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Gripe e resfriado Introdução: • Definição: influenza é uma doença respiratória causada pelo vírus influenza A ou B que ocorre em surtos e epidemias; • Principalmente durante o inverno; • Ocorre em todo o mundo; • Sinais e sintomas do envolvimento do trato respiratório superior e/ou inferior + indicações de doenças sistêmicas (febre, dor de cabeça, mialgia e fraqueza); • Influenza não complicada: infecção autolimitada na população em geral; • Influenza complicada: associada ao aumento da morbimortalidade em certas populações de alto risco; Transmissão: • Modos de transmissão: ↪ Grandes quantidades de vírus influenza nas secreções respiratórias das pessoas infectadas; ↪ Transmissão por espirros e tosse (partículas grandes) e aerossóis de partículas pequenas; ↪ Requer contato próximo com indivíduo infectado (partículas grandes não permanecem suspensas no ar e viajam apenas distâncias curtas); ↪ Contato com superfícies que foram contaminadas por gotículas respiratórias é outra fonte potencial de transmissão; ↪ Entrada pelo trato respiratório e transocular; • Período de incubação: ↪ Período típico: 1 a 4 dias (média de 2 dias); ↪ Tempo de início da doença entre os contatos domiciliares que a transmissão ocorreu (intervalo serial): 3 a 4 dias; • Duração do derramamento: ↪ É quando o vírus infecta um indivíduo e, após se reproduzir, começa a ser liberado no ambiente. É o que torna um paciente infeccioso; ↪ Em adultos saudáveis, com infecção por influenza, o derramamento viral pode ser detectado 24 a 48h antes do início da doença; ↪ Períodos mais longos de derramamento ocorrem em crianças, idosos, pacientes com doenças crônicas, adultos obesos e hospedeiros imunocomprometidos; • Magnitude do derramamento: correlacionada com a presença de sintomas e a gravidade da doença; ↪ Altas cargas virais em amostras nasofaríngeas, tosse e espirros → pacientes com doença grave e grande interferência na vida diária emitiram mais vírus influenza; Anamnese: • História clínica é fundamental; • Pessoa consegue precisar com exatidão o início abrupto do quadro de mal-estar generalizado, cefaleia, dores intensas por todo o corpo, febre alta (maior que 39º), tosse não produtiva, calafrios, coriza nasal hialina, prostração e dor de garganta; • Nas crianças, pode haver também náuseas, vômitos e otite; • Pessoas idosas podem apresentar apenas cansaço e confusão mental, frequentemente sem febre ou sintomas respiratórios; • Atentar aos diagnósticos diferenciais: dengue, leptospirose e outras infecções agudas (particularmente as causadas por outros vírus respiratórios); IESPC I Exame físico: • Febre alta, em torno de 39 a 40° C; • Discreta hiperemia da orofaringe; • Rubor facial; • Conjuntiva vermelha; • Pode-se detectar um aumento dos gânglios cervicais; Diagnóstico: • Diagnóstico é clínico! • Raramente há necessidade de exames complementares; • Leucopenia é comum, mas pode ocorrer leucocitose, assim como proteinúria; • O vírus pode ser isolado de swab nasal ou de orofaringe; • O diagnóstico do vírus da influenza é realizado por meio das técnicas de imunofluorescênica indireta, pelo isolamento do agente em cultivos celulares ou ovos embrionados (considerado método- padrão); • Testes rápidos para os vírus respiratórios humanos, o real-time-PCR; • Os testes são baseados na detecção de antígenos nucleoproteicos do vírus influenza A e B em amostras respiratórias, com a técnica da imunofluorescência direta; • Sensibilidade de cerca de 50 a 70% em comparação com a cultura viral; • Especificidade do exame de 90 a 95% para os vírus respiratórios humanos; • Indicações para testes de diagnóstico: 1. Durante período de atividade do influenza A e B: ↪ Pacientes ambulatoriais imunocomprometidos; ↪ Pacientes ambulatoriais com alto risco de complicações da influenza com doença semelhante à influenza, pneumonia ou doença respiratória inespecífica; ↪ Pacientes que necessitam de hospitalização com doença respiratória aguda, incluindo pneumonia (com ou sem febre); ↪ Pacientes que necessitam de hospitalização com piora aguda da doença cardiopulmonar crônica (influenza está associada a exacerbações dessas condições subjacentes); ↪ Pacientes imunocomprometidos ou com alto risco que apresentam início agudo de sintomas respiratórios, necessitando de hospitalização; ↪ Pacientes que desenvolvem sintomas respiratórios agudos após internação hospitalar; 2. Durante períodos de baixa atividade de influenza: ↪ Pacientes ambulatoriais sem vínculo com um surto de influenza, que se apresentam com uma doença aguda do trato respiratório febril (especialmente imunocomprometidos e pacientes de alto risco); ↪ Pacientes que necessitam de hospitalização com doença respiratória aguda e que tenham vínculo epidemiológico com influenza; ↪ Pacientes hospitalizados com doença respiratória febril aguda, especialmente imunocomprometidos e pacientes de alto risco; • Suspeita de vírus variante H3N2: ↪ Indivíduos com doença respiratória febril que foram expostos a suínos e em indivíduos com doença respiratória febril que vivem em regiões onde foram detectados casos de influenza H3N2v; ↪ Obter um swab ou aspirado nasofarígeo – teste de influenza por PCR; • Escolha do teste diagnóstico: depende da disponibilidade e de quanto tempo os resultados são necessários: ↪ Se disponível, prefere-se ensaios moleculares (RT-PCR convencional ou ensaio molecular rápido); ↪ Testes de detecção de antígenos (ensaios de imunofluorescência direta e indireta, testes tradicionais de diagnóstico rápido da gripe – RIDTs) são menos sensíveis; ↪ Pacientes ambulatoriais: ensaios moleculares rápidos; ↪ Paciente internados: RT-PCR; ↪ RT-PCR convencional: 1 a 8 horas para resultado. Pode diferenciar entre tipos de influenza e subtipos (incluindo influenza aviária H5N1 e influenza aviária H7N9); ↪ PCR multiplex: pode detectar a gripe e outras causas comuns de infecção aguda do trato respiratório, como pneumonia; ↪ Testes moleculares rápidos: menos de 20 minutos. Podem distinguir entre influenza A e B, mas não entre subtipos; ↪ Ensaios de detecção de antígenos: devem ser considerados como testes de triagem devido à baixa sensibilidade; ↪ Cultura viral: não é usada para tratamento clínico inicial, mas pode ser usada para vigilância em saúde pública; ↪ Teste sorológico: não é recomendado para o diagnóstico e tratamento de doenças agudas; Síndrome respiratória aguda grave • Ficar alerta para pessoas de qualquer idade com doença respiratória moderada ou grave, com febre persistente superior a 38° C, tosse e dispneia acompanhada ou não de dor de garganta ou manifestações gastrintestinais; • Observados os seguintes sintomas: aumento da FR (maio rque 25mrpm) e hipotensão em relação à PA habitual da pessoa; • Em crianças: batimentos da asa de nariz, cianose, tiragem intercostal, desidratação e inapetência; • Atenção especial a essas alterações em pessoas com fator de risco. • Diagnóstico confirmado pelo teste do anticorpo ou isolamento do vírus; • Mortalidade elavada: 10%. Influenza não complicada: • Geralmente começa com início abrupto de febre, dor de cabeça, mialgia e mal-estar; • Esses sintomas são acompanhados de manifestações de doenças do trato respiratório, como tosse improdutiva, dor de garganta e secreção nasal; • Amplo espectro de outras apresentações: desde doenças respiratórias afebris semelhantes ao resfriado comum a doenças nas quais predominam sinais e sintomas sistêmicos com relativamente pouca indicação clínica de acometimento do trato respiratório; • Achados típicos como dor de garganta, mialgias e febre podem estar ausentes e sintomas gerais como anorexia, mal estar, fraqueza e tontura podem predominar; • Febrevaria de 37,8° C a 40° C, mas pode chegar a 41,1° C (geralmente maior em crianças do que em adultos); • Doenças gastrointestinais, como vômitos e diarreia, geralmente não fazem parte das infecções por influenza em adultos, mas podem ocorrem em 10 a 20% das crianças; • Na pandemia de influenza H1N1, em 2009, vômitos e diarreias foram comuns em adultos; • Achados físicos geralmente são poucos: ↪ Paciente pode parecer quente e corado; ↪ Anormalidades orofaríngeas que não sejam hiperemia são incomuns, mesmo com queixas de dor de garganta grave; ↪ Linfadenopatia cervical leve pode estar presente e é mais frequente em pacientes mais jovens; ↪ Exame físico do tórax geralmente não é notável na influenza não complicada (defeitos ventilatórios leves e gradientes de difusão alveolar-capilar aumentados foram descritos); ↪ Exames laboratoriais geralmente não são úteis para diagnóstico da gripe; ▪ Contagem de leucócitos é normal ou baixa no início da doença, mas pode se elevar no decorrer dela; ▪ Contagem de glóbulos brancos > 15.000 células/microL: sugestão de superinfecção bacteriana; ↪ Pacientes com gripe não complicada geralmente melhoram gradualmente de 2 a 5 dias, embora a doença possa durar 7 dias ou mais; ↪ Alguns pacientes apresentam sintomas persistentes de fraqueza ou fácil fatigabilidade, chamados de astenia pós-influenza, que duram várias semanas; Influenza complicada: • Pneumonia é a complicação mais comum da gripe; • Outras complicações, principalmente envolvendo os músculos e o SNC, também ocorrem; • Pneumonia: ocorre com maior frequência entre os grupos de pacientes de alto risco: ↪ Idade ≥ 65 anos; ↪ Mulheres grávidas ou pós-parto (dentro de 2 semanas após o parto); ↪ Crianças menores de 2 anos; ↪ Residentes de instituições de longa permanência; ↪ Pessoas com obesidade extrema (IMC ≥ 40 kg/m²); ↪ Indivíduos imunocomprometidos; ↪ Doenças crônicas (doença pulmonar crônica, doença cardíaca crônica, doença renal crônica); ↪ Pacientes que recebem glicocorticoides ou outros medicamentos imunossupressores; ↪ Pneumonia viral primária/pneumonia primária da influenza: ocorre quando a infecção pelo vírus envolve diretamente o pulmão, produzindo uma pneumonia tipicamente grave; ▪ Suspeita deve ser levantada quando os sintomas persistirem e aumentarem, em vez de se resolver em um paciente com influenza aguda; ▪ Febre alta, dispneia e progressão para cianose podem ser observadas; ▪ É a mais grave, embora a menos comum das complicações pneumônicas da influenza; ▪ Aparente predileção por indivíduos com pressões atriais esquerdas elevadas e com distúrbios pulmonares crônicos; ▪ Rara em adultos jovens saudáveis; ▪ Imagem pulmonar: opacidades reticulares ou reticulonodulares bilaterais, com ou sem consolidação sobreposta; ▪ Menos frequentemente, as radiografias mostram áreas focais de consolidação, principalmente nos lobos inferiores, sem opacidades reticulares ou reticulonodulares; ▪ TC de alta resolução pode mostrar consolidação multifocal perovascular ou subpleural e/ou opacidade em vidro fosco; ↪ Pneumonia bacteriana secundária: é uma complicação importante da gripe e contribui substancialmente para morbimortalidade, especialmente para indivíduos acima de 65 anos; ▪ Característica marcante: exacerbação da febre e dos sintomas respiratórios após melhora inicial dos sintomas da influenza aguda; ▪ A febre pode diminuir por 1 ou mais dias de influenza aguda, mas, em vez de continuar melhorando, o paciente recai com febre mais alta, produção de expectoração purulenta e evidência radiográfica de infiltrados pulmonares; ▪ O vírus influenza afeta o epitélio traqueobrônquico, levando diretamente a uma diminuição no tamanho das células e à perda de cílios; ▪ Aumento da adesão e invasão por Streptococcus penumoniae e clivagem do ácido siálico dos glicoconjugados das células hospedeiras e o açúcar livre resultante foi usado como nutriente para aumentar o crescimento e a densidade das colônias pneumocócicas na nasofaringe; ▪ Agentes patogênicos bacterianos mais comuns: S. pneumoniae e Staphylococcus aureus; ▪ Agentes patogênicos bacterianos menos comuns: Streptococcus pyogenes, Pseudomonas aeruginosa, Haemophilus influenzar, Klebsiella pneumoniae, Moraxella catarrhalis e Escherichia coli; ▪ S. aureus resistente à meticilina associado à comunidade (CA-MRSA) foi identificado em surtos de pneumonia grave com alta taxa e mortalidade em pacientes jovens e previamente saudáveis com influenza; ↪ Pneumonia viral e bacteriana mista: podem ter uma progressão gradual da doença ou uma melhora transitória seguida de piora. O vírus da gripe e os patógenos bacterianos geralmente estão presentes no escarro. Infiltrados pulmonares, incluindo áreas de consolidação franca, podem ser observados por exame físico ou RX de tórax; ↪ Síndrome do desconforto respiratório agudo e falência de órgãos multissistêmicos: algumas complicações decorrentes do H1N1 foram: pneumonia rapidamente progressiva, insuficiência respiratória, síndrome do desconforto respiratório agudo e falência de órgãos multissistêmicos; ↪ Miosite e rabdomiólise: mais frequente em crianças. Embora as mialgias sejam uma característica proeminente da maioria dos casos de influenza, a verdadeira miosite é incomum. ▪ Marca da miosite aguda: extrema sensibilidade dos músculos afetados, mais comumente nas pernas. ▪ Casos mais graves, pode-se notar inchaço e bogginess dos músculos. ↪ Complicações cardíacas: ▪ Alterações no ECG: mais frequentemente atribuídas à doença cardíaca subjacente do que ao envolvimento direto do coração com o vírus influenza; ▪ Infarto agudo do miocárdio: o risco de IAM é elevado durante os dias 1 a 3 após a infecção respiratória aguda e maior naqueles com mais de 80 anos de idade; ▪ Miocardite e pericardite: complicações raras da influenza; ↪ Envolvimento do sistema nervoso central: encefalopatia, encefalite, mielite transversa, meningite asséptica e síndrome de Guillain-Barré; ↪ Síndrome do choque tóxico: associada à infecção por S. aureus e influenza aguda (especialmente por influenza tipo B); ↪ H1N1: quadro clínico semelhante e de difícil distinção da gripe sazonal. ▪ Além dos sintomas clássicos, pode-se incluir dispneia e manifestações gastrintestinais, especialmente diarreia; ▪ Período de incubação mais longo (2 a 9 dias); ▪ Acomete adultos jovens, incluindo as gestantes; ▪ Tratamento: doses efetivas de oseltamivir e zanamivir; ▪ Critérios para encaminhamento: gravidade, dificuldades de controle na unidade de saúde e alterações no estado mental; Tratamento não farmacológico: • Maioria das pessoas: apenas repouso nas primeiras 72 horas, dependendo da evolução do quadro; • Ingestão aumentada de líquidos, incluindo canja de galinha – auxilia na desobstrução nasal e parece possuir uma substância adicional para aumentar a velocidade nasal do muco e diminuir o processo inflamatório; Tratamento farmacológico: • Medicação sintomática, na forma de antitérmicos, como: ↪ Dipirona em gotas para crianças (10 a 20mg/kg de peso, até 4 doses por dia); ▪ Não usar para crianças com menos de 3 meses ou menos de 5kg; ↪ Dipirona em comprimidos para adultos (500mg a cada 6 horas); ↪ Paracetamol (acetaminofeno) para crianças (10 a 15mg/kg de peso, 4 doses por dia); ↪ Paracetamol para adultos (500 a 750mg, 4 doses); ↪ Ibuprofeno para crianças (5 a 10mg/kg, dividido em 3 doses); • Tratamento específico com antivirais: considerado para pessoas como alto risco de complicações ou durante uma epidemia; ↪ Três classes de medicamentos antivirais: 1. Inibidores da neuraminidadese: zanamivir, oseltamivir e peramivir – ativos contra a influenza A e B; 2. Inibidor seletivo da endonuclease dependente de influenzacap: baloxavir – ativo contra influenza A e B; 3. Adamantanes: amantadina e rimantadina – ativos apenas contra a influenza A; ↪ Idealmente iniciado em até 48h a partir do início dos sintomas para se alcançar o máximo de benefício; ↪ Antivirais específicos como amantadina/rimantadina, oseltamivir (via oral) e zanamivir (via inalatória) podem ser indicados; ↪ O oseltamivir e o peramivir devem ser usados apenas se não houver suspeita de influenza resistente ao oseltamivir; ↪ Oseltamivir é o medicamento preferido para influenza grave e para o tratamento da gripe em mulheres grávidas e que amamentam; ↪ Zanamivir e baloxavir inalados não são recomendados para pacientes hospitalizados; ↪ Pacientes que não podem receber oseltamivir, pode-se utilizar peramivir intravenoso; ↪Adamantanes (amantadina e rimantadina): altas taxas de resistência entre os vírus influenza A → raramente indicados; ↪ Inibidores da neuraminidase: são moderadamente eficazes no tratamento → reduzem a duração e gravidade dos sintomas e a duração do derramamento e do título viral; ↪ Discussão sobre valor de uso e efeitos colaterais da amantadina/rimantadina e sobre eficácia x custos do oseltamivir e zanamivir; • População alvo do tratamento com antivirais: ↪ Indivíduos com doença grave (que requerem hospitalização ou evidência de infecção de trato respiratório inferior); ↪ Indivíduos com alto risco de complicações; ↪ Terapia deve ser considerada em pacientes asplênicos; • Indicações para o tratamento: início imediato; ↪ Pacientes hospitalizados com influenza, independentemente da duração da doença antes da hospitalização; ↪ Pacientes ambulatoriais com doença grave ou progressiva, independentemente da duração; ↪ Pacientes ambulatoriais com alto risco de complicações da influenza, independentemente da duração da doença; • Considerar a terapia antiviral para os seguintes grupos: ↪ Pacientes ambulatoriais com início da doença ≤ 48 horas antes da apresentação; ↪ Pacientes ambulatoriais sintomáticos que são contatos domiciliares de pessoas com alto risco de complicações da influenza; ↪ Profissionais de saúde sintomáticos que rotineiramente cuidam de pacientes com alto risco de complicações da influenza; ➢ Oseltamivir: • Dosagem usual: ↪ 75mg por via oral, 2x ao dia, por 5 dias; ↪ Dose deve ser modificada para insuficiência renal; • Eficácia: ↪ Reduz a duração dos sintomas da gripe em aproximadamente 1 dia; ↪ Reduz a duração do derramamento viral; ↪ Reduz as taxas de gravidade e complicação da doença, internações hospitalares e o tempo de internação; ↪ Associação com redução de mortalidade; • Efeitos adversos: ↪ Autolesão e delirium (principalmente em crianças); ↪ Náusea e vômito; ➢ Zanamivir: • Dosagem usual: ↪ 10mg (duas inalações), 2x ao dia, por 5 dias; • Contraindicação: ↪ Pacientes com asma subjacente ou outras condições respiratórias crônicas; • Eficácia: ↪ Reduz a duração dos sintomas da gripe em 1 a 3 dias; • Efeitos adversos: ↪ Pode causar broncoespasmo e um declínio na função respiratória em pacientes com asma e outros distúrbios respiratórios crônicos; ↪ Não é recomendado para uso em nebulizadores ou ventiladores mecânicos; ➢ Peramivir: • Dosagem usual: ↪ 600mg IV como dose única; ↪ Dose única porque possui forte e prolongada afinidade pelo vírus influenza neuraminidase; ↪ Dose deve ser modificada para insuficiência renal; • Eficácia: ↪ Reduz os sintomas até 21 horas mais cedo e tornam-se afebris 12 horas mais cedo; • Efeitos adversos: ↪ Diarreia é comum; ↪ Raros: reações graves de pele ou hipersensibilidade, como a síndrome de Stevens- Johnson e eritema multiforme; ↪ Delirium e autolesões; ➢ Balaxovir: • Dosagem usual: ↪ Indivíduos entre 40 e 80kg: 40mg em dose oral única; ↪ Indivíduos acima de 80kg: 80mg em dose oral única; ↪ Evitar administração concomitante com produtos lácteos, bebidas fortificadas com cálcio, laxantes polivalentes contendo cátions, antiácidos ou suplementos orais; ↪ Indicado para crianças acima de 12 anos; • Mecanismo de atuação: ↪ É um novo inibidor seletivo oral da endonuclease dependente de gripe que bloqueia a proliferação da gripe, inibindo o início da síntese de RNAm; • Eficácia: ↪ Reduz o tempo para alívio dos sintomas da gripe em aproximadamente 1 dia; ↪ Associado a declínios mais rápidos na carga viral infecciosa; ↪ Surgimento de resistência após dose única levanta preocupações sobre a utilidade a longo prazo desse medicamento como monoterapia, principalmente se for amplamente utilizado; ↪ Não há dados se a terapia combinada com oseltamivir e baloxavir oferece maior benefício clínico do que a monoterapia em pacientes hospitalizados e severamente comprometidos; ↪ Também não há dados que comprovem se o baloxavir pode tratara com sucesso pacientes com infecções por influenza resistentes aos inibidores da neuraminidase; • Efeitos adversos: ↪ Diarreia; ↪ Reações de hipersensibilidade, como anafilaxia, urticária, angioedema, eritema multiforme; ➢ Adamantanes (amantadina e rimantadina): • Mecanismo de atuação: ↪ Impedem a replicação viral, bloqueando o canal iônico da proteína M2 viral, o que impede a fusão do vírus e das membranas das células hospedeiras; • Eficácia: ↪ Antes do surgimento das taxas substanciais de resistência, a amantadina e a rimantadina reduziram a duração dos sintomas da gripe em cerca de 1 dia e reduziam a gravidade, a febre e outros sintomas em pacientes com infecções por influenza A não complicadas; • Efeitos adversos: ↪ Toxicidade ao sistema nervoso central (maior na amantadina); Quimioprofilaxia: • Não devem ser usados como substitutos da vacinação! • Uso apropriado em certas populações-alvo, particularmente durante surtos em lares de idosos, hospitais e instalações de cuidados de longo prazo; • Inibidores da neuraminidase: zanamivir e oseltamivir. Mais utilizados; • Adamantanes: amantadina e rimantadina. Raramente utilizados; • Peramivir e baloxavir: aprovados para tratamento, mas não para profilaxia; • Populações-alvo para prevenção: residentes de asilos e instalações de atendimento crônico, adultos maiores de 65 anos, gestantes e mulheres até 2 semanas após o parto, indivíduos com condições crônicas (doença pulmonar, incluindo asma – particularmente se usou glicocorticoides sistêmicos no último ano, doença cardiovascular - exceto HAS isolada, neoplasia ativa, insuficiência renal crônica, doença hepática crônica, diabetes mellitus, hemoglobinopatias, imunossupressão e condições neurológicas que possam comprometer o manuseio de secreções respiratórias) e obesidade com IMC acima de 50; • Indicações para quimioprofilaxia: ↪ Não é recomendado o uso generalizado ou rotineiro, exceto para controlar surtos institucionais; ↪ A maioria dos indivíduos que recebeu vacinação, com exceção dos residentes de instituições de longa permanência, não deve receber profilaxia; ↪ Durante as épocas em que não há uma boa correspondência entre os antígenos e o vírus em circulação, todos da população-alvo devem receber a profilaxia; Prevenção: • OMS: fabricação de vacina a partir de coleta de cepas virais circulantes entre as pessoas com quadro de influenza para uma efetiva e comprovada prevenção da gripe; • Composição antigênica: ↪ As vacinas atuais são trivalentes ou quadrivalentes; ↪ Vacinas trivalentes: 2 antígenos do influenza A e 1 antígeno do influenza B - SUS; ↪ Vacinas quadrivalentes: 2 antígenos do influenza A e 2 antígenos do influenza B; ↪ Vacina 2020: ▪ Vírus semelhante ao A (H1N1); ▪ Vírus do tipo A (H3N2); ▪ Vírus do tipo B (linha B/Victoria); ▪ Vírus do tipo B (linhagem B/Yamagata) – apenas nas quadrivalentes); ↪ Vírus influenza A: três tipos principais de hemaglutininas (H1, H2 e H3) e doissubtipos de neuraminidase (N1 e N2) geralmente causam doenças em seres humanos; ↪ Outros tipos (H5N1, H7N9) causam infecções esporádicas; • Vacinas inativadas contra influenza (IIVs): preparações de vacinas de virion ou subunidade divididas que foram inativadas. Contém 15mcg de cada hemaglutinina (HÁ) por vírus e são produzidas em ovos de galinha embrionados. Aplicação intramuscular; ↪ No Brasil (SUS), utiliza-se vacinas com virus inativado. • Vacinas vivas atenuadas (LAIV): usa um vírus doador mestre atenuado e são produzidas em ovos de galinha embrionados; • Brasil: todas pessoas acima de 60 anos devem ser vacinadas pelo menos uma vez ao ano, preferencialmente no mês de abril; • Além das pessoas do grupo de risco, devem ser vacinados também: ↪ Profissionais de saúde; ↪ Funcionários de asilo; ↪ Trabalhadores em residências de pessoas com doenças crônicas; ↪ Pessoas que trabalham em locais que prestam serviços comunitários essenciais, ex: escolas; • Atentar para: familiares (inclusive as crianças) em casas de pessoas com doenças crônicas e pessoas com doenças crônicas que viajam para locais onde há surtos de gripe; • Eficácia da vacinação: prevenção em até 90% dos indivíduos quando existe coincidência entre as variantes do vírus influenza em circulação na comunidade e aquelas contidas na vacina; • Atualmente: vírus inativados, compostas por fragmentos ou subunidades proteicas virais, portanto, incapazes de causar gripe, sendo muito seguras; • Após a vacinação, a produção de anticorpos leva em torno de 4 semanas, o que deve ser considerado para a adequada indicação da vacina e sua eficácia; • Reações adversas mais comuns: 15% possuem reação no sítio de aplicação da vacina – dor e vermelhidão (autolimitadas 24 a 48h); • Reações sistêmicas como febre, mialgia e outras manifestações, são menos frequentes e de curta duração; • Reações graves, como anafilaxia ou síndrome de Guillan-Barré são extremamente raras; • Contraindicação absoluta para pessoas que tenham alergia ao ovo; Resfriado comum: ▪ Quadro leve, caracterizado por uma síndrome viral das vias aéreas superiores, autolimitada, com um ou mais dos seguintes sintomas: coriza nasal hialina com ou sem obstrução, espirros, dor de garganta, tosse e rouquidão; ▪ Período de 48 a 72h de incubação; ▪ Quadro inicia-se com leve mal-estar, coriza nasal, rouquidão, irritação da garganta e variável perda do olfato e paladar; ▪ Os sintomas progridem em gravidade nos 2 a 4 próximos dias; ▪ Febre não está presente, no máximo uma febrícula! ▪ Quadro clínico em crianças e adultos é bastante distinto; ▪ Adultos: média de 2 a 4 episódios de resfriado anualmente, com duração dos sintomas de 5 a 7 dias. Congestão nasal é proeminente e sem febre; ▪ Crianças abaixo dos 6 anos de idade: 6 a 8 resfriados por ano, com pelo menos um episódio nos meses de inverno. Sintomas típicos podem durar até 14 dias; ▪ Crianças em creches ou escolinhas são mais susceptíveis; ▪ As infecções de vias aéreas superiores (IVAS) são causadas por uma variedade muito grande de vírus; ↪ Rinovírus; ↪ Vírus sincicial respiratório; ↪ Influenza; ↪ Parainfluenza; ↪ Adenovírus; ▪ Rinovírus são responsáveis por mais de 50% dos casos, tanto em adultos quanto em crianças; ▪ Outros vírus envolvidos: enterovírus e coronavírus; ▪ Mais recentemente, identificado o metapneumovírus; ▪ Transmissão viral: via inalatória de pequenas partículas aerossóis, por meio da deposição de partículas maiores na mucosa nasal ou conjuntival, ou, ainda, pela transferência direta mão a mão de contatos infectados – rinovírus podem sobreviver até 2 horas nas mãos; ▪ Importância da lavagem das mãos; ▪ Recomendação de pessoas com sintomas respiratórios usarem lenços descartáveis ao assoar o nariz ou tossir; ▪ Diagnóstico diferencial: rinite (obstrução nasal, coriza hialina na maior parte dos casos, prurido nasal e no palato mole e espirros frequentes. Pode haver tosse irritativa acompanhada de prurido dos olhos e perda temporária do olfato e do paladar, mas sempre sem febre. As secreções nasais matinais purulentas, desacompanhadas de outros sintomas sistêmicos, podem dever-se ao efeito dos saprófitos sobre a secreção em estase.) ↪ Rinite alérgica apresenta sintomatologia semelhante ao resfriado comum – diferenciação pela anamnese e exame clínico; ↪ Rinites não alérgicas – medicamentosas, endócrinas, anatômicas e vasomotoras – também devem ser lembradas; ▪ Tratamento IVAS: medidas de suporte e alívio dos sintomas; ↪ Repouso e oferta de líquidos; ↪ Elevação da cabeceira; ↪ Anti-histamínicos, descongestionantes, antitussígenos, expectorantes, usados isoladamente ou em associação são utilizados no alívio dos sintomas (não recomendar para crianças em caso de resfriado comum); ▪ Tratamento sintomático: ↪ Crianças maiores de 6 anos de idade: paracetamol ou ibuprofeno são usados para combater elevação da temperatura (se acima de 37,8° C, nas primeiras horas do quadro) ↪ Solução nasal salina pode ajudar na remoção das secreções nasais; ↪ Contraindicação absoluta de antibióticos nesses casos! ↪ Adultos: ▪ Vasoconstritores de uso tópico: - Alívio dos sintomas de obstrução nasal; - Extrema cautela na indicação para crianças; - São facilmente absorvíveis pela mucosa nasal e podem causar depressão do SNC; - Lactentes jovens são muito sensíveis aos efeitos dessas substâncias; - Evitar em crianças menores que 1 ano; - Poucas situações (ex: criança com dificuldade prolongada para se alimentar): fenilefrina (0,125 ou 0,25%), 15 a 20 minutos antes das refeições, por, no máximo, 4 ou 5 dias; - Risco de lesão da mucos e vasodilatação rebote; ▪ Associações contendo descongestionantes e anti-histamínicos: - Associações mais utilizadas no tratamento de gripes e resfriados; - Em adultos causam poucos efeitos adversos; - Descongestionantes usados pro via sistêmica causam menos congestão rebote do que os vasoconstritores de uso tópico; - Anti-histamínicos constituem capacidade variada de aliviar sintomas ou produzir efeitos adversos; - Crianças apresentam maior susceptibilidade aos efeitos anticolinérgicos dos anti- histamínicos e aos efeitos vasopressores das aminas simpatomiméticas (irritabilidade, taquicardia, insônia, hipertensão e febre); - Em lactentes os efeitos adversos são comuns; - Crianças menores de 6 anos: alterações psiquiátricas; ▪ Antitussígenos: - Não se recomenda suprimi-la, pois é um reflexo respiratório protetor, desencadeado para a remoção de secreções da árvore traqueobrônquica; - Cultura de que os antitussígenos sejam efetivos (caráter autolimitada da maioria das tosses que acompanha as gripes e resfriados comuns); - Antitussígenos não opioides, como o dextrometorfono – pouco tóxico, mas podem causam sonolência, náusea e dependendo da dosagem, depressão do SNC; - Indicação: naqueles poucos casos em que a tosse é irritativa e atrapalha o sono da criança; ▪ Expectorantes e mucolíticos: - São muito utilizados, embora não apresentem efetividade comprovada; - Contraindicado para crianças; ▪ Vitamina C: - Não existe qualquer comprovação científica; ▪ Anti-histamínicos: - Aliviam o prurido nasal, diminuem os espirros e a rinorreia nos casos de rinite alérgica. No entanto, possuem pouco efeito sobre a congestão nasal; - Cautela ao indicar para crianças. • Complicações: ↪ Otite média aguda: embora a disfunção da tuba seja frequente durante o curso do resfriado comum, somente 5% complicam, evoluindo para uma otite média aguda; ↪ Asma: as IVAS são comumente associadas com chiado no peito em crianças suscetíveis e podem ser as desencadeadoras da asma em percentuais elevados da população infantil; ↪ Sinusite: quando existe uma persistência dos sintomas nasais em períodos superioresao intervalo de 5 a 11 dias e exacerbação do quadro clínico com apresentação de febre alta, rinorreia purulenta e forte dor na face, há um forte indício de infecção bacteriana secundária dos seios nasais e paranasais; ↪ Pneumonia: tosse persistente com expectoração mucopurulenta, com piora do quadro geral e aparecimento de febre pode ser outra complicação da IVAS; ↪ Outras complicações: episódios de epistaxes, conjuntivite e faringite podem também ser complicações das IVAS, embora menos frequentes;
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