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Infecções das vias aéreas superiores Conceito • As infecções das vias aéreas superiores (IVAS) são as causas mais frequentes de atendimentos pediátricos, tanto em prontos-socorros com em consultórios. • A grande maioria é provocada por vírus • Pico de incidência no outono e inverno (sazonalidade) • Bom prognóstico Fatores de risco • Desnutrição • Baixo peso ao nascer • Ausência de aleitamento materno • Baixo nível socioeconômico • Tabagismo no domicílio Anatomia/ histologia • Mucosa de revestimento cavidade nasal e orofaringe é a mesma: Epitélio de revestimento Pseudoestratificado ciliado – células que são infectadas pelos vírus. • Disseminação de vírus e bactérias por contiguidade. Rinofaringite Aguda • Resfriado comum • Etiologias: - Rinovírus - Influenza - Outros: Adenovírus, Parainfluenza, Vírus sincicial respiratórios, Coronavírus, Metapneumovírus, COVID. • Quadro comum, autolimitado → duração de 5 a 7 dias • Doença infecciosa de vias aéreas superiores mais comum da infância ***Menos de 5 anos podem apresentar de 5 a 12 episódios por ano. Primeiro contato com os vírus, por isso tantos episódios ***Quando não faz a higiene nasal, a secreção fica mais espessa, como na foto, não significa bacteriana. Transmissão • Gotículas produzidas por tosse e espirros • Contato de mãos contaminadas com a via aérea de indivíduos sadios • Contágio: comunidades fechadas (creches, escolas e domicílio). ***Importante desinfectar os instrumentos médicos, evita a disseminação desse vírus Quadro clínico • Rinorreia, obstrução nasal • Tosse • Odinofagia • Febre: nos primeiro 3 dias, pode ser febre persistente e alta (início terror), porém a febre vai cedendo, espançando sem interferências. • Sintomas gerais ➢ Em lactente: inquietação, choro fácil, recusa alimentar, vômitos, alteração do sono ➢ Em crianças maiores: cefaleia, mialgias, calafrios. Tratamento Trata os sintomas, não há medicamentos para combater a vírus virais • Anti-térmicos: Dipirona e paracetamol • Aumentar a oferta de líquidos • Desobstruir o nariz • Orientações ** evitar os anti-inflamatórios, é prescrito somente para situações especiais, devido a efeitos colaterais, contraindicado na infecção por dengue. Prevenção • Isolamento respiratório (justificável no atual contexto da pandemia de COVID-19). • Lavagem das mãos Complicações – alertas • Persistência da febre >72 horas • Irritabilidade, sonolência • Prostração • Dificuldade respiratória: taquipneia, retrações, gemência - Meio de cultura para bactérias – infecção secundária Principais complicações: otite média aguda e sinusite são as mais frequentes, e desencadeantes de exacerbação asmática. Rinossinusite • É uma complicação da rinofaringite (persistência dos sintomas por mais de 10 dias). • Oclusão do óstio→ proliferação das bactérias que colonizam o trato respiratório Pode ser viral (3, 5 até 7 dias), persistência para mais pode ser bacteriana. Sintomas na criança não são iguais aos adultos - desenvolvimento dos seios. Importante persistência dos sintomas por mais de 10 dias – bacteriana. • Seios maxilares e etmoidais já estão presentes ao nascimento; os frontais (6 anos) e esfenoidais (8 anos) pneumatizam-se mais tardiamente. Fatores associados: • Obstrução óstio sinusal • Rinite alérgica • Rinofaringite alérgica • Rinofaringite viral • Tabagismo (ativo e passivo) • Desvio de septo • Corpo estranho • Atividades de mergulho. Importante: exame do nariz- avaliar com o feixe de luz, observar a mucosa Classificação: • Aguda:< 4 semanas • Subaguda: 4 semanas a 3 meses • Crônica: 3 meses • Aguda recorrente: duração < 30 dias, 3 episódios em 6 meses ou 4 episódios em 12 meses. • Crônica agudizada: pacientes tem sintomas respiratórios residuais e sofrem agudizações. Diagnostico: rinussinusite aguda, crônica agudizada (encaminha para o otorrino) para investigar outras causas. Quadro clínico: • Resfriado que não melhora • Rinorreia • Obstrução nasal • Febre • Tosse intensa diurna e noturna • Nariz: congestão da mucosa e presença de secreção purulenta no meato cavum • Na orofaringe pode se observar gotejamento pós-nasal - Patognomônico porem nem sempre tem • Queixa de cefaleia nas crianças maiores Síndromes clínicas • Rinite alérgica: quando não tratadas • Desvio de septos nasais Diagnóstico • Clínico - Estudo radiológico geralmente desnecessário: nível hidroaéreo, opacificação completa da cavidade, espessamento parede lateral do seio maxilar maior que 4mm. • Raio X dos seios nasais: são pouco específicos para sinusite e expõe a criança a radiação • Tomografia - No caso de sinusites crônica, evoluções muito graves, evolução de quadros complicados e imunossuprimido – pede-se TC dos seios da face (otorrino). • Fibronasolaringoscopia - avalia até a laringe Agentes etiológicos lembra desses trios • Streptococcus pneumoniae • Haemophilus influenzae • Moraxella catarrhalis (raro). **Com a vacinação, os casos graves diminuíram muito, mas as vacinas não são 100%, é importante verificar o cartão de vacina e orientar a atualização de vacinas caso precisar. Tratamento • Anti-térmico • Solução salina nasal (abundante) • Antibiótico – 14 a 21 dias ➢ Amoxicilina (primeira opção) ➢ Amoxicilina-clavulanato ➢ Claritromicina e azitromicina → Macroliticos – alérgicos de betalactmaicos ➢ Cefalosporina: cefuroxima - bomba de antibiótico – último caso (casos graves), aumento resistência bacteriana. Além, de ser caro. **Exantema – doença exantemática virais → quando usa antibiótico indevidamente, infecções virais. Não é alergia. Alergia tem risco de anafilaxia. Complicação • Celulite e abscesso (peri)orbitarias Otite média aguda • Principal complicação de rinofaringite aguda • Comum em crianças entre 0 e 4 anos de idade Manifestações clínicas • Dor (otalgia) • Irritabilidade • Otorréia (diminui ou para a dor, receptores de dor na membrana) • Febre • Otalgia intensa – secreção – abaulamento da membrana (fica tensa) Achados do exame físico: • Hiperemia e opacificação na otoscopia Hiperemia não indica infecção sozinha. • Abaulamento da membrana timpânica (achado mais específico) Agentes etiológicos: os mesmos da rinossinusite • Streptococcus pneumoniae -20 a 25% Vacina antipneumocócica 13-valente • Haemophilus influenzae – 50 a 60% • Moraxella cararrhalis – 12 a 15% **M. catarrhalis – produtora de betalactamase – tem subido **Staphylococcus aureus – bactérias da pele que sobe para orelha média, não são infecções adquiridas na comunidade **Otite crônica – fator de risco para carcinoma na orelha média Tratamento - Igual a rinossinusite • Analgésico • Antibiótico: 10-14 dias - Idade - Certeza do diagnóstico: achados bilaterais, otalgia, abaulamento, otorreia - Gravidade: dor intensa, toxemia, febre alta Up-to-date: indica tratar OMA unilateral ou bilateral nesta faixa etária Reavaliar. Viral, 3 dias (em 72 horas melhorar) - não tratar, caso continue ou evolui tratar com antibiótico. Menores de 2 anos 7 dias, maiores 10 dias -tto antibiótico Não esperar que a membrana timpânica volta ao normal rápido, pode demorar de 4 dias a 3 meses (mais de 3 meses indica algo errado) – isso é otite médica com efusão (ainda tem liquido lá dentro, mas é estéreo, vai ser absorvido), melhor parâmetro é a melhora clinica do paciente, para saber se foi efetivo o tto. OME (somente efusão sem clínica), persistente a 3 meses – encaminha para o otorrino. Cuidados com a otite média com efusão (OME) • Presença de secreção estéril na orelha média • Sem manifestações clínicas de infecção • Alterações otoscopicas semelhantes • Após episódio de OMA, alteração pode persistir por semanas ou meses • Considerar tratamento comATB se efusão persistir por > 3 meses Antibioticoterapia • Não grave: Amoxicilina 50 mg/kg/dia (primeira opção) • Grave: amoxicilina em doses elevadas (80-90 mg/kg/dia); amoxicilina – clavulanato • Cefalosporinas A dose hoje já é dobrada desde o início do tratamento. Complicação • Mastoidite – complicação -infecções por continuidade → trata além a infecção, a infecção da pele (bactérias da pele), pode piorar. • Meningite Faringoamigdalite aguda estreptocócica • É uma infecção aguda da orofaringe, na maioria das vezes, produzida pelo Streptococcus pyogenese do grupo A. • Período de incubação: 2 a 5 dias • O meio mais comum de contágio é pelo contato direto com o doente, por secreções respiratórias. • Acomete com maior frequência crianças após os 3 anos de vida→ menores de 3 anos não tem essa infecção, pois não tem receptor para estreptocócica. Vírus, também pode da placa na amigdala. 3 anos é um média (depois dessa faixa aumenta a chance de infecção por estreptococcus. Manifestações sistêmica: • Febre • Toxemia • Dor no corpo • Mal- estar Pode desencadear reações tardias→ febre reumática (FR) e glomerulonefrite difusa aguda (GNDA), conforme o tipo de cepa. A FR pode ser, em larga extensão, evitada com o uso apropriado de antimicrobianos. Critérios de Jones Quadro clínico: • Início com febre alta • Odinofagia • Prostração • Cefaléia • Calafrios • Vômitos • Dor abdominal. **Quando mais novo mais sinais sistêmicos. Manifestação • Inspeção da Orofaringe: congestão intensa e aumento das tonsulas palatinas, com presença de exsudato purulento e petéquias no palato. Síndromes Clínicas-Faringotonsilite Aguda • Virótica: febre, predomina em todas as idades, hiperemia, exsudato esbranquiçado, lesões ulceradas, adenite cervical posterior, rinorreia, dor muscular, cefaleia, artralgia. • Bacteriana: Febre, ausência de sintomas gripais, 3-12 anos de idade, exsudato purulento puntiforme, placas ou pseudomembrana, petéquias no palato, adenite cervical bilateral, prostração, dor abdominal, vômitos, cefaleia, calafrios, Streptoccus Beta-hemolítico do grupo A. **ausência de sintomas gripais. Ao prescrever pensar no risco e benefícios. ***Na duvida deve fazer os critérios de Centor **Teste rápido (nem sempre disponível) ou cultura (mais demorado) Petéquias mais a favor de ser bacteriana. ***Vírus associação com as estomatites, surgimento de lesões ulceradas. Complicações • Adenite cervical • Abcesso periamigdaliano • Sepse • Choque tóxico • Otite média aguda • Artrite reacional • Febre reumática • GNDA Manifestações clínicas • Escarlatina → exantema macular, áspera e puntiforme, dobras flexoras avermelhadas (sinal de Pastia), palidez perioral (sinal Filatov) e língua em framboesa ou morango. Língua em framboesa diagnóstico diferencial: Hepangina e doença de Kawasaki. Escarlatina→ é uma manifestação da infecção por estrepto **Diagnostico diferencial Kawaski e síndrome pós-covid Tratamento • Penicilina G benzatina Doses: <27kg: 600.000 U, IM, dose única >27kg: 1.200.000 U, IM, dose única. *** extremamente susceptível a Penicilina G benzatina Caso não tenha disponibilidade no local de atendimento prescrever Amoxicilina 50 mg/kg/dia 10 dias de tratamento, dar 1 x por dia. Mononucleose infecciosa Etiopatogenia ➢ Epstein-Barr vírus é um y-herpes vírus DNA ➢ Responsável por 90% dos casos de mononucleose ➢ Transmitido através de gotículas de saliva (contato íntimo) e secreções durante intercurso sexual ➢ Infectados eliminam vírus cerca de 6 meses após a doença aguda e de forma intermitente durante toda a vida. Doença que evoluem de forma auto-ilimitada, porém pode culminar em casos graves (quando imunocomprometido). Epidemiologia • Prevalência estimada de 20-70/100.000 pessoas/ano. • Prevalência em adultos jovens 1/1.000 pessoas/ano • Pico de incidência em países desenvolvidos: 15-20anos • Não há predomínio sazonal • Não há predomínio por sexo Manifestações clínicas • Assintomáticas • Fadiga • Mal-estar • Cansaço • Febre aguda/prolongada (mais de 7 dias) • Odinafagia, • Cefaléia • Náuseas • Dor abdominal • Mialgia • Odinofagia Aumento dos linfonodos generalizada, diagnostico diferencial para doenças malignas. Exame físico: • Linfadenopatia generalizada: presente em 90% dos casos. Mais frequentemente aumentado em CCA, CCP e submandibular. Epitroclear. • Edema palpebral (sinal de Hoagland) • Faringite • Aumento/hipertrofia amigdaliano • Exsudato branco-acinzentado • Petéquias em palato • Esplenomegalia: 50% dos casos • Hepatomegalia: 10% dos casos • Icterícia hepatite: raros • Exantema maculopapular: 3-15% dos pacientes mais comum em crianças > 4 anos. 80% dos casos associados ao uso de amoxicilina • Exame de sangue: predomínio de linfócitos, principalmente atípicos acima de 10% (muito a favor de vírus). Prognóstico: • Excelente, sintomas perduram por 2 a 4 semanas, seguidas de recuperação gradual. Deve tranquilizar os pais. Complicações: • Anemia hemolítica: 3% dos casos. Coombs+ • Rotura esplênica: Raro – 0,5% dos casos • Síndrome de Duncan: Imunodeficiência congênita ligada ao X que cursa com infecção sistêmica e fatal pelo EBV • Trombocitopenia grave • Orquite • Pancreatite • Miocardite Sarampo Manifestações • Período incubação: 10-12 dias • Período Prodrômico: 3 a 5 dias - Febre, Prostração, tosse, rinorreia, conjuntivite, machas de Koplik – patognomônico. • Período exantemático: Exantema maculopapular Transmissão • PP até 5º dia de exantema Via de contaminação • Principal: respiratória, vírus viável por até 2 horas no ambiente • Imunidade - permanente **Doença infecciosa grave. Movimento anti-vacina - a tríplice viral (estudo mostrando associação com aumento de autismo- estudo sem fundamento). Tríplice viral: Sarampo, cachumba e rubéola → Importante manter o calendário vacinal atualizado. Arbovirose: dengues, zika, Chikungunya; doença de kawaski, doença reumática (lúpus), doença exantema associada ao COVID, rubéola. Outras IVAS Otite externa • Atopia, localizada, difusa, otomicose e traumas • “otite do nadador” Agentes • Pseudomanas aeruginosas • Staphlococcus aureus • Estreptococos • Fungos (Candida e Aspergillus) Tratamento • Remoção de exsudatos e detritos de descamação epitelial, gotas antibióticas, corticoide tópico na dermatite seborreica e eczemas, evitar água. Profilaxia: • Evitar água e traumatismos Crupe Síndrome do crupe – usado para doenças respiratórias, maioria infecciosas. Sintomatologia: • Obstrução das vias áreas superiores: estridor inspiratório, tosse estridulosa (ou ladrante), rouquidão e graus variáveis de esforço respiratório. • São quadros leves e de curta duração, porém a preocupação familiar é devido a instalação abrupta dos sintomas, geralmente durante a madrugada e acomete crianças pequenas. Diferentes denominações – depende do local do acometimento inflamatório: • Laringites • Laringotraqueítes ou laringotraqueobronquites • Epiglotides A maioria de crupe é devido a laringotraqueobronquite viral ou à laringite espasmódica. Laringite viral, laringotraqueítes e laringotraqueobronquite viral Epidemiologia • Afetam crianças entre 6 meses e 7 anos, com pico de incidência entre 6 meses a 3 anos. Agentes etiológicos • Parainfluenza 1 e 3 • Influenza A e B • Adenovírus • Vírus respiratório sincial • Metapneumovírus • Mycoplasma pneumoniae – considerado em crianças maiores de 5 anos. Histologicamente: infiltrado celular na lâmina própria, submucas e adventícia, composto por histiócitos, linfócitos e neutrófilos. Sintomatologia: • Inicio abrupto, durante a madrugada • Tosse estridulosa, rouquidão,estridor e esforço respiratório de intensidade variável. • Outros sintomas associados: rinorreia, obstrução nasal e febre baixa. • Habitualmente: sintomas inespecíficos de resfriado comum ocorrem 12 a 48 hrs antes dessas manifestações. • Evolução autolimitada 7 a 10 dias Exame físico • Faringe normal ou com leve hiperemia • Laringotraqueíte aguda: eritema e edema das paredes laterais da traqueia, logo abaixo das cordas vocais Diagnostico: clinico Diagnostico diferencial: • Laringite espasmódica e outras causas infrequentes de crupe, como aspiração de corpo estranho, abscesso retrofaríngeo e periamigdaliano, epiglote, edema angioneurótico, traqueíte bacteriana e laringite diftérica. Tratamento: • Antitérmico em caso de febre, hidratação, descanso da voz. Corticoide (preconizado para todos os pacientes) – adm: via oral, intramuscular ou inalatória. Diminui os riscos de complicações, hospitalizações e intubações. • Dexametasona, via oral ou intramuscular, em dose única dose varia de 0,15 a 0,6 mg/kg peso, dependendo da intensidade do crupe. Acessível pelo SUS. • Budesonida nebulizada na dose 2mg. – Custo mais elevado • Epinefrina nebulizada – preconizada para casos mais graves e para os moderados que não responderam após 4 hrs de adm de corticoide. • Orientar aos país que o curso da doença e sobre sinais e sintomas requer reavaliação médica. Laringite espasmódica Caracterizada por edema não inflamatório na região subglódica. Etiologia: • Não muito esclarecida – participação de fatores alérgicos e alguns infecciosos. Etiologia: • Crianças de 3 meses e 3 anos de idade • Pode haver História familiar e quadros recorrentes Quadro clinico: • Clássico: subido e assusta os pais. • Criança deita assintomática e acorda na madrugada com tosse metálica, rouquidão, estridor respiratório, dificuldade para respirar e ausência de febre. • Estado geral é preservado e alguns apresentam rinorreia como pródromo. • Melhora espontaneamente em poucas horas ou com uso de vaporização. Medidas para acalmar a criança, também, são uteis. Tratamento • Caso não haja melhoras dos sintomas – semelhantes ao das laringites virais e da laringotraqueobronquites. • Não é indicado a prescrição: anti-histamínicos, anti-inflamatórios e descongestionantes nasais. • Recorrências frequentes: indicação de pHmetria esofagiana, especialmente se a laringoscopia for observada hiperemia e edema da região interaritenóide. Epiglotite ou supraglote Inflamação aguda e grave da epiglote e estruturas supraglóticas. Pode levar à instalação rápida de insuficiência respiratória. Epidemiologia • Crianças entre 2 e 7 anos de idade- pico entre 3 e 4 anos Agente etiológico: • Haemophilus influenzae tipo B -Doença rara devido a imunização. • Outros a gentes: Streptococcus pneumoniae, Staphylococcus aureus, Klebsiella pneumoniae, Haemophilus parainfluenzae e Streptococcus beta-hemolítico do grupo A, B, C e F. • Epiglotide não infecciosa: Trauma, queimaduras, ingestão de substancias cáusticas e aspirações de corpo estranho. Quadro Clínico: • Abrupto • Toxemia, febre alta, palidez, disfagia, dor de garganta, ansiedade, agitação, sialorreia, voz abafada e desconforto respiratório progressivo – manifesta em menos de 24 hrs. • Crianças instintivamente prefere ficar assentada, com a cabeça anteriorizada, hiperextensão do pescoço, elevação do queixo, boca semiaberta e língua para fora, na tentativa de aliviar a obstrução. Diagnóstico: Clínico. *Frente à suspeita diagnóstica, deve-se evitar a utilização do abaixador de língua, pelo elevado risco de causar espasmo reflexo com obstrução total das vias aéreas. É uma emergência médica. Criança deve ser colocada em um ambiente calmo e a intubação deve ser providenciada o mais precocemente. Laringoscopia: achado de epiglote “em cereja”- confirma o diagnóstico. Hemocultura: deve ser solicitada na tentativa de isolar o agente. Hemogroma: Leucocitose. Tratamento: • Intubação, antibioticoterapia endovenosa com cobertura para hemófilus. • Associação ampicilina e cloranfenicol ou cefalosporina de terceira geração (ceftriaxone ou cefotaxime) pode ser utilizada. Para Straphylococcus aureus – oxacilina ou cefalotina de primeira geração. Streptococcus: penicilina. • Epinefrina e corticoide não são recomendados. • Medidas de suportes, também, são indicadas.
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