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GRIPE, RESFRIADO COMUM E IVAS – Tratado de Medicina de Família e Comunidade GRIPE Do que se trata: · Quadro causado pelo vírus Influenza. O que pode ocasionar: · Gripe é uma doença transmitida por aerossóis respiratórios (tosse, espirros). · Período de incubação em adultos: 2 a 4 dias. Em crianças: perto de 10 dias. · Agentes: vírus da família Orthomyxovírus (influenza tipo A e B, principalmente). O que fazer: · Anamnese: · História clínica. · Quadro de mal-estar generalizado, cefaleia, dores por todo o corpo, febre alta (maior que 39), tosse não produtiva, calafrios, coriza nasal, prostração, dor de garganta. · Crianças podem ter também otite, náuseas e vômitos. · Pessoas idosas podem ter apenas cansaço e confusão mental, sem sintomas respiratórios. · Exame físico: · Febre alta. · Hiperemia orofaringe. · Rubor facial. · Conjuntiva vermelha. · Aumento de gânglios cervicais. · Achados laboratoriais: · Dx é clínico! Raro precisar de exames complementares. · Comum leucopenia (mas pode ocorrer também leucocitose). · Pode ocorrer proteinúria. · Vírus pode ser isolado por swab nasal ou de orofaringe. · Dx do vírus influenza: técnicas de imunofluorescência indireta. Diagnóstico diferencial: · Gripe x resfriado comum. Conduta proposta: · Tratamento não farmacológico: · A maioria das pessoas irá necessitar apenas de repouso nas primeiras 48 ou 72 horas. · Ingestão de líquidos (canja de galinha, inclusive). · Tratamento farmacológico: · Antitérmicos: · Dipirona: · Crianças: 10 a 20 mg/kg de peso, até 4 doses por dia) *não usar em menores de 3 meses ou com menos de 5kg. · Adultos: cp de 500mg a cada 6 horas. · Paracetamol (acetaminofeno): · Crianças: 10 a 15 mg/kg de peso, 4 doses por dia. · Adultos: 500 a 750 mg, 4 doses. · Ibuprofeno: · Crianças: 5 a 10 mg/kg, dividido em 3 doses. · Tratamento específico com antivirais: · Pessoas com alto risco de complicações ou durante epidemias. · Medicações devem ser iniciadas até 48 horas a partir do início dos sintomas. · Amantadina/rimantadina, oseltamivir, zanamivir (inalatório). Prevenção: · Vacina: feita de vírus inativado. Anticorpos são produzidos cerca de 4 semanas depois. · CI absoluta: alérgicos ao ovo. · Todas as pessoas acima de 60 anos devem ser vacinadas uma vez ao ano, de preferência em abril. · Outros grupos que deveriam fazer vacina: profissionais de saúde, funcionários de asilo, familiares em casas de pessoas com doenças crônicas... Complicações: · Ocorrem devido uma necrose do epitélio respiratório, desencadeada pelo vírus, predispondo às infecções respiratórias bacterianas. · Pneumonias: · Dispneia, hemoptise, tosse com expectoração purulenta e febre persistente por mais de uma semana são sinais e sintomas indicativos de complicação da gripe. · Pode ser viral primária (mais rara e mais grave) ou bacteriana secundária. · Miosite e rabdomiólise. · Raras. · Mais em crianças. · Síndrome de Reye. · Encefalopatia metabólica progressiva, com edema cerebral e hipertensão intracraniana (com cefaleia, vômitos e irritabilidade, evoluindo para alteração do nível de consciência e coma) e esteatose hepática microvesicular com insuficiência hepática. · Associação com AAS. · Evitar AAS em crianças com gripe e varicela*. H1N1: · Quadro semelhante e de difícil distinção da gripe sazonal. · Além dos sintomas já mencionados, dispneia e manifestações gastrintestinais estão presentes. · Período de incubação maior (2 a 9 dias). · Tratamento: oseltamivir e zanamivir. Encaminhar se: critérios de gravidade, dificuldade de controle na UBS, alterações no estado mental. RESFRIADO COMUM (IVAS) Do que se trata: · Sindrome viral das vias aéreas superiores, autolimitada, com um ou mais dos seguintes sintomas: coriza com ou sem obstrução, espirros, dor de garganta, tosse e rouquidão. · Período de incubação: 48 a 72 horas. · Sintomas pioram nos 2 a 4 próximos dias. · No máximo febrícula. · Distinto entre crianças e adultos: · Adultos: · 2 a 4 resfriados por ano, com duração de 5-7 dias. · Mais congestão nasal, ausência de febre. · Crianças: · 6 a 8 resfriados, com sintomas durando até 14 dias. O que pode ocasionar: · Rinovírus (mais de 50% dos casos), vírus sincicial respiratório, influenza, parainfluenza e adenovírus. · Transmissão via inalatória ou por contato em objetos infectados (importância de lavar as mãos após atender os pacientes). Diagnóstico diferencial: · Rinites. O que fazer: · Tratamento não farmacológico: · Repouso, ingesta de líquido. · Tratamento farmacológico: · Em crianças: · Crianças maiores de 6 meses: paracetamol ou ibuprofeno se temperatura acima de 37,8°. · Solução nasal salina. · Anti-histamínicos, descongestionantes, antitussígenos, expectorantes: **Evitar na faixa pediátrica – poucos estudos comprando a eficácia em IVAS. · Em adultos: · Vasoconstritores de uso tópico. · Associações contendo descongestionantes e anti-histamínicos: · Evitar em crianças pois mais suscetíveis aos efeitos anticolinérgicos dos anti-histamínicos e aos efeitos vasopressores das aminas simpatomiméticas, podendo apresentar insônia, irritabilidade, hipertensão, taquicardia. · Antitussígenos: · Evitar!!! · Expectorantes e mucolíticos. · Vitamina C (sem comprovação). · Anti-histamínicos. Complicações: · Otite média aguda. · Asma (pode desencadear). · Sinusite: · Quando existe persistência dos sintomas nasais por mais de 5-14 dias e exacerbação do quadro, com febre, rinorreia purulenta e dor na face forte indício de infecção bacteriana secundária dos seios nasais e paranasais. · Pneumonia: · Tosse persistente com expectoração mucopurulenta, com piora do quadro geral e aparecimento de febre. · Epistaxe, conjuntivite, faringite.
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