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Unidade I JOGOS E BRINQUEDOS NA INFÂNCIANA INFÂNCIA Profa. Eliana Delchiaro Jogos e brinquedos na infância - introdução A disciplina Jogos e Brinquedos na Infância estuda: As teorias sobre o jogo, o brinquedo e a brincadeira para a compreensão do processo de construção do conhecimento pela criança na faixa etária de 0 a 10 anos de idade. A atuação de espaços lúdicos para o desenvolvimento integral do educando. Conteúdos da unidade I 1. A história cultural do jogo, brinquedo e brincadeira. 2. Fundamentação teórica sobre jogo e brincadeira. Froebel, Dewey, Bruner e Piaget.Froebel, Dewey, Bruner e Piaget. 3. Usos, costumes e brincadeira na infância. O brincar de faz de conta ou jogo simbólico. Jogos e brinquedos na infância Você já observou atentamente o modo como as crianças brincam? O brincar é uma forma privilegiada de aprendizagem, pois é nesse ato que as p g , p q crianças trazem para suas brincadeiras o que veem, escutam, observam e experimentam. Jogos e brinquedos na infância Jogos infantis (1560) de Pieter Brueghel Jogos e brinquedos na infância Qual é a força cultural dos jogos observados na obra de Brueghel? participação dos jogos adultos e crianças; tradição;tradição; jogos e divertimentos são os principais meios para as sociedades estreitarem os laços afetivos. Como os brinquedos, jogos e brincadeiras são transmitidos de gerações a gerações?são transmitidos de gerações a gerações? Jogos e brinquedos na infância Observe a presença dessas brincadeiras ainda hoje! Jogos e brinquedos na infância “Quando a criança está de posse de um brinquedo ou toma parte em um jogo, ela tem a possibilidade de apropriar-se da cultura produzida por sua geração e por gerações anteriores a ela.” “o ato de brincar é comum entre as crianças, mas a maneira como esta ou aquela criança o faz depende de questões culturais presentes em seu entorno.” KLISYS (2010) Jogos e brinquedos na infância Para Kishimoto (1999, p. 30) os objetos que concebemos atualmente como brinquedos “eram representações que tinham significados no mundo adulto, voltados para práticas sociais ou religiosas e que na mão das criançasreligiosas, e que na mão das crianças, viraram brinquedos.” Como os brinquedos eram fabricados? Jogos e brinquedos na infância E atualmente como os brinquedos são fabricados? A criança Os pais Os fabricantes Com a industrialização do brinquedo há uma subordinação ao valor monetário. O mais comum, todavia, é os brinquedos , , q mais cobiçados pelas crianças estarem entre os mais caros e seduzidos pelo poder da mídia. Jogos e brinquedos na infância Como esse objeto denominado brinquedo se torna educativo/pedagógico? Por meio do brinquedo educativo, o pedagógico aparece justaposto ao lúdico, passando a ser visto como um objeto sério e não um objeto que as crianças usam para se divertir e ocupar o tempo. Jogos e brinquedos na infância O que é e o que não é brinquedo pedagógico? Será que o brinquedo pedagógico se restringe a ensinar formas, cores, números e letras? Há diferenças entre o brinquedo educativo e o pedagógico? Jogos e brinquedos na infância Vejamos as reflexões de Brougère: 1. O que caracteriza o brinquedo é a atitude que envolve a sua utilização. 2. A educação é um processo global e contínuo. Cada etapa docontínuo. Cada etapa do desenvolvimento e cada momento da vida de uma criança tem prioridades diferentes, as quais a atuação pedagógica precisa atender. 3. Todo brinquedo pode ser educativo,3. Todo brinquedo pode ser educativo, dependendo das circunstâncias, mas nem todo brinquedo pode ser pedagógico. Jogos e brinquedos na infância Para a criança, todo objeto se torna um brinquedo. Será que há diferença entre jogo e brinquedo? Ao brincar com os brinquedos/objetos, a criança usufrui de seu imaginário, pois ela joga, imita e representa, expressando emoções e sentimentos. O que diferencia o jogo (objeto) do brinquedo é a atuação do jogador/brincador que leva em consideração as regras e a proposta do jogo. Interatividade Os brinquedos e jogos trazem a história e a engenhosidade que a humanidade levou anos para constituir. Existem brinquedos infantis provenientes de diversas culturas e que ainda estão presentes em nosso cotidiano Isso representa a:cotidiano. Isso representa a: a) A força da produção de brinquedos. b) Que é natural o homem brincar. c) Que ainda não há diferença entre o mundo adulto e o infantil.adulto e o infantil. d) A força cultural dos brinquedos e brincadeiras. e) O estilo e a beleza dos brinquedos. História cultural do jogo, brinquedo e brincadeira O brinquedo, a criação e a imaginação. Como brincam as crianças atualmente? Como propiciar e estimular a criatividade e imaginação dessas crianças? História cultural do jogo, brinquedo e brincadeira Brinquedo autômato. História cultural do jogo, brinquedo e brincadeira Brinquedos de encaixe e construção. História cultural do jogo, brinquedo e brincadeira Alguns elementos devem ser considerados ao dispormos os objetos/brinquedos para as crianças: nem todo contato com um objeto/brinquedo é necessariamente uma brincadeira; o brinquedo não pode brincar sozinho, como uma TV; é preciso que um “brincador” o explore para descobrir o que se pode fazer compara descobrir o que se pode fazer com ele antes de apresentá-lo à criança. História cultural do jogo, brinquedo e brincadeira O b i d ó t f it á i d O brinquedo só surte efeito no cenário de uma situação organizada pela criança. O brinquedo inclui funções e significados, convida a criança a agir e a dar sentido ao seu cotidiano. O brincar com esse objeto/brinquedo é, ao mesmo tempo, ação (que se traduz pela manipulação) e produção de sentido. O brinquedo aparece como suporte que estrutura a atividade, assim como a maior parte dos objetos da cultura. O brinquedo oferece às crianças um universo de sentidos que dão uma dimensão ao faz de conta, além da pura brincadeira motora. História cultural do jogo, brinquedo e brincadeira Os objetos e/ou brinquedos com os quais a criança brinca podem ser desde elementos simples da natureza até itens sofisticados. Esses objetos aparecem em diferentes contextos no cotidiano infantil: na família, nas instituições educacionais, no contexto psicológico. Em cada um deles, um brinquedo pode ser visto como objeto de solidão ou consolação, como objeto que estimula a autonomia ou que potencializa a socialização da criança no coletivo. O brinquedo artesanal Ele é construído com diversos materiais, como madeira, lata, borracha, papelão e outros recursos retirados do cotidiano, inclusive sucata. Os brinquedos artesanais sempre terão espaço importante na formação social dasimportante na formação social das crianças, são produtos da habilidade manual, da fantasia e da capacidade criadora de cada pessoa. Ex.: carrinho, carrinho de rolemã, pipas, bonecas.rolemã, pipas, bonecas. O brinquedo artesanal Sucata, como objeto concreto “D d bibli t “Do mesmo modo que uma biblioteca se compõe de livros, o sucatário é um acervo de sucata, organizada e classificada. Sucata é qualquer coisa que perdeu seu uso original, que se quebrou, que não serve mais ou que não tem maisserve mais ou que não tem mais significado” (MACHADO, 2001). Há praticamente dois tipos: A sucata natural: constitui-se de sementes, pedras, conchas, folhas, penas, galhos, pedaços de madeira, areia, terra g , p ç , , etc.; A sucata industrializada: inclui todos os tipos de embalagens, copos plásticos, chapas metálicas,tecidos, papéis, papelões, isopor, caixas de ovos etc. Brinquedos e brincadeiras para crianças pequenas A cesta dos tesouros: Goldschmied & Jackson (2006), propõem a brincadeira do “Cesto detesouros” que reúne e oferece uma rica variedade de objetos cotidianos, escolhidos e dispostos em um cesto os quais propiciam estímulos sensoriais aos bebês. O uso do “cesto de tesouros” consiste em uma maneira de assegurar a riqueza das experiências do bebê em um momento em que o cérebro está pronto para receber, fazer conexões e, assim, utilizar essas informações. Cesta dos tesouros Os itens sugeridos para os cestos de tesouros, bem abastecidos, devem ter como objetivo principal despertar o máximo de interesse por meio do: tato: texturas, formato, peso; olfato: uma variedade de cheiros; paladar: utilizar alimentos como fontes de exploração; audição: sons como de campainhas, tilintar batidas coisas sendotilintar, batidas, coisas sendo amassadas; visão: cor, forma, comprimento e brilho. Cesta dos tesouros Cesta dos tesouros C t i i d tidi t iCom materiais do cotidiano, tais como: objetos naturais (conchas, cone de pinho, caroço de abacate, penas, pedaço de esponja, frutos etc.); objetos feitos de materiais naturais (alças de sacolas feitas de bambu, bolas de fio de lã, pincel de barba, pequena escova para sapatos etc.); objetos de madeira (apito de bambu, aro de cortina, colher ou espátula, pregadores de roupa etc.); objetos de metal (apito de escoteiro, coador de chá, espremedor de alho, espremedor de frutas, pequeno funil, sino etc.); Cesta dos tesouros Objetos feitos de couro, têxteis, borracha e pele (bola de borracha, bola de golfe, bola de tênis, bolsa de couro, bonequinhas de retalhos, saquinho de pano). Objetos de papel, papelão (cilindro de papel, papel impermeável, papel laminado, pequenas caixas de papelão, pequeno caderno com espiral). O brincar heurístico A l i k d l é A palavra grega eurisko, da qual é derivada a palavra heurístico significa “descobrir ou alcançar a compreensão de algo”. É uma abordagem e não uma metodologia. É uma atividade espontânea e exploratória. Não há um padrão de como trabalhar. Caberá ao professor planejar os materiais e registrar as ações das crianças identificando as descobertas, as conquistas, interesses e curiosidades. O professor deve variar e incluir itens diferentes e lembrar sempre da segurança da criança. Cesta dos tesouros Sugestão com: Materiais manufaturados. Castanhas grandes; chaves velhas em molhos pequenos, cilindros de papel, conchas, cones de pinho, pompons deconchas, cones de pinho, pompons de lã, restos de madeira, rolhas, sacolas e caixas pequenas, tampas e tiras de veludo, seda e renda. Materiais comprados. Argolas de cortina de madeira e de Argolas de cortina, de madeira e de metal, bolas de pingue-pongue,botões grandes,pedaços de correntes, prendedores de roupa, rolos de cabelos e tapetes de borracha. Resumindo... Por meio da brincadeira a criança se apropria da cultura da qual faz parte, simultaneamente, constrói novas possibilidades de ação e interação, além de formas inéditas de arranjar os elementos do ambiente e de sua própriaelementos do ambiente e de sua própria experiência. Interatividade Escolha os itens corretos: O professor deveEscolha os itens corretos: O professor deve sempre pesquisar e procurar colocar itens diferentes na “cesta dos tesouros”, não se esquecendo de: I - Levar em conta a segurança da criança. II - Deixar esses materiais espalhados pelo chão da creche. III - Observar e registrar as ações das crianças. IV - Dispor os materiais em sacolas em diferentes locais. Estão corretas as alternativas: a) I e IIa) I e II. b) I, III e IV. c) II e III. d) I e IV. e) I, II e III. Fundamentação teórica sobre o jogo e a brincadeira O homem busca na ação, imitação, representação e reflexão formas de expressar e compreender o seu contexto social, político e cultural, procurando, assim, influenciar e transformar a realidaderealidade. Ponto de vista histórico: Jogo como ação é feito a partir da imagem de criança presente no cotidiano de uma determinada época. Criança origem latina – creator – creatorisser humano de pouca idade. Infância também de origem latina – infans – infantis aquele que não fala. Fundamentação teórica sobre o jogo e a brincadeira Segundo Ariès (1981), a concepção de infância e criança sempre esteve ligada aos modelos da sociedade. Século XII desconhecimento do que vinha a ser infância, poucas eram as crianças que sobreviviam. O mundo antigo tinha representações genéricas sobre as crianças, o papel dos pais era poderoso sobre as crianças. Como surgiu a concepção de infância? Resulta de um longo processo cultural e histórico. Fundamentação teórica sobre o jogo e a brincadeira Na Idade Média, não havia uma noção de passagem entre o mundo infantil e o mundo adulto. A criança era vista como um adulto em miniatura. Fundamentação teórica sobre o jogo e a brincadeira Segundo Nunes & Silva (2000), essa concepção de adulto em miniatura foi tomando nova forma e [...] “a partir do final do século XVII a infância adquiriria uma significação representada pelo estado de fraqueza e inocênciaestado de fraqueza e inocência associado ao reflexo da pureza divina, o que colocava a educação na situação de primeira obrigação humana.” Estas representações de fraqueza e inocência davam às crianças umainocência davam às crianças uma identidade de pureza angelical. Fundamentação teórica sobre o jogo e a brincadeira Observe a imagem angelical de criança retratada: Fundamentação teórica sobre o jogo e a brincadeira Ariès (1981) mostra-nos que foi necessária uma longa evolução para que o sentimento de infância realmente se arraigasse. Assim, a partir do início do século XVIII, os adultos modificaram sua concepção de infância e lhe concederamconcepção de infância e lhe concederam uma atenção nova que não manifestavam antes. Fundamentação teórica sobre o jogo e a brincadeira Rousseau coloca a infância como um tempo específico, um período em que a natureza humana ainda não foi corrompida pela sociedade, guardando toda a sua pureza. Percebidas como seres inocentes e imperfeitos asseres inocentes e imperfeitos, as crianças precisavam ser corrigidas para tornarem-se adultos honrados e racionais. Tais concepções desencadeiam o movimento de “moralização” para que as criançasmoralização para que as crianças fossem preparadas para a vida adulta. Fundamentação teórica sobre o jogo e a brincadeira No início do século XIX, com o avanço científico, surge uma nova concepção de criança, com base biológica favorecida pela medicina e a psicologia do desenvolvimento, cuja ideia principal é do crescimento natural ou seja ado crescimento natural, ou seja, a infância é um estágio biologicamente determinado e que constitui um caminho para a condição humana plena (maturidade). Fundamentação teórica sobre o jogo e a brincadeira Esta concepção produz um entendimento da criança pequena como um ser essencial de natureza universal e capacidades inerentes, com um processo de desenvolvimento inato e biologicamente determinado Estabiologicamente determinado. Esta imagem desconsidera a influência da cultura e dos contextos sociais, colocando a ação do adulto de maneira generalizada e universal. Fundamentação teórica sobre o jogo e a brincadeira Na segunda metade do século XX um novo entendimento de infância: A infância é uma construção social, elaborada para e pelas crianças. Como construção social, a infância éComo construção social, a infância é sempre contextualizada em relação ao tempo, local e cultura,variando segundo gênero e condições socioeconômicas. As crianças são atores sociais, participando da construção eparticipando da construção e determinando suas próprias vidas e daqueles que a cercam, contribuindo para a sua aprendizagem como agentes que constroem sobre o conhecimento experimental. Fundamentaçãoteórica sobre o jogo e a brincadeira A i i t i fâ i é Assim vista, a infância é como uma convenção/interpretação cultural, consequentemente, uma questão sociopolítica que permite ou não reconhecer certas qualidades. Um marco importante no reconhecimento Um marco importante no reconhecimento de que existem muitas crianças e muitas infâncias está na Declaração dos Direitos da Criança, assinada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (1959). Ela garante a dignidade de condições de vida,garante a dignidade de condições de vida, tais como proteção, alimentação, saúde, educação e lazer, o qual inclui o brincar como uma das necessidades de desenvolvimento adequado. Infância X Jogo - Brincadeira E ao longo dos anos, quais foram as transformações do Jogo e do Brincar relacionados a ideia de infância? Jogoação regrada, estruturada e cultural. Platãoaprender brincando. Aristótelesuso dos jogos para imitar vida adulta. Idade Médiacontraditória(admitidos ou condenados)condenados) Renascimentotendência natural, nascimento do jogo educativo. Infância X Jogo - Brincadeira Com o sentimento de infância surge a preocupação de moralizar e educar a criança e os jogos de azar são proibidos e classificados como maus. Alguns autores sustentavam que os jogos eram para: Para recreação. Como descanso. Restabelecer as energias. Século XIXjogo passou a ser alvo de estudos científicos e o com o crescimento da rede de ensino infantil surge um rol de teorias para explicá-lo. Froebel Filósofo alemão do período romântico, acreditou na criança, valorizou sua liberdade e defendeu a expressão da natureza infantil por meio de brincadeiras livres e espontâneas. Reconheceu o valor educativo do jogo e foi o primeiro a colocá-lo como parte integrante do trabalho pedagógico. O jogo visto como recreação, ensino de conteúdos escolares, recurso para o diagnóstico da personalidade infantil, valorizava a aprendizagem e tal concepção originou os Kindegardens. Froebel Froebel foi considerado psicólogo da infância, pois defendia uma tendência romântica: a escola é o jardim, as crianças são as flores ou sementes, e o professor é o jardineiro. Dewey Filó f d d i Filósofo e educador americano. As principais ideias de Dewey são: A vida social constitui a base do desenvolvimento infantil e cabe à escola a importante tarefa. A perspectiva ético-religiosa daA perspectiva ético-religiosa da democracia como única forma de vida digna de seres humanos. O êxito da educação depende do enriquecimento, que possibilite estreitar as relações entre as atividades instintivas da criança, os interesses e as experiências sociais. A educação democrática de vida dentro e fora dos limites da escola. A proposta dos jogos viabilizaria essa experiência. Bruner B d 1915 id d dBruner nasceu no ano de 1915, na cidade de Nova Iorque (EUA). De acordo com Kishimoto (2002), as principais ideias de Bruner são: O jogo é visto como forma de o sujeito i l i id d d õ dviolar a rigidez dos padrões de comportamentos sociais das espécies. O jogo, ao ocorrer em situações sem pressão, em atmosfera familiar e de segurança emocional, proporciona di õ tcondições para que aconteça a aprendizagem das normas sociais. A brincadeira proporciona à criança a descoberta das regras sociais e aquisição da linguagem. Bruner Pela brincadeira, a criança aprende a se movimentar, falar e desenvolver estratégias para solucionar problemas do seu cotidiano. Piaget J Willi F it Pi t (1896 1980) f i Jean William Fritz Piaget (1896-1980) foi biólogo, psicólogo e filósofo suíço, e ficou conhecido por seu trabalho no campo da psicologia do desenvolvimento. Ele é um dos vários autores que tratam da questão do jogo como um sistema de regras equestão do jogo como um sistema de regras e a brincadeira como conduta estruturada, o qual propõe uma classificação dos jogos baseada na evolução das estruturas mentais: jogo de exercício (aproximadamente de 0 a 2 anos de idade); jogo simbólico (aproximadamente de 2 a 7 anos de idade); jogo de regras (começa a se constituir por volta dos 4 aos 7 anos e tem seu apogeu na fase dos 7 aos 11 anos). Piaget Com relação às regras propriamente ditas, temos: regras transmitidas: fazem parte de jogos do acervo cultural e foram transmitidas de geração a geração, geralmente de indivíduos mais velhos para os mais novos; regras espontâneas e momentâneas: acontecem de acordo com a escolha do jogador ou dos componentes que estão participando do jogo, ou seja, são frutos de relações entre os pares contemporâneos. Interatividade A concepção de infância é sempre contextualizada em relação ao tempo,local e cultura, variando segundo gênero e condições socioeconômicas. Chamamos esse entendimento de: a) Cultura infantil. b) Cultura lúdica. c) Construção social da infância. d) Novo paradigma da infância. e) Contexto cultural da infância. Usos, costumes e brincadeira na infância Na linguagem cotidiana, observamos o emprego das palavras jogo, brinquedo e brincadeira sem a preocupação de diferenciá-las ou delimitá-las. No dicionário, brinquedo, significa: Objeto que serve para brincar ou; Jogo de crianças e brincadeiras; Divertimento, passatempo; Para brincadeira: festa, folguedo, folia. A dificuldade para se conceituar aumenta quando entram valores culturais e sociais: Ex.: arco e flecha. Usos, costumes e brincadeira na infância Kishimoto (1999) distingue entre eles, do ponto de vista didático, as seguintes características: jogo: resultante de um sistema linguístico dentro de um contexto sociocultural, um sistema de regras, um objeto; brinquedo: objeto cultural (concreto ou ideológico), suporte de brincadeira, possui uma função lúdica e indeterminação quanto ao seu uso; brincadeira: descrição de uma conduta. Usos, costumes e brincadeira na infância Entre os autores que discutem a natureza do jogo, Christie aponta algumas características do jogo infantil que permitem identificar os fenômenos que pertencem à grande família dos jogos: a não literalidade: o sentido habitual é substituído por um outro. Por exemplo: a tampa da panela serve como direção do carro. o efeito positivo: a criança demonstra, por meio do prazer e da alegria, a sua satisfação na brincadeira. Usos, costumes e brincadeira na infância f íli d j ......a família dos jogos: a flexibilidade: novas combinações e ideias são aprendidas, muitas vezes, em situações de brincadeira, e não em outras atividades não recreativas. prioridade do processo e não do produto: enquanto a criança brinca, sua atenção está mais focada na atividade em si do que em seus resultados ou efeitos. livre escolha: o jogo infantil só pode ser considerado jogo quando é escolhido livre e espontaneamente. controle interno: no jogo infantil, são os próprios jogadores que determinam o desenvolvimento dos acontecimentos. Usos, costumes e brincadeira na infância Na medida em que as crianças vão crescendo, surgem novos interesses, novas situações de troca, novos aprendizados e, consequentemente, os jogos vão se modificando. Com o crescente grau de socialização do indivíduo e a ampliação de sua linguagem, os jogos caminham do simples prazer funcional, perpassam o jogo de faz de conta (simbólico) e vão até os jogos de regras que permanecematé os jogos de regras que permanecem na idade adulta. Usos, costumes e brincadeira na infância O brincar de faz de conta ou jogo simbólico, também chamado: Jogo imaginativo. Jogo de faz de conta. Jogo de papéis Jogo de papéis. Jogo sociodramático. O brincar possibilita à criança realizar desejos irrealizáveis, objetivando reduzir a tensão do cotidiano e acomodar os conflitos e frustrações da vida real. Usos, costumes e brincadeira na infância O componente simbólico dojogo pressupõe a existência de regras que a criança impõe para que possa representar os personagens que ela incorpora. A criança passa de uma brincadeira, cujo conteúdo básico é a reprodução das atitudes dos adultos com objetos no seu cotidiano, para uma brincadeira cujo conteúdo básico torna-se a reprodução das relações dos adultos entre si ou comdas relações dos adultos entre si ou com crianças. Usos, costumes e brincadeira na infância Brougère (2004) diz que a brincadeira aparece como um meio de sair do mundo real para descobrir outros mundos, para se projetar num universo inexistente. Assim, o brincar da criança não está somente ancorado no presente massomente ancorado no presente, mas também tenta resolver problemas do passado, ao mesmo tempo em que se projeta para o futuro. Exemplo: a brincadeira dos super-heróis. Usos, costumes e brincadeira na infância As brincadeiras têm um impacto próprio e são, ao mesmo tempo, veículos da inteligência e da atividade lúdica. Elas constituem um eco dos padrões culturais dos diferentes contextos socioeconômicossocioeconômicos. Ao repetir a brincadeira nos contatos interativos com adultos, a criança descobre a regra,no qual ela aprende: a desenvolver sua linguagem; a iniciar a brincadeira; a modificar a brincadeira. Usos, costumes e brincadeira na infância O prazer e a motivação é que impulsionam a ação para explorações livres. Em situações de brincadeiras,a criança desenvolve a intencionalidade e a inteligência. O saber fazer é enriquecido com a parceria dos adultosenriquecido com a parceria dos adultos. No âmbito social, os papéis das crianças são definidos pelo tipo de atividade lúdica que praticam,sendo esta definida como brinquedo e brincadeira para meninos e brinquedo e brincadeira parameninos e brinquedo e brincadeira para meninas. Usos, costumes e brincadeira na infância Na cultura popular, a brincadeira tem a função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver formas de convivência social e permitir o prazer de brincar. Por pertencer à categoria de experiências transmitidas espontaneamente conformetransmitidas espontaneamente, conforme motivações internas da criança, a brincadeira infantil garante a presença do lúdico, da situação imaginária. Portanto, meninos e meninas acabam compartilhando brincadeiras em comumcompartilhando brincadeiras em comum, sendo que o professor deve possibilitar a participação das crianças e ampliar o repertório cultural delas. Usos, costumes e brincadeira na infância Para a psicologia sócio-historica, a essência da vida humana é cultural e não natural. Assim, tanto a atividade lúdica como a atividade criativa surgem marcadas pela cultura e mediadas pelos sujeitos com quem a criança sesujeitos com quem a criança se relaciona. Que tipos de brincadeiras de faz de conta faziam parte da sua infância? Resumindo..... A brincadeira é um legado da cultura. Patrimônio inestimável em constante transformação e ampliação nas mão dos brincantes! Cabe aos adultos e professores oferecerCabe aos adultos e professores oferecer diferentes possibilidades de ampliar o repertório de brincadeiras e tornar mais rica a participação das crianças. E ampliar essas experiências significa resgatar as antigas brincadeiras eresgatar as antigas brincadeiras e sobretudo acordar a criança adormecida em cada um de nós, e brincar!! Interatividade Uma característica marcante que diferencia o jogo do brinquedo é que o jogo: a) É um suporte para a brincadeira. b) Tem um sistema linguístico cultural com regras.regras. c) É uma descrição de uma conduta. d) É um folguedo. e) É uma espécie de faz de conta. ATÉ A PRÓXIMA!
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