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aula 05 - Filosofia na História pt 3

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Aula 05
Filosofia p/ ENEM 2017
Professor: Raphael de Oliveira Reis
33320407821 - gabriele ostapiuk miudo dias
 
 
FILOSOFIA 
Prof. Raphael Reis – Aula 05 
 
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AULA 05: Módulo III: A Filosofia na História Parte III 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Pensamento Filosófico no século XIX 3 
2. Pensamento Filosófico no século XX 12 
3. Resumo 24 
4. Exercícios 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FILOSOFIA 
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FILOSOFIA 
Prof. Raphael Reis – Aula 05 
 
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1 Pensamento Filosófico no século XIX 
 
Embora seja mais cobrado os pensadores da Idade Moderna (XVI-XVIII) 
nas últimas provas do ENEM, sempre aparece alguma questão dos pensadores 
do século XIX e XX. Então, vamos juntos em mais uma aula para percorrer mais 
uma etapa importante em sua preparação para o ENEM. Aqui, encerraremos 
uma jornada de 25 séculos da Filosofia na História! 
O século XIX é caracterizado por uma reflexão filosófica variada. Alguns 
filósofos mantiveram-se no caminho de seus antecessores (os iluministas), 
confiando na razão e no progresso humano. Outros reagiram contra o 
predomínio da razão e teceram novas problemáticas e críticas. 
Com a Revolução Francesa (1789-1799) ficou marcada a Idade 
Contemporânea no Ocidente, porque a partir dela se construiu uma sociedade 
diferente do que a anterior, fundamentada nos valores de igualdade, liberdade e 
fraternidade. Embora tenham participado vários grupos sociais no período da 
revolução, os valores burgueses se sobressaíram. A burguesia se consolidou 
como classe e passou a ser uma classe dirigente, implementando 
gradativamente um novo modelo de sociedade. Além da Revolução 
Francesa, tivemos a Revolução Industrial (1760-1850), que modificou a 
organização econômica e consolidou o sistema capitalista. 
As antigas formas de produção como as corporações de oficio foram 
substituídas por uma nova racionalidade: as fábricas e suas máquinas. Novas 
fontes de energia como o carvão, a eletricidade e o petróleo surgiram. Depois 
vieram o uso do aço, a locomotiva, o motor a gasolina (automóvel), motor a diesel 
(avião), o telégrafo, o telefone, a fotografia, o cinema, o rádio, a televisão. Estas 
inovações tecnológicas causaram grande impacto no pensamento do 
século XIX e XX, reforçando a confiança na razão e no progresso da 
humanidade , gerada no período do racionalismo e do iluminismo – a ciência 
era vista como a principal condutora para um caminho melhor para a 
sociedade . 
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No entanto, nem tudo foi “mil maravilhas”. Com a consolidação do 
capitalismo e dos avanços tecnológicos apareceram vários problemas sociais e 
novas indagações no pensamento filosófico e sociológico. Um deles foi a 
exploração do trabalho humano e o aumento das desigualdades sociais. O 
operariado vivia de forma miserável, com horas extenuantes de trabalho 
(chegando a trabalhar até 18 horas diárias), péssimas condições de moradia, 
baixa remuneração, sem garantias, sem direitos e sem liberdade. No século XX, 
a produção em massa (consumo) e as novas tecnologias da comunicação 
(principalmente rádio e televisão) ocuparam debates calorosos. 
No contexto do século XIX surgiram algumas correntes do pensamento 
filosófico que iremos destacar a seguir: 
 
1. Romantismo 
Em resumo, o roma ntismo foi um movimento cultural e filosófico 
crítico à visão racionalista. Criticavam que a dimensão dos sentimentos do 
ser humano não era levada em consideração na sociedade industrial, 
mecanizada . 
Os pensadores denominados “românticos”, em linha geral, enfatizavam 
a subjetividade, as emoções, a natureza e os valores patrióticos . A intuição 
e os sentimentos contra a supremacia da razão. 
A natureza era vista como força vital como resposta ao mundo urbano-
industrial que se expandia. A concepção de Deus, que era sobretudo explicada 
pela razão suprema iluminista passa a ser entendida através de uma concepção 
emocional e mística, porque Deus fala a linguagem do coração , e não da 
razão. O nacionalismo, amor fervoroso pela pátria, incentiva a valorização 
da língua materna, das tradições, dos valores individuais. 
Na literatura, o alemão Goethe foi um expoente. Em sua obra mais 
referenciada, “Fausto”, mostrou um indivíduo erudito (personagem Fausto) que 
sempre estava insatisfeito com o que conhecia. Fez um pacto com Mefistófeles 
(o diabo), vendendo sua alma em troca da satisfação de seus desejos de 
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conhecimento e poder. Para muitos críticos literários, essa obra é uma metáfora 
crítica a sua sociedade, fundamentada na confiança do progresso científico. 
Na música, os expoentes do romantismo foram Beethoven e Chopin. 
Na filosofia não podermos dizer que houve uma corrente do romantismo, 
mas sim certas características em alguns pensadores. Jean-Jacques 
Rousseau é considerado um pré-romântico , porque tinha reservas à crença do 
progresso científico e via no estado de natureza um ser humano puro, bom. 
Outro filósofo que recebeu influência do romantismo foi Hegel, que reteve o 
aspecto do nacionalismo, do amor à pátria e da valorização do Estado em 
sua filosofia. Contudo, Hegel era um crítico do sentimentalismo romântico . 
 
1.2 Positivismo 
No mesmo contexto surge o pos itivismo, que se opõe ao romantismo . 
O positivismo é uma doutrina filosófica fundamentada na confiança do 
progresso científico, criada por um conhecido nosso das aulas de 
sociologia, Auguste Comte (1798-1857). 
O positivismo valorizava as ciências positivas (sobretudo o método das 
ciências da natureza), estruturadas nos fatos concretos e na experiência, 
recusando as discussões metafísicas. 
O conhecimento para Comte era baseado em fatos observáveis. Era 
crítico daquilo que ele chamou de filosofia “negativa” ou abstrata 
(Rousseau, Voltaire, Kant), propondo-se a inaugurar uma filosofia “positiva”, 
comprometida com a realidade, a utilidade, a certeza, a precisão e a 
organização. Havia um culto a ciência e ao método científico, como caminho 
para o progresso da sociedade . 
O método da filosofia social (sociologia) era a pesquisa das leis gerais, 
com objetivo de prever os fenômenos naturais e agir sobre os mesmos . As 
transformações deveriam seguir o progresso, mas mantendo a ordem social – 
como já dissemos na aula de sociologia, estas ideias irão influenciar várias 
sociedades, inclusive a nossa no período republicano – basta ver o lema de 
nossa bandeira “Ordem e Progresso”. Recentemente, o discurso positivista 
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voltou a ganhar destaque, por exemplo, sendo o lema do governo de Michel 
Temer. 
Comte elaborou a Lei dos Três Estados da evolução histórico-cultural da 
humanidade: 
1) Teleológico: explicações religiosas são predominantes. 
2) Metafísico ou abstrato: explicações filosóficas que procuraram 
entender a constituição dos seres. 
3) Positivo: estágio definitivo da evolução racional, para entender os 
fenômenos do mundo por meio do raciocínio e da observação. 
Comte propunha a necessidade de uma reorganização completa da 
sociedade , porque a Revolução Francesa teria destruído uma série de valores 
da sociedade tradicional europeia. Portanto, era preciso regenerar as ideias, as 
opiniões e os costumes, isto é, uma reestruturação intelectual dos indivíduos . 
Assim, era necessária uma reforma intelectual, depois moral e por fim, política, 
reestabelecendo a ordem e o progresso na sociedade capitalista. 
É uma visão considerada conservadora de sociedade. Defendia a 
exploração industrial e a divisão social do trabalho. A divisão da sociedade em 
classes (empresários e operários) era considerada indispensável para o bom 
funcionamento da sociedade. 
 
1.3 Friedrich Hegel (1770-1831): o idealismo absoluto 
Uma outra corrente foi o idealismo absoluto, bem diferente do 
positivismo e próximo em alguns aspectos do romantismo . Surgiu no final 
do século XVIII e se desenvolveu na primeira metade do século XIX, tendo como 
principal nome o filósofo Hegel. 
A doutrina idealista é marcada pela concepção de que o sujeito tem 
um papel mais determinante do que o objeto no processo de 
conhecimento . Neste sentido, na Antiguidade tivemos Platão que valorizava a 
teoria das ideias; na Idade Moderna Descartes, que valorizou a autonomia do 
ser pensante; e no Iluminismo Immanuel Kant, que estabeleceu o conhecimento 
a priori do sujeito. 
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Hegel vai ser referência no idealismo absoluto, a partir de sua 
concepção de que tudo que é real é racional e que o racional é real . A 
racionalidade é o fundamento de tudo que existe, sendo o ser humano a 
manifestação mais elevada dessa razão. 
Vimos em aulas passadas que para Hegel a realidade é uma espécie de 
“espírito”, com atuar constante. O movimento do real é entendido como 
devir, isto é, aquilo que está se realizando e continua se realizando . O 
movimento da realidade apresenta momentos que se contradizem, sem, no 
entanto, perder a unidade do processo, que leva a um crescente 
aperfeiçoamento. Isso se dá através do movimento dia lético do real 
constituído pela tese, antítese e síntese . Esse movimento abstratamente é 
dado através de um espiral, movimento circular que não se fecha. A cada final, 
a síntese se transforma numa nova tese de um movimento posterior e mais 
avançado . 
Nesta perspectiva, a história é o desdobramento do espírito objetivo, 
do espírito absoluto , cujo é a realização da liberdade humana na sociedade. 
Manifesta-se no direito, na moralidade e na ética, englobando família, sociedade 
e Estado. Para Hegel, o Estado político é o momento mais elevado do 
espírito absoluto, de modo que o indivíduo só existe como membro do 
Estado . 
Portanto, a História seria o desdobramento do movimento constante 
do espírito no tempo . A história é uma evolução contínua da ideia de liberdade, 
que se desenvolve racionalmente. 
Para ele, todas as coisas existentes , mesmo as piores como, por 
exemplo, as guerras, fazem parte de um plano racional e tem um sentido 
dentro do processo histórico , porque fazem surgir uma etapa superior. Este 
pensamento foi criticado por vários pensadores, devido ao conformismo e a 
passividade perante as injustiças sociais. 
 
 
 
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1.4 Karl Marx (1818-1883) 
A priori, Marx fará parte de um grupo denominado de “neo-hegelianos de 
esquerda”, seguindo uma das principais figuras desta corrente, Ludwig 
Feuerbach. Depois romperá com as ideias hegelianas e “inverterá” suas 
concepções filosóficas ao desenvolver suas concepções. 
Diferente de Hegel, Marx passou a defender que a filosofia deveria partir 
do ser concreto (sujeito como construção social), isto é, a realidade material 
determina as representações e conceitos. Assim, para Marx o idealismo 
hegeliano era uma farsa, pois pretende entender o real como manifestação 
de uma razão absoluta . 
A visão da história marxista foi chamada de materialismo histórico , pois 
suas reflexões parte da história concreta dos seres humanos, a partir das 
condições materiais nas quais eles vivem e se organizam . O ser humano 
não pode ser considerado de forma abstrata como consideravam os pensadores 
Hegel, Feuerbach, Proudhon, Schopenhauer, Kierkeggaard. 
Em resumo, para Marx as formas como os indivíduos se comportam, 
pensam, agem e sentem está associado as relações sociais que, por sua vez, 
são determinadas pela forma de produção da vida material. Ou seja, a estrutura 
(como os seres humanos trabalham e produzem os meios necessários para a 
sustentação material das sociedades) determina a superestrutura (ideologia, 
ideias, religião, cultura, política, etc.). 
 Se para Hegel, o movimento dialético é um instrumento da legitimação 
da realidade existente, no pensamento de Marx, a dialética leva a 
possibilidade de negação da realidade, que pode ser transformada pela 
ação humana – a História não anda sozinha, guiada por uma razão ou 
espírito, mas é feita pelas ações humanas . 
Marx, assim como Hegel, tem uma concepção evolucionista da 
humanidade, embora os pontos de partida sejam bem diferentes. Para Hegel, 
isso se dá no movimento contínuo do espírito absoluto. Para Marx, através 
das mudanças de etapas dos modos de produção . 
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O modo de produção é a maneira como a produção material se apresenta 
em determinado desenvolvimento social. O modo de produção é constituído 
pelas forças produtivas (força de trabalho humano e meios de produção) e 
pelas relações de produç ão (relações de trabalho). Assim, nesta concepção, 
tivemos os seguintes modos de produção: comunismo primitivo, escravismo, 
feudalismo e o capitalismo. 
Para Marx, a passagem de um modo de produção para o outro se dá 
quando as forças produtivas entram em contradição com as relações sociais de 
produção. Exemplo: quando as forças produtivas no sistema capitalista se 
desenvolveram, isto é, o surgimento de máquinas principalmente, a relação de 
trabalho (servidão e manufatura das corporações de ofício) entraram em 
contradição, impedindo a produção. Dessa forma, uma nova relação de trabalho 
se fez necessária: o assalariamento. Para concretizar as transformações há 
ações de determinado grupo social que se tornam revolucionários em 
determinado período. No caso do feudalismo para o capitalismo, foi a 
burguesia o agente revolucionário, através das suas revoluções: francesa, 
industrial e outras que aconteceram ao longo do século XIX . 
Por fim, destaco que para Marx a luta de classes é o motor da história. A 
classe revolucionária que impulsionaria as transformações do sistema capitalista 
parao socialismo seria o proletariado. 
 
1.5 Friedrich Nietzsche (1844-1900) 
O filósofo alemão Nietzsche realizou uma crítica radical da tradição 
filosófica e dos valores fundamentais da civilização ocidental 
(massificação, visão de mundo burguesa, conservadorismo cristão, etc.). 
Influenciou vários filósofos existencialistas, sendo considerado um pré-
existencialista. 
Diferente da maioria dos filósofos escreveu suas reflexões sob a forma de 
aforismos, isto é, uma sentença curta que exprime um conceito, um conselho ou 
um ensinamento. Escreveu sobre diversos temas: religião, moral, artes e 
ciências. 
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Nietzsche teve influência do pensamento de Schopenhauer (1788-1860), 
o qual tecia críticas a filosofia de Hegel, por este legitimar as formas de governo 
e instituições, como se o Estado fosse um estágio avançado do progresso. 
Para Schopenhauer , a História não é racionalidade e progresso, mas 
sim acaso cego e enganoso. Defendia também que tudo no mundo depende 
do sujeito, portanto, o mundo e suas coisas são representações, são ilusões. 
Dessa forma, alcançar a essência das coisas só era possível através do insight 
intuitivo, no qual a arte pode contribuir com o desprendimento da 
individualidade do sujeito em imersão pura e plena no objeto . 
Além disso, Schopenhauer entendia que a essência do mundo é a 
vontade de viver , uma espécie de impulso cego sem fundamentos ou motivos. 
No ser humano, essa vontade é o desejo consciente, o qual não satisfeito, 
provoca sofrimento e, se satisfeito, provoca tédio , por já ter conquistado o 
que era desejado. Assim, para ele, a vida oscila como um pêndulo entre o 
sofrimento e o tédio . 
A visão pessimista de Schopenhauer vai decepcionar Nietzsche , que 
passará a ser um crítico contundente de seu conterrâneo, porque a vontade de 
viver vai além de um conjunto de pulsões sem outra finalidade que não seja 
a vida, mas também um impulso de afirmação da vida na direção de uma 
transcendência criadora, em direção a uma plenitude existencial . 
Outra crítica de Nietzsche é com a tradição filosófica a partir de 
Sócrates, que teria negado a intuição criadora da filosofia dos pré-
socráticos. Vai distinguir dois princípios: o apolíneo , em referência ao deus 
grego Apolo que representava a razão, a clareza e a ordem e o dio nisíac o, em 
referência ao deus grego da aventura, da fantasia, da desordem. Para o filósofo 
alemão, estes dois princípios são complementares, mas foram separados na 
Grécia socrática que optou pela supremacia da razão – o mundo é uma mescla 
de turbulências e complexidades. 
Além da crítica a Schopenhauer e a tradição filosófica, Nietzsche faz uma 
crítica intensa aos valores morais . Para ele, o bem e o mal não são noções 
absolutas , porque estes são elaborados conforme os interesses humanos, 
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portanto, são produtos histórico-culturais. Essas noções são impostas pelas 
religiões principalmente. A tradição judaica e cristã define o bem e o mal 
como se fossem vontade de Deus, ou seja, como valor absoluto . Essas 
noções são absorvidas pelas pessoas gerando sentimentos de dever, culpa, 
dívida e pecado. Isso gerou uma sociedade de indivíduos medíocres, tímidos, 
sem criatividade e submissos. Por isso, ele vai cunhar a expressão “moral de 
rebanho”, para mostrar a submissão irrefletida de grande parte das 
pessoas aos valores dominantes da civilização cristã e burguesa . 
Qual conclusão ele quer passar com esta crítica aos valores morais? Que 
se cada pessoa se der conta de que os valores presentes em sua vida são 
construções humanas, estará no dever de refletir sobre suas concepções 
morais e questionar o valor de seus valores , enfrentando o desafio de viver 
por sua própria conta e risco. 
A partir da Idade Média quando o cristianismo começa a deixar de ser a 
única explicação possível de mundo, devido a retomada racional nas reflexões 
filosóficas e o avançar da investigação científica, seus valores absolutos 
também foram colocados em xeque , o que levou ao niilismo, isto é, 
expressão afetiva e intelectual da decadência. 
Nesta perspectiva, Nietzsche decreta a morte de Deus , entendida como 
um acontecimento histórico-cultura l, cujos fundamentos transcendentais 
fundamentados na ideia de Deus foram destruídos . Portanto, para combater o 
niilismo provocado por essa mudança, Nietzsche defende valores 
afirmativos da vida, capazes de expandir as energias latentes em nós, sem 
conformismo, resignação ou submissão. 
 
 
 
 
 
 
 
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2 Pensamento Filosófico no século XX 
 
O século XX produziu muitas reflexões filosóficas e como não poderia ser 
diferente, bem distinta do século XIX. 
Uma das características da fi losofia do século XX é que muitas 
certezas desmoronaram . O projeto da modernidade idealizado pelo 
Iluminismo do século XVIII (confiança na razão e a ideia de progresso) se 
esvaiu . 
De modo geral, boa parte dos pensadores do século XVIII e XIX eram 
entusiastas do conhecimento técnico-científico; valorizavam o poder da razão; 
muitos apostavam na industrialização como benefício para a humanidade; havia 
uma valorização da pátria; o socialismo pretendia a construção de uma 
sociedade mais justa; os liberais acreditavam que a industrialização levaria a 
uma melhor qualidade de vida para a maioria das pessoas, etc. 
Entretanto, essas esperanças não se concretizaram. O século XX ficou 
conhecido também como a Era das Incertezas (confira meu artigo publicado no 
site do Estratégia ENEM sobre o sociólogo polonês Zygmunt Bauman e sua 
reflexão sobre “Modernidade Líquida”). 
Uma das primeiras mudanças significativas no início do século XX é o 
surgimento da psicanálise com Freud (lembra que já vimos alguns conceitos 
sobre consciência e inconsciente?). 
A psicanálise valoriza os processos inconscientes que guiariam 
determinados comportamentos, o que debilita a hegemonia da razão nos 
assuntos humanos. Somado a isso, na física, tivemos a teoria da relatividade, 
com Einstein. Os métodos das ciências naturais também passaram por 
questionamentos. 
A irracionalidade atingiu dimensões inimagináveis com as duas grandes 
guerras. A Guerra Fria provocou tensão mundial devido a possibilidade do uso 
de armas atômicas e de destruição em grande proporção. Por outro lado, após 
a 2ª Guerra Mundial, a tecnologia voltou a dar esperanças: telescópios potentes, 
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naves espaciais capazes de explorar outros planetas, surgimento do computador 
e da internet. Contudo, passada a euforia, essas tecnologias fizeram avançar a 
corrida armamentista, não contribuiu para a diminuição das desigualdades 
sociais e o meio ambiente cada vez mais é uma agenda preocupante, devido ao 
esgotamento dos recursos naturais para a sociedade do consumo. 
Neste contexto (XX) surgem algumas correntes filosóficas que iremos 
analisar neste capítulo: o Existencialismo, a Fenomenologia,a Filosofia 
Analítica, a Escola de Frankfurt e o Pensamento Pós-Moderno. 
 
2.1 Existencialismo 
A existência humana é o ponto de partida das reflexões dos pensadores 
considerados existencialistas, que começou com os chamados pré-
existencialistas (Schopenhauer, Kierkeggaard e Nietzsche). Os existencialistas 
de maior notoriedade no campo filosófico foram Martin Heidegger, Jean-Paul 
Sartre, Simone de Beauvoir e Karl Jasper. 
A principal indagação é: o que é existir? Em linhas gerais, para esses 
pensadores existir implica a relação do ser humano consigo mesmo, com 
outros seres humanos, com os objetos culturais e com a natureza , portanto, 
são relações diversas, interativas e concretas. Algumas dessas relações são 
determinadas (socialmente) e outras indeterminadas (aquelas que resultam 
de nossa liberdade ou do acaso, podendo ou não acontecer) . 
Algumas concepções importantes do existencialismo: 
 
Ser humano É entendido como uma realidade em 
construção, imperfeita, aberta e 
inacabada. 
Liberdade humana Não é plena, devido às circunstâncias 
históricas, mas os sujeitos podem 
superar ou não os obstáculos que lhes 
aparecem. 
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Vida humana É preciso encarar as adversidades da 
vida e encarar a existência, que é 
marcada pela dor, injustiça, fracasso, 
sofrimento, angústia, etc. 
 
 Outro aspecto importante que influenciou os filósofos existencialistas é a 
fenomenologia . Esta foi desenvolvida pelo filósofo alemão Edmund Husserl 
(1859-1938). Para ele a consciência não é uma realidade essencial, mas sim um 
movimento que se realiza na direção dos objetos. A consciência de algo 
sempre manifesta uma intencionalidade , um modo específico de enxergar as 
coisas. Traduzindo, os objetos e as coisas são abordados em função de 
alguma intenção do sujeito . 
Nesta perspectiva, os fenômenos (coisas que aparecem) através dos 
sentidos ou à consciência devem ser analisados e descritos rigorosamente, para 
se buscar como a experiência é formada pelo indivíduo. Essas questões fizeram 
com que houvesse uma retomada as origens da filosofia, que refletia sobre o 
ser, sua origem e sua essência (ontologia ou metafísica). 
Martin Heidegger (1889-1976 ) retoma as reflexões ontológicas: por que 
há algo e não nada? Esta indagação coloca um problema central da filosofia 
que, para ele, era sobre o ser e a existência de tudo. Haveria uma distinção entre 
ente e o ser . O primeiro é a existência e o segundo é a essência . Assim, sua 
preocupação era entender o ser em seu conjunto. 
Ao procurar o sentido do ser ele tece 3 etapas que caracterizam a vida 
humana, as quais, para a maioria dos indivíduos culminam em uma existência 
inautêntica : 
o fato da existência: o ser humano é lançado ao mundo sem saber o 
motivo, sem ter pedido para nascer. 
o desenvolvimento da existência: existir é construir um projeto, o ser 
procura realizar aquilo que ainda não é. 
destruição do eu: ao tentar construir o seu projeto, o ser humano é 
confrontado com as adversidades, que podem fazer com que se desvie de seu 
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caminho existencial. Trata-se do confronto do eu com os outros, no qual o 
indivíduo comum é derrotado. O seu eu é destruído, arruinado e dissolve-se nas 
preocupações da massa humana. Ao invés de tornar si-mesmo, torna-se o que 
os outros são. 
Como podemos notar, Heidegger não é nada otimista. A existência 
inautêntica leva a angústia , porque o eu é dissolvido e absorvido pelas 
banalidades ou por outras pessoas. Na angústia, o ser caminha para o nada, 
um ser para a morte . Para superar este estado, o filósofo alemão vai dizer que 
o indivíduo precisa enfrentar o seu sentimento e transcender o mundo e a 
si mesmo, conferindo sentido ao seu ser. 
 
2.1.1 Jean-Paul Sartre (1905-1980) 
Talvez o maior expoente do existencialismo foi Sartre. Teve a influência 
da fenomenologia de Husserl e da filosofia de Heidegger. Critica a concepção de 
potência de Aristóteles, na qual o ser é ato (aquilo que ele é) e potência (aquilo 
que ele poder vir a ser). Para Sartre, o ser é o que é, é um ente em si . Ou seja, 
o indivíduo não é ativo nem passivo, não é afirmação nem negação, mas 
simplesmente repousa em si. 
Faz uma distinção entre ente em-si e o ente para-si. O ente em-si 
representa a plenitude do ser enquanto o ente para-si está voltado para fora, é 
o não-ser, é o nada. Então, nesta visão, uma característica tipicamente 
humana é o nada, entendi do como algo singular, que faz de nós um ente 
não estático, aberto às possibilidades de mudança . 
 Sartre vai defender que se o ser humano fosse um ser em-si, isto é, pleno, 
total, não poderia ter consciência (espaço aberto a múltiplos conteúdos) nem 
liberdade (possibilidade de escolha). Desta forma, o ser vai existindo em sua 
existência, por meio de suas escolhas; o indivíduo constrói a si mesmo e 
torna- se responsável pelo que faz. 
Não há para Sartre uma natureza humana, mas sim uma condição 
humana, qual seja, o conjunto de limites que esboçam a situação fundamental 
no universo do ser. 
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Portanto, o não-ser vai existindo e sua condição humana é um 
exercício da liberdade que move o ser humano , que gera as incertezas, a 
produção dos sentidos, que impulsiona a superação dos limites e que confere 
sentido a sua existência. Assim, é a liberdade humana que leva o indivíduo a 
ter de definir o que pretende ser como pessoa, a avaliar o impacto de suas 
escolhas e ser responsável por elas . Numa expressão clássica dele “o ser 
humano está condenado a ser livre”. 
 
2.1.2 Filosofia Analítica 
A filosofia analítica, como vimos na aula sobre linguagem, procurou 
esclarecer o sentido das palavras e expressões (conceitos e enunciados) de 
um discurso. Para estes, muitos problemas filosóficos não passariam de 
equívocos ou mal-entendidos originados do uso ambíguo ou incerto das palavras 
e construções linguísticas. 
Os dois expoentes mais conhecidos desse movimento foram Bertrand 
Russel (1872-1970) e Ludwig Wittgenstein (1889-1951). 
Russel desenvolveu suas reflexões no campo dos estudos lógico-
matemáticos, sendo considerado como aquele que mais contribuiu desde 
Aristóteles com as formulações lógicas. Para ele, “toda matemática pura advém 
dos princípios da lógica pura”. 
Detectou que através dos erros de linguagem é que são constituídos os 
falsos problemas . Para evitá-los é necessário investigar, fazer uma análise 
lógica profunda, se os conceitos e proposições linguísticas estão de acordo com 
o que realmente se está falando ou afirmando. 
Já Wittgenstein , afastou-se das concepções de Russel, no que que se 
refere a análise lógica da linguagem, desenvolvendo os jogos de linguagem. 
Neste, a linguagem não poderia ser a captura conceitual da realidade e a 
representação real do objeto . Ela seria antes uma atividade, um jogo. 
Os jogos da linguagem adquirem significado no uso social , nas 
diversas interações nas quais as palavras ganham sentidos diferentes 
dependendo do contexto. A linguagem, para ele, determina a concepção da 
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realidade e não o contrário . Os jogos de linguagem são produzidos 
socialmente e não individualmente. Dessa forma, o entendimento dos termos 
linguísticos não pode ser explicado pela a análise lógica, porque não é uma 
pintura da realidade, sendo entendida somente pelo uso social . 
Concluiu que não se trata de usar a linguagem como falsa ou verdadeira, 
mas, sobretudo, entender o uso adequado da linguagem como uma 
ferramenta, conhecendo os seus limites e calando-se diante do que não 
pode ser falado . 
 
 2.1.3 Escola de Frankfurt 
Uma das correntes que mais se destacaram no século XX foi a Escola de 
Frankfurt, que reuniu um grupo de pensadores alemães em torno do Instituto de 
Pesquisa Social de Frankfurt, a partir da década de 1920. 
A preocupação comum desse movimento foi refletir os diversos aspectos 
da vida social: economia, psicologia, história, antropologia, etc. A base do 
pensamento foi um diálogo crítico com a teoria marxista e com a teoria freudiana. 
Outros autores também vão influenciar os pensadores da Escola de Frankfurt 
como, por exemplo, Hegel, Kant e Max Weber. 
A Escola de Frankfurt ficou conhecida como teoria crítica e os seus 
principais nomes foram: Theodor Adorno (1903-1969), Max Horkheimer (1895-
1973), Walter Benjamin (1892-1940), Jurgen Habermas (1929), Hebert Marcuse 
(1898-1979), Erich From (1900-1980). 
Um tema central foi analisar a sociedade de massa , na qual o avanço 
tecnológico foi colocado a serviço dos interesses e da reprodução do 
sistema capitalista , ao mesmo tempo em que o consumo e os diversos 
entretenimentos passaram a ser promovidos pela lógica capitalista como 
forma de diluir os problemas sociais. 
Horkheimer e Adorno voltam a tecer críticas ao projeto iluminista, que 
confiava na razão e no progresso técnico-científico. Para os dois pensadores o 
que aconteceu foi uma domina ção tecnológica das pessoas . É uma razão 
controladora e instrumental, que opera a dominação tanto da natureza 
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como do próprio ser humano . Deturpa as consciências individuais e assimilam 
os indivíduos no sistema dominante. 
Bem, você pode estar se perguntando: “mas essas críticas não são as 
mesmas do que a teoria marxista?” Sim, mas há duas diferenças principais, a 
saber: a análise de domina ção cultural (não somente do ponto de vista 
econômico) e a desesperança de alguma consciência revolucionária no 
proletariado – este também foi assimilado pelo sistema capitalista seja 
através das conquistas trabalhistas ou pela alienação de suas 
consciências promovida pela Indústria Cultural . 
O conceito de Indús tria Cultural foi cunhado e difundido por Adorno e 
Horkheimer para designar a indústria da diversão em massa, veiculada pela 
televisão, cinema, rádio, música, revistas, jornais e propagandas. Por meio 
dela, há a homogeneização dos comportamentos e massificação das 
pessoas . As produções culturais não são pensadas de forma crítica, mas 
sim a agradar o grande público e gerar lucro. 
Diferente de Adorno e Horkheimer, Walter Benjamim vai adotar uma 
postura mais otimista no que se refere a Indústria Cultural. Para ele, a arte 
dirigida às massas pode servir como instrumento de politização . Na medida 
em que a arte é acessível a todos com o desenvolvimento das técnicas de 
reprodução, poderia haver uma democratização da cultura e um processo crítico. 
Outro pensador (ainda vivo), Jurgen Habermas , também discordou de 
vários pontos (uso da razão, verdade, cultura e democracia) de Adorno e 
Horkheimer. Se para estes dois a razão emancipatória estava sufocada pela 
lógica capitalista, que teria absorvido a consciência do proletariado, Habermas 
vai defender que esta postura de uma crítica radical a modernidade poderia 
levar ao irracionalismo e a um projeto de sociedade esvaziado, sem 
perspectiva . Para ele, o projeto da modernidade ainda não se concretizou e há 
um potencial para a racionalização do mundo. Devido a esta postura, Habermas 
rompeu com a Escola de Frankfurt e é considerado o “último grande racionalista”. 
Habermas também fez críticas a vários pontos da teoria marxista, 
como a centralidade do trabalho e a identificação do proletariado como 
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agente de transformação , elaborando uma nova perspectiva centrada na razão 
e na ação comunicativa, que se fundamenta no diá logo e na argumentação 
entre os agentes interessados em determinada situação . 
A ação comunicativa , isto é, o uso da linguagem e da conversação 
como meio de conseguir o consenso será uma de suas propostas . Defende 
que a verdade seja entendida como uma verdade intersubjetiva (entre sujeitos 
diversos) e não mais como uma adequação do pensamento à realidade ou de 
uma verdade subjetiva. No diálogo de ação comunicativa há regras: a não 
contradição, a clareza de argumentação e a falta de constrangimentos de 
ordem social. 
Nesta perspectiva, tanto verdade como razão deixam de ser valores 
absolutos, mas construção consensual entre as partes. Esse diálogo é 
aperfeiçoado na prática democrática. Dessa forma, procura através da razão 
comunicativa fazer uma resistência a razão instrumental (lógica capitalista 
e de interesse individual) e resgatar a importância da razão para avanços 
na sociedade. 
Assista a este pequeno trecho da entrevista com Jurgen Habermas, no 
qual ele afirma sua Teoria Comunicativa e a relação com o fortalecimento da 
democracia. 
 
2.1.4 Filosofia Pós-Moderna 
O termo pós-moderno ou pós-modernidade tem provocado muitos 
debates nos centros acadêmicos universitários. Sucintamente, é aplicado 
àqueles pensadores que produziram uma reflexão crítica, de descrença e de 
desconstrução em relação ao projeto da modernidade , na qual a razão 
tecnocientífica levaria a emancipação humana, coincidindo em vários aspectos 
com os pensadores Adorno e Horkheimer, da Escola de Frankfurt. 
Dentre os pensadores de maior destaque classificados como pós-
modernos estão: Michel Foucault, Deleuze, Derrida, Jean Baudrillard e Jean-
François Lyotard. 
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Há um traço comum nesta perspectiva de que é a debilitação das 
esperanças . O cenário social no qual esses pensadores estão inseridos mostra 
uma dificuldade de os seres humanos conviverem com a diversidades e com as 
chamadas “minorias”. Há uma acentuação da miséria em todo o planeta, 
dominação econômica e cultural, conflitos étnicos e crises ambientais. 
 Outro fator que acentuou a desesperança foi a crise do socialismo , 
que também culminou em autoritarismo, contrariando as teses libertárias das 
origens desse movimento político. Sem alternativas ao sistema capitalista e o 
controle da economia global, concentrada na “mão de meia dúzia de pessoas”, 
o mundo ficou sem uma referência de transformação . 
Os filósofos pós-modernos passaram a analisar os diversos aspectos da 
vida social, especificamente as ramificações do poder em toda a sociedade e as 
tentativas de disciplinarização e controle dos indivíduos, denunciando as 
formas de opressão na vida cotidiana . 
Abandonandoa visão de totalidade ou de um projeto para a humanidade 
(como na modernidade), os pós-modernos fazem denúncias fragmentadas , 
captando as singularidades, as particularidades e as diversidades de 
determinadas experiências sociais . Uma das consequências é a 
valorização das pluralidades culturais e do respeito à diferença ao outro. 
 
2.1.5 Michel Foucault (1926-1984) 
Foucault é um pensador francês que produziu uma crítica histórica da 
modernidade, na qual o ponto de partida foi sua concepção de poder, que não 
está centrado no Estado, e sim em várias instituições e nas várias relações 
sociais do cotidiano . 
Para ele, o poder fragmentou-se em micropoderes disseminados nos 
vários aspectos da vida social, tornando-se mais eficaz. Para mostrar isso, focou 
suas investigações em algumas ins tituições sociais como as educativas, 
psiquiátricas e carcerárias . Além disso, pesquisou como a sexualidade foi 
tratada ao longo da história e quais foram os mecanismos de disciplinar 
determinadas práticas sexuais. 
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Nesta perspectiva, de deslocar o macropoder (Estado) para os diversos 
micropoderes, percebeu que os poderes são exercidos por uma rede imensa 
de pessoas que interiorizam e cumprem as normas estabelecidas pela 
disciplina social. Por exemplo, os alunos de uma determinada escola são 
levados a se comportarem de uma determinada maneira, sempre dispostos no 
espaço escolar de uma única forma (em filas, olhando para frente) sob 
determinados horários e regras. São vigiados por um “olhar central” e podem 
sofrer punição da instituição. 
A mic rofísica do poder desenvolvida por Foucault quer mostrar que o 
poder está em toda a parte , porque provém de todos os lugares. Na vida 
cotidiana estamos em contato com os “guardiões” dos micropoderes e não com 
os detentores dos macropoderes. 
Inspirado em Nietzsche, desenvolveu o método de pesquisa da 
genealogia, isto é, que os valores considerados absolutos como bem e mal, 
verdadeiro e falso, certo e errado, doente e sadio são construções históricas 
e fundamentados nos interesses relativos dos detentores de poder na 
sociedade . Ou seja, por exemplo, as definições do que é a sexualidade, do que 
é “normal”, dependem das instâncias nas quais o poder se encontra. 
Na visão dele, o poder também não é só de repressão, mas também pode 
ser um poder criador, porque produz o real. 
Em sua busca de entender a modernidade e seus efeitos, vai analisar os 
mecanismos de controle social e de punição, que se tornaram menos 
visíveis e mais racionalizados . A sociedade contemporânea é conceituada 
por ele como uma sociedade disciplinar , na qual prevalece a produção de 
práticas disciplinares de vigilância e punição. 
Um exemplo disso é o saber , que através de discursos científicos , 
aparentemente neutros e racionais, tendem a norm atizar o comportamento 
dos indivíduos, atingindo o seu corpo, seus sentimentos . 
Como o poder encontra-se em múltiplos espaços, a resistência a esse 
estado de coisas não caberia a um partido ou a uma classe específica 
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(crítica ao marxismo), porque estes só se dirigem a um único foco do poder. São 
necessárias ações a partir de múltiplos pontos de resistência . 
Gilles Deleuze , que já vimos também na aula de sociologia, irá a partir 
das reflexões de Foucault, a desenvolver o conceito de sociedade do controle , 
no qual ao invés de um olhar central (panóptico) para todos, agora todos olham 
para um mesmo lugar. Cada vez mais o saber normatiza os comportamentos 
e disciplina os corpos . Não se aceita mais indivíduos que fogem ao padrão 
seja ele em seu estado físico ou psíquico. Haveria um controle do padrão estético 
e daquilo que seria um indivíduo psiquicamente normal. Neste sentido, a 
indústria farmacêutica cada vez mais ganha espaço na sociedade fabricando 
remédios para controlar a ansiedade, a atenção, os sentimentos tristes, etc. 
 
2.4.2 Derrida (1930-2004) 
É outro filósofo francês que questiona a racionalidade ocidental . Nesta, 
há a ideia de um centro: Deus, o homem, a verdade. Para ele, isso caracteriza o 
logo-centrismo , ou seja, a razão como centro de tudo. Para cada centro há 
uma oposição como, por exemplo: Deus-diabo, homem-mulher, verdade-
mentira. Esta lógica de oposições foi criada na Grécia Antiga, na qual se 
separou aquilo que era racional (filosofia) daquilo que erra irracional (mitologia). 
Portanto , aquilo que é o centro é melhor ou tem supremacia comparado ao 
seu par lógico . 
Neste sentido, Derr ida propõe descontruir o conceito de logos e negar 
sua supremacia em relação ao seu par lógico . Isso perpassa pela 
desconstrução da própria noção de razão e sujeito, a partir da análise da 
linguagem, constituída em : 
 
- perceber como se constrói certas noções; 
- como essas noções passam a ter função predominante na cultura 
ocidental; 
- e como essas noções são usadas como forma de dominação. 
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Um exemplo é a noção de Deus, criador de tudo e que reúne todas as 
possíveis qualidades que os homens conhecem. Essa noção começa a ser 
gerada na tradição judaico-cristã. Passou a ser dominante na Idade Média, 
período este que a Igreja Católica preponderou institucionalmente. Essa noção 
de um Deus que tudo vê, que tudo sabe e que ama e pune, foi uma forma de 
dominar diversos tipos de comportamentos (inclusive até hoje) baseado naquilo 
que a interpretação religiosa denomina como certo ou errado. Isso tem 
implicações em comportamentos sexuais e o que aceitar como prática correta 
(ver as discussões atuais sobre gênero), de qual modelo familiar é “normal ou 
sagrado” (mais uma vez uma discussão atual), entre outras coisas. 
Portanto, a partir da análise das noções preponderantes, para Derrida, 
seria possível desconstruí-las. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 Resumo 
 
 
 
 
 
 
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4 EXERCÍCIOS 
 
1 ENEM 2016) 
 
Resolução: esta questão eu classifico como de dificuldade difícil. Schopenhauer 
é um filósofo pré-existencialista que ficou conhecido por acreditar que o ser 
humano está num constante sofrimento e tédio. Para resolver essa questão é 
necessária atenção no enunciado, e não nas ideias que o filósofo defendia. Há 
uma passagem chave no texto de suporte: “resignação como livramento de todas 
as preocupações”. Após isso, noenunciado da questão é mencionado que o 
trecho destaca uma tradição filosófica ocidental. Qual é a tradição filosófica que 
vimos na aula sobre felicidade que prega a resignação como caminho da ataraxia 
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(imperturbabilidade da alma)? O Estoicismo. Schopenhauer estabeleceu um 
diálogo crítico com essa corrente. O Estoicismo defendia a resignação e 
aceitação do destino, da providência. Assim, evitaria a dor e as decepções, 
chegando a serenidade. Portanto, para esta tradição filosófica ocidental 
(Estoicismo), a felicidade é a administração da independência interior. 
Gabarito: B 
 
2 ENEM 2016) 
 
Resolução: esta é uma questão de complexidade média. O enunciado 
afirma que que o solilóquio (espécie de monólogo, que passa na consciência de 
uma personagem e é escrito em primeira pessoa), de Skakespeare, pode ser 
considerado como uma ideia precursora do existencialismo, já que questiona o 
que é o ser e o seu caminhar na existência. Ao existir o ser vai existindo, tomando 
consciência de si e vivendo suas angústias, encarando-as e exercendo sua 
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liberdade de escolha, o que enfatiza as tensões. Assim, a alternativa correta é a 
[A]. 
[B] o existencialismo não crê na inevitabilidade do destino, porque este é 
construído através das escolhas. 
[C] o solilóquio enfatiza a tragicidade do personagem, mas não a ordem 
do mundo. 
[D] o solilóquio não enfatiza a racionalidade, tampouco a loucura. Exprime 
a sensação de existir no mundo. 
[E] não faz nenhuma referência a dependência paterna. Na concepção 
existencialista há a ação através da liberdade e escolhas. 
Gabarito: A 
 
3 ENEM 2016) 
 
Resolução: esta é uma questão que eu entendo como fácil. Adorno é um 
pensador da Escola de Frankfurt. Um crítico do sistema capitalista, que em sua 
lógica absorveu as consciências individuais através da cultura de massa, 
realizada pela Indústria Cultural. Tudo é transformado em mercadoria e 
consumo. Inclusive, a liberdade sofre as coerções econômicas e culturais, 
portanto, a liberdade é uma ilusão da contemporaneidade - alternativa [E] 
Gabarito: E 
 
 
 
 
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4 ENEM 2016) 
 
Resolução: esta é uma questão de complexidade média. Quando se fala 
de doutrina niilista na concepção de Nietzsche precisamos lembrar que faz 
referência à decadência da expressão afetiva e intelectual no mundo ocidental. 
Portanto, a única alternativa que faz referência a esta ideia é a [D] 
Gabarito: D 
 
 
 
 
 
 
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5 ENEM 2016) 
 
Resolução: esta é uma questão fácil porque depende mais da 
capacidade de interpretação textual, do que o domínio de um conceito 
específico. O autor do texto de suporte mostra uma relação social de tensão, 
contradição. Ao mesmo tempo que o ser moderno tem a capacidade de 
transformação e autotransformação das coisas e de si mesmo, apresenta a 
capacidade de destruição. Um exemplo que ele cita dessa dinâmica social 
contraditória é a experiência ambiental. 
Gabarito: A 
 
 
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6 ENEM 2015) 
 
 
Resolução: esta é uma questão de dificuldade média. A verdade para 
Habermas não é um valor absoluto, mas sim uma construção entre os sujeitos 
participantes em uma situação de interesse comum, cujo resultado é a produção 
de um consenso – alternativa [C]. 
[A] a verdade não é alcançável por cada pessoa, mas sim na comunicação 
entre os sujeitos participantes. 
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[B] como dissemos, a verdade não é um valor absoluto, acima dos 
homens. É uma construção social entre indivíduos. 
[D] faz parte de uma prática racional, mas não de maneira inata (que 
nasce com o ser), mas como construção social. 
[E] a verdade é intersubjetiva, isto é, acessível a todos e faz parte de uma 
construção, para que se chegue a um consenso e não a um convencimento. 
Gabarito: C 
 
7 ENEM 2015) 
 
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Resolução: esta é uma questão que classifico como difícil. Na letra da 
música da banda Titãs, excelente por sinal, mostra uma série de elementos: a 
efemeridade das coisas, influência da música americana na música brasileira e 
uma nova forma de entretenimento (televisão). O texto de Adorno reflete sua 
crítica a Indústria Cultural, a qual permeou todas produções e as subjugou aos 
interesses da lógica capitalista, não proporcionando um entretenimento de fato, 
muito menos uma capacidade crítica. Portanto, uma aproximação é mostrar o 
lado efêmero e restritivo da indústria cultural [A]. 
[B] pelo contrário, há uma renovação contínua. 
[C] o texto I pode levar a essa interpretação, no entanto, se pede uma 
aproximação. O texto II não retrata essa característica. 
[D] o texto I não trata dessa questão e o texto II mostra que inclusive a 
cultura popular foi incorporada pela Indústria Cultural. 
[E] é uma possibilidade interpretativa, principalmente partindo do texto I, 
no entanto, o texto II reforça que o declínio faz parte de todas as formas de 
entretenimento que poderiam levar a formas de expressão linguística e 
comunicativa, o que não acontece na lógica da Indústria Cultural. 
Gabarito: A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 ENEM 2014) 
 
A liberdade humana, que consagra a vontade. 
B razão comunicativa, que requer um consenso. 
C conhecimento filosófico, que expressa a verdade. 
D técnica científica, que aumenta o poder do homem. 
E poder político, que se concentra no sistema partidário. 
 
Resolução: esta é uma questão bem tranquila. Na teoria comunicativa de 
Habermas, o acordo é um consenso entre os participantes. Para uma norma ter 
validade é preciso o consenso, pautado na razão comunicativa [B]. 
[A] essa proposição parte do pensamento existencialista. 
[C] o conhecimento filosófico para Habermas não expressa a verdade, mas sim 
a construção dos sujeitos em torno de algo. 
[D] o poder do homem é aumentando mediante a prática discursiva. 
[E] como valorização da democracia, Habermas defendea participação dos 
sujeitos, portanto, o poder político não estaria concentrado no partido. 
Gabarito: B 
 
 
 
 
 
 
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9 ENEM 2012) 
 
A) a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria a igualdade de direitos 
na condição da sua concentração espacial, num tipo de independência nacional. 
B) a reunificação da sociedade que se encontra fragmentada em grupos de 
diferentes comunidades étnicas, confissões religiosas e formas de vida, em torno 
da coesão de uma cultura política nacional. 
C) a coexistência das diferenças, considerando a possibilidade de os discursos 
de autoentendimento se submeterem ao debate público, cientes de que estarão 
vinculados à coerção do melhor argumento. 
D) a autonomia dos indivíduos que, ao chegarem à vida adulta, tenham 
condições de se libertar das tradições de suas origens em nome da harmonia da 
política nacional. 
E) o desaparecimento de quaisquer limitações, tais como linguagem política ou 
distintas convenções de comportamento, para compor a arena política a ser 
compartilhada. 
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Resolução: esta é uma questão que classifico como difícil. O texto de suporte, 
de autoria do pensador Habermas, que participou da Escola de Frankfurt e 
depois rompeu com ela, mostra que em muitas questões prevalece o 
autoendentimento da cultura dominante, que impõe suas regras. Neste sentido, 
mesmo em sociedades consideradas republicanas e que assim parte do 
princípio da igualdade formal (igualdade perante a lei), podem surgir conflitos 
movidos pelas minorias desprezadas. Suas reivindicações encontram amparo 
na medida em que se alcança a coexistência das diferenças e aquilo que é 
estabelecido vai ao debate público. Neste, dependerá também do melhor 
argumento e a produção de consenso [C]. 
[A] ele não propõe a separação de grupos minoritários, mas sua ação e 
participação no debate, colocando suas reivindicações. 
[B] ele não defende uma reunificação em torno de uma única cultura, até mesmo 
porque isso não seria democracia. Defende a coexistência das diferenças. 
[D] também não defende a harmonia nacional, e sim que a democracia seja uma 
constante prática discursiva. 
[E] essa é uma alternativa que pode nos levar ao erro. O desaparecimento de 
limitações como os de linguagem política procede, no entanto, as normas e 
regras de participação precisam ser respeitadas, para que exista o debate como, 
por exemplo, pronunciar discursos sinceros e verdadeiros. 
 
Gabarito: C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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10 ENEM 2013) 
 
A) religiosos, que se constituem como um olho divino controlador que tudo vê. 
B) ideológicos, que estabelecem limites pela alienação, impedindo a visão da 
dominação sofrida. 
C) repressivos, que perpetuam as relações de dominação entre os homens por 
meio da tortura física. 
D) sutis, que adestram os corpos no espaço-tempo por meio do olhar como 
instrumento de controle. 
E) consensuais, que pactuam acordos com base na compreensão dos benefícios 
gerais de se ter as próprias ações controladas. 
 
Resolução: esta é uma questão de complexidade média. As características 
descritas no texto de suporte são aquelas da “sociedade disciplinar”, conceito 
elaborado pelo filósofo Michel Foucault. Nesta, há sempre uma vigilância 
(panóptico) que olha para os indivíduos a fim de disciplinar os seus corpos. As 
instituições através de sua arquitetura e regras estabelecem a disciplina (ver o 
exemplo das prisões, fábricas, reformatórios, etc). 
[A] não se trata de aspectos religiosos. 
[B] não tem relação com a alienação e as relações de poder estão ramificadas 
por toda a sociedade; não há uma dominação central. 
[C] pode existir a relação de punição, mas elas não se perpetuam 
exclusivamente pelo caráter repressivo ou por meio de tortura. 
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[D] não é uma relação consensual, portanto, os mecanismos disciplinares são 
sutis. 
[E] adestram os corpos no espaço-tempo por meio de um olhar centralizado 
como instrumento de controle. 
Gabarito: D 
 
11ENEM 2012) 
 
A) a ampliação dos tratamentos médicos alternativos, reduzindo os gastos com 
remédios. 
B) a democratização do padrão de beleza, tornando-o acessível pelo esforço 
individual. 
C) o controle do consumo, impulsionando uma crise econômica na indústria de 
alimentos. 
D) a culpabilização individual, associando obesidade à fraqueza de caráter. 
E) o aumento da longevidade, resultando no crescimento populacional. 
 
Resolução: considero a dificuldade desta questão como média. As 
características do texto de suporte mostram um discurso que pode ser de 
disciplinarização e controle dos corpos. Aponta para o controle da estética e a 
respectiva disciplina para ajustar o corpo ao padrão que é imposto socialmente 
(há uma cultura lipofóbica, isto é, rejeição a pessoas gordas). Dessa forma, gera 
uma culpabilização individual, associando no caso específico do texto, a 
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obesidade à fraqueza de caráter, porque a pessoa precisa emagrecer, travar 
uma “guerra” consigo mesma. 
 
Gabarito: D 
 
12 ENEM 2011) 
 
 
 
A) Combater ações violentas na guerra entre as nações. 
B) Coagir e servir para refrear a agressividade humana. 
C) Criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre os indivíduos de uma 
mesma nação. 
D) Estabelecer princípios éticos que regulamentam as ações bélicas entre 
países inimigos. 
E) Organizar as relações de poder na sociedade e entre os Estados. 
Resolução: esta é uma questão que eu classifico como de dificuldade fácil, 
porque as alternativas não apresentam “pegadinhas” ou possíveis confusões. 
Para Foucault, as leis surgem a partir das relações de poder na sociedade, as 
quais organizam essas relações no interior da própria sociedade e entre os 
Estados. 
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Gabarito: E 
 
13 VUNESPE 2011) 
 
Em relação ao romantismo filosófico, é correto afirmar que 
(A) apresentou forte influência da lógica argumentativa aristotélica. 
(B) forneceu os elementos básicos do materialismo dialético. 
(C) teve em Kant um de seus mais importantes pensadores. 
(D) estabeleceu elementos de ruptura em relação ao mecanicismo. 
(E) rejeitou as tendências estéticas de expressão de valorização das emoções e 
sentimentos. 
 
Resolução: o romantismo tem como principal característica a crítica aos 
iluministas por valorizarem demasiadamente a razão, deixando de lado os 
sentimentos, a intuição e as emoções. Esse mecanicismo de ver o mundo como 
se tudofosse relações matemáticas (fria e racional) foi rejeitado pelo romantismo 
do século XIX. Portanto, a alternativas correta é a [D]. 
[A] a lógica argumentativa aristotélica é baseada na razão. 
[B] o materialismo dialético desenvolvido por Marx é fundamentado na razão. 
[C] Kant é um pensador iluminista. Era um dos principais pensadores criticado 
pelos românticos. 
[E] pelo contrário, defendeu a valorização das emoções e sentimentos. 
Gabarito: D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14 (UNIOESTE) 
A filosofia da História – o primeiro tema da filosofia de Augusto Comte – foi 
sistematizada pelo próprio Comte na célebre “Lei dos Três Estados” e tinha o 
objetivo de mostrar por que o pensamento positivista deve imperar entre os 
homens. Sobre a “Lei do Três Estados” formulada por Comte, é correto afirmar 
que 
a) Augusto Comte demonstra com essa lei que todas as ciências e o espírito 
humano desenvolvem-se na seguinte ordem em três fases distintas ao longo da 
história: a positiva, a teológica e a metafísica. 
b) na “Lei dos Três Estados” a argumentação desempenha um papel de primeiro 
plano no estado teológico. O estado teológico, na sua visão, corresponde a uma 
etapa posterior ao estado positivo. 
c) o estado positivista apresenta-se na “Lei dos Três Estados” como o momento 
em que a observação prevalece sobre a imaginação e a argumentação, e na 
busca de leis imutáveis nos fenômenos observáveis. 
d) para Comte, o estado metafísico não tem contato com o estado teológico, pois 
somente o estado metafísico procura soluções absolutas e universais para os 
problemas do homem. 
 
Resolução: a Leis dos Três Estágios ou Estados se refere a três momentos na 
evolução da sociedade para Comte: o primeiro seria o teleológico 
(predominância das concepções religiosas); o segundo seria o metafísico, cujo 
imperaria as discussões filosóficas baseadas nos argumentos; e o terceiro, 
superior, é o positivo. Neste predomina a observação, o método científico para 
encontrar leis que regem os fenômenos naturais e sociais. 
Gabarito: C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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15) Comte acreditava que os problemas sociais e as sociedades, em geral, 
deveriam ser estudadas com o mesmo rigor científico das demais ciências 
naturais. A partir dessa premissa, Augusto Comte cunhou o nome “Sociologia”, 
que seria dado à nova área de estudo que se dedicaria às sociedades. Qual era 
o objetivo principal da sociologia de Comte? 
a) Transformar o meio social fixo e imutável do século XIX, de forma a inserir 
perspectivas relativistas acerca do pensamento humano. 
b) Demonstrar que o mundo é um lugar violento e degenerado, em que a busca 
pelo pensamento positivo é impossível. 
c) Entender os efeitos do estranhamento cultural entre diferentes indivíduos em 
sua convivência com suas diferenças culturais. 
d) Entender as leis que regem nosso mundo social, ajudando-nos a compreender 
os processos sociais e dando-nos controle direto sobre os rumos que nossas 
sociedades tomariam. 
 
Resolução: o objetivo principal da sociologia para Comte é entender e elaborar 
leis que regem o mundo social, dando controle ao homem dos rumos das 
sociedades, prevalecendo o progresso e a ordem. 
Gabarito: D 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 Ufu 2007 adaptado) 
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Qual é a diferença entre o conceito de movimento histórico, em Hegel, e o 
de processo histórico, em Marx? 
 
a) Para Hegel, através do trabalho, os homens vão construindo o movimento da 
produção da vida material e, assim, o movimento histórico. Para Marx, a 
consciência determina cada época histórica, desenvolvendo o processo 
histórico. 
b) Para Hegel, a História pode sofrer rupturas e ter retrocessos, por isso utiliza-
se do conceito de movimento da base econômica da sociedade. Marx acredita 
que o modo de produção encaminhe para um objetivo final, que é a 
concretização da Razão. 
c) Para Hegel, a História tem uma circularidade que não permite a continuidade. 
Para Marx, a História é construída pelo progresso da consciência dos homens 
que formam o processo histórico. 
d) Para Hegel, a História é teleológica, a Razão caminha para o conceito de si 
mesma, em si mesma. Marx não tem uma visão linear e progressiva da História, 
sendo que, para ele, ela é processo, depende da organização dos homens para 
a superação das contradições geradas na produção da vida material, para 
transformar ou retroceder historicamente. 
 
Resolução: para Hegel, a construção da História é dada pelo movimento do 
espírito absoluto, pela razão, que culmina numa visão teleológica, isto é, 
evolucionista e constante. Para Marx, embora defenda o avançar dos modos de 
produção, a história não é totalmente linear e progressista, porque pode existir 
rupturas e mudanças. A História é uma construção dos homens. Assim, a 
alternativa que melhor exprime as ideias dos autores é a [D]. 
[A] há uma inversão do pensamento dos dois autores. 
[B] Para Hegel, não há rupturas ou retrocessos, tudo faz parte de um plano 
racional. Marx defende que através de mudanças dos modos de produção poder-
se-ia chegar ao modo de produção comunista, numa sociedade sem classes. 
[C] Para Hegel, a História sempre é uma evolução, em movimento de espiral. 
Para Marx, o motor da História é a luta de classes. 
Gabarito: D 
 
 
 
 
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17 Ufu 2005) Hegel, em seus cursos universitários de Filosofia da História, 
fez a seguinte afirmação sobre a relação entre a filosofia e a história: “O 
único pensamento que a filosofia aporta é a contemplação da história”. 
 
HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2 ed. Brasília: Editora da UnB, 1998, p. 
17. 
 
De acordo com a reflexão de Hegel, é correto afirmar que 
I. a razão governa o mundo e, portanto, a história universal é um processo 
racional. 
II. a ação dos homens obedece a vontade divina que preestabelece o curso da 
história. 
III. no processo histórico, o pensar está subordinado ao real existente. 
IV. a ideia ou a razão se originam da força material de produção e reprodução 
da história. 
 
Assinale a alternativa que contém somente assertivas corretas. 
a) III e IV. 
b) I e II. 
c) II e III. 
d) I e III. 
 
Resolução: as sentenças condizentes com o pensamento de Hegel são a I e III. 
A sentença II está equivocada porque a ação dos homens obedece a razão do 
espírito absoluto e não a vontade divina. A IV está errada porque esta faz parte 
do pensamento marxista. 
Gabarito: D 
 
 
18 (Ufsj 2012) Nietzsche identificou os deuses gregos Apolo e Dionísio, 
respectivamente, como 
 
a) complexidade e ingenuidade: extremos de um mesmo segmento moral, no 
qual se inserem as paixões humanas. 
b) movimento e niilismo: polos de tensão na existência humana. 
c) alteridade e virtu: expressões dinâmicas de intervenção e subversão de toda 
moral humana. 
d) razão e desordem: dimensões complementares da realidade. 
 
Resolução: em sua crítica à tradição filosófica de que os filósofos 
socráticosvalorizavam a razão e sua supremacia comparado a intuição dos pré-
socráticos, vai elaborar uma metáfora a partir dos deuses gregos Apolo (razão) 
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e Dionísio (desordem), para mostrar que estas duas dimensões fazem parte da 
realidade e não podem ser separadas. 
Gabarito: D 
 
 
19 Ueg 2011) 
 
No século XIX, o filósofo alemão Friedrich Nietzsche vislumbrou o advento 
do “super-homem” em reação ao que para ele era a crise cultural da época. 
Na década de 1930, foi criado nos Estados Unidos o Super-Homem, um dos 
mais conhecidos personagens das histórias em quadrinhos. A diferença 
entre os dois “super-homens ” está no fato de Nietzsche defender que o 
super-homem 
 
a) agiria de modo coerente com os valores pacifistas, repudiando o uso da força 
física e da violência na consecução de seus objetivos. 
b) expressaria os princípios morais do protestantismo, em contraposição ao 
materialismo presente no herói dos quadrinhos. 
c) abdicar-se-ia das regras morais vigentes, desprezando as noções de “bem”, 
“mal”, “certo” e “errado”, típicas do cristianismo. 
d) representaria os valores políticos e morais alemães, e não o individualismo 
pequeno burguês norte-americano. 
 
Resolução: o super-homem de Nietzsche, bem diferente daquele dos 
quadrinhos, seria aquele homem que rompe com os valores da civilização 
ocidental, principalmente os de cunho religioso. Dessa forma, este super-homem 
é inconformado, não aceita e questiona as regras morais vigentes, desprezando 
as noções de valores considerados absolutos. 
Gabarito: C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 Ifsp 2011) 
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Ao defender as principais teses do Existencialismo, Jean-Paul Sartre 
afirma que o ser humano está condenado a ser livre, a fazer escolhas e, 
portanto, a construir seu próprio destino. O pressuposto básico que 
sustenta essa argumentação de Sartre é o seguinte: 
 
a) A suposição de que o homem possui uma natureza humana, o que significa 
que cada homem é um exemplo particular de um conceito universal. 
b) A compreensão de que a vida humana é finita e de que o homem é, sobretudo, 
um ente que está no mundo para a morte. 
c) A ideia de que a existência precede a essência e, por isso, o ser humano não 
está predeterminado a nada. 
D) A ideia de que toda pessoa tem um potencial a realizar, desde quando nasce, 
mas é livre para transformar ou não essa possibilidade em realidade. 
 
Resolução: Sartre faz uma diferença entre ente em-si e ente para-si. O primeiro 
é a plenitude. O segundo é o nada. Justamente o nada é que possibilita a 
consciência e a liberdade de escolha. O ser humano não tem uma essência, ao 
existir ele vai existindo, não está destinado a nada, por isso, quem faz o seu 
projeto de vida é o próprio ser humano através de suas escolhas e é responsável 
por isso. 
[A] Sartre não acredita que há uma natureza humana (essência) comum a todos. 
[B] este é um pensamento de Heidegger. Para Sartre, o homem está condenado 
a ser livre, essa é a sua condição humana. 
[D] ele critica a concepção aristotélica de ato (essência) e potência (aquilo que o 
homem pode vir a realizar). 
 
Gabarito: C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 (Unicentro 2010) Qual o postulado básico da fenomenologia? 
 
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a) A fenomenologia afirma que o conhecimento não passa de uma interpretação 
da realidade, isto é, de uma atribuição de sentidos determinada por uma escala 
ontológica de valores, constituindo-se, portanto, numa metafísica dos costumes. 
b) Em nome da verdade subjetiva, a fenomenologia recusa o projeto da filosofia 
moderna, recusando o pensamento analítico. Seu postulado básico afirma que 
o real deixa de ser racional. 
c) A fenomenologia procede por decomposição, enumeração e categorização 
dos objetos, fragmentando-os. Seu postulado básico é estabelecer a dicotomia 
entre razão e experiência. 
d) A fenomenologia pretende realizar a superação da dicotomia razão-
experiência no processo do conhecimento, afirmando que toda consciência é 
intencional, ou seja, o objeto só existe para um sujeito que lhe dá significado. 
e) O postulado básico da fenomenologia é a metafísica fenomenológica, isto é, 
voltada para o reconhecimento do ser em si dos fenômenos, portanto, vinculada 
a uma noção de ser abstrata e a uma consciência transcendental. 
 
Resolução: quando se fala em fenomenologia, há um ponto chave: a 
consciência é intencional, depende do interesse e do significado do sujeito. 
Dessa forma, a única alternativa correta é a [D]. 
Gabarito: D 
 
 
22 UFFS 
 
No Tractatus Logico-Philosophicus, Wittgenstein trata, dentre outros assuntos, 
da relação entre o mundo e a linguagem. 
 
Assinale a alternativa que reflete essa relação. 
 
a. Posso afirmar o que o mundo é. 
b. O mundo é a totalidade das coisas, não dos fatos. 
c. Dizer algo do mundo é mostrar algo no mundo. 
d. Posso descrever o mundo dentro dos limites da minha linguagem, e esta por 
sua vez é limitada pelo mundo. 
e. Na linguagem, a significação de uma expressão qualquer sobre o mundo 
deve repousar na verdade. 
 
Resolução: os jogos de linguagem de Wittgenstein faz uma crítica a 
análise lógica da linguagem. Esta deve ser entendida em seu uso social. A 
linguagem é uma concepção da realidade, que tem suas limitações. 
Gabarito: D 
 
 
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23 Uel 2013) Leia o texto a seguir. 
 
 
O modo de comportamento perceptivo, através do qual se prepara o 
esquecer e o rápido recordar da música de massas, é a desconcentração. 
Se os produtos normalizados e irremediavelmente semelhantes entre si, 
exceto certas particularidades surpreendentes, não permitem uma audição 
concentrada, sem se tornarem insuportáveis para os ouvintes, estes, por 
sua vez, já não são absolutamente capazes de uma audição concentrada. 
Não conseguem manter a tensão de uma concentração atenta, e por isso 
se entregam resignadamente àquilo que acontece e flui acima deles, e com 
o qual fazem amizade somente porq ue já o ouvem sem atenção excessiva. 
 
(ADORNO, T. W. O fetichismo na música e a regressão da audição. In: Adorno 
et all. Textos escolhidos. São Paulo: Abril Cultural, 1978, p.190. Coleção Os 
Pensadores.) 
 
As redes sociais têm divulgado músicas de fácil memorização e com forte 
apelo à cultura de massa. 
A respeito do tema da regressão da audição na Indústria Cultural e da 
relação entre arte e sociedade em Adorno, assinale a alternativa correta. 
 
a) A impossibilidade de uma audição concentrada e de uma concentração atenta 
relaciona-se ao fato de que a música tornou-se um produto de consumo, 
encobrindo seu poder crítico. 
b) A música representa um domínio particular, quase autônomo, das produções 
sociais, pois se baseia no livre jogo da imaginação, o que impossibilita 
estabelecer um vínculo entre arte e sociedade. 
c) A música de massa caracteriza-se pela capacidade de manifestar criticamente 
conteúdos racionais expressos no modo típico do comportamento perceptivo 
inato às massas. 
D) Audição concentrada significa

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