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Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) o que são? São apenas variações do padrão de normalidade de estruturas, as quais não devem ser confundidas com lesões. Auxiliam no diagnóstico diferencial. Classificação Quanto aos tecidos: 1. Tecidos moles 2. Tecidos duros (ossos e dentes) Quanto ao surgimento: 1. Adquiridas 2. Congênitas Lábio Duplo É uma anomalia oral rara, caracterizada pelo cres- cimento anormal da mucosa labial. Normalmente, é de natureza congênita; porém, também pode ser adquirida ao longo da vida. Nos casos congênitos, normalmente se desenvol- ve entre o 2º e 3º mês de gestação, quando ocorre persistência do sulco entre a parte vilosa e a parte globosa do lábio. O lábio duplo adquirido pode estar relacionado à Síndrome de Ascher, ou a traumatismos e hábitos orais, como sugar os lábios. O lábio superior é afetado com maior frequência do que o inferior, mas ambos podem ser acometi- dos. Tratamento: remoção cirúrgica (estética). melanose racial Pigmentação fisiológica da mucosa oral, sem pre- dileção por sexo, porém com prevalência em indivíduos negros e asiáticos. É uma alteração multilocal e difusa da coloração da mucosa, provocada pela deposição dos grânu- los de melanina entre as células da camada basal do epitélio. Não altera a arquitetura normal do epitélio. Não é necessário tratamento, exceto por motivos estéticos. Mácula melanótica Alteração de cor produzida pelo aumento na pro- dução de melanina, e provavelmente pelo au- mento concomitante no número de melanócitos. É uma lesão pequena, plana, de cor acastanhada e com bordas bem definidas. Não depende da exposição solar. Afeta mais adultos do sexo feminino, e pode afetar lábios, mucosa jugal, gengiva e palato. Tratamento: desnecessário (apenas em casos duvidosos). Grânulos de Fordyce São glândulas sebáceas ectópicas, e se apresentam como múltiplas pápulas branco-amareladas, fre- quentemente encontradas na mucosa jugal e labial, bilateralmente. Mais comum em adultos. Anomalias de desenvolvimento Propedêutica Estomatológica Sinais da Síndrome de Ascher: • Lábio duplo; • Bleferocalásia (aumento da pálpebra); • Aumento atóxico da tireoide. Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) Normalmente são assintomáticos, porém o pa- ciente pode relatar pequenas rugosidades na mu- cosa. O tratamento é desnecessário. Leucoedema É uma condição comum na cavidade oral, porém de etiologia desconhecida. É mais frequente em indivíduos negros. Possibilidade de predisposição genética e tabagismo (possibilidade). Não é uma lesão destacável. Apresenta coloração de aparência difusa e opales- cente, branco-acinzentadas na mucosa jugal, caudada por um edema intracelular na camada espinhosa. Normalmente, quando esse tecido é estirado, a coloração volta a ser semelhante à da mucosa não afetada. O tratamento é desnecessário, pois é uma condi- ção benigna. Linha alba É uma alteração comum da mucosa jugal. É uma linha branca hiperqueratótica associada à pressão, mordida ou sucção na altura da linha de oclusão. É restrita a áreas dentadas, e normalmente, é bilateral. O tratamento é desnecessário, ou pode-se indicar placas miorrelaxantes (em caso de hábito delete- rio). Podem regredir sozinhas assim que cessado o hábito. Língua crenada Impressão das superfícies oclusais na língua (eden- tações na borda lateral da língua). Pode ser causada pelo apertamento dental ou por macroglossia (aumento do tamanho da língua). O tratamento consiste em placas miorrelaxantes. Língua Fissurada/Sulcada Condição caracterizada pela presença de sulcos e fissuras (quando o paciente relata dor) no dorso da língua. Vinculada a perfil genético, fenotípico, alterações com a idade e alimentação (comidas mais condi- mentadas ou alimentos muito cítricos colaboram para a formação de Língua Fissurada). Maior incidência em indivíduos do sexo mascu- lino, e pode ocorrer uma associação com a língua geográfica. Tratamento: instruções de higiene. Glossite migratória (Língua Geográfica) Condição benigna comum, onde ocorre atrofia ou erosões na língua e mucosa bucal (estomatite migratória). Acredita-se que seja uma condição hereditária que afeta principalmente mulheres e que pode ocorrer concomitantemente à língua fissurada. Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) As áreas atróficas são tipicamente circundadas por bordas sinuosas ou festonada, branco-amareladas levemente. As lesões surgem rapidamente em uma área e regridem dentro de poucos dias ou semanas, e então se desenvolvem em outras áreas diferentes. Tratamento: evitar alimentos ácidos e condimen- tados. Língua pilosa (saburrosa) É caracterizada por um acúmulo de queratina e alongamento das papilas filiformes no dorso da língua. Pode ser causada pelo aumento da produção e/ou diminuição da descamação de queratina. Mais comum em adultos, tabagistas e indivíduos com deficiência na higieni-zação (avaliar as condições motoras e psi-cológicas do paciente). Presença de bactérias cromogênicas (pig- mentação), restos de alimento e micror- ganismos. Tratamento: instrução de higienização. Papila foliácea hipertrófica Tecido linfoide formado por criptas profundas e recobertas por tecido epitelial escamoso estrati- ficado, perto da região do Anel de Waldeyer. Se apresenta em borda lateral posterior de língua, bilateralmente. Ocasionalmente tornam-se infla- madas ou irritadas. O tratamento é desnecessário. Varicosidades Veias anormais e dilatadas, principalmente em ventre e bordas laterais de língua. Ventre lingual Lábio inferior Acredita-se que seu aparecimento esteja relacionado com a idade, pois é mais comum em indivíduos adultos e idosos, e raro em crianças. Os vasos se apresentam túrgidos, de forma punti- forme ou linear. A expressão pode ser leve, moderada ou intensa. O tratamento, nas varicosidades linguais, é desne- cessário (acompanhamento e orientação do pa- ciente). Em outros locais pode-se realizar cirur- gia, se necessário. Anquiloglossia É o encurtamento do freio lingual, acarretando em certas limitações dos movimentos da língua. É predominante em meninos, e normalmente é identificada em recém-nascidos. O tratamento é cirúrgico, ou pode involuir espontaneamente. Nos casos em que necessite de cirurgia, recomenda-se adiar a cirurgia até a criança completar 4-5 anos. Exostose São protuberâncias ósseas localizadas, as quais surgem das corticais ósseas, mais frequentes em Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) adultos. Acometem maxila e mandíbula, podendo ser bilaterais. Apresentam maior incidência na face vestibular. O tratamento não é necessário, porém recomen- da-se sua remoção quando interfere na higiene bucal. Tórus (Exostose) As exostoses orais mais conhecidas são o tórus palatino (maxila) e o tórus mandibular. Tórus palatino Tórus mandibular O tórus palatino normalmente se situa na rafe mediana, enquanto o mandibular normalmente aparece na região lingual dos pré-molares. São lóbulos recobertos por mucosa hígida, geralmente simétricos, podendo ser bilaterais, que acometem mais indivíduos adultos. O tratamento é desnecessário, exceto se impedir instalação de próteses, na mastigação ou fonação. Nesses casos, recomenda-se sua remoção. Úvula bífida É a menor manifestação de fenda palatina. Pode estar associada a fissuras palatais ou lábio-palatais, uni ou bilaterais. Acomete mais indivíduos brancos e asiáticos. Mucosa de coloração normal. Defeito de Stafne (Cisto ósseo estático) Área radiolúcida bem delimitadaapresentando margem esclerótica abaixo do canal mandibular. É assintomática, por isso normalmente é um acha- do radiográfico. Usualmente unilateral, podendo ser também bilateral. Concavidade óssea causada pela pressão e posicio- namento das glândulas salivares maiores na corti- cal óssea lingual da mandíbula. Pode ocorrer tanto na região anterior quanto posterior. Região posterior Região anterior Acomete mais indivíduos idosos do que crianças, o que sugere que a lesão se desenvolva com o tempo, e tem maior incidência em indivíduos do sexo masculino. O tratamento é desnecessário. Síndrome de Eagle Alongamento do processo estiloide ou calcifica- ção do ligamento estilo-hioideo, e acomete mais indivíduos adultos. É possível identificar em ra- diografias. Muito comum após amigdalectomias, pelo desenvolvimento de tecido cicatricial ao redor do complexo estilo-hioideo. Causa dor ao deglutir ou virar a cabeça para os lados. O tratamento dependerá da gravidade dos sin- tomas. Bruna de Alencar Peres – Odontologia Unesp São José dos Campos (T64) referências Neville et al: Patologia Oral e Maxilofacial, 3ª edição, Capítulo 1. Curso de Estomatologia para Cirurgiões-Dentis- tas da Rede Pública de Atenção à Saúde (UFRGS), Módulo 3.
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