Buscar

BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR E SEUS FUNDAMENTOS

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 145 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 145 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 145 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

BASE NACIONAL COMUM 
CURRICULAR E SEUS 
FUNDAMENTOS
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Débora Suzane Gomes Mendes
1ª Edição
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Equipe Multidisciplinar da Pós-Graduação EAD: 
Carlos Fabiano Fistarol
Ilana Gunilda Gerber Cavichioli
Jóice Gadotti Consatti
Norberto Siegel
Julia dos Santos
Ariana Monique Dalri
Marcelo Bucci
Revisão Gramatical: Equipe Produção de Materiais
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2019
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
M538b
 Mendes, Débora Suzane Gomes
 Base nacional comum curricular e seus fundamentos. / Débora 
Suzane Gomes Mendes. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 145 p.; il.
 ISBN 978-85-7141-354-2
 ISBN Digital 978-85-7141-355-9
1.Base nacional comum curricular. - Brasil. II. Centro Universitário 
Leonardo Da Vinci.
CDD 370.110981
Impresso por:
Sumário
APRESENTAÇÃO ............................................................................5
CAPÍTULO 1
O Processo de Construção da Base
Nacional Comum Curricular (Bncc) ...........................................7
CAPÍTULO 2
O Processo de Tramitação, Aprovação
e Homologação da BNCC ............................................................51
CAPÍTULO 3
A Estrutura da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC) Para a Educação Básica .........................105
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! O Livro de Estudos Base Nacional Comum Curricular 
(BNCC) e seus fundamentos tem como propósito analisar a matriz comum 
curricular que determina a reformulação das propostas curriculares e ações 
didáticas pedagógicas das escolas públicas e privadas do Brasil.
 
O livro está dividido em três capítulos, nos quais apresentamos objetivos, 
conteúdos acerca da temática, atividades de estudo, sugestões de leitura e sites 
para aprofundar o seu estudo.
No Capítulo 1, intitulado “O Processo de Construção da Base Nacional Co-
mum Curricular (BNCC)”, você compreenderá os conceitos e os principais marcos 
legais do processo de elaboração da BNCC, assim como identificará a metodolo-
gia utilizada em sua produção e os efeitos da BNCC para a educação brasileira.
No Capítulo 2, que tem como título “O Processo de Tramitação, Aprovação e 
Homologação da BNCC”, você identificará as mudanças implementadas na versão 
atual da BNCC, analisando o processo de tramitação, aprovação e homologação 
da BNCC e o processo de implementação da BNCC na educação brasileira.
No Capítulo 3, “A Estrutura da BNCC para a Educação Básica”, conhecerá 
as determinações da BNCC para a educação infantil e o ensino fundamental, 
identificando os avanços que a BNCC propõe para a educação infantil e para o 
ensino fundamental.
Portanto, ressaltamos que os conhecimentos discutidos neste livro servirão 
para capacitá-lo para atuar na educação como um professor atualizado e 
consciente das mudanças que a educação brasileira tem enfrentado nos dias 
atuais. Isso poderá permitir uma ação pedagógica mais eficiente em sua sala de 
aula. Como consequência, poderá contribuir para elevar a qualidade do processo 
de aprendizagem dos seus alunos e das condições da educação do nosso país.
CAPÍTULO 1
O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA 
BASE NACIONAL COMUM CURRICU-
LAR (BNCC)
A partir da perspectiva do saber-fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� definir o que é a BNCC; 
� conhecer o histórico da BNCC;
� identificar a metodologia utilizada para a construção da BNCC;
� avaliar a importância da BNCC para a educação do nosso país.
8
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
9
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
1 CONTEXTUALIZAÇÃO
A sociedade atual se encontra em um momento de profunda mudança social, 
cultural, política, educacional, dentre outras. A escola como parte fundamental 
dessa sociedade não fica de fora desse processo de transição, pelo contrário, 
para entendermos as alterações sociais dos dias de hoje é elementar direcionar 
o nosso olhar para o espaço escolar, buscando compreender a construção das 
propostas curriculares que compõem a formação dos estudantes brasileiros.
O currículo não se trata apenas de um documento, pelo contrário, tem o 
poder de determinar as condições de acesso da educação nas escolas, aumentar 
ou diminuir as desigualdades existentes na sociedade. Assim, em reconhecimento 
a relevâncias das propostas curriculares para a educação básica, leis, decretos e 
diretrizes, debatem a necessidade da construção de uma base comum curricular 
para as instituições educativas do nosso país. 
Essa base foi denominada de Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 
a matriz que determina as aprendizagens essenciais para a educação básica 
do Brasil. Nesse sentido, é pertinente enquanto educadores (as) ou futuros 
educadores (as) questionarmos: “O que é a BNCC?”, “Qual o seu objetivo para a 
educação brasileira?”, “Quem irá construir a BNCC?”, “Qual a metodologia para 
a elaboração da BNCC?”, “Quem iniciou o debate acerca de uma base comum 
curricular na realidade educativa brasileira?”. 
Ao longo deste capítulo apresentaremos o conceito, o histórico, a metodologia 
de construção da BNCC, como também, identificar indícios de seus efeitos para 
a educação brasileira. Convidamos você para aprender a respeito da construção 
da BNCC, de modo que a nossa discussão poderá prepará-lo para atuar como 
um professor que compreende as mudanças que estão sendo implementadas em 
nossas escolas. 
 
 
2 OS MARCOS LEGAIS DO 
PROCESSO DE ELABORAÇÃO DA 
BNCC NO BRASIL
Antes de adentrarmos na apresentação dos marcos legais da construção da 
BNCC brasileira, é fundamental você compreender o conceito de currículo e a 
necessidade educacional de uma base comum curricular para todos os estudantes 
10
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
brasileiros. Por isso, de forma breve, iremos dialogar sobre esses assuntos para 
uma melhor compreensão da BNCC brasileira.
Iniciamos o nosso estudo analisando o conceito de currículo. Para 
Pacheco (2005, p. 35), “o lexema currículo, proveniente do étimo currere 
(significa caminho, jornada, trajetória, percurso a seguir), encerra duas 
ideias principais: uma sequência ordenada, outra noção de totalidade 
de estudos”. No entanto, o que é currículo? De acordo com Moreira 
(1997, p. 11), na educação, currículo é compreendido como um:
[...] instrumento utilizado por diferentes sociedades tanto para 
desenvolver os processos de conversação, transformação e 
renovação dos conhecimentos historicamente acumulados 
como para socializar as crianças e os jovens segundo valores 
tidos como desejáveis.
O currículo é um importante instrumento para o desenvolvimento da 
educação, construído socialmente ao longo do tempo. Sacristán (2013, p. 20) 
afirma que a função do currículo é a de normatizar os conteúdos escolares e as 
práticas educativas no processo de ensino e aprendizagem, servindo como um 
instrumento para serviço da escolarização:
[...] um instrumento que tem a capacidade de estruturar a 
escolarização, a vida nos centros educacionais e as práticas 
pedagógicas, pois dispõe, transmite e impõe regras, normas 
e uma ordem que são determinantes. Esse instrumento e sua 
potencialidade se mostram por meio de seus usos e hábitos, 
do funcionamento da instituição escolar, na divisão do tempo, 
na especializaçãodos professores e, fundamentalmente, na 
ordem da aprendizagem.
Em concordância com Sacristán (2013), ressaltamos que a função do 
currículo é a de orientar, segmentar, classificar os diversos conhecimentos que 
integram a escolarização. Segundo Arroyo (2013, p. 13), “na construção espacial 
do sistema escolar, o currículo é o núcleo e o espaço central mais estruturante da 
função da escola”, pois é ele que estabelece uma ordem, organizando o conteúdo 
da aprendizagem e do ensino dentro de um sistema escolar (SACRISTÁN, 2013).
“O lexema currículo, 
proveniente do 
étimo currere 
(significa caminho, 
jornada, trajetória, 
percurso a seguir), 
encerra duas 
ideias principais: 
uma sequência 
ordenada, outra 
noção de totalidade 
de estudos”.
Para ampliar os seus estudos sobre currículo, leia a obra 
“Escritos Curriculares”, do autor José Augusto Pacheco (2005). 
11
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
FIGURA 1 – REPRESENTAÇÃO DO CURRÍCULO ESCOLAR
FONTE: <https://www.colegiosaojoaquim.com.br/orientacao-
educacional/>. Acesso em: 8 nov. 2018.
Nesse processo de organização dos conteúdos e práticas escolares, eleger 
determinados conhecimentos em detrimento de outros é um dos grandes desafios 
do currículo, constituindo-se como uma das questões centrais dos estudos e das 
pesquisas curriculares: “Qual conhecimento deve ser ensinado na educação 
básica?”. A escolha dos conteúdos educativos não é uma decisão neutra, pois 
envolve decisões culturais e políticas. Nesse sentido, Apple (2006, p. 50) ressalta 
que:
 
Pelo fato de essa seleção e organização envolverem escolhas 
sociais e ideológicas conscientes e inconscientes, a tarefa 
primordial dos pesquisadores do currículo é relacionar esses 
princípios de seleção e organização do conhecimento ao 
ambiente institucional e interacional nas escolas e depois a um 
âmbito mais amplo de estruturas institucionais que cercam as 
salas de aula.
Podemos perceber, nas palavras do autor, que a organização curricular é 
determinada por fatores internos da escola, como também por elementos sociais, 
políticos e ideológicos. Tais elementos geram desigualdades entre a educação 
para a classe trabalhadora e a classe burguesa, contribuindo para a exclusão 
social, as desigualdades e a manutenção da dominação burguesa. 
12
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
Para você aprofundar os seus conhecimentos a respeito da 
seleção dos conteúdos curriculares e as relações de poder, leia a 
obra “Ideologia e Currículo”, de Michael Whitman Apple (2006). 
FIGURA 2 – REPRESENTAÇÃO DO CURRÍCULO E AS IDEOLOGIAS
FONTE: <https://brechodocarioca.wordpress.com/2016/02/27/como-o-governo-quer-tirar-
filosofia-e-sociologia-do-curriculo-escolar-sem-voce-perceber/>. Acesso em: 8 nov. 2018.
Assim, surge a necessidade de pensarmos em uma nova organização 
curricular que tenha por objetivo a formação integral de todos os cidadãos, 
servindo como instrumento na diminuição das desigualdades no processo de 
ensino e de aprendizagem da educação básica. Nesse contexto de garantia 
de direitos, é fundamental uma base comum curricular para assegurar valores, 
competências e conhecimentos para todas as pessoas, como afirma Rodrigues 
(2016, p. 76) acerca da elaboração da BNCC no Brasil: 
[...] A base se apresenta como uma proposta de currículo 
que descreve os objetivos de aprendizagem, que são os 
saberes previstos à aprendizagem do estudante em qualquer 
parte do território brasileiro. Ela justifica-se na expectativa 
de minimização da desigualdade de oportunidades [...]. Seu 
fim seria o de estabelecer os objetivos de aprendizagem 
e desenvolvimento das diversas áreas do conhecimento, 
propiciando a reforma das propostas curriculares e conduzindo 
um repensar para a política de avaliação do país.
13
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
Em consonância com a autora, observamos que a construção 
da BNCC é uma das possíveis estratégias educativas para elevar a 
qualidade da educação básica pública e garantir o direito à educação 
para todos os brasileiros. Então, a ideia de um currículo nacional 
foi criação dos estudiosos, políticos, pesquisadores, educadores 
brasileiros? Veja bem, a construção de um currículo nacional não é 
exclusividade do Brasil, pelo contrário, diversos países implantaram 
currículos nacionais em seus sistemas de ensino, como exemplo temos 
o Chile, a Colômbia, a África do Sul, dentre outros. 
Nesse momento do estudo, acreditamos que você, acadêmico, deve ter se 
questionado: “Afinal, o que é a BNCC?”. Para Verde (2015, p. 82):
Uma das possíveis interpretações a partir de uma legislação 
difusa é que a Base Nacional Comum é uma matriz comum aos 
currículos de todos os sistemas de ensino, construída a partir 
das diretrizes colocadas pela própria LDB, como também pelo 
conjunto de pareceres e resoluções pertinentes às Diretrizes 
Curriculares Nacionais da Educação Básica, organizados e 
publicados em um documento único em 2013.
A autora destaca um ponto importante: a BNCC é uma “matriz 
comum aos currículos” (VERDE, 2015, p. 82), ou seja, não é um 
currículo. De modo objetivo, vamos conceituar a BNCC como o pilar que 
sustenta a construção dos currículos escolares na educação infantil e no 
ensino fundamental das escolas públicas e privadas. 
A construção da 
BNCC é uma 
das possíveis 
estratégias 
educativas para 
elevar a qualidade 
da educação básica 
pública e garantir o 
direito à educação 
para todos os 
brasileiros.
A BNCC é uma 
“matriz comum aos 
currículos” (VERDE, 
2015, p. 82), ou 
seja, não é um 
currículo.
FIGURA 3 – REPRESENTAÇÃO DA BNCC COMO MATRIZ CURRICULAR
FONTE: <https://www.eloseducacional.com/bncc/>. Acesso em: 3 nov. 2018.
14
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
Percebemos que as determinações e orientações da BNCC perpassam 
pelas diversas esferas educativas até que possam chegar na sala de aula, 
estruturando o processo de ensino e de aprendizagem, com foco na melhoria das 
práticas educativas e na garantia do direito à aprendizagem. Assim, é relevante 
apresentarmos, ainda, a definição de BNCC que consta no documento oficial do 
governo:
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de 
caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo 
de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem 
desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação 
Básica, de modo que tenham assegurados seus direitos de 
aprendizagem e desenvolvimento, em conformidade com o 
que preceitua o Plano Nacional de Educação (PNE) [...].
Referência nacional para a formulação dos currículos dos 
sistemas e das redes escolares dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios e das propostas pedagógicas das instituições 
escolares, a BNCC integra a política nacional da Educação 
Básica e vai contribuir para o alinhamento de outras políticas 
e ações, em âmbito federal, estadual e municipal, referentes 
à formação de professores, à avaliação, à elaboração de 
conteúdos educacionais e aos critérios para a oferta de 
infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da 
educação (BRASIL, 2017b, p. 7). 
Notamos, na citação, que a BNCC é a referência nacional para a construção 
dos currículos dos diversos níveis da educação básica, bem como serve para 
integrar a política nacional de educação básica e outras medidas legislativas 
educacionais (BRASIL, 2017b). Entretanto, apesar da BNCC orientar a 
elaboração dos currículos das escolas brasileiras e implementar medidas políticas 
educacionais, os gestores, os coordenadores pedagógicos e os professores 
permanecem com a liberdade para selecionar as metodologias de ensino e as 
práticaseducativas mais adequadas para a sua realidade educativa e para os 
seus estudantes.
FIGURA 4 – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR
FONTE: <http://inoveduc.com.br/o-que-e-bncc/>. Acesso em: 2 nov. 2018.
15
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
De acordo com Rodrigues (2016), o principal objetivo da BNCC, 
dentre outros, é o de assegurar a todos o direito à aprendizagem. Assim, 
são ofertadas, às escolas brasileiras, orientações para a formulação e 
reformulação dos currículos, respeitando as diferenças de cada região 
do nosso país e buscando a comunicação entre as diversas áreas do 
conhecimento.
O principal 
objetivo da BNCC, 
dentre outros, é 
o de assegurar a 
todos o direito à 
aprendizagem.
Para você conhecer o documento da BNCC, elaborado pelo 
Ministério da Educação (MEC), que apresenta os conceitos, os 
fundamentos pedagógicos e a estrutura da BNCC, acesse o site 
oficial do governo: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/>. Acesso 
em: 7 dez. 2018.
Todavia, a defesa da garantia do direito à aprendizagem para todas as 
pessoas não é exclusividade dos dias atuais com a implementação da BNCC. 
Ao longo da história do movimento educacional nacional, podemos identificar leis 
e decretos que buscaram implementar o direito à educação pública para todos e 
embasam o processo de elaboração da BNCC.
FIGURA 5 – CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO BRASIL DE 1988
FONTE: <https://alumiantiacademia.files.wordpress.com/2018/05/
cf-e1525894507114.jpg>. Acesso em: 2 nov. 2018.
16
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
Dentre os marcos legais que fundamentam o direito à educação e a 
construção da BNCC, destacamos a Constituição Federal do Brasil de 1988, em 
seus artigos 205 e 210. O art. 205 assegura a educação como direito de todos 
e dever compartilhado entre o Estado, a sociedade e a família. Ainda, o art. 210 
orienta a fixação de conteúdos mínimos para o ensino fundamental, garantindo a 
formação básica comum e valorizando os aspectos culturais, nacionais e regionais 
(BRASIL, 1988).
Você quer conhecer a Constituição Federal do Brasil de 1988 
e as suas contribuições para a construção da BNCC? Acesse o site 
oficial do governo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/
constituicaocompilado.htm>. Acesso em: 7 dez. 2018.
A Lei n° 9.394/96 regulamenta uma base nacional comum para a educação 
básica brasileira:
Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem 
ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada 
sistema de ensino e estabelecimento escolar, e por uma parte 
diversificada, exigida pelas características regionais e locais da 
sociedade, da cultura, da economia e da clientela (BRASIL, 
1996).
 
Essa determinação insere a concepção de uma base nacional comum a ser 
contemplada no sistema de ensino da educação básica, que deverá ser adaptada 
para as regiões brasileiras, fato que é mais detalhado no inciso IV do art. 9º da Lei 
n° 9.394/96:
Art. 9º A União incumbir-se-á de: 
[...]
IV - estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a 
educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que 
nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a 
assegurar formação básica comum (BRASIL, 1996).
A partir das determinações, é estabelecido que as competências e diretrizes 
para a educação básica são comuns e os currículos são diversos para motivarem 
o desenvolvimento de competências. São meios de construir uma formação 
básica comum nas escolas brasileiras. Essas concepções foram fundamentais 
para a construção da BNCC no Brasil. 
17
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
Para conhecer a Lei Nacional de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional (LDBEN), Lei n° 9.394/96, e as suas determinações acerca 
da educação brasileira, acesse o site oficial do governo: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9394.htm>. Acesso em: 7 dez. 2018.
Segundo Rodrigues (2016), em 1997, foram lançados os Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCN) para o primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. 
Em seguida, em 1998, os PCN passaram a contemplar do sexto ao nono ano e, 
em 2000, o ensino médio. 
O objetivo dos PCN foi o de propor a reformulação e a reorientação 
curricular para a educação básica, provocando inúmeros debates 
sobre a função da escola e os seus respectivos conteúdos curriculares 
(RODRIGUES, 2016). Portanto, podemos observar que a década de 
1990 foi marcada pela definição de políticas educacionais nacionais 
centralizadas no currículo e em determinações legais que fundamentam 
a construção de uma base comum nacional (MACEDO, 2014). 
A década de 
1990 foi marcada 
pela definição 
de políticas 
educacionais 
nacionais 
centralizadas no 
currículo e em 
determinações 
legais que 
fundamentam a 
construção de 
uma base comum 
nacional (MACEDO, 
2014).
FIGURA 6 – PARÂMETROS CURRICULARES 
NACIONAIS PARA OS TEMAS TRANSVERSAIS
FONTE: <https://www.ciadoslivros.com.br/semana-do-livro/pcn-pluralidade-
cultural-e-orientacao-sexual-vol-10-403640-p69725>. Acesso em: 2 nov. 2018.
18
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
Macedo (2014) ressalta que as mudanças e as novas determinações políticas 
seguem defendendo uma centralização curricular como meio de garantir uma 
educação de qualidade para todos. Assim, em 2009, o Ministério da Educação 
(MEC) cria o Programa Currículo em Movimento, que teve como meta atualizar 
as Diretrizes Curriculares Nacionais da educação básica e orientar a organização 
curricular para garantir uma formação básica comum (MACEDO, 2014). 
Em 2010, o Conselho Nacional de Educação (CNE) determinou as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a Educação Básica (as diretrizes foram especificas 
para cada nível da educação básica: ensino infantil, fundamental e médio), 
contando com o objetivo de garantir um ensino com mais qualidade, focado nas 
aprendizagens e no desenvolvimento dos estudantes. As diretrizes curriculares 
apresentaram e incentivaram estratégias de participação da comunidade escolar 
nas decisões do planejamento e na gestão escolar democrática (MACEDO, 2014). 
Você quer conhecer um pouco mais sobre as Diretrizes 
Curriculares Nacionais para a educação básica? Acesse o site oficial 
do governo: <https://www.todospelaeducacao.org.br/conteudo/o-
que-sao-e-para-que-servem-as-diretrizes-curriculares-/>. Acesso em: 
7 dez. 2018.
Em 2010, foi realizada, também, a Conferência Nacional da Educação 
(CONAE), que promoveu diversos debates acerca da educação brasileira, 
resultando em um documento denominado de “Documento Final”, publicado 
em 2014, com o título “Por uma política curricular para a educação básica: 
contribuição ao debate da base nacional comum a partir do direito à aprendizagem 
e ao desenvolvimento”. 
O Documento Final da CONAE contribuiu para as discussões sobre a 
construção de um novo Plano Nacional de Educação, tendo como foco central a 
sistematização de um Sistema Nacional Articulado de Educação (SNE) por meio 
de um sistema de colaboração em âmbito federal, distrital, estadual e municipal. 
Além disso, o CONAE debateu a necessidade da construção de uma base comum 
nacional no Brasil (RODRIGUES, 2016).
19
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
Para conhecer o documento do CONAE 2010, intitulado “Por 
uma política curricular para a educação básica: contribuição ao 
debate da base nacional comum a partir do direito à aprendizagem 
e ao desenvolvimento”, acesse o seguinte endereço eletrônico: 
<https://ipfer.com.br/gper/wp-content/uploads/sites/2/2017/12/
Governo-Federal-Diretrizes-Aprendizagem.pdf>.Acesso em: 7 dez. 
2018.
FIGURA 7 – CONAE 2010
FONTE: <http://historiaegeografiasaoseba.blogspot.com/2009/06/conferencia-
nacional-de-educacao-conae.html>. Acesso em: 2 nov. 2018.
Outro marco importante na histórica da construção da BNCC, conforme 
Rodrigues (2016), é o Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (PNAIC), 
instituído pelo MEC em 2012, que teve por finalidade melhorar a educação básica, 
ofertando instrumentos e estratégias de ensino para garantir a alfabetização na 
idade certa. Em 2013, tivemos o Pacto Nacional pelo fortalecimento do Ensino 
Médio (PNFEM), que contemplou medidas para elevar a qualidade do ensino 
20
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
médio com a reformulação curricular (RODRIGUES, 2016).
Em 2013, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade 
e Inclusão (SECADI), por meio do MEC e CNE, lança o documento Diretrizes 
Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica: diversidade e 
inclusão. Teve por objetivo estabelecer dez diretrizes curriculares para a 
educação especial como forma de garantir direitos sociais aos grupos menos 
favorecidos (RODRIGUES, 2016). Nesse momento, já é possível percebermos 
uma preocupação em estabelecer uma base comum curricular nas diversas 
modalidades da educação básica.
Para explorar as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para 
a Educação Básica: diversidade e inclusão, acesse o seguinte 
endereço eletrônico: <http://portal.mec.gov.br/docman/julho-2013-
pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file>. Acesso em: 7 
dez. 2018.
FIGURA 8 – CAPA DO DOCUMENTO DAS DIRETRIZES CURRICULARES 
NACIONAIS GERAIS PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA: DIVERSIDADE E INCLUSÃO
FONTE: <http://www.iparadigma.com.br/bibliotecavirtual/
items/show/154>. Acesso em: 4 nov. 2018.
21
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
Em 2014 foi promulgado o Plano Nacional de Educação (PNE), que “afirma 
a importância de uma base comum curricular para o Brasil, com o foco na 
aprendizagem como estratégia para fomentar a qualidade da educação básica 
em todas as etapas e modalidades (meta 7), referindo-se a direitos e objetivos 
de aprendizagem e desenvolvimento” (BRASIL, 2017b, p. 12). O PNE possui 
vinte metas referentes à universalização da educação básica que justificam a 
construção de uma base nacional comum curricular na realidade brasileira.
Para aprender um pouco mais sobre o Plano Nacional de 
Educação (PNE), Lei n° 13.005/2014, acesse o site oficial do 
governo: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2014/
lei/l13005.htm>. Acesso em: 7 dez. 2018. 
Para a discussão e a elaboração da BNCC, diversas ações foram delimitadas, 
segundo Rodrigues (2016, p. 74), no período de 2015 a 2016. Os principais 
momentos que marcam a institucionalização da BNCC no Brasil foram:
11 de maio de 2015 – Ministro abre debate sobre base curricular 
com a área científica;
17 de junho de 2015 – Ministro defende base comum curricular 
como prioridade;
08 de julho de 2015 – Janine defende base nacional como eixo 
do sistema de ensino;
24 de julho de 2015 – MEC reúne representantes de secretarias 
estaduais para debater Base Nacional Comum;
30 de julho de 2015 – Portal Base Nacional Comum Curricular 
é lançado na internet;
15 de setembro de 2015 – Proposta da Base Nacional Comum 
(BCN) é apresentada para representantes das secretarias 
municipais e estaduais de educação e disponibilizada em 
endereço eletrônico;
25 de novembro de 2015 – Base Nacional é tema de exposição 
do ministro na Comissão de Educação da Câmara;
02 de dezembro de 2015 – Base Nacional já recebeu mais de 
6 milhões de contribuições;
04 de dezembro de 2015 – Base Comum é apresentada à 
comunidade acadêmica da UnB;
15 de dezembro de 2015 – MEC começa a avaliar sugestões 
apresentadas pela sociedade;
25 de janeiro de 2016 – Equipe da Universidade de Brasília 
apresenta dados preliminares da consulta pública;
17 de fevereiro de 2016 – Pareceres e contribuições 
apresentadas na primeira fase da consulta estão disponíveis;
04 de março de 2016 – CONSED entrega documentos com 
22
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
posicionamentos sobre a Base e proposta para o Ensino 
Médio;
15 de março de 2016 – Encerramento da consulta Pública 
sobre a Base Nacional Comum;
03 de maio de 2016 – Segunda versão da Base Nacional 
Comum é entregue ao CNE para avaliação final;
23 de junho de 2016 – Início dos Seminários de discussão da 
2º versão preliminar da BNCC;
10 de agosto de 2016 – Finalização dos Seminários de 
discussão da 2º versão preliminar da BNCC;
14 de setembro de 2016 – MEC recebe posicionamento sobre 
a 2º versão da BNCC.
 
Observamos que a elaboração da BNCC perpassa por um longo processo de 
elaboração, consultas e reelaborações, buscando contemplar uma base nacional 
comum curricular que atenda, da melhor forma, às necessidades da educação 
brasileira e assegure o direito à educação nas escolas.
Em 2017, a Lei n° 13.415/2017 alterou a LDBEN/96, inserindo as novas 
nomenclaturas para as finalidades da educação, implantando a ideia de 
conteúdos comuns que deverão ser ensinados e aprendidos na educação básica, 
como podemos notar na Lei n° 13.415/2017, em seus arts. 35 e 36: 
Art. 35-A. A Base Nacional Comum Curricular definirá direitos 
e objetivos de aprendizagem do ensino médio, conforme 
diretrizes do Conselho Nacional de Educação, nas seguintes 
áreas do conhecimento [...];
Art. 36. § 1º A organização das áreas de que trata o caput 
e das respectivas competências e habilidades será feita de 
acordo com critérios estabelecidos em cada sistema de ensino 
(BRASIL, 2017c). 
Na referida lei, em seus arts. 35 e 36, notamos que a BNCC é inserida como a 
matriz que define os direitos, objetivos educacionais, competências e habilidades 
a serem desenvolvidos na educação básica, ou seja, a BNCC torna-se referência 
para a organização e reformulação curricular das escolas públicas e privadas 
no Brasil (a versão atual da BNCC apresenta orientações apenas para o ensino 
infantil e o fundamental). Ainda, a BNCC é o novo pilar da reformulação dos 
cursos de formação de professores nas instituições de ensino superior brasileiras. 
Portanto, nesta seção, identificamos os principais marcos no processo de 
construção da BNCC brasileira, assim como compreendemos que o documento 
é um importante passo na construção de novas propostas curriculares para 
a educação básica, na superação da fragmentação do saber por meio da 
comunicação entre as diversas áreas do conhecimento e na garantia do direito à 
aprendizagem nas escolas públicas e privadas do nosso país.
23
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
1 A BNCC perpassa por um processo longo e gradual no contexto 
social, político e educacional brasileiro, instaurando medidas e 
mudanças fundamentais para elevar a equidade e a qualidade 
da educação básica. Sobre os marcos legais da BNCC no Brasil, 
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas. 
( ) A BNCC é considerada por políticos, pesquisadoras, estudiosos, 
educadores como um novo currículo para as escolas de 
educação básica.
( ) Desde o marco inicial de construção da BNCC no Brasil com 
a Constituição Federal de 1988, diversas leis e decretos têm 
defendido a formação básica comum.
( ) O CONAE, em 2010, apresentou-se contra a construção de uma 
base comum curricular e a favor da elaboração de um Sistema 
Nacional Articulado de Educação (SNE). 
( ) O Plano Nacional de Educação (PNE) possui vinte e quatro 
metas que defendem a universalização da educação básica e a 
construção da BNCC.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) F-V-F-F. 
( ) F-V-F-V. 
( ) F-F-F-V.( ) V-F-V-F.
2 Analise o processo de construção da BNCC no Brasil e os seus 
marcos históricos. Em seguida, aponte os pontos negativos e 
positivos das mudanças instauradas pelas leis, decretos e pela 
Constituição Federal Brasileira de 1988 em prol da implementação 
de uma base comum curricular na educação básica.
3 METODOLOGIA ADOTADA 
PARA A CONSTRUÇÃO DA BNCC
A BNCC foi construída por uma metodologia verticalizada, 
denominada de participativa, construída de forma colaborativa e 
democrática, por meio do pacto interfederativo. Para a adequada 
A BNCC foi 
construída por 
uma metodologia 
verticalizada, 
denominada de 
participativa, 
construída de 
forma colaborativa 
e democrática, 
por meio do pacto 
interfederativo.
24
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
elaboração da BNCC foi essencial um regime de colaboração entre a União, 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como a consulta da opinião 
pública:
Legitimada pelo pacto interfederativo, nos termos da Lei n° 
13.005/2014, que promulgou o PNE, a BNCC depende do 
adequado funcionamento do regime de colaboração para 
alcançar seus objetivos. Sua formulação, sob coordenação 
do MEC, contou com a participação dos Estados do Distrito 
Federal e dos Municípios, depois de ampla consulta à 
comunidade educacional e à sociedade (BRASIL, 2017b, p. 
20).
No regime de colaboração, as responsabilidades dos envolvidos foram 
diversas e complementares e o papel direto da União foi o de exercer a 
coordenação do processo e correção das desigualdades. 
Além da função, identificamos as seguintes tarefas da União no processo 
de construção da BNCC: reformulação da formação inicial e da continuada dos 
educadores com a finalidade de alinhá-las à BNCC; promoção e coordenação 
das ações e políticas em nível federal, estadual e municipal relacionadas à 
avaliação, à construção de materiais pedagógicos e aos critérios para a oferta de 
infraestrutura apropriada para a ampliação da educação (BRASIL, 2017b).
FIGURA 9 – REPRESENTANTES DO MEC E CNE 
DISCUTINDO A CONSTRUÇÃO DA BNCC
FONTE: <http://movimentopelabase.org.br/acontece/base-
entregue-cne/>. Acesso em: 2 nov. 2018.
25
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
Em relação ao MEC, ficou responsável pelo monitoramento das ações de 
construção e implantação da BNCC por meio da colaboração com o Conselho 
Nacional de Educação – CNE, Conselho Nacional de Secretários de Educação – 
Consed e União Nacional dos Dirigentes de Educação – Undime, sob a seguinte 
justificativa do governo federal:
Em um país com a dimensão e a desigualdade do Brasil, a 
permanência e a sustentabilidade de um projeto como a 
BNCC dependem da criação e do fortalecimento de instâncias 
técnico-pedagógicas nas redes de ensino, priorizando aqueles 
com menores recursos, tanto técnicos quanto financeiros. 
Essa função deverá ser exercida pelo MEC, em parceria com 
o Consed e a Undime, respeitada a autonomia dos entes 
federados (BRASIL, 2017b, p. 21).
O MEC ficou responsável, também, pela ajuda técnica, financeira, incentivo 
à inovação e a publicitação das ações de sucesso, suporte aos experimentos 
curriculares inovadores, a ampliação do acesso a conhecimentos e experiências 
estrangeiras e apoio aos estudos e pesquisas sobre currículos, educação básica, 
avaliação, formação de professores, dentre outros conteúdos (BRASIL, 2017b). 
Em relação à metodologia verticalizada de elaboração da BNCC, foi 
desenvolvida em cinco etapas. Contou com a participação da sociedade, das 
organizações educativas e científicas, instituições, empresas e entidades privadas 
e grupos de educadores. A seguir citamos as cinco etapas de elaboração da base:
A análise dos documentos disponíveis no portal oficial da 
BNCC permite identificar cinco etapas: [1] publicação da 
versão preliminar em setembro de 2015; [2] consulta pública 
entre setembro de 2015 e março de 2016; [3] publicação da 
segunda versão do documento em maio de 2016, [4] realização 
dos seminários estaduais entre junho e agosto de 2016, 
restando apenas o [5] encaminhamento da versão definitiva do 
documento ao Conselho Nacional de Educação (CNE) (NEIRA; 
JÚNIOR; ALMEIDA, 2016, p. 35).
Em consonância com os autores, destacamos um fato importante ao longo 
da construção da BNCC: a equipe técnica e os responsáveis pela elaboração da 
base consultaram a opinião pública para a elaboração e a avaliação das versões 
preliminares do documento da BNCC. No processo, a sociedade respondeu 
positivamente, demonstrando interesse em compreender e avaliar os fundamentos 
e as diretrizes da BNCC para a educação básica.
26
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
O Movimento pela Base Nacional Comum foi um dos 
grandes influenciadores no processo de construção da BNCC. 
Ele representou os interesses de empresas, entidades privadas, 
instituições filantrópicas como Itaú, Todos pelas Educação, Natura, 
Bradesco, Fundação Lemann, dentre outras.
Em 30 de julho de 2015 foi lançado o portal virtual da BNCC.
Em 2015, ocorreu o “I Seminário Interinstitucional promovido pelo Ministério 
da Educação (MEC), que reuniu assessores e especialistas para desencadear 
o processo a partir da publicação da Portaria nº 592, que instituiu a Comissão 
de Especialistas” para a elaboração da versão preliminar da BNCC (CORRÊA; 
MORGADO, 2018, p. 4). No mesmo ano, em outubro, iniciou-se a consulta pública 
para a elaboração da primeira versão da BNCC, que contou com as contribuições 
da sociedade, das organizações e das entidades educativas, científicas e privadas 
(BRANCO, 2017). 
FIGURA 10 – PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA BNCC
FONTE: <http://movimentopelabase.org.br/acontece/base-
entregue-cne/>. Acesso em: 6 nov. 2018.
27
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
Na elaboração da primeira versão da BNCC, ocorreu a consulta 
dos currículos estaduais e do Distrito Federal, por meio de uma equipe 
formada por educadores indicados pelo Consed e pela Undime, com a 
finalidade de servirem como base para a construção de um documento 
reconhecido pelos sistemas e que permitisse uma comunicação com 
as teorias curriculares contemporâneas (com o objetivo de inserir a 
diversidade humana). Além disso, o documento da BNCC deveria 
se desvencilhar de tendências que privilegiam fatores euro/estadunidenses e 
valorizar a democracia, o diálogo, a inclusão e a justiça social (NEIRA; JÚNIOR; 
ALMEIDA, 2016). 
Na elaboração da 
primeira versão 
da BNCC, ocorreu 
a consulta dos 
currículos estaduais 
e do Distrito Federal.
Você gostaria de conhecer a primeira versão da BNCC? Acesse 
o site Movimento pela Base: <http://movimentopelabase.org.br/wp-
content/uploads/2017/04/BNCCAPRESENTACAO_final_06-10.pdf>. 
Acesso em: 7 dez. 2018.
Branco (2017, p. 106) ressalta que, na elaboração e reelaboração da 
primeira versão da BNCC, houve um alto índice de participação pública, desde 
a participação individual de cidadãos até grupos de educadores e organizações 
públicas e privadas de todo o Brasil:
No período em que a primeira versão do documento foi 
disponibilizada para consulta pública, entre outubro de 2015 
e março de 2016, a BNCC recebeu mais de 12 milhões de 
contribuições, individuais, de organizações e de redes de 
educação de todo o país, além de pareceres analíticos 
de especialistas, associações científicas e membros da 
comunidade acadêmica. 
A primeira etapa de construção da BNCC, o lançamento da primeira versão 
da base, causou inúmeros debates em todo o território do Brasil, principalmente 
entre os educadores, a respeito da educação básica, do currículo e da real 
necessidade de um currículo comum para a educação brasileira. 
Alémdisso, diversas críticas foram direcionadas ao MEC contra a construção 
de uma base comum curricular centralizada nas decisões desse ministério, apesar 
das consultas públicas realizadas durante a construção do documento da base. 
Neira, Júnior e Almeida (2016, p. 35) destacam outras polêmicas em relação à 
publicação da primeira versão da BNCC:
28
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
Publicada a versão preliminar da BNCC, um intenso e caloroso 
debate ganhou as páginas dos jornais. Grupos conservadores 
e progressistas posicionaram-se contrários ao documento. 
Para os primeiros, o texto estava muito aquém do que seria 
desejável em termos de aquisição de conhecimento. O segundo 
grupo também criticou o acanhamento da proposta. Esperava 
um documento mais engajado, sem qualquer espécie de aceno 
ao mercado ou às políticas neoliberais. Engrossaram o coro 
das críticas para as entidades científicas, movimentos sociais 
organizados e organizações não governamentais ligadas à 
educação.
As críticas voltadas para a primeira versão da BNCC causaram 
um grande impacto nos organizadores e na equipe técnica do MEC. 
Na segunda etapa de construção da base ocorreu a consulta pública 
acerca da primeira versão do documento da BNCC, possibilitando 
aos cidadãos, às instituições educativas e às pessoas interessadas 
indicarem alterações para o texto introdutório da etapa da educação 
infantil e das áreas do ensino fundamental, dentre outros aspectos da 
base (NEIRA; JÚNIOR; ALMEIDA, 2016). 
A partir da grande participação da população brasileira na segunda etapa de 
construção da BNCC, podemos observar o interesse da sociedade em participar 
das decisões das organizações governamentais em relação aos currículos para 
as escolas públicas e privadas. Nesse sentido, Neira, Júnior e Almeida (2016, p. 
36) indicam que a segunda etapa de produção da base contou com 12 milhões 
de cidadãos da sociedade brasileira que contribuíram para a reformulação da 
primeira versão da BNCC:
[...] com mais de 12 milhões de contribuições, mostrando 
assim que a sociedade brasileira não abriu mão de apresentar 
suas sugestões para os rumos da educação. A organização e 
categorização das contribuições recebidas ficaram a cargo de 
equipes de pesquisadores da Universidade de Brasília (UnB) e 
da PUC – RJ, sendo em seguida analisadas pelos assessores 
e especialistas. Aliada às contribuições advindas do portal da 
BNCC, deu-se também a participação de leitores críticos que 
emitiram pareceres acerca da primeira versão. Associações 
científicas ligadas aos segmentos ou componentes curriculares 
também se reuniram e enviaram suas observações.
Esses dados são confirmados no documento oficial da BNCC, que apresenta 
também as escolas que enviaram contribuições para o processo de elaboração 
da segunda versão do documento da BNCC. Nesse contexto, destacamos o 
processo de modernização tecnológica na elaboração da BNCC com a utilização 
do portal virtual da BNCC, que serviu como instrumento para a consulta pública e 
envio de sugestões de melhoria para a base, como podemos notar a seguir:
Na segunda etapa 
de construção 
da base ocorreu 
a consulta 
pública acerca da 
primeira versão 
do documento da 
BNCC.
29
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
Os dados da participação são eloquentes: mais de 12 
milhões de contribuições foram apresentadas ao documento 
preliminar, metade delas produzida pelas 45 mil escolas que 
se cadastraram em nosso portal. Nessas escolas aconteceram 
os debates que envolveram alunos, famílias, comunidades e 
profissionais da educação, especialmente os professores. Ao 
todo, nosso sistema de contribuições registrou mais de 300 
mil cadastros, dos quais 207 mil foram de professores. Esses 
extraordinários resultados contaram com o apoio decisivo do 
CONSED – Conselho Nacional dos Secretários da Educação 
e da UNDIME – União Nacional de Dirigentes Municipais de 
Educação, organizações que reúnem todos os secretários de 
educação do Brasil (BRASIL, 2017b, p. 10).
Após a consulta pública acerca da primeira versão da BNCC, ocorreu a 
sistematização das contribuições por uma equipe de pesquisadores de grandes 
universidades brasileiras. Em seguida, ocorreu a elaboração da segunda versão 
da BNCC, como afirma Branco (2017, p. 106-107):
As contribuições foram sistematizadas por pesquisadores da 
Universidade de Brasília (UNB) e da Pontifícia Universidade 
Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e subsidiaram a 
elaboração da segunda versão, que foi publicada em maio de 
2016, passando por um processo de debate institucional em 
seminários realizados pelas Secretarias Estaduais de Educação 
em todas as Unidades da Federação, sob a coordenação do 
Conselho Nacional de Secretários de Educação (CONSED) 
e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação 
(UNDIME).
A partir das contribuições da população, das organizações e 
instituições educativas e científicas, foram realizadas modificações na 
BNCC, resultando na construção da segunda versão do documento 
da BNCC. Assim, a segunda versão da BNCC, a terceira etapa 
de construção da base, foi avaliada por especialistas brasileiros e 
estrangeiros. Também existiram discussões em diversos seminários 
estaduais, com a presença de educadores das redes públicas de ensino, 
representantes de movimentos estudantis e pessoas interessadas, que 
sugeriram modificações e acréscimos (NEIRA; JÚNIOR; ALMEIDA, 2016). 
A segunda versão 
da BNCC, a terceira 
etapa de construção 
da base, foi avaliada 
por especialistas 
brasileiros e 
estrangeiros.
30
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
FIGURA 11 – PUBLICITAÇÃO DO GOVERNO FEDERAL SOBRE 
A CONSULTA PÚBLICA NA CONSTRUÇÃO DA BNCC
FONTE: <http://pne.mec.gov.br/images/Mais_de_9_milhoes_
contribuiram.png>. Acesso em: 4 nov. 2018.
Para conhecer na íntegra a segunda versão da BNCC, acesse 
o site Movimento pela Base: <http://movimentopelabase.org.br/wp-
content/uploads/2016/05/BNCC-BOOK-WEB.pdf>. Acesso em: 7 
dez. 2018. 
Na quarta etapa de elaboração da BNCC, segundo Neira, 
Júnior e Almeida (2016), foram realizados os seminários estaduais, 
que tiveram por objetivo discutir a segunda versão da base e sugerir 
melhorias ao documento. Assim, participaram dos seminários estaduais 
diversos representantes da educação, das universidades e das escolas 
brasileiras indicados pelo Consed e Undime. Além dos debates, 
aconteceram, ainda, as seguintes atividades nos seminários estaduais:
[...] inúmeras reuniões e atividades presenciais (congressos, 
seminários, palestras etc.) e virtuais (possibilidade de 
indivíduos-cidadãos, escolas e organizações interagirem 
através de sugestões e críticas no portal da base). A construção 
da BNCC revelou-se um momento singular para a produção de 
currículos. Ficou latente uma preocupação com a participação 
da sociedade no processo (NEIRA; JÚNIOR; ALMEIDA, 2016, 
p. 37). 
Na quarta etapa 
de elaboração da 
BNCC, segundo 
Neira, Júnior e 
Almeida (2016), 
foram realizados 
os seminários 
estaduais, que 
tiveram por objetivo 
discutir a segunda 
versão da base e 
sugerir melhorias ao 
documento.
31
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
Os seminários estaduais foram importantes para o fomento das discussões 
sobre o currículo que queremos nas nossas escolas e a educação básica de 
qualidade que precisamos nas redes de ensino e nas escolas privadas do nosso 
Brasil. Nesse momento, foi elementar a participação da sociedade brasileira com 
as suas contribuições, questionamentos e observações sobre a BNCC e a sua 
função dentro da reformulação curricular das escolas.
Você gostaria de aprofundar o seu estudoem relação ao 
processo de construção e avaliação da BNCC? Leia a obra “A BNCC 
na contramão do PNE 2014-2024: avaliação e perspectivas”, dos 
autores Márcia Angela S. Aguiar e Luiz Fernandes Dourado (2018).
Os resultados dos debates dos seminários estaduais produziram relatórios 
que analisaram a segunda versão da BNCC e serviram para a construção da 
terceira versão da base, versão final do documento:
Os seminários estaduais aconteceram entre junho e agosto 
de 2016 e contaram com a participação de mais de 9 mil 
professores, gestores, especialistas e entidades de educação. 
Seus resultados foram sistematizados e organizados em 
relatório produzido por um grupo de trabalho composto por 
CONSED e UNDIME, com base em análise realizada pela 
UNB. A segunda versão da BNCC foi examinada também 
por especialistas do Brasil e de outros países. Anexados ao 
relatório CONSED/UNDIME, os pareceres analíticos 
desses especialistas foram encaminhados ao 
Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum 
e Reforma do Ensino Médio, instituído pela Portaria 
MEC nº 790/2016 (BRANCO, 2017, p. 107). 
Em consonância com o autor, ressaltamos que o Comitê Gestor 
da Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino Médio 
foi criado com a finalidade de acompanhar a construção da segunda 
versão do documento da BNCC, propor a versão final da base e outras 
contribuições para a reforma do ensino médio, como podemos observar 
no documento da Portaria nº 790/2016: 
Art. 1º Fica instituído o Comitê Gestor para 
acompanhar o processo de discussão da segunda 
versão preliminar da Base Nacional Curricular 
Comum - BNCC, encaminhar sua proposta final e 
Comitê Gestor da 
Base Nacional 
Curricular Comum e 
Reforma do Ensino 
Médio foi criado 
com a finalidade 
de acompanhar 
a construção da 
segunda versão 
do documento da 
BNCC, propor a 
versão final da 
base e outras 
contribuições para 
a reforma do ensino 
médio.
32
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
propor subsídios para a reforma do Ensino Médio. Art. 2º A 
versão da BNCC, a ser encaminhada ao Conselho Nacional de 
Educação - CNE, deverá definir o conjunto de conhecimentos 
e habilidades que os alunos devem adquirir e desenvolver 
em cada etapa de ensino e em cada ano de escolaridade. 
Parágrafo único. O estabelecido na BNCC deverá servir 
de guia de orientação para os sistemas e redes de ensino 
desenvolverem os seus próprios currículos. 
Art. 3º A proposta de reforma do Ensino Médio terá por diretriz 
a diversificação da sua oferta, possibilitando aos jovens 
diferentes percursos acadêmicos e profissionalizantes de 
formação (BRASIL, 2016).
O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e Reforma do Ensino 
Médio definiu as diretrizes e as orientações que fundamentaram a reelaboração 
da segunda versão do documento da BNCC, como também indicou a equipe de 
especialistas responsáveis para a elaboração da versão final da base (BRANCO, 
2017).
FIGURA 12 – MEC ENTREGA A TERCEIRA VERSÃO DA BNCC AO CNE
FONTE: <http://movimentopelabase.org.br/acontece/base-
entregue-cne/>. Acesso em: 6 nov. 2018.
A partir dos resultados dos seminários e das diretrizes do Comitê Gestor, 
33
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
deu-se a continuidade da elaboração da BNCC com a publicação da terceira 
versão da base, em 2017, a quinta etapa de construção da BNCC. Na etapa, 
ocorreram modificações significativas no documento da base, principalmente com 
a promulgação da Medida Provisória n° 746/2016 (transformada posteriormente 
na Lei n° 13.415/2017), que assegura a Política de Fomento à Implementação 
de Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral por meio de diversas alterações 
nos currículos e a inclusão de novos componentes curriculares para o ensino 
fundamental e médio. Tais medidas tiveram que ser atendidas no documento da 
BNCC, provocando inúmeras críticas contrárias à Medida Provisória nº 746/2016:
Os políticos da Câmara deveriam ter votado com cautela 
as questões educacionais do Sistema de Ensino Brasileiro. 
Sem tempo e o resultado foi a deliberação de uma Medida 
Provisória para o Ensino Médio (MP 746/2016) que 
determinou, sem consulta pública, a organização do Ensino 
Médio e outras questões sobre o documento da Base Nacional 
Comum Curricular. As consequências foram a invasão de 
muitas escolas públicas e manifestações em todo o país por 
estudantes, pais e educadores em protesto à MP 746/2016 
(RODRIGUES, 2016, p. 22).
Apesar das divergências envolvendo a terceira versão da BNCC, o MEC 
entregou o documento da base com as partes correspondentes à educação 
infantil e ao ensino fundamental ao CNE para análise e promoção das audiências 
públicas (exclusivamente consultivas) pelo país. De acordo com informações do 
portal virtual do MEC, as audiências públicas do CNE contaram com a seguinte 
finalidade:
O CNE realizou audiências públicas regionais em Manaus, 
Recife, Florianópolis, São Paulo e Brasília, com caráter 
exclusivamente consultivo, destinadas a colher subsídios e 
contribuições para a elaboração da norma instituidora da Base 
Nacional Comum Curricular.
O produto desses encontros resultou em 235 documentos 
protocolados com contribuições recebidas no âmbito das 
audiências públicas, além de 283 manifestações orais. Estas 
audiências não tiveram caráter deliberativo, mas foram 
essenciais para que os conselheiros tomassem conhecimento 
das posições e contribuições advindas de diversas entidades 
e atores da sociedade civil e, assim, pudessem deliberar por 
ajustes necessários para adequar a proposta da Base Nacional 
Comum Curricular, elaborada pelo MEC, considerando as 
necessidades, interesses e pluralidade da educação brasileira. 
No dia 15 de dezembro, o parecer e o projeto de resolução 
apresentados pelos conselheiros relatores do CNE foram 
votados em Sessão do Conselho Pleno e aprovados com 20 
votos a favor e 3 contrários. Com esse resultado, seguiram 
para a homologação no MEC, que aconteceu no dia 20 de 
dezembro (BRASIL, 2017a).
34
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
Após as audiências públicas, houve a homologação da terceira 
versão da base pelo MEC. Outro ponto importante que destacamos 
é que o documento final da BNCC, aprovado pelo MEC, refere-se à 
educação final e ao ensino fundamental. 
Nesse momento do estudo, você deve estar se perguntando: “E o 
ensino médio? Será contemplado pela BNCC?” Então, a construção de 
uma matriz curricular para as diferentes etapas do ensino médio é foco 
de discussão atual e será construída e deliberada nos próximos anos.
A construção 
de uma matriz 
curricular para as 
diferentes etapas do 
ensino médio é foco 
de discussão atual 
e será construída 
e deliberada nos 
próximos anos.
A terceira versão do documento da BNCC foi entregue ao 
Ministério da Educação (MEC) e ao Conselho Nacional de Educação 
(CNE) no dia 6 de abril de 2017 para a apreciação da proposta e 
a construção de um projeto de resolução que se transformou na 
Resolução CNE/CP nº 2.
De acordo com Corrêa e Morgado (2018, p. 8), o documento da BNCC 
aprovado pelo MEC e CNE não privilegiou uma concepção de currículo, mas a 
organização curricular por competências:
Na elaboração do documento não se elegeu uma concepção 
de currículo, mas a sua organização por competências, 
objetivos e conteúdos refletem a opção pelo modelo da teoria 
curricular de instrução. Além disso, as tecnologias, no modelo 
de organização do currículo nacional, estão relacionadas com 
a regulação do estado e com as políticas de accountability. Os 
conceitos de eficiência e de eficácia e os resultados aparecem. 
A BNCC defende a construção de um currículo para a educação 
básica, fundamentado em objetivos de aprendizagem e sistematizadopara o 
desenvolvimento de competências. Foram definidas metas e avaliações que 
devem indicar as habilidades, atitudes e valores que os estudantes deverão 
desenvolver ao longo da educação infantil e do ensino fundamental. O documento 
da BNCC demonstra, ainda, que o currículo deverá possuir foco nos conteúdos 
diversos, sob a prerrogativa que os conteúdos estão a serviço da motivação das 
habilidades (CORRÊA; MORGADO, 2018).
35
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
Para conhecer o documento oficial da BNCC, acesse o 
portal virtual da base: <http://basenacionalcomum.mec.gov.br/
wpcontent/uploads/2018/06/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.
pdf>. Acesso em: 7 dez. 2018.
Portanto, concluímos a sessão ressaltando que é fundamental 
que a sociedade e as organizações educativas públicas e privadas 
continuem discutindo e avaliando a BNCC para que juntas possam 
encontrar os melhores caminhos para a construção de uma base comum 
curricular que atenda às necessidades e aos anseios da população 
brasileira, resultando em melhores condições de equidade e qualidade 
das diversas etapas e modalidades da educação básica.
É fundamental 
que a sociedade 
e as organizações 
educativas 
públicas e privadas 
continuem 
discutindo e 
avaliando a BNCC 
para que juntas 
possam encontrar 
os melhores 
caminhos para 
a construção de 
uma base comum 
curricular.
1 A metodologia participativa adotada na construção da BNCC 
pelo MEC permitiu que o documento preliminar da BNCC fosse 
reelaborado em cinco etapas para contemplar as necessidades e 
exigências da sociedade brasileira, das organizações educativas, 
dos grupos de professores e empresas. Sobre as fases de 
construção da BNCC, associe os itens, utilizando o código a 
seguir:
I- Primeira etapa 
II- Segunda etapa
III- Terceira etapa
IV- Quarta etapa
V- Quinta etapa
( ) O MEC encaminha ao CNE a terceira versão da BNCC para 
análise.
( ) O MEC publica a segunda versão BNCC, avaliada por 
especialistas.
( ) O MEC executa a consulta pública para avaliação da primeira 
versão da BNCC.
36
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
( ) O MEC realiza os seminários estaduais para debater a segunda 
versão da BNCC. 
( ) O MEC lança a primeira versão da BNCC elaborada por 
especialistas e assessores.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V-III-II-IV-I.
b) ( ) V-II-III-IV-I.
c) ( ) V-I-III-II-IV.
d) ( ) V-IV-II-I-III.
2 O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e 
Reforma do Ensino Médio foi um importante mecanismo para a 
organização e reelaboração da BNCC e para a determinação de 
novas diretrizes para a educação básica. Qual versão da BNCC o 
Comitê Gestor acompanhou? 
( ) O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e 
Reforma do Ensino Médio acompanhou a primeira versão da 
BNCC e determinou diretrizes para a reforma do ensino médio.
( ) O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e 
Reforma do Ensino Médio acompanhou a primeira, a segunda 
e a terceira versão da BNCC.
( ) O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e 
Reforma do Ensino Médio acompanhou a terceira versão da 
BNCC e determinou a reforma da educação infantil e do ensino 
médio.
( ) O Comitê Gestor da Base Nacional Curricular Comum e 
Reforma do Ensino Médio acompanhou a segunda versão da 
BNCC e determinou diretrizes para a reforma do ensino médio. 
3 A construção da BNCC contou com a participação de importantes 
movimentos sociais, educadores, pesquisadores, empresários e 
com a finalidade de garantia dos seus interesses representados 
nos currículos escolares da educação básica brasileira. Partindo 
dessa informação, construa uma linha do tempo da BNCC, na 
qual você deverá destacar as diversas etapas de construção 
da base com os seus marcos principais e inserir imagens que 
possam representar cada fase de elaboração da BNCC.
37
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
4 A RELEVÂNCIA DA BNCC PARA A 
EDUCAÇÃO BRASILEIRA
A educação é um dos principais instrumentos para a promoção de 
oportunidades entre os sujeitos de uma sociedade. Em países como a Europa, 
Estados Unidos da América e França, a educação integra as políticas sociais, 
sendo a base do sistema de promoção social e ferramenta elementar para o 
desenvolvimento econômico, tecnológico e cultural (CASTRO, 2009). 
Em relação ao Brasil, caminhamos a passos lentos para garantir que todos os 
cidadãos tenham acesso à educação pública de qualidade, apesar da Constituição 
Federal de 1988 assegurar aos brasileiros o direito à educação como condição 
fundamental de uma vida justa e digna. Em seu art. 6º “são direitos sociais a 
educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança [...]” (BRASIL, 1988). 
FIGURA 13 – DIREITO À EDUCAÇÃO PÚBLICA PARA TODOS
FONTE: <https://veja.abril.com.br/educacao/educacao-brasileira-so-sera-boa-
quando-garantir-a- todos-o-direito-de-aprender/>. Acesso em: 7 nov. 2018.
Para aprofundar o estudo sobre desigualdades sociais e 
educação, leia a obra “Pobreza, desigualdades e educação”, do 
autor Miguel Gonzalez Arroyo (2015).
38
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
Embora o direito à educação seja garantido pela Constituição 
Federal de 1988, podemos perceber que, no contexto social, ainda 
temos diversos entraves como as desigualdades sociais, que dificultam 
a implementação do direito ao ensino e à aprendizagem com condições 
de acesso e permanência, como afirma Castro (2009, p. 674):
No Brasil, mais recentemente, ocorreram avanços importantes 
na ampliação do acesso a todos os níveis e modalidades 
educacionais, chegando à universalização do acesso 
ao ensino fundamental. No entanto, ainda são graves 
problemas a baixa escolaridade média da população e a 
desigualdade permanente, mantendo na pauta das discussões 
a necessidade da universalização da educação básica e a 
melhoria da qualidade da educação, bem como a eliminação 
do analfabetismo, com inevitáveis impactos de longo prazo 
para a área.
Para combater a desigualdade social e os diversos desafios sociais 
existentes na sociedade brasileira, é fundamental fortalecer a educação. Contudo, 
de qual tipo de educação estamos falando? Estamos nos referindo à educação 
que Saviani (2013, p. 475) conceitua como “a capacidade de compreender as 
conexões entre fenômenos, captar o significado das coisas, do mundo em que 
vivemos”. Para construir uma educação que forme sujeitos críticos é fundamental 
mudanças curriculares, como refere Zambom (2017, p. 3):
A qualidade da educação brasileira apresenta vários problemas 
que são oriundos de outros aspectos além do currículo, mas 
para a formação dos sujeitos é necessário que aconteçam 
mudanças curriculares, uma vez que o currículo brasileiro tem 
resquício de momentos históricos traumáticos vividos pelo 
povo brasileiro. 
Para fortalecer a educação brasileira, é essencial que os sistemas e redes de 
ensino incluam propostas curriculares e pedagógicas que tenham por finalidade 
formar cidadãos que possam atuar na realidade social desafiadora e complexa dos 
dias de hoje, como também ampliar o acesso à educação básica com equidade e 
qualidade. Considerando tais fatores, a BNCC apresenta-se como uma possível 
solução para elevar a educação básica a partir da seguinte justificativa:
[...] a BNCC desempenha papel fundamental, pois explicita 
as aprendizagens essenciais que todos os estudantes devem 
desenvolver e expressa, portanto, a igualdade educacional 
sobre a qual as singularidades devem ser consideradas 
e atendidas. Essa igualdade deve valer também para as 
oportunidades de ingresso e permanência em uma escola deEducação Básica (BRASIL, 2017b, p. 15).
A BNCC fundamenta-se na prerrogativa de que o foco nos currículos, nas 
Embora o direito 
à educação seja 
garantido pela 
Constituição 
Federal de 1988, 
podemos perceber 
que, no contexto 
social, ainda 
temos diversos 
entraves como 
as desigualdades 
sociais.
39
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
ações didático-pedagógicas das Secretárias de Educação e no trabalho anual 
das escolas deverá combater as desigualdades sociais por meio do planejamento 
fundamentado na equidade, ou seja, é relevante construir uma escola que 
respeita as necessidades dos estudantes, que tenha compromisso com a ação 
de reverter a exclusão social dos grupos marginalizados (indígenas, quilombolas, 
pessoas com deficiência, dentre outros) que não possuem acesso à educação, 
reconhecendo a importância de metodologias de ensino inclusivas no processo 
de ensino e de aprendizagem da educação básica.
FIGURA 14 – EDUCAÇÃO INCLUSIVA
FONTE: <http://www.diariodolitoral.com.br/cotidiano/papo-de-domingo-educacao-
inclusiva-e-tema-de-debate-em-santos/106744/>. Acesso em: 7 nov. 2018.
Segundo Rodrigues (2016, p. 82), a justificativa da elaboração de uma base 
comum curricular na realidade brasileira é a necessidade da construção de uma 
escola que atenda às particularidades individuais e coletivas:
[...] há necessidade de se repensar uma escola que responda 
às singularidades dos sujeitos individuais e coletivos, uma vez 
que a Constituição Federal de 1988 (arts. 6 e 205) assegura a 
Educação como Direito Social e Direito de Todos, garantindo 
a formação para: o exercício da cidadania, ao longo da vida, 
que contemple o reconhecimento e valorização da diversidade 
humana e a perspectiva inclusiva. 
Assim, com a construção da BNCC espera-se que o direito à educação e 
o direito ao desenvolvimento humano sejam fatores centrais na produção dos 
currículos e das práticas pedagógicas das instituições educativas públicas e 
40
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
FIGURA 15 – ESTUDANTES DA EDUCAÇÃO BÁSICA
privadas de todo o nosso país. A BNCC indica, também, que a formação 
dos estudantes deverá ser desenvolvida de modo integral a partir de 
uma formação humana, científica e cultural (RODRIGUES, 2016), que 
considere as dimensões intelectuais, físicas, afetivas, sociais, éticas, 
morais e simbólicas na educação básica.
Com a construção 
da BNCC espera-
se que o direito à 
educação e o direito 
ao desenvolvimento 
humano sejam 
fatores centrais 
na produção 
dos currículos 
e das práticas 
pedagógicas 
das instituições 
educativas públicas 
e privadas de todo o 
nosso país.
FONTE: <http://www.marupiara.com.br/formacao-humana-
e-integral/>. Acesso em: 8 nov. 2018.
Ficou curioso para conhecer as competências gerais inseridas 
na formação integral da educação básica para os estudantes 
brasileiros? Acesse o site: <http://movimentopelabase.org.br/
acontece/competencias-gerais-de-bncc/>. Acesso em: 7 dez. 2018. 
O conceito de educação integral defendido na BNCC refere-se “[...] à 
construção intencional de processos educativos que promovam aprendizagens 
sintonizadas com as necessidades, as possibilidades e os interesses dos 
estudantes e, também, com os desafios da sociedade contemporânea” (BRASIL, 
2017b, p. 14). Assim, para garantir as aprendizagens essenciais delimitadas na 
BNCC, é necessário um conjunto de ações para adaptar as orientações da base 
na realidade local mediante a parceria entre a escola, a família e a comunidade.
Contextualizar os conteúdos dos componentes curriculares, 
identificando estratégias para apresentá-los, representá-los, 
exemplificá-los, conectá-los e torná-los significativos, com base 
na realidade do lugar e do tempo nos quais as aprendizagens 
estão situadas; 
Decidir sobre formas de organização interdisciplinar dos 
componentes curriculares e fortalecer a competência 
41
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
pedagógica das equipes escolares para adotar estratégias 
mais dinâmicas, interativas e colaborativas em relação à 
gestão do ensino e da aprendizagem;
Selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-
pedagógicas diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados 
e a conteúdos complementares, se necessário, para trabalhar 
com as necessidades de diferentes grupos de alunos, suas 
famílias e cultura de origem, suas comunidades, seus grupos 
de socialização etc.; 
Conceber e pôr em prática situações e procedimentos para 
motivar e engajar os alunos nas aprendizagens; 
Construir e aplicar procedimentos de avaliação formativa de 
processo ou de resultado que levem em conta os contextos 
e as condições de aprendizagem, tomando tais registros 
como referência para melhorar o desempenho da escola, dos 
professores e dos alunos; 
Selecionar, produzir, aplicar e avaliar recursos didáticos e 
tecnológicos para apoiar o processo de ensinar e aprender;
Criar e disponibilizar materiais de orientação para os 
professores, bem como manter processos permanentes de 
formação docente que possibilitem contínuo aperfeiçoamento 
dos processos de ensino e aprendizagem;
Manter processos contínuos de aprendizagem sobre gestão 
pedagógica e curricular para os demais educadores, no âmbito 
das escolas e sistemas de ensino (BRASIL, 2017b, p. 16-17).
Tais ações buscam implementar, ao longo do tempo, uma base comum 
curricular que possa garantir o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento 
global dos brasileiros (a partir de dez competências gerais). Ainda, orientar 
as instituições educativas para construírem os seus currículos a partir dos 
conhecimentos básicos fundamentais para uma formação cidadã. Essas 
orientações serão subsídios para a produção dos currículos (RODRIGUES, 2016). 
FIGURA 16 – BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR PARA O BRASIL
FONTE: <https://www.poder360.com.br/governo/mec-apresenta-nova-base-
curricular-que-atravessou-impeachment-e-5-ministros/>. Acesso em: 8 nov. 2018.
42
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
As competências gerais da educação básica foram organizadas 
para que possam assegurar o direito à educação e ao desenvolvimento 
global do sujeito ao longo da educação infantil, do ensino fundamental 
e do ensino médio. As competências gerais da BNCC para a educação 
básica são:
1. Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente 
construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital 
para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo 
e colaborar para a construção de uma sociedade justa, 
democrática e inclusiva. 
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem 
própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a 
análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar 
causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver 
problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base 
nos conhecimentos das diferentes áreas. 
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e 
culturais, das locais às mundiais, e também participar de 
práticas diversificadas da produção artístico-cultural. 
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, 
como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem 
como conhecimentos das linguagens artística, matemática 
e científica, para se expressar e partilhar informações, 
experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e 
produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo. 
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação 
e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética 
nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para 
se comunicar, acessare disseminar informações, produzir 
conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e 
autoria na vida pessoal e coletiva. 
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais 
e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe 
possibilitem entender as relações próprias do mundo do 
trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e 
ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência 
crítica e responsabilidade. 
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações 
confiáveis para formular, negociar e defender ideias, pontos 
de vista e decisões comuns que respeitem e promovam 
os direitos humanos, a consciência socioambiental e o 
consumo responsável em âmbito local, regional e global, com 
posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos 
outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e 
emocional, compreendendo-se na diversidade humana e 
reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica 
e capacidade para lidar com elas. 
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a 
cooperação, fazendo-se respeitar e promovendo o respeito ao 
outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização 
da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, 
identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de 
As competências 
gerais da educação 
básica foram 
organizadas para 
que possam 
assegurar o direito 
à educação e ao 
desenvolvimento 
global do sujeito ao 
longo da educação 
infantil, do ensino 
fundamental e do 
ensino médio.
43
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
qualquer natureza. 
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, 
responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, 
tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, 
inclusivos, sustentáveis e solidários (BRASIL, 2017a, p. 9-10).
A construção de propostas curriculares por competências por parte da União 
é tema defendido, também, na LDBEN/96, em seu art. 9º, inciso IV:
Art. 9º a União incumbir-se-á de:
[...] estabelecer, em colaboração com os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios, competências e diretrizes para a 
educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que 
nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a 
assegurar a formação básica comum (BRASIL, 1996).
Em concordância com a LDBEN/96, o objetivo da BNCC é garantir 
um processo de ensino e aprendizagem na educação básica que 
contemple conteúdos essenciais para o desenvolvimento humano, 
articulados a uma educação para a vida em sociedade. 
Segundo Rodrigues (2016), as expectativas para os resultados 
da BNCC no processo educativo brasileiro é que sirvam como um 
instrumento de gestão que oportunize a formulação e a reformulação 
dos currículos, respeitando as diversidades da realidade educativa do 
nosso país.
O objetivo da 
BNCC é garantir um 
processo de ensino 
e aprendizagem na 
educação básica 
que contemple 
conteúdos 
essenciais para o 
desenvolvimento 
humano, articulados 
a uma educação 
para a vida em 
sociedade.
FIGURA 17 – ILUSTRAÇÃO DE UMA SALA DE AULA DA EDUCAÇÃO BÁSICA
FONTE: <http://www.entretantoeducacao.com.br/vocabulario-sala-
de-aula-criando-associacoes/>. Acesso em: 7 nov. 2018.
44
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
Portanto, apesar de ser muito cedo para avaliar as possíveis contribuições da 
BNCC para a educação básica brasileira, em vista que o documento da base foi 
homologado em 2017 e a partir de então iniciou-se o processo de implementação 
da BNCC nas escolas, podemos indicar que a BNCC propõe à educação básica 
importantes efeitos como a “[...] superação da fragmentação radicalmente 
disciplinar do conhecimento” (BRASIL, 2017b, p. 15). 
É preciso, também, por meio de uma formação básica comum, elevar as 
condições de acesso à aprendizagem, assegurando condições para a garantia do 
direito à educação pública com melhores índice de qualidade para todos.
1 A BNCC busca construir novos caminhos na educação brasileira, 
propondo a reforma das propostas curriculares da educação 
básica para elevar a qualidade do processo de ensino e 
aprendizagem e garantir o direito à educação para todos os 
brasileiros. Sobre a relevância da BNCC para a educação, 
classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
( ) Para elevar o processo educativo é fundamental que os sistemas 
e redes de ensino excluam propostas curriculares inovadoras 
que tenham por objetivo formar cidadãos críticos.
( ) Com a consolidação da BNCC esperamos que a educação 
pública continue com as condições tradicionais de ensino, 
centralizando as decisões curriculares em torno da gestão 
escolar.
( ) A BNCC é fundamentada no direito à aprendizagem com 
equidade e qualidade para todos mediante a reformulação dos 
currículos e das práticas pedagógicas da educação básica.
( ) A BNCC busca construir uma escola que atenda às necessidades 
e particularidades dos estudantes e dos grupos marginalizados 
da sociedade brasileira.
( ) Para implementar a formação integral, a BNCC determinou 
diversas ações que deverão ser desenvolvidas por meio da 
colaboração entre a escola, a família e a comunidade.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
( ) F-F-V-V-V
45
O Processo de Construção da Base Nacional Comum 
Curricular (BNCC)
 Capítulo 1 
( ) F-V-F-V-V
( ) F-F-F-V-V
( ) V-F-V-F-V
2 A BNCC defende a formação básica comum mediante as 
aprendizagens essenciais que os estudantes deverão aprender 
ao longo da educação básica. Para isso, a BNCC propõe a 
educação em tempo integral para o desenvolvimento humano em 
quais dimensões?
( ) Dimensões intelectual, afetiva, jurídica, ética, social e cultural.
( ) Dimensões intelectual, física, afetiva, social, ética, moral e 
simbólica.
( ) Dimensões intelectual, física, afetiva, social, moral e simbólica.
( ) Dimensões social, física, afetiva, ética, moral e simbólica.
3 Dentre os objetivos principais da BNCC podemos identificar a 
garantia do direito à educação para todos os brasileiros. Para 
fortalecer a educação básica, a BNCC propõe que os sistemas e 
redes de ensino incluam que tipo de medida?
( ) Os sistemas de redes de ensino deverão incluir práticas de 
ensino centralizadas no educador.
( ) Os sistemas de redes de ensino deverão incluir uma gestão 
pedagógica centralizada.
( ) Os sistemas de redes de ensino deverão incluir currículos que 
ampliem o acesso à educação.
( ) Os sistemas de redes de ensino deverão incluir currículos que 
precarizem o direito à educação.
5 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
No presente capítulo, compreendemos que o currículo é fundamental para 
a orientação e classificação dos conteúdos escolares. Assim, tem sido alvo de 
disputas políticas, sociais, educativas, uma vez que escolher determinados 
conteúdos educativos poderá aumentar ou diminuir as condições sociais que 
geram a exclusão e as desigualdades em uma sociedade. 
46
 Base Nacional Comum Curricular e seus fundamentos
Assim, em reconhecimento da importância do currículo na construção do 
processo de ensino-aprendizagem, diversas leis, decretos, diretrizes educativas, 
movimentos sociais defendem a construção de uma base nacional comum 
curricular para as diversas etapas e modalidades da educação básica brasileira.
A construção da BNCC na educação do nosso país vem sendo discutida 
ao longo dos anos sob a prerrogativa de que é necessário garantir o direito à 
educação com equidade e qualidade para todos mediante mecanismos que 
contribuam para elevar as condições de acesso e permanência dos estudantes 
nas escolas, como também promover uma formação cidadã.
Assim, a BNCC

Continue navegando