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Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM VOLUME I Ciências da Natureza e suas tecnologias BIOLOGIA Ciências Humanas e suas tecnologias FILOSOFIA SOCIOLOGIA Linguagens, Códigos e suas tecnologias LÍNGUA PORTUGUESA LÍNGUA ESTRANGEIRA LITERATURA Matemática e suas tecnologias ÁLGEBRA GEOMETRIA Redação REDAÇÃO Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM CIÊNCIAS DA NATUREZA E SUAS TECNOLOGIAS BIOLOGIA Oi, tudo bem? Resolvi reunir para você os conceitos básicos da Biologia nessa apostila, que darão aquela ajuda especial e prática na hora de estudar e arrasar no ENEM (= E C O L O G I A Biomassa: matéria orgânica que compõe o corpo dos organismos vivos. Biosfera: regiões do planeta onde existem seres vivos. Biótopo: área geográfica onde se encontra uma comunidade. Cadeia alimentar: representa a transferência de matéria e energia que se inicia sempre por um organismo produtor e termina em um decompositor. O fluxo é sempre unidirecional. Ciclo biogeoquímico: conjunto de processos físicos, químicos e biológicos que permite aos elementos circularem entre os seres vivos e a atmosfera, hidrosfera e litosfera. Comunidade: conjunto de populações de espécies diferentes que vive em uma mesma área geográfica. Consumidores: seres que não são capazes de produzir seu próprio alimento e precisam alimentar-se de outro ser vivo para obter sua energia (heterotrófico). Decompositores: seres que obtêm nutrientes e energia a partir da decomposição da matéria orgânica. Ecologia: ciência que estuda as relações entre os seres vivos entre si e destes com o meio ambiente. Ecossistema: local de interação entre seres vivos (fatores bióticos) e fatores físicos e químicos (fatores abióticos). Espécie: organismos semelhantes capazes de reproduzir-se e produzir descendentes férteis. Habitat: local em que determinada espécie vive. Nicho ecológico: papel ecológico de uma espécie em uma comunidade. Envolve seus hábitos alimentares, sua reprodução, suas relações ecológicas e outras atividades. Nível trófico: posição que uma espécie ocupa em uma cadeia alimentar. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Pirâmide ecológica: representação gráfica do fluxo de energia e matéria em um ecossistema. População: conjunto de seres vivos da mesma espécie que vive em determinado local. Produtores: seres vivos capazes de produzir seu próprio alimento (autotróficos). Relações ecológicas: são as relações que os seres vivos possuem uns com os outros. Essas relações podem ser entre indivíduos da mesma espécie ou espécies diferentes. Cadeia alimentar: representa uma sequência linear de seres vivos na qual um serve de alimento para o outro. Teia alimentar: conjunto de cadeias alimentares interligadas. R E L A Ç Õ E S E C O L Ó G I C A S Relações ecológicas são as interações que ocorrem entre os seres vivos. Relações intraespecíficas: ocorrem entre indivíduos da mesma espécie. Relações interespecíficas: ocorrem entre indivíduos de diferentes espécies. Relações harmoniosas: são benéficas a um ou mais indivíduos da relação, mas nunca prejudicam nenhum indivíduo. Relações desarmoniosas: prejudiciais a algum indivíduo da relação. Sociedade: indivíduos de uma mesma espécie vivem juntos, sem união física, e apresentam uma divisão de trabalhos entre eles. Colônia: indivíduos de uma mesma espécie vivem juntos, no entanto, podem apresentar ou não divisão de trabalho. Competição: indivíduos de uma mesma espécies podem entrar em disputa por recursos que são limitados, como alimento, território e parceria para reprodução. Canibalismo: um indivíduo alimenta-se de outro da mesma espécie. Mutualismo: indivíduos de espécies diferentes vivem associados, sendo dependentes ou não dessa associação. Protocooperação: ocorre entre espécies diferentes e ambas obtém benefícios. Comensalismo: apenas uma das espécies é beneficiada, no entanto, não causa prejuízo à outra. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Comensalismo: um indivíduo secreta substâncias que inibem ou impedem o desenvolvimento de outro. Parasitismo: um dos indivíduos (parasita) retira do organismo de outro (hospedeiro) nutrientes para sua sobrevivência. Predatismo: um indivíduo mata o de outra espécie para alimentar-se. Competição: indivíduos de espécies diferentes podem entrar em disputa por recursos que são limitados, como alimento ou território. C I T O L O G I A Teoria Celular de Schwann e Schleiden: “todos os seres vivos são formados por células”. Procariontes= têm uma organização mais simples, sem núcleo organizado e organelas membranosas, como retículo endoplasmático e aparelho de Golgi. Eucariontes= apresentam inúmeros compartimentos e estruturas membranosas internas. Além disso, possuem um núcleo onde fica o material genético Membrana Plasmática: é uma estrutura presente em todos os tipos celulares. É composta por uma bicamada fosfolipídica que controla a entrada e saída de substâncias da célula. Núcleo Celular: está presente apenas em seres eucariontes, é onde fica o material genético da célula. É o centro de comando da célula, controlando o metabolismo celular e fazendo a síntese de ácidos nucleicos. Mitocôndria: é uma organela com DNA próprio, responsável pela respiração celular. Cloroplasto: está presente em organismos fotossintetizantes, por isso possui pigmentos verdes (clorofila) que possibilitam a realização da fotossíntese. Citoplasma: constitui o interior da célula em procariontes e, em eucariontes, corresponde ao espaço entre a membrana plasmática e o núcleo. É onde se localizam as organelas celulares e ocorrem muitas reações químicas. Ribossomos: são responsáveis pela síntese proteica e estão presentes em todas as células, tanto eucariontes quanto procariontes. Retículo Endoplasmático (R. E.): é um sistema de canalículos e bolsas membranosas presente no citoplasma de células eucarióticas. Essas membranas podem ser lisas (R. E. Liso) ou apresentar ribossomos aderidos (R. E. Rugoso). O R. E. Liso é uma região de intensa síntese de lipídios e o R. E. Rugoso de proteínas. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Aparelho/Complexo de Golgi: é um sistema membranoso localizado no citoplasma de células eucarióticas especializado em armazenamento, transformação e secreção de substâncias. Lisossomos: são vesículas compostas por enzimas digestivas com funções de digerir materiais englobados pelas células (digestão intracelular) e elementos da própria célula (autofagia), quando necessário. E M B R I O L O G I A Embriologia: é a área da biologia que estuda o desenvolvimento dos embriões, desde a fecundação até a formação completa dos seres vivos. Embriologia Humana: é a área de estudo da embriologia que analisa o desenvolvimento dos embriões humanos e identifica causas de malformações e anomalias; Embriologia vegetal: é a área que analisa o estágio de desenvolvimento das plantas; Embriologia Comparada: faz análise comparada de embriões de diferentes espécies. Fecundação: é a primeira etapa do desenvolvimento dos embriões humanos. Iniciam-se com o encontro das células responsáveis pela reprodução, os gametas masculino e feminino. Nessa fase, o espermatozoide penetra o óvulo e os núcleos dos gametas se fundem, formando o zigoto; Segmentação: esta segunda fase também é denominada de clivagem. É a etapa em que o zigoto se divide inúmeras vezes. Inicialmente se divide em duas células denominadas blastômeros.Continua se dividindo e aumentando o número de células. Passa a se fixar na parede uterina em um processo denominado de blastocisto; Gastrulação: o embrião continua se dividindo e aumentando suas células, além de ampliar seu volume total. Nesta etapa também são formados, os três folhetos embrionários ou germinativos — camadas celulares darão origem aos tecidos e órgãos do novo indivíduo — além da ectoderma, mesoderma e endoderma; Organogênese: é a última fase do embrião. Nessa fase ocorre a diferenciação dos tecidos e dos órgãos. Fertilização in vitro: é a fecundação do ovo com espermatozoide feita em um laboratório. Após análise de especialistas, o embrião é colocado no útero materno; Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Inseminação artificial: é a reprodução intrauterina. Essa técnica prepara uma amostra de esperma em laboratório e depois o transfere para o interior do útero. Isso aumenta a probabilidade de fecundação dos espermatozoides. Células-tronco embrionárias: esse tipo de células é encontrado nos embriões com cinco dias de fecundação. Atualmente são desenvolvidas diversas pesquisas com elas, pois possuem a capacidade de se transformar em outro tipo de célula. Acredita-se que elas são capazes de colaborar com o tratamento de diversas doenças, como leucemia, Alzheimer, Parkinson, epilepsia. V Í R U S Vírus: são parasitas que se destacam principalmente pelas doenças causadas no homem, entretanto, eles não parasitam apenas as células humanas. Capsídeo: cápsulas proteicas que envolvem o ácido nucleico. Nucleocapsídeo: conjunto do capsídeos com o ácido nucleico. Envelope viral: composto de duas camadas lipídicas intercaladas com moléculas de proteína (bicamada de lipoproteínas) e pode conter material da membrana de uma célula hospedeira da qual o vírus saiu. Ciclo lítico: após a multiplicação os vírus podem romper as células infectadas para a liberação de novas estruturas. Ciclo lisogênico: quando o material genético viral pode manter-se ligado ao da célula hospedeira, e a transmissão desse material para novas células ocorre à medida que ela se divide. F U N G O S Fungos: são organismos eucarióticos representados por cogumelos, mofos e bolores. Parede celular: composta por quitina. Glicogênio: reserva energética. Micorrizas: associações de fungos à raízes de plantas. Líquens: união de fungos à algas ou cianobactérias. P A R A S I T A S Parasitologia: é a ciência que estuda os parasitas e ocorre quando um organismo (parasita) vive em associação com outro organismo (hospedeiro). Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM P R O T I S T A S Protistas: organismos eucariontes, autótrofos ou heterótrofos e unicelulares ou pluricelulares. Compreendem protozoários e algas. Sacordinos: representados pelas amebas que se locomovem por meio de pseudópodes. Mastigóforos: locomovem-se por flagelos. Esporozoários: não possuem estrutura locomotora. Ciliados: locomovem-se através de cílios. Algas: organismos autótrofos, pois têm clorofila, além de outros pigmentos, logo, realizam fotossíntese. Algas verdes ou Clorofíceas: as algas verdes se caracterizam pela presença de clorofilas A e B e carotenoides, reservas de amido, parede celular de celulose. Podem ser uni ou pluricelulares. Há espécies comestíveis. Algas vermelhas ou Rodofíceas: as algas vermelhas apresentam clorofila A e ficobilina, uni ou pluricelulares, filamentosas e fixadas a substratos. Existem espécies comestíveis. B O T Â N I C A Androceu: conjunto de estames de uma flor. Angiosperma: plantas vasculares com sementes abrigadas no interior de um fruto. Antera: porção localizada no ápice do filete onde estão localizados os grãos de pólen. Anterídio: estrutura reprodutiva que produz os gametas masculinos nas briófitas e pteridófitas. Anterozoides: gameta masculino. Arquegônio: estrutura reprodutiva que produz os gametas femininos nas briófitas, pteridófitas e gimnospermas. Briófitas: plantas avasculares. Cálice: conjunto de sépalas de uma flor. Carpelo: estruturas que formam o gineceu e local onde são encontrados os óvulos. Caule: eixo da planta que carrega as folhas e possui gemas. Corola: conjunto de pétalas de uma flor. Endosperma: tecido nutritivo presente na semente. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Esporângio: estrutura onde estão localizados os esporos. Esporófitos: geração que produz os esporos. Estame: estrutura formada por filete e antera que porta os grãos de pólen. Estigma: local do carpelo onde são depositados os grãos de pólen. Estilete: parte alongada do carpelo, entre o estigma e o ovário, por onde o tubo polínico cresce. Estômato: estrutura relacionada com as trocas gasosas formada por células-guarda e ostíolo. Filete: estrutura alongada do estame. Flor: estrutura reprodutora das angiospermas. Folha: estrutura normalmente relacionada com a fotossíntese da planta. Fruto: ovário maduro e desenvolvido. Gametângio: estrutura que produz gametas. Gametófitos: geração que produz gametas. Gimnospermas: plantas vasculares com sementes expostas. Gineceu: conjunto de carpelos de uma flor. Grão de pólen: micrósporo que contém o gametófito masculino. Megasporo: esporo que dá origem a um gametófito feminino. Micrósporo: esporo que dá origem a um gametófito masculino. Oosfera: gameta feminino. Pétalas: estrutura da flor normalmente associada à função de atração de polinizadores. Pteridófita: plantas vasculares sem sementes. Sépalas: estrutura da flor que é normalmente verde e está relacionada com a proteção das estruturas mais internas. Soro: conjunto de esporângios encontrados em algumas pteridófitas. Tubo polínico: parte formada a partir do grão de pólen que possui a função de transportar o gameta masculino até o feminino. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS FILOSOFIA Textos de filosofia Filosofia e seus períodos históricos Você sabe o que significa filosofia? Boécio (1998) nos lembra que, segundo a etimologia dessa palavra, filosofia significa “amor à sabedoria”. Ou seja, o desejo de conhecer, compreender e explicar as coisas da vida de forma mais profunda e reflexiva faz parte dessa disciplina. Mas como filosofar? Por meio da própria reflexão sobre o pensar e o agir humano. Então qualquer pessoa pode propor questões filosóficas? Sim, qualquer pessoa pode fazer suas questões diante do mundo, inclusive você. Indagar sobre a vida cotidiana também nos permite desenvolver o pensamento reflexivo, uma vez que as ideias do senso comum são questionadas, e, por meio da investigação filosófica, pode- se constituir o pensamento crítico. Por consequência, o estudo dos períodos históricos na filosofia corresponde ao estudo dos períodos históricos na história da sociedade Ocidental. Assim, baseado em Marcondes (2010), podemos periodizar a história da filosofia da seguinte forma. Filosofia Antiga corresponde à História Antiga, datada entre o surgimento do homem até o fim do século IV. Nessa época, passou-se do pensamento mítico-religioso para o pensamento filosófico-científico, evidenciando a noção da natureza, da causalidade e da racionalidade. Coube buscar as primeiras respostas para os dilemas existenciais humanos. Filosofia Medieval corresponde à Idade Média, período entre os séculos V e XV. Nesse momento, deu-se a transição do helenismo para o cristianismo, que veio acompanhando de uma deterioração cultural e econômica na Europa em decorrência do Império Romano do Ocidente. Filosofia Modernacorresponde à História Moderna, indo do século XV até o século XVIII. Nessa época, ocorre a descoberta das Américas, há uma ruptura com a Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM tradição e valoriza-se o progresso e a individualidade. Na questão da fé, é a reforma protestante que entra em voga, questionando a autoridade institucional da Igreja. Filosofia Contemporânea corresponde à Contemporaneidade, período a partir do final do século XVIII até os dias atuais. Sua concepção busca encontrar respostas para a crise do projeto filosófico da modernidade, pretendendo-se, assim, atualizar o racionalismo, trazer novas alternativas para o questionamento da subjetividade e evidenciar questões de linguagens. A Filosofia Antiga engloba todo o pensamento filosófico anterior ao século V. Esse momento corresponde à Antiguidade, que vai da invenção da escrita (4000 a.C. a 3500 a.C.) até a queda do Império Romano do Ocidente (476 d.C.). Surgiu, então, a formação do Estado, e as civilizações existentes nesse período eram Egito, Grécia, Roma, Persas, Fenícios, povos germânicos, entre outros. Quanto ao desenvolvimento da filosofia, sobre esse período histórico Braz (2005) enfatiza o período pré-socrático, que faz referência ao período anterior à existência de Sócrates e destaca filósofos que se focavam com aspectos da natureza para responder suas questões; o período socrático, que, na figura de Sócrates, estimulava o diálogo para filosofar; o período sistemático, que é um período atribuído a Aristóteles; e período greco-romano, que destacou aspectos da cosmologia para buscar responder aos problemas da época. Segundo Marques (2007), as principais preocupações neste momento eram compreender a origem do universo, os fenômenos da natureza e os comportamentos humanos a partir da razão. Assim, não se aceita mais as explicações míticas e busca-se observar, analisar e fundamentar as explicações por meio da racionalidade humana. Podemos destacar uma das escolas desse período, que é uma das escolas com maior representatividade na Filosofia Antiga: a Escola Socrática. Seu representante é Sócrates, que viveu durante o ano de 470 a.C. em Atenas, na Grécia. Ele foi discípulo de Platão e preferiu evidenciar a questão ética e política na filosofia. O método utilizado por ele ficou conhecido como método socrático. Esse método visava à construção de conhecimento pelo homem a partir de questionamentos sobre questões banais. Assim, o diálogo entre professor e aluno não era mais um processo de Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM simples transmissão de ideias, mas uma profusão de trocas em que se podia realizar novas aprendizagens. A Filosofia Medieval comporta o período que é determinado entre os séculos V e XV. Sua correspondência histórica se deu com a Idade Média, que começou com a queda do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C., e foi até a tomada de Constantinopla, capital do Império Bizantino. Esse período ficou conhecido como Idade das Trevas, visto que se opôs à difusão de conhecimento existente no período anterior, o Renascimento. Nessa época, a cultura greco-romana é recuperada, e a igreja Católica tem uma forte influência sobre a produção de conhecimento. Sendo assim, a figura de Deus torna-se base para as explicações, e a filosofia leva em consideração as orientações teológicas da época. Um dos principais expoentes nesse período é Santo Agostinho, que viveu de 354 a 430 na Argélia. Para ele, era Deus que atuava na vida do homem, de modo que essa relação era considerada fundamental para compreender o comportamento humano e até mesmo outros fenômenos. Nesse sentido, Franco Júnior (2001, p. 145) enfatiza que “[...] é preciso lembrar que para ele as verdades da fé não podem ser demonstráveis pela razão, mas esta pode confirmar aquelas: ‘compreender para crer, crer para compreender’”. Outro expoente é São Tomás de Aquino, que viveu de 1225 a 1274 na Itália. Ele retomou a escola aristotélica a partir de princípios do cristianismo. A Filosofia Moderna começa no século XV e vai até o século XVIII. Com a queda do Império Romano do Ocidente, o poder da igreja Católica diminuiu, e, então, a filosofia passa a valorizar a reflexão humana como partida do raciocínio filosófico. Para aprofundar a discussão. Logo, o homem ganha centralidade nas respostas das indagações da época, e as questões humanas passam a ser o centro de preocupações filosóficas. Assim, o homem não é mais passivo do mundo em que vive, pelo contrário, ele é agente do seu processo de existência e aos poucos vai se dando conta disso, como reforça Chauí (2000, p. 57): “[...] A realidade é um sistema de causalidades racionais rigorosas que podem ser conhecidas e transformadas pelo homem”. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM A escola identificada neste período envolve o racionalismo clássico. O filósofo que encabeçou as bases filosóficas neste momento foi René Descartes. Ele foi um filósofo francês, nascido em 1596, que propôs uma obra intitulada “discurso do método”. Nessa publicação, Descartes aposta em uma metodologia racional para se buscar a verdade, contrapondo-se à autoridade eclesiástica. Seu método é nomeado cartesiano. A Filosofia Contemporânea é considerada desde o final do século XVIII – que tem como marco a Revolução Francesa em 1789 – e vai até os dias de hoje. No entanto, enfocaremos o começo do período para refletir como ele é determinante de toda uma reflexão acompanhada de experiências de lutas e reivindicações por direitos e expressões políticas. Podemos dizer que esse foi um período de agitação política que questionou as estruturas de Estado na época, e, após derrubarem o governo vigentes, na França, definiram-se novos valores para a sociedade, como liberdade, igualdade e fraternidade. Essa situação política ecoou em outros países e transformou o modo de pensar da população como um todo. Quanto ao ponto de vista da filosofia, de forma geral, as afirmações universais da tradição filosófica foram colocadas em xeque, e novas reinvindicações filosóficas entraram em voga. Nesse momento, a ênfase de análise é dada para condição de vida do homem na sociedade e diversas escolas a compõem. Para compreender este momento histórico, Domingues (2006, p. 9-10) entende que: Trata-se de uma época em que as distinções dos campos disciplinares eram mais elásticas, as especializações mais fluidas e a filosofia moral garantia a ligação da filosofia e da ciência com o mundo da ação, ligação requerida por toda a sabedoria que se preze, do Oriente e do Ocidente. Ora, é justamente esse liame da filosofia, da ciência e da sabedoria que se rompeu no curso da modernidade, gerando a conhecida situação de uma ciência sem filosofia e sem sabedoria, bem como de uma filosofia sem sabedoria e sem ciência. Minha tentativa ao longo da conferência, uma vez convencido de que esse estado de coisas não pode persistir, sob pena de pôr tudo a perder, será justamente a de restabelecer as pontes entre a filosofia, a ciência e a sabedoria (bem entendido: a sabedoria não é uma disciplina, mas um olhar e uma atitude), tendo por foco a filosofia contemporânea e por eixo os grandes desafios do pensamento no século XXI. Uma das escolas que se destacou nessa época é a escola marxista. Karl Marx nasceu na Alemanha, em 1818, e morreu no Reino Unido, em 1883. Sua proposta de metodologia envolvia a análise socioeconômica das relações 8 A história da filosofia sociais e visava Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM à dialética para a transformação. Para Marx, é a contradiçãodas próprias ideias que levam a novas ideias. Portanto, a proposição da dialética é de refletir acerca da realidade, e não mais de interpretá-la. Desenvolvimento do pensamento humano A partir da filosofia, podemos perceber que o pensamento humano passa por transformações tanto no sentido de negar ideias que antes eram consideradas corretas como de retomar conceitos e proposições antigas em novos contextos. Sendo assim, o que é considerado verdade é ressignificado com o passar do tempo, e o estudo da história da filosofia nos apresenta as características que são evidenciadas em cada período. Desse modo, a história da filosofia explicita uma sequência histórica do pensamento humano, mostrando questões relevantes em cada período histórico da sociedade Ocidental. [...] trata-se de ter opiniões sobre certos temas bem definidos e sustentá-las em algo diferente de uma convicção pessoal; mais ainda, o núcleo essencial da filosofia não é constituído de crenças tematicamente definidas e racionalmente fundadas, senão de problemas e soluções. Contudo, só podemos ter certeza da pertinência de “problemas e soluções” que marcam um período quando temos certo distanciamento sobre essa época, pois também estamos contaminados por diversas outras questões que julgamos pertinentes. Ainda se deve levar em conta que os acontecimentos históricos são marcadores de mudanças de paradigmas, o que torna ainda mais importante compreender a história do homem e o desenvolvimento da sociedade. Nesse sentido, o estudo do pensamento humano nos permite compreender quais são as bases para as explicações das questões filosóficas e buscar novas soluções para problemas da sociedade. Contudo, para isso temos de partir de algum lugar, de alguma pergunta, de algo que nos intrigue, como a dúvida, assim como todos esses pensadores explicitados ao longo do capítulo o fizeram para iniciar suas reflexões. Como enfatiza Fernandes (1994, p. 341): “Parte-se da dúvida, fazem-se conjecturas e aplica-se o raciocínio explicativo causal. Chega-se assim a à ‘certeza’ possível”. Assim, entendemos a importância da linguagem para canalizar as nossas dúvidas, apresentar possibilidades de reflexões sobre elas e também construir conhecimento sobre o mundo. Chauí enfatiza que: “[...] para se relacionarem com o mundo e com os outros humanos, os homens devem valer-se de um outro instrumento – a linguagem – para Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM persuadir os outros de suas próprias ideias e opiniões” (2000, p. 139). Um dos atributos da linguagem é que ela nos ajuda a encontrar a verdade, a expor nossas ideias e a chegar a conclusões sobre o mundo. Sendo o homem questionador sobre si e o mundo em que vive, cabe a ele desvendar o desenvolvimento humano por meio da linguagem e buscar novas verdades. Essa troca entre os seres humanos é fundamental, e o que é construído como saber pode ser acumulado como conhecimento não só para o homem que a descobriu, mas também para as gerações futuras. Pré-socráticos, Sócrates e sofistas Introdução A filosofia surge na Grécia Antiga, com os pré-socráticos. Ela nasce em oposição às narrativas mitológicas e aspira ao conhecimento racional acerca do mundo. Os pré-socráticos procuram causas naturais para explicar a origem e a ordem do universo. Mais tarde, outros temas passam a interessar aos gregos, os temas morais. Sócrates seria o precursor dessa outra maneira de se fazer filosofia, a filosofia humanista. Conjuntamente e debruçando-se sobre os mesmos assuntos, surge a figura do sofista, especialista que vende o seu conhecimento em retórica e argumentação. Neste capítulo, você vai estudar a origem da filosofia e conhecer os primeiros filósofos, os pré-socráticos. Além disso, vai se debruçar sobre a obra de Sócrates e os ensinamentos dos sofistas. Sofismo ou sofisma significa um pensamento ou retórica que procura induzir ao erro, apresentada com aparente lógica e sentido, mas com fundamentos contraditórios e com a intenção de enganar. ... Em um sentido popular, um sofisma pode ser interpretado como uma mentira ou um ato de má fé. Os sofistas foram sábios que atuavam como professores ambulantes de filosofia, ensinando, a um preço estipulado, a arte da política, garantindo o sucesso dos jovens na vida política. Eles ensinavam a arte da retórica. ... Para Platão, os sofistas não eram filósofos. Os filósofos pré-socráticos Geralmente, entende-se a filosofia a como uma aspiração ao conhecimento racional sobre o mundo e a realidade humana. Assim entendida, a filosofia surge entre o final do século VII e o início do século VI a.C., na Grécia Antiga. É difícil explicar por que a Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM filosofia surgiu na Grécia, já que algumas características que parecem ter sido determinantes para o seu surgimento também estavam presentes em outras civilizações; por isso, diz-se que ocorreu um “milagre grego” (CHAUÍ, 2000). Essas características seriam: o fato de as cidades-estados gregas, as pólis, serem democráticas; o florescimento da cultura grega na época; a adoção de moedas; e a vasta troca comercial no Mediterrâneo. Os filósofos pré-socráticos são tidos como os primeiros filósofos. A principal marca do seu pensamento é a busca por explicações sobre a ordem e a origem do mundo dentro da própria natureza e de seus elementos. Por conta disso, eles são denominados “filósofos naturalistas”. Antes da filosofia, o mito era a narrativa principal do povo grego. Os mitos explicam o mundo ao descrever a sua origem, além de elucidar o porquê de alguns fenômenos naturais. Eles também apresentam os valores de um povo e a sua origem. Na Grécia Antiga, os mitos eram transmitidos principalmente de forma oral, mas foram sistematizados por dois poetas clássicos, Homero e Hesíodo. Por conta disso, até hoje você pode acessar essas histórias. Credita-se aos filósofos pré-socráticos uma insatisfação em relação às explicações mitológicas. O mito recorre a algo misterioso e desconhecido para explicar o mundo. Por outro lado, os pré-socráticos apresentaram explicações que recorriam apenas a elementos naturais, presentes no mundo real. Para eles, o mundo é um cosmos, isto é, um todo ordenado. Além disso, esse cosmos é acessível ao conhecimento humano por meio da razão (logos). Para defenderem as suas visões de mundo, os pré-socráticos traziam argumentos causais. Por serem argumentos e não alegorias, como nos mitos, as teorias defendidas pelos pré-socráticos podiam ser contrapostas por outros argumentos. Isso talvez explique por que diferentes filósofos pré-socráticos defendem teses distintas. Argumentos causais são regressivos. Isto é, ao descobrir uma causa, falta descobrir a causa da causa e assim sucessivamente. Pense no caso de uma criança que interroga sobre o porquê de algum fenômeno; por exemplo: por que anoitece? Imagine que você explique brevemente o movimento do Sol em relação à Terra e descreva como esse movimento se relaciona com a concepção de dia e noite. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Se você já interagiu com uma criança, sabe que ela não se contentará com a sua primeira explicação e fará novas perguntas, como “Mas por que o Sol roda ao redor da Terra?”. Ao fazer esse tipo de indagação, a criança está procurando argumentos causais e vendo como eles regridem sucessivamente: pode-se engatar em cada resposta uma nova pergunta. Por conta desse caráter regressivo das explicações causais e, para evitar regressões infinitas, os filó2 Pré-socráticos, Sócrates e sofistas sofos pré-socráticos estabeleceram a noção de causa primeira, um elemento que é a origem de todosos outros. Esse elemento é a arqué ou arché (do grego antigo ἀρχή). Cada filósofo pré-socrático assume uma arché distinta. Ao longo deste capítulo, você vai conhecer algumas delas. Tales de Mileto Tales de Mileto (aproximadamente 625–558 a.C.) é o primeiro filósofo conhecido. Ele defende que o princípio fundamental da realidade é a água: ela é a origem e está presente em todas as coisas. Sobre Tales de Mileto, sabe-se muito pouco, pois nenhum texto original sobreviveu à passagem do tempo. A existência de Tales de Mileto é conhecida apenas porque outros filósofos fizeram referência ao pensamento dele em seus textos. Heráclito Heráclito viveu por volta de 500 a.C. na cidade de Éfeso, na região da atual Turquia. Ele é um dos pré-socráticos mais estudados, principalmente em dicotomia com a teoria de outro fi lósofo que você vai conhecer a seguir, Parmênides. Para ele, o fogo é a arché e o mundo está em fl uxo, nada sendo permanente. A tese de que tudo fl ui, de modo que nada persiste nem permanece o mesmo, é central em seu pensamento. Uma conclusão que ele obtém dessa primeira tese é a de que não se pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois o rio seria outro, assim como o sujeito. O rio se movimenta e, assim, se modifi ca. Por sua vez, as pessoas também estão em constante transformação. Portanto, é impossível reviver exatamente o mesmo mergulho no rio. Talvez você estranhe essa teoria do constante fluxo de movimento. No entanto, Heráclito explica que, apesar do movimento, a complementação dos opostos garante a unidade das coisas no mundo. Ele ainda diz que a mente humana é capaz de identificar ordem e harmonia no movimento. Então, em vez de ver o mundo como um movimento contínuo de mudanças bruscas e inexplicáveis, a Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM razão humana organiza o movimento por meio da concepção de opostos, como o frio e o calor, o dia e a noite e a vida e a morte. Parmênides Parmênides viveu por volta de 500 a.C. na cidade de Eleia. Em contraposição a Heráclito, o filósofo do movimento, Parmênides é tido como o filósofo da unidade. Para ele, o elemento primordial, a arché, é o próprio ser. Ao contrário dos textos dos filósofos citados anteriormente, um dos textos de Parmênides chegou até o mundo contemporâneo: o Poema. Nesse texto, ele narra o caminho da verdade. Ali, a firma que “O ser é e não pode não ser e o não-ser não é e não pode ser de modo algum [...]” (PARMÊNIDES, 1996, p. 26). A sua constatação é considerada a primeira versão do princípio de não contradição, princípio que denota que duas afirmações contraditórias não podem ser verdadeiras ao mesmo tempo. Por exemplo, se a afirmação “A mesa é azul” é verdadeira, então “A mesa não é azul” não pode também ser verdadeira. Como você viu, a teoria de Parmênides é contraposta à de Heráclito. Para Parmênides, o movimento é apenas uma ilusão dos sentidos, e o seu estudo não ajuda a encontrar a verdade. Por outro lado, para se chegar à verdade, a razão humana deve ver a realidade como única, imóvel, imutável e eterna. No Quadro 1, a seguir, você pode ver as principais diferenças entre Heráclito e Parmênides. Pitágoras Outro pré-socrático bastante conhecido é Pitágoras. Ele nasceu por volta de 578 a.C., na Jônia, e fundou a escola pitagórica, que defendia que os números e a matemática são essenciais para a compreensão do real, pois o mundo é regido pela matemática. Desse modo, para Pitágoras, o número é a arché. Talvez você já tenha ouvido falar sobre Pitágoras por conta das suas contribuições para a matemática. Pitágoras descobriu o teorema que leva o seu nome. A sua formulação tradicional é que, em qualquer triângulo retângulo, o quadrado do comprimento da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos comprimentos dos catetos. O filósofo também é conhecido por ter inventado a palavra “filosofia”. Outros pré-socráticos Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Além dos citados, existiram outros filósofos pré-socráticos. Cada um deles defendeu a existência de diferentes princípios primeiros. Anaxímenes defendia que o ar era a arché; Demócrito dizia que era o átomo; Anaximandro defendia que era o ápeiron, que se traduz por “infinito” ou “ilimitado”. Como você viu, os pré-socráticos traziam explicações causais para a origem e a ordem do mundo. Os seus argumentos eram passíveis de crítica e revisão. Sócrates Sócrates nasceu em Atenas por volta de 469 a.C. e morreu por volta de 399 a.C. Ele inaugurou uma nova fase na história da filosofia: o período humanista ou clássico. Como você viu, os filósofos pré-socráticos se debruçaram sobre a explicação e o conhecimento do mundo natural, buscando caracterizar a arché. Sócrates, por outro lado, leva a discussão filosófica para outro lugar e foca nos temas relacionados à ética e à política. Assim como os textos dos pré-socráticos, os escritos de Sócrates não são acessíveis. No entanto, a razão é diferente: Sócrates não escreveu textos. É possível acessar as suas ideias porque o seu mais famoso discípulo, Platão, usou Sócrates como personagem dos seus diálogos e, assim, fez referência ao seu pensamento (PLATÃO, 2009). Outro discípulo seu, Xenofante, também cita Sócrates em seus escritos, mas Platão é o maior responsável pela presença de Sócrates na história da filosofia. Graças a ele, sabe-se que Sócrates foi condenado à morte, acusado dos crimes de corrupção da juventude e de não acreditar nos deuses da pólis. Ele influenciou o pensamento de jovens atenienses fundamentalmente por seu modo de viver e questionar, que ele levou adiante até o momento de sua morte. Desse modo, o símbolo maior da filosofia é alguém que ousou viver de maneira diferente e defender ideias, ainda que elas o levassem à morte. Sócrates defendia a existência de uma verdade única. Além disso, a distinção entre opinião e verdade era central para ele. Para encontrar a verdade, Sócrates empreendia o método socrático ou dialético. Em seus escritos, Platão apresenta alguns diálogos entre Sócrates e interlocutores diferentes em que eles investigam algum tema abstrato, mais especificamente a definição de alguma virtude moral. O método socrático contém duas partes: a ironia e a maiêutica. Durante a etapa da ironia, o interlocutor de Sócrates descrevia situações em que certa virtude poderia ser Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM encontrada e começava um processo de abstração para identificar o que todas as situações possuíam em comum, definindo, assim, a virtude. O interlocutor era então interrompido por perguntas de Sócrates. Essas perguntas problematizavam o discurso do interlocutor, exigindo maior rigidez. Ao final dessa etapa, o desconhecimento do interlocutor sobre o assunto era evidenciado. Então, ele era convidado a, conjuntamente a Sócrates, construir uma definição mais refinada do que aquela compartilhada na primeira etapa. Na segunda etapa do seu método, a maiêutica, Sócrates ajudava o interlocutor a aperfeiçoar a sua definição e alcançar um conhecimento mais profundo sobre o assunto. O método da ironia teria sido inspirado no seu pai, que era escultor. Ao começar a sua escultura, o escultor trabalha com uma peça inteira. Sua primeira tarefa consiste em lapidar essa peça, retirar os seus excessos para começar a esculpir a figura almejada. O método da maiêutica teria sido inspirado na sua mãe, que era parteira. Para Sócrates, todos possuem a verdade dentro de si, tal como mulheres grávidas carregam o feto. A função da parteira é ajudar a grávida a dar à luz o seu filho, enquanto a tarefa do filósofo, no método da maiêutica, é ajudar o interlocutor a encontrar o conhecimento quejá está dentro dele. O método dialético socrático almeja, em um primeiro momento, deixar clara a ignorância do interlocutor sobre determinado assunto. Depois disso, ele estaria mais desarmado e pronto para começar a sua própria reflexão. Em geral, Sócrates utilizava esse método em espaços públicos da pólis, convidando diferentes cidadãos a exporem definições e terem suas respostas problematizadas sucessivamente até encontrarem o conhecimento juntos ou se depararem com a aporia. Sócrates se recusava a ser visto como um professor, pois, stricto sensu, ele não transmitia conteúdos. O que ele fazia era evidenciar a ignorância dos interlocutores, levando-os a reconhecer a falibilidade de suas opiniões e motivando-os a refletir a partir disso, em busca da verdade. A frase mais famosa atribuída a ele é: “Só sei que nada sei”. Esse dizer não é encontrado de maneira direta nos escritos platônicos em que a figura de Sócrates aparece, mas é derivado deles. No diálogo Apologia de Sócrates, Platão afirma o seguinte: “[...] aquele homem acredita saber alguma coisa, sem sabê-la, enquanto eu, como não sei nada, também estou certo de não saber [...]” (PLATÃO, 2009, p. 142). A Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM partir dessa frase, pode-se concluir que Sócrates toma a admissão de ignorância como uma virtude. Sofistas Você viu que as pólis gregas eram democráticas. Na democracia grega, assuntos de interesse público eram discutidos nas assembleias. Nesses locais, ocorriam discussões organizadas, e cada lado poderia apresentar argumentos e buscar consenso entre os ouvintes. Os sofistas eram figuras de destaque nas assembleias. Eles eram mestres de oratória e retórica, realizavam discursos públicos e davam aulas pagas para aqueles que gostariam de dominar essas habilidades. Assim como no caso de Sócrates, o foco dos sofistas eram os temas relacionados à ética e à política. Esses eram os assuntos que mais interessavam aos participantes das assembleias, pois ali eram discutidas as normas e leis que regeriam a população. As técnicas ensinadas pelos sofistas eram neutras, no sentido de que podiam ser utilizadas tanto para defender uma posição quanto a posição contrária. Protágoras de Abdera (aproximadamente 490–415 a.C.), famoso sofista, defendia o antropocentrismo, a ideia de que o homem é a medida de todas as coisas. Isso significa que o homem é quem dita as normas, as regras e a cultura de um lugar. O que é válido em um local em dado momento pode não ser válido em outro local ou em outro momento. Desse modo, é fundamental ter as técnicas de oratória e retórica necessárias para convencer ambos os lados. Outro sofista, Górgias (aproximadamente 485–380 a.C.) foi além e disse que seria capaz de convencer qualquer pessoa de qualquer coisa. Vertentes filosóficas defendidas por pré-socráticos, Sócrates, Platão e Aristóteles A filosofia, desde seus primórdios, sempre organizou-se por sistemas (JAEGER, 2010). Desde os pré-socráticos, ainda que de maneira inconsciente, a filosofia se orientou por uma temática, por um escopo teórico comum à sua comunidade filosófica. Isso significa dizer que o exercício filosófico se manteve como uma compreensão de um grupo, ou ainda, de uma época, o que justifica — ainda por filosofias solitárias — uma Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM compreensão comum, configurando um entendimento que implica em um contexto próprio a determinado pensamento. Nesse contexto, a filosofia grega, desde seu surgimento até a última escola filosófica desse período antigo, é o resultado de um contexto político, científico, artístico, cultural, enfim, paradigmático. O povo grego antigo é conhecido por uma forte característica mística e sábia. Assim, os gregos representam, na história ocidental, os pilares da sua civilização, de modo que, sem a contribuição grega, a história ocidental poderia ter sido outra, e talvez o Ocidente não conhecesse a racionalidade como foi originada e formada. Nesse contexto, Jaeger (2010) afirma que a formação da racionalidade frente às crenças que envolviam a narrativa mítica deu-se, em um primeiro momento, em relação à natureza, ou seja, nos mitos, vê-se muitas histórias que buscavam, antes de tudo, explicar a realidade natural das coisas. Muitos dos mitos tinham como contexto as paixões humanas, por exemplo, o mito de Afrodite, que era tida como a deusa do amor e da beleza. Essa deusa foi considerada a responsável por proteger os amantes Helena e Paris na guerra de Troia. Entretanto, a maior parte das narrativas voltava-se a explicar os fenômenos naturais: a colheita, a chuva, o mar, o sol, entre outros elementos que compõem a realidade natural do mundo. Assim, o primeiro movimento filosófico demonstrava essa preocupação: “[é] comum a todos aquele incompreensível devotamento ao conhecimento do cosmos, da meteorologia, como então se dizia num sentido mais vasto e mais profundo. Isto é, a ciência das coisas do alto” (JAEGER, 2010, p. 194–195). Considerado o primeiro filósofo pré-socrático, Tales de Mileto dedicou-se, assim como quase todos os pré-socráticos, a pensar a arché (elemento originário, ou seja, que dá origem a tudo) da physis (natureza). Para Tales, a arché era a água, ou seja, tudo o que existe vem da água. Nesse sentido, a filosofia pré-socrática foi a primeira a demonstrar também um sistema de pensamento filosófico, ou seja, organizar o pensamento em torno de determinadas questões e fundamentos foi uma atitude inaugurada pelos pré-socráticos. Com a ascensão de Péricles (494–429 a.C.) à liderança de Atenas e com a instituição do sistema democrático, deu-se início a outra transição. Assim como a transição do mito ao logos, a mudança no foco de reflexão dos gregos também aconteceu por meio de um processo (JAEGER, 2010). No sistema democrático, os cidadãos atenienses podiam Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM manifestar suas opiniões (doxa) e discutir os caminhos e escolhas políticas para a pólis (cidade-estado grega). Vale ressaltar que era considerado cidadão grego apenas homens, com mais de 18 anos e filhos de pais e mães gregos. Dessa forma, as figuras que ascenderam nesse cenário foram os sofistas, que eram os oradores na Atenas Antiga. De acordo com Jaeger (2010), os sofistas são considerados os primeiros professores da história. Anteriormente a eles, na Grécia, já existia o ideal de formação, em um sentido pedagógico, ou seja, por meio das narrativas míticas, os cidadãos eram educados com vistas à arete (excelência virtuosa). Assim, os valores e conhecimentos eram passados de geração em geração. Entretanto, foi com os sofistas que surgiu a figura de preceptor. Com os debates que eram realizados em praça pública, os jovens sentiam necessidade — e seus familiares os estimulavam — de participar da vida pública-política. Nesse contexto, os sofistas impressionavam pela oratória e persuasão, portanto, eram tidos como os preceptores ideais para a juventude que almejava participar do debate. A figura de Sócrates ganhou notoriedade a partir desse contexto. Considerado o pai da filosofia, Sócrates foi um homem bem simples. Filho de um escultor e de uma parteira, sua filosofia é muito conhecida pelos diálogos platônicos. Entretanto, outros filósofos e escritores também citaram Sócrates em seus escritos. Esse fato é relevante porque, durante muito tempo, houve a dúvida de que Sócrates pudesse ter sido apenas um personagem que Platão usou para ilustrar seus diálogos. Sócrates era crítico à postura dos sofistas porque acreditava que eles corrompiam a juventude ateniense, não se importavam com a verdade e cobravam por seus ensinamentos.Os sofistas preocupavam-se com a persuasão argumentativa: os argumentos eram construídos tendo como base a doxa, podendo ser verdadeiros ou não. Outro ponto era a remuneração: para Sócrates, era a cobrança por conhecimento: “porquanto, cada um desses, ó cidadãos, passando de cidade em cidade, é capaz de persuadir os jovens, os quais poderiam conversar gratuitamente com todos os cidadãos que quisessem; é capaz de persuadir a estar com eles, deixando as outras conversações, compensando-os com dinheiro e proporcionando-lhes prazer” (PLATÃO, 2008, p. 4). Sócrates considerava que essa conduta dos sofistas representava o mercenarismo e não a busca pelo conhecimento. Desse modo, a busca pelo conhecimento deveria ocorrer Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM mediante a filosofia. É assim que o pensamento filosófico se volta a outro objeto de reflexão: o homem. Sócrates ficou famoso em seu tempo porque, em contraposição aos sofistas, caminhava por Atenas aplicando o seu método — chamado de maiêutica socrática — ao conversar com os cidadãos. Por isso, Platão refere-se a Sócrates por meio do gênero de escrita do diálogo. Sócrates abordava as pessoas com perguntas que, à primeira vista, pareciam ingênuas: o que é bom? O que é belo? O que é verdadeiro? Esse movimento é chamado de ironia socrática. Acreditando saber as respostas, as pessoas respondiam de forma assertiva, e Sócrates respondia com outra pergunta. Assim, iniciava-se o diálogo. A finalidade do diálogo era chegar a uma resposta considerada pertinente e, portanto, verdadeira. Sócrates chamava esse movimento de maiêutica, pois essa palavra tem como significado dar à luz. Nesse sentido, ele traçava uma analogia com a profissão de sua mãe, que era parteira, pois acreditava que a dialética (essa forma de diálogo) era o caminho para se dar à luz o conhecimento (JAEGER, 2010). Essa teoria se altera com a filosofia de Aristóteles (384–322 a.C.). Aristóteles nasceu em Estagira, mas viveu grande parte de sua vida em Atenas. Foi aluno da Academia de Platão e seu discípulo. Entretanto, a filosofia aristotélica rompe com a teoria platônica. Para Aristóteles (2002), o conhecimento não está nas ideias, mas nas formas, nos sentidos, ou seja, ele defendia que, em primeiro lugar, o indivíduo tem contato com o objeto de conhecimento e, depois, o elabora intelectualmente. Assim, é por meio dos sentidos que reconhecemos a essência das coisas em sua forma. Por exemplo, é por meio da visão que reconhecemos a forma das coisas, é por meio do cheiro que também distinguimos uma coisa da outra, do som (o silêncio) e do gosto dos alimentos (no que compete à sua categoria). Aristóteles (2002) argumenta que a essência está na forma porque é na forma que temos a finalidade de cada ser. Por exemplo, uma colher é uma colher porque sua finalidade está em sua forma, levar os alimentos à boca. Ainda que haja distinção na cor ou no material de cada colher, sua essência é ser colher: auxiliar a alimentação. Assim, existem modos de ser que são os modos como as coisas são, portanto, divididas em Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM categorias que auxiliam a divisão por meio de classificações que definem as coisas como são. Essas filosofias mudaram o modo de pensar na Grécia Antiga, pois partiram de um aspecto natural e passaram por uma discussão formativa ética, moral e política, com Sócrates e Platão, que se relacionam com a filosofia Aristotélica. Desse modo, Aristóteles (1987, 2002) relaciona em sua filosofia tanto uma teoria do conhecimento quanto uma reflexão ética, política, moral, biológica e artística sobre o homem, trazendo um caráter mais realista à sua teoria. Características filosóficas da Era Helenística, da Idade Média e do Renascimento O termo Helenismo deriva da obra do historiador J. G. Droysen Hellenismus e caracteriza o período de intercâmbio cultural entre a Grécia, o Mediterrâneo Ocidental e o Oriente próximo à Grécia. É normativo que um dos métodos que a humanidade utilizou para classificar e periodizar momentos da história foi nomeando e atribuindo características que são próprias a esses momentos. Desse modo, entende-se por período helênico aquele entre a morte de Alexandre, o Grande (323 a.C.), e o suicídio de Cleópatra (30 a.C.). Nesse contexto, o Egito foi um dos últimos lugares a herdar a tradição helenística, que teve fim, por sua vez, após a conquista do Império Romano (SILVA, 2010). Contudo, não há como precisar o momento dessa ruptura cultural com o helenismo. Sabe-se que a ascensão cristã pôs fim a qualquer resquício da cultura helênica, principalmente, em Alexandria. Uma grande pensadora que retratou essa ruptura em sua história foi a filósofa Hipátia (c. 351/370-415 d.C.), que viveu no período de ascensão do discurso cristão e, por ser adepta da filosofia helenística, acabou assassinada, apedrejada pelos novos cristãos de seu tempo. A partir da morte de Aristóteles e da ascensão romana, a Grécia deixou de ter sua influência centralizada na cidade de Atenas, que perdeu muito de seu cosmopolitismo e protagonismo na produção cultural e filosófica no mundo antigo. Desse modo, surgiu uma nova forma de conceber a realidade, bem como uma abertura cultural e filosófica à concepção greco-romana cristã. Nesse período, entrou em vigência outras intersecções Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM culturais, incluindo a expansão linguística e de métodos educativos. Nas escolas e nas academias criadas por Platão e Aristóteles em Atenas, começou a surgir um distanciamento das doutrinas platônicas e aristotélicas em detrimento de novos olhares sobre a realidade (SILVA, 2010). Assim, estabeleceram-se as escolas estoicas, epicuristas e céticas, o que foi chamado de ecletismo filosófico. Se a característica fundamental do helenismo era a troca cultural, com a filosofia não foi diferente. Nesse período, a filosofia grega sofreu uma forte decadência, com destaque apenas para os neopitagóricos e os neoplatônicos. As principais características da filosofia desse período consistem em uma grande ruptura com as reflexões platônicas e aristotélicas, bem como em uma ampliação das reflexões filosóficas por parte de outros pensadores da época (SILVA, 2010). Esses novos pensadores passaram a trazer novas perspectivas, e a corrente que acabou por durar até mesmo em relação à ética e à religião foi o ceticismo. Outra forte característica da filosofia helenística é que, na pólis grega, a cultura relacionada ao culto aos deuses se manteve. Mesmo com o surgimento da filosofia, os gregos mantiveram certos aspectos culturais e religiosos relacionados ao politeísmo. Entretanto, com a hegemonia entre os gregos e os persas, passou a predominar a religião de apenas um deus, o Deus Cósmico. Isso simbolizou uma abertura para a unificação religiosa que, mais tarde, seria convertida no cristianismo. Portanto, o helenismo é marcado pela superação do homem grego da pólis. Nesse sentido, o heleno volta-se à sua liberdade, à cultura e à espiritualidade, deixando para trás a dimensão política, mas atendo-se ao cosmopolitismo. Isso demonstra como a alteração cultural afetou a dimensão formativa do homem, uma vez que a pólis se preocupava em formar cidadãos, enquanto a cultura helenista se concentrava em formar indivíduos, ou seja, a primeira experiência do homem como indivíduo, aquele que goza de sua individualidade e liberdade frente ao mundo, buscando, assim, sua identidade. Assim, deu-se a transição da Antiguidade Clássica para a Idade Média, que é marcada pelo encontro entre a cultura greco-romana com a cultura judaico-cristã. Em seus primórdios, o cristianismonão consistia em um sistema religioso doutrinário fechado, o Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM que começou a se alterar com a tradição apostólica iniciada por Paulo que, antes de se converter à religião cristã, era um soldado do Império Romano, estoico, portanto, helênico e judeu (SILVA, 2010). Após a sua conversão, Paulo começou a pregar, em cidades greco-romanas, o cristianismo enquanto religião igualitária, feita para todos e universal. Nesse período, o cristianismo ainda não se constituía em uma unidade, em uma doutrina prática. Para se consolidar como uma doutrina, o cristianismo valeu- -se da filosofia grega, principalmente, a platônica. Preponderou-se, a partir de então, a filosofia cristã. Nesse contexto, muitos filósofos só valorizavam a filosofia grega em seus aspectos concordantes com a nova religião. Em relação à filosofia de modo geral, consideravam- na desnecessária, pois foi concebida anteriormente à palavra de Cristo, portanto, não era relevante. Entretanto, apesar de alguns pensadores considerarem a filosofia grega em alguns aspectos, defendiam que a razão deveria estar a serviço da fé. Nesse sentido, a reflexão filosófica era admitida e praticada apenas com a finalidade de comprovar as verdades bíblicas, portanto, acreditava-se que a religião cristã, de certa forma, purificou a filosofia grega. Importante ressaltar que, nesse período de disseminação do cristianismo, as pessoas não se encontravam sem espiritualidade, ou cultura religiosa, mas foram convertidas e, em alguns casos, obrigadas à conversão. A partir de então, a nova religião ocupou-se de mudar até mesmo a linguagem grega, inserindo vocábulos próprios ao cristianismo e alterando o sentido e o significado dos termos gregos. A partir da solidificação do cristianismo e da queda do Império Romano, teve início a Idade Média (século V–XV). Esse período é caracterizado pelo forte poder da Igreja, pelo sistema político-econômico feudal e pelo poder da nobreza. Nesse contexto, o conhecimento ficava detido nos mosteiros, assim, somente quem tinha acesso eram os padres e religiosos (SILVA, 2010). A característica central desse período é a relação entre razão e fé. Assim, são classificadas duas correntes da história da filosofia cristã na Idade Média: a filosofia patrística, que tem duração do século I ao século VI; e a filosofia escolástica, que vai do século XIII ao século XIV. A corrente patrística da filosofia teve início a partir da formalização e consolidação do cristianismo. Seu início foi marcado pelas Epístolas de São Paulo e pelo Evangelho de Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM João, então, esse período filosófico tem como fundamento os escritos desses apóstolos. Após a morte deles, a continuidade foi dada pelos padres. A missão da patrística era converter o povo e o governo romano, e isso só seria possível unindo a filosofia grega ao cristianismo. Ressalta-se que, até aquele momento, restava, culturalmente, ainda a devoção aos deuses. Portanto, ao evangelizar, os padres buscavam demonstrar que a razão servia para revelar as verdades da fé. Nesse contexto, os principais argumentos orbitavam em torno das seguintes problemáticas: a criação do mundo; „ a santa trindade; „ a bondade e a origem do mal; „ o livre arbítrio pensado, sobretudo, em relação ao pecado original. O grande representante desse período foi o filósofo Santo Agostinho (340-430), que buscou associar o argumento cristão à filosofia platônica, substituindo o mundo das ideias pelo mundo divino. Nesse sentido, a alma, assim como para Platão, assume um caráter superior ao corpo e, por isso, deve conduzir o corpo ao caminho do bem e a Deus (SILVA, 2010). Já a filosofia escolástica (século IX ao século XV) marca um período mais sólido em relação à difusão do cristianismo. Esse momento da história é marcado pelas cruzadas e pelo surgimento das primeiras universidades (criadas pela Igreja), portanto, há alguma abertura do conhecimento, desde que submetidos à religião. O maior nome desse período foi São Tomás de Aquino, que buscou associar a fé à filosofia aristotélica (SILVA, 2010). Assim, filosoficamente, esse período ficou conhecido como aquele em que procurou-se unir o cristianismo a investigações filosóficas científicas de Aristóteles. Nesse sentido, a preocupação central passou a ser uma coalisão entre a racionalidade da natureza e seus fenômenos com a doutrina cristã. A filosofia tomista ocupou-se em buscar formas de fazer essa junção sem que a fé fosse de modo algum contrariada. Para tanto, Tomás de Aquino sistematizou o aristotelismo privilegiando o mundo, ou seja, conhecer o mundo racionalmente é como conhecer a Deus. Esse caráter mais racional, seguindo o aristotelismo, contribuiu para o período posterior, que demarcou a ruptura com a Idade Média: o Renascimento. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Como o próprio termo já denota, o Renascimento foi um momento para a Europa renascer (BURKE, 2008). Esse período é caracterizado pelo individualismo e pela modernidade, ou seja, após o período obscurantista da Idade Média, o homem despertou para a própria consciência e autonomia, rompendo, até certo ponto, com a preponderância religiosa. Assim, o homem passou a reconhecer-se em qualquer comunidade tradicional – familiar, de classe, de raça, política e social –, mas apenas como algo mais geral e não determinante. Isso não significa dizer que o homem rompeu com a espiritualidade, mas que passou a reconhecer em si a possibilidade espiritual em uma espécie de espelhamento com o mundo. Na Europa, em especial, na Itália, aumentou o número de pensadores, artistas e escritores: “começou a usar a imagética da renovação para assinalar uma nova era, uma era de regeneração, restauração, reabilitação, rememoração, renascimento ou ressurgimento, em direção à luz, após aquilo a que foram eles os primeiros a chamar a ‘Idade das Trevas’” (BURKE, 2008, p. 11). Seu avanço intelectual e científico originou o período convencionalmente chamado de Modernidade. René Descartes e o nascimento da filosofia moderna O racionalismo cartesiano foi responsável por uma profunda transformação no modo como se concebe a fi losofi a na tradição ocidental. Entre os dois milênios que separam as obras de Platão (428–347 a.C.) e de Aristóteles (384–322 a.C.), escritas no século IV a.C., da obra de René Descartes (1596–1650), datadas do século XVII, não havia surgido uma teoria do conhecimento tão radical em sua originalidade. Os fi lósofos gregos foram audaciosos ao propor um novo estilo de pensar, colocando em dúvida as verdades que os poetas explicavam a partir dos mitos, e os sofi stas, a partir da retórica. Da mesma forma, o racionalismo de Descartes propôs uma forma de interpretar a realidade que acabou superando a fi losofi a da Idade Média, então dominada pelo pensamento escolástico. Por isso, Descartes é conhecido como um dos pais da fi losofi a moderna. Desde os gregos, portanto, nenhum pensador havia proposto uma mudança tão radical na epistemologia (teoria do conhecimento) ou na metafísica (especulação sobre o Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM suprassensível) como aquela que se anuncia na obra de Descartes. Isso porque toda a filosofia medieval é marcada pela tentativa de reinterpretar a filosofia grega pagã à luz dos dogmas cristãos. Daí que se conte a piada de que, apesar da profunda influência de Santo Agostinho (354–430 d.C.) e de São Tomás de Aquino (1225–1247), os dois mais importantes filósofos da Idade Média foram, na verdade, Platão e Aristóteles.Todo o pensamento medieval é apenas uma releitura sistemática dos conceitos filosóficos gregos (AGAMBEN, 2012a). É nisto, justamente, que consiste a radicalidade do pensamento de Descartes: a sua filosofia não é simplesmente comentário ou releitura de outros filósofos, mas é uma tentativa de fundar um sistema de pensamento coerente e racional inteiramente novo. Para explicar a sua intenção, Descartes (1973a) compara a sua filosofia com o trabalho de um arquiteto que demole uma casa e constrói outra inteiramente nova a partir dos seus destroços: o que ele pretendia demolir era justamente tudo aquilo que os escolásticos — isto é, os doutores da Igreja de sua época — tomavam como verdade; e a casa nova seria o seu pensamento racionalista, científico e matemático. É claro que essa intenção de originalidade em relação aos professores da Igreja não surgiu do nada. É bem evidente que o próprio Descartes se valia de ideias da filosofia medieval para fundamentar os seus argumentos — especialmente quando trata Deus como um ser perfeito, indivisível e imutável (DESCARTES, 1973a). A importância de Descartes não é necessariamente o simples resultado da publicação dos seus dois livros mais lidos, Discurso do Método (1637) e Meditações Metafísicas (1641). Descartes faz parte de um contexto mais amplo de crescente racionalização do mundo, que ficou conhecido como Revolução Científica. Esse movimento havia se iniciado no Renascimento, com cientistas e pensadores como Leonardo da Vinci (1452–1519), Nicolau Copérnico (1473–1543), Galileu Galilei (1564– 1642) e Johannes Kepler (1571–1630). Algumas das ideias desenvolvidas nesse período por esses cientistas já colocavam em questão crenças da Igreja Católica: da Vinci havia deslocado o eixo de interesse de Deus para a natureza a partir dos seus importantes estudos de anatomia, matemática e engenharia, influenciados pelo humanismo da Antiguidade Greco-Romana; Copérnico e Galileu haviam afirmado, contra a Igreja, que Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM era o Sol, e não a Terra, que estava no centro do universo (isso inclusive colocou as suas vidas em risco, já que foram perseguidos pela Inquisição); e Kepler havia proposto uma interpretação racional do movimento dos astros, aproximando a astronomia da matemática. Não se pode, portanto, ignorar que tudo isso já anuncia historicamente o imenso sucesso que as ideias racionalistas de Descartes teriam na Europa dos séculos XVII e XVIII. Mas isso também não torna irrelevante o profundo corte que o pensamento cartesiano opera na história da metafísica e da teoria do conhecimento. Há um consenso quase geral entre os historiadores de que Descartes foi o primeiro filósofo eminentemente moderno, pela forma com que deslocou a metafísica de suas questões teológicas — isto é, questões relativas à existência e à vontade de Deus — para uma explicação mecânica e matemática da natureza. Veja o que Descartes (1973a, p. 53) afirmou em uma de suas cartas ao teólogo Mersenne: “[...] se lhe apraz considerar o que escrevi do solo, da neve, do arco-íris etc... saberá efetivamente que toda a minha Física não é mais do que Geometria”. No Medievo, a interpretação da natureza derivava da profunda fé e da intensa servidão que o homem medieval devotava a Deus. Assim, para os medievais, a pergunta “por que o Sol nasce?” acabava se transformando automaticamente na questão “por que Deus quer que o Sol nasça?”. Dessa forma, todas as respostas para essa pergunta acabavam pressupondo que, se Deus criou o Sol, foi porque ele quis, e se ele quis, os homens devem, como seus servos, se adequar à sua vontade: “Deus ajuda quem cedo madruga”. Assim, no pensamento medieval, há uma inevitável sobreposição entre uma vontade divina e a natureza: as leis da natureza são idênticas ao próprio desígnio do Senhor. Com a Revolução Científica, iniciada no Renascimento e levada a cabo por Descartes, a pergunta “por que o Sol nasce?” passou a ser respondida a partir das leis fundamentais da matemática e da física. Separaram-se, assim, a finalidade da natureza e o desígnio divino — algo que será ainda mais consolidado no século XIX, com o Positivismo. Nessa perspectiva, a resposta mais adequada para a questão “por que o Sol nasce?” depende unicamente de uma causa natural: como afirmou Galileu, o Sol nasce Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM porque a Terra gira em torno de si mesma e, assim, só se pode ver o Sol quando um de seus lados estiver na direção da luz solar. Essa é uma explicação que não pressupõe, necessariamente, um ensinamento de como se deve agir segundo a vontade de Deus. É por isso, justamente, que os pensadores da Revolução Científica incomodavam a Igreja Católica. Seguindo esse pensamento científico da época, Descartes havia sugerido que o conhecimento verdadeiro não depende exclusivamente de uma “graça” concedida por Deus ao homem, mas deve ser construído por um sujeito que, a partir de sua própria vontade individual, questiona e indaga a existência das coisas. Certamente, as conclusões de Descartes no Discurso mostram que, sem Deus, não é possível um conhecimento verdadeiro — pois, para ele, é Deus quem dá ao homem o acesso às ideias: “[...] dado que conhecia algumas perfeições que não possuía, eu [concluí que] não era o único ser que existia” (DESCARTES, 1973a, p. 56). Nesse sentido, dizer que Descartes é um filósofo moderno se justifica pela forma com que colocou a subjetividade, e não a existência de Deus, como o problema mais fundamental da filosofia. Em termos mais precisos, como afirma Agamben (2012b), desde a Antiguidade, o problema central da teoria do conhecimento foi a relação entre o uno e o múltiplo, o humano e o divino; na época moderna, a partir de Descartes, passou a ser a relação entre um sujeito e um objeto, um eu e um não eu. Isso não quer dizer, necessariamente, que Descartes fosse um ateu ou que não acreditasse em Deus — embora tenha sido acusado de ateísmo em sua época pelo reitor da Universidade de Utrecht, que o comparou “[...] a Vanini, acusado de haver expressamente exibido provas frágeis e ineficazes da existência de Deus” (STRATHERN, 1997, p. 48). Tanto no Discurso do Método como nas Meditações Metafísicas, Descartes (1973a) afirma que a segunda coisa mais certa e mais racional, para ele, é que Deus existe — precedida apenas da evidência de sua própria existência enquanto ser pensante. Mas é justamente por dizer que Deus é a segunda, e não a primeira coisa mais evidente e verdadeira, que Descartes desloca a questão fundamental da epistemologia da existência de Deus para a da existência do próprio sujeito. Para Descartes, antes de se ter conhecimento da existência de Deus, é preciso que uma vontade Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM humana se coloque a pensar: primeiro, a evidência do pensamento; depois, a evidência do divino. Como bem disseram os jesuítas que rivalizavam com Descartes, o famoso lema cartesiano “Penso, logo existo” anunciava o fim da escolástica medieval (STRATEHERN, 1997). O que é a razão em Descartes? Desde Immanuel Kant (1724–1804), os historiadores dividem a filosofia moderna em duas grandes linhas: a filosofia racionalista e a filosofia empirista. Não resta dúvidas de que ambas as correntes valorizaram muito mais a ciência metódica e racional do que a fé para explicar de que modo o homem pode ter acesso à verdade — e é isso o que as torna modernas. Mas as duas grandes linhas da filosofia moderna não estão de acordo quanto à forma como os homens distinguem o verdadeiro do falso a partir da razão. Para os filósofos empiristas — como Francis Bacon (1561–1626), ThomasHobbes (1588– 1679), John Locke (1632–1704) e David Hume (1711–1776) —, o homem só pode conhecer a realidade a partir de seus sentidos e de suas experiências, com base no método indutivo. Daí o nome dessa corrente ser “empirismo”: em grego, a palavra émpeiria significa simplesmente “experiência”, a mesma que qualquer sujeito adquire a partir da prática ou da apreensão atenta dos fatos pelos sentidos. O método cartesiano Descartes Foi o precursor do racionalismo moderno, justamente por desconfiar de todas as verdades que seus contemporâneos afirmavam a partir de suas experiências. No Discurso do Método, seu livro mais importante, ele conta como estava descontente tanto com a filosofia que aprendeu nas universidades quanto com o saber dos outros povos que conheceu ao viajar para terras distantes (apesar de ter nascido na França, Descartes adorava viajar; foi na Holanda que ele desenvolveu o seu método). Em seu desejo de distinguir o verdadeiro do falso, Descartes passou a duvidar radicalmente das opiniões dos outros — o que, em sua época, a filosofia chamava de “senso comum” e que Platão havia definido muito antes como “dóxa”. Surge daí o procedimento cartesiano da dúvida metódica. Tal procedimento consiste em colocar em suspenso todas as verdades que o sujeito adquiriu a partir de suas experiências de vida. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM A palavra “método” nada mais significa do que um “caminho” que o raciocínio deve percorrer em sua busca pela verdade. O método indica como o sujeito deve pensar se quiser distinguir a ilusão sensível da verdade inteligível. O método cartesiano é o do esquecimento das verdades adquiridas pela experiência em favor do uso ativo e pleno da razão. Descartes dizia que, para buscar a verdade, as pessoas devem, antes de tudo, abandonar as opiniões que receberam por meio de professores, livros, poesias, literatura ou senso comum. Ou seja: para descobrir a verdade, você não pode se basear no que já sabe a partir de sua memória ou de sua formação cultural, mas apenas em sua relação individual com o mundo (DESCARTES, 1973a). Por isso, no Discurso do Método, ao contar como criou o seu método, Descartes (1973a) fala da importância da solidão para a sua formação como cientista. Esse procedimento de isolar um sujeito do conhecimento puro, sem influências de outros sujeitos, é chamado pela história da filosofia de époche. O significado literal desse termo é “colocar em suspenso”. É importante lembrar que “suspender” uma verdade não quer dizer simplesmente achar que o que os outros contam é falso, ou que tudo o que os sentidos indicam é mera ilusão — isso seria o absoluto ceticismo, o que não corresponde à filosofia de Descartes, para quem é possível ter certeza sobre a existência da realidade. Suspender não é simplesmente negar que os outros possam dizer a verdade, mas tomar o cuidado de não acreditar em nada antes de averiguar, por meio da sua própria razão, a verdade de uma afirmação que vem do outro. E por que desconfiar tanto assim dos outros? Segundo Descartes, o problema em basear-se simplesmente no hábito é que, dessa forma, não se chega nunca a uma verdade universal, igual para todos. Em suas viagens e em suas leituras, Descartes percebeu que diferentes pessoas afirmavam diferentes opiniões sobre um mesmo fato. Havia tantas e variadas versões para se explicar por que o Sol nasce — porque Deus quis, porque precisamos de calor para viver, porque o Sol é um ser mitológico, etc. —, que algumas chegavam a contradizer as outras. Se é assim, em qual se deve acreditar? Como, a partir dessa dúvida radical, encontrar a verdade? Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Descartes acreditava que só poderia haver uma resposta verdadeira para cada problema e que a única ciência universalmente válida era a matemática — especialmente a geometria. Tanto um matemático da Grécia Antiga quanto um matemático francês deveriam chegar à mesma solução para um mesmo problema geométrico. Disso, Descartes deduziu que para qualquer questão em que pairasse uma dúvida seria possível encontrar uma certeza ao aplicar os procedimentos da geometria. Esse é o método da dedução racional da verdade. Para Descartes (1973a), são quatro as etapas que devem ser seguidas depois de se colocar a opinião dos outros em suspenso. 1. Verificar: em vez de acreditar na opinião dos outros, só se deve acreditar em algo que seja claro e distinto, aquilo que a geometria chama de “evidência”. 2. Analisar: implica dividir as observações nas partes mais simples possíveis — isto é, reduzi-las matematicamente a unidades, números. 3. Sintetizar: consiste em reunir essas unidades em agrupamentos coerentes, partindo do mais simples em direção ao mais complexo. 4. Enumerar: é a revisão da construção completa da ordem do pensamento para ter certeza de que nenhum raciocínio errado foi tomado como certo. “Penso, logo existo”: a matematização do mundo em Descartes No Discurso do Método, Descartes (1973a) conta como aplicou o seu método para colocar à prova as várias suposições da tradição fi losófi ca ocidental. Ao colocar em suspenso todas as suas crenças e opiniões, ele buscava encontrar o elemento mínimo e dedutível capaz de sustentar todo o edifício do saber científi co — isto é, o seu fundamento, a verdade primeira. Mesmo a sua própria existência deveria ser colocada em questão, pois como ele poderia saber que não estava simplesmente sonhando? Desse procedimento de colocar a existência de tudo o que ele sentia em dúvida, o que sobrou, então? Apenas Descartes, frente ao próprio pensar, num quarto solitário; apenas o “eu” do filósofo diante do absoluto nada. É aí que Descartes chega a uma das máximas mais famosas da história da filosofia: se esse “eu” que duvida continua existindo enquanto duvida, então a coisa mais clara e mais distinta que se pode reconhecer é a existência do próprio pensamento: “[...] notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM capazes de a abalar, julguei que podia aceitá-la sem escrúpulo, como o primeiro princípio da Filosofia que procurava” (DESCARTES, 1973a, p. 54). A partir da definição do “eu” pensante como a coisa mais clara e mais distinta, o princípio sobre o qual se pode edificar um novo pensamento, Descartes se pergunta qual seria a segunda coisa mais evidente. Seria a existência do seu próprio corpo? Não exatamente. Para Descartes, embora a razão pudesse extrair de si mesma a evidência de sua existência, nada ainda comprovava que esse “eu” pensante fosse idêntico ao corpo que ele podia sentir. Pois o corpo, para Descartes, é a origem das sensações, da experiência, da empiria; todos os sentidos poderiam estar, naquele momento mesmo, lhe enganando. A partir disso, Descartes define que os seres humanos possuem uma alma que é absolutamente separada do corpo, e que se o corpo morre, a alma permanece viva. Assim, por meio de um raciocínio matemático, Descartes tentava provar a seu modo a tese da imortalidade da alma, que já se encontrava em Platão e em todo o pensamento cristão medieval (DESCARTES, 1973) A Escola de Frankfurt A Escola de Frankfurt foi uma escola de análise e pensamento filosófico e sociológico que surgiu na Universidade de Frankfurt, situada na Alemanha. Tinha como objetivo estabelecer um novo parâmetro de análise social com base em uma releitura do marxismo. A Escola de Frankfurt e a Teoria Crítica surgiram após a Primeira Semana de Trabalho Marxista, um evento organizado por Félix Weil. A intenção do evento erabuscar uma nova interpretação do marxismo, mais pura e fiel às ideias de Marx e com possibilidade de aplicação no cenário do século XX. O que é a Teoria Crítica da Escola de Frankfurt? Os membros da Escola de Frankfurt eram peritos em todas essas disciplinas. A teoria crítica visa a criticar e mudar a sociedade como um todo, em contraste com a teoria tradicional que visa somente a entender e explicar a sociedade. A teoria crítica é emancipatória. Escola de Frankfurt é a designação histórico-institucional para Teoria Crítica, nome de resto resumitivo para Teoria Crítica Social. ... Concebido por Felix Weil, Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Horkheimer e Pollock, a Escola de Frankfurt corporizaria uma das configurações paradigmáticas do chamado Marxismo Ocidental (Anderson, 1972, Merquior, 19872). Os pensadores que se destacaram são immanuel Kant, George Wihelm Friedrich, Karl Mark, Sigmund Freud, George Simmel, George Lukács e Mac Weber. A crítica deles quanto ao capitalismo era de que o capitalismo avançado havia conseguido conter ou liquidas forças que causariam se Teóricos críticos da Escola de Frankfurt desenvolveram numerosas teses sobre estruturas de dominação econômica, política, cultural e psicológica da civilização industrial avançada. ... Isso também significa o início do reconhecimento da ideologia como parte das fundações da estrutura social por parte da teoria crítica. Racionalismo Moderno Mais do que mais uma doutrina gnosiológica ou teoria do conhecimento, o Racionalismo foi uma perspectiva cultural global. Foi uma das correntes filosófico- científicas do homem da Idade Moderna. Para o Racionalismo, o homem pode chegar pela razão, a verdades de valor absoluto. O racionalismo é a corrente filosófica que iniciou com a definição do raciocínio como uma operação mental, discursiva e lógica que usa uma ou mais proposições para extrair conclusões, ou seja, se uma ou outra proposição é verdadeira, falsa ou provável. O racionalismo consiste em acreditar nas ideias inatas e no raciocínio lógico, através da razão. É, de certo modo, a própria filosofia desde a sua origem pois, de facto, a razão é a condição de todo o pensamento teórico. ... Opõe-se ao empirismo, tornando- se metódico, armando-se com a lógica e a matemática. Racionalismo é uma corrente filosófica que traz como argumento a noção de que a razão é a única forma que o ser humano tem de alcançar o verdadeiro conhecimento por completo. O filósofo, físico e matemático René Descartes foi um dos principais difusores dos pensamentos ligados a essa teoria. Racionalismo -Desenvolvendo a mentalidade crítica, questiona a autoridade da Igreja e o saber aristotélico. Assume uma atitude polemica perante a tradição. Só a razão é capaz de conhecer. Antropocentrismo -O homem moderno coloca a si próprios nos interesses de decisões. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM O racionalismo tem como principal objetivo teorizar o modo de conhecer dos seres humanos, não aceitando qualquer elemento empírico como fonte do conhecimento verdadeiro. FILOSOFIA DCFONTEMPORANEA O que é a filosofia contemporânea? A Filosofia Contemporânea é aquela desenvolvida a partir do final do século XVIII, que tem como marco a Revolução Francesa, em 1789. ... Note que a chamada "filosofia pós-moderna", ainda que para alguns pensadores seja autônoma, ela foi incorporada a filosofia contemporânea, reunindo os pensadores das últimas décadas. A filosofia contemporânea é a maneira de pensar racionalmente desenvolvida desde o final do século XVIII até os dias atuais. A Revolução Francesa é o marco inicial da chamada Idade Contemporânea, da qual a filosofia contemporânea faz parte. Theodor Adorno: também alemão, o pensador contemporâneo questiona elementos políticos fundamentais da sociedade do século XX e elabora uma crítica ao iluminismo. Jean-Paul Sartre: um dos principais teóricos do existencialismo, questionou o modo como o ser humano encarava a existência. A preocupação da filosofia contemporânea é de explicar a consciência e a existência humana. Explicação: Após o homem virar o centro das preocupações filosóficas, entender a consciência humana, bem como a sua existência, passa a ser o objeto de estudo da Filosofia. Qual foi o motivo do surgimento da filosofia? A filosofia, como expoente do conhecimento racional pensado de maneira sistemática, surgiu na Grécia em meados do século VI a.C. Essa nova ciência surgiu a partir da necessidade de explicar o mundo de maneira racional. Qual foi a crise da razão na idade contemporânea? Resumidamente, a crise da razão foi a mudança na forma do pensar científico e na divergência de pensamentos filosóficos da segunda metade do século xx. Quais as principais características da metafísica contemporânea? Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Investiga o modo como os entes ou seres existem; investiga a essência ou o sentido e a estrutura desses entes ou seres; investiga a relação necessária entre a existência e a essência dos entes e o modo como aparecem para nossa consciência. Referencias BENJAMIN, W. A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1980. Dicionários Del Saber Moderno – la filosofia (De Hegel a Foucault, del marxismo a la fenomenologia). Mensajiero: Bilbao, 1974. DUFRENNE, M. Estética e Filosofia. Tradução de Roberto Figurelli. São Paulo: Perspectiva, 1998. FREIRE JR, O. Novo Tempo, Novo Espaço, Novo Espaço-Tempo. Breve história da relatividade. IN: Origens e Evolução das idéias da Física. José Fernando M. Rocha (org). Salvador: Edufba, 2002. GUNNING, T. O Cinema das Origens e o Espectador (in)Crédulo. Tradução de Luciana Artacho Penna. 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Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM CIÊNCIAS HUMANAS E SUAS TECNOLOGIAS SOCIOLOGIA INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA A palavra sociologia vem da fusão de dois termos: societas, termo em latim que significa sociedade, e logos, termo grego que significa estudo, ciência. Sociologia significa o estudo científico da sociedade, o estudo das formas de convivência humana. A Sociologia estuda as relações sociais e a forma de associação. É uma disciplina que considera as interações que ocorrem na vida em sociedade: envolve o estudo dos grupos e dos fatos sociais, das divisões em classes e camadas, da mobilidade social e da interação entre as pessoas e grupos que a constituem. Em síntese, a Sociologia é uma ciência que estuda a sociedade por meio da observação do comportamento humano. A Sociologia é uma Ciência Social. É importante ressaltar que os métodos utilizados nas Ciências Sociais são diferentes dos métodos utilizados nas Ciências Naturais. Estas empregam vários métodos precisos – cálculos, previsibilidade, demonstrações. Já as Ciências Sociais empregamprocessos quantitativos e de observação. O objetivo das Ciências Sociais é ampliar o conhecimento sobre o ser humano em suas interações sociais. A Sociologia revela a sociedade como ela é de fato, não como ela deveria ser. O propósito da Sociologia é o de contribuir para uma melhor compreensão a respeito da sociedade, o que permite que medidas sejam tomadas para melhorar a vida daqueles que dela fazem parte. O estudo sistemático da sociedade humana se iniciou na Antiguidade. O grande filósofo grego Aristóteles (384-322 a.C.), autor de Política, afirmou que “o homem nasce para viver em sociedade”. Na Idade Média, foram pensadores ligados à Igreja que refletiam sobre os assuntos pertinentes à sociedade humana. Durante o Renascimento, sugiram vários pensadores que abordaram fenômenos sociais: entre eles, Maquiavel (autor do famoso Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM clássico político, O Príncipe), Erasmo de Roterdã (Elogio da Loucura), Thomas Morus (Utopia) e Francis Bacon (Nova Atlântida). Uma obra particularmente importante ao desenvolvimento do estudo da Sociologia foi escrita por Giambattista Vico, no século XVIII. Na sua obra A Nova Ciência, Vico escreveu que a sociedade se suborna a leis definidas que podem ser descobertas pelo estudo e pela observação objetiva. Sua afirmação de que “O mundo social é, com toda certeza, obra do homem”, foi uma ideia revolucionária. Anos mais tarde, o famoso filósofo Jean-Jaques Rousseau reconheceu que a sociedade exerce uma profunda influência sobre o indivíduo. Em sua célebre obra O Contrato Social, Rousseau afirmou que “O homem nasce puro, a sociedade é que o corrompe”. Mas foi apenas a partir do século XIX, através de Augusto Comte, Herbert Spencer, Gabriel Tarde, Émile Durkheim, Max Weber e Karl Marx, que o estudo da sociedade se tornou verdadeiramente científico. Os pais da Sociologia Augusto Comte (1798-1857) é tradicionalmente considerado o pai da Sociologia. Comte foi o criador do positivismo, no século XIX, que constituiu a base para o surgimento do cientificismo. O cientificismo acredita que a única forma que existe para se chegar ao conhecimento é por meio da ciência. Comte lutava para que todos os ramos de estudos fossem abordados com a máxima objetividade. Este pensador francês defendia o ponto de vista de serem válidas apenas as análises das sociedades que eram feitas com espírito científico, ou seja, com objetividade e sem metas preconcebidas. Os estudos das relações humanas deveriam constituir uma nova ciência, a que se deu o nome de Sociologia. De fato, Comte foi o primeiro a usar a palavra sociologia, em 1839, em seu Curso de Filosofia Positiva. Segundo Comte, a Sociologia é a ciência suprema, estando acima de todas as filosofias e religiões. “Dela tudo parte e a ela tudo se reduz,” afirmou. Mas foi a partir do trabalho de Émile Durkheim (1858-1917) que a Sociologia passou, de fato, a ser considerada uma ciência. Com seu rigor científico, Durkheim Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM classificou a Sociologia como uma ciência com credibilidade, e assim ela se desenvolveu academicamente. Foi Durkheim quem formulou os primeiros conceitos da Sociologia. Ele demonstrou que os fatos sociais têm características próprias. Para Durkheim, a Sociologia é o estudo dos fatos sociais. O que são os fatos sociais? De acordo com Durkheim, são o modo como um grupo social pensa, sente e age. Para Durkheim, os fatos sociais existem independentes da vontade de uma pessoa, antes mesmo de ela nascer, e são impostos pela sociedade. Os fatos sociais são basicamente caracterizados por três características: 1. Generalidade: o fato social é comum a todos, ou a pelo menos à maioria, de um grupo de pessoas. Exemplos: a forma de habitação, de comunicação, de sentidos e moral. 2. Exterioridade: o fato social existe, não dependendo da vontade do indivíduo. São as leis, as regras sociais e os costumes que são impostos de maneira coercitiva. 3. Coercitividade: os indivíduos se sentem pressionados a adotar o comportamento estabelecido. As pessoas são obrigadas a viver conforme as regras da sociedade, independentemente de sua vontade ou escolha. Os fatos sociais, de acordo com Durkheim, podem ser estudados de forma objetiva, como “coisas”. Da mesma maneira como a Biologia estuda a natureza, a Sociologia estuda os fatos sociais. Para a teoria sociológica de Durkheim, os fatos sociais têm existência própria, ou seja, independem das crenças e ações de indivíduos. Max Weber (1864-1920) : Sociólogo alemão, foi professor de economia e participou da comissão que redigiu a Constituição da República de Weimar. Weber é considerado um dos mais importantes pensadores modernos, fundou a disciplina chamada Sociologia da Religião. Para Weber, o objeto da Sociologia é o sentido da ação humana individual que deve ser buscado pelo método de compreensão, baseado no estudo da mente humana. Max Weber concebeu a pessoa humana como um ser capaz de agir e que não é passivo frente às forças da natureza. A sociedade para Weber, constitui um sistema de poder, pois as relações cotidianas, de classes, empresarial, por exemplo, se deparam com o fato de que https://cafecomsociologia.com/tag/max-weber Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM o indivíduo tem condição de impor sua vontade a outros. Weber elabora os fundamentos de uma sociologia compreensiva ou interpretativa. Ao contrário de Durkheim, Weber não pensa que a ordem social tenha que se opor e se distinguir dos indivíduos como uma realidade exterior a eles, mas que as normas sociais se concretizam exatamente quando se manifestam em cada indivíduo sob a forma de motivação. E Weber distingue quatro tipos de ação social que orientam o sujeito: a ação racional com relação a um objetivo, como, por exemplo, a de um engenheiro que constrói uma estrada, onde a racionalidade é medida pelos conhecimentos técnicos do indivíduo visando alcançar uma meta. a ação racional com relação a um valor, como um indivíduo que prefere morrer a abandonar determinada atitude, onde o que se busca não é um resultado externo ao sujeito, mas a fidelidade a uma convicção. a ação afetiva, que é aquela definida pela reação emocional do sujeito quando submetido a determinadas circunstâncias. a ação tradicional que é motivada pelos costumes, tradições, hábitos, crenças, quando o indivíduo age movido pela obediência a hábitos fortemente enraizados em sua vida. Weber vê como objetivo primordial da sociologia a captação da relação de sentido da ação humana, ou seja, chegamos a conhecer um fenômeno social quando o compreendemos como fato carregado de sentido que aponta para outros fatos significativos. O sentido, quando se manifesta, dá à ação concreta o seu caráter, quer seja ele político, econômico ou religioso. O objetivo do sociólogo é compreender este processo, desvendando os nexos causais que dão sentido à ação social em determinado contexto. Principais obras: A ética e o espírito do capitalismo (1905), Economia e sociedade (1922) publicada após sua morte. Karl Marx (1818-1883) : Filósofo e economista alemão, estudou na Universidade de Berlim, interessando-se pelas ideias do filósofo Hegel. Em 1842 assumiu o cargo de redator-chefe do jornal alemão Gazeta Renana, onde tinha uma postura política de um Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM liberal radical. Em Paris conheceu Friedrich Engels, com quem escreveria vários ensaios e livros. Em 1847, redigiu com Engels o Manifesto Comunista, primeiro esboço da teoria revolucionária, quemais tarde seria chamado marxismo. No Manifesto, Marx convoca o proletariado à luta pelo socialismo. Os primeiros socialistas foram chamados por Marx de utópicos porque, apesar de criticarem o capitalismo e promoverem vários modelos de socialismo comunitário, não indicaram com clareza o caminho para a sociedade como um todo. Karl Marx, ao contrário, procurou interpretar o movimento geral da sociedade através do materialismo histórico ou dialético, e realizou a mais profunda análise do capitalismo feita até hoje, sem deixar de indicar caminhos para a ação política. Fundou em 1864, a Associação Internacional dos Trabalhadores, chamada depois de Primeira Internacional dos Trabalhadores com objetivo de organizar a conquista do poder pelo proletariado em todo o mundo. Em 1867, publicou o primeiro volume de sua obra mais importante, O Capital, em que faz uma crítica ao capitalismo e à sociedade burguesa. Marx é o principal idealizador do socialismo e do comunismo revolucionário. O marxismo, conjunto de ideias político-filosóficas, propunha a derrubada da classe dominante, através de uma revolução do proletariado, criticava o capitalismo e seu sistema de livre empresa. Propunha uma sociedade na quais os meios de produção fossem de toda a coletividade. Sistema posterior ao feudalismo O capitalismo é um sistema social e econômico com início entre os séculos XI e XV mancando o fim do sistema feudal. Essa ideologia está apoiada na concentração de bens e na propriedade privada. Pesquisas históricas apontam que o termo "capitalismo" foi utilizado pela primeira vez por um escritor chamado William Makepeace Thackeray, no trabalho denominado de The Newcomes, em 1845. Com base nesse escritor, a palavra significa "ter a posse do Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM capital". Karl Marx, um dos filósofos mais críticos a esse sistema usou a palavra no trabalho intitulado como "O manifesto comunista", em 1848. A origem do capitalismo O capitalismo surgiu depois do declínio do feudalismo que consistia em uma organização econômica, social e política concentrada na Europa Ocidental, na Idade Média. O sistema feudal não era fundamentado no comércio, mas tinha como base as trocas naturais entre o senhor feudal e o camponês. O senhor feudal, também denominado de suserano, era o dono de terras e membro da burguesia, tinha como servo o camponês também chamado de vassalo. A relação dentre os dois consistia na fidelidade, ou seja, o camponês realizava serviços para seu senhor e, com isso, recebia em troca títulos de terras, proteção, além de outros benefícios. Obs.: a relação entre o senhor feudal e o servo é conhecida como vassalagem. O feudalismo caiu por várias razões, entre elas: o declínio da produção agrícola, onde a escassez de terras desencadeou a diminuição de alimentos, as revoluções camponesas, dentre outros motivos. A expansão de produção artesanal e do comércio fez com que camponeses deixassem o local e fossem para cidade. Eles se uniram aos artesãos e deram origem a nova classe: a burguesia. Os burgueses conseguiam riquezas através do comércio e, nesse período, banqueiros obtinham lucros por meio da circulação de dinheiro. A partir de então, foi desencadeada os primeiros indícios do capitalismo, como: o acúmulo de riquezas, expansão de negócios, dentre outras características. O capitalismo é consolidado de fato como sistema econômico com a Revolução Francesa (1789-1799), Revolução Industrial e a Independência dos Estados Unidos (1776 e 1783). Aspectos do capitalismo O capitalismo possui características próprias. Uma que pode ser citada é a divisão de classe, ou seja, o estabelecimento entre a elite que compõe a classe empregadora e os trabalhadores que formam o setor operário. Outro aspecto desse sistema é o trabalho assalariado, o qual diz respeito a força do trabalho em troca do pagamento em dinheiro. Uma das características mais comuns do https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/revolucao-francesa https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/revolucao-francesa Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM capitalismo está no acúmulo de bens, pois o desejo de quem adere a esse modo econômico é obter maiores riquezas possíveis. Quais são as fases O capitalismo é estabelecido na história em três fases, chamadas de comercial, industrial e financeiro. Capitalismo comercial O capitalismo comercial é também conhecido como pré-capitalismo ou de mercantilismo. Esse momento começou após o sistema feudal chegar ao fim e compreende do século XVI ao XVIII. A Expansão Marítima e a Expansão Comercial foram fatores nos quais contribuíram para a transferência do feudalismo para o capitalismo. A Expansão Marítima, por exemplo, foi marcada pelo descobrimento de novas rotas marítimas para oriente e também marcou a conquista da América. Com isso, os burgueses expandiram o comércio do Mediterrâneo ao Atlântico e os locais recém- encontrados foram explorados com finalidade comercial. Nesses locais, as nações como: França, Holanda, Inglaterra, Portugal e Espanha conseguiram lucros através do comércio de metais preciosos, recursos agrícolas, comercialização de escravos. Tudo isso, desencadeou o surgimento da primeira fase do capitalismo. Capitalismo Industrial Depois da primeira fase do capitalismo sucede-se o segundo momento que foi marcado pela Revolução Industrial. Esse período é caracterizado como a fase de concretização do capitalismo. A Revolução Industrial teve como principal característica a fase de transição da produção manual para a industrial através do advento das máquinas. A industrialização também teve como característica o advento da classe operária, em que os trabalhadores recebiam dinheiro em troca dos serviços prestados. A primeira fase da Revolução Industrial abrange o período de 1760 a 1860. A Inglaterra foi a nação destaque dessa fase porque detinha propriedades as quais a favoreceram, como: o crescimento populacional e o acúmulo de capitais. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/mercantilismo https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/revolucao-industrial Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Capitalismo financeiro O Capitalismo Financeiro denominado também de monopolista compreende a terceira fase desse sistema econômico. Esse momento teve início no século XX e está fundamentado na ligação entre os bancos e o setor industrial. Muitos acontecimentos históricos estão ligados a essa fase econômica: Segunda Revolução Industrial, a Crise de 1929 e a criação da União Soviética. Os problemas do sistema O sistema capitalista é alvo de críticas de muitos estudiosos e pesquisadores econômicos. Uma das preocupações que o modelo pode gerar é a desigualdade social, assim como os prejuízos para a natureza. Conflito entre as classes É comum observar na história as reivindicações realizadas por operários em razão das condições de trabalho. Os motivos são os mais variados, no entanto há alguns de destaque como: aumento salarial, a longa jornada de trabalho e garantias de direito trabalhistas. Contudo, também há as exigências do empregador, o qual objetiva a elevação dos lucros e cumprimento de metas. Diante desses aspectos, o capitalismo é criticado por trazer esse conflito entre o proletariado e a burguesia. SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS Os Direitos Humanos surgiram na idade média, do casamento entre a Filosofia Cristã Católica com o Direito Natural (Jus Naturale). Tal afirmação pode ser comprovada de forma simples uma vez que ao surgir o Cristianismo todos os homens (nobres e plebeus) passaram a serfruta do mesmo saco sendo colocados ao mesmo nível como criaturas e filhos de Deus. Até mesmo os Reis, que eram em muitos lugares da antiguidade, considerados como naturais representantes de Deus na terra passaram a necessitar da benção da igreja, pois do contrário nada mais seriam do que déspotas excomungados. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/historia/segunda-revolucao-industrial Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM No início da Idade Moderna os racionalistas desvincularam a visão divina do Jus Naturale e passaram a defender que o homem é por natureza livre e possuidor de direitos irrevogáveis que não podem ser subtraídos ao se viver em sociedade. Estes pensamentos começaram a dar frutos inicialmente no Reino Unido durante a Revolução Inglesa onde as prisões ilegais feitas pelos Monarcas começaram a ser contestadas com o surgimento do Habeas Corpus (1679). Seguindo essa linha temporal o segundo país a abraçar a luta pelo Direito Natural e por um Estado Livre foram os Estados Unidos da América em 4 de julho de 1776 ao declararem independência e protegerem em sua constituição os direitos naturais do ser humano que o poder político deve respeitar. A Revolução Francesa que deu padrões universais para o Direito Natural, sendo nesta época que passou a ser utilizado o termo Direitos do Homem, tal universalismo é expresso pela Liberdade, a Igualdade e a Fraternidade. Sendo que a Igualdade muitas vezes é vista, de maneira Marxista, como Fator Social, mas na prática, tal ideia comunista é utópica, desnecessária e levou vários países a um absolutismo sem procedentes na história da humanidade. Logo o correto é apenas a igualdade de condições e possibilidades, pois do contrário à igualdade social constitui um pesadelo horrendo, onde as pessoas são vistas como ferramentas do mesmo tipo, fabricadas em série, pela indústria do Estado. Nesta realidade as particularidades de cada ser humano como a cultura, as características próprias e principalmente os méritos pessoais não existem. Poderia adentrar mais neste assunto, porém tal conduta fugiria do tema proposto. A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789) oriunda da Revolução Francesa, deu uma amplitude muito maior às liberdades individuais e serviu de base para edificação dos Direitos Humanos do tempo atual, porém os acontecimentos históricos que mais influenciaram este ramo do Direito Internacional aconteceram entre os anos de 1914 e 1948, quando o mundo cria consciência sobre as atrocidades terríveis acontecidas na 1ª e 2ª Guerra mundial, Na guerra Espanhola, Na Exterminação Ética de 10 milhões de Ucranianos em 1932 pela URSS, no Holocausto com o extermino de 6 milhões de Judeus, entre outras barbáries acontecidas neste período. Surgindo assim, em outubro de 1945, à Organização das Nações Unidas, que no dia 10 de dezembro de 1948 proclamaria à Declaração Universal dos Direitos Humanos. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Direitos humanos são os direitos e liberdades básicas de todos os seres humanos. Seu conceito também está ligado com a ideia de liberdade de pensamento, de expressão, e a igualdade perante a lei. A ONU (Organização das Nações Unidas) foi a responsável por proclamar a Declaração Universal dos Direitos Humanos, que deve ser respeitada por todas as nações do mundo. A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas afirma que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos, dotados de razão e de consciência, e devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade. A ONU adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos com o objetivo de evitar guerras, promover a paz mundial e de fortalecer os direitos humanitários. A Declaração Universal dos Direitos Humanos tem uma importância mundial, apesar de não obrigar juridicamente que todos os Estados a respeitem. Para a Assembleia Geral da ONU, a Declaração Universal dos Direitos Humanos tem como ideal ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que todos tenham sempre em mente a Declaração, para promover o respeito a esses direitos e liberdades. Por exemplo, durante o século XX nos Estados Unidos, o movimento a favor dos direitos humanos defendia a igualdade entre todas as pessoas. Na sociedade americana daquela época, havia uma forte discriminação contra os negros, que muitas vezes não desfrutavam dos plenos direitos fundamentais. Um importante defensor dos movimentos a favor dos direitos humanos foi Martin Luther King Jr. Existem várias organizações e movimentos que têm como objetivo defender os direitos humanos, como por exemplo a Anistia Internacional. Cidadania é o exercício dos direitos e deveres civis, políticos e sociais estabelecidos na Constituição de um país. A cidadania também pode ser definida como a condição do cidadão, indivíduo que vive de acordo com um conjunto de estatutos pertencentes a uma comunidade politicamente e socialmente articulada. Uma boa cidadania implica que os direitos e deveres estão interligados, e o respeito e cumprimento de ambos contribuem para uma sociedade mais equilibrada e justa. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Exercer a cidadania é ter consciência de seus direitos e obrigações, garantindo que estes sejam colocados em prática. Exercer a cidadania é estar em pleno gozo das disposições constitucionais. Preparar o cidadão para o exercício da cidadania é um dos objetivos da educação de um país. O conceito de cidadania também está relacionado com o país onde a pessoa exerce os seus direitos e deveres. Assim, a cidadania brasileira está relacionada com o indivíduo que está ligado aos direitos e deveres que estão definidos na Constituição do Brasil. Para ter cidadania brasileira, a pessoa deve ter nascido em território brasileiro ou solicitar a sua naturalização, em caso de estrangeiros. No entanto, os cidadãos de outros países que desejam adquirir a cidadania brasileira devem obedecer a todas as etapas requeridas para este processo. Uma pessoa pode ter direito a dupla cidadania, isso significa que deve obedecer aos diretos e deveres dos países em que foi naturalizada. A Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, pela Assembleia Nacional Constituinte, composta por 559 congressistas (deputados e senadores), consolidou a democracia, após longos anos da ditadura militar no Brasil. Para exercer a cidadania, os membros de uma sociedade devem usufruir dos direitos humanos, direitos fundamentais tanto no âmbito individual, coletivo ou institucional. Assim também poderão cumprir os seus deveres para o bem da sociedade. Cultura Para sociologia, cultura é tudo aquilo que resulta da criação humana. Não existe cultura superior ou inferior, melhor ou pior, mas sim culturas diferentes. No senso comum, cultura adquire diversos significados: grande conhecimento de determinado assunto, arte, ciência, “fulano de tal tem cultura”. Aos olhos da Sociologia, cultura é tudo aquilo que resulta da criação humana. São ideias, artefatos, costumes, leis, crenças morais, conhecimento, adquirido a partir do convívio social. Só o homem possui cultura. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Seja a sociedade simples ou complexa, todas possuem sua forma de expressar, pensar, agir e sentir, portanto, todas têm sua própria cultura, o seu modo de vida. Não existe cultura superior ou inferior, melhor ou pior, mas sim culturas diferentes. As funções da cultura são: satisfazer as necessidades humanas; limitar normativamenteessas necessidades; implica em alguma forma de violação da condição natural do homem. Por exemplo: paletó e gravata são incompatíveis com clima quente; privar-se de boa alimentação em prol da ostentação de um símbolo de prestígio, como um automóvel; pressão social para que tanto homens quanto mulheres atinjam o ideal de beleza física. O que é belo numa sociedade poderá ser feio em outro contexto cultural. Já o conceito de cultura de massa pode ser definido como padrões compartilhados pela maioria dos indivíduos, independente da renda, instrução, ocupação etc. Cultura de massa é produto da indústria cultural, tipicamente de sociedades capitalistas; refere-se aspectos superficiais de lazer, gosto artístico e vestuário. A indústria cultural está sempre “fabricando” modas e gostos, a cultura de massa só é viável em razão da invenção da comunicação em massa. Orson Camargo Colaborador Brasil Escola Graduado em Sociologia e Política pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo – FESPSP Mestre em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP Política, poder e Estado Estude as relações entre política, poder e Estado, entendendo como estes temas influenciam nossa vida cotidiana. Talvez você não saiba, mas a Ciência Política – que é uma das três ciências sociais – estuda muito mais do que os partidos políticos. Esta ciência estuda as relações de poder na sociedade, ou seja, as forças que estão em jogo na relação entre o povo e o governo. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM A Ciência Política nos ajuda a entender como funcionam o governo, as leis, os partidos e tudo aquilo que influencia ou regulamenta a nossa vida em sociedade. Neste post, vamos explicar melhor como a política está presente em nossa vida. O que é a política? Muito se fala em política nos dias de hoje, mas poucos sabem exatamente o que ela significa, tanto na teoria como na prática. A política engloba todos os aspectos relacionados ao poder em uma sociedade. Ela é o conjunto de práticas e ideias que envolvem as relações de poder. A política está tanto no Estado, ao qual chamamos de governo, como no nosso dia-a-dia. As políticas de Estado são aquelas feitas pelos nossos governantes. Por exemplo, a implantação de um novo serviço no SUS, a construção de uma ponte ou a demarcação de uma terra indígena. Estas políticas podem ser feitas em nível municipal, estadual ou federal. A política também está no nosso cotidiano. Quando pesquisamos atentamente sobre os candidatos antes de irmos às urnas votar, quando denunciamos um crime ambiental ou quando nos calamos frente a uma injustiça social estamos fazendo política. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Política em construção. Fonte: http://www.vozdascomunidades.com.br/destaques/eu- acredito/ Quem constrói a política? Muitas vezes, pensamos que a política é algo que só diz respeito aos governantes e aos partidos políticos, achando que não precisamos nos ocupar dela ou que pouco diferença irá fazer o nosso envolvimento na política. Algumas pessoas pensam que o voto é o único ou grande ato que um cidadão pode fazer pela política de seu país. Esta forma de pensar, muito comum na sociedade, nos leva ao pensamento errôneo de que quem constrói a política não somos nós. Na prática, quem constrói a política é o cidadão. Pequenos atos cotidianos são atos políticos. Por exemplo: quando eu, ao perceber que o caminhão da coleta seletiva de lixo não passa na minha rua, resolvo ligar para o órgão responsável e fazer uma reclamação, estou realizando um ato político. Quando me reúno com alguns vizinhos e faço um abaixo- assinado solicitando à prefeitura que minha rua de chão batido seja calçada, estou realizando um ato político. Da mesma forma, quando eu furo a fila do banco porque tenho um conhecido que está nela, “passando para trás” pessoas que chegaram antes de mim, também estou realizando um ato político. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Atos políticos são decisões cotidianas que afetam minha vida e a de outros membros da sociedade e que estão relacionadas a direitos e deveres que temos como cidadãos. Assim, a política costuma refletir as ações políticas de seus cidadãos. Corrupção no cotidiano Fonte: https://www.pinterest.pt/pin/483714816212588466/ Contudo, não podemos concluir que é natural que os representantes políticos do Estado simplesmente reproduzam o que veem ocorrer na sociedade. Quando elegemos estes representantes, ao qual chamamos de políticos, esperamos – e deveríamos exigir! – que eles criem políticas públicas que atendam aos interesses do povo, ou seja, que eles invistam em saúde, educação, segurança, cultura, etc. O Estado arrecada dinheiro do povo – os impostos que pagamos – para, em teoria, reverter em serviços que beneficiem a população. Caso o Estado não faça isso, ou faça de maneira pouco eficiente, temos o direito de reclamar e exigir que os recursos sejam melhor aplicados. E existem várias formas de reclamar e exigir nossos direitos: por incrível que pareça, uma das mais efetivas é transformar nossas ações cotidianas, evitando “pequenos atos de corrupção”. Não avançar o sinal vermelho, recusar qualquer tipo de suborno, respeitar a fila do banco e denunciar atos de injustiça social são pequenas coisas que fazem a diferença pois Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM criam bons exemplos. Assim, diferente do que muita gente pensa, o povo, quando consciente e organizado, tem muito poder. ECONOMIA E GLOBALIZAÇÃO A globalização é um dos termos mais frequentemente empregados para descrever a atual conjuntura do sistema capitalista e sua consolidação no mundo. Na prática, ela é vista como a total ou parcial integração entre as diferentes localidades do planeta e a maior instrumentalização proporcionada pelos sistemas de comunicação e transporte. Veja também: As três fases do capitalismo ao longo da história Mas o que é globalização exatamente? O conceito de globalização é dado por diferentes maneiras conforme os mais diversos autores em Geografia, Ciências Sociais, Economia, Filosofia e História que se pautaram em seu estudo. Em uma tentativa de síntese, podemos dizer que a globalização é entendida como a integração com maior intensidade das relações socioespaciais em escala mundial, instrumentalizada pela conexão entre as diferentes partes do globo terrestre. Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se refere simplesmente a uma ocasião ou acontecimento, mas a um processo. Isso significa dizer que a principal característica da globalização é o fato de ela estar em constante evolução e transformação, de modo que a integração mundial por ela gerada é cada vez maior ao longo do tempo. A origem da Globalização Não existe um total consenso sobre qual é a origem do processo de globalização. O termo em si só veio a ser elaborado a partir da década de 1980, tendo uma maior difusão após a queda do Muro de Berlim e o fim da Guerra Fria. No entanto, são muitos os autores que defendem que a globalização tenha se iniciado a partir da expansão marítimo- comercial europeia, no final do século XV e início do século XVI, momento no qual o sistema capitalista iniciou sua expansão pelo mundo. De toda forma, como já dissemos, ela foi gradativamente apresentando evoluções, recebendo incrementos substanciais com as transformações tecnológicas proporcionadas pelas três revoluções industriais. Nesse caso, cabe um destaque especial para a última https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fases-do-capitalismo.htm https://brasilescola.uol.com.br/geografia/guerra-fria.htmTravessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM delas, também chamada de Revolução Técnico-Científica-Informacional, iniciada a partir de meados do século XX e que ainda se encontra em fase de ocorrência. Nesse processo, intensificaram-se os avanços técnicos no contexto dos sistemas de informação, com destaque para a difusão dos aparelhos eletrônicos e da internet, além de uma maior evolução nos meios de transporte. Portanto, a título de síntese, podemos considerar que, se a globalização iniciou-se há cerca de cinco séculos aproximadamente, ela consolidou-se de forma mais elaborada e desenvolvida ao longo dos últimos 50 anos, a partir da segunda metade do século XX em diante. Acesse também: Imperialismo - uma prática desenvolvida com a consolidação do capitalismo Aspectos positivos e negativos da globalização Uma das características da globalização é o fato de ela se manifestar nos mais diversos campos que sustentam e compõem a sociedade: cultura, espaço geográfico, educação, política, direitos humanos, saúde e, principalmente, a economia. Dessa forma, quando uma prática cultural chinesa é vivenciada nos Estados Unidos ou quando uma manifestação tradicional africana é revivida no Brasil, temos a evidência de como as sociedades integram suas culturas, influenciando-se mutuamente. Existem muitos autores que apontam os problemas e os aspectos negativos da globalização, embora existam muitas polêmicas e discordâncias no cerne desse debate. De toda forma, considera-se que o principal entre os problemas da globalização é uma eventual desigualdade social por ela proporcionada, em que o poder e a renda encontram- se em maior parte concentrados nas mãos de uma minoria, o que atrela a questão às contradições do capitalismo. Além disso, acusa-se a globalização de proporcionar uma desigual forma de comunicação entre os diferentes territórios, em que culturas, valores morais, princípios educacionais e outros são reproduzidos obedecendo a uma ideologia dominante. Nesse sentido, forma-se, segundo essas opiniões, uma hegemonia em que os principais centros https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-ideologia-imperialista.htm https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-ideologia-imperialista.htm Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM de poder exercem um controle ou uma maior influência sobre as regiões economicamente menos favorecidas, obliterando, assim, suas matrizes tradicionais. Entre os aspectos positivos da globalização, é comum citar os avanços proporcionados pela evolução dos meios tecnológicos, bem como a maior difusão de conhecimento. Assim, por exemplo, se a cura para uma doença grave é descoberta no Japão, ela é rapidamente difundida (a depender do contexto social e econômico) para as diferentes partes do planeta. Outros pontos considerados vantajosos da globalização é a maior difusão comercial e também de investimentos, entre diversos outros fatores. É claro que o que pode ser considerado como vantagem ou desvantagem da globalização depende da abordagem realizada e também, de certa forma, da ideologia empregada em sua análise. Não é objetivo, portanto, deste texto entrar no mérito da discussão em dizer se esse processo é benéfico ou prejudicial para a sociedade e para o planeta. Efeitos da Globalização Existem vários elementos que podem ser considerados como consequências da globalização no mundo. Uma das evidências mais emblemáticas é a configuração do espaço geográfico internacional em redes, sejam elas de transporte, de comunicação, de cidades, de trocas comerciais ou de capitais especulativos. Elas formam-se por pontos fixos – sendo algumas mais preponderantes que outras – e pelos fluxos desenvolvidos entre esses diferentes pontos. Outro aspecto que merece destaque é a expansão das empresas multinacionais, também chamadas de transnacionais ou empresas globais. Muitas delas abandonam seus países de origem ou, simplesmente, expandem suas atividades em direção aos mais diversos locais em busca de um maior mercado consumidor, de isenção de impostos, de evitar tarifas alfandegárias e de angariar um menor custo com mão de obra e matérias- primas. O processo de expansão dessas empresas globais e suas indústrias reverberou no avanço da industrialização e da urbanização em diversos países subdesenvolvidos e emergentes, incluindo o Brasil. https://brasilescola.uol.com.br/economia/empresas-multinacionais.htm Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Outra dinâmica propiciada pelo avanço da globalização é a formação dos acordos regionais ou dos blocos econômicos. Embora essa ocorrência possa ser inicialmente considerada como um entrave à globalização, pois acordos regionais poderiam impedir uma global interação econômica, ela é fundamental no sentido de permitir uma maior troca comercial entre os diferentes países e também propiciar ações conjunturais em grupos. Por fim, cabe ressaltar que o avanço da globalização culminou também na expansão e consolidação do sistema capitalista, além de permitir sua rápida transformação. Assim, com a maior integração mundial, o sistema liberal – ou neoliberal – ampliou-se consideravelmente na maior parte das políticas econômicas nacionais, difundindo-se a ideia de que o Estado deve apresentar uma mínima intervenção na economia. A globalização é, portanto, um tema complexo, com incontáveis aspectos e características. Sua manifestação não pode ser considerada linear, de forma a ser mais ou menos intensa a depender da região onde ela se estabelece, ganhando novos contornos e características. Podemos dizer, assim, que o mundo vive uma ampla e caótica inter- relação entre o local e o global. Por Me. Rodolfo Alves Pena https://brasilescola.uol.com.br/geografia/classificacao-dos-blocos-economicos.htm https://brasilescola.uol.com.br/geografia/classificacao-dos-blocos-economicos.htm Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM A globalização permite, em tese, uma maior integração entre as diferentes áreas do planeta. Há um século, por exemplo, a velocidade da comunicação entre diferentes partes do planeta até existia, porém ela era muito menos rápida e eficiente que a dos dias atuais, que, por sua vez, poderá ser considerada menos eficiente em comparação com as prováveis evoluções técnicas que ocorrerão nas próximas décadas. Podemos dizer, então, que o mundo encontra-se cada dia mais globalizado. O avanço realizado nos sistemas de comunicação e transporte, responsável pelo avanço e consolidação da globalização atual, propiciou uma integração que aconteceu de tal forma que tornou comum a expressão “aldeia global”. O termo “aldeia” faz referência a algo pequeno, onde todas as coisas estão próximas umas das outras, o que remete à ideia de que a integração mundial no meio técnico-informacional tornou o planeta metaforicamente menor. REFERENÇA ALEXANDER, J. A importância dos clássicos. In: GIDDENS, A.; TURNER, J. Teoria social hoje. São Paulo: Ed. Unesp, 1996. COHN, G. Crítica e resignação. Fundamentos da sociologia de Max Weber. São Paulo: TAQ, 1979. COLLIOT-THÉLÈNE, C. A sociologia de Max Weber. Petrópolis: Vozes, 2016. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM DIAS, F. C. Presença de Max Weber na sociologia brasileira contemporânea. Revista de Administração de Empresas, v. 14, n. 4, p. 47-62, 1974. DURAND, J. P. A sociologia de Marx. Petrópolis: Vozes, 2016. EISENSTADT, S. N. Modernidades múltiplas. Sociologia, Problemas e Práticas, Oeiras, n. 35, p. 139-163, abr. 2001. Disponívelem: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S0873-65292001000100007&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 20 de setembro 2019. FERNANDES, F. Fundamentos empíricos da explicação sociológica. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1959. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS LÍNGUA PORTUGUESA Modulo I: Estratégia de Leitura para a Compreensão do Texto Ler estrategicamente é diferente de ler rápido. Ler rápido pode nos levar a: • Perder informações importantes • Não compreender as ideias • Inverter o sentido do que foi exposto Ler estrategicamente significa: • Focar nas informações necessárias, sem se apegar a minúcias que podem levar a gasto desnecessário de tempo, como em significados de palavras isoladas que desconheça. Compreenda o contexto geral. • Saber onde procurar as informações, captando o essencial de cada parágrafo. • Compreender a ideia principal do texto. • Identificar as palavras-chave. Além de tudo isso, uma leitura só é eficaz quando praticada. Tenha o hábito de ler. Sempre. Isso melhorará, inclusive, sua capacidade de concentração. É preciso também atentar-se à sinalização estrutural, que tem a ver com a parte gramatical do texto. Saber identificar a ligação entre os parágrafos, analisando se estes se complementam, se contrariam, etc., através da análise das conjunções que os iniciam, por exemplo, é peça chave para a compreensão das ideias expostas. E não basta interpretar o texto corretamente, mas também o enunciado das questões. Uma interpretação incorreta do que o exercício está pedindo certamente levará ao erro, por mais que a leitura do texto tenha seguido todas as dicas apresentadas. Tipos de Questão: Ideia Principal Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Para resolver as questões que se centram na ideia principal do texto é preciso entendê-lo como um todo, sem apego a particularidades. Nesse caso nos depararemos com enunciados do tipo: • qual das alternativas resumo melhor a ideia do texto? • qual dos seguintes títulos pode ser mais apropriado para o conteúdo deste texto? • o texto pode ser melhor descrito por qual alternativa? • assinale a alternativa correta (ou incorreta) em relação ao assunto do texto. Para interpretar esse tipo de questão é importante desenvolver a habilidade de leitura estratégica, exposta na aula anterior. Outra dica é, após a leitura geral do texto, caso ainda não tenha ficado clara a ideia principal, reler o primeiro e último parágrafo e articulá-los, já que nestes estão presentes a introdução e a conclusão do assunto, respectivamente, auxiliando no entendimento da ideia principal. Tipos de Questão: Ideia de Suporte Ao contrário das questões baseadas na ideia principal do texto, que vimos anteriormente, as questões centradas nas ideias de suporte têm a ver com informações mais específicas presentes no texto, exigindo uma leitura mais focada em cada trecho. Assim, os enunciados dessas questões ressaltarão partes determinadas do texto, e, nesse caso, a dica é ler o enunciado antes do texto, para que no momento da leitura já foquemos na informação solicitada na questão, e poupemos tempo na hora da prova. Tipos de Questão: Inferência Inferência tem a ver com a conclusão, com a lógica do texto. Dessa maneira, esse tipo de questão estará ligado à conclusão que podemos tirar de determinado trecho ou do texto como um todo. Tanto é que na maioria das vezes o enunciado trará algo como “de acordo com o texto podemos concluir que...”. Para responder a essas questões é importante uma leitura focada e muita atenção, visto que na maioria das vezes há alternativas muito semelhantes, que podem gerar confusão na hora da resolução. Assim, responder questões sobre inferência consiste na leitura dos Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM trechos do texto e da descoberta das afirmações corretas sobre eles, presentes nas alternativas. Mas atenção: essa descoberta das afirmações corretas sobre eles também pode conter armadilhas. Muitas vezes tendemos a fazer suposições com base em nossos conhecimentos prévios, em vez de nos centrar apenas no que consta no texto. Essa utilização do conhecimento prévio em questões de inferência pode induzir ao erro. A alternativa correta deverá estar ligada às informações claramente contidas no texto, apenas. Tipos de Questão: Lógica Estrutural O texto narrativo conta uma história, seja ela real ou nesse tipo de questão devemos analisar a estrutura do texto, ou seja, a divisão dos parágrafos, o que está contido em cada um deles etc. Para isso, é recomendada primeiramente uma leitura geral, para entendimento do texto como um todo, seguida de uma leitura focada, a fim de compreender cada parágrafo mais especificamente. Devemos nos atentar à coesão, à coerência, e à forma como cada parágrafo é iniciado, ou seja, às sinalizações estruturais, feitas principalmente por meio dos conectivos. Tipos de Questão: Informação Aplicada As questões sobre informação aplicada consistem em pegarmos uma informação contida num texto e aplica-la noutro contexto. Essa informação não estará explícita, e testará nossa habilidade de realizar intertextualidade, reconhecendo ideias semelhantes em textos diferentes. Tipos de Questão: A Arte da Resposta Errada Muitas vezes ficamos em dúvida entre duas alternativas na hora de resolver o exercício, e acabamos assinalando justamente a incorreta. É necessária uma leitura atenta das alternativas que geraram a dúvida, para que assim consigamos enxergar a incorreção contida numa delas, já que apenas uma das alternativas deve ser incontestavelmente correta, ao contrário das demais, que possuirão algum elemento, por menor que seja, que Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM as torne inaceitáveis. Para identificar as alternativas erradas, devemos eliminar, por exemplo: • Alternativas aparentemente certas, mas que contêm informações adicionais que não estão no texto; • Alternativas que têm a ver com o texto, mas que ou são muito vagas ou não condizem exatamente ao trecho questionado no enunciado; • Alternativas que citam partes realmente contidas no texto, mas não as que se referem ao que é solicitado no enunciado. Aula 2: Modos de Organização da Composição Textual Leitura e Conhecimento Prévio: Muitas vezes a interpretação de um texto exige um conhecimento prévio do leitor, gerando uma interação entre o que está escrito e a bagagem que ele já traz consigo. Esse conhecimento prévio advém de fatores como a profissão do leitor, seu nível econômico, base familiar, nível de escolaridade, grupo de amigos, viagens que fez, filmes e programas de TV que assistiu, livros que leu, peças de teatro que viu, entre outros. Esses fatores se subdividem em três categorias de conhecimento: • Conhecimento linguístico: domínio do idioma, gramática, semântica... • Conhecimento textual: diferenciação dos gêneros textuais, como narrativo, descritivo, dissertativo... • Conhecimento de mundo: cultura geral adquirida ao longo do tempo. A Importância do Contexto Na interpretação de um texto é muito importante conhecer o contexto em que ele foi escrito, já que este corresponde ao momento de sua produção, às situações externas que podem ter influenciado o autor, ou seja, à totalidade das informações que circundam o texto. • As informações relacionadas ao MOMENTO da produção correspondem ao CONTEXTO HISTÓRICO; Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à ColôniaDos Pescadores Anexo ao IETAAM • As informações ligadas ao LOCAL de produção dizem respeito ao CONTEXTO GEOGRÁFICO; • O CONTEXTO LITERÁRIO é determinado pela ESCOLA LITERÁRIA à qual o texto pertence; • E há, ainda, o CONTEXTO EMOCIONAL, determinado pelos sentimentos do autor no momento em que escreveu o texto. O desconhecimento do contexto pode gerar uma interpretação vaga, ou até mesmo incorreta. Informações Implícitas Apresentadas claramente, nitidamente no texto. Informações implícitas Apresentadas de maneira indireta, subentendida, sendo decifráveis a partir de alguns indicadores, geralmente gramaticais, que podem ser: • Conjugação verbal • Classificação das conjunções • Classificação dos advérbios • Adjetivos • Classificação de orações subordinadas • Imagens que acompanhem um texto ou enunciado de questão. Informações explícitas Apresentadas claramente, nitidamente no texto. Denotação e Conotação Denotação – ou sentido denotativo – é a palavra apresentada em seu sentido original, impessoal, da forma como aparece no dicionário. Ex: A garotinha pintou a cara com tintas coloridas. Conotação – ou sentido conotativo – é a palavra apresentada com outro significado, passível de interpretações diferentes, dependendo do contexto em que estiver inserida. Ex: Aquele cara é novo no bairro. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Resumo: Denotação: significado do dicionário. Sentido real. Conotação: sentido figurado. Sinonímia: significado igual ou muito semelhante (sinônimos) Antonímia: significado oposto (antônimos) Texto Verbal e Não verbal Texto Verbal - construção de um enunciado de composição linguística, sintática e semântica - LINGUAGEM VERBAL Texto não verbal - sentido transmitido por meio da linguagem visual - IMAGEM/ CÓDIGO/ SÍMBOLO Texto verbal e não verbal - Linguagem MISTA Elementos da Narrativa Uma narrativa tem como elemento central a ação de contar histórias, deriva do gênero épico, definido na Antiguidade clássica, por Aristóteles. Desenvolve-se como uma sequência organizada para dar sentido às ações, por isso o texto se divide em: Apresentação: Situação inicial Desenvolvimento: Conflito/ Clímax Desfecho: Retorno à situação inicial - resolução do conflito A resolução do conflito não significa final feliz Além dessa estrutura, as narrativas apresentam os seguintes elementos: -Narrador - voz narrativa em primeira ou terceira pessoa - Personagens - envolvidos na ação - Tempo - data, época - Espaço - cenário, ambiente - Enredo - ação central Tipos de Narrador Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM O que define o texto como narração é a presença de um narrador que conta uma história De acordo, com a escolha da pessoa do discurso o narrador assume um papel na história. TIPOS DE NARRADOR: • NARRADOR OBSERVADOR - 3ª pessoa - discurso direto • NARRADOR PERSONAGEM - 1ª pessoa - discurso direto e indireto • NARRADOR ONISCIENTE - 3ª pessoa - discurso indireto livre Espaço na Narrativa Espaço na narrativa pode marcar o lugar específico geográfico, cenário, mas pode marcar também o ambiente social/ emocional. As palavras que contribuem para a identificação de lugar são os advérbios, locuções adverbiais, os adjetivos que caracterizam o lugar. O espaço pode contribuir para a atmosfera da narrativa, por exemplo em um conto de humor ou de terror terão classificações diferentes. Tempo na Narrativa Um dos elementos que compõe o texto narrativo é o tempo. A marcação do tempo garante a coerência da sequência de ações. Quanto a isso é importante diferenciar: Marcação temporal - Expressões que se referem à época ou data específica quando a história se passa. Exemplos: Era uma vez Certo dia Foi no mês de dezembro Às 14h do dia 23 de Abril Tempo da narrativa - Duração da história (passagem do tempo dentro do contexto da obra). Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Tipos de Personagens Os personagens são responsáveis por dar vida às ações da narrativa. Na análise do texto é importante notar o quanto a descrição ou não sobre o personagem pode interferir no curso da história. Sendo assim, há algumas classificações possíveis de serem observadas, como: tipos de personagens; caracterização do personagem; análise sobre o personagem. Tipos: • Protagonista - personagem principal - o núcleo na narrativa se refere a ele e suas ações. • Antagonista - personagem importante que realiza ações contrárias ao personagem, ou seja, aquele que cria os conflitos da narrativa, principalmente como forma de oposição ao protagonista. • Secundária - personagem de importância secundária na história, não interfere diretamente nas ações. Caracterização: • Indivíduo - personagem dotado de características muito pessoais e marcantes. • Caricatura - personagem com características exageradas, utilizadas geralmente para marcar um grupo social. • Tipo - personagem com características que representam um grupo específico da sociedade, como profissões. Estudo do Texto Dissertativo O texto dissertativo consiste na exposição de ideias e opiniões sobre determinado assunto. Para a realização dessa exposição o autor pode fazer uma análise do assunto, uma comparação com ideias de outros autores ou, também, questionamentos acerca de outras opiniões a respeito do assunto. Tudo isso compõe a fundamentação de ideias do autor do texto. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Na interpretação de textos dissertativos é importante observar as ideias nas quais o autor se baseou para expor sua opinião, analisando os argumentos que ele usa para comprova- la. Além disso, devemos ter em mente a estrutura de uma dissertação, que facilitará a busca por informações importantes dentro do texto: • Introdução: onde é apresentada a tese do texto, a ideia geral que ele contém. • Desenvolvimento: onde se encontra a fundamentação de ideias. • Conclusão: onde o autor retoma a ideia principal do texto fazendo suas considerações finais sobre ela. Estudo do Texto Argumentativo Entende-se o texto argumentativo como componente de um texto dissertativo, já que para fundamentar ideias e opiniões utilizamos, principalmente, argumentos, que têm por objetivo persuadir o leitor. Para essa persuasão podem ser usados exemplos, estatísticas, comparações etc., que darão consistência à argumentação. Para interpretar um texto argumentativo é fundamentar termos em mente que um argumento é um conjunto de proposições interligadas entre si. Essas proposições podem ser entendidas como provas de meu ponto de vista sobre o assunto. Tais provas recebem o nome de premissas, que resultam numa conclusão sobre o tema tratado. A conclusão também pode ser chamada de inferência. Sendo assim, sempre devemos lembrar que o texto argumentativo é composto por um conjunto de premissas que resultam numa inferência. Estudo do Texto Descritivo O texto descritivo tem por objetivo caracterizar ou representar algo ou alguém. As descrições são constantemente componentes dos outros tipos de texto, principalmente do narrativo, e contribuem para situar o leitor na história. Para essa caracterização são expostos elementos que distinguem o ser em questão dos demais. Essa descrição pode ser: • Subjetiva: baseada na opinião pessoal de quem está descrevendo. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM • Objetiva: sem interferência daopinião pessoal de quem descreve, imparcial. No momento da interpretação de um texto descritivo é preciso atentar-se ao tipo de descrição presente e ao que o enunciado do exercício está pedindo, para que não se confunda uma descrição pessoal com uma imparcial, objetiva. Estudo dos Gêneros Digitais Devido à rapidez da comunicação no meio digital, a linguagem assume características específicas da escrita eletrônica. Alguns dos aspectos desse tipo de linguagem que se pode identificar são: • redução drástica dos sinais de pontuação • alterações ortográficas • excesso de abreviações • uso de maiúsculas Esses aspectos mostram o quanto a linguagem se adequa à situação de comunicação e ao suporte, alterando, inclusive, as regras comuns da norma padrão. Apesar dessas adaptações serem, muitas vezes, consideradas desvios às regras, a comunicação acontece e, portanto, é eficiente. Mas, essa eficiência apenas se desenvolve dentro do contexto específico. Em situações formais, mesmo no ambiente virtual, a norma culta deve prevalecer. Estudo do Texto Jornalístico Textos jornalísticos são todos aqueles que têm o objetivo de comunicar, informar aos leitores a respeito dos mais variados assuntos, como política, economia, fatos verídicos e curiosidades. Eles são veiculados em diversos suportes, como jornais e revistas (impressos e digitais), blogs, sites, rádio e televisão, e são gêneros textuais bastante procurados e lidos por diferentes públicos, uma vez que alcançam diversos setores da sociedade e favorecem a difusão das informações atuais. Os objetivos desses veículos são: informar, entreter, apresentar uma interpretação competente sobre determinada informação etc. De maneira geral, ao desenvolver um texto jornalístico, o jornalista tem a função de transformar as informações a respeito de determinado fato/assunto e transmiti-lo, de maneira Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM eficiente, a seus leitores. Para isso, eles utilizam algumas técnicas básicas para alcançar seu objetivo. Linguagem em Textos Jornalísticos Os textos jornalísticos são redigidos em prosa. A linguagem deve ser objetiva, simples, imparcial e deve estar alinhada à norma padrão da língua. O texto jornalístico apresenta frases e ideias sucintas. A linguagem é essencialmente denotativa, ou seja, possui um único sentido, sem margens para dupla interpretação e/ou outras formas de ambiguidades. Gêneros textuais jornalísticos Como existem variados gêneros textuais jornalísticos, tendo isso em vista, realizamos um levantamento a respeito dos gêneros textuais mais recorrentes no Enem nos últimos cinco certames. Confira: Notícia: A notícia é um relato impessoal sobre algum fato. Esse gênero textual tem função referencial (informativa) da linguagem. Há algumas maneiras de escrever uma notícia, e algumas delas são a partir de: Sequências narrativas: Narrativa curta a respeito do fato ocorrido; Sequências descritivas: Descrição mais detalhada dos fatos ocorridos; Sequências explicativas: Explicações específicas a respeito do fato ocorrido. Observe alguns exemplos: Dois corpos femininos foram encontrados às margens do rio Arruda, na capital de Minas Gerais, Belo Horizonte. O prêmio da Mega-Sena está novamente acumulado e apostadores passam a madrugada nas filas em frente às casas lotéricas para garantirem suas apostas até a meia-noite desta terça-feira. Os sete detentos que tentaram fugir do presídio de Lage Alto, no interior de Minas Gerais, foram ouvidos na quarta-feira pelo delegado responsável pelo caso. Artigo de Opinião https://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/lingua-culta-como-variedade-prestigio.htm https://brasilescola.uol.com.br/literatura/denotacao-conotacao.htm https://brasilescola.uol.com.br/redacao/a-predominancia-alguns-termos-que-comprometem-oralidade-.htm https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/funcoes-linguagem.htm https://brasilescola.uol.com.br/gramatica/funcoes-linguagem.htm Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM O Artigo de Opinião tem o objetivo de informar a respeito de algum assunto e manifestar o posicionamento do articulista (autor do texto) a respeito dos fatos. Editorial O Editorial também tem o objetivo de informar os leitores a respeito de determinado assunto e exprimir o parecer do veículo de comunicação sobre os fatos. Crônica A Crônica é um relato de fatos do cotidiano e carrega a subjetividade/análise do cronista (autor da crônica) a respeito do assunto. Veja agora algumas etapas pelas quais passam os textos jornalísticos durante seu desenvolvimento: Pauta: Seleção do assunto; Apuração: Seleção e verificação da veracidade das informações; Redação: Organização textual das informações; Edição: Ajustes de espaço e revisão da linguagem; Publicação: Veiculação do texto em algum suporte (jornais, revistas, sites, blogs etc.). Agora que você já conhece alguns dos textos jornalísticos, veja um exemplo de questão do Enem: QUESTÃO 16 - ENEM 2015 Dubai é uma cidade-estado planejada para estarrecer os visitantes. São tamanhos e formatos grandiosos, em hotéis e centros comerciais reluzentes, numa colagem de estilos e atrações que parece testar diariamente os limites da arquitetura voltada para o lazer. O maior shopping do tórrido Oriente Médio abriga uma pista de esqui, e tem ainda o projeto de um campo de golfe coberto! Coberto e refrigerado, para usar com sol e chuva, inverno e verão. Disponível em: http://viagem.uol.com.br. Acesso em: 30 jul. 2012 (adaptado). Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM No texto, são descritas algumas características da paisagem de uma cidade do Oriente Médio. Essas características descritas são resultado do(a) ( ) A - criação de territórios políticos estratégicos. ( ) B - preocupação ambiental pautada em decisões governamentais. ( ) C - utilização de tecnologia para transformação do espaço. ( ) D - demanda advinda da extração local de combustíveis fósseis. ( ) E - emprego de recursos públicos na redução de desigualdades sociais. Resposta: Letra C. O texto jornalístico foi utilizado no Enem para informar os leitores a respeito das modernas construções em meio a uma região desértica do Oriente Médio. A partir das descrições sobre o desenvolvimento dessa região, o texto jornalístico pretende ressaltar as transformações estéticas ocorridas na cidade de Dubai, as quais alteraram a paisagem local. Para resolver essa questão, o candidato deve analisar o que propiciou essas grandes transformações: a utilização de tecnologia. Vamos praticar! ENEM – 2007 - Há cerca de dez anos, estimava-se que 11,2% da população brasileira poderiam ser considerados dependentes de álcool. Esse índice, dividido por gênero, apontava que 17,1% da população masculina e 5,7% da população feminina eram consumidores da bebida. Quando analisada a distribuição etária desse consumo, outro choque: a pesquisa evidenciou que 41,2% de estudantes da educação básica da rede pública brasileira já haviam feito uso de álcool Dados atuais apontam que a porcentagem de dependentes de álcool subiu para 15%. Estima-se que o país gaste 7,3% do PIB por ano para tratar de problemas relacionados ao alcoolismo, desde o tratamento de pacientes até a perda da produtividade no trabalho. A indústria do álcool no Brasil, que produz do açúcar ao álcool combustível, movimenta 3,5% do PIB. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 28, nº 4, dez/2006 & Intemet: um alcoolismo.com br> (com adaptações).A partir dos dados acima, conclui-se que: A ( ) O país, para tratar pessoas com problemas provocados pelo alcoolismo, gasta o dobro do que movimenta para produzir bebida alcoólica. B ( ) O aumento do número de brasileiros dependentes de álcool acarreta decréscimo no percentual do PIB gasto no tratamento dessas pessoas. C ( ) O elevado percentual de estudantes que já consumiram bebida alcoólica é indicativo de que o consumo do álcool é problema que deve ser enfrentado pela sociedade. D ( ) As mulheres representam metade da população brasileira dependente de álcool. E ( ) O aumento na porcentagem de brasileiros dependentes de álcool deveu-se, basicamente, ao crescimento da indústria do álcool. Aula 3: Funções da Linguagem Função Referencial ou Denotativa Centrada no REFERENTE, ou seja, no ASSUNTO. Função correspondente a materiais informativos, como relatórios, cardápios, bulas de remédio, notícias, textos e livros didáticos etc. Função Conativa Também conhecida como APELATIVA, é centrada no DESTINATÁRIO, buscando PERSUADI-LO. Função correspondente a textos publicitários, propagandas, comerciais de TV, artigos de opinião etc. Função Metalinguística Função centrada no próprio CÓDIGO de comunicação. Ou seja, utilizamos um código para falar sobre esse mesmo código, como um poema que fala sobre a arte da poesia; uma Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM gramática, que usa a Língua Portuguesa para falar sobre a própria língua; um dicionário etc. Função Emotiva Função centrada no EMISSOR da mensagem, buscando a expressão de sentimentos. É correspondente a diários e cartas pessoais, poemas líricos e textos em 1ª pessoa. Função Fática Centrada na INTERAÇÃO, no DIÁLOGO, buscando MANTER CONTATO no discurso direto. Corresponde às conversas, telefonemas, mensagens de texto etc., em que utilizamos determinados termos focados na manutenção do diálogo, como “né?”, “entendeu?”, “alô” etc. Função Poética ou Estética Centrada na própria MENSAGEM e sua valorização. Possui estrutura poética, sonoridade, ritmo... Função correspondente a poemas, letras de música etc. Função Expressa ou Emotiva Função centrada no EMISSOR da mensagem, buscando a expressão de sentimentos. É correspondente a diários e cartas pessoais, poemas líricos e textos em 1ª pessoa. Função Apelativa ou Conotativa Função APELATIVA é centrada no DESTINATÁRIO, buscando PERSUADI-LO. Função correspondente a textos publicitários, propagandas, comerciais de TV, artigos de opinião etc. Aula 4: Variação Linguística As línguas humanas são constituídas de uma multiplicidade de formas de falar, e a essas diferenças damos o nome de variedade ou variação linguística. Dessa maneira, a língua é considerada como um conjunto de variedades, sendo ela heterogênea em sua composição. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Ao considerarmos a língua portuguesa, por exemplo, podemos observar suas variações desde uma perspectiva mais ampla, comparando com o português falado em outros países; até uma mais estrita, se analisarmos o tipo de fala de cada região do Brasil, ou até mesmo a individualidade de cada falante. Desde a Antiguidade, a variação linguística já era um objeto de estudo, porém, nesse momento, ela era vista como algo negativo, pois interferia no intento dos gramáticos de homogeneizar a língua, a fim de um maior controle sócio-territorial. Atualmente, a variação linguística é vista e estudada de outra perspectiva, considerando sua lógica gramatical e todos os fatores que contribuem para a sua manifestação. Fatores que contribuem para a variação linguística Levando em consideração as informações que explicam o que é a variação linguística, agora, devemos conhecer quais são os elementos que fazem com que a língua seja heterogênea e, por consequência, tenha suas variações. No Brasil, a língua portuguesa sofreu a influência das línguas de diversos outros povos (indígenas, africanos, europeus etc.) desde o seu achamento. Para além disso, devemos ter em conta que as suas mudanças, bem como os empréstimos de vocábulos, os novos termos, entre outros fatores, estão sempre presentes na nossa língua, fazendo com que ela se mantenha viva e em constante transformação. Para as linguistas Mussalin e Bentes, as variedades linguísticas podem ser descritas a partir de dois parâmetros principais - a variação geográfica ou diatópica e a variação social ou diastrática. Sendo a geográfica relacionada às diferenças que ocorrem entre falantes de espaços físicos distintos (região Norte, Sul, Nordeste etc.); e a social associada aos aspectos socioculturais (classe social, idade, gênero etc.), bem como a identidade de cada falante. Porém, existem outros parâmetros que analisam e explicam as variantes que ocorrem na língua. Vejamos a seguir. Tipos de variação linguística Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Variação histórica Se relaciona com as mudanças históricas e, por consequência, os novos usos e termos em desuso que sucederam a partir desses contextos. Essa variação pode ser observada ao lermos textos de outros séculos, por exemplo. Variação situacional ou diafásica Relacionam-se com o contexto de fala. Geralmente, falamos de diferentes maneiras a depender da situação em que estamos. Em um grupo de amigos, por exemplo, a fala tende a ser mais informal (uso de gírias, abreviações etc); já em uma entrevista de emprego, busca-se uma variante mais formal. Variação geográfica ou diatópica Como já mencionada, se relaciona às regiões e diferenças de falas entre elas, que podem ser chamadas de regionalismo. A exemplo disso, podemos observar uma mesma fruta ser nomeada de várias maneiras diferentes, dependendo da região: ponkan, mexerica, bergamota etc. Variação social ou diastrática: Como já explicitada, relaciona-se a fatores socioculturais do falante. Podemos observar essa variação, por exemplo, no termo “inflamações no trato respiratório” (mais específico, termo médico) e “dor de garganta” (mais comum, termo genérico). Preconceito linguístico Já compreendemos que as variações linguísticas são fenômenos que fazem parte de qualquer língua, sendo uma marca que diferencia falantes a partir de vários aspectos como a região, a idade, o gênero, a classe social, e outros. Assim sendo, não existe uma variante da língua que seja errada, justamente porque ela possui uma lógica gramatical que a faz funcionar e ser usada. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM norma culta também é uma variação linguística, apesar de ainda ser erroneamente considerada, por parte de algumas pessoas, como a forma “correta” da língua portuguesa em detrimento das outras, gerando o que podemos chamar de preconceito linguístico. Esse equívoco acontece justamente porque a norma culta é bastante difundida em ambientes acadêmico-escolares, sendo ela um registro mais formal e que está relacionado ao uso das normas gramaticais. É importante que ela seja ensinada justamente para que o falante reconheça que a língua possui variantes e que, dependendo do contexto (formal, informal), ele pode alternar nos seus usos para uma melhor relação entre os grupos. O preconceito linguístico, porém, pode ser explicitado nas diversas variações que vimos, sendo ele a expressão da não compreensão da composição da língua e seus determinantes. Aula 5: Classes de Palavras As classes de palavras em Língua Portuguesa são 10: substantivo, artigo, adjetivo, pronome, numeral, verbo, advérbio, preposição, conjunção,interjeição. A seguir, a definição de cada uma delas: Substantivo Classe de palavras que dá nome às coisas, aos seres em geral. Exemplos: lousa, caderno, fada, chapéu, carro, monstro, cachorro, gato... Artigo Classe de palavras que antecede os substantivos atribuindo-lhes um sentido determinado ou indeterminado (artigo definido/indefinido), além de indicar também seu número (singular/plural) e gênero (masculino/feminino). São eles: o(s), a(s), um, uma, uns, umas. Exemplos: o estudante/a estudante, o aluno/um aluno. Adjetivo Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Classe de palavras que expressa as qualidades ou características dos seres. Exemplos: feio, bonito, inteligente, esperto, alto, baixo, gordo, magro... Pronome Classe de palavras que substituem os nomes (pronomes substantivos), ou os determinam (pronomes adjetivos). São eles: pronomes pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, relativos, interrogativos. Contribuem também para a coesão textual, evitando repetições de termos ao longo de um texto. Exemplo: A parede está rachada. Ela (parede) será reformada. Numeral Classe de palavras que indica quantidade, ordem numérica, multiplicação ou fração. Verbo Classe de palavras que representa ações, estados ou fenômenos da natureza. Exemplos: correr (ação), estar (estado), chover (fenômeno da natureza). Advérbio Classe de palavras que modifica, ou que especifica o sentido de um verbo, de um adjetivo ou de outro advérbio. Exemplo: As crianças chegaram cedo. Preposição Classe de palavras que liga termos dentro de uma oração, estabelecendo uma relação entre um termo principal e um dependente. Exemplo: Gosto de chocolate. Conjunção Classe de palavras que liga orações ou palavras dentro de uma mesma oração, expressando ideias de adição, explicação, conclusão, comparação etc. Exemplos: Acordei cedo, mas perdi o ônibus. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Comprei bananas e laranjas. Interjeição Classe de palavras que exprime uma emoção, seja de espanto, surpresa, alegria, medo etc., vindo acompanhada por ponto de exclamação (!). Exemplos: Puxa! Caramba! Legal! Socorro! Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS LÍNGUA ESTRANGEIRA (ESPANHOL) CONJUNÇÕES No Espanhol as conjunções também são invariáveis e ligam orações relacionando palavras, equiparando, subordinando, coordenando, etc. ● Consecutivas: Así que, tanto que, tan que, de forma que, de modo que, por eso, así pues, conque, por lo tanto, luego, pues, pues bien, por consiguiente. ● Causais: Porque, es que, que, como, pues, puesto que, ya que, dado que, en vista de que, visto que, a fuerza de, a causa de, debido a, gracias a, por culpa de. ● Finais: A, para, que, a fin de que, de modo que, de manera que, con la intención de que, porque, con tal de que. ● Temporais: cuando, hasta que, apenas, en cuanto, así que, no bien, cada vez que, antes de que, siempre que, después de que, a medida que, en seguida que, según, una vez que, conforme, antes que, en cuanto, mientras, mientras tanto, mientras que, tan pronto como. ● Concessivas: Aunque, de manera que, a pesar de que, pese a que, aun cuando, si bien, y eso que, por más que, por mucho que, incluso si. ● Condicionais: Si, a condición de que, con tal de que, con que, siempre, cuando, en caso de que, salvo que, excepto que, a no ser que, a menos que, salvo si, excepto si. ● Lugar: a donde, donde. ● Comparativas: Como…si, igual…que, más…que, menos…que, tan…como, tanto…como, tal…cual. ● Completivas: Que, si. ● Copulativas: Y/e, ni. ● Disjuntivas: O/u, bien, tal, ora… ● Distributivas: Ya…ya, ora…ora, bien…bien. ● Adversativas: Pero, mas, sino, más bien, aunque. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM ADVÉRBIOS Eles são de um grau comparativo (estabelecendo relações de igualdade, inferioridade ou superioridade), ou superlativo (neste caso, serão analíticos ou sintéticos). ● adverbios de afirmación: sí, claro, ciertamente, cierto, también, ya, exacto ● adverbios de cantidad: además, bastante, casi, más, menos, mucho, muy, poco, tan, tanto ● adverbios de duda: acaso, quizá, probablemente, posiblemente ● adverbios de lugar: abajo, ahí, allí, aquí, alrededor, cerca, delante, detrás, lejos ● adverbios de modo: así, bien, despacio, deprisa, peor, mejor, fácilmente ● adverbios de negación: no, nunca, jamás, tampoco ● adverbios de orden: posteriormente, primeramente, sucesivamente ● adverbios de tiempo: ahora, anoche, antes, aún, ayer, después, temprano, mientras, anteanoche, hoy, mañana PALAVRAS HOMÔNIMAS ● el cólera (doença) / la cólera (raiva) ● el guarda (cobrador de ônibus) / la guarda (tutela) ● el policía (agente) / la policía (administração) ● el mañana (futuro) / la mañana (parte do dia) ● el/la periodista (jornalista) ● el/la turista (turista) ● el/la cantante (cantor/a) ● el/la atleta (atleta) Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM ARTIGOS Não pense como em português. Nós usamos o, a, os, as dentre outros. Em espanhol o artigo masculino é el, e lo é um artigo neutro. Para o feminino: la. ● Definidos masculinos: el, los ● Definidos femininos: la, las ● Indefinidos masculinos: un, unos ● Indefinidos femininos: una, unas SUBSTANTIVOS: eles também são masculinos e femininos Os masculinos são terminados em “or“, geralmente. Fora as terminações em a para os substantivos femininos, as terminações em esa, isa e ina também são femininas. Claro, há sempre exceções e palavra as quais as regras não se aplicam. Exemplos: Ator, actriz, imperador, imperatriz, hombre, mujer, caballo, yegua, duque, duquesa, poeta, poetisa, rey, reina, niño, niña. ADJETIVOS O uso dos adjetivos no espanhol também é parecido com o uso no português. Há formas semelhantes de se usar o masculino e feminino, singular ou plural. Eles também podem vir antes ou depois do substantivo. FALSOS COGNATOS Falsos cognatos são palavras idênticas ao português, na fonética ou na grafia, mas que têm significados bem diferentes. Um falso cognato pode mudar toda a ideia de um texto Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM e conduzir o candidato ao erro. Portanto, fique atento: você só vai conseguir identificar esse recurso com um bom conhecimento vocabular. Conheça alguns falsos cognatos em espanhol e seu verdadeiro significado em português: ● Acordarse: Lembrar-se ● Almohada: Travesseiro ● Apellido: Sobrenome ● Borracha: Bêbada ● Brinco: Pulo ● Crianza: Criação ● Cubierto: Talher ● Dirección: Endereço ● Embarazada: Grávida Esses são apenas alguns falsos cognatos que trouxemos como exemplo, mas há realmente uma lista enorme de palavras que se parecem muito com o português mas que têm um significado muito diferente. Verbos ser, ter, estar e haver. São verbos irregulares, comportam-se sendo verbos de ligação e são importantíssimos. Alguns dos verbos mais importantes da língua espanhola são ser (ser), estar (estar), haber (ter) e tener (ter). Observe que há diferentes maneiras de dizer tu, nós e eles, com as formas singular e plural, masculina e feminina, formal e informal. Note também que quando o sentido da sentença está claro, os pronomes (eu, tu etc) podem ser omitidos. Ser O verbo “Ser” é um verbo de existência e de definição e como tal expressa as característicasessenciais de uma pessoa ou coisa. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Infinitivo Ser Particípio Sido Gerúndio Siendo Pronome Sujeito Verbo Conjugado Português Yo soy Eu sou Tú / Vos eres / sos Tu és Él / Ella / Usted es Ele / Ela / Você é Nosotros(as) somos Nós somos Vosotros(as) sois Vós sois Ellos / Ellas / Ustedes son Eles / Elas / Vocês são Usa-se o verbo “ser“: Para identificar pessoas ou coisas: ● Ése es mi primo. (Esse é meu primo.) ● Ésa es la biblioteca. (Essa é a biblioteca.) ● ¿De dónde es usted? (De onde é o senhor?) Para indicar a profissão, nacionalidade ou ideologia. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM ● Soy cubana. (Sou cubana.) ● Soy profesora de español. (Sou professora de espanhol.) ● Yo soy inglesa. (Eu sou inglesa.) ● Somos españoles. (Somos espanhóis.) Para indicar relacionamento ou parentesco. ● Ésa es mi madre. (Essa é minha mãe.) ● Es mi hermana. (Ela é minha irmã.) Para expressar qualidade ou característica física: ● Soy linda. (Sou linda.) ● Soy simpática. (Sou simpática.) ● El dormitorio es azul. (O quarto é azul.) Para indicar tempo, quantidade, hora ou preço: ● Son las tres de la tarde. Es lunes. (São três da tarde. É segunda-feira) ● Son dos kilos. Son 20 euros. (São dois quilos. São 20 euros.) Estar Infinitivo estar Particípio estado Gerúndio estando Pronome Sujeito Verbo Conjugado Português Yo estoy Eu estou Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Tú / Vos estás Tu estás Él / Ella / Usted está Ele / Ela / Você está Nosotros(as) estamos Nós estamos Vosotros(as) estáis Vós estáis Ellos / Ellas / Ustedes están Eles / Elas / Vocês estão O verbo “estar” é um verbo que denota situação e estado, e, como tal, indica posição no espaço e no tempo. Usa-se o verbo “estar” para: Para indicar localização. ● Estoy en mi casa. (Estou em minha casa.) ● Estamos en España. (Estamos na Espanha.) Para indicar estados físicos e de humor temporários. ● Estoy cansado. (Estou cansado.) ● Estás linda. (Estás linda.) Para referir-se a situações temporárias. ● El carro está roto. (O carro está quebrado.) Para indicar finalidade. ● Estoy aquí por el pastel. (Estou aqui pelo bolo.) Para perguntar e responder preço: ● ¿A cuánto está la pera? Está a 1 euro. (Quando está a pera? Está a 1 euro.) Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Para indicar dia, mês, estação ou ano: ● Hoy estamos a 14 de septiembre. (Hoje estamos em 14 de setembro.) ● Estamos a viernes. (Estamos na sexta-feira.) ● Estamos en invierno. (Estamos no inverno.) ● Estamos en el año 2020. (Estamos no ano de 2020.) Comparação entre “ser” e “estar” Ser É usado para falar das características ou qualidades permanentes de algo ou alguém. ● Exemplo: Soy responsable. (Sou responsável.) É usado para indicar o lugar ou momento de um acontecimento. ● Exemplo: La fiesta es en mi casa. (A festa é na minha casa.) Estar É usado para falar das características ou qualidades temporárias de algo ou alguém. ● Exemplo: Estoy embarazada. (Estou grávida.) Para indicar mudanças. ● Exemplo: Está muy tranquilo hoy. (Está muito tranquilo hoje.) Para enfatizar o momento. ● Exemplo: Estás muy rara. (Estás muito estranha.) Para indicar lugar ou posição de alguém ou algo. ● Exemplo: Mi escuela está en la próxima calle. (Minha escola fica na próxima rua.) Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Ser/Estar muda o sentido O mesmo adjetivo utilizado com “ser” ou “estar” pode mudar de sentido. Ser Estar ser distraído (qualidade permanente). estar distraído (modo ocasional). ser cojo (qualidade permanente). estar cojo (modo ocasional). ser decidido (qualidade permanente). estar decidido (modo ocasional). ser pobre (condição modesta). estar pobre (ficar momentaneamente sem dinheiro). ser tranquilo (pessoa calma). estar tranquilo (estar momentaneamente calmo). ser guapo (fisicamente bonito). estar guapo (aparência momentânea, estar bem vestido). ser joven (de idade). estar joven (parecer jovem). ser un loco (perder as faculdades mentais). estar loco (comportar-se de maneira louca). ser nuevo (feito recentemente). estar nuevo (parecer como novo). ser difícil (oposto de ser fácil). estar difícil (resultar complicado circunstancialmente). Alguns adjetivos mudam totalmente seu significado, na medida que fosse utilizado com “ser” ou “estar“. Ser Estar Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM ser listo (inteligente). estar listo (estar pronto). ser católico (na religião). estar católico (com boa saúde). ser malo (personalidade). estar malo (estar doente). ser vivo (rápido de espírito). estar vivo (estar com vida). ser rico (ter muito dinheiro). estar rico (alimento saboroso). ser bueno (personalidade). estar bueno (de saúde, aparência, ou comida). Haber Infinitivo haber Particípio habido Gerúndio habiendo Pronome Sujeito Verbo Conjugado Português Yo he Eu hei Tú / Vos has Tu hás Él / Ella / Usted ha; hay Ele / Ela / Você há Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Nosotros(as) hemos Nós havemos/hemos Vosotros(as) habéis Vós haveis/heis Ellos / Ellas / Ustedes han Eles / Elas / Vocês hão Vejo nos exemplos abaixo, como pode ser utilizado o verbo “haber“: Hay + substantivos contáveis: ● Hay 5 vasos. (Há 5 copos.) Hay + substantivos não contáveis: ● No hay mucha agua. (Não há muita água.) Para indicar ou perguntar pela existência de algo ou alguém em um lugar determinado: ● ¿Hay un restaurante cerca? Sí, hay uno en la próxima cuadra. (Já um restaurante perto daqui? Sim, tem um na próxima quadra.) Para perguntar pela situação de algo ou alguém que não conhecemos. ● ¿Dónde hay una farmacia? (Onde tem uma farmácia?) Tener Infinitivo tener Particípio tenido Gerúndio teniendo Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Pronome Sujeito Verbo Conjugado Português Yo tengo Eu tenho Tú / Vos tienes / tenés Tu tens Él / Ella / Usted tiene Ele / Ela / Você tem Nosotros(as) tenemos Nós temos Vosotros(as) tenéis Vós tendes Ellos / Ellas / Ustedes tienen Eles / Elas / Vocês têm Vejo nos exemplos abaixo, como pode ser utilizado o verbo “tener“: Indicar posse: ● Tengo una casa y un carro. (Tenho uma casa e um carro.) ● Él tiene una reunión. (Ele tem uma reunião.) Pedir algo a alguém: ● ¿Tienes una goma? (Você tem uma borracha?) ● ¿Tiene usted móvil? (O senhor tem um celular?) Para falar de família: ● Tengo dos hermanos y tres primos. (Tenho dois irmãos e três primos.) ● ¿Cuántos hermanos tiene usted? (Quantos irmãos o senhor tem?) Para falar da idade: Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM ● Tengo veinte años. (Tenho vinte anos.) ● ¿Cuántos años tienes? (Quantos anos você tem?) Para descrever pessoas, coisas e lugares: ● Él tiene bigote. (Ele tem bigode) ● La casa tiene tres habitaciones. (A casa tem três quartos.) ● El restaurante tiene música. (O restaurante tem música.) Para expressar alguns estados físicos e de humor temporário: ● Tengo hambre y sed. (Tenho fome e sede.) ● Tengo miedo. (Tenho medo.) ● Tengo calor. / Tengo gripe. (Estou com calor. / Estou gripado.) Frases negativas É fácil montar uma frase negativa em espanhol, bastapôr no antes do verbo: No somos americanos (“Não somos americanos”). ● No soy español. (Eu) não sou espanhol. ● No tengo coche. Não tenho carro. ● No es vegetariano. (Ele) não é vegetariano. ● No tenemos niños. (Nós) não temos filhos. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS LITERATURA TROVADORISMO Para começarmos a estudar Literatura Brasileira nós precisamos, inicialmente, compreender o início da Literatura Portuguesa. As primeiras manifestações literárias em língua portuguesa ocorreram na Idade Média, quando Portugal ainda estava em processo de formação. Esse período é conhecido como Trovadorismo. Portanto, o Trovadorismo é o primeiro período da história da Literatura Portuguesa e é o primeiro que nós iremos estudar. Marco Inicial O Trovadorismo surgiu na Idade Média, no século XII e o seu marco inicial foi a "Cantiga da Ribeirinha" (ou "Cantiga da Garvaia"), escrita em 1189 por Paio Soares de Taveirós. Por que "trovadores"? Como a maior parte do povo não sabia ler nem escrever, o gênero que mais se destacou no período do Trovadorismo foi a poesia, que era cantada (daí vem o nome “cantigas”), acompanhadas de música e de dança. Os trovadores compunham e cantavam essas cantigas, que eram escritas e reunidas em livros chamados cancioneiros. Classificação das Cantigas http://4.bp.blogspot.com/-uNn4bXjVozI/UxHpRCl_shI/AAAAAAAAEt8/PNXCWUtIZIE/s1600/download.jpg Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM As cantigas podiam ser Líricas (de Amor ou de Amigo) ou Satíricas (de Escárnio ou de Maldizer). Cantiga de Amigo (Poesia Lírica): ambiente rural, linguagem simples e forte musicalidade (exemplo: paralelismo – repetição de palavras ou frases). Eu-lírico feminino, que vive se lamentado porque o namorado foi para a guerra. Amor natural e espontâneo. Observação: nesse contexto, "amigo" tem o mesmo sentido de "namorado". Cantiga de Amor (Poesia Lírica): linguagem mais rebuscada, ambientação aristocrática das cortes. Eu-lírico masculino, que vive se declarando para uma mulher idealizada, inatingível e distante (amor cortês: convencionalismo amoroso). Seu amor nunca é correspondido e o homem sempre é inferior à mulher, como um vassalo (servo feudal) em relação ao seu suserano (senhor feudal). Cantiga de Maldizer (Poesia Satírica): Crítica direta, linguagem agressiva e zombaria. Às vezes apareciam até palavrões. Eram cantigas usadas para falar mal das pessoas de modo explícito. Cantiga de Escárnio (Poesia Satírica): Crítica indireta, linguagem sutil (jogo de palavras), ironia e duplo sentido. O nome da pessoa que era zombada não era revelado. Além das cantigas (poesia), havia outros tipos de textos: Novelas de Cavalaria (Prosa): adaptações das canções de gesta (poemas que narravam aventuras heróicas). Aventuras fantásticas de cavaleiros lendários e destemidos. Detalhes da vida e dos costumes da sociedade da época. Teatro: Mistérios (episódios bíblicos), milagres (episódios da vida dos santos), moralidades (didático-moralista, com personagens abstratos ou defeitos morais). Características do Trovadorismo Como você já sabe, o Trovadorismo surgiu na Idade Média e ele se desenvolveu em meio ao domínio da Igreja Católica, da visão teocêntrica do mundo (Deus no centro de tudo) e Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM do moralismo religioso. Além disso, outro aspecto do período é a questão do feudalismo e das relações de vassalagem, que nas cantigas ficou conhecida como vassalagem amorosa (nas cantigas, o homem se coloca como o vassalo ou servo da mulher amada). "Cantiga da Ribeirinha", texto considerado o marco inicial do Trovadorismo. Logicamente, na Idade Média a língua portuguesa era bem diferente de como ela é hoje. HUMANISMO O que é? Você viu que o Trovadorismo foi o período de produção literária da Idade Média marcado pelas cantigas, que eram cantadas (acompanhadas de músicas). Depois de um tempo, as cantigas deixaram de existir e foram substituídas por poesias mais elaboradas, que deixaram de ser cantadas e passaram a ser escritas. Essas poesias se restringiam aos palácios e às pessoas mais nobres e cultas. Por isso, esse tipo de poesia era chamado de poesia palaciana. Ou seja: no Trovadorismo, as poesias eram cantadas (cantigas) pelos trovadores. No Humanismo, a poesia deixou de ser acompanhada de música e ficou mais elaborada e mais culta (poesia palaciana). Período de Transição O Humanismo também é o período da história da Literatura Portuguesa situado entre a Idade Média e a Idade Moderna (Renascimento). O que vemos aqui é um momento onde o ser humano procura se valorizar mais, ou seja: o Teocentrismo (Deus no centro de tudo) e o domínio da Igreja Católica são substituídos pelo Antropocentrismo (o homem no centro de tudo). É uma época de grandes avanços científicos (destaque para Galileu, que provou a teoria heliocêntrica, dizendo que o sol é o centro do sistema planetário) e, assim, o homem passa a ser mais racional (Racionalismo). Tipos de textos escritos no Humanismo: http://www.resumosdeliteratura.com/2014/03/resumo-de-trovadorismo-literatura.html Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Poesia Palaciana (Poesia Lírica): como nós já vimos, é uma poesia mais elaborada do que as cantigas do Trovadorismo. É caracterizada por: redondilhas (maior e menor), ambiguidades, aliterações, assonâncias, figuras de linguagem. A visão da mulher continua sendo idealizada, porém existe mais sensualidade e intimidade. Os sentimentos do eu- lírico são mais aprofundados. Crônicas de Fernão Lopes (Prosa): Crônicas que relatavam os acontecimentos históricos de Portugal. Fernão Lopes soube conciliar os fatos históricos às técnicas de narração com qualidade literária. Suas principais obras foram: "Crônica d’El-Rei D. Pedro", "Crônica d’El-Rei D. Fernando" e "Crônica d’El-Rei D. João I". Gil Vicente (teatro): início do teatro leigo (desvinculado do teatro cristão). Teatro rústico e primitivo, que critica o homem e os seus costumes com o propósito de reformá- los (teatro moralizante e reformador). Destaques: Auto da Barca do Inferno, Auto da Lusitânia, Farsa de Inês Pereira. Veja o resumo e a análise do Auto da Barca do Inferno. Esclarecendo: os autos são peças teatrais que abordam principalmente a temática religiosa. Já as farsas são peças de caráter cômico. São mais curtas e são baseadas no cotidiano. Portanto, de modo geral, podemos destacar esses três aspectos no Humanismo: Gil Vicente (teatro moralizante que critica a sociedade), Poesia Palaciana (mais sensual e elaborada do que as cantigas do Trovadorismo) e Fernão Lopes (crônicas históricas com qualidade literária). CLASSICISMO Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM O Trovadorismo foi o período literário da Idade Média e o Classicismo foi o período literário da época do Renascimento (Idade Moderna). Entre esses dois períodos há um momento de transição chamado de Humanismo. O que você precisa saber sobre o Renascimento A doutrina da Igreja Católica dominou a vida do povo durante a Idade Média. Agora, na Idade Moderna, a Igreja vive a crise da Reforma Protestante e entra em choque com a evolução científica, que passa a considerar o homem como o centro do universo (antropocentrismo) ao invés de Deus (teocentrismo), além de exaltar o pensamento baseado na razão (racionalismo). Portanto, o homem passa a ser valorizado e, além disso, há uma volta à antiga culturaclássica da Grécia e da Roma antiga (daí vem o nome "Renascimento"), trazendo a mitologia e seus deuses de volta (paganismo). É por isso que nas pinturas renascentistas é bem comum vermos as pessoas sem roupa (valorização do corpo humano), além das figuras mitológicas (como a deusa Vênus). O período literário dessa época é chamado de "Classicismo" justamente por todas essas características do Renascimento: antropocentrismo (o homem no centro de tudo), racionalismo (valorização da razão) e paganismo (mitologia grega e romana). Era a época também das Grandes Navegações (universalismo: o homem rompe fronteiras e conquista o resto do mundo) e o grande destaque literário do período foi Luís de Camões, que escreveu Os Lusíadas, um poema épico que gira em torno da expansão de Portugal nas Grandes Navegações. Os Lusíadas "Os Lusíadas" era a obra que representava o Renascimento, pois falava a respeito do povo heroico português que foi desbravar o mar, que descobriu o novo continente (antropocentrismo e universalismo). O herói é o povo português (e não apenas os marinheiros que desbravaram o mar). Os portugueses avançaram contra os mares http://www.resumosdeliteratura.com/2014/03/resumo-de-trovadorismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/03/resumo-de-humanismo-literatura.html Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM desconhecidos, esmagaram as superstições dos monstros invisíveis que habitavam as águas e redesenharam os mapas do mundo. A obra é uma "epopeia", ou seja, um poema épico de grandes proporções que narra o heroísmo e a bravura dos marinheiros portugueses que foram conquistar o mundo. A característica da mitologia grega também aparece na obra de Camões. Vários deuses aparecem em "Os Lusíadas": Apolo, Baco, Neptuno, Júpiter, Vênus, entre outros. Há uma parte do poema onde Camões pede inspiração às "ninfas do rio Tejo" para poder escrever, o que não deixa de ser uma característica mitológica. Estrutura De modo geral, o poema é dividido em cinco partes: 1) Proposição: Camões mostra o assunto de seu poema, dizendo que vai escrever sobre uma viagem de Vasco da Gama às Índias, além de exaltar a glória do povo português em sua expansão pelo mundo, espalhando a fé cristã (a obra mistura mitologia com cristianismo). 2) Invocação: Camões pede às Tágides (musas mitológicas que ficam no rio Tejo) inspiração para escrever. 3) Dedicatória: Camões dedica o livro ao rei de Portugal, dedicando as linhas do canto 6 ao 17 só pra isso. Camões diz ao rei (dom Sebastião) que confia a continuação das glórias e das conquistas do povo que estão sendo narradas no livro. 4) Narração: é o enredo em si. 5) Epílogo: Finalmente, Camões termina a sua obra com o epílogo. Nessa parte, o poeta fica triste ao observar a realidade, não vendo mais as glórias e as conquistas no futuro de seu povo. Poesia Lírica Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Além do poema épico (Os Lusíadas), Camões também escrevia poesias líricas (que é a poesia "normal" como a gente conhece: poesia com sentimento, onde o autor dá voz a um Eu-Lírico). As poesias líricas de Camões eram escritas na medida velha (redondilhas) e seus versos eram decassílabos. O grande destaque de suas poesias líricas eram os seus sonetos (uma modalidade específica de poesia formada por quatro estrofes: duas de quatro versos e duas de três versos). QUINHENTSMO Até agora, vimos os períodos literários da história da Literatura Portuguesa: Trovadorismo (Idade Média), Humanismo (transição da Idade Média para Renascimento) e Classicismo (Renascimento). E então, ocorreram as Grandes Navegações e o Brasil foi descoberto em 1500. Portanto, o estudo da Literatura Brasileira começa com a descoberta do Brasil em 1500. O que é? O Quinhentismo foi o período das manifestações literárias do século XVI (ou seja, a partir de 1500). O Brasil era recém descoberto e tudo o que tínhamos eram textos sobre o Brasil no ponto de vista dos europeus. Portanto, nessa época, tudo o que tínhamos em termos de produção literária se resumia a dois tipos de escrita: Literatura de Informação: narram e descrevem as viagens e os primeiros contatos com a terra brasileira. A linguagem era simples e cheia de descrições e de informações a respeito das viagens e das terras descobertas. Grande destaque: A Carta de Caminha, escrita por Pero Vaz de Caminha para o rei de Portugal (D. Manoel), documento considerado o marco inicial da Literatura Brasileira (afinal, foi o primeiro texto escrito sobre o Brasil). Literatura de Catequese: Jesuítas foram enviados para catequizarem os índios no Brasil e o grande destaque desse período foi o padre José de Anchieta. Seus textos eram escritos para serem representados (teatro e encenações) já que o público era muito diversificado http://www.resumosdeliteratura.com/2014/03/resumo-de-trovadorismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/03/resumo-de-humanismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/03/resumo-de-classicismo-literatura.html Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM (índios, marujos, colonos, comerciantes, soldados...). Porém, seu alvo maior era o índio. Para isso, o padre Anchieta escreveu em mais de uma língua (ele inclusive aprendeu Tupi e escreveu uma gramática sobre a língua dos índios). Enquanto que no Brasil (Literatura Brasileira) ocorria o Quinhentismo com a produção da Literatura de Informação e de Catequese, em Portugal (Literatura Portuguesa) continuava ocorrendo o Classicismo. BARROCO O Barroco foi o período da Literatura Brasileira que se iniciou nos anos 1600, vindo depois do Quinhentismo (por isso pode ser chamado também de Seiscentismo). Características: Dualidades\Antíteses Conflito entre o corpo e a alma, a vida terrena e a vida eterna, a vida virtuosa e a vida do pecado, a vida e a morte, a razão e a fé. É o conflito entre os princípios cristãos da Igreja Católica e os princípios do Renascimento e do Classicismo (paganismo, racionalismo, antropocentrismo). O Barroco é uma época de conflitos de princípios opostos, é a época das antíteses, é a época em que se tenta conciliar o inconciliável. A Igreja Católica reage à Reforma Protestante com a Contrarreforma e com a Inquisição, procurando reprimir as manifestações culturais que vão contra as suas doutrinas. Portanto, esse é um período de contradições e de dualidades, onde o homem se vê perdido entre a doutrina cristã e as ideias do Renascimento (Classicismo). Cultismo\Conceptismo O homem barroco valoriza o cultismo, ou seja: a linguagem difícil e rebuscada, cheia de inversões e de jogo de palavras, empregando demais as figuras de linguagem. Ele também valoriza o conceptismo, que está associado ao pensamento complexo, ao raciocínio lógico, ao jogo de ideias. Ou seja: as palavras são rebuscadas e difíceis http://www.resumosdeliteratura.com/2014/03/resumo-de-quinhentismo-literatura.html Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM (cultismo) e as ideias e o raciocínio são complexos (conceptismo). O tempo (Carpe Diem) O tempo passa rápido, a vida é efêmera (é rápida), o tempo é veloz e destrói tudo. Tudo é instável e passageiro. O homem barroco vive esse conflito de modo angustiado. Barroco em Portugal: Padre Antônio Vieira. No Barroco Português, quem se destaca é o padre Antônio Vieira. Seus sermões estavam a serviço das causas políticas que abraçava e defendia. Defendia os índios contra a escravidão (mas não tinha a mesma postura com a escravização dos negros, limitando a apontar-lhes uma perspectiva de vida apósa morte que compensasse os sofrimentos da vida). Seus sermões eram dotados de raciocínios complexos e lógicos, com metáforas, comparações e alegorias (um discurso que faz entender outro; exemplo: "semeadura" ou "semente do trigo" são alegorias que representam uma coisa só: a disseminação da doutrina cristã). Barroco no Brasil: Gregório de Matos No Barroco brasileiro, o grande destaque foi Gregório de Matos. Por ser irreverente e satírico ele recebeu o apelido de "Boca do Inferno". Sua poesia pode ser classificada como lírica, religiosa, filosófica ou satírica. Poesia Lírica: dualismo amoroso (carne X espírito), que leva a um sentimento de culpa cristão. A mulher é a personificação do pecado e da perdição espiritual (morte). O apelo sensorial do corpo se contrapõe ao ideal religioso. O poeta fica dividido entre o pecado (representado na mulher) e o espírito (cristianismo). Poesia Religiosa: obedece aos fundamentos do Barroco europeu. Temas: amor a Deus, culpa, arrependimento, pecado, perdão. Linguagem culta, com inversões e muitas figuras de linguagem. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Poesia Filosófica: desconcerto do mundo, consciência da transitoriedade da vida e do tempo (carpe diem). Poesia Satírica: Criticou todas as classes da sociedade baiana de seu tempo. Linguagem diversificada, com termos indígenas, africanos, palavrões, gírias e expressões locais. ARCADISMO O Arcadismo é o período que vem depois do Barroco, podendo ser chamado também de "Setecentismo", já que ele ocorreu nos anos 1700 (século XVIII). Entenda o contexto Era a época do Iluminismo na Europa, da Revolução Francesa, da Independência das Treze Colônias na América do Norte e essas ideias de "liberdade", "igualdade" e "fraternidade" que nasceram na Filosofia Francesa chegaram ao Brasil, inspirando a Inconfidência Mineira. O Brasil era colônia de Portugal e o desejo de liberdade e de independência ficava cada vez mais intenso por aqui. Porém, escrever sobre isso era perigoso e, por conta disso, os escritores do período costumavam usar pseudônimos. É importante observar que o Arcadismo brasileiro passa a ter características mais próprias, diferenciando-se da Literatura europeia. Sendo assim, a Literatura Brasileira passa a ter mais identidade, passa a "andar mais com as próprias pernas", a ter mais autonomia. Características que você precisa saber: Crítica da vida nas cidades ("fugere urbem" ou "fuga da cidade"), valorização da vida no campo (vida bucólica), vida mais simples e natural, uso de apelidos, linguagem mais http://www.resumosdeliteratura.com/2014/03/resumo-do-barroco-literatura-brasileira.html Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM simples, pastoralismo (vida pastoril no campo), sentimentos mais espontâneos, pureza dos nativos (mito do "bom selvagem", de Rousseau). Autores do período: Cláudio Manuel da Costa (apelido: Glauceste Satúrnio) Poesia Lírica: “Obras Poéticas”, a obra que marcou o início do Arcadismo no Brasil. O autor se declara para sua musa (Nise), mas vive se lamentando por não ser correspondido por ela. Nise é uma figura distante, não se manifesta e nem é descrita com detalhes. A lírica se limita a lamentação do autor em não ser correspondido. Possui traços do barroco (como inversões) apesar de ser árcade e tem afinidade com a tradição clássica (à lírica de Camões). Poesia Épica: “Vila Rica”. Diz a respeito à descoberta das minas, fundação de Vila Rica, entradas e bandeiras, revoltas locais, etc... Destaca-se a descrição da paisagem local. Tem afinidade às tradições clássicas. Tomás Antônio Gonzaga (apelido: Dirceu) Poesia Lírica: “Marília de Dirceu”. Poesia de transição entre o Arcadismo e o Romantismo. A mulher (Marília) é descrita de uma forma mais emotiva, espontânea, humana e real, comparando com Nise, de Cláudio Manuel. O tema do distanciamento da mulher amada e do sofrimento em virtude disso é encarado de uma forma mais real. Poesia Satírica: “Cartas Chilenas”. Foi um meio que Gonzaga usou para criticar o governador da capitania de Minas Gerais (Luís da Cunha Meneses) e seus assessores. Essas cartas circulavam pela cidade e não se sabia a autoria, pois essas cartas eram escritas baseadas em pseudônimos (Luís da Cunha Meneses X Fanfarrão Minésio, mineiras X chilenas, Vila Rica X Santiago, Doroteu – destinatário – e Critilo – quem assinava). Basílio da Gama (apelido: Termindo Sipílio) Poesia Épica: Uraguai Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Estrutura: não copia o modelo clássico de Camões (sem estrofação, versos brancos, início do poema com a ação em pleno desenvolvimento). A história trata da guerra entre jesuítas e índios contra os portugueses e espanhóis com a aprovação do Tratado de Madri, que trocava a posse da Colônia do Sacramento pelos Sete Povos das Missões. Características temáticas: O índio é visto como um herói moral, pois ele é manipulado pelo jesuíta (anti-jesuitismo). Crítica à guerra (a necessidade da guerra é questionada). A história não é mudada (os portugueses e os espanhóis vencem). A descrição é fiel à paisagem (natureza bruta, figura do índio – nativismo). Frei José de Santa Rita Durão Poesia Épica: Caramuru Estrutura: copia o modelo clássico camoniano História: narra a história de um náufrago português, Diogo, que vai acabar parando numa tribo indígena. Características temáticas: vai escrever o poema épico baseado no que ele ouviu ou leu. Ele teve pouca vivência no Brasil, por isso é inferior ao Uraguai, que traz uma maior riqueza da descrição brasileira. ROMANTISMO Romantismo (século XIX) é o período literário que veio depois do Arcadismo (século XVIII) e é dividido em três fases: Primeira Geração (Indianismo), Segunda Geração (Ultrarromantismo) e Terceira Geração (Condoreirismo). De modo geral, o Romantismo é caracterizado pela subjetividade, pela emoção, pelo sentimentalismo e pelo lirismo (à grosso modo, tudo isso é a mesma coisa). Ou seja: os escritores românticos escreviam de modo mais emotivo e sentimental, explorando as emoções e o dramahumano. A primeira fase dá destaque ao nacionalismo e ao índio (símbolo brasileiro), a segunda Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM fase explora o drama humano, investigando o próprio "eu" (é uma fase mais dramática e depressiva) e a terceira fase explora a temática social. 1ª Geração (Indianismo): No século XIX, o Brasil finalmente deixou de ser colônia de Portugal e conquistou a sua independência. Sendo assim, surgiu o desejo de fazer com que a nossa produção literária ficasse, de fato, mais "brasileira", afastando-se da literatura europeia e ganhando características mais próprias, ou seja: ficando mais nacional. Afinal, o Brasil agora é independente e precisa de uma literatura própria, precisa construir a sua cultura. Surgiu, então, a primeira fase do Romantismo, que era o Indianismo (Primeira Geração), que tinha como característica valorizar e exaltar tudo o que o Brasil tinha de bom: exaltação do índio (daí vem o nome "indianismo"), da natureza, da liberdade, além da presença do forte espírito patriótico (nacionalismo ufanista). Destacam-se nesse período: Gonçalves Dias (que escreveu Canção do Exílio, I-Juca-Pirama e OsTimbiras) e Gonçalves de Magalhães (que escreveu Suspiros Poéticos e Saudades, obra que iniciou o Romantismo no Brasil). Exemplo de texto Indianista (Gonçalves Dias): Minha terra tem palmeiras, Onde canta o Sabiá; As aves, que aqui gorjeiam, Não gorjeiam como lá. Nosso céu tem mais estrelas, Nossas várzeas têm mais flores, Nossosbosques têm mais vida, Nossa vida mais amores. Esse poema foi escrito quando o poeta estava em Portugal. Portanto, o poema retrata a Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM saudade do Brasil, exaltando suas características (palmeiras, sabiá, várzeas, flores, bosques, etc...). Na prosa, quem se destacou foi José de Alencar, que era um romancista "completo": escreveu romances históricos, indianistas, urbanos e regionalistas. É o autor de Iracema, grande obra do período. Também podemos destacar Joaquim Manoel de Macedo (autor de "A Moreninha") e Manuel Antônio de Almeida (autor de "Memórias de um Sargento de Milícias"). Segunda Geração (Ultrarromantismo) O Ultrarromantismo é a segunda fase do Romantismo e é caracterizado pela influência do poeta britânico George Byron, que aborda temas depressivos e pessimistas, como a morte, a dor, o amor não correspondido, o tédio, a tristeza profunda, o individualismo, o saudosismo, o excesso de sentimentalismo, entre outros. Por isso, essa geração de poetas é conhecida como "Mal do Século". No Brasil, os principais autores foram: Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu e Fagundes Varella. Os poetas eram ultrarromânticos, ou seja: eles eram "ultrasentimentais", "ultraemotivos", "ultrasubjetivos". Isso significa que eles eram bem emotivos e sentimentais. Terceira Geração (Condoreirismo) O Condoreirismo foi a terceira fase do Romantismo e tinha como característica a questão social: abolicionismo da escravidão, liberdade, republicanismo. O abolicionismo foi um tema de destaque nesse período, sendo bem explorado por Castro Alves (conhecido como o "poeta dos escravos"), que escreveu Navio Negreiro e Espumas Flutuantes. "Condoreirismo" vem de "condor", uma ave que tem uma visão ampla. Portanto, os escritores do período também agiam como condores, pois tinham uma visão ampla e conseguiam enxergar a realidade social e seus problemas. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Outra característica é que o amor é realizado: o homem não fica mais idealizando sua musa inatingível (como ocorria antes), não ocorre mais o "amor platônico". Dessa vez, a mulher é algo muito mais real e a poesia é muito mais erótica. Essa fase já começa a apresentar alguns elementos de transição para os próximos períodos da Literatura Brasileira: o Realismo e o Naturalismo. REALISMO Vimos que o Romantismo foi um período da história da Literatura Brasileira caracterizado pela emoção e pelo sentimentalismo. Depois do Romantismo vieram dois movimentos: o Realismo e o Naturalismo. O Realismo e o Naturalismo foram dois movimentos literários que ocorreram ao mesmo tempo, aparecendo depois do Romantismo. Neste artigo, nós vamos falar a respeito do Realismo. Contexto Histórico Para entendermos o Realismo, nós precisamos entender o que estava acontecendo no Brasil naquela época. De modo geral, o nosso país estava sendo "sacudido" por uma série de mudanças sociais, econômicas e políticas. Afinal, nesse período, ocorreu a Abolição da Escravatura (1888),a decadência da economia açucareira, o crescimento da cafeicultura, a influência do pensamento positivista (vindo da França) e a Proclamação da República (1889). Ou seja: era muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Surgiu, então, o Realismo, uma tendência literária que era oposta ao Romantismo. Ao invés de os escritores se afundarem nos sentimentos e nas emoções interiores (como os românticos faziam), os escritores realistas, influenciados pela filosofia positivista, ficaram mais interessados em observar o mundo de um modo mais real e coerente (daí vem o nome "Realismo"). Características http://www.resumosdeliteratura.com/2014/10/resumo-de-romantismo-literatura.html Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Os escritores realistas, ao contrário dos românticos, não se envolviam emocionalmente. Ou seja: não existia mais aquele sentimentalismo do Romantismo. No Realismo, os escritores estavam mais preocupados em representar a realidade da forma mais concreta e fiel possível. Por isso, suas narrativas eram bem detalhadas e seus personagens eram trabalhados psicologicamente (análise psicológica). Portanto, o objetivo do Realismo era observar a sociedade do modo mais real, concreto e objetivo possível (sem a interferência das emoções), analisando os valores da sociedade e criticando suas instituições e os comportamentos da época. O casamento, por exemplo, era visto como uma instituição decadente por causa do adultério. A burguesia (classe social dos comerciantes urbanos) também era criticada. Machado de Assis O grande destaque do período foi Machado de Assis, um dos maiores escritores de toda a história da Literatura Brasileira. Sua escrita era caracterizada pela intertextualidade, pela metalinguagem pela análise realista do espírito humano e de seus valores. Algumas de suas obras mais famosas foram: Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba e Dom Casmurro, além dos contos O Espelho, A Cartomante, Sereníssima República, dentre outros. Outros autores de destaque do Realismo foram: Raul Pompeia (autor de "O Ateneu") e Aluísio de Azevedo (autor de "O Cortiço"), além de Inglês de Souza, Domingos Olímpio e Adolfo Caminha. NATURALISMO Falamos a respeito do Realismo, período literário onde se buscava escrever a respeito da realidade brasileira, criticando-se a sociedade e o comportamento das pessoas de modo fiel à realidade (sem emotividade ou sentimentalismo, coisa que acontecia lá no Romantismo). http://www.resumosdeliteratura.com/2014/10/resumo-de-realismo-literatura-brasileira.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/10/resumo-de-romantismo-literatura.html Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM O Naturalismo é uma ramificação do Realismo e ambos os movimentos se manifestaram na mesma época. Os naturalistas também faziam o que os realistas faziam (retratar a realidade humana), porém eles eram um pouco mais radicais, já que eles tratavam a realidade de um modo mais científico, ou seja: tratavam o ser humano como um objeto de estudo que deveria ser estudado por meio da observação fiel da realidade e também da experiência. Portanto, a característica principal do Naturalismo é o excesso da linguagem científica (cientificismo exagerado), que tratava o homem como um objeto de estudo científico. Por isso, a escrita naturalista é simples e objetiva, porém repleta de descrições e de detalhes. Os naturalistas observavam os problemas sociais e lidavam com temas polêmicos da época (crimes, adultério, sexo, homossexualidade, violência, agressividade, etc...). Eles escreviam a respeito dos instintos e da personalidade humana. PARNASIANISMO O Parnasianismo nada mais é do que o Realismo/Naturalismo na poesia. De modo geral, o Naturalismo e o Parnasianismo fazem parte do Realismo, sendo que o Naturalismo é um Realismo mais científico e o Parnasianismo é o Realismo na poesia. Os três movimentos aconteceram na mesma época. Ao contrário dos românticos do Romantismo (que eram movidos pelo excesso de sentimentos e de emoções), os poetas do Parnasianismo gostavam da linguagem rebuscada e racionalista, ou seja: eles gostavam da poesia mais elaborada. São características da poesia parnasiana: preocupação com a forma, vocabulário culto e formal, objetivismo, apego à poesia clássica (com referências à mitologia grega e romana), a "arte pela arte" (compara a poesia como escultura, pintura ou qualquer outra arte), o gosto pela descrição (poesias que descrevem os fatos, as cenas, os objetos). Exemplo de poesia parnasiana: VasoGrego (Alberto de Oliveira) http://www.resumosdeliteratura.com/2014/10/resumo-de-naturalismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/10/resumo-de-realismo-literatura-brasileira.html Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Esta de áureos relevos, trabalhada, De divas mãos, brilhante copa, um dia, Já de aos deuses servir como cansada, Vinda do Olimpo, a um novo deus servia. Era o poeta de Teos que o suspendia Então, e, ora repleta ora esvasada, A taça amiga aos dedos seus tinia, Toda de roxas pétalas colmada. Depois... Mas, o lavor da taça admira, Toca-a, e do ouvido aproximando-a, às bordas Finas hás de lhe ouvir, canora e doce, Ignota voz, qual se da antiga lira Fosse a encantada música das cordas, Qual se essa voz de Anacreonte fosse. Observe que: o vocabulário é bem rebuscado e formal (busca pela perfeição estética), não existe o sentimentalismo dos românticos (a poesia é descritiva, objetiva e racional), há diversas referências à cultura e à mitologia clássica ("aos deuses servir", "vinda do Olimpo", "Teos", "Anacreonte"), "arte pela arte" (a poesia é tratada como o vaso; o vaso representa a poesia). Principais Poetas do Parnasianismo: Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Raimundo Correia. Outras informações: a poesia parnasianista foi o principal tipo de poesia do século XIX. Isso significa que a poesia só era considerada poesia de verdade se ela tivesse as Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM características parnasianas (busca pela perfeição estética, formalidade, vocabulário culto, etc). SIMBOLISMO Já vimos que o Realismo, o Naturalismo e o Parnasianismo foram movimentos literários que ocorreram na mesma época, que eles reagiam contra o sentimentalismo do Romantismo e que retratavam o mundo de modo real, observando-o e o descrevendo exatamente como ele é, sem emoção e sem sentimento. O Simbolismo foi um movimento literário que reagiu contra essa forma científica de ver o mundo, resgatando um pouco a segunda fase do Romantismo (o Ultrarromantismo, o "mal do século"). Porém, os simbolistas foram mais profundos no aspecto metafísico: eles eram muito mais filosóficos. Características do Simbolismo: mergulho no "eu" (introspecção), emoção, universo metafísico e filosófico, misticismo, desejo de transcender o mundo e alcançar o "cosmos", pessimismo (interesse pela morte, pelo oculto, pelo mistério e pela noite), subjetivismo e decadência humana (retoma as características do Ultrarromantismo). Desse modo, eles viam a realidade do mundo de uma maneira mais metafísica, usando uma linguagem cheia de metáforas, de imagens, de símbolos (daí vem o nome "Simbolismo"), de elementos sinestésicos (mistura de sensações; exemplo: visão com olfato). Principais Autores: Cruz e Souza e Eugênio de Castro. Exemplo de texto simbolista: Cavador do Infinito (Cruz e Souza) Com a lâmpada do Sonho desce aflita E sobe aos mundos mais imponderáveis, http://www.resumosdeliteratura.com/2014/10/resumo-de-realismo-literatura-brasileira.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/10/resumo-de-naturalismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/11/resumo-de-parnasianismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/10/resumo-de-romantismo-literatura.html Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Vai abafando as queixas implacáveis, Da alma o profundo e soluçado grito. Ânsias, Desejos, tudo a fogo, escrito Sente, em redor, nos astros inefáveis. Cava nas fundas eras insondáveis O cavador do trágico Infinito. E quanto mais pelo Infinito cava mais o Infinito se transforma em lava E o cavador se perde nas distâncias... Alto levanta a lâmpada do Sonho. E com o seu vulto pálido e tristonho Cava os abismos das eternas ânsias! Observe as metáforas ("lâmpada do Sonho", "cavador do trágico Infinito"), o "mergulho no Eu" (o poeta "mergulha em si mesmo", ou seja: ele mergulha no Infinito), o misticismo e o desejo de transcender a matéria ("e sobe aos mundos mais imponderáveis", "nos astros inefáveis") e o pessimismo ("e com o seu vulto pálido e tristinho", "cava os abismos das eternas ânsias"). O poeta se afunda em si próprio ("cava o Infinito") em busca do fundamento da existência humana (metafísica, filosofia) e se perde ("e o cavador se perde nas distâncias"). PRÉ-MODERNISMO Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Ao longo do século XIX a Literatura Brasileira foi caracterizada pelo Realismo, pelo Naturalismo, pelo Parnasianismo e pelo Simbolismo. Depois de todos esses movimentos literários veio o Pré-Modernismo, um momento de transição para o Modernismo. O Pré-Modernismo não é considerado uma escola literária (ou seja: um período literário com características próprias), mas sim uma fase de transição entre os movimentos literários do século XIX e XX, já que ele mistura, de modo diversificado, as características do Modernismo, do Parnasianismo, do Simbolismo e do Realismo. De modo geral, são características do Pré-Modernismo: transição entre os movimentos literários conservadores do século XIX (Realismo, Naturalismo e Parnasianismo) e moderno do século XX (Modernismo), oscilação entre a linguagem culta e coloquial, exposição da realidade social brasileira, regionalismo, nacionalismo, temáticas históricas, econômicas, políticas e sociais. Autores importantes: Euclides da Cunha: escreveu Os Sertões. Lima Barreto: escreveu Triste Fim de Policarpo Quaresma. Monteiro Lobato: autor do Sítio do Pica Pau Amarelo e do personagem Jeca Tatu. MODERNISMO Já estudamos que a Literatura Brasileira do século XIX foi caracterizada pelo Realismo, pelo Naturalismo, pelo Parnasianismo e pelo Simbolismo. No século XX, surgiu um movimento que queria renovar o estilo da Literatura, rompendo com a Literatura tradicional do século XIX (Realismo, Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo), buscando, assim, inovações modernas para o novo século: é o Modernismo (antes houve um momento de transição chamado de Pré- Modernismo). Os modernistas queriam uma Literatura livre, sem "fórmulas" e sem http://www.resumosdeliteratura.com/2014/10/resumo-de-realismo-literatura-brasileira.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/10/resumo-de-naturalismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/11/resumo-de-parnasianismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/11/resumo-de-simbolismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/10/resumo-de-realismo-literatura-brasileira.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/10/resumo-de-naturalismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/11/resumo-de-parnasianismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/11/resumo-de-simbolismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/11/resumo-de-pre-modernismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/11/resumo-de-pre-modernismo-literatura.html Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM regras, sem palavras cultas e formais demais, sem o rebuscamento do vocabulário, sem a cultura tradicional e acadêmica. O Modernismo no Brasil começou com a Semana de Arte Moderna de 1922, que foi a reunião de vários artistas (pintura, literatura, música, arquitetura, escultura, etc) de várias tendências artísticas que buscavam renovar as artes, difundindo suas ideias e rompendo, assim, com a cultura tradicional e conservadora do século XIX. O Modernismo teve três fases (gerações): 1ª Geração Modernista (1922 -1930) Os principais nomes dessa geração foram: Manuel Bandeira, Oswald de Andrade e Mário de Andrade, As principais características dessa geração foram: linguagem livre (poesia sem regras de rima e de métrica), linguagem coloquial (livre de formalismos e de palavras cultas), gírias e até erros gramaticais (porque os erros de gramática e a linguagem coloquial é a linguagem usada pelos brasileiros). Temas tratados com irreverência e ironia (bom-humor, piada, paródia), temas inspirados no cotidiano das pessoas e poemas "relâmpagos" (curtíssimos e breves). Claro que tudo isso irritava os mais conservadores e tradicionais. Exemplo de texto modernista da primeira geração: Pronominais (Oswald de Andrade) Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Deixa disso camarada Me dá um cigarro Observe que: não existe rima, nem métrica, nem formalismos. A linguagem é coloquial e também é impregnada de irreverência e ironia. Não há preocupação com erros de português. Enquanto que a gramática diz que o correto é "dê-me", o poeta zomba da gramática e escreve "me dá". Ele está mais interessado na gramática coloquial que é usada no cotidiano das pessoas, ou seja: o poeta prefere a modalidade linguística mais adequada à realidade brasileira. Em outras palavras: "que se dane a gramática e os velhos conservadores do século passado, isso aqui é Modernismo, pô!". 2ª Geração Modernista (1930 - 1945) Essa geração também é conhecida como Geração de 30. É nessa fase que o Modernismo ganha mais força no Brasil. Os principais autores dessa geração foram: na poesia, Carlos Drummond de Andrade e Cecília Meireles; na prosa, Jorge Amado, Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e José Lins do Rego. Na parte da prosa, os modernistas se interessaram por temas nacionais e usaram uma linguagem mais brasileira (uma linguagem mais regionalista). Destaque para o regionalismo nordestino, que retratou os problemas da região (seca e migração). Também podemos destacar o romance urbano (histórias das cidades grandes), que retratou a vida das famílias urbanas. Na poesia, continuamos com o verso livre, mas também encontramos uma poesia mais amadurecida e sensível à realidade, que questiona a existência humana e a inquietação social. 3ª Geração Modernista (1945 - 1960) Essa geração também é conhecida como Geração de 45. Os principais autores do período foram: Clarice Lispector, João Guimarães Rosa e Nelson Rodrigues, além de Ariano Suassuna e Lygia Fagundes Telles. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM A poesia volta a ficar um pouco mais formal (efeito "poesia é a arte da palavra") e há uma preocupação maior com o estilo e com a estética da poesia. Na prosa, Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles trabalharam o aprofundamento psicológico dos personagens e inovaram as técnicas narrativas, quebrando o tradicional "início, meio e fim". Guimarães Rosa se dedicou ao regionalismo (ele é o autor de Grande Sertão: Veredas) e inovou a narrativa ao empregar o discurso indireto livre. O teatro ganhou força com Nelson Rodrigues. Fonte: http://www.resumosdeliteratura.com/2014/11/resumo-de-modernismo- literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/11/resumo-de-modernismo-literatura.html http://www.resumosdeliteratura.com/2014/11/resumo-de-modernismo-literatura.html Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM MATEMÁTICA E SUAS TECNOLOGIAS MATEMÁTICA RAZÃO E PROPORÇÃO Uma razão é a divisão entre dois números e a proporção é uma igualdade entre razões. Parece estranho? Imagine que você lê uma receita em que há: para cada xicara de achocolatado, coloque três de leite (1 está para 3), mas você resolve dobrar essa receita, então precisará duas xicaras de achocolatado e seis de leite. A razão é a relação entre o número de xicaras de achocolatado e o número de xicaras de leite; a proporção é a relação entre uma receita e duas receitas. Veja abaixo: 1 3 = 2 6 A razão de uma receita deve ser lida como “1 está para 3” e a razão da receita dobrada deve ser lida como “2 está para 6”. Como temos uma relação de proporção entre essas razões, dizemos “1 está para 3 assim como 2 está para 6”. REGRA DE TRÊS A regra de três é um processo matemático para a resolução de muitos problemas que envolvem duas ou mais grandezas diretamente ou inversamente proporcionais. Neste sentido, existem dois tipos de regra de três, regra de três simples e a regra de três composta. Regra de três simples: Precisa de três valores apresentados para descobri o quarto valor. Regra de três composta: Permite descobrir um valor a partir de três ou mais valores conhecidos. Grandezas Diretamente Proporcionais Duas grandezas são diretamente proporcionais quando, o aumento de uma implica no aumento da outra na mesma proporção. Grandezas Inversamente Proporcionais Duas grandezas são inversamente proporcionais quando, o aumento de uma implica na redução da outra. PRATICANDO 1. Uma torneira enche um tanque em 6 h. Quanto tempo o mesmo tanque levará para encher, se forem utilizadas 4 torneiras com a mesma vazão da torneira anterior? Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM 2. Em uma empresa, 50 funcionários, produzem 200 peças, trabalhando 5 horas por dia. Se o número de funcionários cair pela metade e o número de horas de trabalho por dia passar para 8 horas, quantas peças serão produzidas? LEITURA E INTERPLETAÇÃO DE GRÁFICOS ELEMENTOS DOS GRÁFICOS 1. Título: apresenta de forma clara e direta o que as informações presentes no gráfico representam e, algumas vezes, a unidade de medida usada para essas informações ou alguma transformação para ela; 2. Legenda: é usada para identificar as informações apresentadas no gráfico, separadas por cor ou por hachura; 3. Fonte de pesquisa: site, blog, página, pesquisa, jornal, revista ou qualquer outra fonte para a construção do gráfico. Veja agora os tipos de gráfico existentes: TIPOS DE GRÁFICO Gráfico de barras Gráfico de linhas 0 5 10 15 20 25 30 35 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Número de alunos de uma escola, por série Sétimo ano Oitavo ano Nono ano Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Gráfico de setores ESTATÍSTICA CONCEITOS FUNDAMENTAIS População é qualquer conjunto, não necessariamente de pessoas, que constituem todo o universo de informações de que se necessita. Amostra corresponde a um grupo representativo da população. MÉDIA ARITIMETICA A média (Me) é calculada somando-se todos os valores de um conjunto de dados e dividindo-se pelo número de elementos deste conjunto. Me = x1+x2+x3+⋯+xn n MODA A Moda (Mo) representa o valor mais frequente de um conjunto de dados, sendo assim, para defini-la basta observar a frequência com que os valores aparecem. 0 10 20 30 40 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 Sétimo ano Oitavo ano Nono ano Números de alunos do sétimo ano de uma escola, por ano 2014 2015 Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM MEDIANA A Mediana (Md) representa o valor central de um conjunto de dados. Para encontrar o valor da mediana é necessário colocar os valores em ordem crescente ou decrescente. Quando o número elementos de um conjunto é par,a mediana é encontrada pela média dos dois valores centrais. Assim, esses valores são somados e divididos por dois. PORCENTAGEM Observemos o gráfico que representa brinquedos doados para uma caridade: Como calcular a porcentagem: Caso N = 350 brinquedos doados. Sendo N números total de brinquedos. Por regra de 3: 40----------------------100 X------------------------350 Multiplicando meio pelos extremos, temos: 100.x = 40.350 x = 140 Logo, para uma doação de 350 brinquedos, são 140 carrinhos. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Pode-se obter tal resultado mais rapidamente se pensarmos que o número de carrinhos é igual a 40% (0,4) do número de brinquedos. Tal expressão remete à multiplicação do número de brinquedos por 0,4. Logo, rapidamente obtemos: x = 0,4.350 x = 140 Aumento ou redução em determinada porcentagem Um trabalhador recebia R$ 2000 de salário mensal, mas seu chefe deu um aumento de 10% no salário do seu empregado. Quanto o trabalhador recebe após o aumento? Resolução: Chamemos de x o novo salário: x = 2000.(100%+10%) x = 2000.(1+0,1) x = 2000 . 1,1 x = R$ 2200 O novo salário do trabalhador é de R$ 2200. Outro exemplo. Em uma promoção, o preço do refrigerante que era de R$ 4,00 foi reduzido de 25%, qual o novo preço? Resolução: Chamemos de x o novo preço do refrigerante: x = 4.(100%-25%) x = 4.(1-0,25) x = 4 . 0,75 x = R$ 3,00 FUNÇÕES DEFINIÇÃO DE FUNÇÃO Dados dois conjuntos A e B não vazios, uma função f de A em B é uma relação que associa a cada elemento x∈A, um único elemento y∈B. Assim, uma função liga um O novo preço é de R$ 3,00. Note que como é uma redução, o sinal de menos foi utilizado. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM elemento do domínio (conjunto A de valores de entrada) com um segundo conjunto, o contradomínio (conjunto B de valores de saída) de tal forma que a cada elemento do domínio está associado exatamente a um, e somente um, elemento do contradomínio. O conjunto dos elementos do contradomínio que são relacionados pela f a algum x do domínio é o conjunto imagem, denotado por Im(f). Vejamos um exemplo através da representação por diagramas, onde podemos observar a definição descrita: Representação por diagramas: Dom (f) = {-3,-2,-1,0} CD (f) = {0,1,2,3,4,5,6,7,8,9} IM (f) = {0,1,4,9} Classificação de uma função: Função injetora: uma função é injetora se os elementos distintos do domínio tiverem imagens distintas. Por exemplo, dada a função f : A→B, tal que f(x) = 3x. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Função sobrejetora: uma função é sobrejetora se, e somente se, o seu conjunto imagem for especificadamente igual ao contradomínio, Im = B. Por exemplo, se temos uma função f : Z→Z definida por y = x +1 ela é sobrejetora, pois Im = Z. Função bijetora: uma função é bijetora se ela é injetora e sobrejetora. Por exemplo, a função f : A→B, tal que f(x) = 5x + 4. FUNÇÃO DE PRIMEIRO GRAU Chama-se função polinomial do 1º grau, ou função afim, a qualquer função f de IR em IR dada por uma lei da forma f(x) = ax + b, onde a e b são números reais dados e a 0. Na função f(x) = ax + b, o número a é chamado de coeficiente de x e o número b é chamado termo constante. Gráfico O gráfico de uma função polinomial do 1º grau, y = ax + b, com a 0, é uma reta oblíqua aos eixos Ox e Oy. Por exemplo, vamos construir o gráfico da função y = 3x – 1 Já vimos que o gráfico da função afim y = ax + b é uma reta. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM O coeficiente de x, a, é chamado coeficiente angular da reta e, como veremos adiante, está ligado à inclinação da reta em relação ao eixo Ox. O termo constante, b, é chamado coeficiente linear da reta. Para x = 0, temos y = a · 0 + b = b. Assim, o coeficiente linear é a ordenada do ponto em que a reta corta o eixo Oy. Zero ou raiz da função do 1º grau Chama-se zero ou raiz da função polinomial do 1º grau f(x) = ax + b, a 0, o número real x tal que f(x) = 0. Temos: f(x) = 0 ax + b = 0 x = - 𝑏 𝑎 Função crescente ou decrescente Consideremos a função do 1º grau y=3x-1. Vamos atribuir valores cada vez maiores a x e observar o que ocorre com y: X aumenta X -3 -2 -1 0 1 2 3 Y -10 -7 -4 -1 2 5 8 Y aumenta Regra geral: - a função do 1º grau f(x) = ax + b é crescente quando o coeficiente de x é positivo (a > 0); - a função do 1º grau f(x) = ax + b é decrescente quando o coeficiente de x é negativo (a < 0). FUNÇÃO DO SEGUNDO GRAU Definição Função Polinomial do 2º Grau ou Função Quadrática é a função real definida por: f(x) = ax2 + bx + c, onde a, b e c são coeficientes reais, sendo a ≠ 0. Propriedades gráficas O gráfico da Função Polinomial do 2º Grau y = ax2 + bx + c é uma parábola cujo eixo de simetria é uma reta vertical, paralela ao eixo y ou até mesmo o próprio eixo y, passando pelo vértice da parábola. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Concavidade da parábola Interseção da parábola com o eixo x (eixo das abscissas) ou raízes da função: A parábola intercepta o eixo x (eixo das abscissas) no ponto (x,0), ou seja, sempre que y for igual a zero. Logo, temos que ax2 + bx + c = 0. As raízes da função são raízes da equação do 2º grau, ou seja, 𝒙 = −𝒃±√𝚫 𝟐𝒂 , onde Δ = b2 – 4ac. Repare que, sendo ∆ = b2 – 4ac, podemos ter: Δ < 0 => a parábola não intercepta o eixo Ox, ou seja, não existe raízes reais. Δ = 0 => a parábola é tangente ao eixo Ox, ou seja, possui duas raízes iguais. Δ > 0 => a parábola intercepta o eixo Ox em dois pontos distintos, ou seja, possui duas raízes distintas. Interseção da parábola com o eixo y (eixo das ordenadas): A parábola intercepta o eixo das ordenadas sempre quando temos o valor de x igual a zero, ou seja, y = a.02 + b.0 + c = 0 + 0 + c = c. Logo, a parábola intercepta o eixo das ordenadas no ponto (0,c). Vértice da parábola: O vértice da parábola determina o ponto de mínimo ou de máximo da função. Tal vértice será o par ordenado (xv,yv). Para determinar o vértice de uma parábola precisa-se calcula o Xv e o Yv, usando a seguinte fórmula: a > o a < o A parábola pode ter a concavidade voltada para cima ou para baixo. A parábola tem a concavidade voltada para cima quando a > 0 enquanto tem a concavidade voltada para baixo quando a < 0. Observe: Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Xv = −𝑏 2𝑎 ou 𝑥1+𝑥2 2 Yv = −𝛥 4𝑎 PRATICANDO 1. A temperatura T de um forno (em graus centígrados) é reduzida por um sistema a partir do instante de seu desligamento (t = 0) e varia de acordo com a expressão T(t) = - t2 4 + 400, com t em minutos. Por motivos de segurança, a trava do forno só é liberada para abertura quando o forno atinge a temperatura de 39ºC. Qual o tempo mínimo de espera, em minutos, após se desligar o forno, para que a porta possa ser aberta? a) 19,0 b) 19,8 c) 20,0 d) 38,0 e) 39,0 ANÁLISE COMBINATÓRIA PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM No princípio fundamental da contagem, também chamado de princípio multiplicativo, multiplica-se o número de opções entre as escolhas que lhe são apresentadas. Ex: Uma lanchonete vende uma promoção de lanche a um preço único. No lanche, estão incluídos um sanduíche, uma bebida e uma sobremesa. São oferecidos três opções de sanduíches: hambúrguer especial, sanduíche vegetariano e cachorro-quentecompleto. Como opção de bebida pode-se escolher 2 tipos: suco de maçã ou guaraná. Para a sobremesa, existem quatro opções: cupcake de cereja, cupcake de chocolate, cupcake de morango e cupcake de baunilha. Considerando todas as opções oferecidas, de quantas maneiras um cliente pode escolher o seu lanche? Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM ARRANJOS Nos arranjos, os agrupamentos dos elementos dependem da ordem e da natureza dos mesmos. An,p = 𝑛! (𝑛−𝑝)! Ex: Como exemplo de arranjo, podemos pensar na votação para escolher um representante e um vice-representante de uma turma, com 20 alunos. Sendo que o mais votado será o representante e o segundo mais votado o vice-representante. Dessa forma, de quantas maneiras distintas a escolha poderá ser feita? Observe que nesse caso, a ordem é importante, visto que altera o resultado final. An,p = 20! (20−2)! = 20.19.18! 18! = 380 PERMUTAÇÕES As permutações são agrupamentos ordenados, onde o número de elementos (n) do agrupamento é igual ao número de elementos disponíveis. Assim a permutação é expressa pela fórmula: Pn = n! Ex: Para exemplificar, vamos pensar de quantas maneiras diferentes 6 pessoas podem se sentar em um banco com 6 lugares. Pn = 6! = 6.5.4.3.2.1 = 720 COMBINAÇÕES 3 x 2 x 4 = 24 Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM As combinações são subconjuntos em que a ordem dos elementos não é importante, entretanto, são caracterizadas pela natureza dos mesmos. Cn,p = 𝑛! 𝑃! (𝑛−𝑝)! Ex: A fim de exemplificar, podemos pensar na escolha de 3 membros para formar uma comissão organizadora de um evento, dentre as 10 pessoas que se candidataram. De quantas maneiras distintas essa comissão poderá ser formada? C10,3 = 10! 3! (10−3)! = 10.9.8.7! 3! .7! = 10.9.8 3.2.1 = 120 PRATICANDO 1. Perfumista é o profissional que desenvolve novas essências para a indústria de cosméticos. Considere que um perfumista constatou que a combinação de quaisquer três extratos entre os de Andiroba, Cupuaçu, Pitanga e Buriti produzem fragrâncias especiais para a fabricação de perfumes. Simbolizando-se a essência de Andiroba por A, a de Buriti por B, a de Cupuaçu por C e a de Pitanga por P, quais são as possíveis combinações dessas essências para a fabricação de perfumes, constatadas pelo perfumista? a) ABC, BCP b) ACB, BCP, PCA c) ABC, BCP, CBP d) ABC, ABP, ACP, BCP e) ACB, BAP, CPA, PAB 2. O corpo clínico da pediatria de um certo hospital é composto por 12 profissionais, dos quais 3 são capacitados para atuação junto a crianças que apresentam necessidades educacionais especiais. Para fins de assessoria, deverá ser criada uma comissão de 3 profissionais. Quantas comissões distintas podem ser formadas? a) 36 b) 220 c) 132 d) 1320 e) 400 Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM PROBABILIDADE A teoria da probabilidade é o ramo da Matemática que estuda experimentos ou fenômenos aleatórios e através dela é possível analisar as chances de um determinado evento ocorrer. EXPERIMENTO ALEATÓRIO Um experimento aleatório é aquele que não é possível prever qual resultado será encontrado antes de realizá-lo. FÓRMULA DA PROBABILIDADE Em um fenômeno aleatório, as possibilidades de ocorrência de um evento são igualmente prováveis. Sendo assim, podemos encontrar a probabilidade de ocorrer um determinado resultado através da divisão entre o número de eventos favoráveis e o número total de resultados possíveis: P(A) = 𝒏(𝑨) 𝒏(𝜴 ESPAÇO AMOSTRAL Representado pela letra Ω, o espaço amostral corresponde ao conjunto de resultados possíveis obtidos a partir de um experimento aleatório. Por exemplo, ao retirar ao acaso uma carta de um baralho, o espaço amostral corresponde às 52 cartas que compõem este baralho. TIPOS DE EVENTOS O evento é qualquer subconjunto do espaço amostral de um experimento aleatório. Quando um evento é exatamente igual ao espaço amostral ele, é chamado de evento certo. Ao contrário, quando o evento é vazio, ele é chamado de evento impossível. Ex: Imagine que temos uma caixa com bolas numeradas de 1 a 20 e que todas as bolas são vermelhas. P(A): probabilidade da ocorrência de um evento A n(A): número de casos que nos interessam (evento A) n(Ω): número total de casos possíveis Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM O evento "tirar uma bola vermelha" é um evento certo, pois todas as bolas da caixa são desta cor. Já o evento "tirar um número maior que 30", é impossível, visto que o maior número na caixa é 20. GEOMETRIA PLANA A geometria plana estuda o comportamento de estruturas no plano, a partir de conceitos básicos primitivos como ponto, reta e plano. Estuda o conceito e a construção de figuras planas como quadriláteros, triângulos, círculos, suas propriedades, formas, tamanhos e o estudo de suas áreas e perímetro. CONCEITOS BÁSICOS PONTO Segundo “Os Elementos”, de Euclides, um ponto é definido como "o que não tem partes". É apenas uma posição no espaço. É representado por letras maiúsculas. RETA Uma reta é a reunião de infinitos pontos. É uma “linha” com comprimento, mas sem largura. É sempre representada por uma letra minúscula. PLANO A α Um plano é uma região onde há infinitos pontos e infinitas retas. É um elemento com comprimento e largura. Geralmente é representado por letras gregas. https://www.infoescola.com/livros/elementos-obra-de-euclides-de-alexandria/ https://www.infoescola.com/biografias/euclides/ Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM SEGMENTO DE RETA Dados dois pontos distintos A e B, a união desses pontos com o conjunto de pontos compreendidos entre A e B é chamado de segmento de reta. Representamos esse segmento de reta AB por AB. SEMIRRETA Dados dois pontos distintos A e B, a reunião do segmento de reta AB com o conjunto dos pontos X tais que B está entre A e X é a semirreta AB, indicada por AB. ÂNGULOS Chama-se ângulo a região entre duas semirretas que partem de uma mesma origem. Podemos dizer, ainda que um ângulo é a medida da abertura de duas semirretas que partem da mesma origem. CÁLCULO DE ÁREAS O QUADRADO O quadrado é uma figura geométrica plana regular em que todos os seus lados e ângulos são iguais. Veja um exemplo de quadrado na figura a seguir: Indica-se: ∠AOB, ∠BOA, AÔB, BÔA ou Ô. Para calcular a área de um quadrado basta que se multipliquem dois dos seus lados l entre si. AQ = l2 https://www.infoescola.com/matematica/angulos/ Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM O RETÂNGULO O retângulo é uma figura geométrica plana cujos lados opostos são paralelos e iguais e todos os ângulos medem 90º. Confiram o retângulo abaixo: O TRIÂNGULO O triângulo é uma figura geométrica plana formada por três lados e três ângulos. A soma dos seus ângulos internos é igual 180º. O TRAPÉZIO O trapézio é uma figura plana com um par de lados paralelos (bases) e um par de lados concorrentes. CIRCUNFERÊNCIA Para calcular a área do retângulo, basta que se multipliquem seu comprimento c pela largura l. AR = c x l Para calcular a área do triângulo multiplica-se a base b pela altura h e divide o resultado por 2 (metade da área do retângulo). AT = 𝒃 . 𝒉 𝟐 Para calcular a área do trapézio adiciona-se a base maior c à base menor a, aoresultado da soma multiplica-se a altura, e por fim, divide-se o resultado final por 2. ATra = (𝒄 + 𝒂).𝒉 𝟐 https://www.infoescola.com/geometria-plana/trapezio/ Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Circunferência é a figura geométrica formada por todos os pontos que equidistam de um ponto fixo, chamado de centro. CÍRCULO Podemos definir um círculo como sendo o conjunto de todos os pontos interiores de uma circunferência, ou seja, é o espaço contido dentro da circunferência. ÁREA DE UM CÍRCULO A área de um círculo pode ser determinada matematicamente por: GEOMETRIA ESPACIAL CARACTERÍSTICAS DA GEOMETRIA ESPACIAL A Geometria Espacial estuda os objetos que possuem mais de uma dimensão e ocupam lugar no espaço. Por sua vez, esses objetos são conhecidos como "sólidos geométricos" ou "figuras geométricas espaciais". Conheça melhor alguns deles: A circunferência não possui área. O é o centro da circunferência; AB é o Diâmetro (D); AO e OB são raios (r); 𝑨𝒄 = 𝝅𝒓𝟐 Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM PRISMA Fórmulas do Prisma Área Lateral: para calcular a área lateral do prisma, basta somar as áreas das faces laterais. Área Total: para calcular a área total de um prisma, basta somar as áreas das faces laterais e as áreas das bases. Volume do Prisma: O volume do prisma é calculado pela seguinte fórmula: CUBO Fórmulas do Cubo Diagonal lateral: É caracterizado por ser um poliedro convexo com duas bases (polígonos iguais) congruentes e paralelas, além das faces planas laterais (paralelogramos). Podendo ser classificado como: Reto: possui arestas laterais perpendiculares à base, cujas faces laterais são retângulos. Oblíquo: possui arestas laterais oblíquas à base, cujas faces laterais são paralelogramos. Al = n . a At = Al . 2Ab V = Ab . h O cubo é formado por 12 arestas (segmentos de retas) congruentes, 6 faces quadrangulares e 8 vértices (pontos). Dl = a√𝟐 Dl = a√𝟑 https://www.todamateria.com.br/volume-do-prisma/ Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Diagonal Cubo: Área total: para calcular a área total do Cubo, basta somar as áreas das 6 faces. Volume do Cubo: O volume de uma figura geométrica corresponde ao espaço ocupado por determinado objeto. Assim, para calcular o volume do cubo utiliza-se a fórmula: PARALELEPÍPEDO O paralelepípedo é um prisma quadrangular com base de paralelogramos. Fórmulas do paralelepípedo Área da Base: Ab = a.b Área Total: At = 2ab+2bc+2ac Volume: V = a.b.c PIRÂMIDE A pirâmide é um sólido geométrico de base poligonal que possui todos os vértices num plano (plano da base). Sua altura corresponde a distância entre o vértice e sua base. At = 6a2 V = a3 Paralelepípedo Reto: possuem arestas laterais perpendiculares à base, ou seja, apresentam ângulos retos (90º) entre cada uma das faces. Paralelepípedos Oblíquos: possuem arestas laterais oblíquas à base. Elementos da Pirâmide Base: corresponde à região plana poligonal na qual se sustenta a pirâmide. Altura: designa a distância do vértice da pirâmide ao plano da base. Arestas: são classificadas em arestas da base, ou seja, todos os lados do polígono da base, e arestas laterais, segmentos formados pela distância do vértice da pirâmide até sua base. Apótemas: corresponde à altura de cada face lateral; são classificadas em apótema da base e apótema da pirâmide. Superfície Lateral: É a superfície poliédrica composta por todas as faces laterais da pirâmide. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Fórmulas da Pirâmide Área total: Al + Ab Volume: V = Ab . h 3 CONE Ele possui uma base circular (r) formada por segmentos de reta que têm uma extremidade num vértice (V) em comum. Fórmulas do Cone Área da Base: Para calcular a área da base de um cone (circunferência), utiliza-se a seguinte fórmula: Ab = 𝝅𝒓𝟐 Área Lateral: formada pela geratriz do cone, a área lateral é calculada através da fórmula: Al = 𝝅.r.g Área Total: para calcular a área total do cone, soma-se a área da lateral e a área da base. Para isso utiliza-se a seguinte expressão: At = 𝝅.r (g+r) Volume do cone: corresponde a 1/3 do produto da área da base pela altura, calculado pela seguinte fórmula: V = 𝝅.𝑟2.ℎ 3 CILINDRO Cone Reto: No cone reto, o eixo é perpendicular à base, ou seja, a altura e o centro da base do cone formam um ângulo de 90º, donde todas as geratrizes são congruentes entre si e, de acordo com o Teorema de Pitágoras, tem-se a relação: g²=h²+r². O cone reto é também chamado de “cone de revolução” obtido pela rotação de um triângulo em torno de um de seus catetos. Cone Oblíquo: No cone oblíquo, o eixo não é perpendicular à base da figura. https://www.todamateria.com.br/volume-do-cone/ https://www.todamateria.com.br/teorema-de-pitagoras/ https://www.todamateria.com.br/teorema-de-pitagoras/ Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM O cilindro ou cilindro circular é um sólido geométrico alongado e arredondado que possui o mesmo diâmetro ao longo de todo o comprimento. ESFERA A esfera é um sólido geométrico obtido através da rotação do semicírculo em torno de um eixo. É composto por uma superfície fechada na medida em que todos os pontos estão equidistantes do centro (O). Fórmulas da Esfera Área da Esfera: Para calcular a área da superfície esférica, utiliza-se a fórmula: Ae = 4.𝝅.r2 Área da Base: Para calcular a área da base do cilindro, utiliza- se a seguinte fórmula: Ab= π.r2 Área Lateral: Para calcular a medida da superfície lateral, utiliza- se a fórmula: Al= 2 π.r.h Área Total: Para calcular a área total do cilindro soma-se 2 vezes a área da base à área lateral At= 2.Ab+Al Volume do cilindro: é calculado a partir do produto da área da base pela altura: V = π.r2.h Superfície Esférica: corresponde ao conjunto de pontos do espaço no qual a distância do centro (O) é equivalente ao raio (R). Cunha Esférica: corresponde à parte da esfera obtida ao girar um semicírculo em torno de seu eixo. Fuso Esférico: corresponde à parte da superfície esférica que se obtém ao girar uma semicircunferência de um ângulo em torno de seu eixo. Calota Esférica: corresponde a parte da esfera (semiesfera) cortada por um plano. https://www.todamateria.com.br/area-da-esfera/ Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Volume da Esfera: Para calcular o volume da esfera, utiliza-se a fórmula: Ve = 𝟒.𝝅.𝒓𝟑 𝟑 https://www.todamateria.com.br/volume-da-esfera/ Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM REDAÇÃO REDAÇÃO GÊNEROS TEXUAIS E ORAIS GÊNEROS TEXTUAIS Chamamos de gênero textual as classificações criadas para agrupar texto de acordo com suas características. São exemplos romances, novelas, contos, crônicas, fábulas, relatos, biografias, notícias, currículos, cardápios, resenhas, artigos, ensaios, monografias, seminários, palestras, conferências, propagandas ou editoriais jornalísticos. Para começar, vamos observar os textos abaixo. Qual deles você classificaria como gênero textual? TEXTO I A ORIGEM DA FOME BRÁULIO BESSA Eu procurei entender Qual a receita da fome Quais são seus ingredientesA origem do seu nome Entender também porque Falta tanto o de comer Se todo mundo é igual Chega dá um calafrio Saber que o prato vazio É o prato principal Do que é que ela é feita Se não tem gosto, nem cor Não cheira, nem fede a nada E o nada é seu sabor Qual o endereço dela Se ela tá lá na favela Ou nas brenhas do sertão É companheira da morte Mesmo assim não é mais forte Do que um pedaço de pão! Que rainha estranha é essa Que só reina na miséria Que entra em milhões de lares Sem sorrir, com a cara séria Que provoca dor e medo E sem encostar um dedo Causa em nós tantas feridas A maior ladra do mundo Que nesse exato segundo Roubou mais algumas vidas! Continuei sem saber Do que é que a fome é feita Mais vi que a desigualdade Deixa ela satisfeita Foi aí que eu percebi Por isso que eu não a vi Eu olhei pro lado errado Ela tá em outro canto Entendi que a dor e o pranto Era só seu resultado! Eu achei seus ingredientes Na origem da receita No egoísmo do homem Na partilha que é má feita! E mexendo num caldeirão Eu vi a corrupção Cozinhando a tal da fome Temperando com vaidade Misturando com maldade Pro pobre que lhe consome! Acrescentou na receita Notas superfaturadas 1 K de desemprego 30 verbas desviadas Rebolou num caldeirão 20 gramas de inflação E 30 escolas fechadas! Sendo assim, Sendo assim, se a fome é feita De tudo que é do mal É consertando a origem Que a gente muda o final Fiz uma ponte ligeiro Se juntar todo dinheiro Dessa tal corrupção Mata fome em todo canto E ainda sobra outro tanto Pra saúde e Educação Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM TEXTO II Fonte: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/09/04/no-malaui-consumo-de-rato-ajuda-populacao-a-evitar-a-fome-durante-a- pandemia.ghtml TEXTO III Calvin, Haroldo e seus amigos. www.novaescola.com.br Acertou quem disse: - Todos! Sim, todos os textos acima apresentam um Gênero Textual diferente. ATENÇÃO Não confunda Gênero Textual com tipo de texto! Diferente dos gêneros textuais que são incontáveis, os tipos textuais são apenas cinco. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/09/04/no-malaui-consumo-de-rato-ajuda-populacao-a-evitar-a-fome-durante-a-pandemia.ghtml https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/09/04/no-malaui-consumo-de-rato-ajuda-populacao-a-evitar-a-fome-durante-a-pandemia.ghtml Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Blog Maxi Educa Relações entre tipo textual e gênero textual Os gêneros textuais em muitos sentidos se relacionam com os tipos textuais. Assim, cabe observar tanto as marcas textuais e linguísticas (tipos de textuais) quanto a própria forma do texto (gênero) no processo de construção do texto. Observe a tabela: TIPOS TEXTUAIS GÊNEROS TEXTUIAS NARRATIVO Tipo textual predominante em gêneros como conto, romance, crônica, fábula, piada... ARGUMENTATIVO Tipo textual predominante em gêneros como manifesto, resenha, editorial, crítica e redação argumentativa... DESCRITIVO Tipo textual predominante em gêneros como legenda de imagens, classificados... INJUNTIVO Tipo textual predominante em gêneros como capítulos de livros didáticos, verbetes de dicionários, receitas, manuais... INFORMATIVO Tipo textual predominante em gêneros como notícias e reportagens. Fonte: www.mesalva.com Gêneros Textuais argumentativos Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Como já estudamos, os gêneros textuais se organizam a partir dos tipos textuais. Vejamos alguns exemplos de textos predominantemente argumentativos: Redação escolar A violência contra a mulher no Brasil tem apresentado aumentos significativos nas últimas décadas. De acordo com o Mapa da Violência de 2012, o número de mortes por essa causa aumentou em 230% no período de 1980 a 2010. Além da física, o balanço de 2014 relatou cerca de 48% de outros tipos de violência contra a mulher, dentre esses a psicológica. Nesse âmbito, pode-se analisar que essa problemática persiste por ter raízes históricas e ideológicas. O Brasil ainda não conseguiu se desprender das amarras da sociedade patriarcal. Isso se dá porque, ainda no século XXI, existe uma espécie de determinismo biológico em relação às mulheres. Contrariando a célebre frase de Simone de Beavouir “Não se nasce mulher, torna-se mulher”, a cultura brasileira, em grande parte, prega que o sexo feminino tem a função social de se submeter ao masculino, independentemente de seu convívio social, capaz de construir um ser como mulher livre. Dessa forma, os comportamentos violentos contra as mulheres são naturalizados, pois estavam dentro da construção social advinda da ditadura do patriarcado. Consequentemente, a punição para este tipo de agressão é dificultada pelos traços culturais existentes, e, assim, a liberdade para o ato é aumentada. Além disso, já o estigma do machismo na sociedade brasileira. Isso ocorre porque a ideologia da superioridade do gênero masculino em detrimento do feminino reflete no cotidiano dos brasileiros. Nesse viés, as mulheres são objetificadas e vistas apenas como fonte de prazer para o homem, e são ensinadas desde cedo a se submeterem aos mesmos e a serem recatadas. Dessa maneira, constrói-se uma cultura do medo, na qual o sexo feminino tem medo de se expressar por estar sob a constante ameaça de sofrer violência física ou psicológica de seu progenitor ou companheiro. Por conseguinte, o número de casos de violência contra a mulher reportados às autoridades é baixíssimo, inclusive os de reincidência. Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas e ideológicas brasileiras dificultam a erradicação da violência contra a mulher no país. Para que essa erradicação seja possível, é necessário que as mídias deixem de utilizar sua capacidade de propagação de informação para promover a objetificação da mulher e passe a usá-la para difundir campanhas governamentais para a denúncia de agressão contra o sexo feminino. Ademais, é preciso que o Poder Legislativo crie um projeto de lei para Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM aumentar a punição de agressores, para que seja possível diminuir a reincidência. Quem sabe, assim, o fim da violência contra a mulher deixe de ser uma utopia para o Brasil. Amanda Carvalho Maia Castro https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-redacoes-do-enem-2015-que-tiraram-nota-maxima Editorial O poder da mulher incomoda “É um tanto ridículo chegarmos perto da terceira década do século XXI ainda falando sobre luta por direitos. O direito de não apanhar de um homem fisicamente mais forte; o direito de não sofrer abuso no transporte público; o direito de casar-se com quem bem entender; o direito de ter um salário melhor; o direito de expressar no corpo a própria religião (ou abster-se de ter que acreditar em qualquer coisa sobrenatural); o direito de ocupar cargos diretivos; o direito de vestir-se como queira; o direito de ser dono do seu corpo, o direito de fazer trabalho braçal. Embora esses “direitos” sejam para todos os cidadãos, hoje o foco é nas mulheres. Ontem foi seu “dia”. Seu dia? Por que é preciso ter uma data marcada para lembrar a sociedade que é preciso bater no peito o orgulho de ser mulher? A resposta é simples e pode ser equiparada ao racismo. Ele nunca deixará de existir até o dia em que não precisemos mais falar sobre isso. Outro dia, ouvi, em tom de brincadeira, uma piada sobre o empoderamento feminino. “Não sei o que elas querem. Para que mudar uma tradição de tantos séculos?” Tantosséculos de submissão, abusos ferrenhos dentro da própria casa e uma constante omissão para preservar a imagem do agressor perante a sociedade. Além disso, e talvez o pior, superar a incredulidade sobre sua força intelectual (até mesmo de outras mulheres) perante o mundo. O compositor Douglas Germano escreveu a emblemática canção “Maria da Vila Matilde”, em que aquela Maria eleva sua voz sobre os desmandos do agressor com quem ela se relacionava. Na canção, Germano replica a violência doméstica que viu em sua própria casa. “Você vai se arrepender de levantar a mão para mim. Cadê meu celular, eu vou ligar pro 180” é o verso principal e que deve ser o grito de guerra das mulheres de todo o país contra o machismo velado que persiste em escorar-se em nosso cotidiano, mostrando suas perigosas garras ao menor descuido. A quem acredita na falsa afirmação de que somos um país tolerante, sinto dizer. É hora de pensar fora da sua caixa. O Brasil tolera o que convém. Nos bastidores, a coisa é bem https://g1.globo.com/educacao/noticia/leia-redacoes-do-enem-2015-que-tiraram-nota-maxima Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM diferente. As estatísticas apontam nosso país como um dos mais violentos do mundo em questão de raça, gênero e religião. Quinhentos mil estupros por ano, com cerca de 70% das vítimas tendo como agressores pessoas próximas; dez estupros coletivos diariamente; somente 15,7% dos acusados presos; quase 5 milhões de denúncias na Central de Atendimento à Mulher, desde sua implantação em 2005 (fone 180, não é por acaso que está na música). Tudo isso gera vergonha, omissão, medo de assassinato, medo de encarar a sociedade. O que vão pensar de mim? Eles vão pensar que o poder feminino incomoda, então é melhor você ficar calada para não abalar as estruturas de uma sociedade com números medievais em meio a tantos avanços. O que nos dá um alento é que, em meio a toda essa banalidade, há para quem gritar. “Seja a voz que tantas mulheres gostariam de ter.” https://www.guiaestudo.com.br/texto-editorial (Jornal SP Norte – 09/03/2018). Gêneros Literários: gêneros textuais narrativos De acordo com as definições clássicas, os gêneros literários seriam o épico, o lírico e o dramático. O épico encarregava-se de narrar os feitos dos heróis, ou seja, narrar uma história com personagens considerando o espaço-tempo específico. São exemplos de epopeia a Ilíada e a Odisséia. O gênero lírico é aquele que expressa emoção no qual a sonoridade é parte crucial do texto. Geralmente esses textos eram declamados com o auxilio de instrumentos musicais (a Lira, por exemplo). O gênero dramático constituía-se através da representação, logo, os personagens encarregavam-se de narrar as histórias, principalmente por meio de diálogos. No entanto, com a mistura desses gêneros, ocorrem certas modificações que acarretam na formação de novos gêneros, os chamados gêneros híbridos. Vejamos alguns exemplos: Romance “Só Gabriela parecia não sentir a caminhada, seus pés como que deslizando pela picada muitas vezes aberta na hora a golpes de facão, na mata virgem. Como se não existissem as pedras, os tocos, os cipós emaranhados. A poeira dos caminhos da caatinga a cobrira tão por completo que era impossível distinguir seus traços. Nos cabelos já não penetrava o pedaço de pente, tanto pó se acumulara. Parecia uma demente perdida nos caminhos. Mas Clemente sabia como ela era deveras e o sabia em cada partícula de seu ser, na ponta dos dedos e na pele do peito. Quando os dois grupos se encontraram, no começo da Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM viagem, a cor do rosto de Gabriela e de suas pernas era ainda visível e os cabelos rolavam sobre o cangote, espalhando perfume. Ainda agora, através da sujeira a envolvê-la, ele a enxergava como a vira no primeiro dia, encostada numa árvore, o corpo esguio, o rosto sorridente, mordendo uma goiaba.” (Trecho de Gabriela, cravo e canela, de Jorge Amado, 1958) Conto Segue abaixo um trecho do conto “Missa do Galo”, do escritor brasileiro Machado de Assis (1839-1908): “NUNCA PUDE entender a conversação que tive com uma senhora, há muitos anos, contava eu dezessete, ela trinta”. Era noite de Natal. Havendo ajustado com um vizinho irmos à missa do galo, preferi não dormir; combinei que eu iria acordá-lo à meia-noite. A casa em que eu estava hospedado era a do escrivão Meneses, que fora casado, em primeiras núpcias, com uma de minhas primas A segunda mulher, Conceição, e a mãe desta acolheram-me bem quando vim de Mangaratiba para o Rio de Janeiro, meses antes, a estudar preparatórios. Vivia tranqüilo, naquela casa assobradada da Rua do Senado, com os meus livros, poucas relações, alguns passeios. A família era pequena, o escrivão, a mulher, a sogra e duas escravas. Costumes velhos. Às dez horas da noite toda a gente estava nos quartos; às dez e meia a casa dormia. Nunca tinha ido ao teatro, e mais de uma vez, ouvindo dizer ao Meneses que ia ao teatro, pedi-lhe que me levasse consigo. Nessas ocasiões, a sogra fazia uma careta, e as escravas riam à socapa; ele não respondia, vestia- se, saía e só tornava na manhã seguinte. Mais tarde é que eu soube que o teatro era um eufemismo em ação. Meneses trazia amores com uma senhora, separada do marido, e dormia fora de casa uma vez por semana. Conceição padecera, a princípio, com a existência da comborça; mas afinal, resignara-se, acostumara-se, e acabou achando que era muito direito. Boa Conceição! Chamavam-lhe "a santa", e fazia jus ao título, tão facilmente suportava os esquecimentos do marido. Em verdade, era um temperamento moderado, sem extremos, nem grandes lágrimas, nem grandes risos. No capítulo de que trato, dava para maometana; aceitaria um harém, com as aparências salvas. Deus me perdoe, se a julgo mal. Tudo nela era atenuado e passivo. O próprio rosto era mediano, nem bonito nem feio. Era o que chamamos uma pessoa simpática. Não dizia mal de ninguém, perdoava tudo. Não sabia odiar; pode ser até que não soubesse amar. Naquela noite de Natal foi o escrivão ao teatro. Era pelos anos de 1861 ou 1862. Eu já devia estar em Mangaratiba, em férias; mas fiquei até o Natal para ver “a missa do galo Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM na Corte”. A família recolheu-se à hora do costume; eu meti-me na sala da frente, vestido e pronto. Dali passaria ao corredor da entrada e sairia sem acordar ninguém. Tinha três chaves a porta; uma estava com o escrivão, eu levaria outra, a terceira ficava em casa. Crônica Segue abaixo um trecho de crônica do escritor brasileiro “Machado de Assis”. Ela foi publicada em 22 de agosto de 1889, no jornal “Gazeta de Notícias” no Rio de Janeiro. “Bons dias! Quem nunca invejou, não sabe o que é padecer. Eu sou uma lástima. Não posso ver uma roupinha melhor em outra pessoa, que não sinta o dente da inveja morder-me as entranhas. É uma comoção tão ruim, tão triste, tão profunda, que dá vontade de matar. Não há remédio para esta doença. Eu procuro distrair-me nas ocasiões; como não posso falar, entro a contar os pingos de chuva, se chove, ou os basbaques que andam pela rua, se faz sol; mas não passo de algumas dezenas. O pensamento não me deixa ir avante. A roupinha melhor faz-me foscas, a cara do dono faz-me caretas... Foi o que me aconteceu, depois da última vez que estive aqui. Há dias, pegando numa folha da manhã, li uma lista de candidaturas para deputados por Minas, com seus comentos e prognósticos. Chego a um dos distritos, não me lembra qual, nem o nome da pessoa, e que hei de ler? Que o candidato era apresentado pelos três partidos, liberal, conservador e republicano.A primeira coisa que senti, foi uma vertigem. Depois, vi amarelo. Depois, não vi mais nada. As entranhas doíam-me, como se um facão as rasgasse, a boca tinha um sabor de fel, e nunca mais pude encarar as linhas da notícia. Rasguei afinal a folha, e perdi os dois vinténs; mas eu estava pronto a perder dois milhões, contando que aquilo fosse comigo. Poesia Quadrilha João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história. (Carlos Drummond de Andrade) REDAÇÃO DISSERATIVA ARGUMENTATIVA O que é um texto dissertativo argumentativo? O texto dissertativo-argumentativo é um gênero discursivo muito comum em provas de vestibular, como a Fuvest, e no Enem. Em resumo, trata-se de uma produção em que um autor defende seu ponto de vista por meio de argumentos. No caso específico do Exame Nacional do Ensino Médio, exige-se, também, que se apresentem propostas de solução para os problemas levantados na argumentação. CARACTERÍSTICAS O texto dissertativo-argumentativo - ou apenas dissertação - é um tipo de texto que discute assuntos socialmente relevantes. No caso específico do Enem, questões que envolvem o Brasil e seus principais problemas costumam aparecer como tema da redação. Além disso, esse tipo de texto é reconhecido por ter uma estrutura bastante rígida, dividida em três partes fundamentais: introdução (sempre o primeiro parágrafo), desenvolvimento 1 (segundo parágrafo), desenvolvimento 2 (terceiro parágrafo) e a conclusão (quarto parágrafo, cada um com uma função específica. Vamos olhar a tabela: 1º parágrafo INTRODUÇÃO Tem a função de iniciar o texto, ou seja, um efeito de abertura. Pode ser entendido como matriz textual, uma vez que apresenta o plano de texto de forma sintética: tema, tese e os dois argumentos a serem desenvolvidos no texto. 2º parágrafo DESENVOLVIMENTO I O desenvolvimento tem a função de defender o ponto de vista, apresentando suas Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM (argumentação) ideias por meio de estratégias argumentativas. 3º parágrafo DESENVOVIMENTO II (argumentação) 4º parágrafo CONCLUSÃO Tem a função de concluir, ou seja, atribui um efeito e fechamento ao texto. Nesse material veremos três formas de conclusão: a retomada, a nova tese e a proposta de intervenção. Fonte: mesalva.com LEITURA E COMPREENSÃO DE TEXTO Como ler e interpretar um texto. O ATO DE ESTUDAR (Apresentação a partir do texto de Paulo Freire) Paulo Freire, educador da atualidade, aponta a necessidade de se fazer uma prévia reflexão sobre o sentido do estudo. Segundo suas palavras: “Toda bibliografia deve refletir uma intenção fundamental de quem a elabora: a de atender ou despertar o desejo de aprofundar os conhecimentos naqueles a quem se oferece a bibliografia." Se falta o ânimo de usar a bibliografia em quem a recebe, ou se a bibliografia, em si mesma, não foi capaz de desafiá-lo, se frustra a referida intenção fundamental. A relação bibliográfica, então, permanece como um papel inútil, entre outros, perdido nas gavetas de um escritório. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM Essa intenção fundamental de quem elabora a bibliografia exige dele um tríplice respeito: a quem se dirige a bibliografia, aos autores citados e a ele mesmo. A sugestão de leitura de livros não é a cópia dos títulos ao acaso. Quem sugere deve saber o quê e por que sugere. Aqueles que recebem a relação bibliográfica, por sua vez, devem ter nela, não uma rota dogmática de leitura, mas um desafio, desafio que vai se concretizando na medida em que vão estudando e não simplesmente lendo, por alto, os livros citados. "Estudar, realmente, é um trabalho difícil. Exige, de quem a ele se propõe, uma posição crítica, sistemática. Exige uma disciplina intelectual que não se ganha a não ser praticando-a." HÜHNE, Leda Miranda (Org.). O ato de estudar. In: Metodologia Científica. 4ª ed. Rio de Janeiro, Agir, 1990. Isto, infelizmente, é o que a educação "bancária" não estimula. Ao contrário, sua técnica reside, fundamentalmente, em matar nos educandos a curiosidade, o espírito investigador, sua criatividade. Sua "disciplina" é a disciplina para a ingenuidade frente ao texto, não para a indispensável criticidade. Este procedimento ingênuo ao Qual é submetido o educando, ao lado de outros fatores, pode explicar "as fugas do texto que os estudantes fazem, cuja leitura se torna puramente mecânica, enquanto, em imaginação, se voltam a outras situações. O que se lhes exige não é a compreensão do conteúdo, mas sua memorização." Paulo Freire nos mostra que em vez do Estudante tentar compreender o texto, ele toma como único desafio a sua memorização. No entanto, prossegue o autor, no caso de uma visão crítica, se dá exatamente o contrário. Paulo Freire, no seu texto Considerações em Torno do Ato de Estudar, nos chama a atenção para os seguintes itens indispensáveis ao ato de estudar: • O estudante deve assumir o papel de sujeito do ato de estudar. • O ato de estudar é uma atitude frente ao mundo. • O estudo de um tema específico deve colocar o estudioso a par da bibliografia em questão. • O ato de estudar depende de uma Atitude de humildade face ao saber. • O ato de estudar significa compreender e criticar. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM • Estudar significa assumir "uma misteriosa relação dialógica" com o autor do texto, cujo mediador é o tema! • O ato de estudar, como reflexão crítica, exige do sujeito uma reflexão sobre o próprio significado de estudar. (Estes itens encontram-se explicitados no texto que se encontra no livro Ação Cultural para a Liberdade, Ed. Paz e Terra, RJ. págs. 9-12.) A Leitura No texto de Paulo Freire não só é possível analisar a própria atitude face ao estudo, como também se pode estudar a relação com a leitura. Não nos diz Paulo Freire que o ato de ler só se realiza mediante um espaço de relação dialógica com o autor? Esta postura nos remete à questão do pensar. Todavia, na época atual, época dos meios de comunicação de massa, dos sistemas educacionais funcionalistas, de imediato não se consegue apreender claramente as dificuldades inerentes ao trabalho teórico. Mas o ato de ler, que é um ato de concentração, exige distanciamento e reflexão. É um ato que só se realiza mediante os procedimentos lógicos de análise, síntese, interpretação, juízo crítico. Deste modo, só seguindo uma série de atividades preparatórias é que se consegue alcançar um nível de interpretação aprofundado do texto, onde afinal o sentido se manifesta. COMO LER Dizia um professor de filosofia: "a inteligência humana é lenta". Isto pode significar que passamos por um lento processo intelectual até vencermos os obstáculos pessoais e culturais e alcançarmos a exata compreensão de uma mensagem. Esta nem sempre se mostra de imediato no momento da comunicação. E necessário da nossa parte um espaço de tempo para que possamos decodificar, assimilar, o que foi revelado no texto. Deste modo, se quisermos descobrir a mensagem de um texto, de modo abrangente, temos de nos submeter a uma séria disciplinade trabalho: 1.°- delimitar a unidade de leitura que pode ser um capítulo, uma seção ou até mesmo um grande parágrafo. O que caracteriza a unidade de leitura é a apresentação do sentido de modo global. Só após o entendimento dessa unidade é possível prosseguir na investigação de novas unidades de leitura; Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM 2.°- ler repetidas vezes o mesmo texto para certificar-se do alcance da compreensão verdadeira do assunto em pauta, grifando as idéias principais de cada parágrafo; ao lado, na margem, escrevendo uma frase-resumo. PASSOS a) Leitura exploratória - é a fase em que se deve prestar atenção à diretriz do pensamento do autor. Neste primeiro contato, dependendo das motivações da leitura, o leitor poderá levantar outros elementos que possam esclarecer mais a leitura. Nessa primeira leitura corrida não convém resumir nem sublinhar as idéiaschave. Todavia, é possível elaborar um modo sucinto um esquema das grandes partes do texto, de preferência dos três momentos da relação: Introdução, Desenvolvimento e Conclusão, que expressam a estrutura lógica do pensamento do autor. O esquema para visualizar o texto de modo global. Poderá procurar dados sobre a vida e obra do autor, sobre o momento histórico que ele viveu, sobre as influências que recebeu e até mesmo se elucidar sobre o vocabulário que ele usa. b) Leitura analítica - é a fase do exame do texto ou, como diz Paulo Freire, fase "da relação dialógica com o autor do texto, cujo mediador não é o texto considerado formalmente, mas o tema, ou os temas nele tratados". Nesta etapa é necessário deixar o autor falar para tentar perceber o quê e como ele apresenta o assunto. Quando estamos atentos ao texto, geralmente surge na mente um conjunto de perguntas, cujas respostas revelam o sentido e o conteúdo da mensagem. Exemplo de perguntas: 1. De que fala o texto? 2. Como está problematizado? 3. Qual o fio condutor da explanação? 4. Que tipo de raciocínio ele segue na argumentação? Todavia, é necessário lembrar que a idéia central defendida pelo autor só pode tomar corpo associada a outras idéias que são chamadas de secundárias em relação à principal. Mas como trabalhar nesta fase da leitura? A partir de unidades bem determinadas (parágrafos), tendo sempre à frente o tema-problema, que é o fio condutor de todo o texto. Neste trabalho de análise o texto é Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM subdividido refazendo toda a linha de raciocínio do autor. Para deixar às claras a idéia central e as idéias secundárias do texto é fundamental a técnica de sublinhar. DICAS 1 - Nunca sublinhar na primeira leitura. 2 - Só sublinhar as idéias principais e os pormenores significativos. 3 - Elaborar um código a fim de estabelecer sinais que indiquem o seu modo pessoal de apreender a leitura. Ex.: um sinal de interrogação face aos pontos obscuros do parágrafo; um retângulo para colocar em destaque as palavras-chave. 4 - Reconstruir o texto a partir das palavras sublinhadas em cada parágrafo. A leitura analítica serve de base para a elaboração do resumo ou síntese do livro. Convém lembrar que o resumo não é uma redução de idéias apreendidas nos parágrafos, mas é fundamentalmente a síntese das idéias do pensamento do autor. c) Leitura interpretativa - o ato de compreender se afirma no processo da interpretação, que afinal expressa a nossa capacidade de assimilação e crítica do texto. Nessa nova etapa de interpretação já não mais estamos apreendendo apenas o fio condutor do raciocínio do autor como na leitura analítica. Estamos nos posicionando face ao que ele diz. Para isso precisamos muitas vezes de outras fontes de consulta. Elas deverão servir para ampliar a nossa visão sobre o assunto e o autor e deste modo servir de instrumento de avaliação do texto. Este momento de crítica, momento de muita ponderação, exige uma consciência dos nossos pressupostos de análise diante dos pressupostos do autor. Se não houver distinção provavelmente haverá interferência na compreensão dos fundamentos básicos da mensagem. Também é possível se estabelecer critérios de julgamento, como originalidade, nova contribuição à exploração do assunto, coerência interna, etc. Todavia, esta postura considerada objetiva pode estar tão presa à diretriz de uma escola que pode até mesmo impedir a autocrítica e nos induzir a uma postura crítica inadequada em relação ao assunto e ao autor. O esforço de autocrítica nos permite perceber os limites da certeza da nossa interpretação como também possibilita prestar maior atenção aos argumentos apresentados pelo autor. Deste modo, ficamos sensíveis à demonstração da verdade e o exercício da sua busca se torna o sentido do nosso estudo e trabalho acadêmicos. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM d) Problematização - Para termos certeza da compreensão do que foi lido, nada mais indicativo do que o levantamento dos problemas do texto. Esse esforço nos faz rever todo o texto dando-nos elementos para a reflexão pessoal e debate em grupo. A Crítica O que você entende por crítica? Repare que o ato de criticar é um juízo. Como criticar sem conhecer a matéria que está analisando? Criticar por criticar é um ato psicológico, mas não estritamente lógico. E o ato de se contrapor, mas, na maior parte das vezes, sem fundamentos por falta de exame. Como estabelecer a verdadeira correspondência entre os conceitos de um texto, se não se estabeleceu a ligação ou a separação entre os dados? O ato de estudar é um ato lógico, que exige uma consciência e um domínio dos processos intelectuais próprios à abordagem dos problemas. De imediato as coisas ou as idéias surgem numa unidade confusa. Indiferenciada, sincrética, que exige uma postura de análise e síntese. A análise é um processo de decomposição de um todo em partes, visando separar os elementos de uma realidade complexa que pode ser tanto um objeto individual ou uma idéia. A análise não é apenas uma operação, é também um método, nesse sentido a análise é uma divisão, parte de um dado singular, para chegar aos princípios gerais. A síntese é um processo de composição dos elementos visando chegar a uma totalidade. Mas também é um método que, partindo de um todo, estabelece ordem entre os elementos chegando às últimas conseqüências. Embora a análise muitas vezes se oponha à síntese. Elas devem em geral caminhar juntas, já que uma complementa a outra. Se só se usa a análise há o perigo de se perder a visão de Conjunto. Se só se emprega a síntese, pode-se alcançar o nível de interpretação arbitrária. Se o pensar não se identifica ao raciocinar porque sua extensão é mais ampla, todavia é impossível pensar sem se usar os procedimentos da razão. E só deste modo se pode argumentar, demonstrar e conseqüentemente criticar. O Trabalho da Crítica do Pensamento Marilena Chauí ...Normalmente se imagina que a crítica permite opor um pensamento verdadeiro a um pensamento falso. Na verdade, a crítica não é isso. Não é um conjunto de conteúdos Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM verdadeiros que se oporia a um conjunto de conteúdos falsos. A crítica é um trabalho intelectual com a finalidade de explicitar o conteúdo de um pensamento qualquer, de um discurso qualquer, para encontrar o que está sendo silenciado por esse pensamento ou por esse discurso. O que interessa para a crítica não é o que está explicitamente pensado, explicitamente dito, mas exatamente aquilo que não está sendo dito. e que, muitas vezes, nem sequer está sendo pensadode maneira consciente. Ou seja, a tarefa da crítica é fazer falar o silêncio, colocar em movimento um pensamento que possa desvendar todo o silêncio contido em outros pensamentos, em outros discursos. Qual é a finalidade de fazer falar o silêncio, ou tornar explícito o implícito? Essa finalidade é dupla. Se quando explicito um pensamento ou um discurso, fazendo aparecer tudo aquilo que estava em silêncio, tudo aquilo que estava implícito, se, ao fazer isso, o pensamento ou o discurso que estou examinando se revela insustentável, se começa a desmanchar, se dissolver, se destruir à medida que vou explicitando tudo que nele havia, mas que ele não dizia, então a crítica encontrou algo muito preciso, encontrou a IDEOLOGIA. A ideologia é exatamente aquele tipo de discurso, aquele tipo de pensamento que contém um silêncio que, se for dito, destrói a coerência, a lógica da ideologia. Mas esse trabalho crítico pode encontrar uma outra coisa também. É perfeitamente possível que, ao fazer falar o silêncio de um pensamento ou de um discurso ao explicitar o seu implícito, o que se revele para nós seja um pensamento ainda mais rico do que havíamos imaginado, ainda mais coerente do que havíamos imaginado, ainda mais importante do que havíamos imaginado, capazes de nos dar pistas para pensar, caminhos novos, justamente porque pudemos perceber muito mais do que o que parecia à primeira vista estar contido nele. Nesse caso, a crítica encontrou um pensamento verdadeiro e, mais do que um pensamento verdadeiro, encontrou uma obra de pensamento propriamente dita. Ou seja, o que diferencia uma obra de pensamento de uma ideologia é o fato de que, na obra de pensamento, a descoberta de tudo o que estava silenciosamente contido nela, de tudo aquilo que nela pedia interpretação, de tudo aquilo que nela pedia revelação, explicitação, desdobramento, é aquilo que faz, no caso de uma ideologia, a destruição do próprio pensamento. Assim, a tarefa da crítica não é trazer verdades para se opor à falsidade; mas realizar um trabalho interpretativo com relação a pensamentos e discursos dados, para explicitar o implícito ou fazer falar seu silêncio, de tal modo que a abertura de um novo campo de pensamento através da crítica revela a descoberta de uma obra de pensamento, enquanto a destruição da coerência e da lógica do que foi explicitado revela que descobrimos uma ideologia. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM A crítica não é, portanto, um conjunto de conteúdos verdadeiros, mas uma forma de trabalhar. A forma de um trabalho intelectual, que é o trabalho filosófico por excelência. Nesse sentido, excluir a Filosofia de uma Universidade é, provavelmente, abolir o lugar privilegiado da realização da crítica. Obviamente, tem-se medo da crítica, pois se a crítica não traz conteúdos prévios, mas é descoberta de conteúdos escondidos, então ela é muito perigosa... (MARILENA CHAUÌ - O Papel da Filosofia na Universidade. Cadernos SEAF, nº 1.) HÜHNE, Leda Miranda (Org.). O ato de estudar. In: Metodologia Científica. 4ª ed. Rio de Janeiro, Agir, 1990. COMO FAZER A REDAÇÃO DO ENEM A prova de redação do Exame Nacional do Ensino Médio solicita aos estudantes a redação de um texto dissertativo-argumentativo para um determinado tema, seja ele de ordem social, cultural, científica ou até mesmo politica. O autor, nesse texto, deve defender um ponto de vista partindo de argumentos claros e concretos que permitam a apresentação de uma proposta de intervenção com finalidade de resolver a problemática que foi desenvolvida ao longo da produção textual. Para se alcançar a nota máxima, o texto deve atender a cinco competências, nas quais cada uma vale 200 pontos, que podem ser descontados de 40 em 40 (se o texto não as atender) até à chegar nota 0. São elas: COMPETÊNCIA I Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da Língua Portuguesa. COMPETÊNCIA II Compreender a proposta da redação e aplicar conceitos de várias áreas do conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa. COMPETÊNCIA III Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM COMPETÊNCIA IV Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. COMPTÊNCIA V Elaborar proposta de intervenção relacionada ao problema abordado, respeitando os direitos humanos. Fonte: mesalva.com Vejamos o exemplo a seguir: TEMA: "Democratização do acesso ao cinema no Brasil" (ENEM 2019) REDAÇÃO NOTA 1000 “Embora a Constituição Federal de 1988 assegure o acesso à cultura como direito de todos os cidadãos, percebe-se que, na atual realidade brasileira, não há o cumprimento dessa garantia, principalmente no que diz respeito ao cinema”. Isso acontece devido à concentração de salas de cinema nos grandes centros urbanos e à concepção cultural de que a arte direcionada aos mais favorecidos economicamente. É relevante abordar, primeiramente, que as cidades brasileiras foram construídas sobre um viés elitista e segregacionista, de modo que os centros culturais estão, em sua maioria, restritos ao espaço ocupado pelos detentores do poder econômico. Essa dinâmica não foi diferente com a chegada do cinema, já que apenas 17% da população do país frequenta os centros culturais em questão. Nesse sentido, observa-se que a segregação social - evidenciada como uma característica da sociedade brasileira, por Sérgio Buarque de Holanda, no livro "Raízes do Brasil" - se faz presente até os dias atuais, por privar a população das periferias do acesso à cultura e ao lazer que são proporcionados pelo cinema. Paralelo a isso, vale também ressaltar que a concepção cultural de que a arte não abrange a população de baixa renda é um fato limitante para que haja a democratização plena da cultura e, portanto, do cinema. Isso é retratado no livro "Quarto de Despejo", de Carolina Maria de Jesus, o qual ilustra o triste cotidiano que uma família em condição de miserabilidade vive, e, assim, mostra como o acesso a centros culturais é uma perspectiva distante de sua realidade, não necessariamente pela distância física, mas pela ideia de pertencimento a esses espaços. Dessa forma, pode-se perceber que o debate acerca da democratização do cinema é imprescindível para a construção de uma sociedade mais igualitária. Nessa lógica, é imperativo que o Ministério da Economia destine verbas para a construção de salas de cinema, de baixo custo ou gratuitas, nas periferias brasileiras por meio da inclusão desse objetivo na Lei de Diretrizes Orçamentárias, com o intuito de descentralizar o acesso à arte. Além disso, cabe às instituições de ensino promover passeios aos cinemas locais, desde o Travessa Tiradentes, entre Siqueira Mendes e Getúlio Vargas Em frente à Colônia Dos Pescadores Anexo ao IETAAM início da vida escolar das crianças, mediante autorização e contribuição dos responsáveis, a fim de desconstruir a ideia de elitização da cultura, sobretudo em regiões carentes. Feito isso, a sociedade brasileira poderá caminhar para a completude da democracia no âmbito cultural.” Ana Clara Socha SUGESTÕES DE LEITURA BAGNO, Marcos. Gramática de bolso do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2013. BAGNO, Marcos. Não é errado falar assim. São Paulo: Parábola editorial, 2009. BECHARA, Evanildo. Gramática Escolar da Língua Portuguesa. São Paulo: Nova Fronteira, 2010. GUEDES, Paulo Coimbra. Da redação escolar ao texto: um manual de redação. Porto Alegre: Editorada UFRGS, 2002. MORENO, Cláudio. Guia Prático do Português Correto. Porto Alegre: LP&M, 2010. [4 volumes] HOUAISS, Instituto Antônio. Escrevendo pela Nova Ortografia. São Paulo: Publifolha, 2009. REFERÊNCIAS https://oglobo.globo.com/arquivos/manual-avaliadorENEM2013. http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2013/guia_de_redacao_en em_2013. https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/generos-textuais https://brasilescola.uol.com.br/redacao/texto-dissertativo-argumentativo. http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/edital/2016/edital_enem_2016.pdf https://enem.inep.gov.br/antes https://oglobo.globo.com/arquivos/manual-avaliadorENEM2013 http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2013/guia_de_redacao_enem_2013 http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/guia_participante/2013/guia_de_redacao_enem_2013 https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/lingua-portuguesa/generos-textuais https://brasilescola.uol.com.br/redacao/texto-dissertativo-argumentativo http://download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/edital/2016/edital_enem_2016.pdf https://enem.inep.gov.br/antes