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aula 02 - Filosofar pt 2

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Aula 02
Filosofia p/ ENEM 2017
Professor: Raphael de Oliveira Reis
33320407821 - gabriele ostapiuk miudo dias
 
 
FILOSOFIA 
Prof. Raphael Reis – Aula 02 
 
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AULA 01: Módulo II: Filosofar 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. O Mundo 3 
2. O Ser Humano 12 
3. A Linguagem 18 
4. O Trabalho 23 
5. O Conhecimento 30 
6. Exercícios Comentados 34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FILOSOFIA 
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FILOSOFIA 
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1 O Mundo 
 
Muito provavelmente você já se deparou com as seguintes perguntas 
clássicas: “Quem somos?”, “De onde viemos?” e “Para onde vamos?”. Estas 
perguntas perpassam vários períodos da História. Trata-se de querer dar sentido 
a nossa existência. 
A investigação filosófica também se indaga sobre essas questões, de 
forma metódica e fundamentada na razão. Estudar o mundo e a realidade que 
nos permeia denomina-se metafísica. 
A metafísica é um campo de estudo filosófico que busca a realidade 
fundamental das coisas, isto é, sua essência . Por exemplo, Aristóteles definiu 
a metafísica como ciência do ser enquanto ser. 
Podemos entender o ser como qualquer coisa que é, que existe como, por 
exemplo, homem, pássaro, pedra. Estes “seres” nos apresentam de maneira 
muito distinta, através de suas características específicas, portanto, não 
confundimos uma pedra com um pássaro. Isto quer dizer que cada um deste 
seres têm algo que lhe é peculiar, essencial. Não dependem de outros seres ou 
de circunstância para ser o que é. 
A metafísica busca a realidade fundamental de qualquer coisa, isto 
é, sua essência, para além das aparências . Além do estudo do ser (ontologia), 
ela procura também a essência em outras áreas de investigação: cosmológica, 
teológica e epistemológica. 
Os primeiros filósofos procuraram saber a origem do ser, seus propósitos 
e finalidades, estabelecendo se haveria relação de ordem, de hierarquia entre 
as coisas existentes. Para isso, elaboraram conceitos . Conheça alguns que irão 
nos acompanhar em nossas reflexões: 
 
 
 
 
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FILOSOFIA 
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Substância É sinônimo de essência . É a busca da 
necessidade necessária e constante 
de um ser. 
Devir ou vir a ser Está relacionado à mudança, ao 
entendimento de transformação dos 
seres. 
Causa e causalidade Coisas ou fenômenos que têm entre si 
uma causa e um efeito . A causa 
(acelerar o carro) gera um efeito (o 
carro em movimento). 
Fim e finalismo O fim está relacionado ao objetivo das 
coisas e dos seres. O finalismo seria 
um princípio explicativo para a 
existência, a organização e a 
transformação das coisas. 
 
Uma das primeiras explicações para explicar o mundo (sua origem) foi 
a cosmogonia (já vimos isso em aulas anteriores). Através da mitologia (lendas 
e mitos) diversas culturas antigas buscavam a origem e a formação do universo. 
As forças e os fenômenos da natureza estavam relacionados às forças divinas, 
aos diversos deuses. 
Os deuses eram concebidos conforme a imagem humana e assim como 
os homens possuíam sentimentos, emoções e comportamentos semelhantes, 
tais como: raiva, amor, traição, vingança. Podiam também se relacionar 
amorosamente com os humanos. Neste período histórico as pessoas 
acreditavam que a origem e todas as situações da vida dependiam diretamente 
da vontade divina, tendo que se comportar de forma que agradassem aos 
deuses, evitando descontentamentos. 
Uma série recente, a qual está em sua IV temporada (2016), cujo título é 
Vikings, retrata bem a visão da cosmogonia (explicação mitológica). 
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Ao contrário da visão da cosmogonia, tivemos os prime iros filósofos 
(pré-socráticos) que começaram a explicar a origem do mundo e dos seres 
de forma diferente da mitologia . Através de uma explicação racional 
procuraram formar um sistema de concepções que ficou conhecido como 
cosmologia (diferente da cosmogonia!). 
Os filósofos pré-socráticos buscaram explicar o princípio gerador de todas 
as coisas na physis, que é constituída por uma fonte, raiz de todas as coisas 
denominada arché . Alguns acreditavam que este princípio era a água (Tales de 
Mileto), indeterminado (Anaximandro), ar (Anaxímenes), fogo (Heráclito), 
número (Pitágoras), Parmênides (ser), etc. 
No período da filosofia clássica, Platão defendia a ideia de dois mundos 
separados: o sensível (material) e o inteligível (ideias). Além disso, Platão 
acreditava numa terceira instância que ele denominou de demiur go , ou seja, 
uma espécie de “grande construtor”, que buscou as ideias eternas, 
situadas no mundo inteligível para dar forma ao mundo sensível (matéria). 
O demiurgo não pertencia nem ao mundo sensível nem ao inteligível. 
Já Aristóteles entendia que o mundo é eterno, mas que em um 
determinado momento um primeiro motor o colocou em movimento através de 
sua força de atração. A visão cosmológica de Aristóteles influenciou por 18 
séculos (Antiguidade e Idade Média) a visão sobre o mundo. 
Sua visão de universo defendia que este era organizado e racional. A 
Terra ocupava posição central e privilegiada (o famoso geocentrismo) , do qual 
a Igreja Católica irá se apropriar ao longo da Idade Média e parte da Idade 
Moderna. Dentro de suas classificações, a Terra era a de menor perfeição. 
O universo seria finito e composto por diversas esferas concêntricas 
hierarquizadas. Além disso, bem influenciado pelo pensamento de Platão, 
acreditava em dois mundos: 
mundo sublunar: região terrestre, mutável e imperfeita, composta dos 
elementos terra, água, ar e fogo. 
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mundo supralunar: região celeste, imutável, perfeita, onde habitariam os 
deuses. Este mundo era composto pelo elemento éter – interessante que na 
Idade Moderna e início da Contemporânea alguns pensadores europeus 
chegaram a defender que este elemento era o princípio de tudo (semelhante ao 
que pensavam os filósofos pré-socráticos na busca da physis). 
A concepção de mundo de Aristóteles é organizada e hierárquica, 
apresentando uma característica de espaço qualitativo , o que quer dizer que 
cada ser tem uma qualidade e um lugar que lhe é próprio . 
A cosmologia medieval, isto é, sob a influência da Igreja Católica, irá se 
apropriar do pensamento aristotélico para dar sentido racional as 
escrituras sagradas . A visão geocêntrica garantia um posto privilegiado para o 
ser humano(centro da criação) e permitia entender que Deus (na concepção 
cristã) era o primeiro motor de tudo. 
No final da Idade Média (XIV e XV) as transformações econômicas e 
sociais proporcionaram novas explicações para a constituição e explicação da 
origem do mundo e dos seres. A chamada ciência moderna (vinculada sobretudo 
à física e à astronomia) se contrapunha a explicação cosmológica cristã-
medieval. Uma das desestruturações ocorridas foi a descoberta de que a 
Terra não ocupava o centro das coisas . Na verdade, o sol era o centro e que 
a Terra girava ao redor dele – isso desencadeou muitas mudanças. 
Nicolau Copérnico (1473-1543) mostrou que acreditar que a Terra era o 
centro do universo se devia ao movimento aparente dos astros e que o modelo 
geocêntrico não conseguia explicar vários outros movimentos que ele 
observava. Dessa forma, a Terra passou a deixar de ser o centro de tudo e parou 
de ocupar um espaço privilegiado. 
As ideias de Copérnico influenciaram outros pensadores que 
aprofundaram outras concepções baseadas em modelos matemáticos para 
explicar o mundo como, por exemplo, Galileu Galilei e Giordano Bruno, os quais 
além de vários estudos que fundamentaram a ciência moderna, defendiam e 
procuravam provas que demonstrasse o heliocentrismo – Copérnico fez suas 
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reflexões somente a “olho nu” (observação) – tanto Galileu como Giordano Bruno 
foram condenados pela Inquisição do Santo Ofício. 
Com o físico e astrônomo Isaac Newton ( 1642-1727) buscou-se a 
experimentação e revolucionou a investigação do universo. Agora o universo é 
explicado através de leis da natureza com demonstração científica. 
Até o momento fizemos um balanço sobre a metafísica desde as 
explicações do mundo e dos seres através das mitologias até o início do que se 
de denominou Idade Moderna (XV-XVIII). Um dos principais nomes é o francês 
René Descartes, que já é nosso conhecido. 
Descartes está inserido no período conhecido como grande 
racionalismo e sua visão metafísica de mundo tem influência até os dias atuais. 
Separou radicalmente matéria e espírito ou corpo e mente , o que foi 
denominado de dualismo cartesiano. 
Sua visão era romper com a tradição (aristotélica-tomista da filosofia 
medieval), através da organização, racionalidade e fundamentos 
científicos . Para isso, lançou mão do método da dúvida (hiperbólica), chegando 
a duvidar da existência do mundo e dos seres. Sua primeira certeza, que irá 
estruturar todo o seu pensamento foi o cogito , isto é, “penso, logo existo”. 
Quando ele concluiu que mesmo se houvesse um deus enganador ou um 
gênio enganador que o fizesse pensar numa coisa quando na verdade esta seria 
outra, ele existiria como algo. Se ele é algo que está pensando, duvidando e 
questionando, portanto, existe. Após isso, passou a provar a existência de Deus 
para começar a conhecer o mundo exterior. 
Desenvolveu uma teoria da realidade constituída por 3 classes de 
substâncias ou coisas: 
Substância Infinita: trata-se de Deus que criou todas as coisas. 
Substância Pensante: eu ou consciência do sujeito e toda a sua 
atividade do intelecto. 
Substância Extensa: mundo corpóreo, material. 
 
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É possível observar que esta estrutura dualista (princípios da matéria e do 
pensamento) de Descartes está de acordo com o que Aristóteles classificou 
como o primeiro motor, que não pertenceria nem o mundo sublunar (material) 
nem supralunar (celeste), ou seja, não ia de encontro com a ideia da Igreja 
Católica de Deus transcendente, que é exterior a sua criação. 
A substância pensante é exclusivamente humana, então, todas as outras 
coisas da natureza fazem parte da substância extensa (matéria), que é 
incapaz de ação . Estes corpos só se movem porque haveria um acionamento 
de outro agente de forma mecânica. 
O mundo material (corpóreo) teria funcionamento semelhante a uma 
máquina, que através de um impulso de Deus dotou-se de movimento e 
apresenta-se de maneira constante – os animais seguiriam esta lógica. Para 
exemplificar vamos pensar no relógio: ao receber a corda (impulso) passa a 
funcionar e tende a ser constante. 
Ainda em sua metafísica, Descartes chega a concluir que o ser humano é 
feito de substância pensante (mente) e substância extensa (corpo) , 
defendendo a separação entre estas duas substâncias nos seres humanos. O 
nosso corpo como qualquer corpo está submetido as leis mecânicas da 
natureza, de causa e efeito. Já a nossa alma (mente) teria faculdades do 
intelecto (pensamento, racionalidade, iniciativa própria). 
Como podemos perceber estas duas substâncias são radicalmente 
distintas e separadas, mas como a mente (a alma) pode fazer o corpo realizar 
aquilo que ela quer? Se um corpo se movimenta através de um outro corpo, 
como pode a alma influenciar o corpo? Descartes não conseguiu responder 
essas questões. 
Diferente de Descartes, o pensador inglês Thomas Hobbes (1588- 1679), 
o qual ainda vamos ver bastantes coisas de seu pensamento, defendia a ideia 
de que a realidade não era constituída por essas duas substâncias, porque tudo 
era material, desenvolvendo uma metafísica denominada materialista. 
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Hobbes era leitor e crítico de Descartes. Aceitava o cogito: “penso, logo 
existo”, mas para ele o ato de pensar não estava separado e distinto do corpo e 
ligado a uma substância espiritual (alma). O espírito para ele era o resultado do 
movimento em certos órgãos corporais que agitariam os sentidos e produziriam 
as sensações e ideias. Portanto, para Hobbes é pela sensação que se inicia 
todo o processo de conhecimento. 
O materialismo hobbesiano caracterizou-se por um profundo 
determinismo , já que todos os fenômenos materiais e psíquicos estariam 
interligados e determinados por relações de causas e efeitos . 
No século XIX, o filósofo alemão Friedrich Hegel (1770-1831) concebeu 
uma ontologia (metafísica) radicalmente distinta do materialismo hobbesiano. 
Para ele, o mundo seria o desdobramento de um espírito abrangente 
(absoluto) que estaria realizando- se no tempo (na História). Identificava a 
ideia ou o espírito com toda a realidade. “Tudo que é real é racional. Tudo que é 
racional é real”. Esta concepção ficou denominada de idealismo absoluto. 
São algumas noções de Hegel: 
a realidade possui racionalidade ou identifica-se com ela: o mundo é 
uma realização progressiva da razão (ideia, espírito ou absoluto ou Deus), 
portanto, o mundo não é feito do acaso, mas desdobramento da espiritualidade 
racional. 
a razão possui realidade ou identifica-se com ela: a razão não seria 
abstração, as quais as ideias seriam meras representações ou imagens do 
mundo. A razão faz parte da estrutura profunda do real. 
Quando Hegel concebe a realidade como espírito quer destacar que ela 
não é apenas uma substância (permanente). Ela é principalmente um sujeito, 
um ser com vida própria, que pode atuar. A realidade como espírito é um atuar 
constante com movimento. 
Podemos usar uma metáfora para entender a concepção de Hegel sobre 
o real: um espiral. O real se move como um espiral, que em cada giro vai em um 
sentido e volta no sentido contrário,mas sem nunca regressar ao mesmo ponto 
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e fechar o círculo, pois prosseguem outros giros. Uma concepção evolucionista 
da realidade e da sociedade. 
 
 
 
Para descrição do movimento do mundo real, Hegel denominou de 
dialética (não tem nada a ver com a de Platão!). A dialética de Hegel é entendida 
em três momentos: tese (ser em si), antítese (fora de si) e síntese (retorno). 
Dessa forma, o mundo estaria sempre em processo evolutivo, em direção ao 
infinito. 
Atualmente, na contemporaneidade, a metafísica não é uma área de 
investigação privilegiada como antes. No entanto, mesmo que de maneira 
indireta, as reflexões filosóficas e de outras áreas do saber tocam na ontologia. 
Nas ciências naturais e exatas predomina o racionalismo materialista, 
que tende ao reducionismo (estudar as partes para compreender o todo). Esta 
perspectiva aponta para a influência do aspecto biológico (corpo/matéria) no 
psíquico, portanto, o ser humano é explicado a partir de sua natureza física. É 
comum assistirmos especialistas falarem de endorfina, neurotransmissores, para 
explicar estados psicológicos. 
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Ao contrário da perspectiva reducionista, temos a corrente pós -moderna, 
que defende que o todo não poder ser dividido em partes isoladas, porque elas 
devem ser entendidas conjuntamente nas relações que estabelecem entre si 
(holismo). Aqui abre espaço para uma percepção do mundo menos linear, 
progressista ou evolucionista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2 O Ser Humano 
Atualmente duas palavras são chaves na nossa atualidade: igualdade e 
diferença (diversidade). A primeira pretende reconhecer a existência que nos 
coloca sob a mesmas leis (igualdade formal) e uma ideia de justiça social 
(distribuição de renda). A segunda reconhece que os seres humanos são 
diferentes, produzem sentidos, escolhas e culturas distintas, que merecem 
reconhecimento e, sobretudo, respeito. 
Independentemente da cor da pele (branca, negra, pardo), de sua 
nacionalidade (brasileira, asiático, europeu) ou da orientação sexual 
(heterossexual, homossexual,) nos remetemos a mesma coisa: o ser humano. 
Mas, afinal, o que é o ser humano? 
Podemos iniciar nossa conversa através do olhar da biologia, a qual 
classifica o ser humano no reino animal, na espécie Homo sapiens (ser que 
sabe). Diferente dos outros animais, o homem modifica o estado de natureza , 
produzindo cultura . 
Ao ajustar aos diversos ambientes e obstáculos, aprendemos a dominar 
o fogo, a produzir roupas, moradias, tecnologias que nos permitem realizar 
tarefas e a diminuir distâncias (carros, trens, ônibus, avião), ferramentas de 
trabalho, etc. Todas elas são uma “extensão do corpo”, um domínio da 
natureza . 
Segundo os estudos biológicos, os comportamentos de outros animais 
seguem um padrão vinculado a reflexos e instintos, portanto, um comportamento 
de uma determinada espécie será igual hoje e sempre. Alguns animais possuem 
em seus comportamentos reações mais flexíveis (capacidade elementar de 
raciocínio) como, por exemplo, cães, gatos, macacos, golfinhos. Diferente, o ser 
humano produz a capacidade de romper com o seu passado, questionar o 
presente e criar o seu futuro. Produz cultura, linguagem simbólica desenvolvida, 
tem consciência de si. Seus comportamentos são uma constante de 
aprendizados sociais e individuais, e não segue padrões comportamentais inatos 
como os animais. Em resumo, o ser humano apresenta-se como um ser biológico 
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e cultural ao mesmo tempo. Um ser que faz parte da natureza e a transforma 
seja em seu aspecto positivo ou negativo e acumula saber, mesmo que de 
período em período se confronta com novas angústias e problemáticas. 
Se o ser humano é natureza e cultura, onde um se transforma em outro? 
Para alguns estudiosos da linguística, é o desenvolvimento da linguagem e 
comunicação. Este aspecto é importante porque é através dele que nos é 
transmitido as experiências e conhecimentos acumulados através de 
nossas socializações . Para outros (marxismo), é o trabalho, que nos 
distingue dos outros animais, quando os homens iniciam a produção dos 
seus meios de vida . 
A cultura tem diversos significados. Podemos mencionar a cultura de 
micro-organismos, a cultura letrada, a cultura popular, etc. Nas Ciências 
Humanas, a Cultura está associada a três ideias básicas: desenvolvimento, 
formação e realização. Ela designa o conjunto dos modos de vida criados e 
transmitidos de uma geração a outra, entre os membros de uma sociedade. 
Crenças, artes, Leis, costumes, vestimentas, objetos, alimentação, etc., fazem 
parte de uma determinada cultura/sociedade. 
De forma mais filosófica, a cultura apresenta-se como um conjunto de 
respostas dadas por um determinado grupo humano as demandas de sua 
existência, por isso, varia no tempo e no espaço . 
Se a cultura é diversa, porque varia no espaço e no tempo, temos uma 
pluralidade de culturas. Ela influencia nas formas de pensar, sentir e agir, porque 
molda (filtra) formas específicas de perceber a realidade. Veja um exemplo: nós 
brasileiros sentimos asco ao saber que na cultura chinesa é comum se alimentar 
de determinados animais que em nossa cultura temos repulsa como grilo e 
barata. Para os hindus indianos é pecado comer carne de vaca, que é um animal 
sagrado para eles, contudo, para nós, diferente de cachorros e gatos, a carne 
bovina é um dos principais alimentos. 
Se você já fez uma viagem a outro estado brasileiro ou a outro país, deve 
ter observado que foi uma experiência rica, porque ao mesmo tempo em que 
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você observa uma cultura exterior a sua, passa a se observar (sotaque, 
vestimenta, modo de organização, comportamento). A cultura se torna mais 
visível. 
O antropólogo Ralph Linton, numa época em que os norte-americanos 
viviam sentimentos nacionalistas (eu acredito que ainda vivem!), escreveu o 
seguinte texto mostrando a difusão cultural e o intercâmbio interdependente 
entre as culturas: 
 
O cidadão norte-americano desperta num leito construí do 
segundo padrão originário do Oriente Próximo, mas modificado 
na Europa Setentrional, antes de ser transmitido à América. Sai 
debaixo de cobertas feitas de algodão cuja planta se tornou 
doméstica na Índia; ou de linho ou de lã de carneiro, um e outro 
domesticados no Oriente Próximo; ou de seda, cujo em prego foi 
descoberto na China. Todos estes materiais foram fiados e 
tecidos por processos inventados no Oriente Próximo. Ao 
levantar da cama faz uso dos "mocassins" que foram inventados 
pelos índios das florestas do Leste dosEstados Unidos e entra 
no quarto de banho cujos aparelhos são uma mistura de 
invenções europeias e norte-americanas. Tira o pijama, que é 
vestiário inventado na índia e lava-se com sabão que foi 
inventado pelos antigos gauleses, faz a barba que é um rito 
masoquístico que parece provir dos sumerianos ou do antigo 
Egito. Voltando ao quarto, o cidadão toma as roupas que estão 
sobre uma cadeira do tipo europeu meridional e veste-se. As 
peças de seu vestuário têm a forma das vestes de pele originais 
dos nômades das estepes asiáticas; seus sapatos são feitos de 
peles curtidas por um processo inventado no antigo Egito e 
cortadas segundo um padrão proveniente das civilizações 
clássicas do Mediterrâneo; a tira de pano de cores vivas que 
amarra ao pescoço é sobrevivência dos xales usados aos 
ombros pelos croatas do século XVII. Antes de ir tomar o seu 
breakfast, ele olha a rua através da vidraça feita de vidro 
inventado no Egito; e, se estiver chovendo, calça galochas de 
borracha descoberta pelos índios da América Central e toma um 
guarda-chuva inventado no sudoeste da Ásia. Seu chapéu é feito 
de feltro, material inventado nas estepes asiáticas. De caminho 
para o breakfast, pára para comprar um jornal, pagando-o com 
moedas, invenção da Líbia antiga. No restaurante, toda uma 
série de elementos tomados de empréstimo o espera. O prato é 
feito de uma espécie de cerâmica inventada na China. A faca é 
de aço, liga feita pela primeira vez na Índia do Sul; o garfo é 
inventado na Itália medieval; a colher vem de um original 
romano. Começa o seu breakfast com uma laranja vinda do 
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Mediterrâneo Oriental, melão da Pérsia, ou talvez uma fatia de 
melancia africana. Toma café, planta abissínia, com nata e 
açúcar. A domesticação do gado bovino e a ideia de aproveitar 
o seu leite são originárias do Oriente Próximo, ao passo que o 
açúcar foi feito pela primeira vez na Índia. Depois das frutas e do 
café vêm waffles, os quais são bolinhos fabricados segundo uma 
técnica escandinava, empregando como matéria-prima o trigo, 
que se tornou planta doméstica na Ásia Menor. Rega-se com 
xarope de maple, inventado pelos índios das florestas do Leste 
dos Estados Unidos. Como prato adicional talvez coma o ovo de 
uma espécie de ave domesticada na Indochina ou delgadas 
fatias de carne de um animal domesticado na Ásia Oriental, 
salgada e defumada por um processo desenvolvido no Norte da 
Europa. Acabando de comer, nosso amigo se recosta para 
fumar, hábito implantado pelos índios americanos e que 
consome uma planta originária do Brasil; fuma cachimbo, que 
procede dos índios da Virgínia, ou cigarro, proveniente do 
México. Se for fumante valente, pode ser que fume mesmo um 
charuto, transmitido à América do Norte pelas Antilhas, por 
intermédio da Espanha. Enquanto fuma, lê notícias do dia, 
impressas em caracteres inventados pelos antigos semitas, em 
material inventado na China e por um processo inventado na 
Alemanha. Ao inteirar-se das narrativas dos problemas 
estrangeiros, se for bom cidadão conservador, agradece a uma 
divindade hebraica, numa língua indo-européia, o fato de ser 
cem por cento americano. (In: Cultura como conceito 
antropológico , de Roque de Barros Laraia). 
 
A crítica manifesta pelo antropólogo Ralph Linton mostra um senso 
comum que se manifesta em vários países denominados de nacionalistas 
(acreditam somente em seus valores), porque tendem a compartilhar uma única 
visão, realidade que quando contraposta observa-se que culturalmente as 
nações são permeadas em seu cotidiano de produções culturais de outros 
países . 
Até o momento ainda não mencionamos as concepções de determinados 
filósofos sobre o que significa o ser . Não, não esquecemos deles! Na verdade, 
já vimos muitas de suas concepções sobre o ser no capítulo primeiro desta aula. 
Vamos recapitular o que pensava Platão, Aristóteles e Descartes. 
Platão nós já sabemos como ele pensava o ser. Para ele, a essência do 
ser humano é sua alma, que é imaterial e preexiste ao corpo, unindo-se a este 
de forma acidental. Dividia a alma em 3 partes que se relaciona entre si: alma 
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concupiscente (desejos), alma irascível (paixões) e alma racional (conhecimento 
e predomina sobre as outras). 
Aristóteles concebia o ser humano como homem racional e político. 
Formado por dois princípios: matéria e forma , existindo alma e corpo de maneira 
conjunta. Seu aspecto político é porque o ser só se desenvolve socialmente , 
atuando na sociedade, na pólis. 
Para Descartes, diferente de Aristóteles, corpo e alma são radicalmente 
separados e distintos. A alma comandaria o corpo. 
Para além destes 3 filósofos, temos a concepção de estado natural ou 
da natureza do homem . Nesta perspectiva, procurou-se pensar como seria o 
estado dos homens antes da formação das sociedades e dos Estados. 
Thomas Hobbes (XVII) defendia que os seres humanos são maus por 
natureza e não são naturalmente sociais (critica a Aristóteles). No estado de 
natureza haveria uma luta permanente pela sobrevivência , porque vigorava a 
lei do mais forte. Como ele disse “era um estado de guerra de todos contra 
todos, em que o homem é o lobo do homem”. Dessa forma, é o contrato social 
entre os indivíduos e a sociedade, por meio do Estado, que garantiria a 
segurança e a paz social. 
De forma totalmente contrária a Hobbes, o filósofo francês Jean-Jacques 
Rousseau (XVIII) defendia que o ser em seu estado de natureza vivia isolado, 
livre e feliz , guiado por bons sentimentos e em harmonia com o meio ambiente. 
Era chamado o bom selvagem. A ruptura com esse estado se deu quando 
surgiu a propriedade privada , isto é, quando alguém cercou um espaço de terra 
e disse que aquilo ali era seu. Assim, com a proliferação da propriedade privada 
(através do uso da força) surgiu o estado de guerra mencionado por Hobbes. 
Portanto, para Rousseau, os homens são essencialmente bons e não maus, mas 
que a sociedade corrompe os seres humanos. 
Contrário a uma explicação mais abstrata do mundo e do ser, alguns 
pensadores do século XIX e XX procuraram enfatizar uma realidade concreta, 
que está em processo contínuo. 
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Para Karl Marx (século XIX), o homem não existe fora das relações 
sociais, como um ser isolado, abstrato e universal. Para explicar o ser humano 
é necessário analisar suas condições materiais em que cada indivíduo vive 
ou viveu na sua existência social, em sua história concreta . 
No século XX, o filósofo francês Jean-Paul Sartre , expoente do 
existencialismo , criticava as noções de metafísica de que cada ser tem uma 
essência e que esta resultaria numa forma de existir. Sartre defendia que a 
existência precede a essência, isto é, o ser humano é um nada quando 
nasce e passa a existir a partir deste momento . Vai existindo e se definindo 
socialmente através de escolhas e a responsabilidade de construir a si e, 
para isso, não é necessária essência ou substância conforme a visão da 
metafísica tradicional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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3 A Linguagem 
O que é linguagem? De que é constituída a linguagem? Como sabemos 
que nos comunicamos através da linguagem? Certamente, Sócrates faria essas 
perguntas... 
A linguagem tem diversas formas: choro de um bebê, a dança, o teatro, a 
língua, a música, a matemática, a escrita, o cinema, etc. É um conjunto de 
símbolos (sinais) visuais, sonoros ou sensorial que remete a algo (objeto, 
emoção e ideia) de maneira a compor um significado ou sentido àqueles que 
dominam determinado código (sistema de signos). 
Imaginemos nosso idioma. Para nos comunicar utilizamos as palavras, as 
quais dominamos os seus sentidos. Portanto, se mencionamos “jornal” todos 
aqueles que compartilham a língua portuguesa irá entender do que se trata. No 
entanto, se alguém menciona “periódico” e este não domina os signos da língua 
espanhola, não entenderá do que se trata. 
A área do saber que estuda a linguagem são: a linguística (Letras) e a 
semiótica (Comunicação). A Filosofia da linguagem interage com estas duas 
áreas. A História também busca compreender o surgimento dos diversos tipos 
de linguagem e suas modificações. 
A criação das línguas, do alfabeto, a invenção da imprensa e a criação 
das diversas mídias são linguagens que impactam as sociedades. 
Os estudiosos não encontraram respostas científicas de como surgiram 
as diferentes línguas. Alguns defendem que sempre houve uma variedade de 
línguas que influenciaram a formação de outras. Outros, acreditam que pode ter 
existindo uma língua comum a todos no início, no entanto, esta é uma hipótese 
pouco aceita. 
Há uma explicação mitológica no Livro Gênesis, que faz parte da Bíblia. 
Segundo esta explicação, os babilônios queriam criar uma torre que chegasse 
ao céu – a Torre de Babel. Porém, Deus castigou a prepotência dos humanos 
destruindo a torre e fazendo que todos falassem línguas diferentes (até então 
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todos falavam a mesma língua). Assim, ficaram impedidos de se comunicarem 
e foram povoar outros lugares. 
Uma explicação diferente desta foi dada pelo filósofo Jean-Jacques 
Rousseau (1712-1778) , o qual especulou que a primeira forma de linguagem 
dos seres humanos teria sido o grito da natureza, isto é, os primeiros humanos 
em situação de perigo ou dor . Com a evolução se desenvolveu os sentimentos 
e a expressão corporal, até se multiplicar a comunicação pela voz. Ou seja, o 
desenvolvimento da linguagem está associado as necessidades sociais que vão 
se apresentando. 
Você já imaginou como era a transmissão do conhecimento antes do 
alfabeto? Acertou se disse “transmissão oral”. Na antiguidade, eram os poetas 
que transmitiam oralmente os valores e as narrativas. Com a criação da escrita 
pelos sumérios e do alfabeto pelos fenícios, outros povos, como o Grego, 
passaram a desenvolver o alfabeto a partir do século IX a.C. Com isso, a tradição 
oral foi perdendo espaço para tradição escrita, porque através desta dava 
autonomia e não era necessário mais a mediação do orador. 
Abaixo, um exemplo de uma tabuleta de argila que os sumérios e outros 
povos utilizavam. Segundo algumas especulações, Steve Jobs se inspirou 
nestes formatos e na praticidade de ser manuseado pelas mãos, para pensar no 
design de seu famoso Ipad. 
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Uma invenção que provocou uma revolução foi a imprensa criada pelo 
alemão Gutenberg no século XV. Os livros antes manuscritos, passaram a ser 
impressos, o que facilitou a divulgação das ideias de vários pensadores mundo 
a fora, a educação e a alfabetização. 
As invenções e transformações das linguagens e dos meios de 
comunicação não param, a cada dia surge algum tipo de linguagem diferente: 
rádio, televisão, telefone, celular, computador, correio eletrônico, redes sociais, 
etc. Estas modificações permitiram uma comunicação em tempo real com 
diversas partes do mundo, o que ficou conhecido como aldeia global e depois 
uma das essências da globalização. Hoje, as pessoas são leitores de diversos 
textos e também os produzem. 
Tudo isso nos permite concluir que somos seres linguísticos também, 
porque construímos boa parte do que somos e do mundo a nossa volta através 
das múltiplas linguagens. A língua atua como um filtro e confere sentido as 
nossas experiências e comunicação ao que processamos . É por intermédio 
dela que identificamos, classificamos e entendemos nossas experiências e as 
de outras pessoas. 
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Um dos debates filosóficos sobre a linguagem é a relação entre as 
palavras e as coisas . O nome que atribuímos as coisas são convenções ou 
fazem parte da natureza (essência) das coisas? 
Esse também é um debate antigo, que vem desde Platão. Segundo ele, 
representando o pensamento de Sócrates, vai dizer que a linguagem é uma 
criação humana (convenção) – a mesma coisa pode ser chamada de formas 
distintas em diversos idiomas. No entanto, defende que existe uma ordem no 
mundo e das coisas e a linguagem também seguiria essa perspectiva, 
portanto, uma essência (naturalista ). Este pensamento de Sócrates/Platão 
tende a unir as duas percepções da linguagem (convencionalista e a naturalista). 
Em resumo, é convenção chamar de “mesa” uma mesa, mas este objeto teria 
uma ideia essencial de mesa, existente no mundo das ideias que a representa. 
Na Idade Média, o debate perpassou pela questão dos universais, isto é, 
palavras que nomeiam conceitos gerais ou classes dos seres (humanidade, 
ave, rosa). A tendência realista defendia que os universais existiam de fato 
e a tendência nominalista defendia que os universais seriam apenas 
palavras sem uma existência real . 
Já no século XX, com um dos mais importantes filósofos da linguagem, 
Ludwig Wittgenstein (1889-1951), o qual dizia que um dos maiores problemas 
foi o pensamento de Platão, qual seja, pensar que as palavras eram nomes 
próprios, como se cada termo correspondesse a um objeto. Para Ludwig, a 
linguagem não é a captura conceitual da realidade ou uma figuração do 
objeto . Sua função não é mera descrição dos fatos como a maioria das pessoas 
crê. 
Percebia a linguagem como uma “caixa de ferramentas”, sendo 
necessário saber utilizá-las, reconhecendo seus limites e o momento de ficar 
calado. Falar é como se estivéssemos participando de um jogo, os jogos da 
linguagem, pois as palavras adquirem significados e sentidos no uso 
social , nos diferentes modos de ser e de viver nos quais a fala está inserida. 
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Outro pensador que criticou a concepção predominante de que a 
linguagem descrevia os fatos e a realidade foi o filósofo John Austin ( 1911-
1960), que elaborou a teoria dos atos da fala, que é toda ação que se realiza 
quando se diz algo. 
Outras explicações surgiram como, por exemplo, a dos behavioristas, 
que defendiamque tanto a formação das línguas como o aprendizado das 
palavras eram respostas aos estímulos externos. Diferente dele, Noam 
Chomsky (1928-) defende uma interpretação inatista, isto é, a linguagem é uma 
capacidade natural; os nossos órgãos (sistema nervoso central e o 
cérebro) estão programados para os aspectos da fala . 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 O Trabalho 
Peço atenção especial para este capítulo por dois motivos principais: 1) 
ele é um complemento da aula 02 de Sociologia, na qual vamos aprofundar a 
relação trabalho e sociedade e 2) o tema “trabalho” é um dos temas mais 
cobrados no ENEM. Portanto, toda atenção é mais do que necessária. 
De modo mais geral, trabalho pode ser entendido como um dispêndio de 
energias (física ou mental) para realização de uma determinada ação, para 
satisfazer necessidades individuais ou coletivas. 
Para nosso velho conhecido Karla Marx (XIX), o trabalho é uma 
atividade especificamente humana, pois implica um projeto mental que 
modela a conduta a ser desenvolvida para se alcançar um objetivo . 
Lembrando que para ele, o trabalho não apenas transforma o material em que 
se trabalha, mas realiza-se nesse material o projeto que trazia em sua 
consciência, e isso nos diferenciaria de outros animais. 
Nas palavras de Marx: 
Uma aranha executa operações que se assemelham às 
manipulações do tecelão, e a construção das colmeias pelas 
abelhas poderia envergonhar, por sua perfeição, mais de um 
mestre-de-obras. Mas há algo em que o pior mestre-de-obras é 
superior a melhor abelha, e é o fato de que, antes de executar a 
construção, ele a projeta em seu cérebro. (Marx, O Capital ) 
 
Marx tem uma postura crítica a um certo idealismo sobre a concepção do 
trabalho, a qual vê que em termos individuais o trabalho permite expandir as 
energias e a criatividade e, com isso, realizar suas potencialidades. Além disso, 
nesta perspectiva, trabalho seria um elemento positivo para a manutenção e 
satisfação da vida social, com a edificação da cultura e a solidariedade entre as 
pessoas – uma concepção defendida por Durkheim como veremos na aula 02 
de Sociologia. 
Na interpretação de Marx, a dominação de uma classe social sobre a 
outra desvia a função digamos positiva do trabalho mencionada no parágrafo 
acima. Ao invés de servir à coletividade, o resultado dos trabalhos produzidos 
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pela sociedade passou a enriquecer alguns. De recompensa de ato criativo e 
livre passou a ser considerado como castigo. 
 
O termo trabalho vem do latim tripalium, nome dado a um instrumento 
constituído de três paus e que era utilizado nas tarefas do campo, mas que 
também foi usado para torturar pessoas. Dessa forma, o trabalho estaria 
associado a castigo e a algo pesaroso, ruim. 
Encontramos na pré-história a primeira divisão do trabalho, qual seja, 
a de gênero . Algumas tarefas eram reservadas aos homens (caçar, guerrear e 
garantir a proteção do grupo) enquanto os trabalhos domésticos e os cuidados 
dos filhos ficavam destinados as mulheres. Além da divisão do trabalho baseada 
no gênero, haviam outros fatores como idade e força física. 
Como vimos nas aulas anteriores, a partir de reflexões dos filósofos Platão 
e Aristóteles, na Antiguidade o trabalho manual era desprezado, inferiorizado, 
porque este se assemelhava a atividade dos animais e não permitia tempo para 
a contemplação e exercício da cidadania. Portanto, o trabalho intelectual era o 
mais valorizado e desejado, porque a partir dele podia exercer a cidadania, o 
ócio e a contemplação. 
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Na Idade Média, período este em que a sociedade está dividida em 3 
estamentos principais: 1) clérigos (aqueles oram); 2) nobres (aqueles 
guerreiam); e 3) servos (aqueles que trabalham) continua a valorizar o trabalho 
intelectual. O trabalho estaria associado a provação e fortalecimento do 
espírito para alcançar o reino celeste . Segundo um dos filósofos medievais, 
Santo Tomás de Aquino (1221-1274), defendia que o trabalho é um bem 
árduo , por meio do qual o indivíduo tornaria um ser humano melhor. 
Com o advento da Idade Moderna, a mentalidade começa a ser 
transformada. Uma das influências foi a Reforma Protestante (XVI), que mudou 
a visão religiosa perante o trabalho. O trabalho na perspectiva protestante é bom 
e deve ser estimulado para todos. Todos devem buscar uma vida de sucesso 
econômico, de uma vida ativa e lucrativa – a usura (juros) deixou de ser uma 
prática pecaminosa como na visão da Igreja Católica medieval. 
Relembrando a aula de Sociologia, o sociólogo Max Weber (1864-1920) 
mostrou uma relação entre essa ética protestante (valorizava o trabalho e a 
busca da riqueza) e o desenvolvimento do capitalismo nos países onde 
predominava o protestantismo . Embora essa ética fosse estimulada para 
todos, quem conseguiu acumular riquezas (capital) e investir nas atividades 
produtivas foi a classe burguesa. 
Na Idade Contemporânea temos vários autores que irão refletir sobre o 
trabalho, o que iremos ver na aula 02 de Sociologia. Aqui, vamos destacar a 
concepção de dois filósofos que também já analisamos algumas de suas 
reflexões: 
Hegel: recupera o sentido do trabalho como algo positivo, associado a 
autoconstrução do ser humano. Seria uma forma de se aperfeiçoar pelo trabalho, 
mas também de se libertar pelo domínio que exerce sobre a natureza. 
Karl Marx: diferente de Hegel, enfatiza o aspecto negativo do trabalho 
nas sociedades capitalistas, a qual separou pela primeira vez na História o 
homem dos meios de produção, encontrando-se obrigado a vender sua força de 
trabalho para sobreviver. Ademais, mostra que quem explora (compra essa força 
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de trabalho) é que enriquece. Analisou as condições degradantes, as quais os 
trabalhadores estavam submetidos e o processo de alienação. 
O uso do termo alienação, inicialmente, foi utilizado por Hegel, que via 
nela um processo pelo qual os indivíduos colocam suas potencialidades nos 
objetos por eles criados. Neste sentido, há uma exteriorização da criatividade 
humana. Marx, ao contrário da filosofia hegeliana, identificou dois momentos 
distintos nesse processo de exteriorização da criatividade: 
objetivação: capacidade da pessoa se objetivar através do objeto criado, 
o que é próprio do seu saber-fazer. 
alienação: no capitalismo, quando o indivíduo coloca suas 
potencialidades no objeto criado deixa de identifica-lo como seu, muitas vezes 
nem toma consciência de seu produto final. Neste sentido, o produto criado 
lhe é estranho no plano psicológico, econômico e social . 
A forma de organização do trabalho em linhas de operação e montagem , 
isto é, cada operário com uma função específica no processo de produção 
foi aperfeiçoado nas fábricas. Uma fragmentação do trabalho que gera também 
uma fragmentação do saber, fazendo com que o trabalhador percaa noção do 
conjunto do processo produtivo. Isso ficou conhecido como fordista-taylorismo . 
O operário sempre repete as mesmas operações, produzindo bens 
estranhos a sua consciência, a seus desejos e as suas necessidades. O 
resultado não é garantir suas potencialidades, tampouco contemplar suas 
satisfações, mas sim as necessidades do mercado, de outras pessoas. Muitas 
vezes produzem algo que não conhece como produto final e nem terão 
condições de adquirir. 
 
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Karl Marx, em seus estudos sobre o sistema capitalista, observou que 
produção é ao mesmo tempo consumo, já que além do uso de matéria-prima 
e dos instrumentos de produção, há o consumo das forças vitais nesse trabalho. 
Consumo também é produção , pois os homens se produzem através do 
consumo, seja nos aspectos biológicos (alimentação, cuidado com o corpo) 
como nos aspectos intelectuais e emocionais. 
Não é à toa que temos áreas do saber como o marketing (estratégia) e a 
publicidade (peças de divulgação) como uma das principais “ferramentas” do 
sistema capitalista, já que a produção abre caminho para o consumo e este 
aumenta a demanda de produção, portanto, as empresas precisam criar 
produtos que atendam às necessidades das pessoas e, com isso, aumentam a 
produção das empresas. Esse ciclo produção e consumo gera a reprodução 
do sistema capitalista . 
Ao aprofundar a crítica entre consumo e produção, podemos verificar que 
o Mercado não visa a atender as necessidades das pessoas, muitas vezes 
essas necessidades são forjadas ou são objetos de distinção social. Além 
disso, busca-se a lucratividade em seus produtos e a mercantilização das coisas. 
Grande parte da população fica excluída deste processo. Por que? 
Para o filósofo Jean Baudrillard (1929-2007), considera que a lógica do 
consumo no mundo capitalista se baseia exatamente na impossibilidade de 
que todos consumam. Para ele, o consumo funciona com uma forma de afirmar 
a diferença de status entre os indivíduos. A propaganda trata de assegurar essa 
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distinção ao associar determinadas marcas consideradas de grife a 
comportamentos e padrões inacessíveis à maioria da população. 
No mesmo sentido de Jean Baudrillard, o sociólogo Pierre Bourdieu 
(1930-2002) chama a atenção para a Distinção Social. Em seu trabalho, as 
classes sociais reproduzem determinados tipos de estilo de vida, que podem ser 
observados em seus gostos, alimentação, vestimenta, espaços sociais nos quais 
as pessoas se relacionam, suas amizades, etc. Isso gera a reprodução das 
classes, bem como um espaço social hierarquizado. 
A felicidade em nossa atualidade, bem diferente da concepção dos gregos 
antigos (bem comum, bem da coletividade), passa a ser o consumo. Para o 
filósofo Max Horkheimer (1885-1973), da Escola de Frankfurt, quanto mais 
intensa é a preocupação do indivíduo com o poder sobre as coisas, mais as 
coisas o dominarão. 
Essa necessidade de produzir para um consumo alienado pode ficar 
evidente na produção de objetos que logo ficam ultrapassados como, por 
exemplo: os celulares, computadores, roupas, etc. Muitos destes objetos já têm 
um período de vida estimável, porque logo depois é estimulado sua troca por 
versões mais atualizadas. 
O consumo também influencia o nosso lazer, que passa a ser ditado pela 
lei do Mercado, isto é, aquilo que garante lucratividade. Perde-se assim a 
espontaneidade criativa do sujeito. Nesta perspectiva, temos aquilo que os 
pensadores da Escola de Frankfurt (Max Horkheimer e Theodor Adorno) 
denominaram de Indústria Cultural. 
 
 
 
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5. O Conhecimento 
A área filosófica que se dedica a questão do conhecimento é conhecida 
como gnosiologia. 
Uma concepção básica do que é o conhecimento é a apresentação 
verídica ou adequada de um objeto (algo) ao pensamento (sujeito). Então, por 
exemplo: se alguém menciona a palavra livro em uma conversa e eu faço uma 
construção deste objeto em minha mente, posso dizer que tenho conhecimento 
do que se trata. Porém, se ao invés disso eu crio uma outra imagem totalmente 
diferente como a de um carro, posso dizer que não tenho conhecimento do que 
se está falando. 
Este é um exemplo muito simplista, porque conhecer tem graus distintos, 
envolve engano e ilusão naquilo que uma pessoa acredita saber, como já vimos 
tanto em Sócrates/Platão como em Descartes. 
A gnosiologia estuda a relação entre o sujeito e o objeto a ser conhecido. 
Algumas questões básicas são: 
- fontes primeiras: origem do conhecimento 
- processo: como os dados se transformam em ideias 
- possibilidade: o que podemos conhecer de forma verdadeira 
Para compreender estas questões temos uma corrente do pensamento 
denominada representacionismo . Parte do pressuposto de que conhecer é 
representar o que é exterior a mente, isto é, uma reprodução do mundo externo 
projetado na consciência. Neste sentido, conhecer um cachorro é realizar uma 
imagem adequada dele em sua mente. Envolve o sujeito (conhecedor) e o objeto 
(conhecido). 
Dentro do representacionismo temos duas tendências: 
Realismo: defende que as percepções que temos dos objetos 
correspondem de fato às características presentes nesses objetos. Portanto, o 
foco é no objeto. 
Idealismo: é o sujeito que predomina em relação ao objeto, a percepção 
da realidade é reproduzida pelas nossas ideias, pela consciência. 
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Quais são as fontes primeiras do conhecimento , razão ou sensação ? 
Já vimos que este debate também vem desde Platão. 
Sobre essa questão temos 3 tendências: 
Racionalismo A experiência sensorial é uma fonte 
permanente de erros e confusões 
sobre a complexa realidade do 
mundo. Somente através da razão 
(uma característica inata do ser 
humano) se pode conhecer a 
realidade. 
Expoente deste pensamento: René 
Descartes 
Empirismo Diferente do racionalismo, defendem 
que todas as ideias são provenientes 
da experiência, das percepções 
sensoriais. 
Expoente deste pensamento: Hobbes 
e John Locke (tábula rasa) 
Apriorismo Kantiano O filósofo Immanuel Kant (1724-1804) 
afirmava que todo conhecimento 
começa com a experiência, mas que 
esta sozinha não nos dá o 
conhecimento. 
É preciso a atuação do sujeito para 
organizar os dados da experiência. 
Buscou entender como era o sujeito 
antes de qualquer experiência e 
concluiu que o ser humano possui 
formas de sensibilidade e do 
entendimento que possibilitam a 
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experiência, mas também 
determinam o conhecimento. 
Em resumo, Kant defende que a 
experiência fornece a matéria do 
conhecimento, enquanto a razão 
organiza essa matéria de acordo 
com suas próprias formas 
existentes antes no pensamento, por 
isso o nome apriorismo. 
 
Por último, vamos analisar quais são as possibilidades de conhecer 
algo ou a nós mesmos. 
Há três correntes básicas que se dedicam a essas reflexões: ceticismo, 
dogmatismo e criticismo . 
Antes de entrar propriamente dito no que pensa estas correntes, é preciso 
esclarecer que a palavra verdade tem sentido de uma correspondência entre o 
que se pensa ou se diz e a realidade que se quer conhecer ou expressar, 
sinônimo de conhecimento verdadeiro. 
O dogmatismo defende a possibilidade de atingir a verdade. Através 
de um trabalho metódico e racional é possível conhecer a realidade do 
mundo . 
Ao contrário do dogmatismo, o ceticismo nega a possibilidade de 
conhecer a realidade . Os sentidos levariam aos erros, mas a razão também, 
porque varia de ser humano para ser humano. Portanto, não é possível o 
conhecimento, nada é verdadeiro. Se isso é verdade, essa corrente é 
contraditória, porque está afirmando pelo menos uma coisa do conhecimento: de 
que ele não seria verdadeiro. Além disso, seus críticos apontavam que essa ideia 
não levaria a lugar nenhum. Dentro ainda desta corrente, temos os 
relativistas, que dizem que não existem verdades absolutas, mas apenas 
verdades relativas . 
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Já para o criticismo, criado por Kant para tentar superar o impasse 
entre o dogmatismo e o ceticismo, assim como fez entre o racionalismo e 
o empirismo , acredita na possibilidade do conhecimento, mas se indaga 
sobre as reais condições nas quais esse conhecimento seria possível . 
Portanto, admite a possibilidade de conhecer, mas reconhece que o 
conhecimento é limitado e depende de condições específicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Prepare a pipoca e o guaraná. Chame o (a) namorado (a). 
Convide algum amigo (a). Reúna a família. Assista ao filme Entre os Muros da 
Escola. Este filme retrata o cotidiano da sala de aula em uma escola de periferia 
de Paris (França), onde se mesclam alunos que pertencem a distintos grupos 
sociais e diversas culturas étnicas. Ao vê-lo você poderá aplicar seus 
conhecimentos de filosofia e sociologia vistos até o momento. Boa sessão! 
 
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1 EXERCÍCIOS 
 
1 ENEM 2016) 
 
Resolução: Embora refute os mitos como explicação do mundo e dos 
seres, Platão utiliza em sua dialética mitos para a partir deles criar suas 
alegorias, metáforas. O amor, para Platão, é algo alcançável pelo espírito. O 
homem sempre está à procura de sua outra metade, o que popularmente 
conhecemos como alma gêmea. 
 
Resposta: D 
 
 
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2 ENEM 2016) 
 
Resolução: Tanto a música cantada pelo excelente cantor Zé Ramalho 
como a reflexão de Marx mostram a exploração do sistema capitalista. A classe 
burguesa possui os meios de produção, portanto, compra a força de trabalho dos 
operários, os quais neste sistema só lhe restam vender essa força de trabalho. 
Os operários produzem a riqueza e o lucro, no entanto, sua participação neste 
processo lhe permite tão somente, na maioria das vezes, a sua subsistência. O 
resultado de seu trabalho não é apropriado pelos próprios operários, como bem 
demonstra a música. 
 
Resposta: E 
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3 ENEM 2016) 
 
 
 
Resolução: a charge descreve o processo de produção conhecido como 
taylorismo, isto é, produção em linha de montagem dos produtos, no qual cada 
operário tem uma função específica na produção. Dessa forma, desconhecem 
as outras etapas e o produto final. 
 
Resposta: E 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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4 ENEM 2016) 
 
 
Resolução: ambos pensadores são contratualistas, defendendo a necessidade 
do Estado Civil. Para Hobbes, o estado de natureza revela a essência do ser 
humano, que é má, egoísta. No estado de natureza há uma condição de guerra 
de todos contra todos, onde impera a lei do mais forte. Por isso, o Estado Civil 
era necessário para trazer a ordem e a segurança. 
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Resposta: A 
 
5 ENEM 2016) 
 
 
Resolução: o texto não deixa dúvidas de qual sistema ele se refere, qual seja: 
o capitalismo. Neste, tudo vira mercadoria: cultura, esporte, religião, educação, 
saúde. 
 
Resposta: C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 ENEM 2016) 
 
 
 
Resolução: Pirro pode ser considerado um pensador do ceticismo, corrente esta 
que vai dizer que tanto a razão quanto os sentidos não podem chegar ao 
conhecimento verdadeiro, não podem obter nenhuma certeza. 
 
Resposta: C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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7 ENEM 2016) 
 
 
Resolução: David Hume é um pensador que faz parte da corrente empírica, a 
qual considera que todo o conhecimento tem origem na experiência. As 
impressões são percepções vivas e mais fortes que as ideias, portanto privilegia 
os sentidos. Rejeita a existência das ideias inatas, porque todo o conhecimento 
advém da experiência. No entanto, a ciência tem na experiência certas 
limitações. 
 
Resposta: C 
 
 
 
 
 
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8 ENEM 2015) 
 
 
 
Resolução: o pensamento de Descartes rompe com a tradição (aristotélica-
tomista) do pensamento medieval. Nela, Descartes apresenta o cogito, “penso, 
logo existo”, no qual seu método de dúvida estabelece o princípio indubitável 
para o conhecimento. 
 
Resposta: D33320407821
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9 ENEM 2015) 
 
 
 
Resolução: o texto do antropólogo Ralph Linton faz uma crítica ao nacionalismo, 
especificamente dos norte-americanos. Mostra a fusão e a difusão de elementos 
de diversas culturas. 
 
Resposta: D 
 
 
 
 
 
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10 ENEM 2013) 
 
 
Resolução: o filósofo Karl Marx diz que para compreender o ser humano é 
necessário compreender o modo de vida de sua existência, em sua história 
concreta. Na produção capitalista, o trabalho se constitui como o fundamento 
real da produção, no qual alguns detêm os meios de produção (burgueses) e 
outros a força de trabalho (operários). 
 
Resposta: B 
 
 
 
 
 
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11 ENEM 2013) 
 
 
Resolução: as duas correntes em questão é o Racionalismo, que defende que 
a experiência (os sentidos) leva a um conhecimento enganoso, ou seja, somente 
a razão pode acessar o conhecimento verdadeiro. Por outro lado, temos o 
Empirismo, que defende que somente a experiência (sentidos) que é possível 
conhecer os objetos, as coisas. Kant, através do seu apriorismo tende superar 
o impasse: conclui que todo conhecimento advém da experiência (do objeto), 
mas só isso não basta, porque é preciso a ação do sujeito para organizar 
racionalmente os dados de sua experiência. 
 
Resposta: A 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 ENEM 2012) 
 
 
 
Resolução: a imagem retrata uma linha de produção em série baseada no 
taylorismo, na qual cada operário executa uma única tarefa de maneira repetitiva. 
Nestas fábricas trabalhavam homens, mulheres e até crianças, em condições 
precárias de trabalho. Desconheciam as etapas do processo, acarretando aquilo 
que Marx denominou de “alienação”. 
 
Resposta: C 
 
 
 
 
 
 
 
 
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13 ENEM 2011) 
 
 
 
Resolução: o poeta Shelley faz uma crítica a uma das consequências da 
Revolução Industrial inglesa. Uma contradição: aqueles que trabalhavam nas 
fábricas geravam riquezas através de sua produção, mas não para si mesmos, 
não era usufruída por eles mesmos. Quem usufruía dos lucros auferidos pela 
produção eram os patrões, que melhoravam o seu padrão de vida. Além desta 
exploração, os trabalhadores eram submetidos a condições precárias (muitas 
horas de trabalho, expostos a acidentes, sem proteção trabalhista). 
 
 
Resposta: E 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14 ENEM 2009) 
 
 
 
Resolução: tanto Ptolomeu como Aristóteles defendiam em seus raciocínios 
que a terra era o centro (geocentrismo). Inclusive, não somente esta ideia, mas 
outras de Aristóteles influenciaram a filosofia medieval. Copérnico, através da 
observação, constatou que haviam movimentos que não podiam ser explicados 
pelo geocentrismo, defendendo o heliocentrismo, no qual a Terra giraria ao 
entorno do sol. Após ele, vieram outros que demonstraram cientificamente o 
heliocentrismo, como Galileu Galilei (utilizava um telescópio). Kepler aprofundou 
os estudos de maneira científica, utilizando conhecimentos e métodos 
matemáticos. Conseguiu constatar que a órbita do planeta Marte era elíptica e 
não circular, podendo ser demonstrado e generalizado para os demais planetas. 
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Resposta: E 
 
 
15 VUNESPE 2009) 
 
"Se fosse adequado incomodá-lo com a história deste Ensaio, deveria dizer-lhe 
que cinco ou seis amigos reunidos em meu quarto, e discorrendo acerca de 
assunto bem remoto do presente, ficaram perplexos, devido às dificuldades 
que surgiram de todos os lados. Após termos por certo tempo nos confundido, 
sem nos aproximarmos de nenhuma solução acerca das dúvidas que nos 
tinham deixado perplexos, surgiu em meus pensamentos que seguimos o 
caminho errado, e, antes de nós nos iniciarmos em pesquisas desta natureza, 
seria necessário examinar nossas próprias habilidades e averiguar quais 
objetos são e quais não são adequados para serem tratados por nossos 
entendimentos." 
 
(John Locke. Ensaio acerca do Entendimento Humano. São Paulo: Nova 
Cultural, 1999) 
 
A qual corrente filosófica pertenceu John Locke? 
(A) Empirismo. 
(B) Metafísica. 
(C) Estoicismo. 
(D) Existencialismo. 
(E) Teoria crítica. 
 
Resolução: John Locke faz parte da corrente empirista, que valoriza o objeto no 
processo de conhecimento. Somente através da experiência é possível 
conhecer. Inclusive, a razão seria sensação, porque depende de determinados 
órgãos. 
 
Resposta: A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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16 VUNESP 2009) 
 
"Da improvisação padronizada do jazz até os tipos originais do cinema, que 
têm de deixar a franja cair sobre os olhos para serem reconhecidos como tais, 
o que domina é a pseudoindividualidade." 
 
(T. Adorno; M.Horkheimer, Dialética do esclarecimento. 1985) 
 
O fragmento pode proporcionar uma situação de aprendizagem sobre 
 
(A) a teoria do indivíduo. 
(B) condutas massificadas. 
(C) alienação moral. 
(D) ética. 
(E) a sujeição. 
 
Resolução: Adorno e Horkheimer fazem parte da Escola de Frankfurt e são 
aqueles que criaram o conceito de Indústria Cultural, que faz uma crítica ao 
capitalismo, o qual transforma tudo em mercadoria, em condutas padronizadas 
e massificadas. 
 
Resposta: B 
 
 
 
17 Colégio João XXIII) 
 
Segundo Jean Pierre Vernant, "fornecer a razão de um fenômeno não pode mais 
consistir em nomear o seu pai e sua mãe, em estabelecer a sua filiação. Se as 
realidades naturais apresentam uma ordem regular, não pode ser porque, um 
belo dia, o deus soberano, ao fim de seus combates, impôs-se às outras 
divindades como um monarca que reparte em seu reino os encargos, as funções, 
como uma lei imanente à natureza e presidindo, desde a origem à sua 
ordenação". Essa afirmação se refere à passagem do(a) 
 
(A) Mito para a Filosofia. 
(B) Caos ao Cosmos. 
(C) Teogonia para a Epistéme. 
(D) Filosofia ao Mito. 
(E) Physis à Aletheia. 
 
Resolução: o autor faz referência a um determinado período no qual não 
bastaria mais as explicações mitológicas, e sim a busca de explicação racional 
para a origemdo mundo e dos seres (exercício filosófico que começa com os 
pensadores denominados pré-socráticos (cosmólogos). 
 
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Resposta: A 
 
 
18 Colégio João XXIII) 
 
Os estudos da Biologia nos ajudam a compreender que os animais, como as 
formigas, por exemplo, convivem entre si a partir de regras rígidas e imutáveis 
da Natureza. Por esta razão, a violência entre animais ocorre somente por duas 
causas fundamentais: fome e ameaça. Não há animal que violente ao outro ou 
ao ser humano exceto nos dois casos. Diferentemente dos animais, o ser 
humano teima em não seguir as normas da natureza, negando-se a obedecê-
las. Por isso, ele é o único animal que mata por prazer, violenta e humilha o outro 
por querer. Essa disposição em não obedecer a regras da natureza é um dos 
fatores que nos diferenciam dos animais em comum. 
 
Baseado nessa introdução assinale o item que descreve nossa igualdade em 
relação aos animais: 
 
(A) A capacidade de relacionar inteligentemente dados, memorizá-los para uso 
posterior. 
(B) A linguagem inteligível, conceituada e simbólica. 
(C) A cultura, ou seja, o acúmulo de conhecimento e experiência das gerações 
nos diferencia dos animais comuns. 
(D) O hábito de comer e beber todos os dias, bem como o de dormir e o de 
acordar. 
(E) Nossa religiosidade e crença em seres superiores. 
 
Resolução: são características dos seres humanos em relação a outros animais: 
produzir cultura (crenças, costumes), elaborar linguagem simbólica, ter 
consciência de si e de outros seres e estabelecer conexões entre passado, 
presente e futuro. Portanto, as características de beber, comer, dormir e acordar 
são comportamentos mais “instintivos”, pertencendo tanto os humanos como os 
animais, embora a maneira de produzir racionalmente a alimentação e as formas 
de dormir e acordar (cama, palha, rede) são produções humanas, que também 
se diferenciam dos animais. 
 
Resposta: D 
 
 
 
 
 
 
 
 
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19 Cesagrino) O conceito de Dialética tomou parte nas preocupações filosóficas 
de pensadores, como Hegel, Engels e Marx. 
 
Sobre o conceito de dialética em Hegel, é CORRETO afirmar que se trata da 
 
A) ciência das leis gerais do movimento, tanto do mundo externo como do 
pensamento humano. 
B) marcha do pensamento que procede por contradição, passando por três 
fases - tese, antítese e síntese -, reproduzindo o próprio movimento do Ser 
absoluto ou Idéia. 
C) sistematização do chamado materialismo histórico. 
D) organização política e econômica que torna comuns os bens de produção. 
E) situação do filósofo cujo pensamento supõe comprometimento com a 
situação social e política vivida. 
 
Resolução: o conceito de dialética de Hegel é diferente da de Platão/Sócrates 
(diálogo, maiêutica) e a de Marx (materialista). Hegel defende que o espírito 
absoluto ou ideia se faz no tempo. É um movimento evolucionista que perpassa 
pela tese (ser em si), antítese (ser fora de si) e síntese (retorno). 
 
Resposta: B 
 
 
20 Cesagrino) "O homem é condenado a ser livre". 
Esta frase de Jean Paul Sartre sintetiza o movimento filosófico, que marcou a 
Europa no pós-Segunda Guerra Mundial, a saber o(a) 
A) estruturalismo. 
B) pós-modernidade. 
C) pós-estruturalismo. 
D) dodecafonismo. 
E) existencialismo. 
 
Resolução: Sartre é um filósofo do século XX, que defende que a existência 
precede o ser, isto é, o ser só se faz existindo, através de suas escolhas. 
 
Resposta: E 
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