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CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS FUNGOS

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Microbiologia Agrícola e Florestal 2010/I 
 
Profa. Elaine Fiorelli 1 
 
FUNGOS 
 
 Micologia: é o ramo da Biologia que estuda os fungos, ela engloba o estudo de um grande número de seres 
pluricelulares ou macroscópicos ou unicelulares ou microscópicos. Estes últimos, principalmente os micro-fungos 
parasitas, pertencem ao domínio da Microbiologia. 
 Definir os exatos limites do grupo é virtualmente impossível. Atualmente, os biologistas usam o termo 
FUNGO para incluir: os organismos aclorofilados, nucleados, produtores de esporos, que geralmente se reproduzem 
sexuadamente à assexuadamente e cujas estruturas somáticas filamentosas e ramificadas são envolvidas por paredes 
celulares contendo quitina. 
 Os fungos são ubíquos, encontrando-se no solo, na água, nos vegetais, em animais, no homem e em detritos, 
em geral. O vento age como importante veículo de dispersão de seus propágulos e fragmentos de hifa. 
 Os fungos incluem organismos muito diversificados e em muitos casos pouco relacionados. Apresentam 
algumas características comuns aos vegetais e outras aos animais, sendo que sua posição entre os seres vivos foi 
polêmica durante muito tempo. No sistema de cinco reinos, proposta por Wittaker (1969) para a classificação dos 
seres vivos, o grupo adquiriu identidade própria: Reino Fungi (grego: sphongos = esponja; latin = fungus). 
 
 
CARACTERÍSTICAS GERAIS 
 Os fungos são eucarióticos, diferem, portanto, das bactérias, algas azuis e proclorofíceas. Os fungos não 
possuem clorofila e nesta característica constituem um grupo bastante homogêneo; não há exceções. Excetuando-se 
os raros casos, possuem paredes celulares definidas, são geralmente imóveis, porém podem possuir estágios 
reprodutivos móveis, reproduzindo-se assexuadamente através de esporos, na maior parte dos casos. A forma varia 
desde um simples talo esférico sem qualquer outro acessório e que se transforma totalmente em um esporângio na 
maturidade, até a forma filamentosa multicelular (micelial), ramificada ou não. Os núcleos são relativamente fáceis de 
serem observados e as estruturas somáticas, com raras exceções, demonstram possuir restrita ou nenhuma divisão de 
trabalho. A presença de substâncias quitinosas na parede da maior parte das espécies fúngicas e a sua capacidade de 
depositar glicogênio os assemelham às células animais. 
 Os fungos são seres vivos eucarióticos, com um só núcleo, como as leveduras, ou multinucleados, como se 
observa entre os fungos filamentosos ou bolores. 
 
Estrutura geral dos fungos 
 O crescimento do filamento - a hifa - é apical, porém as outras partes do fungo possuem potencialidades de 
crescimento. Assim um pequeno fragmento de quase qualquer parte do fungo é suficiente para dar início a um novo 
talo. 
 De modo geral as estruturas somáticas são diferentes das estruturas reprodutivas e estas possuem uma 
diversificação de formas nas quais se baseia a classificação desses organismos. Poucos são os fungos que podem ser 
identificados na ausência de seus estágios sexuados. Neste caso devem ser colocados na classe formal: 
Deuteromycetes. 
 Os fungos podem se desenvolver em meios de cultivo especiais formando colônias de dois tipos: 
 - leveduriformes; 
 - filamentosas. 
 As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas, formadas por microrganismos unicelulares que 
cumprem as funções vegetativas e reprodutivas. 
 As colônias filamentosas podem ser algodonosas, aveludadas ou pulverulentas; são constituídas 
fundamentalmente por elementos multicelulares em forma de tubo—as hifas. 
 As hifas podem ser contínuas ou cenocíticas e tabicadas ou septadas. Possuem hifas septadas os fungos das 
Divisões Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota e hifas cenocíticas, os das Divisões Zygomycota. 
Ao conjunto de hifas, dá-se o nome de micélio. O micélio que se desenvolve no interior do substrato, 
funcionando também como elemento de sustentação e de absorção de nutrientes, é chamado de micélio vegetativo. 
Microbiologia Agrícola e Florestal 2010/I 
 
Profa. Elaine Fiorelli 2 
 
O micélio que se projeta na superfície e cresce acima do meio de cultivo é o micélio aéreo. Quando o micélio aéreo se 
diferencia para sustentar os corpos de frutificação ou propágulos, constitui o micélio reprodutivo. 
 
 
 Os propágulos ou órgãos de disseminação dos fungos são classificados, segundo sua origem, em externos e 
internos, sexuados e assexuados. Embora o micélio vegetativo não tenha especificamente funções de reprodução, 
alguns fragmentos de hifa podem se desprender do micélio vegetativo e cumprir funções de propagação, uma vez que 
as células fúngicas são autônomas. 
Estes elementos são denominados de conídios e compreendem os: 
 - blastoconídios, 
 - artroconídios 
 - clamidoconídios. 
 Os blastoconídios, também denominados gêmulas, são comuns nas leveduras e se derivam por brotamento 
da célula-mãe. Às vezes, os blastoconídios permanecem ligados à célula-mãe, formando cadeias, as pseudo-hifas, cujo 
conjunto é a pseudo-hifa. 
 
 Os artroconídios são formados por fragmentação das hifas em segmentos retangulares. São encontrados nos 
fungos do gênero Geotrichum, em Coccidioides immitis e em dermatófitos. 
 
 Os clamidoconídios têm função de resistência, semelhante a dos esporos bacterianos. São células, 
geralmente arredondadas, de volume aumentado, com paredes duplas e espessas, nas quais se concentra o 
citoplasma. Sua localização no micélio pode ser apical ou intercalar. Formam-se em condições ambientais adversas, 
como escassez de nutrientes, de água e temperaturas não favoráveis ao desenvolvimento fúngico. 
Microbiologia Agrícola e Florestal 2010/I 
 
Profa. Elaine Fiorelli 3 
 
 
 
 
REPRODUÇÃO DOS FUNGOS 
 Os fungos se reproduzem em ciclos assexuais, sexuais e parassexuais. 
Segundo Alexoupolos, a reprodução assexuada abrange quatro modalidades: 
 1) fragmentação de artroconídios; 
 2) fissão de células somáticas; 
 3) brotamento ou gemulação do blastoconídios-mãe; 
 4) produção de conídios. 
 Fragmentação: A reprodução assexuada por fragmentação é a mais simples observada nos fungos. Um 
micélio fragmenta-se (quebra-se) e origina dois novos micélios. 
 Brotamento ou Gemulação: Algumas leveduras como Saccharomyces cerevisae (que causa a fermentação da 
cerveja) reproduz-se através de brotamento, ou seja, a formação de um broto, que geralmente se separam do genitor, 
mas podem permanecer unidos, formando cadeias de células. 
 Esporulação: Reprodução através da formação de esporos, células dotadas de paredes resistentes, que ao 
germinar, produzem hifas. 
 Conídios representam o modo mais comum de reprodução assexuada; são produzidos pelas transformações 
do sistema vegetativo do próprio micélio. As células que dão origem aos conídios são denominadas células 
conidiogênicas. 
 Os conídios podem ser hialinos ou pigmentados, geralmente escuros - os feoconídios; apresentar formas 
diferentes - esféricos, fusiformes, cilíndricos, piriformes etc; ter parede lisa ou rugosa; serem formados de uma só 
célula ou terem septos em um ou dois planos; apresentar-se isolados ou agrupados. 
 As hifas podem produzir ramificações, algumas em plano perpendicularao micélio, originando os conidióforos, 
a partir dos quais se formarão os conídios. Normalmente, os conídios se originam no extremo do conidióforo, que 
pode ser ramificado ou não. Outras vezes, o que não é muito freqüente, nasce em qualquer parte do micélio 
vegetativo, e neste caso são chamados de conídios sésseis, como no Trichophyton rubrum. 
 O conidióforo e a célula conidiogênica podem formar estruturas bem diferenciadas, peculiares, o aparelho de 
frutificação, também denominado de conidiação que permite a identificação de alguns fungos patogênicos. 
 No aparelho de conidiação tipo aspergilo, os conídios formam cadeias sobre fiálides, estruturas em forma de 
garrafa, em torno de uma vesícula que é uma dilatação na extremidade do conidióforo. 
 
Conídios de Aspergillus agrupados em forma de cabeça, ao redor de uma vesícula. 
Microbiologia Agrícola e Florestal 2010/I 
 
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 Alguns fungos formam um corpo de frutificação piriforme denominado picnídio, dentro do qual se desenvolvem 
os conidióforos, com seus conídios—os picnidioconidios (Figura abaixo). Essa estrutura é encontrada na Pyrenochaeta 
romeroi, agente de eumicetoma. 
 
Reprodução assexuada interna 
 
 
 Os propágulos assexuados internos se originam de esporângios globosos, por um processo de clivagem de 
seu citoplasma, e são conhecidos como esporoangiosporos ou esporos. Pela ruptura do esporângio, os esporos são 
liberados. 
 
 
Reprodução sexuada 
 Os esporos sexuados se originam da fusão de estruturas diferenciadas com caráter de sexualidade. O núcleo 
haplóide de uma célula doadora funde-se com o núcleo haplóide de uma célula receptora, formando um zigoto. 
Posteriormente, por divisão meiótica, originam-se quatro ou oito núcleos haplóides, alguns dos quais se 
recombinarão, geneticamente. 
 
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Reprodução sexuada Interna 
 Os esporos sexuados internos são chamados ascósporos e se formam no interior de estruturas em forma de 
saco, denominadas ascos. Os ascos podem ser simples, como em leveduras dos gêneros Saccharomyces e Hansenula, 
ou se distribuir em lóculos ou cavidades do micélio, dentro de um estroma, o ascostroma ou ainda ester contidos em 
corpos de frutificação, os ascocarpos. 
 Três tipos de ascocarpos são bem conhecidos: cleistotécio, peritécio e apotécio. 
 O cleistotécio é uma estrutura globosa, fechada, de parede formada por hifas muito unidas, com um número 
indeterminado de ascos, contendo cada um oito ascósporos. 
 O peritécio é uma estrutura geralmente piriforme, dentro da qual os ascos nascem de uma camada hemenical 
e se dispõem em paliçada, exemplo, Leptosphaeria senegalensis, Neotestudina rosatii. 
 O apotécio é um ascocarpo aberto, em forma de cálice onde se localizam os ascos. 
 
 
Diferentes tipos de ascos e ascocarpos 
 Os fungos que se reproduzem por ascósporos ou basidiósporos são fungos perfeitos. As formas sexuadas são 
esporádicas e contribuem, através da recombinação genética, para o aperfeiçoamento da espécie. 
Em geral, estes fungos produzem também estruturas assexuadas, os conídios que asseguram sua 
disseminação. Muitos fungos, nos quais não foi até agora reconhecida a forma sexuada de reprodução, são incluídos 
entre os fungos imperfeitos. Quando é descrita a forma perfeita de um fungo, essa recebe uma outra denominação. 
Por exemplo, o fungo leveduriforme, Cryptococcus neoformans, em sue fase perfeita é denominado Filobasidiella 
neoformans. 
 
 A fase sexuada dos fungos é denominada de teleomórfica e a fase assexuada de anamórfica. 
A maior parte das leveduras se reproduzem assexuadamente por brotamento ou gemulação e por fissão 
binária. No processo de brotamento, a célula-mãe origina um broto, o blastoconídio que cresce, recebe um núcleo 
após a divisão do núcleo da célula-mãe. Na fissão binária, a célula-mãe se divide em duas células de tamanhos iguais, 
de forma semelhante a que ocorre com as bactérias. No seu ciclo evolutivo, algumas, como Saccharomyces cerevisiae, 
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podem originar esporos sexuados, ascósporos, depois que duas células experimentam fusão celular e nuclear, seguida 
de meiose. 
 O fenômeno de parassexualidade foi demonstrado em Aspergillus. Consiste na fusão de hifas e formação de um 
heterocarion que contém núcleos haplóides. Às vezes, estes núcleos se fundem e origina núcleos diplóides, 
heterozigóticos, cujos cromossomas homólogos sofrem recombinação durante a mitose. Apesar destes 
recombinantes serem raros, o ciclo parassexual é importante na evolução de alguns fungos. 
 
 
Nutrição e Crescimento 
 Os fungos são aclorofilados e heterotróficos. Possuem pigmentos responsáveis pelas cores variadas que 
apresentam, mas nenhuma capaz de absorver energia para síntese de carboidratos a partir de CO2. Assim, são 
heterotróficos, mas se nutrem por absorção, ao contrário dos animais, por ingestão. Excetuam-se os representantes 
da classe Myxomicetes que também se nutrem por ingestão. As bactérias de nutrem por absorção, como os fungos. 
 Os fungos dependem de água líquida para seu crescimento e desenvolvimento. A maioria também depende 
do oxigênio para a respiração, sendo, portanto, aeróbicos. Muitos, entretanto, são anaeróbicos facultativos, isto é, 
respiram na presença de oxigênio e fermentam na ausência. 
 Conforme a nutrição, os fungos são classificados em duas categorias: saprófitos (ou sapróbios) e parasitas. Os 
saprófitos se alimentam de matéria orgânica animal ou vegetal morta e os parasitas vivem dentro de ou sobre 
organismos vivos (animais ou vegetais), deles retirando seus alimentos. 
 Entretanto, nem sempre se pode fazer uma clara distinção entre parasitas e saprófitos. Entre os parasitas, 
pode-se distinguir 3 níveis de parasitismo: 
a) Parasita obrigatório: é aquele que só pode viver sobre um hospedeiro. 
Ex.: Oidium. 
b) Saprófito facultativo: normalmente vive como parasita e deste modo atinge seu maior desenvolvimento. 
Entretanto, dependendo das circunstâncias pode viver como saprófita. Ex.: Phytophtora infestans (parasita de batata) 
pode se desenvolver em meio de ágar, em laboratório. 
c) Parasita facultativo: é aquele que geralmente é saprófita, mas pode se tornar parasita. Isto ocorre, por exemplo, 
com certas espécies da Fusarium que habitam o solo vivendo como saprófitas. Se um hospedeiro vegetal (plântulas, 
por exemplo) adequado for colocado no solo, o fungo passa a atacá-lo, vivendo agora como parasita. 
Os fungos parasitas emitem hifas especiais por entre as células do hospedeiro ou para dentro delas, 
sugando-lhes os nutrientes através de uma estrutura denominada HAUSTÓRIO. (Latim: haustor = o que 
bebe). Seu citoplasma contém mitocôndrias e retículo endoplasmático rugoso. 
 São heterotróficos e nutrem-se de matéria orgânica morta - fungos saprofíticos, ou viva—fungos parasitários. 
 Suas células possuem vida independente e não se reúnem para formar tecidos verdadeiros. 
Os fungos vivem exclusivamente como saprófitas, são chamados saprófitos obrigatórios. São incapazes de 
infectar plantas ou animais vivos. São exemplos destes: Rhizopus ("bolor preto do pão");Penicillium ("bolor azul"). 
 Os fungos podem viver ainda em simbiose com outros organismos. O exemplo mais notável são os liquens, 
nos quais uma determinada espécie de fungo vive em simbiose com uma alga. 
 Outro exemplo é o da micorriza, onde o fungo vive associado às raízes de plantas superiores. As hifas do 
fungo funcionam como pelos absorventes, retirando água e sais da solução de solo, transferindo-os às raízes da 
planta. Esta, por sua vez fornece substâncias elaboradas ao fungo. 
 Para o seu desenvolvimento, necessitam de carboidratos. Estes são necessários para a construção do corpo 
do fungo e como fonte de energia. Num fungo típico, 50% do peso seco são representados por Carbono. Dos 
carboidratos, os fungos utilizam glicose, frutose, maltose. A sacarose é também boa fonte de carbono para algumas 
espécies. Alguns fungos utilizam proteínas, lipídios e certos ácidos orgânicos como fontes de energia. O crescimento, 
entretanto, é sempre melhor quando o fungo se encontra sobre um substrato que contém um carboidrato 
apropriado. 
 Além do carbono, os fungos necessitam de Nitrogênio. Para consegui-lo, eles se utilizam de fontes orgânicas 
ou inorgânicas daquele elemento. As principais fontes orgânicas são as proteínas, peptídeo e aminoácidos. Na 
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Profa. Elaine Fiorelli 7 
 
natureza, os fungos decompõem proteínas, e outras matérias para obterem seu suprimento de Nitrogênio. Muito 
fungo, entretanto, obtém o Nitrogênio a partir de fontes inorgânicas, como nitratos e sais de amônia. 
 Hidrogênio e Oxigênio são obtidos na forma de água que representa cerca de 85-90% do peso total do 
micélio. 
 Entre os macronutrientes, os fungos requerem além do Nitrogênio, Enxofre, Fósforo, Potássio e Magnésio. 
Estes elementos são obtidos a partir de sais inorgânicos ou de outras fontes como sulfatos para o Enxofre e fosfatos 
para o Fósforo. 
 Para o seu completo desenvolvimento, utilizam ainda micronutrientes como: Ferro, Zinco, Cobre, Manganês, 
Boro, Cobalto e Molibdênio. 
 Como os outros organismos, necessitam de diminutas quantidades de Vitaminas. Muitas espécies sintetizam 
suas próprias vitaminas; outras obtêm, ou aos seus precursores, a partir de substratos. Tais vitaminas incluem: tiamina 
(B1), piridoxina (B6) e riboflavina (B2). Poucas espécies usam também ácido nicotínico e ácido pantotênico, sendo que 
a grande maioria, contudo, requer a tiamina. 
 Quanto à temperatura, a maioria dos fungos cresce bem entre 0ºC e 35ºC, mas o ótimo fica na faixa de 20ºC 
a 30ºC. Podem ocorrer casos extremos de tolerância tanto às altas como baixas temperaturas. 
 Quanto ao pH, os fungos preferem meio ácido para o seu crescimento, ficando o ótimo no redor de 6. 
 O fator luz não é importante para o seu desenvolvimento, mas um pouco de luz é essencial para a ocorrência 
de esporulação em muitas espécies. A luz também toma parte na dispersão dos esporos, sendo que os esporângios de 
muitos fungos são positivamente fototrópicos e descarregam seus esporos em direção à luz. 
 Tipicamente, o talo de um fungo consiste de filamentos ramificados em todas as direções, sobre ou dentro de 
substrato que exploram como alimento. Tais filamentos se denominam HIFAS (grego: hiphe = tecido, trama). O 
conjunto de hifas se chama MICÉLIO (grego: mykes = fungo). Cada hifa pode ou não estar interrompido por septos. O 
micélio que contém septos é chamado septado e o que não apresenta septos em suas hifas, é dito cenocítico (grego: 
Koinos = comum; Kytos = cavidade). 
 
IMPORTÂNCIA DOS FUNGOS 
 
 Hoje, quando a ciência está tão avançada, poucas pessoas se dão conta do quanto intimamente está ligada 
nossa vida com a dos fungos. Pode-se dizer que não transcorre um só dia sem que sejamos prejudicados ou 
beneficiados por estes organismos. 
 Os fungos, em razão de sua ubiqüidade e por seu número surpreendentemente grande, desempenham um 
papel muito importante nas modificações (lentas), constantes, que tem lugar ao nosso redor. Especificamente, os 
fungos são agentes responsáveis em grande parte pela decomposição das substâncias orgânicas e como tal, nos 
afetam de modo direto, pela destruição dos alimentos, tecidos, couro e outros artigos de consumo manufaturados 
com materiais sujeitos a seus ataques. Causam a maior parte das enfermidades das plantas e também muita 
enfermidade dos animais e dos homens constituem a base de uma quantidade de processos industriais de 
fermentação, tais como a elaboração do pão, vinho, cerveja, a fermentação da semente de cacau e a preparação de 
certos queijos; são empregados na produção de muitos ácidos orgânicos e de algumas preparações vitamínicas, e são 
responsáveis pela manufatura de certas drogas antibióticas entre as quais destaca a penicilina. Os fungos são tão 
prejudiciais a como benéficos à agricultura. Por uma parte prejudicam a colheita ocasionando perdas de milhões de 
dólares por causa das enfermidades que produzem nas plantações, enquanto por outra parte aumentam a fertilidade 
do solo por trocas que originam, que dão como resultado a produção de alimentos que são aproveitados pelas plantas 
verdes. Por último não podemos deixar de mencionar a utilidade dos fungos como alimento. 
 Não só micologistas se preocupam pelos fungos, também os citologistas, os geneticistas e os bioquímicos 
sabem que podem ser importantes indivíduos de investigação no estudo dos processos biológicos fundamentais. Dada 
à rapidez com que alguns grupos crescem e se reproduzem se requer pouco tempo para um número determinado de 
gerações, do que as plantas e animais superiores. 
 
Microbiologia Agrícola e Florestal 2010/I 
 
Profa. Elaine Fiorelli 8 
 
NA ECOLOGIA = Nas cadeias alimentares, atuam como decompositores, juntamente com as bactérias promovem a 
reciclagem da matéria orgânica em sais minerais! Substâncias orgânicas como substrato, umidade e ausência de luz ou 
luz fraca são as condições requeridas para um bom desenvolvimento da maioria das espécies. 
NA INDÚSTRIA “CURA” = Processo pelo qual microrganismos (bactérias ou fungos) agem na composição do leite. 
Alteram aroma, sabor e riqueza nutritiva (produzem AA essenciais, vitaminas). Atuam na produção de queijos: 
Camembert (leite de ovelha); Roquefort e Gorgonzola. O Saccharomyces, da fermentação alcoólica, também é usado 
no preparo de massas de pães e bolos. 
ALIMENTOS = Agaricus (Basidiomiceto - champignon - chega a 18 kg); Tuber (Ascomiceto - trufas); Morchella 
(Ascomiceto - ~10 cm comprimento). 
DOENÇAS = micoses; sapinho (Candida albicans - saprófita da mucosa bucal); esporos de Penicillium e Aspergillus 
provocam alergias (rinites, bronquites e asma); micoses graves (tumores = micetomas); blastomicoses e actinomicoses 
(ulcerações em partes do corpo), etc. 
FARMACOLOGIA = Na produção de penicilina (Penicillium); 
Psilocibina (Psilocybe - alucinógeno psicodisléptico: usado em rituais religiosos de nativos de Oaxaca - México); 
ergotamina (ergotismo - Claviceps purpurea - intoxicação entre camponeses que trabalham com o centeio; o fungo se 
desenvolve nas espigas do cereal e pode contaminar a farinha, matando pessoas que a comem); 
LSD-25 (Hofmann / 1943 - sintetizado a partir da ergotamina alucinógeno) não provoca dependência física, mas induz 
mutações cromossômicas com anomalias nos fetos); 
aflatoxinas (Aspergillus flavus - esse bolor ataca sementes de leguminosas (feijão, soja, amendoim) e gramíneas 
(milho, arroz, trigo): lesões hepáticas e até “morte”! 
Claviceps purpurea: produz uma substânciaquímica chamada ergatanina, utilizada na medicina contra insônia, tem 
alto poder vasoconstrictor e de contração muscular.

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