. O Documento Final da CONAE contribuiu para as discussões sobre a construção de um novo Plano Nacional de Educação, tendo como foco central a sistematização de um Sistema Nacional Articulado de Educação (SNE) por meio de um sistema de colaboração em âmbito federal, distrital, estadual e municipal. Além disso, o CONAE debateu a necessidade da construção de uma base comum nacional no Brasil (RODRIGUES, 2016). 19 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 Para conhecer o documento do CONAE 2010, intitulado “Por uma política curricular para a educação básica: contribuição ao debate da base nacional comum a partir do direito à aprendizagem e ao desenvolvimento”, acesse o seguinte endereço eletrônico: <https://ipfer.com.br/gper/wp-content/uploads/sites/2/2017/12/ Governo-Federal-Diretrizes-Aprendizagem.pdf>.Acesso em: 7 dez. 2018. FIGURA 7 – CONAE 2010 FONTE: <http://historiaegeografiasaoseba.blogspot.com/2009/06/conferencia- nacional-de-educacao-conae.html>. Acesso em: 2 nov. 2018. Outro marco importante na histórica da construção da BNCC, conforme Rodrigues (2016), é o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), instituído pelo MEC em 2012, que teve por finalidade melhorar a educação básica, ofertando instrumentos e estratégias de ensino para garantir a alfabetização na idade certa. Em 2013, tivemos o Pacto Nacional pelo fortalecimento do Ensino Médio (PNFEM), que contemplou medidas para elevar a qualidade do ensino 20 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos médio com a reformulação curricular (RODRIGUES, 2016). Em 2013, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI), por meio do MEC e CNE, lança o documento Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica: diversidade e inclusão. Teve por objetivo estabelecer dez diretrizes curriculares para a educação especial como forma de garantir direitos sociais aos grupos menos favorecidos (RODRIGUES, 2016). Nesse momento, já é possível percebermos uma preocupação em estabelecer uma base comum curricular nas diversas modalidades da educação básica. Para explorar as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica: diversidade e inclusão, acesse o seguinte endereço eletrônico: <http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013- pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file>. Acesso em: 7 dez. 2018. FIGURA 8 – CAPA DO DOCUMENTO DAS DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA: DIVERSIDADE E INCLUSÃO FONTE: <http://www.iparadigma.com.br/bibliotecavirtual/ items/show/154>. Acesso em: 4 nov. 2018. 21 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 Em 2014 foi promulgado o Plano Nacional de Educação (PNE), que “afirma a importância de uma base comum curricular para o Brasil, com o foco na aprendizagem como estratégia para fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades (meta 7), referindo-se a direitos e objetivos de aprendizagem e desenvolvimento” (BRASIL, 2017b, p. 12). O PNE possui vinte metas referentes à universalização da educação básica que justificam a construção de uma base nacional comum curricular na realidade brasileira. Para aprender um pouco mais sobre o Plano Nacional de Educação (PNE), Lei n° 13.005/2014, acesse o site oficial do governo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/ lei/l13005.htm>. Acesso em: 7 dez. 2018. Para a discussão e a elaboração da BNCC, diversas ações foram delimitadas, segundo Rodrigues (2016, p. 74), no período de 2015 a 2016. Os principais momentos que marcam a institucionalização da BNCC no Brasil foram: 11 de maio de 2015 – Ministro abre debate sobre base curricular com a área científica; 17 de junho de 2015 – Ministro defende base comum curricular como prioridade; 08 de julho de 2015 – Janine defende base nacional como eixo do sistema de ensino; 24 de julho de 2015 – MEC reúne representantes de secretarias estaduais para debater Base Nacional Comum; 30 de julho de 2015 – Portal Base Nacional Comum Curricular é lançado na internet; 15 de setembro de 2015 – Proposta da Base Nacional Comum (BCN) é apresentada para representantes das secretarias municipais e estaduais de educação e disponibilizada em endereço eletrônico; 25 de novembro de 2015 – Base Nacional é tema de exposição do ministro na Comissão de Educação da Câmara; 02 de dezembro de 2015 – Base Nacional já recebeu mais de 6 milhões de contribuições; 04 de dezembro de 2015 – Base Comum é apresentada à comunidade acadêmica da UnB; 15 de dezembro de 2015 – MEC começa a avaliar sugestões apresentadas pela sociedade; 25 de janeiro de 2016 – Equipe da Universidade de Brasília apresenta dados preliminares da consulta pública; 17 de fevereiro de 2016 – Pareceres e contribuições apresentadas na primeira fase da consulta estão disponíveis; 04 de março de 2016 – CONSED entrega documentos com 22 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos posicionamentos sobre a Base e proposta para o Ensino Médio; 15 de março de 2016 – Encerramento da consulta Pública sobre a Base Nacional Comum; 03 de maio de 2016 – Segunda versão da Base Nacional Comum é entregue ao CNE para avaliação final; 23 de junho de 2016 – Início dos Seminários de discussão da 2º versão preliminar da BNCC; 10 de agosto de 2016 – Finalização dos Seminários de discussão da 2º versão preliminar da BNCC; 14 de setembro de 2016 – MEC recebe posicionamento sobre a 2º versão da BNCC. Observamos que a elaboração da BNCC perpassa por um longo processo de elaboração, consultas e reelaborações, buscando contemplar uma base nacional comum curricular que atenda, da melhor forma, às necessidades da educação brasileira e assegure o direito à educação nas escolas. Em 2017, a Lei n° 13.415/2017 alterou a LDBEN/96, inserindo as novas nomenclaturas para as finalidades da educação, implantando a ideia de conteúdos comuns que deverão ser ensinados e aprendidos na educação básica, como podemos notar na Lei n° 13.415/2017, em seus arts. 35 e 36: Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos e objetivos de aprendizagem do ensino médio, conforme diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas seguintes áreas do conhecimento [...]; Art. 36. § 1º A organização das áreas de que trata o caput e das respectivas competências e habilidades será feita de acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino (BRASIL, 2017c). Na referida lei, em seus arts. 35 e 36, notamos que a BNCC é inserida como a matriz que define os direitos, objetivos educacionais, competências e habilidades a serem desenvolvidos na educação básica, ou seja, a BNCC torna-se referência para a organização e reformulação curricular das escolas públicas e privadas no Brasil (a versão atual da BNCC apresenta orientações apenas para o ensino infantil e o fundamental). Ainda, a BNCC é o novo pilar da reformulação dos cursos de formação de professores nas instituições de ensino superior brasileiras. Portanto, nesta seção, identificamos os principais marcos no processo de construção da BNCC brasileira, assim como compreendemos que o documento é um importante passo na construção de novas propostas curriculares para a educação básica, na superação da fragmentação do saber por meio da comunicação entre as diversas áreas do conhecimento e na garantia do direito à aprendizagem nas escolas públicas e privadas do nosso país. 23 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 1 A BNCC perpassa por um processo longo e gradual no contexto social, político e educacional brasileiro, instaurando medidas e mudanças fundamentais para elevar a equidade e a qualidade da educação básica. Sobre os marcos legais da BNCC no Brasil, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas. ( ) A BNCC é considerada por políticos, pesquisadoras, estudiosos, educadores como um novo currículo para as escolas de educação básica. ( ) Desde o marco inicial de construção da BNCC no Brasil com a Constituição Federal de 1988, diversas leis e decretos têm defendido a formação básica comum. ( ) O CONAE, em 2010, apresentou-se contra a construção de uma base comum curricular e a favor da elaboração de um Sistema Nacional Articulado de Educação (SNE). ( ) O Plano Nacional de Educação (PNE) possui vinte e quatro metas que defendem a universalização da educação básica e a construção da BNCC. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: ( ) F-V-F-F. ( ) F-V-F-V. ( ) F-F-F-V.( ) V-F-V-F. 2 Analise o processo de construção da BNCC no Brasil e os seus marcos históricos. Em seguida, aponte os pontos negativos e positivos das mudanças instauradas pelas leis, decretos e pela Constituição Federal Brasileira de 1988 em prol da implementação de uma base comum curricular na educação básica. 3 METODOLOGIA ADOTADA PARA A CONSTRUÇÃO DA BNCC A BNCC foi construída por uma metodologia verticalizada, denominada de participativa, construída de forma colaborativa e democrática, por meio do pacto interfederativo. Para a adequada A BNCC foi construída por uma metodologia verticalizada, denominada de participativa, construída de forma colaborativa e democrática, por meio do pacto interfederativo. 24 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos elaboração da BNCC foi essencial um regime de colaboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como a consulta da opinião pública: Legitimada pelo pacto interfederativo, nos termos da Lei n° 13.005/2014, que promulgou o PNE, a BNCC depende do adequado funcionamento do regime de colaboração para alcançar seus objetivos. Sua formulação, sob coordenação do MEC, contou com a participação dos Estados do Distrito Federal e dos Municípios, depois de ampla consulta à comunidade educacional e à sociedade (BRASIL, 2017b, p. 20). No regime de colaboração, as responsabilidades dos envolvidos foram diversas e complementares e o papel direto da União foi o de exercer a coordenação do processo e correção das desigualdades. Além da função, identificamos as seguintes tarefas da União no processo de construção da BNCC: reformulação da formação inicial e da continuada dos educadores com a finalidade de alinhá-las à BNCC; promoção e coordenação das ações e políticas em nível federal, estadual e municipal relacionadas à avaliação, à construção de materiais pedagógicos e aos critérios para a oferta de infraestrutura apropriada para a ampliação da educação (BRASIL, 2017b). FIGURA 9 – REPRESENTANTES DO MEC E CNE DISCUTINDO A CONSTRUÇÃO DA BNCC FONTE: <http://movimentopelabase.org.br/acontece/base- entregue-cne/>. Acesso em: 2 nov. 2018. 25 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 Em relação ao MEC, ficou responsável pelo monitoramento das ações de construção e implantação da BNCC por meio da colaboração com o Conselho Nacional de Educação – CNE, Conselho Nacional de Secretários de Educação – Consed e União Nacional dos Dirigentes de Educação – Undime, sob a seguinte justificativa do governo federal: Em um país com a dimensão e a desigualdade do Brasil, a permanência e a sustentabilidade de um projeto como a BNCC dependem da criação e do fortalecimento de instâncias técnico-pedagógicas nas redes de ensino, priorizando aqueles com menores recursos, tanto técnicos quanto financeiros. Essa função deverá ser exercida pelo MEC, em parceria com o Consed e a Undime, respeitada a autonomia dos entes federados (BRASIL, 2017b, p. 21). O MEC ficou responsável, também, pela ajuda técnica, financeira, incentivo à inovação e a publicitação das ações de sucesso, suporte aos experimentos curriculares inovadores, a ampliação do acesso a conhecimentos e experiências estrangeiras e apoio aos estudos e pesquisas sobre currículos, educação básica, avaliação, formação de professores, dentre outros conteúdos (BRASIL, 2017b). Em relação à metodologia verticalizada de elaboração da BNCC, foi desenvolvida em cinco etapas. Contou com a participação da sociedade, das organizações educativas e científicas, instituições, empresas e entidades privadas e grupos de educadores. A seguir citamos as cinco etapas de elaboração da base: A análise dos documentos disponíveis no portal oficial da BNCC permite identificar cinco etapas: [1] publicação da versão preliminar em setembro de 2015; [2] consulta pública entre setembro de 2015 e março de 2016; [3] publicação da segunda versão do documento em maio de 2016, [4] realização dos seminários estaduais entre junho e agosto de 2016, restando apenas o [5] encaminhamento da versão definitiva do documento ao Conselho Nacional de Educação (CNE) (NEIRA; JÚNIOR; ALMEIDA, 2016, p. 35). Em consonância com os autores, destacamos um fato importante ao longo da construção da BNCC: a equipe técnica e os responsáveis pela elaboração da base consultaram a opinião pública para a elaboração e a avaliação das versões preliminares do documento da BNCC. No processo, a sociedade respondeu positivamente, demonstrando interesse em compreender e avaliar os fundamentos e as diretrizes da BNCC para a educação básica. 26 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos O Movimento pela Base Nacional Comum foi um dos grandes influenciadores no processo de construção da BNCC. Ele representou os interesses de empresas, entidades privadas, instituições filantrópicas como Itaú, Todos pelas Educação, Natura, Bradesco, Fundação Lemann, dentre outras. Em 30 de julho de 2015 foi lançado o portal virtual da BNCC. Em 2015, ocorreu o “I Seminário Interinstitucional promovido pelo Ministério da Educação (MEC), que reuniu assessores e especialistas para desencadear o processo a partir da publicação da Portaria nº 592, que instituiu a Comissão de Especialistas” para a elaboração da versão preliminar da BNCC (CORRÊA; MORGADO, 2018, p. 4). No mesmo ano, em outubro, iniciou-se a consulta pública para a elaboração da primeira versão da BNCC, que contou com as contribuições da sociedade, das organizações e das entidades educativas, científicas e privadas (BRANCO, 2017). FIGURA 10 – PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA BNCC FONTE: <http://movimentopelabase.org.br/acontece/base- entregue-cne/>. Acesso em: 6 nov. 2018. 27 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 Na elaboração da primeira versão da BNCC, ocorreu a consulta dos currículos estaduais e do Distrito Federal, por meio de uma equipe formada por educadores indicados pelo Consed e pela Undime, com a finalidade de servirem como base para a construção de um documento reconhecido pelos sistemas e que permitisse uma comunicação com as teorias curriculares contemporâneas (com o objetivo de inserir a diversidade humana). Além disso, o documento da BNCC deveria se desvencilhar de tendências que privilegiam fatores euro/estadunidenses e valorizar a democracia, o diálogo, a inclusão e a justiça social (NEIRA; JÚNIOR; ALMEIDA, 2016). Na elaboração da primeira versão da BNCC, ocorreu a consulta dos currículos estaduais e do Distrito Federal. Você gostaria de conhecer a primeira versão da BNCC? Acesse o site Movimento pela Base: <http://movimentopelabase.org.br/wp- content/uploads/2017/04/BNCCAPRESENTACAO_final_06-10.pdf>. Acesso em: 7 dez. 2018. Branco (2017, p. 106) ressalta que, na elaboração e reelaboração da primeira versão da BNCC, houve um alto índice de participação pública, desde a participação individual de cidadãos até grupos de educadores e organizações públicas e privadas de todo o Brasil: No período em que a primeira versão do documento foi disponibilizada para consulta pública, entre outubro de 2015 e março de 2016, a BNCC recebeu mais de 12 milhões de contribuições, individuais, de organizações e de redes de educação de todo o país, além de pareceres analíticos de especialistas, associações científicas e membros da comunidade acadêmica. A primeira etapa de construção da BNCC, o lançamento da primeira versão da base, causou inúmeros debates em todo o território do Brasil, principalmente entre os educadores, a respeito da educação básica, do currículo e da real necessidade de um currículo comum para a educação brasileira. Alémdisso, diversas críticas foram direcionadas ao MEC contra a construção de uma base comum curricular centralizada nas decisões desse ministério, apesar das consultas públicas realizadas durante a construção do documento da base. Neira, Júnior e Almeida (2016, p. 35) destacam outras polêmicas em relação à publicação da primeira versão da BNCC: 28 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos Publicada a versão preliminar da BNCC, um intenso e caloroso debate ganhou as páginas dos jornais. Grupos conservadores e progressistas posicionaram-se contrários ao documento. Para os primeiros, o texto estava muito aquém do que seria desejável em termos de aquisição de conhecimento. O segundo grupo também criticou o acanhamento da proposta. Esperava um documento mais engajado, sem qualquer espécie de aceno ao mercado ou às políticas neoliberais. Engrossaram o coro das críticas para as entidades científicas, movimentos sociais organizados e organizações não governamentais ligadas à educação. As críticas voltadas para a primeira versão da BNCC causaram um grande impacto nos organizadores e na equipe técnica do MEC. Na segunda etapa de construção da base ocorreu a consulta pública acerca da primeira versão do documento da BNCC, possibilitando aos cidadãos, às instituições educativas e às pessoas interessadas indicarem alterações para o texto introdutório da etapa da educação infantil e das áreas do ensino fundamental, dentre outros aspectos da base (NEIRA; JÚNIOR; ALMEIDA, 2016). A partir da grande participação da população brasileira na segunda etapa de construção da BNCC, podemos observar o interesse da sociedade em participar das decisões das organizações governamentais em relação aos currículos para as escolas públicas e privadas. Nesse sentido, Neira, Júnior e Almeida (2016, p. 36) indicam que a segunda etapa de produção da base contou com 12 milhões de cidadãos da sociedade brasileira que contribuíram para a reformulação da primeira versão da BNCC: [...] com mais de 12 milhões de contribuições, mostrando assim que a sociedade brasileira não abriu mão de apresentar suas sugestões para os rumos da educação. A organização e categorização das contribuições recebidas ficaram a cargo de equipes de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e da PUC – RJ, sendo em seguida analisadas pelos assessores e especialistas. Aliada às contribuições advindas do portal da BNCC, deu-se também a participação de leitores críticos que emitiram pareceres acerca da primeira versão. Associações científicas ligadas aos segmentos ou componentes curriculares também se reuniram e enviaram suas observações. Esses dados são confirmados no documento oficial da BNCC, que apresenta também as escolas que enviaram contribuições para o processo de elaboração da segunda versão do documento da BNCC. Nesse contexto, destacamos o processo de modernização tecnológica na elaboração da BNCC com a utilização do portal virtual da BNCC, que serviu como instrumento para a consulta pública e envio de sugestões de melhoria para a base, como podemos notar a seguir: Na segunda etapa de construção da base ocorreu a consulta pública acerca da primeira versão do documento da BNCC. 29 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 Os dados da participação são eloquentes: mais de 12 milhões de contribuições foram apresentadas ao documento preliminar, metade delas produzida pelas 45 mil escolas que se cadastraram em nosso portal. Nessas escolas aconteceram os debates que envolveram alunos, famílias, comunidades e profissionais da educação, especialmente os professores. Ao todo, nosso sistema de contribuições registrou mais de 300 mil cadastros, dos quais 207 mil foram de professores. Esses extraordinários resultados contaram com o apoio decisivo do CONSED – Conselho Nacional dos Secretários da Educação e da UNDIME – União Nacional de Dirigentes Municipais de Educação, organizações que reúnem todos os secretários de educação do Brasil (BRASIL, 2017b, p. 10). Após a consulta pública acerca da primeira versão da BNCC, ocorreu a sistematização das contribuições por uma equipe de pesquisadores de grandes universidades brasileiras. Em seguida, ocorreu a elaboração da segunda versão da BNCC, como afirma Branco (2017, p. 106-107): As contribuições foram sistematizadas por pesquisadores da Universidade de Brasília (UNB) e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e subsidiaram a elaboração da segunda versão, que foi publicada em maio de 2016, passando por um processo de debate institucional em seminários realizados pelas Secretarias Estaduais de Educação em todas as Unidades da Federação, sob a coordenação do Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME). A partir das contribuições da população, das organizações e instituições educativas e científicas, foram realizadas modificações na BNCC, resultando na construção da segunda versão do documento da BNCC. Assim, a segunda versão da BNCC, a terceira etapa de construção da base, foi avaliada por especialistas brasileiros e estrangeiros. Também existiram discussões em diversos seminários estaduais, com a presença de educadores das redes públicas de ensino, representantes de movimentos estudantis e pessoas interessadas, que sugeriram modificações e acréscimos (NEIRA; JÚNIOR; ALMEIDA, 2016). A segunda versão da BNCC, a terceira etapa de construção da base, foi avaliada por especialistas brasileiros e estrangeiros. 30 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos FIGURA 11 – PUBLICITAÇÃO DO GOVERNO FEDERAL SOBRE A CONSULTA PÚBLICA NA CONSTRUÇÃO DA BNCC FONTE: <http://pne.mec.gov.br/images/Mais_de_9_milhoes_ contribuiram.png>. Acesso em: 4 nov. 2018. Para conhecer na íntegra a segunda versão da BNCC, acesse o site Movimento pela Base: <http://movimentopelabase.org.br/wp- content/uploads/2016/05/BNCC-BOOK-WEB.pdf>. Acesso em: 7 dez. 2018. Na quarta etapa de elaboração da BNCC, segundo Neira, Júnior e Almeida (2016), foram realizados os seminários estaduais, que tiveram por objetivo discutir a segunda versão da base e sugerir melhorias ao documento. Assim, participaram dos seminários estaduais diversos representantes da educação, das universidades e das escolas brasileiras indicados pelo Consed e Undime. Além dos debates, aconteceram, ainda, as seguintes atividades nos seminários estaduais: [...] inúmeras reuniões e atividades presenciais (congressos, seminários, palestras etc.) e virtuais (possibilidade de indivíduos-cidadãos, escolas e organizações interagirem através de sugestões e críticas no portal da base). A construção da BNCC revelou-se um momento singular para a produção de currículos. Ficou latente uma preocupação com a participação da sociedade no processo (NEIRA; JÚNIOR; ALMEIDA, 2016, p. 37). Na quarta etapa de elaboração da BNCC, segundo Neira, Júnior e Almeida (2016), foram realizados os seminários estaduais, que tiveram por objetivo discutir a segunda versão da base e sugerir melhorias ao documento. 31 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 Os seminários estaduais foram importantes para o fomento das discussões sobre o currículo que queremos nas nossas escolas e a educação básica de qualidade que precisamos nas redes de ensino e nas escolas privadas do nosso Brasil. Nesse momento, foi elementar a participação da sociedade brasileira com as suas contribuições, questionamentos e observações sobre a BNCC e a sua função dentro da reformulação curricular das escolas. Você gostaria de aprofundar o seu estudoem relação ao processo de construção e avaliação da BNCC? Leia a obra “A BNCC na contramão do PNE 2014-2024: avaliação e perspectivas”, dos autores Márcia Angela S. Aguiar e Luiz Fernandes Dourado (2018). Os resultados dos debates dos seminários estaduais produziram relatórios que analisaram a segunda versão da BNCC e serviram para a construção da terceira versão da base, versão final do documento: Os seminários estaduais aconteceram entre junho e agosto de 2016 e contaram com a participação de mais de 9 mil professores, gestores, especialistas e entidades de educação. Seus resultados foram sistematizados e organizados em relatório produzido por um grupo de trabalho composto por CONSED e UNDIME, com base em análise realizada pela UNB. A segunda versão da BNCC foi examinada também por especialistas do Brasil e de outros países. Anexados ao relatório CONSED/UNDIME, os pareceres analíticos desses especialistas foram encaminhados ao Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino Médio, instituído pela Portaria MEC nº 790/2016 (BRANCO, 2017, p. 107). Em consonância com o autor, ressaltamos que o Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino Médio foi criado com a finalidade de acompanhar a construção da segunda versão do documento da BNCC, propor a versão final da base e outras contribuições para a reforma do ensino médio, como podemos observar no documento da Portaria nº 790/2016: Art. 1º Fica instituído o Comitê Gestor para acompanhar o processo de discussão da segunda versão preliminar da Base Nacional Curricular Comum - BNCC, encaminhar sua proposta final e Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino Médio foi criado com a finalidade de acompanhar a construção da segunda versão do documento da BNCC, propor a versão final da base e outras contribuições para a reforma do ensino médio. 32 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos propor subsídios para a reforma do Ensino Médio. Art. 2º A versão da BNCC, a ser encaminhada ao Conselho Nacional de Educação - CNE, deverá definir o conjunto de conhecimentos e habilidades que os alunos devem adquirir e desenvolver em cada etapa de ensino e em cada ano de escolaridade. Parágrafo único. O estabelecido na BNCC deverá servir de guia de orientação para os sistemas e redes de ensino desenvolverem os seus próprios currículos. Art. 3º A proposta de reforma do Ensino Médio terá por diretriz a diversificação da sua oferta, possibilitando aos jovens diferentes percursos acadêmicos e profissionalizantes de formação (BRASIL, 2016). O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino Médio definiu as diretrizes e as orientações que fundamentaram a reelaboração da segunda versão do documento da BNCC, como também indicou a equipe de especialistas responsáveis para a elaboração da versão final da base (BRANCO, 2017). FIGURA 12 – MEC ENTREGA A TERCEIRA VERSÃO DA BNCC AO CNE FONTE: <http://movimentopelabase.org.br/acontece/base- entregue-cne/>. Acesso em: 6 nov. 2018. A partir dos resultados dos seminários e das diretrizes do Comitê Gestor, 33 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 deu-se a continuidade da elaboração da BNCC com a publicação da terceira versão da base, em 2017, a quinta etapa de construção da BNCC. Na etapa, ocorreram modificações significativas no documento da base, principalmente com a promulgação da Medida Provisória n° 746/2016 (transformada posteriormente na Lei n° 13.415/2017), que assegura a Política de Fomento à Implementação de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral por meio de diversas alterações nos currículos e a inclusão de novos componentes curriculares para o ensino fundamental e médio. Tais medidas tiveram que ser atendidas no documento da BNCC, provocando inúmeras críticas contrárias à Medida Provisória nº 746/2016: Os políticos da Câmara deveriam ter votado com cautela as questões educacionais do Sistema de Ensino Brasileiro. Sem tempo e o resultado foi a deliberação de uma Medida Provisória para o Ensino Médio (MP 746/2016) que determinou, sem consulta pública, a organização do Ensino Médio e outras questões sobre o documento da Base Nacional Comum Curricular. As consequências foram a invasão de muitas escolas públicas e manifestações em todo o país por estudantes, pais e educadores em protesto à MP 746/2016 (RODRIGUES, 2016, p. 22). Apesar das divergências envolvendo a terceira versão da BNCC, o MEC entregou o documento da base com as partes correspondentes à educação infantil e ao ensino fundamental ao CNE para análise e promoção das audiências públicas (exclusivamente consultivas) pelo país. De acordo com informações do portal virtual do MEC, as audiências públicas do CNE contaram com a seguinte finalidade: O CNE realizou audiências públicas regionais em Manaus, Recife, Florianópolis, São Paulo e Brasília, com caráter exclusivamente consultivo, destinadas a colher subsídios e contribuições para a elaboração da norma instituidora da Base Nacional Comum Curricular. O produto desses encontros resultou em 235 documentos protocolados com contribuições recebidas no âmbito das audiências públicas, além de 283 manifestações orais. Estas audiências não tiveram caráter deliberativo, mas foram essenciais para que os conselheiros tomassem conhecimento das posições e contribuições advindas de diversas entidades e atores da sociedade civil e, assim, pudessem deliberar por ajustes necessários para adequar a proposta da Base Nacional Comum Curricular, elaborada pelo MEC, considerando as necessidades, interesses e pluralidade da educação brasileira. No dia 15 de dezembro, o parecer e o projeto de resolução apresentados pelos conselheiros relatores do CNE foram votados em Sessão do Conselho Pleno e aprovados com 20 votos a favor e 3 contrários. Com esse resultado, seguiram para a homologação no MEC, que aconteceu no dia 20 de dezembro (BRASIL, 2017a). 34 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos Após as audiências públicas, houve a homologação da terceira versão da base pelo MEC. Outro ponto importante que destacamos é que o documento final da BNCC, aprovado pelo MEC, refere-se à educação final e ao ensino fundamental. Nesse momento do estudo, você deve estar se perguntando: “E o ensino médio? Será contemplado pela BNCC?” Então, a construção de uma matriz curricular para as diferentes etapas do ensino médio é foco de discussão atual e será construída e deliberada nos próximos anos. A construção de uma matriz curricular para as diferentes etapas do ensino médio é foco de discussão atual e será construída e deliberada nos próximos anos. A terceira versão do documento da BNCC foi entregue ao Ministério da Educação (MEC) e ao Conselho Nacional de Educação (CNE) no dia 6 de abril de 2017 para a apreciação da proposta e a construção de um projeto de resolução que se transformou na Resolução CNE/CP nº 2. De acordo com Corrêa e Morgado (2018, p. 8), o documento da BNCC aprovado pelo MEC e CNE não privilegiou uma concepção de currículo, mas a organização curricular por competências: Na elaboração do documento não se elegeu uma concepção de currículo, mas a sua organização por competências, objetivos e conteúdos refletem a opção pelo modelo da teoria curricular de instrução. Além disso, as tecnologias, no modelo de organização do currículo nacional, estão relacionadas com a regulação do estado e com as políticas de accountability. Os conceitos de eficiência e de eficácia e os resultados aparecem. A BNCC defende a construção de um currículo para a educação básica, fundamentado em objetivos de aprendizagem e sistematizadopara o desenvolvimento de competências. Foram definidas metas e avaliações que devem indicar as habilidades, atitudes e valores que os estudantes deverão desenvolver ao longo da educação infantil e do ensino fundamental. O documento da BNCC demonstra, ainda, que o currículo deverá possuir foco nos conteúdos diversos, sob a prerrogativa que os conteúdos estão a serviço da motivação das habilidades (CORRÊA; MORGADO, 2018). 35 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 Para conhecer o documento oficial da BNCC, acesse o portal virtual da base: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/ wpcontent/uploads/2018/06/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site. pdf>. Acesso em: 7 dez. 2018. Portanto, concluímos a sessão ressaltando que é fundamental que a sociedade e as organizações educativas públicas e privadas continuem discutindo e avaliando a BNCC para que juntas possam encontrar os melhores caminhos para a construção de uma base comum curricular que atenda às necessidades e aos anseios da população brasileira, resultando em melhores condições de equidade e qualidade das diversas etapas e modalidades da educação básica. É fundamental que a sociedade e as organizações educativas públicas e privadas continuem discutindo e avaliando a BNCC para que juntas possam encontrar os melhores caminhos para a construção de uma base comum curricular. 1 A metodologia participativa adotada na construção da BNCC pelo MEC permitiu que o documento preliminar da BNCC fosse reelaborado em cinco etapas para contemplar as necessidades e exigências da sociedade brasileira, das organizações educativas, dos grupos de professores e empresas. Sobre as fases de construção da BNCC, associe os itens, utilizando o código a seguir: I- Primeira etapa II- Segunda etapa III- Terceira etapa IV- Quarta etapa V- Quinta etapa ( ) O MEC encaminha ao CNE a terceira versão da BNCC para análise. ( ) O MEC publica a segunda versão BNCC, avaliada por especialistas. ( ) O MEC executa a consulta pública para avaliação da primeira versão da BNCC. 36 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos ( ) O MEC realiza os seminários estaduais para debater a segunda versão da BNCC. ( ) O MEC lança a primeira versão da BNCC elaborada por especialistas e assessores. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: a) ( ) V-III-II-IV-I. b) ( ) V-II-III-IV-I. c) ( ) V-I-III-II-IV. d) ( ) V-IV-II-I-III. 2 O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino Médio foi um importante mecanismo para a organização e reelaboração da BNCC e para a determinação de novas diretrizes para a educação básica. Qual versão da BNCC o Comitê Gestor acompanhou? ( ) O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino Médio acompanhou a primeira versão da BNCC e determinou diretrizes para a reforma do ensino médio. ( ) O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino Médio acompanhou a primeira, a segunda e a terceira versão da BNCC. ( ) O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino Médio acompanhou a terceira versão da BNCC e determinou a reforma da educação infantil e do ensino médio. ( ) O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino Médio acompanhou a segunda versão da BNCC e determinou diretrizes para a reforma do ensino médio. 3 A construção da BNCC contou com a participação de importantes movimentos sociais, educadores, pesquisadores, empresários e com a finalidade de garantia dos seus interesses representados nos currículos escolares da educação básica brasileira. Partindo dessa informação, construa uma linha do tempo da BNCC, na qual você deverá destacar as diversas etapas de construção da base com os seus marcos principais e inserir imagens que possam representar cada fase de elaboração da BNCC. 37 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 4 A RELEVÂNCIA DA BNCC PARA A EDUCAÇÃO BRASILEIRA A educação é um dos principais instrumentos para a promoção de oportunidades entre os sujeitos de uma sociedade. Em países como a Europa, Estados Unidos da América e França, a educação integra as políticas sociais, sendo a base do sistema de promoção social e ferramenta elementar para o desenvolvimento econômico, tecnológico e cultural (CASTRO, 2009). Em relação ao Brasil, caminhamos a passos lentos para garantir que todos os cidadãos tenham acesso à educação pública de qualidade, apesar da Constituição Federal de 1988 assegurar aos brasileiros o direito à educação como condição fundamental de uma vida justa e digna. Em seu art. 6º “são direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança [...]” (BRASIL, 1988). FIGURA 13 – DIREITO À EDUCAÇÃO PÚBLICA PARA TODOS FONTE: <https://veja.abril.com.br/educacao/educacao-brasileira-so-sera-boa- quando-garantir-a- todos-o-direito-de-aprender/>. Acesso em: 7 nov. 2018. Para aprofundar o estudo sobre desigualdades sociais e educação, leia a obra “Pobreza, desigualdades e educação”, do autor Miguel Gonzalez Arroyo (2015). 38 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos Embora o direito à educação seja garantido pela Constituição Federal de 1988, podemos perceber que, no contexto social, ainda temos diversos entraves como as desigualdades sociais, que dificultam a implementação do direito ao ensino e à aprendizagem com condições de acesso e permanência, como afirma Castro (2009, p. 674): No Brasil, mais recentemente, ocorreram avanços importantes na ampliação do acesso a todos os níveis e modalidades educacionais, chegando à universalização do acesso ao ensino fundamental. No entanto, ainda são graves problemas a baixa escolaridade média da população e a desigualdade permanente, mantendo na pauta das discussões a necessidade da universalização da educação básica e a melhoria da qualidade da educação, bem como a eliminação do analfabetismo, com inevitáveis impactos de longo prazo para a área. Para combater a desigualdade social e os diversos desafios sociais existentes na sociedade brasileira, é fundamental fortalecer a educação. Contudo, de qual tipo de educação estamos falando? Estamos nos referindo à educação que Saviani (2013, p. 475) conceitua como “a capacidade de compreender as conexões entre fenômenos, captar o significado das coisas, do mundo em que vivemos”. Para construir uma educação que forme sujeitos críticos é fundamental mudanças curriculares, como refere Zambom (2017, p. 3): A qualidade da educação brasileira apresenta vários problemas que são oriundos de outros aspectos além do currículo, mas para a formação dos sujeitos é necessário que aconteçam mudanças curriculares, uma vez que o currículo brasileiro tem resquício de momentos históricos traumáticos vividos pelo povo brasileiro. Para fortalecer a educação brasileira, é essencial que os sistemas e redes de ensino incluam propostas curriculares e pedagógicas que tenham por finalidade formar cidadãos que possam atuar na realidade social desafiadora e complexa dos dias de hoje, como também ampliar o acesso à educação básica com equidade e qualidade. Considerando tais fatores, a BNCC apresenta-se como uma possível solução para elevar a educação básica a partir da seguinte justificativa: [...] a BNCC desempenha papel fundamental, pois explicita as aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem desenvolver e expressa, portanto, a igualdade educacional sobre a qual as singularidades devem ser consideradas e atendidas. Essa igualdade deve valer também para as oportunidades de ingresso e permanência em uma escola deEducação Básica (BRASIL, 2017b, p. 15). A BNCC fundamenta-se na prerrogativa de que o foco nos currículos, nas Embora o direito à educação seja garantido pela Constituição Federal de 1988, podemos perceber que, no contexto social, ainda temos diversos entraves como as desigualdades sociais. 39 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 ações didático-pedagógicas das Secretárias de Educação e no trabalho anual das escolas deverá combater as desigualdades sociais por meio do planejamento fundamentado na equidade, ou seja, é relevante construir uma escola que respeita as necessidades dos estudantes, que tenha compromisso com a ação de reverter a exclusão social dos grupos marginalizados (indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência, dentre outros) que não possuem acesso à educação, reconhecendo a importância de metodologias de ensino inclusivas no processo de ensino e de aprendizagem da educação básica. FIGURA 14 – EDUCAÇÃO INCLUSIVA FONTE: <http://www.diariodolitoral.com.br/cotidiano/papo-de-domingo-educacao- inclusiva-e-tema-de-debate-em-santos/106744/>. Acesso em: 7 nov. 2018. Segundo Rodrigues (2016, p. 82), a justificativa da elaboração de uma base comum curricular na realidade brasileira é a necessidade da construção de uma escola que atenda às particularidades individuais e coletivas: [...] há necessidade de se repensar uma escola que responda às singularidades dos sujeitos individuais e coletivos, uma vez que a Constituição Federal de 1988 (arts. 6 e 205) assegura a Educação como Direito Social e Direito de Todos, garantindo a formação para: o exercício da cidadania, ao longo da vida, que contemple o reconhecimento e valorização da diversidade humana e a perspectiva inclusiva. Assim, com a construção da BNCC espera-se que o direito à educação e o direito ao desenvolvimento humano sejam fatores centrais na produção dos currículos e das práticas pedagógicas das instituições educativas públicas e 40 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos FIGURA 15 – ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA privadas de todo o nosso país. A BNCC indica, também, que a formação dos estudantes deverá ser desenvolvida de modo integral a partir de uma formação humana, científica e cultural (RODRIGUES, 2016), que considere as dimensões intelectuais, físicas, afetivas, sociais, éticas, morais e simbólicas na educação básica. Com a construção da BNCC espera- se que o direito à educação e o direito ao desenvolvimento humano sejam fatores centrais na produção dos currículos e das práticas pedagógicas das instituições educativas públicas e privadas de todo o nosso país. FONTE: <http://www.marupiara.com.br/formacao-humana- e-integral/>. Acesso em: 8 nov. 2018. Ficou curioso para conhecer as competências gerais inseridas na formação integral da educação básica para os estudantes brasileiros? Acesse o site: <http://movimentopelabase.org.br/ acontece/competencias-gerais-de-bncc/>. Acesso em: 7 dez. 2018. O conceito de educação integral defendido na BNCC refere-se “[...] à construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea” (BRASIL, 2017b, p. 14). Assim, para garantir as aprendizagens essenciais delimitadas na BNCC, é necessário um conjunto de ações para adaptar as orientações da base na realidade local mediante a parceria entre a escola, a família e a comunidade. Contextualizar os conteúdos dos componentes curriculares, identificando estratégias para apresentá-los, representá-los, exemplificá-los, conectá-los e torná-los significativos, com base na realidade do lugar e do tempo nos quais as aprendizagens estão situadas; Decidir sobre formas de organização interdisciplinar dos componentes curriculares e fortalecer a competência 41 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 pedagógica das equipes escolares para adotar estratégias mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à gestão do ensino e da aprendizagem; Selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático- pedagógicas diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados e a conteúdos complementares, se necessário, para trabalhar com as necessidades de diferentes grupos de alunos, suas famílias e cultura de origem, suas comunidades, seus grupos de socialização etc.; Conceber e pôr em prática situações e procedimentos para motivar e engajar os alunos nas aprendizagens; Construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de processo ou de resultado que levem em conta os contextos e as condições de aprendizagem, tomando tais registros como referência para melhorar o desempenho da escola, dos professores e dos alunos; Selecionar, produzir, aplicar e avaliar recursos didáticos e tecnológicos para apoiar o processo de ensinar e aprender; Criar e disponibilizar materiais de orientação para os professores, bem como manter processos permanentes de formação docente que possibilitem contínuo aperfeiçoamento dos processos de ensino e aprendizagem; Manter processos contínuos de aprendizagem sobre gestão pedagógica e curricular para os demais educadores, no âmbito das escolas e sistemas de ensino (BRASIL, 2017b, p. 16-17). Tais ações buscam implementar, ao longo do tempo, uma base comum curricular que possa garantir o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento global dos brasileiros (a partir de dez competências gerais). Ainda, orientar as instituições educativas para construírem os seus currículos a partir dos conhecimentos básicos fundamentais para uma formação cidadã. Essas orientações serão subsídios para a produção dos currículos (RODRIGUES, 2016). FIGURA 16 – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR PARA O BRASIL FONTE: <https://www.poder360.com.br/governo/mec-apresenta-nova-base- curricular-que-atravessou-impeachment-e-5-ministros/>. Acesso em: 8 nov. 2018. 42 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos As competências gerais da educação básica foram organizadas para que possam assegurar o direito à educação e ao desenvolvimento global do sujeito ao longo da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio. As competências gerais da BNCC para a educação básica são: 1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva. 2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas. 3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessare disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva. 6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade. 7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta. 8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas. 9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de As competências gerais da educação básica foram organizadas para que possam assegurar o direito à educação e ao desenvolvimento global do sujeito ao longo da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio. 43 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 qualquer natureza. 10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários (BRASIL, 2017a, p. 9-10). A construção de propostas curriculares por competências por parte da União é tema defendido, também, na LDBEN/96, em seu art. 9º, inciso IV: Art. 9º a União incumbir-se-á de: [...] estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar a formação básica comum (BRASIL, 1996). Em concordância com a LDBEN/96, o objetivo da BNCC é garantir um processo de ensino e aprendizagem na educação básica que contemple conteúdos essenciais para o desenvolvimento humano, articulados a uma educação para a vida em sociedade. Segundo Rodrigues (2016), as expectativas para os resultados da BNCC no processo educativo brasileiro é que sirvam como um instrumento de gestão que oportunize a formulação e a reformulação dos currículos, respeitando as diversidades da realidade educativa do nosso país. O objetivo da BNCC é garantir um processo de ensino e aprendizagem na educação básica que contemple conteúdos essenciais para o desenvolvimento humano, articulados a uma educação para a vida em sociedade. FIGURA 17 – ILUSTRAÇÃO DE UMA SALA DE AULA DA EDUCAÇÃO BÁSICA FONTE: <http://www.entretantoeducacao.com.br/vocabulario-sala- de-aula-criando-associacoes/>. Acesso em: 7 nov. 2018. 44 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos Portanto, apesar de ser muito cedo para avaliar as possíveis contribuições da BNCC para a educação básica brasileira, em vista que o documento da base foi homologado em 2017 e a partir de então iniciou-se o processo de implementação da BNCC nas escolas, podemos indicar que a BNCC propõe à educação básica importantes efeitos como a “[...] superação da fragmentação radicalmente disciplinar do conhecimento” (BRASIL, 2017b, p. 15). É preciso, também, por meio de uma formação básica comum, elevar as condições de acesso à aprendizagem, assegurando condições para a garantia do direito à educação pública com melhores índice de qualidade para todos. 1 A BNCC busca construir novos caminhos na educação brasileira, propondo a reforma das propostas curriculares da educação básica para elevar a qualidade do processo de ensino e aprendizagem e garantir o direito à educação para todos os brasileiros. Sobre a relevância da BNCC para a educação, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: ( ) Para elevar o processo educativo é fundamental que os sistemas e redes de ensino excluam propostas curriculares inovadoras que tenham por objetivo formar cidadãos críticos. ( ) Com a consolidação da BNCC esperamos que a educação pública continue com as condições tradicionais de ensino, centralizando as decisões curriculares em torno da gestão escolar. ( ) A BNCC é fundamentada no direito à aprendizagem com equidade e qualidade para todos mediante a reformulação dos currículos e das práticas pedagógicas da educação básica. ( ) A BNCC busca construir uma escola que atenda às necessidades e particularidades dos estudantes e dos grupos marginalizados da sociedade brasileira. ( ) Para implementar a formação integral, a BNCC determinou diversas ações que deverão ser desenvolvidas por meio da colaboração entre a escola, a família e a comunidade. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA: ( ) F-F-V-V-V 45 O Processo de Construção da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) Capítulo 1 ( ) F-V-F-V-V ( ) F-F-F-V-V ( ) V-F-V-F-V 2 A BNCC defende a formação básica comum mediante as aprendizagens essenciais que os estudantes deverão aprender ao longo da educação básica. Para isso, a BNCC propõe a educação em tempo integral para o desenvolvimento humano em quais dimensões? ( ) Dimensões intelectual, afetiva, jurídica, ética, social e cultural. ( ) Dimensões intelectual, física, afetiva, social, ética, moral e simbólica. ( ) Dimensões intelectual, física, afetiva, social, moral e simbólica. ( ) Dimensões social, física, afetiva, ética, moral e simbólica. 3 Dentre os objetivos principais da BNCC podemos identificar a garantia do direito à educação para todos os brasileiros. Para fortalecer a educação básica, a BNCC propõe que os sistemas e redes de ensino incluam que tipo de medida? ( ) Os sistemas de redes de ensino deverão incluir práticas de ensino centralizadas no educador. ( ) Os sistemas de redes de ensino deverão incluir uma gestão pedagógica centralizada. ( ) Os sistemas de redes de ensino deverão incluir currículos que ampliem o acesso à educação. ( ) Os sistemas de redes de ensino deverão incluir currículos que precarizem o direito à educação. 5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES No presente capítulo, compreendemos que o currículo é fundamental para a orientação e classificação dos conteúdos escolares. Assim, tem sido alvo de disputas políticas, sociais, educativas, uma vez que escolher determinados conteúdos educativos poderá aumentar ou diminuir as condições sociais que geram a exclusão e as desigualdades em uma sociedade. 46 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos Assim, em reconhecimento da importância do currículo na construção do processo de ensino-aprendizagem, diversas leis, decretos, diretrizes educativas, movimentos sociais defendem a construção de uma base nacional comum curricular para as diversas etapas e modalidades da educação básica brasileira. A construção da BNCC na educação do nosso país vem sendo discutida ao longo dos anos sob a prerrogativa de que é necessário garantir o direito à educação com equidade e qualidade para todos mediante mecanismos que contribuam para elevar as condições de acesso e permanência dos estudantes nas escolas, como também promover uma formação cidadã. Assim, a BNCC
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