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S Emergências Endocrinológicas Dra Ana Elisa E. Alcântara Clínica Médica e Endocrinologia pela HC FMUSP Doutoranda no HC FMUSP/Diabetes Monogênico Roteiro Emergências relacionadas à (ao) 1- Diabetes Mellitus 2- Tireóide 3- Paratireóide - distúbios do cálcio 4- Adrenal * 5- Hipófise * - distúrbios do sódio* Roteiro Emergências relacionadas à (ao) 1- Diabetes Mellitus Casos clínicos Caso 1 S Homem, 48 anos S DM há 8 anos S Em uso de Metformina 2g/dia, Glicazida 90 mg/dia S Admitido com quadro de febre, tosse, queda do estado geral. Rx tórax compatível com broncopneumonia S Exames: Glicemia 264 mg/dL; creatinina 1,6 mg/dL; Hab1c 8,4% Caso 1 S Qual a melhor opção de tratamento no manejo do controle glicêmico? S A- Manter os hipoglicemiantes orais S B- Escala de insulina Regular S C- Regime de insulina subcutânea Basal - Bolus S D- Insulina EV contínuo Caso 2 S Homem, 62 anos S DM2 há 10 anos S Em uso de Metformina 2g/dia, Glicazida 90 mg/dia S US nódulo de tireóide de 3 cm; PAAF sugestivo de carcinoma papilífero da tireóide; Cirurgia agendada. S Exames: Glicemia 264 mg/dL; creatinina 1,6 mg/dL; Hab1c 8,4% , TSH e T4 livre normais. Caso 2 S Qual a melhor opção de tratamento no manejo do controle glicêmico? S A- Manter os hipoglicemiantes orais S B- Escala de insulina Regular S C- Regime de insulina subcutânea Basal - Bolus S D- Insulina EV contínuo Caso 3 S Homem, 62 anos S DM2 , HAS, Dislipidemia S Em uso de Metformina 1,5g/dia, trayenta 5 mg/dia, Forxiga 10 mg/dia S Dispnéia há 48h, edema em MMII. S Ao exame físico: PA 150x95 mmHg, FC 118 bpm, Ausculta pulmonar com crepitação bibasal S Exames: Glicemia 428 mg/dL; creatinina 2 mg/dL, uréia 60, Hab1c 8,5% Caso 3 S Qual a melhor opção de tratamento no manejo do controle glicêmico? S A- Manter os hipoglicemiantes orais S B- Escala de insulina Regular S C- Regime de insulina subcutânea Basal - Bolus S D- Insulina EV contínuo S Homem, 48 anos S DM há 8 anos S Em uso de Metformina 2g/dia, Glicazida 90 mg/dia S Admitido com quadro de febre, tosse, queda do estado geral. Rx tórax compatível com broncopneumonia S Exames: Glicemia 264 mg/dL; creatinina 1,6 mg/dL; Hab1c 8,4% S Homem, 62 anos S DM2 há 10 anos S Em uso de Metformina 2g/dia, Glicazida 90 mg/dia S US nódulo de tireóide de 3 cm; PAAF sugestivo de carcinoma papilífero da tireóide; Cirurgia agendada. S Exames: Glicemia 264 mg/dL; creatinina 1,6 mg/dL; Hab1c 8,4% , TSH e T4 livre normais. S Homem, 62 anos S DM2 , HAS, Dislipidemia S Em uso de Metformina 1,5g/dia, trayenta 5 mg/dia, Forxiga 10 mg/dia S Dispnéia há 48h, edema em MMII. S Ao exame físico: PA 150x95 mmHg, FC 118 bpm, Ausculta pulmonar com crepitação bibasal S Exames: Glicemia 428 mg/dL; creatinina 2 mg/dL, uréia 60, Hab1c 8,5% Hiperglicemia S Forte associação entre hiperglicemia e piores desfechos: S Tempo mais prolongado de internação hospitalar S Maiores taxas de complicações intra-hospitares como infecção S Maior utilização do convênio S Maior mortalidade S Incapacidades após alta hospitalar Clement S, et al. Management of diabetes and hyperglycemia in hospitals.Diabetes Care. Feb 2004 Umpierrez GE, et al. Randomized Study of Basal Bolus Insulin Therapy in the Inpatient Management of Patient with Type 2 Diabetes Undergoing General Sugery. Diabetes Care. 2011 S S Hiperglicemia Hospitalar S Recomendado alvos glicêmicos para a maioria dos pacientes internados entre 140-180 mg/dL ( para seletos pacientes pode ser útil alvos entre 110-140 mg/dL) S Glicemia > 180 mg/dL ou < 110 mg/dL : NÃO American Diabetes Association. Diabetes care in the hospital. Standards of Medical Care in Diabetes-2016. Diabetes Care 2016 Hiperglicemia Hospitalar S Estudo retrospectivo com 348 pacientes com DPOC S Risco de morte 2 Xmaior se 128-160 mg/dL (em relação a 108 mg/dL) S Para cada 18 mg/dL, 15% maior risco de complicações McAlister FA, et al. Diabetes Care. Apr 2005 Baker EH, et al. Thorax. Apr 2006 S Estudo multicêntrico de 2.471 pacientes S Glicemia na admissão > 198 mg/dLmaior mortalidade e complicações S Para cada 18 mg/dL, 3 % maior risco de complicações Hiperglicemia Hospitalar S Qual melhor esquema de insulina no paciente internado ? Basal- Bolus X Escala de insulina regular American Diabetes Association. Diabetes care in the hospital. Standards of Medical Care in Diabetes-2016. Diabetes Care 2016 Hiperglicemia Hospitalar American Diabetes Association. Diabetes Care 2016 S Estudo DM2, cirúrgicos, avaliados quanto complicações pós-operatórias, pneumonia, bacteremia, IRA S Controle glicêmico com Basal-Bolus reduz os desfechos em 24,3 % x 8,6 % com escala de insulina rápida (OR 3,39; p 0,003) S Média da glicemia com 1 dia de tratamento: Basal-Bolus: 145 mg/dL Esquema de insulina rápida: 172 mg/dL S Em UTI, preferência para insulina EV Emergências Hiperglicêmicas Cetoacidose Diabética e Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar MITO OU VERDADE ? Cetoacidose Diabética ocorre APENAS em DM1 e Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar em DM2 MITO OU VERDADE? Cetoacidose Diabética ocorre APENAS em DM1 e Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar em DM2 MITO Emergências Hiperglicêmicas S Cetoacidose diabética (CAD) e Estado Hiperglicêmico Hiperosmolar (EHH): S complicações metabólicas agudas mais graves S CAD: S maioria em DM1 S DM2, em situações de doença aguda (trauma, cirurgia, infecção) S DM1: S CAD como apresentação em: S 20-30% das crianças e adolescentes Emergências Hiperglicêmicas S Mortalidade: S CAD: <5% S EHH: ~11% S geralmente relacionadas à causa de base S Pior prognóstico em extremos de idade e na presença de coma e hipotensão Patogênese S Mecanismo comum: S Redução na ação da insulina circulante S Aumento concomitante de hormônios contrarreguladores (glucagon, catecolaminas, cortisol e GH) S Resultados: S Aumento da produção hepática e renal de glicose S Diminuição da captação de glicose nos tecidos periféricos S Hiperglicemia e alterações osmolares Patogênese S Alteração metabólica: deficiência de insulina sem hiperosmolaridade significativa DM1/DM2 menor deficiência de insulina sem cetoacidose DM2 CAD EHH Handbook of Diabetes Mellitus. Brownlee. 1981, p. 95-149 Patogênese - CAD S CAD: S Liberação de ácidos graxos livres do tecido adiposo para a circulação (lipólise) S Aumento da oxidação hepática de ácidos graxos livres em corpos cetônicos: S Beta-hidroxibutirato S Acetoacetato S Cetonemia e acidose metabólica Patogênese - CAD Insulina Hormônios contra-reguladores Captação de glicose Produção de glicose aminoácidos Cetogênese AGL Cetoacidose Hiperglicemia Acidose metabólica Reservas de bases pâncreas músculo fígado tecido adiposo Depleção de volume Diurese osmótica ri m glicogênese lipogênese gliconeogêsese glicogenólise lipogênese proteólise síntese proteica mitocôndria AGL Patogênese - CAD S Cetogênese hepática: Acetil CoA Malonil CoA Acetil CoA- carboxilase AGL CPT-I (carnitina palmitoil transferase-I) oxidação Corpos cetônicos: acetoacetato β-hidroxibutirato GLUCAGON AGL Patogênese - CAD Insulina Hormônios contra-reguladores Captação de glicose Produção de glicose aminoácidos Cetogênese AGL Cetoacidose Hiperglicemia Acidose metabólica Reservas de bases pâncreas músculo fígado tecido adiposo Depleção de volume Diurese osmótica ri m gliconeogêsese glicogenólise lipogênese Patogênese - CAD S Tecido adiposo: Insulina lipase tecidual adipócitos TG AGL Glicerol fígado Cetoácidos Glicose catecolaminas receptor β-drenérgico Patogênese S Tecido adiposo: S Produção de prostaglandinas: S Vasodilatação S Diminuição da resistência vascular S Taquicardia, hipotensão, náuseas/vômitos e dor abdominal Patogênese- CAD Insulina Hormônios contra-reguladores Captação de glicose Produção de glicose aminoácidos Cetogênese AGL Cetoacidose Hiperglicemia Acidose metabólica Reservas de bases pâncreas músculo fígado tecido adiposo Depleção de volume Diurese osmótica ri m gliconeogêsese glicogenólise lipogênese Patogênese S Rim: S Taxa máxima de reabsorção tubular de glicose: S ~ 180 mg/dl S Quando excedida: S Glicosúria S Diurese osmótica S Hipovolemia S Diminuição do ritmo de filtração glomerular S Aumento da glicemia S Perda de água, sódio, potássio, magnésio e fósforo S Perda de cetoácidos Patogênese - CAD S Estado proinflamatório: Diabetes. 2004; 53:2079-2086 IL-8 IL-6 IL-1β TNF-α Patogênese - CAD S Risco cardiovascular e estresse oxidativo: Diabetes. 2004; 53:2079-2086 PCR AGL PAI- 1 Homocisteína DCF TBA Patogênese - EHH S EHH: S [insulina] inadequadas para facilitar a captação periférica de glicose S [insulina] adequada para prevenir lipólise e consequente cetogênese Joslin's Diabetes Mellitus 13th ed. 1994: 738-770 mitocôndria AGL Patogênese - EHH S Cetogênese hepática: Acetil CoA Malonil CoA Acetil CoA- carboxilase AGL CPT-I (carnitina palmitoil transferase-I) oxidaçãoCorpos cetônicos: acetoacetato β-hidroxibutirato GLUCAGO N AGL Insulina Patogênese - EHH S Tecido adiposo: Insulina lipase tecidual adipócitos TG AGL Glicerol fígado Cetoácidos Glicose catecolaminas receptor β-drenérgico Patogênese S Distúrbios hidroeletrolíticos: ADA Consensus Statement. Diabetes Care; 27(S1)1: S94-102 Fatores Precipitantes S Infecção (30-50%) S BCP S ITU S Sepse S Outras: S Pé diabético S Celulite S Sinusite S Meningite S Diarréia Fatores Precipitantes S Tratamento irregular (21-49%): S Suspensão ou diminuição importante de doses de insulina S Primodescompensação S Pacientes jovens: S Suspensão da insulina: S Medo de ganho de peso S Medo de hipoglicemia S Fuga de autoridade S Distúrbios alimentares S 20% das CAD recorrentes Fatores Precipitantes S IAM/AVC: S Até 5% das CAD S Muito mais frequentes no EHH S liberação de hormônios contra-reguladores S dificuldade de acesso à água Fatores Precipitantes S Drogas: S Corticosteróides S Fenitoína S Antiretrovirais (inibidores de protease) S Cocaína S Tiazídicos S Catecolaminas (dobutamina, terbutalina, dopamina, adrenalina, noradrenalina) Fatores Precipitantes S Abdominais: S Pancreatite S Colecistite S Apendicite S Vômitos intensos S Diarréia S Isquemia mesentérica Fatores Precipitantes S Abuso de álcool S Trauma S Cirurgia S Gestação S Não identificada (2-10%) Fatores Precipitantes S Não identificada: S número crescente de crianças, adolescentes e adultos com DM2 S CAD como apresentação do DM: S Afro-americanos e hispânicos S >50%: DM2 S obesidade S história familiar fortemente positiva S reserva insulínica pancreática mensurável S baixa prevalência de auto-anticorpos S suspensão de insulina durante o tratamento DM2 propenso a cetose S Apresentação: S Diminuição acentuada: S secreção de insulina S ação da insulina S tratamento agressivo com insulina: S melhora da função da célula β importante S descontinuação da insulinoterapia em alguns meses S 40% sem insulina após 10 anos do diagnóstico Definições S CAD: S Glicemia > 250 mg/dl S pH arterial < 7,3 S Cetonúria fortemente positiva S EHH: S Glicemia > 600 mg/dl S pH arterial > 7,3 S Osmolalidade sérica efetiva estimada > 320 mOsm/kg Osmolalidade sérica efetiva= 2 x Na+medido + (glicose/18) Classificação da cetoacidose CAD Leve CAD Moderada CAD Grave Glicemia > 250 pH arterial 7,25 – 7,3 7,0 – 7,24 < 7,0 Bic. Sérico 15 – 18 10 – 15 < 10 Cetonúria + Cetonemia + Ânion gap > 10 > 12 >12 Nível Consciência Alerta Alerta / Sonolência Estupor / Coma AG = Na – (Cl + Bic) – VR: 7-9 mEq/L Quadro clínico S CAD: S População mais jovem (média: 20-29 anos) S Pródromos (quando presentes): S Poliúria S Polidipsia S Polifagia S perda de peso S Mal-estar indefinido S Desidratação S Hipotensão, taquicardia S Mas pode estar com extremidades quentes e bem perfundidas pelo efeito das prostaglandinas Ausência de febre afasta infecção MITO OU VERDADE? Ausência de febre afasta infecção MITO Leucocitose = infecção MITO OU VERDADE? MITO Leucocitose = infecção Quadro clínico S CAD: S Instalação geralmente em <24 horas: S Taquipnéia S Respiração de Kussmaul (pH<7,2) S Hálito cetônico S Geralmente alerta S 20% com alteração do nível de consciência Quadro Clínico S CAD: S Febre: S Alto valor preditivo positivo para infecção S Ausência não descarta infecção S Hipotermia: S vasodilatação periférica S hipotermia grave: mau prognóstico S Dor abdominal: S 50-75% dos casos S Tende a melhorar muito com a hidratação inicial S Rara no EHH S Mecanismo: produção de prostaglandinas Quadro Clínico S EHH: S Faixa etária maior (>40 anos) S Quadro clínico mais arrastado (dias a semanas): S Poliúria, polidipsia, astenia e desidratação durante semanas S Algumas vezes sem diagnóstico prévio de DM S Dificuldade de acesso à água S Limitações físicas no acesso S Idade avançada S Resposta alterada aos mecanismos de sede S Doentes acamados S Doenças neurológicas S Desidratação bem mais acentuada: S diminuição do turgor da pele, fraquez, taquicardia, hipotensão Quadro Clínico S EHH: S Presença de rebaixamento do nível de consciência: S Sintomas localizatórios (convulsões, déficits focais) em até 25% necessidade de investigar com imagem de SNC Exames Laboratoriais S Glicemia S Gasometria arterial S Função renal S Eletrólitos: S Na, K, Cl, Mg, P S Hemograma S Urina I S Cetonúria S Cetonemia S Osmolalidade sérica Ânion Gap = Na+ – (Cl- + HCO3 -) (VR: 7-9 Eq/L) Leucocitose proporcional aos corpos cetônicos leuco>25.000 sugere infecção Exames Laboratoriais/Imagem S Conforme suspeita: S Hemocultura S Urocultura S ECG S Rx tórax S Enzimas hepáticas S Amilase/lipase: S podem estar elevadas na CAD S TC crânio S especialmente se Osm<320 mOsm/kg Diagnóstico Diferencial CAD Hiperglicemia Acidose Cetose Outros estados hiperglicêmicos: DM EHH Hiperglicemia pelo estresse Outros estados cetóticos: Cetose alcóolica Cetose de inanição Outros estados de acidose metabólica: Acidose lática Acidose hiperclorêmica Intoxicação por salicilatos, metanol, paraldeído, etilenoglicol Acidose urêmica Adaptado de Kitabchi et al. Diabetes Care; 24:131-153 Diagnóstico Diferencial S Dor Abdominal difusa: S Peritonite S Pancreatite aguda S Anemia falciforme S Fase inicial de apendicite aguda S Trombose mesentérica S Gastroenterite S Dissecção ou ruptura de aneurisma de aorta S Obstrução intestinal S Porfiria intermitente aguda S Cetoacidose diabética Diagnóstico Diferencial S Alteração do nível de consciência: S AVC S Meningite S Trauma S Metástases cerebrais múltiplas S Hipertensão intracraniana S Hipoglicemia S Hipo/hipernatremia S Hipo/hipercalcemia Encefalopatia hepática Encefalopatia urêmica Encefalopatia hipertensiva Coma mixedematoso Delirium Intoxicações exógenas Estado hiperglicêmico hiperosmolar CAD grave S Tratamentos da CAD e EHH muito semelhantes S Princípios: S Procurar e tratar os fatores precipitantes S Corrigir o déficit hídrico: hidratação S Corrigir a hiperglicemia: insulinoterapia S Corrigir os déficits eletrolíticos S Repor bicarbonato Tratamento Tratamento 1. Reposição de Volume 2. Insulinoterapia 3. Reposição de Potássio 4. Reposição de Bicarbonato 5. Reposição de Fósforo S Monitorização: S 2/2 ou 4/4 horas: S eletrólitos S glicemia S uréia/creatinina S osmolalidade S pH venoso S pH venoso: 0,02-0,03 < pH arterial Tratamento Hidratação S Objetivos: S Expansão extracelular S Restauração do volume intravascular S Melhora da perfusão tecidual e renalS Diminuição dos níveis de hormônios contra-reguladores S Diminuição da glicemia S pode reduzir até 25% Hidratação S Expansão rápida: S NaCl 0,9% 1 – 1,5 L na primeira hora (15-20 ml/kg) S Corrigir hipotensão ou choque (podem ser necessários vários litros) S Manutenção: S 250-500 ml/h (4-14 ml/kg/h): S Se Na+>135 mEq/L: NaCl 0,45% S Se Na+<135 mEq/L: NaCl 0,9% Na+corrigido = Na + medido + [1,6 x (glicemia-100)/100] Hidratação S Evitar hipoglicemia: S Glicemia: 200-250 mg/dl S Associar SG5% ou 10% S Manter 150-250 ml/h S Monitorização: S PA / FC S balanço hídrico S sinais de hidratação ao exame físico S exames laboratoriais S atenção: pacientes nefropatas e cardiopatas 1ª hora: NaCl 0,9% 1-2 litros Determinar status de hidratação Hipovolemia grave Choque cardiogênicoDesidratação leve Administrar NaCL 0,9% (1L/h) Avaliar Na sérico corrigido Monitorar hemodinâmica Na sérico elevado Na sérico normal Na sérico baixo Na < 135 mEq/L NaCL 0,45% (200-250 mL/h) conforme status de hidratação NaCL 0,9% (250-500 mL/h) conforme status de hidratação Quando a glicemia chegar a 200mg/dL: Trocar para SG5% com NaCl 0,45% e manter 150-250 mL/h K< 3,3 mEq/L: não prescrever dose inicial de insulina (bolus) Insulinoterapia HIPOCALEMIA Insulinoterapia S Indicada apenas se K+ > 3,3 mEq/L: S Se K+ <3,3 mEq/L, prescrever 1L SF com 20-30 mEq de K+ e dosar novamente após infusão S Dose de ataque: S Insulina regular 0,1 U/Kg EV S Dose de manutenção: S Bomba de infusão contínua: 0,1 U/Kg/hora S Insulina regular 50 U S Soro fisiológico 500 ml (=0,1 U/ml) Insulinoterapia endovenosa Após hidratação da 1ª hora Dose de ataque: 0,1UI/kg 0,14 UI/kg/hora Taxa ideal de queda: 50-70 mg/dL Se houver redução menor que 10%: bolus de 0,14 UI insulina/kg Dose de manutenção: 0,1 UI/kg/hora Quando a glicemia alcançar 200 mg/dL: reduzir infusão para 0,02-0,05 UI/kg/h. Manter glicemia ao redor de 150-200 até resolução da cetoacidose Insulinoterapia S Monitorização: S Glicemia capilar 1/1h S Taxa ideal de queda da glicemia: S 50-75 mg/dL/hora S Se queda <50 mg/dL/h: dobrar a velocidade de infusão S Se queda >75 mg/dL/h: reduzir à metade a velocidade de infusão S Diminuição da velocidade: S 0,05 - 0,1 U/Kg/h S CAD: glicemia <200 mg/dl S EHH: glicemia <300 mg/dl S Adição de SG 5% ou 10% Insulinoterapia S Suspender a infusão contínua: S Critérios: S Controle do fator precipitante S Glicemia <200 mg/dL S pH > 7,30 S Bic > 18 mEq/L E Insulinoterapia S Suspender a infusão contínua: S Critérios: S Controle do fator precipitante S Glicemia <200 mg/dL S pH > 7,30 S Bic > 18 mEq/L S Correção da cetonemia mais lenta que a da hiperglicemia: S ideal: dosagem da cetonemia S método do nitroprussiato: S medição do acetoacetato e acetona S β-OHB acetoacetato E Não usar como parâmetro de resposta à terapia Insulinoterapia S Antes da suspensão: S Iniciar esquema basal-bolus SC S Esperar cerca de 1-2 horas antes de desligar a bomba S Dose da insulinoterapia SC: S semelhante à prévia S 0,5-0,8 U/kg/d DTDI S Se manutenção do jejum: S preferível manter insulina EV em BIC Insulinoterapia Transição da insulina endovenosa para subcutânea S Antes da suspensão: S Continuar a infusão intravenosa for 1-2 horas após ter iniciado um esquema com insulina via subcutânea. S Usar a dose prévia de insulina ou cálculo de dose diária de insulina: 0,6 x peso (kg) ou taxa recente infusão (U/h) x 24 x 0,66 Caso Clínico Caso Clínico S Menina, 12 anos, DM1, deu entrada no serviço com CAD. S Após correção da hidratação e da insulinoterapia (em infusão contínua), houve redução importante da glicemia e normalização do pH sanguíneo, mas a cetonúria, medida por fita reagente, acentuou-se. Caso Clínico Qual a conduta mais apropriada para o caso? A. Aumentar a velocidade de infusão intravenosa de insulina B. Pesquisar uma fonte não identificada de infecção C. Manter o esquema terapêutico utilizado, já que o comportamento observado da cetonúria é normal D. Mudar o tipo de insulina que vinha sendo utilizada Caso Clínico Qual a conduta mais apropriada para o caso? A. Aumentar a velocidade de infusão intravenosa de insulina B. Pesquisar uma fonte não identificada de infecção C. Manter o esquema terapêutico utilizado, já que o comportamento observado da cetonúria é normal D. Mudar o tipo de insulina que vinha sendo utilizada Insulinoterapia S CAD leve: S Tratamento alternativo: S análogo de ação rápida SC S Ataque: 0,3 U/kg (análagos ultra-rápida) ou 0,4 U/kg (insulina regular) S Manutenção: 0,2 U/kg 2/2 horas ou 0,1 U/kg 1/1 hora S Se glicemia < 250 mg/dl: S manutenção: 0,1 U/kg 2/2 horas ou 0,05 U/kg 1/1 hora Insulinoterapia S CAD leve: S Análogo de ação rápida SC: S Sem diferença em relação a insulina EV: S tempo de internação S quantidade total de insulina S hipoglicemias S menor internação em UTI: S 30% do custo de internação Umpierrez et al. Am J Med. 2004; 117:291-296 Umpierrez et al. Diabetes Care. 2004; 27:1873-1878 Reposição de potássio S Monitorização: S À entrada S Após: 2/2 a 4/4 horas S K+ < 3,3 mEq/L: S Não prescrever a dose inicial de insulina (bolus) S Repor 20 a 30 mEq de K+ em 1L de SF em 1 hora, e dosá-lo logo após S Só iniciar insulina quando K+ > 3,3 mEq/L Reposição de potássio S 3,3 < K+ < 5,0 mEq/L: S Repor K+ desde a chegada ao PS S 20-30 mEq de K+ para cada litro de soro infundido S K+ > 5,0 mEq/L: S Não repor K+ S Iniciar insulinoterapia S Repor K+ quando < 5,0 mEq/L Reposição de Potássio Potássio K+ < 3,3 mEq/L K + > 5,0 mEq/LK + : 3,3 e 5,0 mEq/L Não administrar insulina Prescrever 20-30 mEq de K+ em cada litro de solução IV para manter K+ entre 4-5 mEq/L Não prescrever reposição de K+, mas medir a cada 2 h Prescrever 20-30 mEq de K+ IV em 1 hora e medir K+ após infusão Checar K+ a cada 2-4 horas Pode administrar insulina Caso Clínico Caso Clínico S Paciente 19 anos, DM1 há10 anos, deu entrada no serviço de emergência com queixa de dor abdominal e vômitos. Caso Clínico S Paciente 19 anos, DM1 há10 anos, deu entrada no serviço de emergência com queixa de dor abdominal e vômitos. S Exame físico: afebril, desidratado, RCR, FC 108 bpm, AP fisiológica, FR 40 ipm. Abdome dor intensa à palpação profunda e a descompressão brusca. Caso Clínico S Leu 15.600 com desvido à esquerda (12% bastões) S Amilase 250 U/L ( 28-100) S TGO 91 U/L (VR < 34) S TGP 109 U/L ( VR< 55) S Glicemia 442 mg/dL S Creatinina 1,9 mg/dL ( VR 0,7-1,3) S Uréia 91 mg/dL ( VR 10-50) S K 5,7 mEq/L ( VR 3,6-5,1) S pH 7,1 ( VR 7,35-7,45) LABORATÓRIO Caso Clínico É possivel afirmar sobre o caso: A. O paciente deve ser avaliado de imediato pelo cirurgião B. ATB de amplo espectro deve ser administrado devido quadro infeccioso aparentemente grave C. Hidratação e insulinoterapia, por via EV, devem ser iniciados de imediato D. NaHCO3 se faz necessário para reverter acidose metabólica Caso Clínico É possivel afirmar sobre o caso: A. O paciente deve ser avaliado de imediato pelo cirurgião B. ATB de amplo espectro deve ser administrado devido quadro infeccioso aparentemente grave C. Hidratação e insulinoterapia, por via EV, devem ser iniciados de imediato D. NaHCO3 se faz necessário para reverter acidose metabólica Bicarbonato de sódio S Indicação: S pH ≤ 7,0 S Reposição: S 6,9 ≤ pH ≤ 7,0: S BicNa8,4% 50 ml + AD 200 ml + 10 mEq KCl em 1 hora S pH < 6,9: S BicNa8,4% 100 ml + AD 400 ml + 20 mEq KCl em 2 horas S Monitorização: S Aferir novo pH venoso após 2 horas S Repetir infusão se pH ≤ 7,0 Reposição de Bicarbonato Avaliar pH pH > 7,0 Não administrar bicarbonato Prescrever reposição de bicarbonato: 50 mEq de Bic em 200 mL de água IV em 2 horas pH ≤ 7,0 Repetir Bic a cada 2 horas até que o pH esteja > 7,0 CAD EHH EHH S INSULINOTERAPIA S Manter bomba deinfusão de insulina R até: S Osmolalidade normal e S Melhora do nível de consciência S CRITÉRIDOS DE RESOLUÇÃO: S Osmolalidade normal e S Retorno ao status mental basal Reposição de fosfato S Indicação: S P < 1,0 mg/dl S P baixo e: S Disfunção de ventrículo esquerdo S Arritmias cardíacas S Achados de hemólise ou rabdomiólise S Tratamento: S 20-30 mEq fosfato de potássio Monitorização Complicações do tratamento S Hipoglicemia S Principal complicação S Hipocalemia S decorrente da insulinoterapia ou correção de acidose com bicarbonato S Acidose hiperclorêmica S transitória S Edema cerebral S Raro (0,7-1,0% das crianças com CAD) S mortalidade > 70% se sintomas graves S piora do nível de consciência, letargia, cefaléia, convulsões, alterações pupilares, bradicardia e PCR Complicações do tratamento S Síndrome do desconforto respiratório agudo (SARA) S Congestão pulmonar por sobrecarga hídrica S Tromboembolia pulmonar S Relativamente frequente no EHH S Rara na CAD S Dilatação gástrica aguda S Mucormicose: S Infecção fúngica que atinge principalmente os seio da face S Alteração do metabolismo de ferro durante a cetoacidose S Rara, porém com alta mortalidade contato@draanaelisa.com.br
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