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RESUMO CONCURSO DE PESSOAS

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Jorge Palma de Almeida Fernandes 
	
Paixão pela Justiça. Amor pelo Direito. 
	
Professor Jorge Palma de Almeida Fernandes 
 (63) 99976-5151 e 99979-5151. 
meditandodireito@gmail.com Meditando Direito Meditando Direito @ProfessorPalma 
	
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Concurso de Pessoas 
Introdução. 
 Compreende-se o concurso, como a colaboração empreendida por duas ou mais 
pessoas para a realização de um crime ou de uma contravenção penal. 
 A teoria do concurso de pessoas desenvolveu-se para solucionar os problemas 
envolvendo os crimes unissubjetivos, monossubjetivos ou de concurso eventual, que são 
aqueles em regra cometidos por uma única pessoas, mas que admitem o concurso de 
agentes. 
 Observada a classificação doutrinária dos crimes, podemos encontrar uma 
classificação cujo fundamento é a quantidade de pessoas que concorrem para a 
prática da infração. 
 Neste sentido, existem crimes cujo tipo legal incriminador exige sejam praticados 
por uma pluralidade de agentes, tratam-se dos crimes plurissubjetivos ou de concurso 
necessário. 
 Nestes crimes, todos os concorrentes são considerados autores do crime, sazão 
pela qual não se fala em coautoria ou participação. 
 Existem crimes, contudo, que podem ser praticados por uma só pessoa ou por 
várias, em coautoria ou participação, constituindo aquilo que a doutrina denomina de 
crimes unissubjetivos, monossubjetivos ou de concurso eventual. 
Crimes plurissubjetivos ou de concurso necessário. 
 Tratam-se de crimes que, pela sua própria definição típica, exigem o cometimento 
por uma pluralidade de pessoas, não havendo possibilidade de serem praticados por um 
único indivíduo. 
 Os crimes plurissubjetivos dividem-se em: 
a) Crimes plurissubjetivos de condutas paralelas – quando as condutas dos 
concorrentes caminham visando a consecução de um mesmo objetivo, as condutas 
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paralelas ocorrem quando agentes atuam em conjunto visando o mesmo fim, ou seja, as 
condutas paralelas auxiliam-se mutuamente, visando à produção de um resultado 
comum. Todos os agentes unem-se em prol de um objetivo idêntico, no sentido de 
concentrar esforços para a realização do crime, sendo exemplo o crime de associação 
criminosa, tipificado no artigo 288 do Código Penal e cujo tipo penal incriminador 
estabelece: 
Associação Criminosa 
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim 
específico de cometer crimes: 
 Como bem se percebe, o tipo penal exige a participação de uma pluralidade de 
pessoas (três ou mais pessoas), sendo que a condutas destas pessoas se alinham em um 
mesmo sentido, em um mesmo propósito (o fim específico de cometer crimes). 
 Outro exemplo pode ser colhido no artigo 35, da Lei de Drogas, Lei 11.343/2006, 
cujo tipo penal incriminador determina: 
Art. 35. Associarem-se duas ou mais pessoas para o fim de praticar, 
reiteradamente ou não, qualquer dos crimes previstos nos arts. 33, 
caput e § 1º , e 34 desta Lei: 
 Também aqui se percebe a exigência de uma pluralidade de agentes (duas ou 
mais pessoas), e o alinhamento de condutas (para o fim de praticar reiteradamente ou 
não qualquer dos crimes previstos nos artigos 33 caput e §1º, e 34 da lei). 
b) Crimes plurissubjetivos de condutas convergentes – quando as condutas, de índoles 
distintas, convergem para a prática do delito. 
 As condutas convergentes tendem a encontrar-se, e desse encontro surge o 
resultado, ou seja, as condutas convergentes não se voltam, portanto, para frente, para 
o futuro, na busca da consecução do resultado delituoso, mas, ao contrário, uma se 
dirige à outra, e desse encontro resulta o delito. 
 As condutas convergentes, são aquelas em que as condutas dos agentes partem 
de pontos opostos, embora se desenvolvam em colaboração, indo uma ao encontro da 
outra para que, desse encontro, seja produzido o resultado. 
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 Nesse sentido, constata-se que as condutas convergentes são postas para a 
colaboração recíproca à produção do ato pretendido, porém este não representa que 
o resultado seja em comum pelas partes. 
 Exemplo se encontra no crime de bigamia, tipificado no artigo 235, §1º, do Código 
Penal, cujo tipo penal incriminador estabelece: 
Bigamia 
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos. 
§1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com 
pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com 
reclusão ou detenção, de um a três anos. 
 Perceba-se que, neste caso, as condutas convergem para a prática do delito, um 
dos agentes é casado e, sem desfazer este casamento preexistente, contrai novo 
matrimônio e o outro agente, embora não seja casado, conhece a circunstância do 
casamento anterior do outro agente e, mesmo assim, com ele contrai matrimônio. 
c) crimes plurissubjetivos de condutas contrapostas – quando os comportamentos são 
realizados em sentido de oposição entre si. As condutas contrapostas são praticadas 
umas contra as outras e os agentes são, ao mesmo tempo, autores e vítimas, nesse 
sentido, as condutas contrapostas se movem de pontos opostos, sendo exemplo o crime 
de rixa, tipificado no artigo 137, do Código Penal, cujo tipo penal incriminador 
estabelece: 
Art. 137 - Participar de rixa, salvo para separar os contendores: 
 O crime de rixa revela-se crime plurissubjetivo, pois, para a sua existência, é 
imperioso que haja mais de 2 (dois) participantes, do contrário teríamos apenas vias de 
fato ou lesões corporais recíprocas, dependendo do dolo, pois, nessas condutas, com 
apenas 2 (dois) participantes, é possível individualizar-se perfeitamente as suas condutas 
e apurar as responsabilidades de cada autor. 
 Observe-se, ainda, que no caso da rixa, as condutas dos agentes não caminham 
visando à consecução dos mesmos objetivos e nem mesmo convergem colaborando 
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para a prática do delito, mas se dirigem umas contra as outras, uma vez que os rixosos 
agridem-se reciprocamente. 
Posicionamento da matéria na legislação. 
 As regras referentes ao concurso de pessoas encontram-se disciplinadas pelos 
artigos 29 a 31 do Código Penal. 
Teorias sobre o concurso de pessoas. 
 Três são as principais teorias sobre o concurso de pessoas: a) Monista, monística ou 
unitária; b) Dualista ou dualística; e c) Pluralista ou pluralística. 
Teoria Monista, Monística ou Unitária. 
 Para esta teoria, adotada pelo Código Penal (artigo 29, caput), para todos 
aqueles que concorrem para o crime incidem as penas a ele cominadas, na medida de 
sua culpabilidade. Assim, todos aqueles que de qualquer forma colaboram para a 
prática do crime, incidem no mesmo crime, ou seja, atribui-se um só crime a todos os 
concorrentes. 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas 
penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade 
Teoria Dualista ou Dualística. 
 Esta teoria considera haverem dois crimes diferentes a serem imputados: um a ser 
imputado aos autores e outro aos partícipes. Não foi adotada por nossa legislação. 
Teoria Pluralista ou Pluralística. 
 Considera que se deve atribuir a cada agente um delito diferente. 
 Existem exemplos excepcionais desta teoria em nossa legislação. Como exemplo, 
pode-se mencionar a questão dacorrupção, onde o corruptor pratica corrupção ativa 
(artigo 333, do Código Penal) e o funcionário público corrompido incide na corrupção 
passiva (artigo 317, do Código Penal): 
 
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Corrupção ativa 
Art. 333 - Oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário 
público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de 
ofício: 
 
Corrupção passiva 
Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou 
indiretamente, ainda que fora da função ou antes de assumi-la, 
mas em razão dela, vantagem indevida, ou aceitar promessa de tal 
vantagem: 
 Outro exemplo pode ser encontrado no crime de aborto, onde a gestante 
responde pelo crime do artigo 124 e o médico que pratica o aborto pelos crimes dos 
artigos 125 ou 126, todos do Código Penal: 
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho 
provoque: 
 
Aborto provocado por terceiro 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
 Também pode ser citada, como exemplo de exceção, o crime de bigamia, onde 
sobre o cônjuge que se casa pela segunda vez, na constância do matrimônio anterior e 
válido, incidem as penas do caput do artigo 235, do Código Penal, ao passo que a 
pessoa que com ele se casa, conhecendo esta circunstância, sofrerá a incidência das 
penas cominadas no §1º, do mesmo artigo 235, do Código Penal. 
Bigamia 
Art. 235 - Contrair alguém, sendo casado, novo casamento: 
Pena - reclusão, de dois a seis anos. 
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§1º - Aquele que, não sendo casado, contrai casamento com 
pessoa casada, conhecendo essa circunstância, é punido com 
reclusão ou detenção, de um a três anos. 
 Existe, ainda, a circunstância definida no artigo 29, §2º, do Código Penal que 
também se encontra a configurar hipótese excepcional da teoria unitária adotada: 
Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide 
nas penas a este cominadas, na medida de sua culpabilidade. 
§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos 
grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada 
até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais 
grave. 
Requisitos do concurso de pessoas. 
 Colhem-se dos estudiosos os seguintes requisitos do concurso de pessoas: 
a) Pluralidade de agentes culpáveis; 
b) Relevância causal das condutas; 
c) Vínculo subjetivo (liame subjetivo); 
d) Identidade de infração penal (unidade de infração); 
e) Colaboração (material ou moral) anterior à consumação do fato; e 
f) Existência de fato punível. 
Pluralidade de agentes culpáveis. 
 Só há falar-se em concurso de pessoas se mais de uma pessoa realizou 
comportamentos penalmente relevantes, os quais tenham produzido riscos ou lesões 
proibidos aos bens jurídicos penalmente tutelados. 
 Assim, o concurso de pessoas depende de, pelo menos, duas pessoas, e, 
consequentemente, de ao menos duas condutas penalmente relevantes. 
 Estas condutas podem ser principais, como no caso da coautoria ou uma principal 
e outra acessória, praticadas pelo autor e pelo partícipe, respectivamente. 
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 Importante compreender que estes coautores e partícipes devem ser culpáveis, 
devem ser dotados de culpabilidade. 
 É que, entre os requisitos do concurso de pessoas encontra-se o vínculo subjetivo 
entre os agentes, exigindo-se, assim, sejam todos culpáveis, pois quem não goza deste 
juízo não tem capacidade para aderir à conduta alheia. 
 Desta forma, havendo por exemplo a atuação de duas pessoas e na hipótese de 
inexistência de capacidade por parte de um dos colaboradores, afastado estaria o 
concurso de agentes, configurando-se a autoria mediata. 
 A autoria mediata se verifica nos casos em que o autor mediato ou indireto não 
comete pessoalmente o delito, valendo-se, para a prática ilícita, da atuação de 
interposta pessoa, ou seja, o autor mediato ou indireto se utiliza de outra pessoa para 
executar os atos que produzem o fato típico. 
 Veja o exemplo da enfermeira que, por ordem do médico, ministra veneno ao 
paciente supondo que se trata de um medicamento ou do agente maior e capaz que 
encomenda a morte de um desafeto a um menor de idade. 
 A autoria indireta admite várias possibilidades. Pode-se enumerar como exemplos 
de autoria mediata: erro determinado por terceiro, previsto no artigo 20, § 2º, do CP; 
coação moral irresistível, prevista no art. 22, primeira parte, do CP; obediência 
hierárquica, prevista no art. 22, segunda parte, do CP e a utilização de inimputável, 
prevista no art. 62, inciso III, segunda parte, do CP. 
 No que se refere aos crimes plurissubjetivos, plurilaterais ou de concurso 
necessário, aqueles em que o tipo penal exige a realização da conduta por dois ou mais 
agentes, a culpabilidade de todos os agentes é prescindível (desnecessária, 
dispensável). 
 Assim, admite-se a presença de apenas um agente culpável, podendo os demais 
enquadrar-se em categoria diversa. De fato, não se faz necessária a utilização da norma 
de extensão do artigo 29, caput, do Código Penal, uma vez que a presença de duas ou 
mais pessoas é garantida pelo próprio tipo penal. 
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 Nessa espécie de crime é a própria lei penal incriminadora que, por si só, reclama 
a pluralidade de pessoas. 
Relevância causal das condutas. 
 A ação ou omissão de cada um dos participantes deve apresentar relevância causal, 
ou seja, a conduta de cada um dos agentes deve ser relevante de modo que, sem ela, a 
infração não teria acontecido como e quando ocorreu. 
 A expressão “de qualquer modo”, contida no artigo 29, do Código Penal, deve ser 
compreendida como uma contribuição pessoal, física ou moral, direta ou indireta, comissiva 
ou omissiva, anterior ou simultânea à execução, devendo a conduta individual influir 
efetivamente no resultado. 
 Evidenciada a efetiva colaboração no caso concreto, não se reclama necessária a 
identificação de todos os envolvidos na empreitada criminosa como condição para a 
caracterização do concurso de pessoas. 
 Veja-se, o exemplo da tentativa de homicídio que, havendo afirmado a participação 
de dois homens que de comum acordo realizaram disparos em sua direção para mata-la, 
reconhece a identidade de apenas um deles. Estará caracterizado o concurso de pessoas. 
 Por outra via, não se pode considerar coautor ou partícipe quem assume em relação 
à infração penal uma atitude meramente negativa, não dando causa ao crime nem 
colaborando de qualquer forma com a sua concretização. 
 Assim, pois, a participação inócua, quem em nada concorre para a realização do 
crime é irrelevante para o Direito Penal. 
Vinculo subjetivo (ou liame subjetivo ou concurso de vontades). 
 Cuida-se de verificar se os concorrentes se encontram subjetivamente vinculados 
entre si. Este requisito impõe que todos os agentes se encontrem ligados entre si por um 
vínculo de ordem subjetiva, um nexo psicológico, pois casocontrário, não haverá crime 
praticado em concurso, mas vários crimes simultâneos, caracterizando-se a autoria colateral. 
 A autoria colateral se verifica quando uma pluralidade de pessoas executam o 
fato típico (contexto fático único) sem nenhum vínculo subjetivo entre elas. 
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 Os agentes devem revelar vontade homogênea, visando a produção do mesmo 
resultado, constituindo o que se convencionou chamar de princípio da convergência. 
Logo, não é possível a contribuição dolosa para um crime culposo, nem a concorrência 
culposa para um crime doloso. 
 O vínculo subjetivo não depende e nem exige um prévio ajuste, um acordo prévio 
(pactum celeris), bastando a ciência por parte do agente no tocante ao fato de 
concorrer para a conduta de outrem. 
 Para a caracterização do vínculo, é suficiente a atuação consciente do partícipe 
no sentido de contribuir para a conduta do autor, ainda que este desconheça a 
colaboração. 
 Não reclama o prévio ajuste e nem a estabilidade na união. 
Identidade de infração penal. 
 É a vontade plural voltada ao alcance de um mesmo objetivo, o desejo de cada 
participante de praticar a mesma infração. 
 Representa, na verdade, mera obviedade. Aliás, trata-se, a identidade de 
infração para todos os participantes, não propriamente de um requisito, mas sim de 
verdadeira consequência jurídica diante das outras condições. 
 De fato, impossível falar em concurso de pessoas se a concorrência criminosa, 
envolvendo dois ou mais agentes, cada um com sua conduta, interligados, no entanto, 
por vínculo subjetivo, não se destinar à prática de certa e determinada infração penal. 
 Enfim, a unidade de infração penal apresenta-se, conforme o posicionamento 
adotado: a) como requisito indispensável ao concurso de pessoas; b) como produto 
lógico-necessário em face do concurso de agentes. 
 Desta forma, importante mencionar que, à luz do princípio geral da unidade 
incriminatória (teoria monista), expressamente consagrado no caput do art. 29 do CP, 
tem-se que, uma vez reconhecido o concurso de pessoas, todos (autores e partícipes) 
responderão pelo mesmo tipo penal, salvo raríssimas exceções pluralísticas. 
 
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Colaboração (material ou moral) anterior à consumação do fato. 
 É fundamental que os concorrentes tenham aquiescido à realização típica antes 
da consumação do delito. Uma vez integralizada a ação delitiva, qualquer colaboração 
posterior configurará, se punível, delito autônomo. 
 Desta forma, importa observar que a contribuição exigida para o atendimento da 
relevância causal deve se revelar prévia ou concomitante à execução, sempre anterior 
à consumação, pois, verificando-se posterior à consumação estará a configurar crime 
autônomo. 
 É o que se verifica, por exemplo, na hipótese de alguém que, inexistente o vínculo 
subjetivo, mas sabendo (ou devendo saber) ser a coisa produto de crime, acaba por 
recebe-la, adquiri-la ou ocultá-la, incidindo no crime de receptação, tipificado no artigo 
180, do Código Penal. 
 Outra hipótese é a daquele que, inexistente o vínculo subjetivo, auxilia o autor de 
um crime a subtrair-se da ação da autoridade pública, incorrendo no crime autônomo 
de favorecimento pessoal, tipificado no artigo 348, do Código Penal, ou, ainda, a 
hipótese daquele que, inexistente o vínculo subjetivo, presta ao criminoso, fora dos casos 
de coautoria ou receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime, 
cometendo o favorecimento real, desenhado tipicamente no artigo 349, do Código 
Penal. 
 Admite-se que a colaboração se concretize após a consumação do crime, desde 
que tenha sido ajustada anteriormente, como na hipótese do colaborador se 
comprometer a ajudar o criminoso a se ocultar depois de consumado o crime, 
circunstância em que o colaborador será partícipe do crime. 
 Ocorrendo a colaboração depois da consumação e inexistindo prévio ajuste, a 
hipótese não dará ensejo à participação, configurando crime diverso de favorecimento 
pessoal. 
Existência de fato punível. 
 O concurso de crimes depende da punibilidade de um crime que, sabe-se, requer 
ao menos o início de execução, assim, a infração penal deve ser ao menos tentada. 
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 Neste sentido, vale observar haver o Código Penal estabelecido no artigo 31, que 
o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em 
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
Autoria. 
 Existem diversas teorias que buscam fornecer o conceito de autor. 
a) Teoria subjetiva ou unitária, adota o conceito amplo ou extensivo de autor: todo 
aquele que de qualquer modo concorre para o crime é seu autor, mostrando-se 
suficientes a relevância causal e o vínculo psicológico. 
 O fundamento desta teoria repousa na teoria da equivalência dos antecedentes 
causais (conditio sine qua non), de modo que qualquer colaboração parra o resultado, 
independentemente do seu grau, a ele deu causa. 
b) Teoria extensiva: também se fundamenta na teoria da equivalência dos 
antecedentes causais, não distinguindo autor e partícipe. 
 Afigura-se, contudo, mais suave, posto admitir causas de diminuição de pena 
para estabelecer diversos graus de autoria de modo que a pena seria menor para 
aquele que concorre-se de modo menos importante para o resultado (cúmplice). 
c) Teoria objetiva ou dualista: opera nítida distinção entre autor e partícipe, sendo a 
teoria adotada pelo Código Penal. Divide-se em três: 
1) Teoria objetivo formal: adotando um conceito restritivo, entende que autor é 
quem realiza o núcleo (verbo) do tipo penal, sou seja, quem pratica diretamente a 
conduta criminosa descrita no preceito primário da norma penal incriminadora. 
 Por sua vez, partícipe, é quem de qualquer outro modo e sem praticar o núcleo 
do tipo, concorre para o crime, o delito não lhe pertence, ele colabora para o crime 
alheio. 
 É Importante perceber que, acaso não existisse a norma de extensão pessoal do 
artigo 29, do Código Penal, a conduta do partícipe restaria impune, sendo a adequação 
típica de subsunção mediata. 
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 Nesse contexto, o autor intelectual, aquele que planeja mentalmente a conduta 
criminosa porém não a executa o núcleo do tipo penal incriminador, é partícipe e não 
autor. 
 Esta teoria falha ao ignorar o instituto da autoria mediata, aquela modalidade de 
autoria em que o autor realiza indiretamente o núcleo do tipo, valendo-se de pessoa 
sem culpabilidade, ou que age sem dolo ou culpa. 
2) Teoria objetivo-material: autor é quem presta a contribuição objetiva mais 
importante para a produção do resultado, e não necessariamente aquele que realiza o 
núcleo do tipo penal. Partícipe é quem concorre de forma menos relevante, ainda que 
mediante a realização do núcleo do tipo. 
3) Teria do domínio do fato: criada em 1939 por Hans Welzel, estabelece que autor é 
quem possui controle sobre o domínio final do fato, ou seja, quem domina 
finalisticamente o trâmite do crime e decide acerca da sua prática,suspensão, 
interrupção e condições, assim, autor é quem tem a capacidade de fazer continuar e 
de impedir a conduta penalmente ilícita. 
 Desta forma, a teoria do domínio do fato amplia o conceito de autor, definindo-o 
como aquele que tem o controle final do fato, ainda que não realize o núcleo do tipo 
penal. 
 Desta forma, o conceito de autor compreende: 
a) Autor propriamente dito – aquele que pratica o núcleo do tipo penal. 
b) Autor intelectual – aquele que planeja mentalmente a empreitada criminosa e 
que se considera como autor e não partícipe, pois tem poder para controlar a prática 
do fato punível. 
c) Autor mediato – aquele que se vale de um inculpável ou de pessoa que atua sem 
dolo ou culpa para cometer a conduta criminosa. 
d) Coautor – ocorre nas hipótese em que o núcleo do tipo penal é realizado por dois 
ou mais agentes. 
 
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Punibilidade no concurso de pessoas. 
 Havendo concurso de pessoas, determina o artigo 29, do Código Penal que todos 
que concorrem para um crime por ele respondem. Há pluralidade de agentes e unidade 
de crime. 
 Assim sendo, todos os envolvidos em uma infração penal por ela são responsáveis 
e por ela deverão ser punidos, contudo, a identidade de crime não importa em 
identidade de penas pois, segundo determina o artigo 29, do Código Penal, deverão os 
concorrentes serem punidos “na medida de sua culpabilidade”. 
 A fixação das penas se dará através da individualização, realizada por ocasião da 
dosimetria da pena, empregando-se o sistema trifásico para as penas privativas de 
liberdade e o sistema bifásico para as penas de multa. 
 Importa observar que, em razão da individualização da pena, não se pode desde 
logo afirmar que os autores e coatores deverão ser punidos mais gravemente que os 
partícipes, circunstância que embora possa se afirmar mais comum, somente poderá, 
em verdade, ser aferida por ocasião da realização da dosimetria da pena. 
Cooperação dolosamente distinta. 
 A cooperação dolosamente distinta, também chamada de desvios subjetivos 
entre os agentes ou participação em crime menos grave, encontra-se descrita no artigo 
29, §2º, do Código Penal de modo que, se algum dos concorrentes quis participar de 
crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até a ½ 
(metade), na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave. 
 Pois bem, na primeira parte do dispositivo, encontra-se a regra de que se algum 
dos concorrentes quis participar de crime menos grave, deve ser-lhe aplicada a pena 
deste. 
 Essa determinação decorre diretamente da teoria unitária ou monista adotada 
pelo Código Penal e tem por objetivo afastar a responsabilidade objetiva. 
 Trata-se da situação em que dois ou mais agentes atuaram juntos na empreitada 
criminosa, contudo, quanto ao crime mais grave, não estavam ligados pelo vínculo 
subjetivo, não havendo unidade de propósito quanto à produção do resultado. 
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 Imagine a hipótese de dois agentes, A e B, que em mútuo auxílio se coloquem a 
praticar o furto de um veículo que se encontre estacionado em via pública. Imagine, 
agora, que ao abrirem a porta do veículo, apareça repentinamente o proprietário do 
veículo. Considere que A parte imediatamente em fuga enquanto B, que embora A não 
soubesse se encontrava armado com uma pistola, resolve atirar na vítima matando-a. 
 Neste exemplo, como A desejava participar de crime menos grave, deve 
responder por furto tentado (artigo 155, c/c 14, II, ambos do Código Penal, ao passo que 
B, deve responder pelo crime de roubo qualificado (latrocínio – artigo 157, §3º, in fine, do 
Código Penal). 
 A segunda parte do dispositivo trata do aumento da pena em até ½ (metade), na 
hipótese de ser previsível o resultado mais grave. 
 Aproveitando o mesmo exemplo ainda agora mencionado, imagine que fosse 
objetivamente previsível o resultado mais grave, posto que A soubesse que B costumava 
andar armado e que já havia matado diversas pessoas. 
 Como A não participou do crime mais grave, o crime de latrocínio não lhe pode 
ser imputado, contudo, dada à previsibilidade do crime mais grave e à maior 
reprovabilidade da conduta, a pena do crime menos grave poderá ser aumentada em 
até ½ (metade). 
Modalidades do concurso de pessoas – Coautoria. 
 Coautoria – é a forma de concurso de pessoas que se caracteriza pela existência 
de dois ou mais autores unidos entre si na busca do mesmo resultado. 
 Pode ser parcial ou direta. 
 Coautoria parcial ou funcional é aquela que se verifica quando os agentes 
praticam atos diversos que, somados, produzem o resultado desejado, como no 
exemplo de um agente segurar a vítima enquanto o outro a esfaqueia produzindo a sua 
morte. 
 Coautoria direta ou material é a que se verifica quando os agentes produzem atos 
iguais, como no exemplo em que ambos os agentes desferem golpes contra a vítima 
causando-lhe a morte. 
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Coautoria em crimes próprios e crimes de mão própria. 
 Crime próprio ou especial é aquele em que a lei exige uma específica situação 
de fato ou de direito do agente criminoso, como o fato de ser funcionário público no 
crime de peculato (artigo 312, do Código Penal) ou de ser mulher, em estado puerperal, 
matando o próprio filho, durante o parto ou logo após, para o infanticídio (artigo 123, do 
Código Penal). 
 Crime de mão própria, de atuação pessoal ou de conduta infungível, é aquele 
que somente pode ser praticado pelo sujeito expressamente indicado pelo tipo penal, 
como no caso do falso testemunho (artigo 342, do Código Penal). 
 Os crimes próprios podem ser praticados em coautoria, como na hipótese de dois 
funcionários públicos que se reúnem para, juntos, subtraírem bens pertencentes à 
repartição pública (peculato). 
 Na verdade, em razão da regra do artigo 30, do Código Penal, permitindo a 
comunicação das circunstâncias pessoais quando elementares do crime, basta que um 
dos agentes apresente a qualidade de servidor público, sendo suficiente que o outro 
agente conheça esta especial condição, ambos respondendo pelo peculato. 
 Os crimes de mão própria são incompatíveis com a coautoria, somente uma 
exceção havendo a esta regra, encontrada no crime de falsa perícia do artigo 342, do 
Código Penal, na hipótese de haver concurso por dois ou mais peritos aos subscreverem 
o mesmo laudo. 
Modalidades do concurso de pessoas – Participação. 
 É a modalidade de concurso em que o sujeito não realiza diretamente o núcleo 
do tipo penal, mas de qualquer modo concorre para o crime. Seus requisitos são: a) o 
propósito de colaborar para a conduta do autor e b) a colaboração efetiva. 
 A participação pode ser moral ou material. 
 Participação moral é aquela em que a conduta do agente restringe-se a induzir 
ou instigar terceira pessoa a cometer uma infração penal. 
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 Induzir é fazer surgir na mente de outrem a vontade criminosa e instigar é reforçar 
a vontade criminosa que já existe na mente de outrem. 
 A participação material, tambémchamada de cumplicidade, consistem em 
prestar auxílio ao autor da infração penal. O auxílio pode ocorrer durante os atos 
preparatórios ou executórios, porém, nunca depois da consumação, salvo se ajustado 
previamente. 
 A participação possui natureza acessória, pois o agente não realiza o núcleo do 
tipo penal, de tal forma, o partícipe somente será punido se o autor também o for. 
 Neste sentido a regra estabelecida no artigo 31, do Código Penal a determinar 
que o ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em 
contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado. 
 Assim, sem a conduta principal, praticada pelo autor, a conduta do partícipe, em 
regra, é irrelevante, de forma que a conduta do partícipe somente adquire relevância 
penal quando adere à conduta do autor. 
 Existem diversas teorias a respeito do nível de acessoriedade da participação, 
tendo por base seus graus: 
a) acessoriedade mínima – para esta teoria, basta que a conduta do autor se revele um 
“fato típico” para que o partícipe possa ser punido. 
 Imagine que A induza B a matar C e que, posteriormente, injustamente agredido 
por C, B venha a mata-lo, agindo acobertado pela excludente de ilicitude da legítima 
defesa, ainda assim A poderia ser punido, uma vez que auxiliou moralmente alguém a 
realizar uma ato penalmente típico. 
b) acessoriedade limitada – exige que a conduta do autor seja típica e ilícita. 
 Imagine exemplificativamente que A, contrate B, inimputável, para matar C, seu 
desafeto. Ocorrendo o cumprimento do avençado, estaria configurado o concurso de 
pessoas, figurando B como autor e A como partícipe. 
 Embora seja a teoria preferida pela doutrina, ela não resolve o problema da 
autoria mediata com a qual possui dificuldade de compatibilização. 
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 Na autoria mediata, a execução do crime é feita por pessoa que atua sem 
culpabilidade. Aquele que induziu, instigou ou auxiliou não é partícipe, e, sim, autor 
mediato. A teoria da acessoriedade limitada só tem cabimento entre os que repudiam a 
autoria mediata, considerando-a uma modalidade de participação. 
c) acessoriedade máxima ou extrema – exige, para a punição do partícipe, que o fato 
seja típico e ilícito, sendo praticado por um agente culpável. 
 Exemplificativamente, imagine que A contrate B, imputável, para matar C. 
Ocorrido o crime, B é autor do crime de homicídio e A, partícipe. 
 O problema desta teoria é que acaso se induza um menor a matar, ninguém 
responde pelo crime, o menor por se inimputável e o partícipe, porque auxiliou uma 
conduta desprovida de culpabilidade. 
d) hiperacessoriedade – para a punição do partícipe, é necessário que o autor, revestido 
de culpabilidade, pratique um fato típico e ilícito, e seja efetivamente punido no caso 
concreto. 
 A teoria evidentemente possui falhas. Imagine que A contrate B para matar C e 
que, depois de executar o crime contratado, B cometa suicídio. Não se poderia falar em 
participação, posto que operada a extinção da punibilidade pelo advento da morte ao 
autor, na forma do artigo 107, I, do Código Penal. 
 É importante saber que o Código Penal não adotou expressamente nenhuma 
destas teorias, oscilando a doutrina entre a acessoriedade limitada e a acessoriedade 
máxima. 
Participação impunível. 
 Nos termos do artigo 31 do Código Penal, o ajuste, a determinação, a instigação e 
o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, 
ao menos, a ser tentado. 
 Vale lembrar que também não se pune a participação inócua, que em nada 
contribuiu para a ocorrência do crime. 
 
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Conivência. 
 Também chamada de participação negativa, crime silente ou concurso 
absolutamente negativo, é a participação que ocorre nas situações em que o sujeito 
não está vinculado à conduta criminosa e não possui o dever de agir para impedir o 
resultado e que, portanto, não é realmente partícipe. 
Autoria colateral. 
 Também chama de coautoria imprópria ou autoria parelha, ocorre quando duas 
ou mais pessoa intervêm na execução de um crime, buscando o mesmo resultado, sem 
que, contudo, exista qualquer ajuste de forma que cada uma ignore a conduta alheia. 
 Nesta circunstância, inexistente o vínculo subjetivo, não há concurso de pessoas. 
Autoria incerta. 
 Surge no campo da autoria colateral, quando mais de uma pessoa é indicada 
como autor do crime, mas não se consegue apurar, com precisão, qual foi a conduta 
que efetivamente produziu o resultado. 
 Também aqui, inexistente o vínculo subjetivo, não há concurso de pessoas. 
Concurso de pessoas em crime culposo. 
 A doutrina admite a coautoria em crimes culposos, quando duas ou mais pessoas, 
conjuntamente, agindo por imprudência, negligência ou imperícia, violam o dever 
objetivo de cuidado a todos imposto, produzindo um resultado naturalístico. 
 É o que ocorre no caso de dois pedreiros que, trabalhando em uma construção, 
tomam uma trave e a atiram à rua, atingindo culposamente uma pessoa que por ali 
passava. 
 Como se percebe, não existe no exemplo uma conduta principal e outra 
acessória e o evento se concretiza em razão do empenho das duas forças, sendo ambos 
coautores. 
 Por outra via, a doutrina rejeita a possibilidade de participação em crime culposo. 
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Bom estudo!

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