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Dissertacao_MARTINS

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
 
 
 
 
 
CÉLIA SOARES MARTINS 
DANIELE DA CONCEIÇÃO MOURA 
MARTA MATHIAS FERREIRA 
ROSÂNGELA MOREIRA BARBOSA 
 
 
 
 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A CLIENTE PORTADORA DO CÂNCER DE 
MAMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
 
2010 
CÉLIA SOARES MARTINS 
DANIELE DA CONCEIÇÃO MOURA 
MARTA MATHIAS FERREIRA 
ROSÂNGELA MOREIRA BARBOSA 
 
 
 
ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A CLIENTE PORTADORA DO CÂNCER DE 
MAMA 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado à Universidade Estácio de Sá 
como requisito parcial para obtenção do 
grau de Bacharel em Enfermagem. 
 Orientadora: Profª: Rita Maria Araújo Costa 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro 
2010 
 
Agradecimentos 
 
 Agradecemos em primeiro lugar a DEUS por ter nos dado força, perseverança e 
discernimento para alcançar nosso objetivo atual. 
 
Aos nossos familiares por todo o carinho, apoio e compreensão nos nossos momentos 
de ausência durante este longo percurso na academia. 
 
Agradecemos a todos os professores, os quais contribuíram direta ou indiretamente na 
nossa formação acadêmica, em especial ao Profº. Carlos Adão por ter nos incentivado na 
decisão do tema escolhido, e não esquecendo também dos dedicados professores que se 
disporam a participar da Banca Examinadora: Ms.Sheila dos S. Souza Azevedo, Ms.Adriana 
Nascimento Mayrink e Ms.Carlos Alberto Esteves Adão. 
 
Agradecemos também à nossa orientadora Ms.Rita Maria Araujo Costa pela 
sabedoria, dedicação e paciência a nós dedicada, conduzindo-nos na elaboração do 
presente trabalho. 
 
Não esquecendo também de agradecer aos cadáveres indigentes que emprestaram 
seus corpos para que pudéssemos adquirir o conhecimento anatômico que foi fundamental 
na nossa formação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Sobre o cuidado diz-se: "Pelo cuidado não vemos natureza e tudo que nela existe como 
objetos. A relação não é sujeito-objeto, mas sujeito-sujeito" 
 Leonardo Boff. 
 
RESUMO 
 
 
MARTINS, Célia S.; MOURA, Daniele C.; FERREIRA, Marta M.; BARBOSA, ROSANGELA 
M. Assistência de Enfermagem a cliente portadora do câncer de mama 2009. Trabalho 
de Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Universidade Estácio de Sá. Rio de 
Janeiro, 2010. 
 
Trabalho de Conclusão de Curso que aborda o tema Assistência de Enfermagem a 
Cliente Portadora do Câncer de Mama, inscrito na linha de pesquisa o cuidar no Processo 
Saúde-Doença, na área predominante Enfermagem no Cuidado à Saúde da Mulher. O 
trabalho tem como propósito descrever as ações desenvolvidas pelos Enfermeiros no 
cuidado à cliente portadora de câncer de mama. Foi adotada a metodologia bibliográfica do 
tipo descritiva com método de abordagem qualitativo. A coleta de dados foi realizada nas 
bases de dados do Sistema BIREME, em obras divulgadas no SciELO, LILACS e fontes 
impressas. Resultados: Foram selecionadas 19 produções científicas, que tratavam 
especificamente do tema, todos na área de enfermagem, publicadas entre 1999 e 2009, no 
idioma português, baseadas nas referências sobre câncer de mama e as ações de 
enfermagem prestadas às portadoras da doença. Revelou-se a enfermeira atua em todo o 
processo saúde/doença, com ações educativas que é uma das ações prioritárias da sua 
atuação, juntamente com a consulta de enfermagem onde proporciona o contato direto com 
a cliente. Dialogar na intenção de elaborar planos de intervenções que atendam as 
necessidades da cliente visando-lhe o apoio emocional, para vencer seus obstáculos 
referentes ao processo da doença, além dos cuidados no pré e pós-operatório e 
mastectomia. Conclui-se então que o enfermeiro é o elemento da equipe de saúde que mais 
tempo fica em contato com essas clientes, cabendo-lhe trabalhar de forma humanizada e 
holística com base no conhecimento científico e prático. 
 
 
Palavras-chave: câncer de mama, ações de enfermagem e mastectomia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
 
BARBOSA, Rosangela M.; FERREIRA, Marta M.; MARTINS, Célia S.; MOURA, Daniele C. 
Assistência de Enfermagem a cliente portadora do câncer de mama 2009. Trabalho de 
Conclusão de Curso (Graduação em Enfermagem) – Universidade Estácio de Sá. Rio de 
Janeiro, 2010. 
 
Work for the conclusion of course that deals with the theme Nursing Care to the Client 
Carrier of Breast Cancer, entered in the research line – The Caring in Health-Disease 
Process – in the predominant area of Nursing Care for the Women’s Health. The purpose of 
the work is to describe the actions developed by nurses in care for the customer carrier of 
breast cancer. The adopted methodology was the bibliographic of the descriptive type with 
qualitative approach. The data collection was performed in the databases of the BIREME 
system in works disclosed in the SciELO, LILACS and printed sources. Results: 21 scientific 
productions were selected, dealing specifically with the theme, all in nursing, published 
between 1999 and 2009, in the Portuguese language, based on references on breast cancer 
and nursing actions provided for those carrying the disease. The research revealed that the 
nurse operates in the entire health-disease process with educational actions, which is one of 
the priority actions of its activities, together with the nursing consultation, which provides 
direct contact with the client. Talks intending to draw up plans of interventions that meet the 
customers’ needs aiming to provide the emotional support to overcome the obstacles relating 
to the process of the disease, in addition to the care in pre and post-surgery and 
mastectomy. The conclusion is that the nurse is the element of the health team that more 
time is in contact with such customers, thus working in a humanized and holistic way on the 
basis of scientific and practical knowledge. 
 
 
Key-words: Breast cancer. Nursing actions. Mastectomy. 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
 
QUADRO 1- Ações do Enfermeiro a cliente portadora de câncer de mama, distribuídas por 
autores e ano__________________________________________32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
FIGURA 1- Inspeção em frente ao espelho (INCA, 2002, p.337)_______________24 
 
FIGURA 2- Palpação deitada (INCA, 2002, p.337)__________________________24 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 . INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 10 
 
2. METODOLOGIA ........................................................................................................ 13 
 
3. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................................... 15 
 
3.1 O CÂNCER DE MAMA ............................................................................................... 15 
 
3.2 AÇÕES DE ENFERMAGEM À CLIENTE PORTADORA DE CÂNCER DE 
 MAMA............................................................................................................................27 
 
4. ANÁLISE DE DADOS....................................................................................................32 
 
5. CONCLUSÃO.................................................................................................................41 
 
REFERÊNCIAS......................................................................................................................43 
 
APÊNDICE A- INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS....................................................47 
 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Este estudo tem como tema a Assistência de Enfermagem a Cliente Portadora 
de Câncer de Mama inscrito na linha de pesquisaO cuidar no Processo Saúde-
Doença e na área predominante Enfermagem no Cuidado à Saúde da Mulher. O 
Câncer de Mama é um dos mais temidos pelas mulheres devido à sua frequência e 
aos efeitos psicológicos da doença, que podem afetar a autoestima e a sexualidade 
da mulher e assim como outras doenças, frequentemente apresenta sintomas que 
devem ser observados. 
Deste cenário estabeleceu-se a seguinte questão de pesquisa: Quais as 
ações do Enfermeiro no cuidado a cliente portadora de câncer de mama? 
Este trabalho traz como objeto de estudo as ações do enfermeiro no cuidado 
a cliente com câncer de mama. 
O objetivo da pesquisa foi descrever as ações desenvolvidas pelos 
Enfermeiros no cuidado a cliente portadora de câncer de mama. 
 No decurso de nossa graduação tomamos consciência de que o enfermeiro é 
o elemento da equipe de saúde que mais tempo fica em contato com a cliente, com 
um papel fundamental na promoção da saúde e na prevenção das doenças. A sua 
função de acompanhamento próximo e frequente junto as pessoas (doentes ou não) 
deve privilegiar a educação em saúde, a aquisição de hábitos saudáveis, a 
descoberta de novas motivações e de outros fatores determinantes do 
comportamento. 
 Enquanto acadêmicas de uma Universidade privada no Rio de Janeiro a 
motivação que nos levou a elaborar e construir este trabalho sobre as ações do 
Enfermeiro a cliente portadora do câncer de mama, deveu-se ao alto índice de 
pessoas principalmente as mulheres acometidas pela doença e a alta taxa de 
mastectomia e mortalidade, na maioria dos casos em consequência do diagnóstico 
tardio. 
No Brasil foi elaborado um documento de Consenso do Controle do Câncer de 
Mama, distribuído pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), recomenda ações de 
controle da doença, o autoexame das mamas mensalmente e o exame clínico anual 
das mamas em mulheres de 40 a 49 anos. Também faz recomendações específicas 
para mulheres pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de 
desenvolver câncer de mama, que são: exame clínico e mamografia anual a partir 
dos 35 anos. Hoje, o Sistema Único de Saúde realiza mamografia para todas as 
mulheres que tenham indicação médica de fazer o exame, sem limite de idade. 
A assistência de enfermagem em Oncologia evoluiu muito desde seu 
aparecimento como especialidade e a literatura existente aponta e preconiza 
importante papel do enfermeiro no apoio a cliente oncológica nas várias fases de 
sua doença. Pensar hoje em Oncologia é pensar em sobrevida com qualidade e não 
se fixar na cura da doença. (CAMARGO E SOUZA, 2003). 
O enfermeiro atua em todo o processo saúde/doença, com ações educativas 
que são ações prioritárias da sua atuação. Realiza palestras, vídeos, promove 
grupos de reflexão, onde deve ser incentivado o autoexame das mamas 
periodicamente, para a prevenção e detecção precoce da doença, juntamente com a 
consulta de enfermagem. Esta ação proporciona o contato direto com a cliente 
garantindo a oportunidade de expressar-se, exteriorizar seus medos e ansiedades, 
pois é essencial o enfermeiro imprimir no cuidado a capacidade de interagir com a 
cliente exercitando o diálogo, dando voz a essa cliente de modo a identificar suas 
ações e reações diante do impacto do possível diagnóstico positivo da doença. Deve 
ter a intenção de elaborar planos de intervenções que atendam as necessidades da 
cliente visando o apoio emocional, para vencer seus obstáculos referentes ao 
processo da doença. 
Durante consultas de preventivo de câncer de colo de útero e câncer de 
mamas, comuns em postos de saúde e em unidades de saúde da mulher, o 
enfermeiro tem a oportunidade de oferecer instruções de como realizar o auto-
exame das mamas, e esclarecer a significância de um diagnóstico precoce. 
(BARBOSA, et al 2004). 
A enfermagem tem papel fundamental no cuidado préoperatório por meio da 
visita, dando orientações quanto uma série de exames pré-operatórios solicitados 
pela equipe médica, prestar informações com linguagem acessível ao seu 
entendimento clareza nas exposições, e ainda outro fator muito importante é a 
inserção da mulher no processo decisório que a envolve e no tipo de procedimento 
que será adotado. (BARRETO et al, 2008; ALMEIDA e MAMEDE, 2003). 
A religião pode ser um instrumento que motiva e dá suporte aos profissionais 
de saúde para o desenvolvimento e a melhoria de suas habilidades técnicas junto ao 
paciente. Para Teixeira e Lefèvre (2006), a enfermagem, como profissão, 
tradicionalmente reconhece o valor clínico do cuidado espiritual, através do diálogo a 
intervenção da enfermeira no tratamento de mulheres com câncer de mama, quando 
associada ao aumento da autoestima, fortalecimento da ajuda social e de sustento 
da crença religiosa pode ser importante para aumentar a crença, o potencial de luta 
e o nível de esperança. 
No Brasil o câncer de mama é a maior causa de óbitos na população feminina, 
principalmente na faixa etária entre 40 e 69 anos. Em 2005 ocorreram 502 mil óbitos 
por câncer de mama no mundo, as estimativas para o ano de 2008, válida também 
para 2009 apontam que ocorrerão 49 mil novos casos de câncer de mama. 
(BRASIL, 2008). 
Como relevância acadêmica espera-se contribuir com uma reflexão sobre a 
forma de como se pode trabalhar no câncer de mama, trazendo informações que 
poderão acrescentar aos acadêmicos de Enfermagem conhecimentos teóricos, 
instigando-os a serem pesquisadores e atuantes capazes de conviverem com os 
enfrentamentos de sua vivência profissional e colaborando para que possam refletir 
sobre as ações dos Enfermeiros no câncer de mama. 
E a relevância social é enfatizar a importância da prevenção e o diagnóstico 
precoce do câncer de mama aumentando as chances de cura, assim diminuindo o 
índice de mastectomia e mortalidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 METODOLOGIA 
 
No campo da saúde pública, o câncer de mama feminino emerge como uma 
doença de importância cada vez maior em todas as partes do mundo. Isso ocorre, 
principalmente, devido à sua frequência elevada e à dimensão do problema. Neste 
estudo será utilizada uma revisão bibliográfica descritiva com abordagem qualitativa, 
o que tornou possível identificar o conhecimento descrito na literatura sobre o câncer 
de mama e a assistência de enfermagem prestada a cliente acometida por esta 
doença. 
A pesquisa realizada foi de tipologia bibliográfica que segundo Gil (2004), é 
desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de 
livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum 
tipo de trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas exclusivamente a partir 
de fontes bibliográficas. 
Para Marconi e Lakatos, 2006, a pesquisa bibliográfica não é mera repetição 
do que já dito ou escrito sobre certo assunto, mas propicia o exame de um tema sob 
um novo enfoque ou abordagem, chegando a conclusões inovadoras. 
Segundo Gil (2007), a pesquisa descritiva tem como objetivo primordial a 
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então o 
estabelecimento de relações entre variáveis. Uma de suas características está na 
utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a 
observação sistemática. 
Gil (1999), afirma que pesquisa qualitativa considera que há uma relação 
dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o 
mundo objetivo e a subjetividade do sujeito, que não pode ser traduzido em 
números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de significados são básicas 
no processo de pesquisa qualitativa. Não requer o uso de métodos e técnicas 
estatísticas. O ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados e o 
pesquisador é um instrumento chave. Ela permite aos pesquisadores uma melhor 
compreensão proposta, já que não se preocupa em qualificar índices, porém 
trabalhacom o que realmente acontece, sendo um instrumento mais adequado 
porque se propõem a trabalhar não com dados e sim com a necessidade de cuidar 
de orientações de Enfermagem no câncer de mama. 
Para construir essa pesquisa após a escolha do tema, percorreu-se as 
bibliotecas do INCA, da UNESA e ESCOLA DE ENFERMAGEM ANA NERY (UFRJ) 
e buscou-se os bancos de dados da internet como Sistema Bireme (LILACS, 
SCIELO, BDENF e Medline), onde foram coletados materiais pertinentes ao tema e 
que respondesse a questão norteadora no período de 1999 à 2009, no idioma 
português, utilizando-se as palavras-chave: câncer de mama, ações de 
enfermagem, mastectomia. 
Para a realização da análise de dados foram selecionados 21 obras científicas 
sendo 15 artigos, 2 livros, 3 monografias e 1 tese, após a seleção de material de 
interesse para o estudo e que respondesse a questão norteadora, estes foram 
submetidos a sucessivas leituras e fichamentos através de um formulário usado 
como instrumento de coleta de dados aplicado pelas autoras do presente 
estudo(Apêndice A). 
Os dados foram analisados através da elaboração de categorias temáticas, de 
acordo com que MINAYO (2003) preconiza: 
“Categorias servem para agrupar elementos, 
idéias ou expressões em torno de um conceito capaz de 
abranger tudo isso... e a análise de dados, é onde se 
pode encontrar respostas para as questões formuladas e 
também podemos confirmar ou não as afirmações 
estabelecidas antes do trabalho de investigação,onde 
serão elaborados questionamentos, fundamentação 
teórica, leitura exaustiva e repetida dos textos 
estabelecendo interrogações para justificar o que surge 
de relevante.” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
3.1 O CÂNCER DE MAMA 
Culturalmente, a mama tem um papel significativo na imagem corporal da mulher, pois 
é um símbolo importante de feminilidade compondo a estética feminina e sua sexualidade, 
além de exercer a função fisiológica da amamentação e de símbolo da maternidade. 
Segundo Barros et al (1998), primeiro devemos saber que todos os seres vivos são 
formados por unidades microscópicas chamadas células. Cada célula pode se reproduzir, 
formando outras células em condições normais num processo ordenado e controlado, 
responsável pela formação, crescimento e regeneração de tecidos, que por sua vez 
constituem órgãos. 
Em algumas ocasiões, entretanto, ocorre uma ruptura dos mecanismos reguladores da 
multiplicação celular e, sem que seja necessário ao tecido, uma célula começa a crescer e 
dividir-se desordenadamente. Pode resultar daí um clone de células descendentes, 
herdeiras dessa propensão ao crescimento e divisão anômalos, insensíveis aos 
mecanismos reguladores normais, o que resulta na formação do que se chama tumor ou 
neoplasia, que pode ser benigna ou maligna. A carcinogênese refere-se ao desenvolvimento 
de tumores malignos, e é estudada com base nos fatores e mecanismos a ela relacionados. 
(BRASIL, 2008) 
Segundo o autor acima citado, a mama é constituída por estruturas produtoras de leite 
(lóbulos), ductos, que são pequenos canais que ligam os lóbulos ao mamilo; gordura, tecido 
conjuntivo, vasos sanguíneos e vasos linfáticos. 
Vasos linfáticos são semelhantes aos vasos sanguíneos, só que em vez de sangue 
transportam linfa, um líquido que contém células do sistema de defesa, gordura e proteínas. 
Ao longo dos vasos linfáticos, há pequenos órgãos em forma de feijão, chamados gânglios 
ou nódulos linfáticos, ou ainda linfonodos, que armazenam glóbulos brancos chamados 
linfócitos. A maioria dos vasos linfáticos da mama se dirige a gânglios linfáticos situados nas 
axilas, denominados nódulos ou gânglios axilares. Se as células cancerosas atingirem esses 
gânglios, a probabilidade de que a doença se espalhe para outros órgãos é maior. 
A maioria dos cânceres de mama começa nos ductos (carcinomas ductais), alguns 
têm início nos lóbulos (carcinoma lobular) e os demais nos outros tecidos. 
 
Nódulos benignos 
 Para Smeltzer e Bare (2005), a maioria dos tumores de mama são benignos, isto é, 
são crescimentos celulares que não se espalham pelo organismo e não ameaçam a vida da 
mulher. Mas só um médico pode dizer a diferença. A maioria dos nódulos (ou caroços) nas 
mamas são cistos, que contêm líquido. 
 Tipos de câncer de mama 
• Carcinoma in situ: é o termo usado para o câncer em estágio inicial, que está 
restrito ao local onde teve início - lóbulo ou ducto - e não atingiu nem os 
tecidos gordurosos próximos, nem outros órgãos. 
• Carcinoma ductal in situ: é o tipo mais comum de câncer de mama não-
invasivo; está confinado aos ductos, não se espalhou através das paredes dos 
ductos e não atingiu o tecido gorduroso. Praticamente todas as mulheres com 
tumores neste estágio podem ser curadas. 
• Carcinoma lobular in situ: é o câncer que começa nas glândulas produtoras de 
leite (lóbulos) e permanece restrito a elas, sem atravessar a parede dos 
lóbulos. 
• Carcinoma ductal infiltrante ou invasivo: é o tipo mais comum de câncer de 
mama e é responsável por 80% dos casos da doença. Ele começa nos ductos, 
atravessa sua parede e invade o tecido adiposo (gorduroso) da mama, de 
onde pode se espalhar para outras partes do corpo. 
• Carcinoma lobular infiltrante ou invasivo: ele começa nas glândulas que 
produzem leite ou lóbulos e pode se espalhar para outras partes do corpo. Ele 
é responsável por 10% dos cânceres de mama invasivos. 
• Carcinoma de Paget é uma lesão especial que, freqüentemente, se manifesta 
como dermatite eczematóide unilateral da papila mamária, por isso ela deve 
sempre merecer certo grau de suspeição e requer biópsia. 
• O carcinoma inflamatório é uma forma especial de tumor caracterizada pelo 
comprometimento difuso da mama, que adquire características de inflamação. 
Ao microscópio, observa-se a presença de êmbolos subdérmicos maciços. 
Clinicamente, a pele apresenta calor, rubor e edema, lembrando a casca de 
uma laranja. Trata-se de um tumor agressivo, fundamentalmente tratado pela 
quimioterapia. 
 
Os sintomas de disseminação regional são vermelhidão, ulceração, edema ou 
dilatação de veias; alterações cutâneas do tipo “Casca de Laranja” e aumento dos 
linfonodos na axila. 
E as evidências de doença metastática são: 
• Aumento dos linfonodos na região supraclavicular ou cervical; 
• Anormalidade na radiografia de tórax; 
• Com ou sem derrame pleural; 
• Elevação da fosfatase alcalina, elevação de cálcio, cintigrafia óssea positiva 
e/ou dor óssea relacionada com comprometimento ósseo; 
• Provas de função hepática alteradas. 
 
As células cancerizadas adquirem capacidade de se desprender do tumor e migrar, 
chegando a órgãos distantes, constituindo as metástases. Elas perdem sua função 
especializada e, à medida que substituem as células normais, comprometem a função do 
órgão afetado. Se o câncer se inicia em tecidos epiteliais, como pele ou mucosas, ele é 
chamado carcinoma. Se começa em tecidos conjuntivos, como o tecido de sustentação da 
mama, é chamado sarcoma. 
O processo de carcinogênese, ou seja, de formação de câncer, é em geral lento, 
podendo levar vários anos para que uma célula se prolifere e dê origem a um tumor 
palpável. Esse processo é composto de três estágios, quais sejam: 
 
• Estágio de iniciação, no qual os genes sofrem ação de fatores cancerígenos; 
• Estágio de promoção, no qual os agentes oncopromotores atuam na célula já 
alterada; 
• Estágio de progressão, caracterizado pela multiplicação descontrolada e 
irreversível da célula. (BRASIL 2008) 
 
Segundo o INCA o tempo médio para ocorrer a duplicação celular no câncer de mama 
é de 100 dias. O tumor pode ser palpável quando atinge um centímetro de diâmetro. Uma 
esfera de tal dimensão contém aproximadamente um bilhão de células que é o resultado de 
30 duplicações celulares. Portanto, uma célula maligna levará 10 anos para se tornar um 
tumor de um centímetro.Cerca de 80% dos cânceres se manifestam como um tumor indolor. Apenas 10% das 
pacientes queixam-se de dor, sem a percepção do tumor. No caso dos tumores clinicamente 
palpáveis, a paciente será inicialmente submetida à mamografia. Em seguida, a punção 
aspirativa por agulha fina ou a punção por agulha grossa (core biopsy) devem ser 
realizadas, a fim de melhor orientar a condução dos exames e programação cirúrgica a que 
será submetida a paciente. A punção por agulha grossa dá diagnóstico histológico e, 
portanto, definitivo da lesão. (BRASIL, 2002) 
 
Diagnóstico e Estadiamento. 
 
O câncer de mama pode ser diagnosticado após avaliação citológica ou histológica. O 
exame do tecido dá o diagnóstico definitivo e é realizado através de: 
• biópsia por aspiração por agulha fina (AAF) - a citologia é fácil de realizar 
quando as massas dominantes são palpáveis; 
• biópsia tecidual - fornece uma amostra do volume central do tecido de uma 
massa dominante; 
• biópsia incisional - realizada quando a massa é grande, e envolve a retirada de 
apenas uma parte da mesma; 
• biópsia excisional - envolve a retirada de toda a massa e de uma margem de 
tecido normal em torno dela. Massas não palpáveis detectadas por 
mamografia também podem ser removidas por biópsia excisional, que é por 
localização de agulha. (BRASIL, 2002) 
 
O estadiamento consiste em avaliar a extensão da doença no órgão de origem, nos 
órgãos e/ou estrutura adjacentes, nos linfonodos regionais e a distância. O processo de 
estadiamento objetiva determinar o prognóstico e orientar o tratamento, avaliar os 
resultados, e facilitar o intercâmbio de informações entre os centros, contribuindo para 
pesquisa. 
Em continuidade, o autor aponta os fatores prognósticos para o estadiamento do 
câncer de mama como: o tamanho do tumor; situação dos linfonodos; grau histológico e 
nuclear; receptores para estrogênio e progesterona; análise do conteúdo do DNA; invasão 
vascular e linfática; oncogênese; genes de supressão tumoral; fator de crescimento 
epidérmico; catepsina D; proteínas de resposta ao estresse, calor e choque; necrose; 
margem de ressecção; resposta inflamatória; multicentricidade; componente intraductal 
extensivo (EIC); características demográficas; tumores receptores de estrogênio (ER) 
positivos e receptores de progesterona (PR) positivos comprovadamente apresentam 
melhor resposta do que tumores ER e PR negativos; o tipo e tamanho do tumor; a situação 
dos linfonodos, os graus histológicos e nucleares e o teor de DNA (ploidia e SPF) são as 
avaliações mais comumente consideradas usadas hoje para determinar o prognóstico e os 
planos terapêuticos. 
Existem vários sistemas de estadiamento do câncer. O sistema que é universalmente 
recomendado é o TNM, da União Internacional Contra o Câncer (UICC). Este sistema serve 
para descrever a extensão anatômica da doença e baseia-se na pesquisa de três 
componentes: 
 
• T: extensão do tumor primário; 
• N: ausência ou presença de metástases em linfonodos regionais; 
• M: ausência ou presença de metástases a distância. (BRASIL, 2008) 
 
A adição de números a esses três componentes indica a extensão da doença. Na 
interpretação de cada fator são analisadas as diversas variações que, para o tumor 
primitivo, vão de T1 a T4, para o comprometimento linfático, de N0 a N3, e, para as 
metástases a distância, de M0 a M1. O estadiamento encerra a investigação necessária ao 
planejamento terapêutico. 
Para o tratamento do câncer de mama, existem algumas possibilidades como: 
• Tratamento cirúrgico: a principal meta desse tratamento é erradicar a presença 
local do câncer; 
• Mastectomia radical modificada: é a retirada da totalidade do tecido mamário 
juntamente com os linfonodos axilares; 
• Cirurgia conservadora da mama: consiste em lumpectomia, excisão ampla, 
mastectomia parcial ou segmentar ou quadrantectomia (ressecção do 
quadrante mamário afetado) e retirada dos linfonodos axilares para os tumores 
com componente invasivo seguido de uma série de radioterapia para tratar a 
doença microscópica residual; 
• Radioterapia: feixe externo que geralmente sucede a excisão da massa 
tumoral para diminuir a possibilidade de recidiva local e para erradicar 
quaisquer células cancerosas microscópicas residuais; 
• Quimioterapia: é administrada para erradicar a disseminação micro metastática 
da doença. 
 
Os procedimentos cirúrgicos selecionados baseiam-se no estágio clínico da doença 
(tamanho do tumor, fixação, histologia, gânglios, metástase), achados da mamografia 
(inclusive evidências de células cancerosas em regiões da mama distintas do tumor 
primário), localização do tumor, história do cliente; experiência cirúrgica e em radioterapia 
disponível, tamanho e formato da mama e preferência da cliente. (SMELTZER e BARE, 
2005) 
A cirurgia também tem um papel no controle da doença metastática. Os exemplos 
incluem procedimentos de ressecção de recidiva local, drenagem de derrames pleurais, 
redução do volume e descompressão de metástase medulares e ressecção dos ovários 
para eliminar a fonte de estrogênio andrógeno. 
Mesmo com os avanços no diagnóstico e tratamento dos distúrbios de mama, o medo 
da desfiguração, da perda da atração sexual e da morte ainda afeta as mulheres. Assim, os 
cuidados de enfermagem voltados para essas mulheres devem abranger profunda 
compreensão e habilidade de avaliação clínica especializadas para abordar as 
necessidades físicas e psicológicas das mulheres com distúrbios de mama e suas famílias. 
As reações da mulher com câncer de mama frente à mutilação ocorrida com a 
mastectomia relacionam-se à sua subjetividade, sendo determinadas pela maneira como ela 
vive e convive com o seu corpo desde a infância e o processo de elaboração frente à 
doença e à perda da mama é semelhante ao processo de elaboração de luto (ALMEIDA, 
MAMEDE e cols., 2000). 
A Organização Mundial de Saúde estima que, por ano, ocorram mais de 1.050.000 
casos novos de câncer de mama em todo o mundo, o que o torna mais comum entre as 
mulheres. No Brasil não tem sido diferente. Informações obtidas pelo Registro de câncer de 
Base Populacional, disponíveis para 16 cidades brasileiras, mostram que na década de 90 
este foi o câncer mais frequente no país. As maiores taxas de incidência foram observadas 
em São Paulo, no Distrito Federal e em Porto Alegre (BRASIL, 2008). 
Segundo a fonte acima citada, o número de casos novos de câncer de mama 
esperados para o Brasil em 2010 aponta que ocorrerão 49.400 novos casos, com risco 
estimado de 49 casos a cada 100 mil mulheres. Embora seja considerado um câncer de 
bom prognóstico, trata-se da maior causa de morte entre as mulheres brasileiras, 
principalmente na faixa entre 40 e 69 anos, com mais de 11.000 mortes no ano de 2007. 
Isso porque a doença na maioria dos casos é diagnosticada em estágios avançados. 
A cada ano, cerca de 22% dos casos novos de câncer em mulheres são de mama. Em 
novembro de 2003, foi realizada a "Oficina de Trabalho para Elaboração de 
Recomendações ao Programa Nacional de Controle do Câncer de Mama", organizada pelo 
Ministério da Saúde, através do Instituto Nacional do Câncer e da Área Técnica da Saúde 
da Mulher, com o apoio das Sociedades Científicas afins e participação de gestores 
estaduais, ONG's e OG's. 
A partir dessa oficina foi desenvolvido um documento de Consenso para Controle do 
Câncer de Mama, contém as principais recomendações técnicas referentes à detecção 
precoce, ao tratamento e aos cuidados paliativos em câncer de mama no Brasil (BRASIL, 
2004). 
Esse Consenso do controle do câncer de Mama, documento elaborado por gestores, 
ONGs, sociedades médicas universidades, com criação, redação e distribuído pelo Instituto 
Nacional do Câncer (INCA), dentre outras ações, recomenda como estratégia de controle da 
doença o auto-exame das mamas mensalmente e o exame clínico anual das mamas em 
mulheresde 40 a 49 anos, além da realização de mamografia para a faixa etária de 50 a 69 
anos, repetida a cada dois anos. Também faz recomendações específicas para mulheres 
pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama, 
que são: exame clínico e mamografia anual a partir dos 35 anos. Hoje, o Sistema Único de 
Saúde realiza mamografia para todas as mulheres que tenham indicação médica de fazer o 
exame, sem limite de idade. 
Frente às limitações práticas para a implementação, junto à população, de estratégias 
efetivas para a prevenção do câncer de mama, as intervenções, do ponto de vista da Saúde 
Pública, passam a ser direcionadas à sua detecção precoce, com a garantia de recursos, 
diagnósticos adequados e tratamento oportuno. O Ministério da Saúde preconiza que as 
formas mais eficazes para detecção precoce do câncer de mama são o exame clínico da 
mama, mamografia e a ultrassonografia (BRASIL, 2004). 
A realização do exame clinico das mamas (ECM), quando realizado por um médico ou 
enfermeira treinados, pode detectar tumor de até 1 (um) centímetro, se superficial. O Exame 
Clínico das Mamas deve ser realizado conforme as recomendações técnicas do Consenso 
para Controle do Câncer de Mama. 
A primeira etapa do autoexame das mamas é a inspeção e deve ser feita com boa 
fonte de iluminação natural ou artificial. A mulher deve estar em pé ou sentada e o 
profissional deverá observá-la, primeiramente, com os braços ao longo do tronco; 
posteriormente com os braços levantados; finalmente, com as mãos nos quadris, 
pressionando-os, com o objetivo de salientar os contornos das mamas. Atentar para: 
• Forma, volume e simetria das mamas e eventuais retrações nas mesmas. 
• Coloração e alterações da pele. 
• Aréolas e papilas. 
A segunda etapa é a palpação e deve incluir a região axilar e a mama, desde a linha 
médio esternal até a clavícula e, lateralmente, até o início da região dorsal. Deve ser 
realizada em dois momentos: 
a) Mulher sentada - Palpar profundamente as cadeias linfáticas, com atenção para as fossas 
supraclaviculares e regiões axilares. Atentar para a presença de linfonodos e caracterizá-
los. 
b) Mulher deitada, ombro sobrelevado - Palpar a mama em toda sua extensão, a fim de 
sentir o parênquima mamário. Atentar para a presença de nódulos e caracterizá-los. 
A terceira etapa é a expressão e esta é uma etapa subsequente à palpação e permite 
detectar a presença de secreção. A presença de secreção papilar pode estar associada a 
processo inflamatório ou a lesão benigna ou maligna. Atentar para a presença e 
características da secreção, se purulenta, serosa, sanguinolenta ou cristalina, que deve ser 
coletada e encaminhada para exame citopatológico, especialmente quando for espontânea. 
As secreções cristalinas estão mais associadas ao câncer, e as secreções 
sanguinolentas, aos papilomas. 
 
Técnica para a realização do auto-exame das mamas segundo Brasil,2004: 
Atualmente, o autoexame das mamas não é recomendado como método de 
rastreamento para o câncer de mama. O exame das mamas realizado pela própria mulher, 
apalpando as mamas, ajuda no conhecimento do próprio corpo. Entretanto esse exame não 
substitui o exame clínico das mamas realizado por um profissional de saúde treinado. Caso 
a mulher observe alguma alteração, deve procurar imediatamente o serviço de saúde mais 
próximo da sua residência. Mesmo que ela não encontre nenhuma alteração no autoexame, 
deve ter suas mamas examinadas uma vez por ano por um profissional de saúde. 
 
� Inspeção em frente ao espelho 
Observar a área que vai do pescoço até embaixo do seio e das axilas até a parte externa 
dos ombros. 
a) A mulher deve estar em pé, desnuda, braços estendidos ao longo do tronco. Deve 
observar as mamas e estabelecer comparações de uma para outra, em termos de tamanho, 
posição, cor da pele, retrações ou qualquer outra alteração. 
b) Em seguida, a mulher deve levantar os braços sobre a cabeça e fazer as mesmas 
comparações de acordo com a figura 1, observando se existe projeção de massa tumoral; 
caso a mulher tenha seios grandes, deverá levantá-los com ajuda das mãos para ver a parte 
debaixo deles. 
c) Colocar as mãos nos quadris, pressionando-os, para que fique salientado o contorno das 
mamas. Deve fazer isto de forma alternada, primeiro do lado direito e depois, do lado 
esquerdo. Este procedimento evidencia retrações, que podem sugerir a presença de 
processo neoplásico. 
d) Com as palmas das mãos juntas, levantar os braços à altura do nariz. Forçar uma 
palma contra a outra, de forma a endurecer os músculos da região torácica, verificando 
alguma anormalidade que não foi detectada nas etapas anteriores. A seguir, deverá realizar 
a palpação da mama com o braço elevado até o prolongamento axilar e com o braço 
posicionado ao longo do corpo para o oco axilar. 
 
� Palpação 
Para realizar a palpação, a mulher deve estar deitada com o ombro sobrelevado, conforme a 
figura 2. Assim, para examinar a mama esquerda, deve colocar sob o ombro esquerdo um 
travesseiro ou toalha dobrada e, com a mão direita, realizar a palpação da mama esquerda. 
Procedimento similar deve ser realizado para a mama direita. 
 
Figura 1- Inspeção em frente ao espelho 
 
Figura 2 - Palpação deitada 
Fonte: INCA (2002) 
 
O INCA não estimula o autoexame das mamas como estratégia isolada de detecção 
precoce do câncer de mama. A recomendação é que o exame das mamas pela própria 
mulher faça parte das ações de educação para a saúde que contemplem o conhecimento do 
próprio corpo. 
Brasil, (2004), enfatiza que as evidências científicas sugerem que o autoexame das 
mamas não é eficiente para o rastreamento e não contribui para a redução da mortalidade 
por câncer de mama. Além disso, o autoexame traz consigo conseqüências negativas, como 
o aumento do número de biópsias de lesões benignas, falsa sensação de segurança nos 
exames negativos e impactos psicológicos negativos nos exames falsamente positivos. 
Portanto, o exame das mamas realizado pela própria mulher não substitui o exame físico 
realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado para essa atividade. 
Ainda segundo Brasil (2004), a outra forma de detecção precoce é a mamografia. É a 
radiografia da mama que permite a detecção precoce do câncer, por ser capaz de mostrar 
lesões em fase inicial, muito pequenas (de milímetros). É realizada em um aparelho de raio 
X apropriado, chamado mamógrafo. Nele, a mama é comprimida de forma a fornecer 
melhores imagens, e, portanto, melhor capacidade de diagnóstico. O desconforto provocado 
é discreto e suportável. 
Estudos sobre a efetividade da mamografia sempre utilizam o exame clínico como 
exame adicional, o que torna difícil distinguir a sensibilidade do método como estratégia 
isolada de rastreamento. 
A sensibilidade varia de 46% a 88% e depende de fatores tais como: tamanho e 
localização da lesão, densidade do tecido mamário (mulheres mais jovens apresentam 
mamas mais densas), qualidade dos recursos técnicos e habilidade de interpretação do 
radiologista. A especificidade varia entre 82%, e 99% e é igualmente dependente da 
qualidade do exame. 
Os resultados de ensaios clínicos randomizados que comparam a mortalidade em 
mulheres convidadas para rastreamento mamográfico com mulheres não submetidas a 
nenhuma intervenção são favoráveis ao uso da mamografia como método de detecção 
precoce capaz de reduzir a mortalidade por câncer de mama. As conclusões de estudos de 
meta análise demonstram que os benefícios do uso da mamografia se referem, 
principalmente, a cerca de 30% de diminuição da mortalidade em mulheres acima dos 50 
anos. 
O diagnóstico precoce é o procedimento utilizado na tentativa de se descobrir o mais 
cedo possível uma doença, através dos sintomas e/ou sinais clínicos que o paciente 
apresente, principalmente quando associados à presençade fatores de risco. Nesse caso, o 
enfermeiro pode aplicar, em sua prática assistencial, seus conhecimentos sobre os fatores 
de risco para o câncer, bem como sobre medidas de prevenção. Deve ainda informar sobre 
os sinais e sintomas de alerta para o câncer que podem levantar, com isso, suspeita 
diagnóstica e orientar e encaminhar os pacientes aos serviços de saúde. As pessoas 
informadas passam então a procurar uma unidade de saúde para investigação e, caso haja 
confirmação diagnóstica, para tratamento. 
Segundo Smeltzer e Bare (2005), não há causa específica para o câncer de mama, 
porém pesquisadores identificaram um grupo de fatores de risco. Esses fatores são 
importantes no auxílio do desenvolvimento de programas de prevenção. São eles: mutações 
genéticas; idade crescente; história pessoal ou familiar de câncer de mama; menarca 
precoce; menopausa tardia; exposição à radiação; obesidade; terapia de reposição 
hormonal; ingesta de álcool; tabagismo; vírus; bactérias, fatores dietéticos. 
Estudos apontam determinados fatores que podem ser protetores em relação ao 
desenvolvimento do câncer de mama. Demonstrou-se que o exercício físico regular diminui 
o tecido adiposo corporal, onde os estrogênios são armazenados e produzidos diminuindo a 
sua exposição continuada, assim como uma alimentação saudável, o aleitamento materno e 
a gestação antes dos 30 anos. 
Os fatores de risco, para o referido câncer são maiores em mulheres principalmente 
na menarca precoce (antes de 11 anos de idade), nuliparidade, idade da primeira gestação 
acima dos 30 anos, anticoncepcionais orais, menopausa tardia (após 55 anos) e terapia de 
reposição hormonal, histórico familiar, principalmente mãe e irmã com história da doença 
antes da pré-menopausa, dieta rica em gordura animal e pobre em fibras, obesidade após a 
menopausa e exposição a radiações ionizantes estão bem estabelecidos em relação ao 
câncer de mama. (BRASIL,2002) 
As taxas de incidência aumentam rapidamente até os 50 anos, e posteriormente o 
mesmo se dá de forma mais lenta. Essa mudança no comportamento da taxa é conhecida 
como “Clemmesen‘s hook”, e tem sido atribuída à menopausa. Alguns estudos apontam 
para dois tipos de câncer de mama relacionado com a idade: o primeiro tipo ocorre na pré-
menopausa e é caracterizado por ser mais agressivo e estrogênio receptor (ER) negativo; o 
segundo ocorre na pós-menopausa e está associado por ser indolente e principalmente por 
ser ER positivo. As variações morfológicas também estão relacionadas ao ER, como por 
exemplo, os carcinomas medulares em ER – negativo e os carcinomas tubulares e lobulares 
em ER – positivo. 
Os sintomas do câncer de mama palpável são o nódulo ou tumor no seio, 
acompanhado ou não de dor mamária. Podem surgir alterações na pele que recobre a 
mama, como abaulamentos ou retrações ou um aspecto semelhante a casca de uma 
laranja. Podem também surgir nódulos palpáveis na axila. (BRASIL,2008) 
As manifestações clínicas do câncer de mama para Otto (2002) são: 
• Massa (especialmente quando dura, irregular, indolor) ou espessamento da mama 
ou axila; 
• Secreção espontânea, persistente, unilateral mamilar, serosanguinolenta, 
sanguinolenta ou aquosa; 
• Retração ou inversão do mamilo; 
• Alteração do tamanho no formato ou textura da mama (assimetria); 
• Enrugamento ou retração da pele; 
• Descamação cutânea em torno do mamilo; 
 
3.2 AÇÕES DE ENFERMAGEM À CLIENTE PORTADORA DE CÂNCER DE MAMA. 
 
É sabido que a ocorrência de uma neoplasia altera a vida da cliente e sua família, em 
todos os aspectos, causando instabilidade emocional e algumas restrições que podem ser 
até de caráter permanente. A cliente acaba tendo que encontrar uma forma de lidar com o 
fato. Mesmo com o nível de estresse sendo alto e ocorrendo algumas mudanças no seu 
cotidiano e em seu corpo, a mulher deve encontrar a melhor forma para superar esse fato e 
aderir ao tratamento proposto. Nesse sentido tornam-se presentes e necessárias as ações 
de enfermagem para auxiliá-la nas suas tomadas de decisões. 
A assistência de enfermagem em oncologia evoluiu muito desde seu aparecimento 
como especialidade, e a literatura existente aponta e preconiza importante papel da 
enfermeira no apoio à cliente oncológica nas várias fases de sua doença. Pensar hoje em 
oncologia é pensar em sobrevida com qualidade e não se fixar na cura da doença e o 
enfermeiro atua em todo o processo saúde/doença com ações educativas, que são ações 
prioritárias da sua atuação, como palestras, vídeos, promovendo grupos de reflexão, onde 
deve ser incentivado o auto-exame das mamas periodicamente, para a prevenção e 
detecção precoce da doença, juntamente com a consulta de enfermagem. Esta proporciona 
o contato direto com a cliente, proporcionando-lhe oportunidade de expressar-se 
exteriorizando em muitas vezes a sua ignorância sobre a doença, seus medos e 
ansiedades. (CAMARGO E SOUZA, 2003). 
É essencial que o enfermeiro imprima no cuidado a capacidade de interagir com a 
cliente exercitando o diálogo, dando voz a essa cliente, o que nesse momento faz-se 
importante de modo a identificar suas ações e reações diante do impacto do possível 
diagnóstico positivo da doença, na intenção de elaborar planos de intervenções que 
atendam às necessidades da cliente, visando-lhe o apoio emocional e espiritual. Isto porque, 
para vencer seus obstáculos referentes ao processo da doença, a religião pode ser um 
instrumento que motiva e dá suporte aos enfermeiros para o desenvolvimento e a melhoria 
de suas habilidades técnicas junto ao paciente. O profissional de saúde deve ser capaz de 
transmitir vida, de mostrar vida nas suas ações, nas suas palavras, nas suas intenções, nos 
seus projetos. Neste sentido, a mensagem que precisa ser transmitida deve ser a de luta e 
de esperança. 
O enfermeiro durante as consultas de preventivo de câncer de colo de útero e câncer 
de mamas, comuns em postos de saúde e em unidades de saúde da mulher, nunca deve 
perder de vista a oportunidade de oferecer instruções de como realizar o auto-exame das 
mamas, a importância de repetir todos os meses o exame em data semelhante, enfatizando 
as alterações comuns que ocorrem durante o ciclo menstrual, a importância de relatar 
qualquer alteração percebida que represente algo incomum ou nunca sentido antes a um 
profissional de saúde, esclarecendo a significância de um diagnóstico precoce. 
Segundo Barbosa et al. 2004 
“O Enfermeiro pode estar atuando em todas as fases 
do processo, desde o diagnóstico até o retorno para casa 
depois da cirurgia, onde a mulher necessita de um apoio 
emocional e de aprendizagem sobre medidas de 
enfrentamento da doença e tratamento, bem como o 
auto-cuidado e reconstrução do seu cotidiano da melhor 
forma possível.” 
 
A enfermagem tem papel fundamental no cuidado préoperatório por meio da visita, 
dando orientações quanto a uma série de exames pré-operatórios solicitados pela equipe 
médica, prestar informações com linguagem acessível ao seu entendimento com clareza 
nas exposições. Ainda outro fator muito importante é a inserção da mulher no processo 
decisório que a envolve e no tipo de procedimento que será adotado. BARRETO et al 
(2008); ALMEIDA, MAMEDE (2003). 
Para Camargo e Souza (2003), o período cirúrgico é o mais estressante e, apesar da 
tendência atual da realização da cirurgia conservadora, muitos casos ainda exigem a 
mastectomia, e é nessa época que a mulher é confrontada definitivamente com a perda da 
mama e o medo da cirurgia, da mutilação e da morte. 
Segundo o autor acima citado, o período pósoperatório é marcado pelo alívio de ter 
sobrevivido à cirurgia e a esperança de estar curada, mas continua existindo o medo do 
retorno da doença, o medo de enfrentar a dor e os curativos, o medo de enfrentar a 
possibilidade permanente de um corpo mutilado e, ainda, a preocupação com a feminilidade 
e com as reações do companheirofrente à mastectomia. Cabe ao Enfermeiro a grande 
função de estimular essa mulher a ganhar forças para enfrentar todo o processo 
desencadeado pela doença. 
Como a ação principal da enfermagem é o cuidar, Randuz (1999) diz que o cuidar de 
enfermagem é saber olhar, ouvir, observar, criar empatia e estar disponível em todo o 
processo da doença, inclusive ensinando procedimentos técnicos que ela ou familiares não 
tenham aprendido ou não conseguem executar, procurando compartilhar o saber sempre 
que houver interesse ou condições para tal. É necessário que quem cuide esclareça toda a 
situação, respeite o limite de cada caso e o tempo de adaptação que cada cliente requer e 
considere suas necessidades, que irão se modificar em conformidade com a fase de 
evolução da doença. 
Ainda para Randuz, o cuidar é procurar estabelecer também uma política assistencial 
de saúde e de enfermagem, garantindo acesso ao tratamento e à medicação que 
certamente garantirá uma qualidade da assistência. 
O enfermeiro deve desenvolver e planejar ações que atendam às necessidades 
personalizadas dessas clientes, tendo uma visão geral de suas necessidades básicas, 
dando conforto e atenção, sabendo ouvir as suas opiniões, promovendo a diminuição de seu 
sofrimento, atentando sempre para o sucesso do tratamento até a reabilitação. 
Para Alcântara, et al. (2004), a ação profissional do enfermeiro Oncológico engloba 
uma grande diversidade de atividades, com variados grau de complexidade, cabendo-lhe 
igual empenho na realização de qualquer uma delas, tais como: 
• O atendimento ao cliente na recepção ou portaria de entrada; 
• Administração de medicação; 
• A verificação de sinais vitais; 
• Realização de palestras educativas; 
• Consulta de enfermagem; 
• Gerência de serviços. 
 
Smeltzer e Bare (2005) citam que a cliente ao se submeter à investigação extensiva 
fica temerosa dos procedimentos e ansiosa a respeito dos possíveis resultados dos testes, 
cabendo ao Enfermeiro o papel de ajudar a aliviar o medo e a ansiedade ao explicar os 
exames que serão realizados, como ela deve agir no momento do procedimento e as 
sensações que provavelmente apresentará, além de encorajá-la e aos membros da família a 
se comunicarem e compartilharem suas preocupações e dúvidas entre si. 
Para Barcelos e Alvim (2003): 
“Neste momento de crise, os Enfermeiros devem 
agir mo sentido de oferecer apoio à cliente e sua 
família. É essencial ao cuidador garantir voz a essas 
pacientes e deixá-las confiantes do seu tratamento, 
colocando-se sempre à disposição, mostrando 
interesse e compaixão e exercitando sua capacidade 
de ouvir”. 
Quando a cliente acaba de receber o diagnóstico de câncer de mama, os autores 
acima citado mencionam que o Enfermeiro precisa instruí-la sobre as atuais opções de 
tratamento e ser capaz de discutir com a paciente sobre os medicamentos, a extensão do 
tratamento, o controle dos efeitos colaterais, as possíveis reações depois do tratamento, a 
frequência e a duração deste e as suas metas. Baseando-se nas respostas, deve-se 
procurar desenvolver capacidades de enfrentamento e aptidão para o aprendizado por parte 
da paciente. 
Silva e Melo (1999) apontam outro fator estressante no processo da doença que é a 
mastectomia, pois costuma causar um grande impacto na mulher, diminuindo sua 
autoestima, causando revolta e sentimentos negativos, difícil aceitação do tratamento 
quimioterápico e seus efeitos colaterais, especialmente a queda de cabelo, desencadeando 
depressão, angustia e tristeza nas pacientes. 
Para Pinho et al (2007) a importância da enfermagem é diagnosticar as necessidades 
das mulheres mastectomizadas, compreendendo o significado do câncer em suas vidas e o 
convívio constante com o temor da recorrência, conscientizando e proporcionando meios de 
interação com estas pacientes, para que aumentem, assim, as suas perspectivas diante da 
cura, aumentando o auto-cuidado e, através da confiança na realização correta do 
tratamento, diminuir o temor da recorrência do mal. 
 Segundo Ferreira e Mamede (2003) a primeira grande dificuldade a ser enfrentada 
pelas mulheres, após uma mastectomia, é a sua própria aceitação, como a de olhar no 
espelho e aceitar que seu corpo está diferente, sem uma parte, que culturalmente 
representa a feminilidade. A identificação da mutilação se dá pela percepção da assimetria 
do corpo e pela visibilidade da cirurgia, o que, para muitas, é um momento agressivo à sua 
auto-estima. Nessa situação a enfermeira tem que estar preparada para dar orientação, 
apoio emocional, incentivo a esta cliente e propor alternativas futuras, atualizadas, como, 
por exemplo, a reconstrução da mama por prótese e incentivar a participação em grupos de 
apoio entre mulheres mastectomizadas, assim contribuindo para o aumento de sua auto-
estima e êxito na recuperação. 
Para uma abordagem humanizada a cliente com diagnóstico de câncer de mama, faz-
se oportuno considerar as emoções desencadeadas com a confirmação do diagnóstico, 
quase sempre associado à morte, ao medo e ao desespero. 
 Entender as questões referentes ao ajustamento psico-social envolvido no câncer de 
mama, permite ao profissional de saúde, especialmente o Enfermeiro, avaliar e assistir a 
mulher de uma forma adequada e singularizada. (RÉGIS E SIMÕES, 2005) 
4. ANÁLISE DE DADOS 
 
 Para a elaboração da análise de dados, foram selecionadas 21 produções científicas 
publicadas entre 1999 e 2009, no idioma português, baseadas nas referências sobre câncer 
de mama e as ações de enfermagem prestadas às portadoras da doença. Foram 
encontrados 15 artigos científicos, 3 monografias, 1 tese e 2 livros. 
O quadro 1 apresenta as ações dos enfermeiros no cuidado à cliente portadora de 
câncer de mama, ações essas que abrangem vários estágios da doença, já que o assistir ao 
outro com câncer possibilita a intervenção de enfermagem em diversos níveis, desde a 
prevenção, reabilitação e também na doença avançada. 
 
Quadro 1: Ações do enfermeiro a cliente portadora do câncer de mama, 
distribuídas pelos autores e ano. 
 
AÇÕES DO ENFERMEIRO 
 
 
AUTOR E ANO 
 
 
Realizar consulta de enfermagem. 
 
 
 
ALCÂNTARA et al, 2004, GERK et al., 2000; CAMARGO 
e SOUZA, 2003; FONSECA, 2005; BRASIL 2008 
 
Educar (ensinar, orientar incentivar) e 
divulgar (sugerir e motivar). 
 
GERK et al., 2000; SMELTZER e BARE, 2005; FREIRE e 
MASSOLI, 2006; NETTINA, 2003; FONSECA, 2005; 
BERTOLO e PAULI, 2008; MELO et al (2005); PAIXÃO 
2006; BRASIL 2008. 
 
 
 
Dialogar com a cliente; dar apoio 
emocional, reduzir medo, ansiedade e 
estresse. 
 
FREIRE e MASSOLI, 2006; FONTES e ALVIM, 2008. 
FERREIRA E MAMEDE, 2003; SMELTZER e BARE 
2005; REGIS E SIMÕES, 2005. TEIXEIRA E LEFÈVRE, 
2006; SALCI et al 2009. AMORIM,1999; DUARTE e 
ANDRADE, 2003 
 
 
 
O cuidar no pré-operatório 
 
BARRETO et al 2008; FERREIRA e MAMEDE 2003; 
CAMARGO, SOUZA ,2003; SMELTZER e BARE 2005; 
NETTINA,2003; PAIXÃO, 2006; AMORIM. 2001 
 
 
O cuidar no pós-operatório e 
mastectomia 
 
SMELTZER e BARE 2005; BARRETO et al 2008; 
CAMARGO e SOUZA 2003; VIANA e CAMPOS 2009; 
FERREIRA E MAMEDE,2003; PEREIRA et al,2006 . 
 
Fonte: MARTINS; MOURA; FERREIRA; BARBOSA (2010). 
 
Gerk et al. (2000), Considera o Art. 11, inciso I, alínea "i" da Lei nº 7.498, de 25 de 
junho de 1986, e no Decreto 94.406/87, que regulamenta, legitima a Consulta de 
Enfermagem e determina como sendo uma atividade privativa do enfermeiro; 
Destaca ainda que a consulta de Enfermagem é um recurso valioso na assistência 
personalizada ao cliente e sua família, criando uma situação de ensino/aprendizagem, 
que a define como a atenção prestada ao indivíduo, à família e à comunidade de modo 
sistemático e contínuo, realizada pelo profissional com a finalidade de promover a saúde 
mediante o diagnóstico e tratamento precoces, bem como a aplicação de princípios e 
técnicas de enfermagem, torna possível a prevençãoe a detecção precoce do câncer de 
mama. 
A consulta de enfermagem deve incluir a identificação de fatores de risco com 
base na anamnese; realização de exame clínico das mamas; orientação sobre o exame 
mamográfico (indicação, técnico e periodicidade); ações educativas para a saúde que 
contemplem o conhecimento do corpo, incluindo o exame das mamas realizado 
periodicamente pela própria mulher (autoexame); a desmistificação do diagnóstico e da 
incurabilidade do câncer de mama; o agendamento das mulheres assintomáticas para 
consultas periódicas; o encaminhamento adequado ao exame físico dos casos 
classificados como de “risco alto” ou com anormalidades, neste caso, independentemente 
do risco. (BRASIL 2008) 
Para Fonseca (2005), é nas consultas ginecológicas de prevenção de câncer de colo 
de útero e de mama que o enfermeiro deve realizar a consulta de enfermagem, 
comprometendo-se no combate e controle da doença através de ações educativas, 
enfatizando a prevenção primária e secundaria. 
Camargo e Souza (2003) ressaltam que apesar do direcionamento técnico e científico 
da consulta de enfermagem, as orientações à clientela e seus familiares são feitas através 
de palestras, recursos audiovisuais, de folders, e em conjunto com a equipe 
multiprofissional, e são direcionadas à vivência dos diversos tipos de modalidades 
terapêuticas para o câncer de mama. 
Segundo Alcântara et al (2004), a consulta de enfermagem deve ser um espaço 
favorável à relação entre o cliente e o enfermeiro, visando um cuidado efetivo usando todo o 
conhecimento técnico e científico que possui, aliado a um assistir, ajudando com 
palavras, mostrando-se envolvido com os problemas pessoais das mulheres a que 
atendem. Nesse entendimento, o profissional de enfermagem cuida e se volta para as 
necessidades de cada cliente, esclarecendo as dúvidas e dando orientações e apoio 
psicológico que possam diminuir o estresse da paciente, minimizando os efeitos colaterais 
do tratamento. 
Segundo Fonseca (2005), o câncer de mama é de relativo bom prognóstico, quando 
diagnosticado e tratado nos estágios iniciais. Torna-se necessária a realização de ações 
educativas específicas no combate ao câncer de mama, objetivando a detecção precoce e 
consequentemente melhor sobrevida. As Políticas Públicas de saúde devem informar à 
população as ações de combate ao câncer de mama de forma contínua e clara. 
Para Gerk et al (2000), a educação constitui uma das áreas prioritárias da atuação da 
enfermeira, a qual pode e deve ser exercida por meio da consulta de enfermagem, sua 
atividade fim. 
 O profissional de enfermagem tem papel fundamental no sentido da educação da 
mulher para a realização do auto-exame das mamas e isso deve ser instituído nos 
programas de saúde e de educação nos locais de trabalho e outros. Nas ações educativas 
com base comunitária, deve ser feita a identificação das mulheres com risco, realização de 
reuniões educativas (palestras, grupos de reflexão, vídeos), visando à mobilização e à 
conscientização para o autocuidado e a importância da prevenção e do diagnóstico precoce, 
quebra de preconceitos, diminuição do medo. (BRASIL, 2008) 
Bertolo e Pauli (2008) ressaltam que o incentivo e divulgação do autoexame das 
mamas deve se adequar a uma linguagem simples e objetiva que atinja a todas as classes 
sociais, para que o câncer de mama seja detectado na fase inicial, possibilitando tratamento 
menos traumatizante à mulher. 
Para Nettina (2003), os enfermeiros desempenham importante papel no autoexame 
das mamas, pois segundo a autora as mulheres relatam o aumento da frequência do 
autoexame das mamas quando ensinadas por um enfermeiro. 
Ainda sobre educação, Paixão (2006) coloca o desafio para o profissional de 
enfermagem de ensinar essas mulheres a viver diante de futuros imprevisíveis com a 
possibilidade de recorrência, mesmo após a fase aguda da cirurgia e dos sofridos 
tratamentos coadjuvantes e, ainda, o de orientá-las sobre suas tarefas de auto cuidado e 
acompanhamento médico pós-operatório. 
Assim, evidencia-se a necessidade do enfermeiro no papel de educador, que deve 
manter sua flexibilidade durante a prestação de assistência, a qual inclui planejar 
abordagens criativas para a promoção de famílias saudáveis, considerando que sua 
atenção deve estar voltada não somente para as pessoas individualmente, mas para a 
família como um todo, buscando a manutenção do equilíbrio de seus membros. Para a 
prestação de uma assistência mais qualitativa em oncologia, sugerimos que a enfermagem 
enfatize a família como relevante no cuidado, visto que, no momento de uma doença de 
caráter maligno como o câncer, esta também fica afetada em sua integridade, podendo 
interferir na promoção de respostas adaptativas pelo cliente. (MELO et al, 2005). 
Smeltzer e Bare (2005) afirmam que o Enfermeiro fornece ensino e aconselhamento 
antecipados em cada estágio do processo e identifica as sensações que podem ser 
esperadas durante os procedimentos diagnósticos adicionais. O Enfermeiro também 
discute as implicações de cada opção de tratamento e como elas podem afetar os vários 
aspectos do curso de tratamento e estilo de vida da paciente. 
Para Fontes e Alvim (2008), é essencial que o Enfermeiro imprima no cuidado a 
capacidade de interagir com a cliente exercitando o diálogo, colocando-se disponível para 
escutar o que a aflige. Pode não resolver a situação objetiva do câncer de mama e os 
aspectos dela decorrentes, mas certamente contribuirá para minimizar a sensação de 
medo e angústia manifestada pelo seu surgimento. Essa atitude poderá facilitar o 
processo de aceitação do câncer pela cliente e sua reabilitação, bem como o tratamento 
da doença. 
Isso porque, quando a cliente desenvolve uma relação de confiança com a equipe que 
lhe presta cuidados, tende a responder melhor à terapêutica quimioterápica. Assim, ao 
trabalhar com a subjetividade da cliente no cuidado, através do diálogo, o Enfermeiro a 
ajuda a lidar com suas emoções e sentimentos, tornando-a partícipe de todo o processo 
de cuidar. Daí a importância de estudos que chamam atenção para essa dimensão do 
cuidado de enfermagem. O ser humano é complexo em sua essência. Por isso, para a 
enfermeira que utiliza o diálogo como um dos fundamentos do cuidado, é preciso 
desenvolver a habilidade sensível nesse processo. 
Para Amorim (1999), a atuação do Enfermeiro no cotidiano do cuidar deve se refletir 
numa assistência de enfermagem de qualidade que direciona para o auto-cuidado, objetiva 
a melhoria da qualidade de vida da cliente e, ainda, permite o reconhecimento do 
profissional ao estabelecer um diálogo positivo e empático enfermeira-cliente. 
Salci et al (2009), em sua pesquisa, ressaltam a importância de os profissionais de 
enfermagem refletirem sobre a realidade da mulher ao receber o diagnóstico de câncer, pois 
eles vão muito além das necessidades físicas. Assim, cabe aos profissionais da 
enfermagem conhecer essas realidades, para que possam oferecer um tratamento que 
contemple, além das necessidades fisiológicas, diálogo, apoio emocional, orientação, 
respeito e ajuda em direção a um novo modo de viver a todos os envolvidos na rede 
familiar e social dessa mulher. 
Para Regis e Simões (2005), viver com uma doença estigmatizante, conviver com 
sentimentos negativos e enfrentar o tratamento e suas conseqüências significaram para 
essas mulheres estarem constantemente inseguras e com incertezas, momento este em 
que se torna importante a participação do profissional de saúde, especialmente dos 
enfermeiros. Elas poderão perceber que através do diálogo que tal diagnóstico traz um 
significado em suas vidas e suas formas de enfrentamento, ajudando-as a explorar seus 
sentimentos, expectativas e estratégias de ajustamento, evidenciando a oportunidade 
para que a assistência de enfermagem inclua medidas para prevenir ou minimizar a 
angustia referidapela mulher diante do diagnóstico. Entender as questões referentes ao 
ajustamento psicossocial permite avaliar e assistir a mulher mais apropriadamente. 
Segundo Ferreira e Mamede (2003), a primeira grande dificuldade a ser enfrentada 
pelas mulheres, após uma mastectomia, é a sua própria aceitação, como de olhar no 
espelho e aceitar que seu corpo está diferente, é um momento agressivo à sua auto-estima. 
Nessa situação a enfermeira tem que estar preparada para dar orientação, apoio 
emocional, incentivo a esta cliente e propor alternativas futuras, atualizadas, como, por 
exemplo, a reconstrução da mama por prótese e incentivar a participação em grupos de 
apoio entre mulheres mastectomizadas, assim contribuindo para o aumento de sua auto-
estima e êxito na recuperação. 
Smeltzer e Bare (2005) citam que a cliente ao se submeter à investigação extensiva 
fica temerosa dos procedimentos e ansiosa a respeito dos possíveis resultados dos testes, 
cabendo à enfermeira o papel de ajudar a aliviar o medo e a ansiedade ao explicar os 
exames que serão realizados, e como ela deve agir no momento do procedimento e as 
sensações que provavelmente apresentará, além de encorajá-la e aos membros da 
família a se comunicarem e compartilharem suas preocupações e dúvidas entre si. 
O Enfermeiro que cuida da mulher que acabou de receber o diagnóstico precisa 
conhecer as várias opções de tratamento para discuti-las com a cliente e estar ciente 
da informação repassada pelo médico a sua cliente. Em função disso, o Enfermeiro exerce 
um papel de grande relevância na vida destas mulheres, pois é ela que identifica as 
preocupações, ansiedades e medos das clientes, orientando-as e apoiando-as 
psicologicamente. Uma conduta cuidadosa e calma estabelecendo um diálogo entre 
cliente e enfermeira pode controlar a ansiedade da mulher frente ao diagnóstico e durante o 
tratamento. (DUARTE e ANDRADE, 2003). 
Para Teixeira e Lefèvre (2006), a Enfermagem, como profissão, tradicionalmente 
reconhece o valor clínico do cuidado espiritual. Através do diálogo, a intervenção da 
enfermeira quando associada ao aumento da auto-estima, fortalecimento da ajuda social 
e de sustento da crença religiosa, pode ser importante para aumentar a crença, o 
potencial de luta e o nível de esperança. A religião pode ser um instrumento que motiva e dá 
suporte aos profissionais de saúde para o desenvolvimento e a melhoria de suas 
habilidades técnicas junto ao paciente. 
 A enfermagem tem papel fundamental no cuidado pré-operatório por meio da visita, 
na qual realiza coleta de dados identificando doenças preexistentes, tratamentos prévios, 
hábitos alimentares, tabagismo e alcoolismo, que poderão trazer complicações durante e 
após a cirurgia. Devem ser incluidas orientações quanto uma série de exames pré-
operatórios solicitados pela equipe médica, cuja função é analisar o estado nutricional, 
respiratório, cardiovascular, hepático, renal, endócrino e imunológico da mulher. (BARRETO 
et al 2008 ; FERREIRA e MAMEDE, 2003). 
Os mesmos autores expõem que desde o diagnóstico o Enfermeiro deve adotar ações 
que proporcionam excelência na assistência a estas mulheres, de modo que sejam tratadas 
de forma honesta e humanizadas, para que possa mostrar as vantagens da cirurgia e/ou 
tratamento e a importância da adesão a terapias. Para isso é necessário prestar 
informações com linguagem acessível ao seu entendimento, com clareza nas 
exposições. Ainda, outro fator muito importante é a inserção da mulher no processo 
decisório que a envolve e no tipo de procedimento que será adotado. 
Para Barreto et al (2008), é importante esclarecer as clientes sobre as técnicas 
invasivas às quais serão submetidas, bem como sua importância e desconfortos. É uma 
etapa indispensável, pois visa prevenir a ansiedade, o medo e ter uma cliente participativa 
e colaboradora com os procedimentos a serem realizados. 
Para Camargo e Souza (2003), o período cirúrgico é o mais estressante e, apesar da 
tendência atual da realização da cirurgia conservadora, muitos casos ainda exigem a 
mastectomia, e é nessa época que a mulher é confrontada definitivamente com a perda da 
mama, medo da cirurgia, da mutilação e da morte. 
O enfermeiro fornece o ensino e aconselhamento antecipado em cada estágio do 
processo e identifica as sensações que podem ser esperadas durante os procedimentos 
diagnósticos adicionais, e também discute as implicações de cada opção de tratamento 
e como elas podem afetar os vários aspectos do curso de tratamento e estilo de vida da 
cliente, que prefere ser ativa em seu cuidado e na tomada de decisão. Por vezes, a cliente 
pode demonstrar o comportamento que indica incapacidade de tomada de decisão sobre o 
tratamento, casos em que a orientação cuidadosa e aconselhamento de suporte são as 
prescrições que a enfermeira pode usar para ajudar essa cliente. (SMELTZER e BARE 
2006; NETTINA, 2003). 
Ainda sobre o cuidado de enfermagem pré-operatório, Paixão (2006) e Amorim, 
(2001), descrevem sobre o Processo de Enfermagem, destacando as várias ações 
realizadas, como a realização da Consulta de Enfermagem pré- operatória para avaliar 
condições e hábitos de higiene e a integridade da pele, para identificar lesões que impeçam 
o ato cirúrgico, checar exames pré-operatórios, orientações quanto às rotinas como jejum, 
administração pré-anestésica, horário provável da cirurgia, equipe de cirurgião e 
anestesista, entre outros procedimentos pertinentes e finalizando com o registro, como a 
evolução de enfermagem no prontuário e preenchimento do histórico do trans-operatório. 
 Camargo e Souza (2003) relatam que o período pós-operatório é marcado pelo 
alívio de ter sobrevivido à cirurgia e a esperança de estar curada, mas continua existindo o 
medo do retorno da doença, o medo de enfrentar a dor e os curativos, o medo de enfrentar 
a possibilidade permanente de um corpo mutilado, e ainda, a preocupação com a 
feminilidade e com as reações do companheiro frente à mastectomia. É neste período 
também que ocorre a depressão, a ansiedade e a diminuição da auto-estima, coexistentes 
com sentimentos de fortalecimento pessoal e esperança. A mastectomia traz para a mulher 
a realidade da mutilação e com ela muitos sentimentos e perturbações criadas no cotidiano 
das mulheres que passam a apresentar nervosismo, agressividade e insegurança, 
sentimentos esses que parecem permeados de significados como desespero, medo de 
aceitação, segurança, impacto, readaptação. 
Uns dos cuidados de enfermagem no pós-operatório segundo Smeltzer e Bare 
(2005), é a avaliação contínua da dor e desconforto, porque as pacientes apresentam 
graus diferentes de intensidade da dor. Deve ser encorajanda a tomar agentes 
analgésicos, além de realização de curativos no sitio cirúrgico e cuidados com drenos, 
mantendo sua permeabilidade, assim como as precauções contra possíveis infecções. 
Para Barreto et al (2008), a presença da incisão, curativo e drenos denunciam as 
principais preocupações das clientes e é fundamental o esclarecimento de forma detalhada 
de todos os procedimentos, sobre os cuidados que deverão ser tomados para evitar 
complicações, inclusive os domiciliares como o auto-cuidado. 
Segundo Ferreira e Mamede (2003), o enfermeiro tem que estar preparada para dar 
orientação, apoio emocional, incentivo a esta cliente e propor alternativas futuras, 
atualizadas como, por exemplo, a reconstrução da mama por prótese e incentivar a 
 
participação em grupos de apoio entre mulheres mastectomizadas, assim contribuindo 
para o aumento de sua auto-estima e êxito na recuperação. 
 Pereira et al (2006), afirmam que cabe ao enfermeiro um relacionamento humanista 
e desmistificador do preconceito enfrentado pelas mulheres mastectomizadas, 
contribuindo para que elas não sejam preconceituosas em relação ao seu próprio corpo, o 
que leva a outra dificuldade a ser enfrentada no pós operatório.Quando aceitam retornar à 
vida sexual, a maioria delas tem vergonha de mostrar-se nua na frente de seus parceiros, 
pois a sensação é de que, na situação que se encontram, são menos mulheres, preferindo 
então manter relações sexuais com um sutiã ou mesmo com uma camiseta. Tal situação faz 
com que muitas mulheres, às vezes, ainda que com medo, optem pela reconstrução 
imediata da mama, seja para simples satisfação do cônjuge, seja para reconhecer 
novamente a sua feminilidade ou para evitar o olhar preconceituoso da sociedade. 
O Enfermeiro, quando presta cuidado à cliente com câncer de mama e 
mastectomizada, tem a grande função de estimular essa mulher a ganhar forças para 
enfrentar todo o processo desencadeado pela doença que é um desafio significativo porque 
prioriza a redução do sofrimento traçando um plano de cuidado, oferecendo suporte 
informativo com relação ao câncer, ao tratamento, ao cuidado domiciliar, considerando a 
auto-estima, a sexualidade e o desenvolvimento de suas atividades, que desde o 
diagnóstico do câncer até o retorno para casa pós-cirúrgico é possível o sucesso do 
tratamento e, principalmente, para o despertar de uma nova mulher que participa ativamente 
para o seu cuidado, proporcionando maior tranqüilidade e conforto. (VIANA e CAMPOS 
2009). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. CONCLUSÃO 
 
Através dos dados obtidos, evidenciou-se que a mulher ao descobrir-se com câncer de 
mama, vivencia uma trajetória de sofrimento, vulnerabilidade, medo do futuro e da morte. 
Temer ser mutilada no caso de precisar ser realizada uma mastectomia, afetando também 
as pessoas em seu convívio com os sentimentos e emoções de pesar. Portanto, torna-se 
necessário e oportuno que a assistência de enfermagem inclua medidas para prevenir ou 
minimizar a angústia referida pela mulher em seguida ao diagnóstico de câncer. E como o 
enfermeiro é o profissional da equipe de saúde que mais tem contato com estas clientes, 
cabe a nós, futuras enfermeiras, trabalhar de forma humanizada e holística com base no 
conhecimento científico e prático, a fim de contribuir com ações que as ajudem a lidar com 
as suas emoções e sentimentos e com situações de natureza cultural, social, material e 
espiritual. Também necessário se faz, avaliar o estado físico e psicossocial da cliente, 
fornecendo tranqüilidade, informando a cliente sobre as pesquisas recentes e as novas 
modalidades de tratamento, encorajando-a a fazer perguntas para solucionar suas dúvidas. 
Dessa forma, é imprescindível o preparo adequado da equipe de enfermagem para as 
demandas do cuidar dessa cliente. 
Notou-se também que o enfermeiro tem um papel fundamental na promoção da saúde 
e prevenção das doenças, com a função de acompanhar e orientar principalmente durante a 
consulta de enfermagem, onde é prestada uma assistência personalizada à cliente e sua 
família, e é criada uma situação de ensino/aprendizagem com os objetivos de contribuir para 
a redução dos índices de morbi-mortalidade de mulheres por câncer de mama, 
implementando de forma fundamentada e sistematizada ações preventivas de manutenção 
e recuperação da saúde da mulher. 
Compreendemos que é muito importante o apoio, a disponibilidade e a orientação 
fornecida pelo Enfermeiro à cliente e sua família sobre sua doença, sobre o que esperar do 
diagnóstico do câncer, como se dá o tratamento e suas consequências e, ainda de como a 
reabilitação é importante para auxiliar a mulher na superação desses momentos difíceis da 
sua vida. 
O diálogo do enfermeiro, como base para a educação e o cuidado, ajuda no alívio dos 
sentimentos destrutivos e ameaçadores e na integridade social, fornecendo-lhes as 
informações necessárias acerca da doença e seu tratamento, assim como promovendo o 
estabelecimento de laços de confiança, possibilitando a cliente e familiares verbalizarem 
seus temores, encorajando-os a expressar suas dúvidas, preocupações, anseios e 
expectativas, em uma autêntica relação de ajuda, solidariedade e apoio no enfrentamento 
das situações que se apresentam desde o surgimento da doença e em todo o processo de 
tratamento até a reabilitação. 
As ações de enfermagem vão muito além dos procedimentos realizados à beira do 
leito da cliente, não é tarefa das mais fáceis. Mesmo que as técnicas pareçam soberanas, 
temos que ter em mente e acreditar que o enfoque deve ser o cuidado ao ser humano e não 
a cura, pois a cliente sendo curada ou vindo a morrer, o enfermeiro ainda assim sai 
fortalecido, por acreditar ter feito o que estava a seu alcance, indo ao encontro do outro, 
adequando-se para as necessidades pessoais, emocionais e espirituais da mulher em 
tratamento, contribuindo assim para o aumento de sua auto-estima e êxito na recuperação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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