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Desafios e possibilidades da igualdade de gênero no espaço escolar

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ANHANGUERA EDUCACIONAL
POLO PELOTAS - CENTRO
LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUÊS E INGLÊS
JOSIANE MACHADO DA SILVA
DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA IGUALDADE DE GÊNERO NO ESPAÇO ESCOLAR
PELOTAS
2019
JOSIANE MACHADO DA SILVA
DESAFIOS E POSSIBILIDADES DA IGUALDADE DE GÊNERO NO ESPAÇO ESCOLAR
Portfólio Interdisciplinar apresentado no curso de Letras Português e Inglês da Anhanguera Educacional como requisito parcial para conclusão das disciplinas de Ética, Política e Cidadania; Políticas Públicas na Educação Básica; Educação e Diversidade, Psicologia da Educação e da Aprendizagem;.
Tutor(a): Eraides Ribeiro do Prado.
PELOTAS
2019
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO
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2 DESENVOLVIMENTO
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
08
4 REFERÊNCIAS
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1 INTRODUÇÃO
A igualdade de gênero é um direito assegurado por lei a todos os brasileiros e estrangeiros aqui residentes em nossa Constituição Federal de 1988 em seu Artigo 5º.
 A escola, como local de convívio social, troca de ideias e valorização de pessoas, deve ser ferramenta indispensável para que se assegure esse direito e que se criem condições para que todos os agentes realizem essa socialização e coloquem em prática suas vivências e experiências pessoais e as adquiridas ao longo dos anos que permeiam a passagem pela vida escolar.
Partindo-se desse pressuposto, iremos realizar análises que nos levarão a concentrar esforços na realização de adaptações e ajustes de nossa grade curricular para que possamos concretizar ações de interação entre nossos alunos em espaços comuns e que possibilitem a realização de projetos que visem à ampliação da troca de experiências e a inserção do esporte como meio de socialização entre meninos e meninas do ensino médio e fundamental. 
A adolescência, por se tratar de uma fase de transição entre a vida infantil e a adulta, é um momento em que os jovens estão experimentando novas situações, testando novos conhecimentos, aprendendo a pensar por si próprios e a escola tem fundamental importância nessa formação, pois tem o dever, em conjunto com a família, de preparar estes jovens para o mercado de trabalho e para a vida em sociedade, orientando e proporcionando material para que estes tenham o devido suporte e embasamento moral, cultural e científico. 
2 DESENVOLVIMENTO
Historicamente, as lutas pela inclusão das minorias sociais fazem parte do desenvolvimento de nossa sociedade. Para Sassaki (2003), a inclusão social é parte importante de uma sociedade, pois através dela, os indivíduos aprendem a lidar, respeitar e conviver com as diferenças entre as pessoas. Muitas vezes ao deparar-se com o diferente, novas experiências são vividas e novos conhecimentos são adquiridos.
Para Bickel, Marques e Santos (2012), o esporte é um meio muito importante para mudar a vida das pessoas, principalmente crianças e adolescentes, impulsionando-as a superar obstáculos e a crescer com noções de solidariedade e respeito às diferenças. Além de o esporte proporcionar diversos benefícios físicos, ele também vem agregar na parte social da população, proporcionando uma visão de valores como o coletivismo e a amizade.
Vários são os desafios a serem superados para que possamos realizar a inclusão da igualdade de gênero em nosso ambiente escolar e, para tanto, necessitamos do auxílio das políticas publicas vigentes para que possamos criar mecanismos que dêem o suporte necessário aos professores e que estes se sintam protagonistas dessas transformações.
Devemos, enquanto educadores, nos apropriar dos conhecimentos das leis que dão sustentação à educação para que através delas, venhamos a desenvolver habilidades que nos permitam transmitir os valores morais e culturais que nos foram apresentados ao longo de nossa jornada, tanto na educação formal quanto pelos demais meios e assim, estimular nossos alunos a criarem uma visão crítica a respeito da vida e da sociedade, das diferenças e das igualdades e em função destes novos conceitos, realizarmos um maior aproveitamento das experiências de cada um e de todos como um organismo coexistente.
Trazer novas questões da prática e buscar compreendê-las sob o enfoque da teoria e na própria prática permite articular novos saberes na construção da docência, dialogando com os envolvidos no processo que envolve a formação (IMBERNÓN, 2010). Assim sendo, a formação continuada passa a ser entendida como perspectiva de mudança das práticas no âmbito dos docentes e da escola, possibilitando a experimentação do novo, do diferente a partir das experiências profissionais que ocorrem neste espaço e tempo orientando um processo constante de mudança e intervenção na realidade em que se insere e predomina esta formação.
A união entre as práticas pedagógicas e a prática esportiva no ambiente escolar deve ser levada em consideração para que possamos efetivar a construção de conhecimento sobre as diferenças entre o masculino e o feminino, fazendo com que os alunos desenvolvam habilidades para enfrentar as diferenças e aprender a compartilhar as experiências provenientes dela.
Para tanto, a estruturação ou reestruturação do currículo escolar e do projeto político pedagógico devem considerar a necessidade de inclusão de atividades que propiciem a interação entre os estudantes, tais como campeonatos e gincanas, respeitando a estrutura física da escola e a carga horária dos envolvidos, dentro de uma dinâmica que vise a expansão das atividades extra-curriculares, o que irá desenvolver a visibilidade dos alunos para questões como a diversidade.
Imbernón (2010, p.50) coloca a necessidade da formação continuada para a reflexão prático-teórica sobre a própria prática. “[...] mediante a análise, a compreensão, a interpretação e a intervenção sobre a realidade, a capacidade do professor de gerar conhecimento pedagógico por meio da prática educativa”. Podemos dizer que a formação de professores que consigam enfrentar as diferentes situações que podem vir a acontecer na escola é um ponto importante pois nem sempre teremos a presença de profissionais especializados que possam auxiliar-nos no momento em que um situação se apresenta. A psicologia na educação vem nos dar suporte em momentos como este e por meio dos conceitos nela inseridos é que teremos embasamento para saber como agir diante a um enfrentamento com algum tipo de preconceito com os diferentes.
A Psicologia do Esporte vem compor um espectro denominado Ciências do Esporte, compostas por disciplinas como antropologia, filosofia e sociologia do esporte, no que se refere à área sócio-cultural, incluindo também a medicina, fisiologia e biomecânica do esporte, demonstrando uma tendência - e uma necessidade - à interdisciplinaridade. Essa tendência, contudo, não representa uma prática inter-disciplinar, ainda, uma vez que as diversas sub-áreas convivem enquanto soma, mas não em relação, fazendo com que as Ciências do Esporte vivam hoje um estágio denominado por Bracht (1995) de "pluridisciplinar", assim sendo, não é uma área de atuação exclusiva dos psicólogos, mas inclui profissionais e educação física, pedagogia entre outros.
O esporte escolar tem por objetivo a formação, norteada por princípios sócio-educativos, preparando seus praticantes para a cidadania e para o lazer. Neste caso, o psicólogo busca compreender e analisar os processos de ensino, educação e socialização inerentes ao esporte e seu reflexo no processo de formação e desenvolvimento da criança, jovem ou adulto praticante. Já o profissional da Educação Física deve estar atento para as especificidades de seus alunos e promover um ambiente em que todos possam realizar atividades que sejam compatíveis com suas realidades, tanto no âmbito psicológico como biológico, pois nem todos os alunos terão a mesma habilidade para praticar este ou aquele esporte e, portanto, cabe ao professor disponibilizar recursos para a promoção da equidade entre todos os discentes, fazendo com que todos consigam efetivamente participar das atividades propostas.
Segundo Chicon (2008), A área de Educação Física pode, com rigor e com investimento, ser efetivamente uma área-chavepara tornar a educação mais inclusiva e pode mesmo, ser um campo privilegiado de experimentação, de inovação e de melhoria da qualidade pedagógica na escola. Assim temos um panorama que engloba diversas áreas de desenvolvimento humano agindo juntas para a concretização de uma educação que possa cada vez mais abranger um maior número de crianças e adolescentes desenvolvendo aprendizados sobre si mesmos e sobre os outros para a efetivação da inclusão no ambiente escolar, fazendo com que o diferente não seja mais visto como algo que se deve julgar ou excluir mas sim uma forma de aprendizado e conhecimento de novas culturas.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os desafios para a prática da inclusão da diversidade como fator de situação geradora de aprendizado na escola são muitos, mas com determinação, integração dos docentes e equipe pedagógica escolar as possibilidades para que ela aconteça de forma natural e enriquecedora para todos os envolvidos serão crescente, pois não somente os alunos serão beneficiados, mas também os professores por poderem compartilhar destes aprendizados que são cada dia mais importantes para a ampliação de nossa cultura e visão de vida. Inúmeras possibilidades se apresentarão se forem alicerçadas em propostas concretas, com embasamento legal, que tenham o suporte dos órgãos governamentais e busquem apoio nos projetos disponíveis em todos as esferas de governo.
Assim sendo, na condição de professores formadores de pessoas com senso crítico e preparadas para a vida em sociedade e mercado de trabalho, devemos nos engajar na busca por recursos e conhecimentos, para que cada vez com mais entendimento sobre o mundo possamos transmitir para nossos alunos os verdadeiros valores morais e éticos que devem fazer parte da construção de uma sociedade mais humana e que tenha na visão da diferença a busca pela igualdade de oportunidades para todos.
REFERÊNCIAS
LINS, Beatriz Accioly; MACHADO, Bernando Fonseca; ESCOURA, Michele. Entre o azul e o cor-derosa: normas de gênero. In. ________ (Orgs.). Diferentes, não desiguais: a questão de gênero na escola. São Paulo: Editora Reviravolta, 2016. SOUZA, Lúcia Aulete Búrigo; 
GRAUPE, Mareli Eliane. Gênero e Políticas Públicas na Educação. In. Anais do III Simpósio Gênero e Políticas Públicas, Universidade Estadual de Londrina, 27 e 29 de maio de 2014.
BORDINI, Gabriela Sagebin, & SPERB, Tania Mara. (2012). Concepções de gênero nas narrativas de adolescentes. Psicologia: Reflexão e Crítica, 25(4), 738-746. https://dx.doi.org/10.1590/S0102-79722012000400013
RUBIO, Katia. (1999). A psicologia do esporte: histórico e áreas de atuação e pesquisa. Psicologia: Ciência e Profissão, 19(3), 60-69. https://dx.doi.org/10.1590/S1414-98931999000300007
Chicon, José Francisco Inclusão e Exclusão no Contexto da Educação Física Escolar Movimento, vol. 14, núm. 1, enero-abril, 2008, pp. 13-38 Escola de Educação Física Rio Grande do Sul, Brasil
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