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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS Graduação em Engenharia Mecânica Rafael de Paula Prado Rafael Tavares Lanna Vaz Rubens Perdigão Diz Oliveira DESENVOLVIMENTO DE MINI GUINDASTE PARA CAMINHONETE Belo Horizonte 2019 Rafael de Paula Prado Rafael Tavares Lanna Vaz Rubens Perdigão Diz Oliveira DESENVOLVIMENTO DE MINI GUINDASTE PARA CAMINHONETE Trabalho de Conclusão de Curso para aprovação no curso de graduação em Engenharia Mecânica da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. Orientador: Prof. Vicente Daniel Vaz da Silva, MSc Área de concentração: Sistemas Mecânicos Belo Horizonte 2019 Rafael de Paula Prado Rafael Tavares Lanna Vaz Rubens Perdigão Diz Oliveira DESENVOLVIMENTO DE MINI GUINDASTE PARA CAMINHONETE Trabalho de Conclusão de Curso para obtenção do título de graduação em Engenharia Mecânica da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais. ___________________________________________________________________ Prof. MSc. Vicente Daniel Vaz da Silva - PUC Minas (Orientador) ___________________________________________________________________ Prof. Claudinei José de Oliveira - PUC Minas (Banca Examinadora) ___________________________________________________________________ Prof. Márcio Araújo Pessoa - PUC Minas (Banca Examinadora) Belo Horizonte, 26 de junho de 2019 RESUMO Os guindastes são amplamente utilizados em processos de içamento de cargas em ambiente industrial e de construções civis em geral. Esses equipamentos costumam apresentar um alto custo associado a projetos de grandes dimensões. Muitas vezes, sua utilização em determinados setores de trabalho ou no âmbito doméstico se torna inviável, até mesmo diante de espaços maiores como em fábricas e obras. O trabalho proposto apresenta-se como uma alternativa para aplicações onde seja possível o deslocamento de cargas menores envolvidas. O projeto baseia-se em um mini guindaste fixado em caminhonetes de aproximadamente uma tonelada de capacidade de carga de forma acessível. Possui elementos leves de alta resistência em sua estrutura, de utilização intuitiva e fácil operação. Isso torna-se possível por meio de acionamentos de baixo custo implementados no guindaste, que cumprindo as normas regulamentadoras durante o içamento, seja capaz de elevar cargas de até 250 kg, com alcance de até 3 metros. Dessa forma, o trabalho braçal é substituído, evitando a ocorrência de lesões e acidentes, melhorando a ergonomia. Palavras-chave: Guindaste. Içamento de cargas. Mini guindaste. Normas regulamentadoras. Sistemas mecânicos. ABSTRACT The cranes are widely used in lifting processes in industrial environment and civil construction in general. These equipments usually present a high cost associated with large projects. Often, their use in certain sectors of work or in the domestic sphere is not worthed, even when they are at larger spaces such as factories and works. The proposed work presents itself as an alternative for applications where it is possible the displacement of smaller loads involved. The design is based on a mini crane fixed in approximately one ton cargo capacity trucks in an accessible manner. It has light elements of high resistance in its structure, of intuitive use and easy operation. This is made possible by means of low cost drives implemented in the crane, which comply with regulatory standards during hoisting, is capable of lifting loads up to 250 kg, with a range of up to 3 meters. In this way, the manual work is replaced, avoiding the occurrence of injuries and accidents, improving the ergonomics. Keywords: Crane. Lifting loads. Mini crane. Regulatory rules. Mechanical systems. LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Esquema de máquinas de elevação e transporte de Rudenko ................. 25 Figura 2 - Guindaste telescópico sobre esteiras ....................................................... 26 Figura 3 - Base para guindastes de grande porte ..................................................... 27 Figura 4 - Coluna para guindastes de grande porte .................................................. 28 Figura 5 - Braço de guindastes ................................................................................. 29 Figura 6 - Lança telescópica ..................................................................................... 30 Figura 7 - Sistema de giro ......................................................................................... 30 Figura 8 - Sistema de estabilização .......................................................................... 31 Figura 9 - Sistema hidráulico em um guindaste. ....................................................... 32 Figura 10 - TKA 2000 com lança fechada ................................................................. 33 Figura 11 - Gráfico de cargas TKA 2000 ................................................................... 34 Figura 12 - TKA 2000 com lança aberta .................................................................... 34 Figura 13 - Principais Tipos de Guindastes ............................................................... 36 Figura 14 - Guindaste móvel LTM 1250-5.1 .............................................................. 37 Figura 15 - Guindaste telescópico LTR 1100. ........................................................... 38 Figura 16 - Guindaste articulado linha média ............................................................ 38 Figura 17 - GR 1600 XL ............................................................................................ 39 Figura 18 - Guindaste de todo tipo de terreno ........................................................... 39 Figura 19 - Guindaste sobre esteira .......................................................................... 40 Figura 20 - Guindaste torre - Grua ............................................................................ 41 Figura 21 - Guindaste pórtico .................................................................................... 41 Figura 22 - Seções tubulares .................................................................................... 42 Figura 23 - Guinchos portáteis .................................................................................. 43 Figura 24 - Gancho olhal ........................................................................................... 44 Figura 25 - Gancho giratório...................................................................................... 45 Figura 26 - Gancho haste .......................................................................................... 45 Figura 27 - Braços estabilizadores ............................................................................ 46 Figura 28 - Tipos de elos ........................................................................................... 48 Figura 29 - Junta de guindastes ................................................................................ 48 Figura 30 - Princípio de pascal e o motor hidráulico ................................................. 50 Figura 31 - Freio a tambor ......................................................................................... 51 Figura 32 - Motor de indução corrente alternada W22 IR2 ....................................... 52 Figura 33 - Atuador linear elétrico ............................................................................. 53 Figura 34 - Soldagem MIG/MAG .............................................................................. 54 Figura 35 - Corte transversal típico – Cabo 6x7 com alma de aço ........................... 56 Figura 36 - Esforçosrolamentos radiais ................................................................... 57 Figura 37 - Esforços rolamentos axiais ..................................................................... 57 Figura 38 - Limpeza por jateamento ......................................................................... 59 Figura 39 - Modelo proposto ..................................................................................... 60 Figura 40 - Fixação da chapa frontal na lança .......................................................... 61 Figura 41 - Desenho da base ................................................................................... 62 Figura 42 - Atuador elétrico DC ................................................................................ 63 Figura 43 – Guincho elétrico Hovam ........................................................................ 64 Figura 44 – Lança telescópica .................................................................................. 64 Figura 45 – Corte sistema de giro ............................................................................. 65 Figura 46 - Modelo proposto (Sistema de Giro 3D) .................................................. 65 Figura 47 – Corte sistema de estabilização .............................................................. 66 Figura 48 – Módulo A para dimensionamento .......................................................... 67 Figura 49 – Módulo B para dimensionamento .......................................................... 69 Figura 50 – Módulo C para dimensionamento .......................................................... 70 Figura 51 - Seção tranversal da coluna .................................................................... 72 Figura 52 – Fuso de elevação .................................................................................. 73 Figura 53 – Motoredutor MR4-15 .............................................................................. 77 Figura 54 – Resultados análise MEF: Tensões geral ............................................... 79 Figura 55 – Resultados análise MEF: Tensões no pino ........................................... 80 Figura 56 – Resultados análise MEF: Tensões na base da coluna .......................... 80 Figura 57 – Resultados análise MEF: Deslocamentos ............................................. 81 Figura 58 – Resultados análise MEF: Deformações ................................................. 81 Figura 59 – Resultados análise MEF: Deformações na lança .................................. 82 Figura 60 – Resultados análise MEF: Deformações na coluna ................................ 82 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Dados técnicos TKA 2000 ........................................................................ 33 Tabela 2 - Propriedades mecânicas .......................................................................... 42 Tabela 3 - Especificações técnicas de veículos indicados ........................................ 47 Tabela 4 - Relação entre as cargas efetiva e teórica em % ...................................... 56 Tabela 5 - Guincho elétrico de arraste portátil Hovam 450 kg .................................. 64 Tabela 6 - Tubo VMB módulo A ................................................................................ 69 Tabela 7 - Tubo VMB módulo B ................................................................................ 70 Tabela 8 – Tubo fixo módulo C: propriedades calculadas ......................................... 71 Tabela 9 – Rosca trapezoidal em aço SAE 1045 ...................................................... 75 Tabela 10 – Especificações técnicas do motoredutor MR4-15.................................. 77 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 23 1.1 Justificativa ........................................................................................................ 24 1.2 Objetivos ............................................................................................................ 24 1.1.1 Objetivo geral ................................................................................................. 24 1.1.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 24 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 25 2.1 Principais grupos de máquinas de elevação e transporte ............................ 25 2.2 Guindastes ......................................................................................................... 26 2.2.1 Base ................................................................................................................. 27 2.2.2 Coluna ............................................................................................................. 28 2.2.3 Braço da lança ................................................................................................ 29 2.2.4 Lança ............................................................................................................... 29 2.2.5 Sistema de giro ............................................................................................... 30 2.2.6 Sistema de estabilização ............................................................................... 31 2.2.7 Sistema hidráulico ......................................................................................... 32 2.3 Mini guindastes ................................................................................................. 32 2.3.1 Aplicações de guindastes de pequeno porte .............................................. 34 2.4 Tipos de Guindaste ........................................................................................... 35 2.4.1 Guindaste móvel ............................................................................................ 36 2.4.2 Guindaste telescópico ................................................................................... 37 2.4.3 Guindaste articulado ...................................................................................... 38 2.4.4 Guindaste de terreno acidentado.................................................................. 39 2.4.5 Guindaste de todo tipo de terreno ................................................................ 39 2.4.6 Guindaste sobre esteira ................................................................................. 40 2.4.7 Guindaste torre ............................................................................................... 40 2.4.8 Guindaste pórtico ........................................................................................... 41 2.5 Tubos estruturais .............................................................................................. 41 2.6 Guinchos portáteis ............................................................................................ 43 2.7 Ganchos para aplicação de carga ................................................................... 44 2.8 Braços estabilizadores ..................................................................................... 46 2.9 Tipos de veículos indicados ............................................................................. 47 2.10 Articulações .................................................................................................... 48 2.11 Acionamentos ................................................................................................. 49 2.11.1 Acionamentos hidráulicos .......................................................................... 49 2.11.2 Acionamentos elétricos .............................................................................. 51 2.11.3 Atuador linear elétrico .................................................................................52 2.12 Construções soldadas ................................................................................... 53 2.12.1 Soldagem MIG/MAG ..................................................................................... 54 2.13 Cabos de aço .................................................................................................. 55 2.14 Rolamentos ..................................................................................................... 57 2.15 Preparação da superfície: limpeza mecânica por jateamento .................... 58 2.16 Pintura (aplicação industrial) ......................................................................... 59 3 DESENVOLVIMENTO ........................................................................................... 60 3.1 Dados técnicos ................................................................................................. 60 3.2 Concepção ........................................................................................................ 61 3.2.1 Instalação da roldana na lança ..................................................................... 61 3.2.2 Base ................................................................................................................ 62 3.2.3 Atuador eletromecânico ................................................................................ 63 3.2.4 Guincho .......................................................................................................... 63 3.2.5 Lança telescópica .......................................................................................... 64 3.2.6 Sistema de giro .............................................................................................. 65 3.2.6 Sistema de estabilização ............................................................................... 66 3.3 Cálculos ......................................................................................................... 66 3.3.1 Dimensionamento das lanças telescópicas ................................................ 66 3.3.2 Dimensionamento da coluna ........................................................................ 71 3.3.3 Dimensionamento fuso de elevação ............................................................ 73 3.3.2 Análise pelo método dos elementos finitos ................................................ 78 3.4 Projeto ............................................................................................................... 82 4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 83 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 84 APÊNDICE A - CATÁLOGO GUINCHOS ................................................................ 89 APÊNCIDE B - CATÁLOGO DE GANCHOS ........................................................... 90 APÊNCIDE C - MODELO PROPOSTO (MINI GUINDASTE FECHADO) ................ 91 APÊNCIDE D - MODELO PROPOSTO (INDICAÇÃO DOS COMPONENTES) ....... 92 APÊNCIDE E - MODELO PROPOSTO (ALCANCE) ............................................... 93 APÊNCIDE F - MODELO PROPOSTO (PERSPECTIVA ISOMÉTRICA) ................ 94 APÊNCIDE G - CONJUNTO ESTABILIZADOR ....................................................... 95 APÊNCIDE H - MODELO PROPOSTO (VISTA FRONTAL EM 3D) ........................ 96 APÊNCIDE I - MODELO PROPOSTO (PERSPECTIVA 3D) .................................... 97 APÊNCIDE J - MODELO PROPOSTO (BASE 3D) .................................................. 98 23 1 INTRODUÇÃO As máquinas de elevação e transporte surgiram em função da necessidade de se executar trabalhos que estão além da condição humana, como por exemplo, carga e descarga de materiais pesados. Conforme a Dominus Guindastes (2018), o guindaste é uma invenção grega que foi utilizada e melhorada pelos engenheiros romanos Vitrúvio e Heron de Alexandria. Os guindastes mais simples registrados pelos engenheiros romanos eram compostos de uma estrutura vertical fincada no piso. No topo haviam cordas que atravessavam uma roldana, prendiam os materiais e eram operadas por meio de um molinete fixo. Somente depois da revolução industrial, foi possível um avanço significativo e tecnológico desses equipamentos. Nesse período permitiu-se a mecanização das estruturas, garantindo menos esforço físico, mobilidade e produção dos materiais em ferro fundido e aço (DOMINUS GUINDASTES, 2018). O processo de içamento e movimentação de cargas é amplamente utilizado no ramo industrial, em construções civis, em estabelecimentos ou áreas, departamentos, fábricas, locais de armazenamento e recarga. Os guindastes surgiram para otimizar esse processo e dar conforto ao ser humano. São equipamentos que tornam o trabalho mais simples, substituindo o serviço manual de transporte de materiais de peso elevado. Quando utilizados no ramo industrial e civil, os guindastes oferecem grandes vantagens em mobilidade e versatilidade, proporcionando aumento na velocidade das operações, bem como o cumprimento das normas regulamentadoras. No entanto, essas máquinas geralmente apresentam custo elevado. Durante as operações de içamento de cargas, é muito comum se deparar com situações de risco para o operador, mas que podem ser evitadas com utilização de máquinas apropriadas para tal atividade. O projeto em questão visa o estudo de novas formas construtivas de guindastes leves utilizados em veículos de médio porte, com o objetivo de ser útil em ambientes de trabalho ou residenciais. 24 1.1 Justificativa Processos de transporte e içamento de carga não se limitam apenas a grandes obras e/ou cargas elevadas. Uma operação mal realizada de levantamento de carga manual pode causar danos significativos e permanentes na saúde de um operador. Algumas movimentações podem estar limitadas aos espaços e características da carga. O projeto a ser desenvolvido busca alternativas para fabricação de guindastes leves com acionamentos de baixo custo, materiais de alta resistência e fácil operação para que seja útil em diversas áreas e acessível para veículos de médio porte, já que no mercado não possui diversas opções. 1.2 Objetivos 1.1.1 Objetivo geral Projetar um equipamento leve e de baixo custo que seja apto a elevar cargas de até 250 kg, alcance de até 3 metros e que seja compatível para ser utilizado em veículos com capacidades máxima de uma tonelada. 1.1.2 Objetivos específicos a) Pesquisar diferentes formas construtivas para o projeto do equipamento de elevação de carga; b) Desenvolver uma solução desejável, com baixo custo e fácil operação; c) Dimensionar um equipamento que seja leve, com capacidade de carga até 250 kg e alcance até 3 metros; d) Elaborar desenhos; e) Realizar análise por método dos elementos finitos. 25 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 2.1 Principais grupos de máquinas de elevação e transporte Para Rudenko (1976), “os principais grupos de máquinas de elevação e transporte, classificados pelas características de projetos” (RUDENKO, 1976, p. 5), são: máquinas de elevação, equipamentos de transporte, equipamento de superfície e elevado, esquematizados na Figura 1. Figura 1 - Esquema de máquinas de elevação e transporte de Rudenko Fonte: Adaptado de Rudenko (1976, p. 5). 26 Equipamento de elevação é o grupo de máquinas com mecanismo de elevação destinado a mover cargas, principalmente em lotes. São os elevadores, guindastes, e máquinas com capacidade para transportar cargas no eixo vertical. Equipamento transportador é o grupo de máquinas que pode não ter mecanismo de elevação, movendo cargas em um fluxo contínuo. Equipamento de superfície e elevado é o grupo de máquinas que não pode ser providode mecanismo de elevação e que usualmente manuseia cargas em lotes. (RUDENKO, 1976, p. 5). 2.2 Guindastes “Guindastes combinam mecanismos de elevação, separados por uma estrutura para, apenas, levantar ou elevar e mover cargas, que podem estar livremente suspensas ou presas por eles.” (RUDENKO, 1976, p. 9). Com isso, essas máquinas devem ser capazes de içar cargas e movimentá-las, em uma trajetória curta, otimizando os processos de transporte, como mostra a Figura 2. Figura 2 - Guindaste telescópico sobre esteiras Fonte: Liebherr (2018a). 27 Para descrever um guindaste instalado sobre veículos de carga é necessário detalhar cada estrutura separadamente. São elas a base, a coluna, o braço, a lança, sistema de giro, sistema de estabilização e sistema hidráulico ou elétrico. As definições encontradas na norma NBR 14768 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001), de guindastes articulados montados em veículos de carga estão listadas nos tópicos a seguir. 2.2.1 Base “Estrutura metálica fixada ao chassi do veículo destinada à sustentação do equipamento.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001, p. 1). A representação da base do guindaste pode ser observada na Figura 3. Figura 3 - Base para guindastes de grande porte Fonte: Clube do Concreto (2018). 28 2.2.2 Coluna Geralmente, é um perfil metálico montado na vertical. Trata-se de uma “estrutura montada sobre a base, na qual é instalado o braço.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001, p. 1), reproduzido pelo perfil em azul, conforme Figura 4. Figura 4 - Coluna para guindastes de grande porte Fonte: SPG Robotics Solutions (2018). 29 2.2.3 Braço da lança O braço é um “componente interligado a coluna em uma das extremidades e a lança na outra, responsável por um dos movimentos no plano vertical.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001, p. 2). O braço de um guindaste telescópico pode ser visto em destaque na Figura 5. Figura 5 - Braço de guindastes Fonte: BOB-LIFT (2018). 2.2.4 Lança A lança é um “componente do guindaste destinado a movimentar a carga nos planos horizontal e vertical, dotada de extensões telescópicas com acionamento hidráulico ou mecânico.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001, p. 2). A lança telescópica permite que o alcance do guindaste seja prolongado, atendendo à proposta inicial. Um esquema pode ser observado na Figura 6. 30 Figura 6 - Lança telescópica Fonte: Mach Metals (2018). 2.2.5 Sistema de giro A norma NBR 14768 divide o sistema de giro em finito e infinito. Neste trabalho o sistema abordado será o finito. Por definição, sistema de giro possui “(...) Movimento rotativo limitado a um número de graus não inferior a 360° ou uma revolução em torno do seu eixo.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001, p. 2). O sistema pinhão cremalheira é um dos mais utilizados hoje e pode ser observado na Figura 7. Figura 7 - Sistema de giro Fonte: Trucado (2018a). 31 2.2.6 Sistema de estabilização Mesmo cargas pequenas, quando içadas a uma determinada altura, podem causar acidentes. Para esses casos, foram criados sistemas para estabilização, conforme a Figura 8. Conforme a ABNT, “são destinados a garantir a estabilidade do conjunto, quando em operação, incorporado à base do guindaste ou não.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001, p. 2). Embora essa estrutura não seja obrigatória no projeto de máquinas de elevação, quando aplicada em guindastes, torna-se essencial para garantir a segurança durante o içamento. Figura 8 - Sistema de estabilização Fonte: Trucado (2018b). 32 2.2.7 Sistema hidráulico Segundo ABNT, esse sistema é um “conjunto de dispositivos hidráulicos destinados a efetuar os movimentos do guindaste através de comando manual ou através de comando por controle remoto (via cabo ou rádio) [...]” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2001, p. 2). Um sistema hidráulico é representado na Figura 9. Figura 9 - Sistema hidráulico em um guindaste. Fonte: Gomes (2016). 2.3 Mini guindastes Os mini guindastes são mais básicos quando comparados a um equipamento de grande porte, possuem menos funções embora sejam bastante úteis para carregamentos em veículos de médio porte e aptos a serem utilizados no dia a dia. O guindaste TKA 2000 é utilizado para içar cargas até 1680 kg. Segue exemplo na Figura 10. 33 Figura 10 - TKA 2000 com lança fechada Fonte: TKA guindastes (2018). Mini guindastes normalmente possuem lanças telescópicas com perfil de tubos quadrados ou circulares que aumentam o seu raio de ação e não ocupam muito espaço. O TKA 2000 foi usado como referência. Os dados técnicos podem ser vistos na Tabela 1 e na Figura 11, o gráfico de cargas. Tabela 1 - Dados técnicos TKA 2000 Dados técnicos TKA 2000 Abertura de patolas dianteiras 3,2 m Alcance hidráulico horizontal 2,9 m Alcance hidráulico vertical 4,7 m Alcance máximo horizontal 3,8 m Alcance máximo vertical 5,4 m Ângulo de elevação da lança 70° Ângulo de giro 360° Capacidade do reservatório hidráulico 25 l Espaço ocupado para operação 0,5 m Peso bruto total mínimo para instalação 3500 kg Peso da máquina base 440 kg Pressão de trabalho 240 bar Fonte: TKA guindastes (2018). 34 Figura 11 - Gráfico de cargas TKA 2000 Fonte: TKA guindastes (2018). 2.3.1 Aplicações de guindastes de pequeno porte Um guindaste de pequeno porte é composto por um braço e lanças com acionamentos manuais, hidráulicos ou elétricos. Pode ser utilizado para carregamentos e descarregamentos de cargas medianas, como tambor de óleo e produtos alimentícios agrícolas com aproximadamente 500 kg. A Figura 12 contém um guindaste com lança telescópica e acionamento hidráulico. Figura 12 - TKA 2000 com lança aberta Fonte: TKA guindastes (2018). 35 Além de facilitar o içamento de materiais pesados para o ser humano, pode ser utilizado também para atender necessidades domésticas. Trata-se de um equipamento simples, de baixo custo e adaptável a veículos populares, como caminhonetes com capacidade abaixo de 1 tonelada. Os guindastes devem ser projetados atendendo principalmente a norma NR- 11, Norma Regulamentadora para Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais. Essa norma estabelece critérios para garantir segurança nos locais de trabalho, quando se fazem necessários o transporte, a movimentação, armazenagem ou manuseio de materiais, seja de forma mecânica ou manual. É baseada nos artigos 182 e 183 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Quando utilizados ou projetados inadequadamente, podem se tornar equipamentos perigosos e causar graves acidentes. 2.4 Tipos de Guindaste Os guindastes se diferem em suas aplicações, capacidade de carga, formas construtivas e modo como são operados. Quanto maior a carga a ser elevada maior as dimensões do guindaste para resistir às forças e tensões impostas sobre ele. Em relação às diferentes construções, o projeto pode variar elementos básicos, como colunas, braços, lanças telescópicas, modo de acionamento, articulações, guinchos, ganchos e principalmente dimensões ou materiais de cada um deles. Cada guindaste também tem sua forma de operação, dependendo do seu modo de acionamento, que pode ser manual, hidráulico ou elétrico. Os tipos de guindastes classificados por RUDENKO (1976) estão demonstrados na Figura 13. Neste trabalho, serão descritas as principais máquinas utilizadas no mercado. 36 Figura 13 - Principais Tipos de Guindastes Fonte: Adaptado de Rudenko (1976, p. 11). 2.4.1 Guindaste móvel Guindastes móveis consistem de lanças telescópicas montadas em uma plataforma que se locomove, independente domeio, podendo ser terrestre ou fluvial. As plataformas possuem elevadas dimensões e são extremamente compactas, sendo utilizadas para carregamentos pesados (Liebherr, 2018b). Guindastes montados sobre caminhões são um exemplo de guindastes móveis e podem ser uma boa alternativa econômica, como apresentado na 37 Figura 14. 38 Figura 14 - Guindaste móvel LTM 1250-5.1 Fonte: Liebherr (2018c). 2.4.2 Guindaste telescópico Este tipo de guindaste possui uma lança telescópica como elemento principal em sua estrutura. A lança telescópica, ao contrário da lança treliçada, consiste em uma série de tubos montados um dentro do outro. Um mecanismo hidráulico estende ou retrai os níveis para condições de trabalho ou condições de movimento do veículo, sendo uma vantagem por necessitar de menos espaço quando não utilizado (CRANE BRASIL, 2018). Podem ser montados sobre caminhões, veículos de médio porte e até mesmo sobre esteiras, como mostrado na Figura 15. 39 Figura 15 - Guindaste telescópico LTR 1100. Fonte: Liebherr (2018d). 2.4.3 Guindaste articulado As articulações deste tipo de guindaste fazem com que o mesmo possa ser utilizado em veículos de médio porte, substituindo caminhões em áreas de difícil acesso, além de uma redução no custo operacional. Possuem longos alcances e devido as articulações conseguem diminuir o espaço utilizado quando retraído para posição de repouso (HIDRATEC GUINDASTES, 2018a). A Figura 16 mostra um guindaste articulado montado em um caminhão. Figura 16 - Guindaste articulado linha média Fonte: Hidratec Guindastes (2018b). 40 2.4.4 Guindaste de terreno acidentado Guindastes de grande porte bem compactos para acesso em áreas restritas com terrenos irregulares e acidentados, são utilizados em construções civis (DEFINE CIVIL, 2018), conforme Figura 17. Figura 17 - GR 1600 XL Fonte: Tadano (2018a). 2.4.5 Guindaste de todo tipo de terreno Forma construtiva semelhante aos guindastes de terreno acidentado e guindastes sobre caminhões, portanto, as vantagens de ambos são semelhantes. Guindastes de todo tipo de terreno podem elevar cargas com centenas de toneladas e se movimentam com facilidade devido ao controle da direção em todas as rodas, de acordo com a Figura 18 (DEFINE CIVIL, 2018). Figura 18 - Guindaste de todo tipo de terreno Fonte: Tadano (2018b). 41 2.4.6 Guindaste sobre esteira Trata-se de guindastes móveis que possuem facilidade de locomoção e estabilidade no içamento de cargas. Vantajosos em áreas com terrenos irregulares onde guindastes sobre caminhões são incapazes de realizar o trabalho (BRYN THOMAS CRANES, 2017). Um exemplo de guindaste sobre esteira é mostrado na Figura 19. Figura 19 - Guindaste sobre esteira Fonte: Liebherr (2018e). 2.4.7 Guindaste torre São definidos como guindastes que auxiliam o transporte horizontal e vertical de cargas quando possuem uma base giratória. Já em bases estacionárias esse movimento é reduzido e apenas utilizado em ocasiões específicas. Caracterizado por uma coluna vertical, normalmente treliçada e lança horizontal necessária para resistir as cargas impostas (BARBOSA; SANTANA; LICHTENSTEIN 1987 apud SANTOS, 2013). Segundo Barbosa, Santana e Lichtenstein (1987 apud SANTOS, 2013, p. 25) “há três tipos básicos de grua: a grua fixa [...], gruas ascensionais e gruas móveis sobre trilhos”. Uma grua fixa é demonstrada na Figura 20. http://www.guindastes.com.br/ver_video.php?cod=18&cat=1 http://www.guindastes.com.br/ver_video.php?cod=18&cat=1 42 Figura 20 - Guindaste torre - Grua Fonte: Pingon (2018). 2.4.8 Guindaste pórtico Guindaste fixo onde o movimento para deslocar as cargas é feito por talhas deslizantes sobre trilhos, conforme a Figura 21. Mais comum em galpões industriais localizados a uma certa altura do chão de fábrica, não comprometendo o espaço utilizado pelos operadores (BRYN THOMAS CRANES, 2017). Figura 21 - Guindaste pórtico Fonte: OMIS (2017). 2.5 Tubos estruturais Para a construção dos elementos estruturais do guindaste como a coluna, braço e lança telescópica, é necessário estudar os elevados esforços de compressão, torção, cargas combinadas e momento fletor nas operações de içamento. É http://www.guindastes.com.br/ver_video.php?cod=16&cat=1 http://www.guindastes.com.br/ver_video.php?cod=16&cat=1 43 necessário a implementação de tubos de material nobre com características e propriedades mecânicas que atendam esforços e aplicações, sem falhas, como na Tabela 2. Tabela 2 - Propriedades mecânicas Aços Estruturais VMB Especificações ASTM Similares aos Aços VMB Designação Comercial Resistência ao Escoamento (MPa) Resistência à Ruptura do Aço à Tração (MPa) Norma Grau Laminados (Circulares) VMB 250 ≥ 250 ≥ 400 ASTM A 501 A VMB 300 ≥ 300 ≥ 415 EN10210 S275J2H VMB 350 ≥ 350 ≥ 485 ASTM A 501 B VMB 250cor ≥ 250 ≥ 400 ASTM A 714 Grau IV VMB 300cor ≥ 300 ≥ 415 - - VMB 350cor ≥ 350 ≥ 485 ASTM A 618 la, lb e II III Conformados a Frio (Quadrados e Retangulares) VMB 250 ≥ 250 ≥ 400 ASTM A 500 D VMB 300 ≥ 300 ≥ 415 ASTM A 500 B VMB 350 ≥ 350 ≥ 485 ASTM A 500 C VMB 250cor ≥ 250 ≥ 400 ASTM A 500 D (com cobre) VMB 300cor ≥ 300 ≥ 415 ASTM A 500 B (com cobre) VMB 350cor ≥ 350 ≥ 485 ASTM A 500 C (com cobre) Fonte: Adaptado de Vallourec (2018). Os tubos estruturais são fabricados com seções circulares, quadradas e retangulares, de acordo com Figura 22, cujas propriedades mecânicas são requisitos fundamentais. Utilizados para pontes, torres, coberturas, estruturas metálicas, indústria naval e automobilística. Figura 22 - Seções tubulares Fonte: Vallourec (2018). 44 2.6 Guinchos portáteis Existem diversos tipos de construções para guindastes e que podem variar principalmente na maneira de levantamento das cargas. Guinchos portáteis elétricos são uma opção por possuírem cabos de aço galvanizados, presos ao rolo, que suportam altas cargas e por serem de fácil acionamento por controle remoto via cabo. São equipamentos que possuem bom custo benefício e fácil manutenção para os cabos devido ao desgaste corrosivo. Devem possuir freio eletromagnético para estabilizar a carga em caso de falta de energia (CSM, 2018a). A seguir, na Figura 23, é possível visualizar um modelo e suas características retirados do catálogo de produtos 2018 da empresa CSM. Para mais informações sobre guinchos, ver apêndice A deste trabalho. Figura 23 - Guinchos portáteis Fonte: CSM (2018b). 45 2.7 Ganchos para aplicação de carga Ganchos são ferramentas que estão interligadas diretamente à lança, também podendo estar em conjunto com cabos ou correntes de guinchos portáteis elétricos. Estes equipamentos seguem a norma DIN 15400 e suas capacidades de carga são especificadas em catálogo dependendo de sua atuação (HELEVAR, 2018). A Figura 24 exemplifica um gancho tipo olhal, um dos mais utilizados atualmente, suas características podem ser encontradas no catálogo de ganchos demonstrado na Erro! Fonte de referência não encontrada. deste trabalho. Figura 24 - Gancho olhal Fonte: Ari Cabos (2018). De acordo com a norma NBR 14768:2001, “o gancho deve ser fabricado em aço de alta resistência, compatível com as cargas especificadas para cada equipamento, devendo possuir trava de segurança”. A Figura 25 e Figura 26, indicam outros dois tipos de gancho, os ganchos giratórios e de haste, respectivamente, e suas características estão detalhadas na Erro! Fonte de referência não encontrada.. 46 Figura 25 - Gancho giratório Fonte: Ari Cabos (2018). Figura 26 - Gancho haste Fonte: Ari Cabos (2018). 47 2.8 Braços estabilizadores Braços estabilizadores são equipamentos necessários para apoiar os equipamentosde elevação enquanto agem para levantar e deslocar cargas de peso elevado em qualquer posição de operação (RUDENKO, 1976). Os perfis estabilizadores são apoiados no chão e pertencem ao próprio guindaste, sendo acionados por comandos hidráulicos. Os acionamentos do estabilizador variam em relação ao tamanho do guindaste, necessitando ou não de comandos de válvulas adicionais (TRUCADO, 2018a). Os cilindros de apoio podem ou não rotacionar 180° ficando assim na posição de transporte. Esse movimento é independente do movimento dos braços estabilizadores e pode ser feito por um sistema de acoplamento ou por sistema de pinhão e cremalheira, simplificando o trabalho dos operadores (TRUCADO, 2018b). A Figura 27 contém um sistema de estabilização de um guindaste móvel. Os braços estabilizadores nesse caso são constituídos de perfis telescópicos na horizontal, e cilindros nas extremidades (verticais). Figura 27 - Braços estabilizadores Fonte: Trucado (2018a). 48 2.9 Tipos de veículos indicados O mini guindaste proposto para utilização em veículos de médio porte tem como objetivo o içamento de cargas de até 250 kg, substituindo o trabalho braçal e otimizando a mão de obra por meio do aumento da velocidade de carregamento e descarregamento, sem comprometer a ergonomia e a segurança. Os veículos selecionados para utilização deste equipamento devem ser capazes de suportar o peso do guindaste e da carga a ser levantada sem comprometer a estrutura e estabilidade do automóvel. As melhores opções existentes no mercado hoje para implementação desse trabalho, são os veículos pick-up com capacidade mínima de 650 kg. Para encontrar os melhores modelos, foi realizado um levantamento, segundo dados disponíveis nos websites e catálogo dos fabricantes, conforme mostrado na Tabela 3. Tabela 3 - Especificações técnicas de veículos indicados Veículo Capacidade (kgf) Volume da Caçamba (l) Chevrolet Montana 756 1143 Chevrolet S10* 1220 1570 Fiat Strada* 705 1220 Fiat Toro 1000 820 Ford Courier* 750 1030 Ford Ranger* 1457 1455 Mitsubishi L200 Triton Sport GLX 1050 1040 Nissan Frontier SE 1050 805 Peugeot Hoggar* 742 1151 Renault Duster Oroch 650 683 Toyota Hilux* 1195 1580 Volkswagen Amarok* 1232 1280 Volkswagen Saveiro** 712 914 Fonte: Elaborado pelos Autores. * Modelos Fabricados até 2013 ** Veículos Cabine Simples 49 2.10 Articulações Em um projeto de máquina, é essencial estudar a união dos componentes estruturais para garantir resistência, eficiência mecânica e alcançar o objetivo do projeto. Em equipamentos de elevação de carga, como o guindaste em estudo, estão presentes os elos, juntas e articulações; estes formam as cadeias cinemáticas, que serão definidas a seguir. Segundo Norton (2010), um elo é definido como um corpo rígido que possui pelo menos dois nós, que são pontos para anexar outros elos. A Figura 28 representa os tipos de elos, de acordo com os nós. No guindaste em estudo, os elos são os tubos estruturais que formam as colunas e os braços telescópicos. Figura 28 - Tipos de elos Fonte: Norton (2010). Para Norton (2010), uma junta é definida como uma conexão entre dois ou mais elos, que permite o mesmo movimento entre os conectados. Podem ser classificadas pelo tipo de contato, pelo número de graus de liberdade, pelo tipo de fechamento ou número de elos unidos. A Figura 29 mostra uma junta de articulação utilizada no guindaste Volvo CE 11020809. Figura 29 - Junta de guindastes Fonte: Canal da Peça (2018). 50 Norton (2010) também diz que uma cadeia cinemática é definida como um conjunto de elos e juntas interconectados de uma maneira que possibilite um movimento de saída controlado em resposta a um movimento de entrada fornecido. Finalmente, um mecanismo é definido como uma cadeia cinemática em que pelo menos uma ligação foi presa à estrutura de referência. O estudo de articulações tem finalidade de garantir o perfeito funcionamento do guindaste. Os esforços aos quais o equipamento é submetido impactam diretamente nas juntas, esteja submetido ou não às cargas nas quais são esperadas. Para o correto dimensionamento, é necessário entender sobre as propriedades do material, geometria e considerar as condições críticas de trabalho. 2.11 Acionamentos Qualquer tipo de atuador (elemento que produz movimento) necessita de um sistema de acionamento que utiliza energia responsável por produzir esse movimento. Nos setores industriais e de serviços os acionamentos são essenciais para uma diversidade de aplicações de resultados que influem diretamente no cotidiano das pessoas. Existem diversos tipos de acionamentos com destaque para os elétricos, a combustão, hidráulicos, mecânicos, manuais, cada um com sua concepção própria. Nos meios de transporte atuais como carros, motocicletas, aviões e navios, é quase necessária a utilização dos acionamentos a combustão. Cada tipo de acionamento é constituído de um sistema próprio que mediante a energia atende a necessidade específica, atribuindo vantagens e desvantagens entre seus modelos. 2.11.1 Acionamentos hidráulicos Um sistema hidráulico utiliza de um fluido de acionamento e comando. Esse tipo de acionamento geralmente utiliza um motor hidráulico que segue o princípio de Pascal: “Uma variação da pressão aplicada a um fluido contido em um recipiente é transmitida integralmente a todas as partes do fluido e às paredes do recipiente que o contém” (HALLIDAY; RESNICK, 2016), princípio esse implementado posteriormente na prensa hidráulica por Joseph Bramah. O funcionamento é basicamente por meio 51 de êmbolos e fluidos incompressíveis similar a seringas, aproveitando a pressão constante em sistemas fechados, conforme Figura 30. Figura 30 - Princípio de pascal e o motor hidráulico Fonte: Halliday (2016). A equação abaixo representa matematicamente, esse sistema que descrevemos: 𝐹𝑠 𝐴𝑠 = 𝐹𝑒 𝐴𝑒 Onde Fs, As, Fe, Ae, são força na saída, área da saída, força na entrada e área na entrada, respectivamente. “Dispositivos hidráulicos auxiliam a resolver uma variedade de problemas adaptando as características dos motores padronizados ao trabalho que eles devem desempenhar” (RUDENKO,1976, p. 248), como possuem baixa inércia a relação de transmissão de forças utilizando pequenas áreas é extremamente favorável, assim como a capacidade de parar e reverter o movimento; são auto lubrificantes o que implica em um bom desempenho, agregam um posicionamento preciso de boa regulagem e controle. Algumas desvantagens são o custo elevado, a difícil manutenção, sensibilidade a sujeira e o risco de acidentes em função da elevada pressão (REIS, 2011). 52 As aplicações são diversas desde máquinas, controle de aeronaves, a robôs industriais e guindastes. A seguir é demonstrado na Figura 31 o uso do dispositivo hidráulico em freio a tambor. Figura 31 - Freio a tambor Fonte: Bergamim (2007). 2.11.2 Acionamentos elétricos Os acionamentos elétricos tem em seu princípio básico transformar energia elétrica em mecânica. Segundo Souza (2009, p. 3) “um motor só começa a girar quando o momento de carga a ser vencido, quando parado, for menor do que seu conjugado de partida”. Esses motores são constituídos basicamente pelo estator e o rotor. São características do estator: funciona como um ímã; é o circuito magnético, com a diferença que se pode controlar a intensidade do fluxo magnético através da intensidade da corrente elétrica; detém as bobinas que alojadas de forma correta, produzem o campo magnético de giro para a indução. O rotor é um enrolamento constituído por barras, geralmente de cobre. Quando a corrente elétrica circula pelas espiras que estão inseridas no campo magnético produzido pelo enrolamento de campo, atendendo ao princípio do eletromagnetismo,uma força eletromagnética é criada nesse condutor, resultando em uma rotação responsável pelo torque no eixo (SOUZA, 2009). A Figura 32 mostra um motor elétrico por meio de um motor de indução com corrente alternada. 53 Figura 32 - Motor de indução corrente alternada W22 IR2 Fonte: WEG (2018). Esse tipo de acionamento pode ser suprido por corrente contínua ou alternada. Ambas são quase equivalentes em operação. Algumas vantagens em se utilizar corrente contínua são o grande torque inicial com consumo de energia relativamente baixo, operações simples de ligação, fornecimento de potência simples. Já a corrente trifásica apresenta um projeto mais simples, sem o uso de comutadores e a transmissão e distribuição da corrente alternada em grandes distâncias é mais simples e barata (RUDENKO, 1976). Em relação aos outros tipos de acionamentos, o elétrico apresenta baixo custo, maior aplicabilidade, manutenção menor e mais simples, vida útil elevada, bom desempenho dinâmico e alta precisão. 2.11.3 Atuador linear elétrico São dispositivos elaborados com o intuito de transformar o movimento de rotação em um movimento linear, de puxar e empurrar proveniente de um motor. Esses equipamentos possuem a característica de promoverem controles mais precisos com uma circulação segura, tranquila e limpa. Utilizam menos espaço que sistemas hidráulicos, têm uma longa vida útil, praticamente sem manutenção. Os atuadores lineares elétricos apresentam uma grande capacidade de adaptação de 54 necessidades específicas. Garantem o bom funcionamento de suas aplicações em uma ampla variedade de objetos como antenas, esteiras, mesa cirúrgica, portões e funções em setores industriais (LINAK, 2018). O acionamento do dispositivo é por meio de um motoredutor acoplado a um eixo interno de perfil rosqueado denominado fuso. Um esquema pode ser observado na Figura 33. Quando em rotação, promove o deslocamento axial de uma bucha concêntrica com mesmo perfil rosqueado interno que compõe a haste principal de movimento, contida em um cilindro guia, resultando em um movimento linear. Alguns modelos fabricados pela Asten como o ATL AB30-C V2-050 possuem um sistema eletrônico, que por meio de sensores de fim de curso delimitam os movimentos de avanço e retorno (ASTEN, 2018). Figura 33 - Atuador linear elétrico Fonte: ASTEN (2018). 2.12 Construções soldadas O processo de soldagem dos materiais é bem antigo. Os primeiros processos descobertos foram a brasagem e a soldagem por forjamento. A tecnologia encontrada hoje, foi desenvolvida no último século, por meio da revolução industrial. 55 De acordo com Fodi e Leite (2018), “soldagem é um processo de união entre duas partes metálicas, utilizando-se uma fonte de calor para se obter a coalescência entre as partes metálicas” (FODI; LEITE, 2018, p. 1). Essa tecnologia ganhou destaque ao passar do tempo pela simplicidade, em operações, custo e manutenção, tornando viável sua utilização na indústria. É possível destacar algumas grandes vantagens do procedimento de solda. Dias (1997), cita algumas delas em seu livro, como a maior rigidez das ligações, redução de custos, redução da quantidade de aços e melhor acabamento final. 2.12.1 Soldagem MIG/MAG Na soldagem MIG/MAG, apresentada na Figura 34, “a alimentação de arame eletrodo é feita mecanicamente, através de um alimentador motorizado [...], pode ser usada em materiais numa ampla faixa de espessura” (MODENESI, 2013, p. 234). Modenesi (2013) diz também que esse tipo de solda pode ser usado na fabricação e manutenção de equipamentos e peças metálicas, na recuperação de peças desgastadas e recobrimento de superfícies. Isso deve-se às suas vantagens como alta taxa de deposição, alta versatilidade quanto ao tipo de material e espessuras. Figura 34 - Soldagem MIG/MAG Fonte: Eutectic (2018). 56 2.13 Cabos de aço Os cabos de aço são uma tecnologia usada em diversos ramos da indústria. Na maquinaria de transporte e elevação, possuem diversas vantagens. Rudenko (1976) indica algumas delas como sendo a maior leveza, menor suscetibilidade a danos devido a solavancos, operação silenciosa (incluindo em altas velocidades) e maior confiança em operação. É possível prever, com facilidade, quando um cabo irá falhar e comprometer o carregamento, a necessidade de substituição fica visível e não demanda gastos elevados. “Nas correntes, o rompimento ocorre repentinamente, enquanto que nos cabos de aço os fios externos, sujeitos a desgastes mais intensos, rompem-se antes dos fios internos.” (RUDENKO, 1976, p. 28). Essas características de trabalho fazem com que sejam seguros para utilização em diversas áreas. A norma NBR 6327 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004) faz algumas definições para o estudo de cabos de aço: a) Arame: “Fio de aço obtido por trefilação. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004, p. 3); b) Perna: “Conjunto de arames torcidos em forma de hélice, podendo ou não ter um núcleo ou alma constituído por um arame, outro material metálico ou fibra.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004, p. 3); c) Cabo de Aço: “Conjunto de pernas dispostas em forma de hélice, podendo ou não ter uma alma material metálico ou de fibra.” (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004, p. 3); A Figura 35 indica uma seção transversal típica encontrada em um cabo de aço. 57 Figura 35 - Corte transversal típico – Cabo 6x7 com alma de aço Fonte: ABNT (2004). A norma NBR 6327 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2004) define também a classificação dos cabos de aço, podendo ser pelo diâmetro, pelo método de construção, composição da perna, tipo de alma, torção, acabamento e categoria de resistência. A seleção do cabo deve ser feita conforme as orientações da norma e propriedades fornecidas nos catálogos dos fabricantes. A resistência dos cabos de aço, pode ser calculada observando o conceito de carga de ruptura teórica e efetiva. Melconian (2009) define a carga de ruptura teórica como sendo o produto entre a tensão de ruptura dos arames e a área total da secção transversal de todos os arames. A carga de ruptura efetiva é menor que a teórica devido ao encablamento dos arames, e pode ser obtida por meio de testes em laboratório. A Tabela 4 mostra a relação entre as cargas efetivas e teóricas em porcentagem. Tabela 4 - Relação entre as cargas efetiva e teórica em % Porcentagem (%) Construção do Cabo 96 Cordoalha de 3 a 7 fios 94 Cordoalha de 19 fios 90 6 x 12,0 87,5 6 x 24,0 86 6 x 7,0 82,5 6 x 25,6 x 19,8 x 19,0 80 6 x 41,6 x 7,0 72 6 x 42,18 x 7,0 Fonte: Adaptado de Melconian (2009, p. 267). 58 Melconian (2009) também diz que a carga de trabalho para cabo não deve exceder 1/5 da carga de ruptura mínima efetiva especificada, e indica o fator de segurança para cálculo de guindastes de 5,0. 2.14 Rolamentos Uma das técnicas utilizadas para reduzir o atrito durante a movimentação dos sistemas mecânicos, são os rolamentos. Estes dispositivos metálicos ajudam na transmissão de movimentos e redução de forças para realizar o trabalho. Existem diversos tipos de rolamentos, são classificados de acordo com o tipo de esforço que será submetido, encaixe no eixo/peça referente e características do sistema mecânico. Os esforços aos quais os rolamentos são submetidos, estão demonstrados na Figura 36 (Rolamento Radial) e Figura 37(Rolamento Axial). Figura 36 - Esforços rolamentos radiais Fonte: Motion & Control NSK (2018). Figura 37 - Esforços rolamentos axiais Fonte: Motion & Control NSK (2018). 59 2.15 Preparação da superfície: limpeza mecânica por jateamento A corrosão é um processo que ocorre nos metais que pode comprometer a integridade estrutural das construções metálicas e sistemasmecânicos. Basicamente, “na metalurgia, o minério recebe energia para transformar-se em metal, na corrosão, o metal retorna a condição de minério, liberando energia” (DIAS, 1997, p. 167). Isso ocorre devido à reações químicas do aço com o ambiente ao qual ele está inserido. Um dos processos que pode ser realizado e evitar a degradação/desgaste é a pintura, que será explicada no item 2.16 deste trabalho. De acordo com Dias (1997), o custo de uma tinta é cerca de 25% do valor da estrutura, e 60% do custo de um trabalho de pintura, está na preparação dessa superfície. “O aço fornecido pelo fabricante é geralmente coberto por camadas de carepa de laminação, aparecendo também a ferrugem durante o período de estocagem (...)” (DIAS, 1997, p. 189). Para que essas carepas e a ferrugem adquirida no intervalo entre a produção do aço e o produto final não sejam prejudiciais no sistema final, alguns processos de limpeza podem ser adotados, dentre eles, a limpeza por jateamento. De acordo com Dias (1997), o jateamento é um dos métodos mais eficientes para remoção das carepas, ferrugem, pinturas antigas e garante uma boa rugosidade para a superfície, permitindo uma boa aderência nas tintas. Os principais tipos de jateamento são realizados com areia, óxido de alumínio ou granalha de aço. A Figura 38 mostra um processo de jateamento. 60 Figura 38 - Limpeza por jateamento Fonte: Metálica (2018). 2.16 Pintura (aplicação industrial) Para garantir um bom acabamento de superfície nas estruturas metálicas e proteger contra a ação do ambiente, um dos procedimentos adotados é a pintura. Um dos processos eficientes com uma boa relação custo-benefício é a pintura à base de resinas epoxídicas. “Se a tinta à base de resina epoxídica for curada com poliamida, o filme apresentará maior resistência à água e melhor aderência” (DIAS, 1997, p. 211). Segundo Dias (1997), essas pinturas possuem excelentes resistências físicas, químicas, boa dureza e flexibilidade. Dessa forma, é umas das mais utilizadas na manutenção industrial. 61 3 DESENVOLVIMENTO 3.1 Dados técnicos O equipamento em estudo, é concebido com as seguintes características: Quadro 1 - Especificações técnicas do guindaste Guindaste 250 kgf Capacidade de elevação 250 kgf Alcance horizontal 3 m Alcance vertical 0,456 m Elementos estruturais Tubos e placas Número de estágios telescópicos 2 Tipo de acionamento Elétrico Velocidade de içamento mínima 5 m/min Fonte: Elaborado pelos autores. A seguir, na Figura 39, o modelo proposto pelos autores é apresentado: Figura 39 - Modelo proposto Fonte: Elaborado pelos Autores. 62 3.2 Concepção O mini guindaste pode ser utilizado para carregamento de máquinas de pequeno porte como betoneira, tambor de óleo, materiais de construção civil ou cargas que demandam maior espaço e capacidade. O modelo proposto atende essas necessidades e os esboços do projeto serão demonstrados a seguir. 3.2.1 Instalação da roldana na lança A fixação da roldana na lança é por meio de soldas, em uma chapa na extremidade, conforme mostrado na Figura 40. Figura 40 - Fixação da chapa frontal na lança Fonte: Elaborado pelos Autores. 63 3.2.2 Base A base do guindaste deve estar montada à estrutura do veículo, o desenho básico pode ser visto na Figura 41. Figura 41 - Desenho da base Fonte: Elaborado pelos Autores. 64 3.2.3 Atuador eletromecânico O modelo de atuador proposto é do tipo eletromecânico e pode ser visto na Figura 42. Seu funcionamento é através de dois motoredutores que acionam pinhões atuantes na coroa acionadora do fuso. Esta por sua vez possui uma rosca trapezoidal em seu centro que se desloca verticalmente devido às rotações da engrenagem. Figura 42 - Atuador elétrico DC Fonte: Elaborado pelos Autores. 3.2.4 Guincho O guincho idealizado para o projeto é o modelo elétrico do fabricante Hovam com comando a distância, proteção contra sobrecarga, indicador de carga e de fácil utilização, conforme a Figura 43. A especificação técnica pode ser observada na Tabela 5. 65 Figura 43 – Guincho elétrico Hovam Fonte: Unimaq (2019). Tabela 5 - Guincho elétrico de arraste portátil Hovam 450 kg Capacidade de Carga Comprimen to do Cabo de Aço Velocidade Diâmetro do Cabo de Aço Potência Peso Aproximado Voltagem 450 kg 4,6 m 5 m/min 6 mm 1200 W 7 kg 220 V Fonte: Unimaq (2019). 3.2.5 Lança telescópica Trata-se de um conjunto de secção tubular, retangular de aço alta resistência, com dois estágios telescópicos. Os perfis tubulares são dotados de furos para travamento ao longo do comprimento de trabalho. A lança está representada na Figura 44 em sua dimensão mais curta e com os estágios prolongados. Figura 44 – Lança telescópica Fonte: Elaborado pelos Autores. 66 3.2.6 Sistema de giro Nesse projeto, foi idealizado um sistema de giro com uso de embreagem limitadora de torque, formada por molas e placas de fricção. Esse recurso permitirá a prevenção de golpes e movimento danosos para a carga. Um corte do sistema está representado na Figura 45. Figura 45 – Corte sistema de giro Fonte: Elaborado pelos Autores. A prevenção de golpes e movimentos danosos é realizada pelo sistema de mola, conforme a Figura 46 abaixo. As placas azuis estão presas por parafusos exercendo pressão em todo sistema. A chapa vermelha e laranja são soldadas, bem como a porca, permitindo que, quando o parafuso seja colocado dentro da mola, gere uma pressão e crie atrito nos componentes. Figura 46 - Modelo proposto (Sistema de Giro 3D) Fonte: Elaborado pelos Autores 67 3.2.6 Sistema de estabilização O mini guindaste dispõe de um braço estabilizador contra balanços da pick-up nas manobras de carga e descarga. O desenho é visto na Figura 47. A travessa é telescópica ajustável ao tipo de caminhonete. O braço é articulável e altura ajustável com trava por pinos. Figura 47 – Corte sistema de estabilização Fonte: Elaborado pelos Autores. 3.3 Cálculos 3.3.1 Dimensionamento das lanças telescópicas Fatores para dimensionamento: - Fator de Segurança (FS): 1,5; - Concentração de Tensões para Estrutura (estático) (CTE): 1,2; 68 - Concentração de Tensões para Componente Mecânico (dinâmico) (CTD): 1,7; - Fator Dinâmico (FD): 1,15; Cálculo da tensão admissível: O limite de escoamento de 350 MPa foi considerado para os tubos estruturais VMB. Equação 1 - Tensão Admissível 𝜎𝑎𝑑 = 𝐿𝑖𝑚𝑖𝑡𝑒 𝑑𝑒 𝐸𝑠𝑐𝑜𝑎𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜 (𝐹𝑆 𝑥 𝐶𝑇𝐷 𝑥 𝐹𝐷) Onde, - FS – Fator de Segurança; - CTD – Concentração de tensões para componente mecânico (dinâmico); - FD – Fator dinâmico. 𝜎𝑎𝑑 = 3500 (1,5 𝑥 1,7 𝑥 1,15) = 1194 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚2 (1) Módulo extremo do braço “A” O módulo A considerada no dimensionamento pode ser observada na Figura 48. Figura 48 – Módulo A para dimensionamento Fonte: Elaborado pelos Autores. 69 Equação 2 – Carga içada 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝐼ç𝑎𝑑𝑎 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑥 𝐹𝑎𝑡𝑜𝑟 𝐷𝑖𝑛â𝑚𝑖𝑐𝑜 250 𝑥 1,15 = 287,5 𝑘𝑔 (2) Equação 3 – Carga total 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝐼ç𝑎𝑑𝑎 + 𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑜 𝐺𝑢𝑖𝑛𝑐ℎ𝑜 𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 = 287,5 + 35 = 322,5 𝑘𝑔 (3) Momento fletor (𝑀𝑓) 𝑀𝑓 = 322,5 𝑘𝑔𝑓 𝑥 92,5 𝑐𝑚 (4) 𝑀𝑓 = 29.832 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚 Módulo de resistência elástico (𝑊𝑥) Equação 4 – Módulo de resistênciaelástico 𝑊𝑥 ≥ 𝑀𝑓 𝜎𝑎𝑑 Onde, - Mf – Momento Fletor; - 𝜎𝑎𝑑 – Tensão admissível. 𝑊𝑥 = 29.832 𝑘𝑔𝑓.𝑐𝑚 1194 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚² (5) 𝑊𝑥 = 24,98 𝑐𝑚 3 Tubo selecionado A seleção do tubo deve atender ao requisito mínimo do módulo de resistência elástico superior a 24,98 cm³. A Tabela 6 demonstra as especificações para o tubo 90 x 50 x 5. 70 Tabela 6 - Tubo VMB módulo A Dimensões Externas h x b (mm) Espessura t (mm) Massa / Comprimen to (kg / m) Área da Secção Transversal (cm²) Momento de Inércia Módulo de Resistência Elástico 𝑾𝒙 (𝒄𝒎 𝟑) 𝐼𝑥 (𝑐𝑚 4) 𝐼𝑦 (𝑐𝑚 4) 90 x 50 5 10,3 13,2 121 47,4 26,8 Fonte: Adaptado de Vallourec (2019). Peso Unitário da Lança: 10,3 𝑘𝑔 𝑚 𝑥 1,2 𝑚 = 12,36 𝑘𝑔 Tubo central parte “B” O Módulo B considerado no dimensionamento pode ser observada na Figura 49. Figura 49 – Módulo B para dimensionamento Fonte: Elaborado pelos Autores. Momento fletor (𝑀𝑓) 𝑀𝑓 = (322,5 𝑥 185) + (12,4 𝑥 138,8) (6) 𝑀𝑓 = 61.383,62 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚 Módulo de resistência elástico (𝑊𝑥) 𝑊𝑥 = 61.383,62 1194 (7) 𝑊𝑥 = 51,4 𝑐𝑚 3 71 Tubo selecionado Além do módulo de resistência elástico superior à 51,4, o tubo do módulo B deve ter dimensões maiores ao do módulo A para encaixe. A Tabela 7 indica as especificações técnicas do tubo VMB 110 x 80 x 5. Tabela 7 - Tubo VMB módulo B Dimensões Externas h x b (mm) Espessura t (mm) Massa / Comprimen to (kg / m) Área da Secção Transversal (cm²) Momento de Inércia Módulo de Resistência Elástico 𝑾𝒙 (𝒄𝒎 𝟑) 𝐼𝑥 (𝑐𝑚 4) 𝐼𝑦 (𝑐𝑚 4) 110 x 80 5 13,5 17,2 285 174 51,9 Fonte: Adaptado de Vallourec (2019). Peso Unitário da Lança: 13,5 𝑘𝑔 𝑚 𝑥 1,2 𝑚 = 16,2 𝑘𝑔 Módulo fixo – posição “C” O Módulo C considerado no dimensionamento pode ser observada na Figura 50. Figura 50 – Módulo C para dimensionamento Fonte: Elaborado pelos Autores. Momento fletor (𝑀𝑓) 𝑀𝑓 = 322,5 (275) + 12,36 (228,75) + 16,2 (136,25) (8) 𝑀𝑓 = 93.584,6 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚 72 Módulo de resistência elástico (𝑊𝑥) 𝑊𝑥 = 93.584,6 1194 (9) 𝑊𝑥 = 78,38 𝑐𝑚 3 Tubo selecionado O tubo para seleção comercial deve permitir passagem do tubo 110 x 80 x 5 e adequar aos cálculos anteriores. Foi selecionada chapa dobrada, aço SAE 1045, com secção transversal 132,8 x 112,80 x 4,75. Tabela 8 – Tubo fixo módulo C: propriedades calculadas Dimensões Externas h x b (mm) Espessura t (mm) Massa / Comprimen to (kg / m) Área da Secção Transversal (cm²) Momento de Inércia Módulo de Resistência Elástico 𝑾𝒙 (𝒄𝒎 𝟑) 𝐼𝑥 (𝑐𝑚 4) 𝐼𝑦 (𝑐𝑚 4) 132,8 x 112,8 4,75 17,5 22,43 1588 1133 374 Fonte: Elaborado pelos autores. Peso unitário da lança: 17,5 𝑘𝑔 𝑚 𝑥 1,031 𝑚 = 18 𝑘𝑔 3.3.2 Dimensionamento da coluna O momento fletor máximo utilizado devido à solicitação nas lanças telescópicas: - Momento máximo: 𝑀 𝑚𝑎𝑥 = 93.585 𝐾𝑔𝑓. 𝑐𝑚 - Reação do fuso: 𝑅𝑏 = 93.585 25,3 = 3699 𝐾𝑔𝑓 - Reação na coluna: 𝑅𝑎 = 4925 − (250 + 12,36 + 16,2 + 18) = 4628 𝐾𝑔𝑓 A área da seção transversal da coluna definida utilizada no dimensionamento pode ser observada na figura a seguir: 73 Figura 51 - Seção tranversal da coluna Fonte: Elaborado pelos autores. - Área da coluna: 𝐴 = (11,5 ∗ 16,9) – (10,55 ∗ 15,95) = 26,08 𝑐𝑚2 O módulo de resistência elástico foi obtido a partir da seguinte equação: Equação 5 – Módulo de resistência elástico 𝑊𝑥 = 1 6 ∗ (𝐵 ∗ 𝐻2 − 𝑏 ∗ ℎ2) Onde, - B – é a base externa; - b – é a base interna; - H – altura externa; - h – altura interna. 𝑊𝑥 = 1 6 (11,5 ∗ 16,92 – 10,55 ∗ 15,952) = 100,1 𝑐𝑚3 (10) A tensão máxima foi calculada a partir da seguinte equação: Equação 6 – Tensão máxima σm = 𝐹 𝐴 + 𝑀𝑓 𝑊𝑥 σm = 4628 26,08 + 93585 100,1 = 1112,4 𝐾𝑔𝑓/𝑐𝑚2 (11) 74 3.3.3 Dimensionamento fuso de elevação O fuso responsável pela elevação do braço foi definido conforme esquema da Figura 52. Para ser dimensionado é necessário calcular as forças que são exercidas no componente. Figura 52 – Fuso de elevação Fonte: Elaborado pelos autores Fc – Força de reação no fuso. 𝐹𝑐 ∗ 25,3 = 93585 (12) 𝐹𝑐 = 3699 kgf O material utilizado para o fuso foi o aço SAE-1045, que apresenta uma tensão limite de fadiga: Fadiga 𝑆𝑒 ≅ 85 MPa = 850 𝑘𝑔𝑓 𝑐𝑚² A área da seção do núcleo do fuso foi obtida pela equação 7: 75 Equação 7 – Área do núcleo 𝐴𝑛 = 𝐹𝑐 𝑆𝑒 𝐴𝑛 = 𝐹𝑐 𝑆𝑒 = 3699 850 (13) 𝐴𝑛 = 4,35 cm² Onde, An – é a área da secção transversal do núcleo A partir da área obtida, para seleção do fuso comercial, calculamos o diâmetro da seguinte forma: Equação 8 – Área do núcleo 𝐴𝑛 = 𝜋 ∗ 𝑑𝑛2 4 4,35 = 𝜋∗𝑑𝑛2 4 (14) Logo, diâmetro mínimo para seleção comercial é: 𝑑𝑛 = 2,35 𝑐𝑚 A partir da Tabela 9 abaixo, e calculado o diâmetro mínimo de 27,16 milímetros, selecionamos a rosca trapezoidal Tr 36,3 x 6 mm. 76 Tabela 9 – Rosca trapezoidal em aço SAE 1045 Rosca Trapezoidal 30º Descrição Diâmetro da rosca Passo Máximo Mínimo Tr 12,50x30 12,5 12,35 3 Tr 14,20x30 14,2 14,05 3 Tr 16,00x4 16 15,75 4 Tr18,00x4 18 17,75 4 Tr 20,00x4 20 19,75 4 Tr 20,50x5 20,5 20,17 5 Tr 24,50x5 24,5 24,15 5 Tr 30,00x6 30 29,6 6 Tr 36,30x6 36,3 35,95 6 Tr 39,00x6 39 38,65 6 Tr 40,60x5 40,6 40,27 5 Tr 41,10x6 41,1 40,73 6 Tr 43,80x5 43,8 43,45 5 Tr 47,00x5 47 46,65 5 Tr 50,10x5 50,1 49,77 5 Tr 53,30x5 53,3 52,97 5 Tr 59,60x5 59,6 59,27 5 Tr 62,80x5 62,8 62,46 5 Fonte: Adaptado de Metalacos (2019). Para o acionamento do fuso de elevação, idealizamos um motoredutor com torque máximo disponibilizando 166 (𝑛1) rotações por minuto. A relação de transmissão das engrenagens foi estabelecida utilizando pinhão com 17 dentes e a coroa com 70 dentes. A redução foi calculada a partir da Equação 9 Equação 9 – Redução 𝑖 = 𝑍2 𝑍1 𝑖 = 70 17 = 4,18 (15) Equação 10 – Rotação do fuso 𝑛2 = 𝑛1 𝑖 77 𝑛2 = 166 4,18 = 40 𝑟𝑝𝑚 (16) Equação 11 – Avanço do fuso 𝑓 = 𝑛2 ∗ 𝑝 𝑓 = 40 ∗ 6 (17) 𝑓 = 240 𝑚𝑚 𝑚𝑖𝑛 Admitindo-se um rendimento (η) de 35%, a potência mínima requerida foi calculada pela Equação 12. Equação 12 – Potência 𝑃𝑓 = Fc ∗ f 75 ∗ η Onde, - Pf – Potência mínima requerida; - Fc – Força de reação no fuso; - f – Avanço do fuso; - η – Rendimento.𝑃𝑓 = 3699∗ 0,24 60 75∗0,35 (18) Pf = 0,56 cv = 420 watts A potência necessária para o acionamento do fuso foi de 420 watts. Para isso foram adotados dois motoredutores de 305 watts, conforme Tabela 10 e Figura 53. 78 Tabela 10 – Especificações técnicas do motoredutor MR4-15 Especificações técnicas Motor Tensão 12V - Corrente contínua Relação de redução 1/15 Potência 305 W Torque 39 N.m Fonte: Adaptado de MKS (2019). Figura 53 – Motoredutor MR4-15 Fonte: MKS (2019). Cada motoredutor apresenta 0,41 cv de acordo com a conversão 305 watts ∗ 1 cv 750 watts = 0,41 𝑐𝑣 O diâmetro primitivo do pinhão com módulo de 0,2 cm foi obtido para cálculo da força tangencial. Equação 13 – Diâmetro primitivo do pinhão 𝑑𝑝 = 𝑚 ∗ 𝑧1 𝑑𝑝 = 0,2 ∗ 17 = 3,4 𝑐𝑚 (19) Equação 14 – Torque 𝑀𝑡 = 71620 ∗ N 𝑛1 𝑀𝑡 = 71620 ∗ 0,41 166 = 177 𝑘𝑔𝑓. 𝑐𝑚 (20) Equação 15 – Força tangencial 𝐹𝑡 = 2 ∗ Mt dp 79 𝐹𝑡 = 2∗177 3,4 = 104 𝑘𝑔𝑓. 𝑚 (21) Utilizamos os fatores de forma (q) e dinâmico (kd) para o cálculo da resistência à flexão. Equação 16 – Resistência à flexão σf = Ft ∗ q ∗ FD 𝑏 ∗ 𝑚 Onde, - Ft – Força tangencial no dente; - q – Fator de forma; - FD – Fator dinâmico; - b – largura da engrenagem; - m – módulo da engrenagem. σf= 104∗3,6∗1,2 2∗0,2 (22) σf = 1123 𝑘𝑔𝑓 𝑐𝑚² 3.3.2 Análise pelo método dos elementos finitos Após o termino do dimensionamento estrutural, foi realizado um estudo para comparação com os cálculos e análise dos componentes utilizando o software solidworks, devido à facilidade de operação dos autores. Quando o guindaste está em pleno uso e erguendo a capacidade máxima tolerada (250 Kg). Para isso, foi utilizado o Método dos Elementos Finitos (MEF), trata-se de um procedimento numérico que divide o domínio em partes mais simples, de geometria conhecida, identificando cada ligação de elementos por nós. O intuito dessa análise é identificar concentração de tensões, deformações e deslocamentos ao longo de toda a estrutura, permitindo otimizações e resultados mais próximos da realidade. A carga aplicada no guindaste para análise foi de 287,5 Kg, mesma indicada na Equação 2, considerando o fator dinâmico. 80 A malha utilizada na análise do guindaste continha 587.689 elementos, com 820.737 nós e 2.868.858 graus de liberdade. Esses parâmetros permitiram encontrar uma tensão máxima em torno de 120 MPa (localizada no pino, na extremidade da lança), um deslocamento máximo de 183 milímetros, também na extremidade e uma deformação de 0,7%. Os resultados aferidos podem ser observados nas figuras Figura 54 – Resultados análise MEF: Tensões geral Fonte: Elaborado pelos Autores. 81 Figura 55 – Resultados análise MEF: Tensões no pino Fonte: Elaborado pelos Autores. Figura 56 – Resultados análise MEF: Tensões na base da coluna Fonte: Elaborado pelos Autores. 82 Figura 57 – Resultados análise MEF: Deslocamentos Fonte: Elaborado pelos Autores. Figura 58 – Resultados análise MEF: Deformações 83 Fonte: Elaborado pelos Autores. Figura 59 – Resultados análise MEF: Deformações na lança Fonte: Elaborado pelos Autores Figura 60 – Resultados análise MEF: Deformações na coluna Fonte: Elaborado pelos Autores 3.4 Projeto Os desenhos técnicos do guindaste estão exemplificados com mais detalhes nos apêndice C a J deste trabalho. 84 4 CONCLUSÃO As opções de guindastes disponíveis no mercado para operações de içamento de cargas médias e pequenas são escassas, o que muitas vezes resulta na utilização de mão de obra braçal, podendo acarretar em problemas de lesões ou acidentes mais graves. As pesquisas realizadas que compuseram a revisão bibliográfica, demonstram os componentes e equipamentos envolvidos nos guindastes comerciais e também concepções e sistemas de funcionamento que foram abordados para o desenvolvimento do estudo. Através dos cálculos realizados referentes ao momento fletor e peso, foram dimensionadas as lanças telescópicas e a coluna do guindaste com os devidos fatores de segurança levados em consideração. Estas são constituídas por meio de tubos com secção transversal retangular de alta resistência ao escoamento (350 MPa). Para tornar o projeto viável, foram implementados acionamentos elétricos, também dimensionados no desenvolvimento, uma vez que o intuito é o baixo custo associado. Outro objetivo alcançado foram os desenhos técnicos em 2D, parte primordial para estudo do aprimoramento e funcionamento do guindaste. Com eles tivemos uma base para construção no software de análise pelo método dos elementos finitos. Esta por sua vez, foi capaz de demonstrar as tensões e deslocamentos gerados devido à carga máxima, para uma confirmação de que a estrutura é capaz de realizar o trabalho sem a ocorrência de problemas graves. O guindaste telescópico, conforme demonstrado no desenvolvimento deste trabalho, se apresentou como a opção mais conveniente para fabricação no mercado, pois, além de atender aos objetivos propostos, não ocupa tanto espaço e permite sua construção com tubos e chapas. 85 REFERÊNCIAS ARI CABOS. Catálogo Técnico. São Paulo: Ari Cabos, 2018. Disponível em: <http://www.aricabos.com.br/downloads_files/20_.pdf>. Acesso em: 29 out. 2018. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 14768: Guindaste Articulado Hidráulico – Requisitos. Rio de Janeiro: ABNT, 2001. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6327: Cabos De Aço Para Uso Geral – Requisitos Mínimos. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. ASTEN. Atuadores Lineares. Valinhos: Asten, 2018. Disponível em: <http://www.asten.com.br/capa.asp?eletromecanicos=categoria&depcodigo=756>. Acesso em: 31 out. 2018. BERGAMIM, João Paulo Cury. Princípio de Pascal em um Experimento Autoexplicativo. 2007. 20 f. Relatório Final. Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2007. Disponível em: <https://www.ifi.unicamp.br/~lunazzi/F530_F590_F690_F809_F895/F809/F809_sem 1_2008/JoaoP_LandersRF2.pdf>. Acesso em: 31 out. 2018. BOB-LIFT. Telescopic Boom Crane SQ8SA3. Jiangsu: Bob-Lift, 2015. Disponível em: <http://www.boblift.com/en.php?m=home&c=products&a=view&id=100295>. Acesso em: 05 out. 2018. BRYN THOMAS CRANES. Types of cranes for construction & industrial projects. Manchester: Bryn Thomas Cranes, 2017. Disponível em: <https://brynthomascranes.com/cranes-guide/#how-are-cranes-powered>. Acesso em: 22 out. 2018. CANAL DA PEÇA. Pino da Articulação do Quadro do Guindaste – Volvo CE. São Paulo: Canal da Peça, 2018. Disponível em: <https://www.canaldapeca.com.br/p/4571215/pino-da-articulacao-do-quadro-do- guindaste-volvo-ce-11020809-unitario>. Acesso em: 29 out. 2018. CLUBE DO CONCRETO. Base para gruas em excel. Disponível em: <http://www.clubedoconcreto.com.br/2014/04/base-para-gruas-em-excel-john- reedy.html>. Acesso em: 06 out. 2018. CRANE BRASIL. Equipamentos: a tecnologia das lanças telescópicas. Disponível em: <http://cranebrasil.com.br/equipamentos-a-tecnologia-das-lancas-telescopicas/>. Acesso em: 17 out. 2018. CSM. Catálogo de Produtos. Jaraguá do Sul: CSM, 2018. Disponível em: <https://www.csm.ind.br/maquinas/catalogo_maquinas.pdf>. Acesso em: 26 out. 2018b. CSM. Guinchos Elétricos de Cabo de Aço TEC. Jaraguá do Sul: CSM, 2018. Disponível em: <https://www.csm.ind.br/maquinas/produtos/guinchos-eletricos-de-
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