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Atividade 01- ECA

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Direito da Criança e do Adolescente 
Atividade 01 
 
Grupo:​ Angela, Bethânia, Julietta e Luciana 
 
O caso evidencia claramente a configuração de violência doméstica e 
familiar praticada por Erogildo. Por isso entendemos que a melhor orientação a ser 
dada a Maricota seria que: 
1. Em primeiro lugar, quanto a ela, seriam aplicáveis as previsões da Lei Maria 
da Penha. Sendo assim, ela deveria se dirigir à Delegacia da Mulher e lavrar 
Boletim de Ocorrência narrando o fato e solicitando a imediata aplicação das 
medidas protetivas nos termos do art.22, as quais poderiam ser: afastamento 
do agressor do lar, proibição de aproximar-se da mulher e de seus familiares, 
suspensão das visitas à filha e fixação dos alimentos provisórios. Tudo isso 
no sentido de se exigir da autoridade competente a efetivação das medidas 
protetivas. 
 
2. Tendo em vista o princípio da proteção integral da criança e do adolescente, 
a segunda orientação seria no sentido de encaminhar a família para o serviço 
assistencial da rede (CREAS, CRAS e CAPS) para adoção de medidas 
interdisciplinares para acompanhamento médico e psicológico. 
 
3. Quanto à criança que presenciou todo o ocorrido, ainda nos termos do art.22, 
§ 1º, da Lei Maria da Penha, a imposição das medidas mencionadas não 
impedem a aplicação de outras medidas previstas na legislação, inclusive a 
instauração de processo criminal pela prática do crime previsto no art. 232, 
do Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê a conduta de “​Submeter 
criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou 
a constrangimento​”. Nesse sentido, a orientação seria para que Maricota 
procurasse o Conselho Tutelar com o intuito de informar a prática do crime 
previsto no art. 232, ECA, para que requisite junto ao MP, a instauração da 
competente ação penal. 
 
Basicamente essas seriam as orientações. Contudo o caso merece algumas 
considerações. Quanto ao procedimento, nos termos do art. 13, da Lei Maria da 
Penha, nas causas cíveis ou criminais decorrentes da prática de violência doméstica 
e familiar, há que se observar a legislação específica relativas à criança e ao 
adolescente. No caso em comento o pai, ao chegar em casa bêbado e tratar com 
violência e agressividade a esposa na frente da filha e dos vizinhos, claramente 
submeteu a criança a vexame e constrangimento. 
Além disso, a conduta de Erogildo foi cometida com o elemento cognitivo 
dolo eventual, que ocorre quando o agente não queria especificamente o resultado, 
mas assumiu o risco de produzi-lo. 
Ao ingerir bebida alcóolica, Erogildo possuía plena consciência dos efeitos 
danosos da bebida, incluindo o aumento de sua agressividade. Ademais, na 
sociedade atual é de amplo conhecimento que discussões e violência entre marido 
e mulher são prejudiciais à formação dos filhos, que crescem em um ambiente 
nocivo a seu desenvolvimento. Por essa razão, nosso entendimento é no sentido 
de que há que se presumir que o agente possuía plena consciência de seus atos e 
assumiu o risco de produzir, sim, o resultado de submeter sua filha menor a 
constrangimento, o que poderia enquadrar sua conduta no crime do artigo 232, do 
ECA. 
Entretanto, existem julgados divergentes no próprio TJMG. Nesse 
sentido: 
EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - VIOLÊNCIA 
DOMÉSTICA - PRÁTICA DOS DELITOS DESCRITOS 
NOS ART.129, §9º E ART. 147, DO CPB NO ÂMBITO 
DA LEI 11.340/06 - ABSOLVIÇÃO POR FALTA DE 
PROVAS - IMPOSSIBILIDADE - DELITO PREVISTO NO 
ART. 232 DA LEI 8.069/90 - ABSOLVIÇÃO - 
NECESSIDADE - RECURSO PARCIALMENTE 
PROVIDO. 1. Estando comprovado nos autos a prática 
dos delitos de lesão corporal e ameaça, contra 
ex-companheira, e presentes os requisitos para 
condenação, a manutenção da sentença condenatória é 
medida que se impõe. 2. Não restando comprovada a 
prática do segundo delito de ameaça, impõe-se a 
absolvição, na forma do art. 386, VII, do Código de 
Processo Penal. 3. ​Para a configuração do delito 
previsto no artigo 232 da Lei 8.069/90 (ECA), 
necessário a demonstração de que a conduta seja 
dirigida contra a criança, não configurando o delito 
de submissão de criança ou adolescente a vexame ou 
constrangimento, a prática de lesão corporal e 
ameaça, perpetradas pelo acusado contra 
ex-companheira, na presença de filho menor​. (TJMG - 
Apelação Criminal 1.0024.15.053882-5/001, Relator(a): 
Des.(a) Kárin Emmerich , 1ª CÂMARA CRIMINAL, 
julgamento em 10/04/2018, publicação da súmula em 
18/04/2018) . Grifo nosso. 
 
EMENTA: EMENTA: APELAÇÃO CRIMINAL - ART. 21 
DA LCP (VIAS DE FATO) E ART. 232 DO ECA - 
ABSOLVIÇÃO - IMPOSSIBILIDADE - AUTORIA E 
MATERIALIDADE COMPROVADAS - PALAVRA DA 
VÍTIMA - RELEVÂNCIA - CONDENAÇÃO MANTIDA.- 
Havendo nos autos elementos suficientes para se 
imputar ao apelante a autoria da contravenção penal 
prevista no art. 21 da LCP (vias de fato) e do delito 
previsto no art. 232 do ECA, a manutenção da 
condenação é medida que se impõe. A palavra da 
vítima, corroborada pela prova oral colhida, basta 
para fundamentar a condenação do acusado​. (TJMG - 
Apelação Criminal 1.0024.12.217515-1/001, Relator(a): 
Des.(a) Agostinho Gomes de Azevedo , 7ª CÂMARA 
CRIMINAL, julgamento em 13/12/2017, publicação da 
súmula em 19/12/2017). ​Grifo nosso.

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