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Trabalho de Microbiologia FUNGOS - MICOLOGIA Orientação: Professor Marco Aurélio de Castro Ribeiro PIRACICABA – SP 22/06/2020 GRUPO Beatriz Jurado Rocha Felipe Soares Brancatti Hanna Bárbara dos Santos João Henrique Stempkoski da Rosa Laura de Sousa da Silva 1 1. REINO FUNGI O Reino Fungi é uma classe do domínio Eukarya, a qual pertence os seres vivos conhecidos como fungos. Os seres pertencentes a este reino possuem as seguintes características: ➢ Eucariontes; ➢ Unicelulares ou pluricelulares; ➢ Heterótrofos; ➢ Não possuem tecidos verdadeiros; ➢ Parede celular composta por quitina; ➢ São sesseis; ➢ Reserva energética na forma de glicogênio; Ou seja, para um ser pertencer ao Reino Fungi, ele precisa, necessariamente possuir células com um núcleo organizado, possuírem organismo composto por uma única célula ou várias células, não serem capazes de produzir seu próprio alimento, não possuírem tecidos verdadeiros, terem as paredes de suas células compostas por quitina (diferentemente das bactérias, que possuem sua parede celular composta por celulose e hemicelulose) e serem sésseis, ou seja, não serem capazes de se locomover sem auxílio externo. Embora sejam estudados na botânica, os fungos formam uma linha evolutiva independente das plantas. Comparações de RNA ribossômico mostram que os fungos estão mais próximos aos animais do que das plantas. Os fungos não possuem tecidos verdadeiros, portanto, podem ser unicelulares (como o Saccharomyces) ou filamentosos (como os basidiomicetos). Um organismo pertencente ao Reino Fungi e bastante conhecido, é o popular cogumelo, que faz parte de um filo denominado Basidiomycota. 2. ESTRUTURAS DE FUNGOS Os fungos podem ser divididos em organismos unicelulares (leveduras) ou pluricelulares. Estes se multiplicam através de hifas, que são capazes de formar um micélio: • Hifas cenocíticas: são estruturas de aparência anastomosada, isto é, que formam um filamento que se dividem, dando origem a novas hifas. Possuem um citoplasma estendido (apenas um citoplasma para toda a estrutura) e polinucleado (vários núcleos em apenas um citoplasma). • Hifas septadas: assim como as cenocíticas, possuem aparência anastomosada, mas possuem seus filamentos possuem divisões chamadas septos. Organismos que possuem hifas septadas são pluricelulares e cada célula possui um núcleo individualizado. Figura 1- Diferença entre hifa septada e cenocítica. 2 O micélio é o conjunto de hifas formada, sendo a parte do fungo que pode ser observada a olho nu, enquanto as hifas são estruturas microscópicas. O micélio forma toda a estrutura que dá características aos fungos e que podem ser utilizadas como forma de diferenciar colônias de espécies diferentes, podendo esta diferenciação ser realizada pela diferença de coloração. Figura 2 - Micélio: conjunto de hifas. O micélio pode ser dividido em três tipos: • Micélio vegetativo: é responsável pela absorção de nutrientes e pela sustentação de toda estrutura do fungo. • Micélio aéreo: quando o micélio se projeta na superfície e cresce acima do meio de cultivo. • Micélio reprodutivo: quando o micélio aéreo se diferencia para formar corpos de frutificação ou propágulos. Um corpo de frutificação é uma região do fungo responsável pela reprodução deste, podendo ter as seguintes características: Figura 3- Corpos de frutificação são a parte visível do popular cogumelo. 3. REPRODUÇÃO Os fungos podem se reproduzir de diferentes formas, sendo elas sexuadas ou assexuadas. A reprodução assexuada pode ocorrer por brotamento, esporulação ou fragmentação, ocorrendo cissiparidade. Na fragmentação ocorre a lise de uma região do micélio. As regiões fragmentadas podem desenvolver novos micélios a partir destes. No brotamento ocorre a formação de novos indivíduos através de divisões, estas que podem ou não se separar da célula-mãe. 3 Na esporulação ocorre a formação de esporos que darão origem a novas células que se desprenderão do micélio e poderão dar origem a novos corpos. Ocorre como “sementes” em que nascerão novos fungos da mesma espécie. A reprodução sexuada dos fungos ocorre por um tipo de fecundação denominado isogamia, em que dois gametas idênticos (não necessariamente sendo masculino e feminino) se fecundam e dão origem a novos fungos. Os fungos terrestres se reproduzem sexuadamente diferentes dos aquáticos. Os aquáticos gametas flagelados, que se fundem e geram zigotos que produzirão novos indivíduos. Nos terrestres existe um ciclo de reprodução no qual há produção de esporos por meiose. Desenvolvendo-se, esses esporos geram hifas haploides que posteriormente se fundem e geram novas hifas diploides, dentro dos quais ocorrerão novas meioses para a produção de mais esporos meióticos. A alternância de meiose e fusão de hifas (que se comportam como gametas) caracteriza o processo como sexuado. 4. CLASSIFICAÇÃO Os fungos podem ser classificados em cinco grandes grupos, sendo eles: ➢ Zygomycota; ➢ Ascomycota; ➢ Basidiomycota; ➢ Chytridiomycota; ➢ Deuteromycota; Os chytridiomycetos, constituídos por cerca de 790 espécies, são os prováveis ancestrais dos fungos. Vivem em meio aquático e em solos úmidos próximos a represas, rios e lagos. Vivem da absorção da matéria orgânica que decompõe e, muitas vezes, parasitam algas, protozoários, outros fungos, plantas e animais. Algumas espécies causam considerável prejuízo em plantas de cultivo (alfafa e milho). Os ascomycetos, com cerca de 32.000 espécies, são os que formam estruturas reprodutivas sexuadas, conhecidas como ascos, dentro das quais são produzidos esporos meióticos, os ascósporos. Os ascos ou ascósporos são estruturas em que inicialmente tem-se uma célula com dois núcleos n (dicariótica) após a plasmogamia e que passam por cariogamia, formando um núcleo 2n. Esta passa por meiose formando quatro núcleos n que passarão novamente pelo mesmo processo. 4 Os zygomycetos possuem hifas cenocíticas e seu corpo de frutificação é uma penugem branca que lembra filamentos de algodão, recheados de pontos escuros que representam os esporângios. Os basidiomycetos são os que produzem estruturas reprodutoras sexuadas, denominadas de basídios, produtores de esporos meióticos, os basidiósporos. O grupo inclui cogumelos, orelhas-de-pau, as ferrugens e os carvões, esses dois últimos causadores de doenças em plantas. Os basidiósporos são formados nas lamelas destes fungos e sua reprodução ocorre da mesma forma que os ascósporos. Os deuteromycetos, ou fungos conidiais, que já foram conhecidos como fungos imperfeitos, costituem um grupo de fungos que não se enquadra no dos anteriores citados. Em muitos deles, a fase sexuada não é conhecida ou pode ter sido simplesmente perdida ao longo do processo evolutivo. De modo geral, reproduzem-se assexuadamente por meio da produção de conidiósporos. 5. ARMAZENAMENTO DE ENERGIA Os fungos são, em sua maioria, saprobiontes, isto é, são organismos que digerem seus alimentos externamente e depois absorvem os produtos. O processo é chamado de nutrição saprotrófica. A energia é armazenada pelos fungos na forma de glicogênio. Os humanos possuem capacidade de armazenar energia na forma de lipídios e glicogênio, enquanto nos fungos apenas do segundo modo. Após a absorção de carboidratos, no organismo dos fungos ocorre a glicogênese, que transforma estes carboidratos em glicogênio. Para utilizar o glicogênio armazenado, ocorre a glicogenálise, que quebra essas moléculas em glicose e as disponibiliza para a fosforilação oxidativa. 6. DOENÇAS CAUSADAS POR FUNGOS São diversas as doenças que podem ser causadas por fungos, sejam elas em animais ou plantas. Alguns exemplos de doenças estão listados abaixo: • Pano Branco: Também conhecida como micose de praia, esta infecçãotem o nome científico de Ptiríase versicolor, e é provocada pelo fungo Malassezia furfur, que provoca manchas arredondadas na pele. Geralmente, as manchas são de cor branca, pois o fungo impede a produção de melanina quando a pele é exposta ao sol, e são mais comuns no tronco, abdômen, face, pescoço ou braços. • Tinha: Cientificamente chamada de dermatofitose, esta infecção fúngica também é conhecida como tínea, e pode atingir diversos locais do corpo, como pele, cabelos e unhas, e é provocada por fungos como Trichophyton, Microsporum ou Epidermophyton, que são transmitidos de uma pessoa para outra através do contato, ou também pelo solo e animais contaminados. A lesão que surge na tinha costuma ser descamativa, avermelhada e com muita coceira. Geralmente, sem o tratamento adequado, a lesão se espalha aos poucos, e é muito contagiosa. • Candidíase: Existem várias espécies de fungos que fazem parte da família Candida, sendo a mais comum a Candida albicans que apesar de habitar 5 naturalmente o organismo, principalmente a mucosa da boca e da região íntima, pode causar diversos tipos de infecção no organismo, sobretudo quando as defesas imunes estão prejudicadas. As regiões do corpo mais afetadas são dobras da pele, como virilhas, axilas e entre os dedos das mãos e dos pés, as unhas, e também pode atingir mucosas, como boca, esôfago, vagina e reto. Além disso, a infecção pode ser grave a ponto de se disseminar pela corrente sanguínea a atingir órgãos como pulmões, coração ou rins, por exemplo. • Mancha-de-estenfílio: Ocorrem em plantas e é causada pelo fungo Stemphyllium spp. Caracterizada pela presença de manchas pequenas, escuras e angulares nas folhas. Algumas manchas apresentam rachaduras no centro das lesões. Os sintomas começam a surgir nas folhas mais jovens. O ataque severo provoca intensa queima das folhas, devida ao coalescimento das lesões e necrose das hastes. 7. IMPORTÂNCIA AMBIENTAL, NA MEDICINA E ECONÔMICA Os fungos possuem grande importância ambiental, pois atuam na natureza como decompositores, transformando matéria orgânica em matéria inorgânica, permitindo a reciclagem de ecossistemas. A contribuição para a medicina está na possibilidade dos fungos em produzirem medicamentos que podem ser utilizados por humanos, como a penicilina, que é produzida por fungos do gênero Penicillium. Já a contribuição econômica está na possibilidade de os fungos produzirem alimentos. As bebidas alcoólicas fermentadas, como a cerveja, são produzidas por fungos do gênero Saccharomyces. Também há queijos, como o gorgonzola, que possuem diversos fungos. Um exemplo disso é o Penicillium roqueforti presente em diversos queijos com altas concentrações de sais. 8. REFERÊNCIAS FONSECA, Krukembergue. Características gerais dos fungos. Mundo Educação. Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/biologia/caracteristicas-gerais-dos- fungos.htm#:~:text=Caracter%C3%ADsticas%20gerais%20dos%20fungos,por%20quitina%2C %20um%20polissacar%C3%ADdeo%20nitrogenado.>. Acessado em 10/06/2020. Saprobioticos. Wikipédia. Disponível em: <https://en.wikipedia.org/wiki/Saprobiontic>. Acessado em 10/06/2020. "Classificação dos Fungos". Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2020. Disponível em <https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/biofungos3.php>. Acessado em 10/06/2020. NEVES, Roberta das. Fungos. Biologia. Globo. Disponível em: <http://educacao.globo.com/biologia/assunto/microbiologia/fungos.html>. Acessado em: 10/06/2020. Fungo – Micélio. Secretaria de Educação do Paraná. Disponível em: <http://www.ciencias.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=1150&evento=2%3C%3 C>. Acessado em: 10/06/2020. "Reprodução dos fungos". Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2020. Disponível em <https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos/biofungos2_2.php>. Acessado em: 10/06/2020. 6 Doenças – Fungos. EMBRAPA. Disponível em <https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Tomate/TomateIndustrial_2ed/do encas_fungo.htm>. Acessado em: 10/06/2020. LEMOS, Marcela. “7 doenças causadas por fungos e como tratar”. Blog Tua Saúde. Disponível em <https://www.tuasaude.com/doencas-causadas-por-fungos/>. Acessado em: 10/06/2020.
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