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ENGENHARIA CIVIL LUIS CARLOS DE ASSIS ETE – Estação de Tratamento de Esgotos Etapas Goiatuba 2020 LUIS CARLOS DE ASSIS ETE – Estação de Tratamento de Esgotos Etapas Trabalho apresentado para a disciplina Saneamneto, pelo Curso de Eng. Civil da UNICERRADO - Goiatuba, ministrada pelo professor Plinio Pires. Goiatuba 2020 2 1 INTRODUÇÃO Na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) a água com impurezas que retorna de casas, empresas e indústrias passará por várias etapas para ser despoluída e devolvida ao meio ambiente. O tratamento de esgoto é uma medida de saneamento básico tendo como objetivo acelerar o processo de purificação da água antes de ser devolvida ao meio ambiente ou reutilizada. A origem dessa água poluída se dá através da rede de esgoto proveniente de residências, comércios e indústrias. As unidades de tratamento são conhecidas como ETE (Estação de Tratamento de Esgoto), onde a água suja passa por vários tipos de tratamento podendo variar de empresa para empresa. Cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem coleta e tratamento de esgoto, resultando na contaminação do solo. Somente 10% do esgoto brasileiro coletado é tratado, o resto é descartados nos afluentes, acarretando em doenças como a cólera, leptospirose, hepatites, diarreia e esquistossomose, por exemplo. Outra fonte ecológica aplicada principalmente em zonas rurais é a fossa séptica, mesmo sendo de construção individual, ela é vantajosa por não necessitar de rede de captação de esgoto e pelo o custo baixo. O tratamento de esgoto é uma medida de saneamento básico essencial que garante a qualidade de vida para a população. https://www.infoescola.com/doencas/colera/ https://www.infoescola.com/doencas/leptospirose/ https://www.infoescola.com/ecologia/fossa-septica/ https://www.infoescola.com/ecologia/fossa-septica/ 3 2 ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO As Estações de Tratamento de Esgoto – mais comumente conhecidas através da sigla ETE – são unidades operacionais do sistema de saneamento que especificamente recebem as cargas poluentes do esgoto e devolvem o efluente tratado a corpos d`água como rios, reduzindo os eventuais impactos ambientais que poderiam ser causados sem o devido tratamento, além de evitar que empresas sejam punidas legalmente e judicialmente pela destinação incorreta dos efluentes gerados. Dada sua vital importância para a preservação do ambiente, este trabalho preparou este artigo descrevendo as principais etapas do processo realizado nas ETEs, com objetivo de esclarecer seu funcionamento. Devido ao tratamento desses efluentes é possível devolver a água à natureza, garantindo a preservação dos mananciais do município. O processo inicia quando os dejetos passam pela rede coletora de esgoto, o material é enviado para a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE). No Brasil possui dois tipos de coleta de esgoto: misto e separador absoluto. Misto: a rede além de receber o esgoto sanitário cloacal (banheiros, pias, áreas de serviço), recebe também, uma parte do esgoto pluvial (águas das chuvas). Separador absoluto: a rede recebe o esgoto cloacal de forma separada do pluvial e destina apenas o esgoto sanitário até a ETE. A seguir, as etapas de tratamento; Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA): a água poluída passa por um reator fechado, onde ocorre a decomposição dos dejetos pelas bactérias anaeróbicas presentes em um lodo. A despoluição da água nesta etapa é de 65% a 75%. Lagoa facultativa: são utilizadas bactérias aeróbias e anaeróbicas, onde as aeróbias utilizam da fotossíntese e o oxigênio para oxidar as matérias orgânicas, atuando na coluna d’água para captar oxigênio da atmosfera e das algas que através da fotossíntese liberam a maior parte do oxigênio. Já as anaeróbicas atuam no fundo da lagoa, de 1,5 a 3 metros de profundidade. Lagoa anaeróbia: para reduzir a incidência de luz, esta lagoa deve medir 2,5 a 4 metros de profundidade. Uma grande quantidade de matéria orgânica e adicionada, para que o oxigênio consumido esteja em maior quantidade em https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/o-que-e-importante-considerar-ao-investir-em-uma-ete-propria https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/o-que-e-importante-considerar-ao-investir-em-uma-ete-propria https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/infografico-reciclagem-de-efluentes-o-passo-para-a-protecao-sobre-passivos-ambientais https://www.infoescola.com/biologia/fotossintese/ https://www.infoescola.com/elementos-quimicos/oxigenio/ https://www.infoescola.com/geografia/atmosfera/ 4 relação ao produzido. Esta ação acarreta na quebra da matéria orgânica, para ser convertida em água, gás metano e carbônico. Baias e valas de infiltração: Nesta etapa a água passa por um filtro subterrâneo constituído por rochas e areia. Flotação: é adicionado uma substância coagulante na água, que sofre um processo de pressurização, gerando bolhas que unem as partículas que flutuam na superfície. Lagoa de maturação: a água passa por um processo de eliminação de bactérias e vírus através da radiação ultravioleta da luz solar. Portanto a lagoa deve ser rasa, com profundidade de 0,5 a 2,5 metros. 2.1 Confira as Etapas do Tratamento de Esgoto Gradeamento O primeiro processo do tratamento é o gradeamento, onde são retirados os materiais maiores tais como objetos conduzidos e arrastados pelo caminho, como plásticos, etc os quais ficam presos nos sistemas de gradeamento que possui malhas com espaçamentos diferentes em vários níveis. A seguir o esgoto é bombeado por quatro grandes motores para a parte mais elevada da ETE, acontece a segunda etapa do tratamento. https://www.infoescola.com/quimica/centrifugacao-e-flotacao/ 5 Desarenadores Na segunda parte do processo, o esgoto passa por desarenadores ou caixas de areia onde são retirados materiais sólidos granulares como areia, pedrisco, silte, cascalho, originado de lançamentos inadequados nas instalações como ligações clandestinas de águas pluviais, lavagens de piso, infiltrações na rede coletora, etc. Este processo é feito por um sistema mecânico no qual braços raspadores diametrais fazem a retirada da areia através de placas controladoras de fluxo de entrada, placas vertedoras de saída. A areia concentrada no fundo é removida pela bomba parafuso. Esta operação evita a abrasão em equipamentos como rotores de bombas, turbinas de aeradores, válvulas e tubulações, reduz obstruções em canalizações, calhas, caixas de manobra, poços de elevatórias, evita o acúmulo de sólidos em tanques de tratamento com redução de volume útil e do tempo de reação biológica e pré-condiciona o esgoto bruto favoravelmente aos processos de tratamento seguintes. 6 Neste momento, a areia em suspensão no esgoto vai para o fundo do tanque, enquanto os materiais orgânicos ficam nas camadas superiores. Decantador primário Primeira etapa de decantação onde o material orgânico sólido é misturado e sedimentado no fundo, formando lodo; Após o tratamento preliminar, os sólidos em suspensão de maior densidade contidos nos esgotos, sedimentam-se e depositam-se ao fundo do decantador, constituindo o lodo primário. Parcela dos sólidos em suspensão sedimentados é de natureza orgânica, o que consequentemente resulta na redução da carga orgânica afluente ao tratamento secundário. Os tanques de decantação podem ser retangulares ou circulares. Os sólidos sedimentados no 7 fundo da unidade são continuamente raspados e direcionados ao poço de acúmulo de lodo. Peneira rotativa Depois da formação do lodo por decantação, um processo de centrifugação separa a fase sólida da mistura em uma espécie depeneira, permitindo que o líquido seja armazenado em tanques; Utilizadas na remoção de partículas finas, estão disponíveis em modelos para ambientes abertos e altamente corrosivos, em canais de concreto ou em canais metálicos em aço inox. Estão disponíveis em modelos estáticos, escalares, helicoidal rotativo, entre outros. Digestão anaeróbica Nesta fase o objetivo é a estabilização da mistura por meio de processos químicos que atuam no lodo remanescente, neutralizando bactérias e gases nocivos; ou também biogasificação ou biometanização, é um conjunto de 8 processos em que os microrganismos degradam a matéria orgânica biodegradável na ausência de gás oxigênio. Tanque de aeração Através de um processo químico específico, os resíduos orgânicos são transformados em gás carbônico, fazendo com que a matéria ali contida sirva de alimento para microrganismos que ajudarão na decomposição de resíduos; ou tanque onde ocorrem as reações e os processos de (bio) degradação ou depuração da matéria orgânica presente no esgoto. 9 Decantador secundário Mais uma fase de decantação, onde a matéria sólida no lodo é reduzida; a próxima etapa consiste em separar a massa de microrganismos conhecida como Lodos Ativados, do esgoto já tratado. Esta separação é realizada por gravidade no Decantador Secundário, onde uma parcela deste lodo retorna aos Reatores Biológicos para manter o controle e o equilíbrio do processo de tratamento. Adensamento do lodo O lodo é filtrado aqui, para que se retire mais uma parte da matéria sólida da mistura; O processo de adensamento do lodo é a etapa do tratamento de água e efluentes que tem por finalidade a redução do volume do lodo, tornando- o mais denso e com maior concentração de sólidos, facilitando a etapa de desidratação. 10 Condicionamento químico do lodo O lodo é coagulado e desidratado, deixando apenas a parte sólida do composto para trás; resulta na coagulação de sólidos e liberação da água adsorvida. O condicionamento é usado antes dos sistemas de desidratação mecânica, tais como filtração, centrifugação, etc. 11 Lagoas de decantação Na última etapa do tratamento, o esgoto passa para as lagoas de decantação, onde as matérias orgânicas que ainda estão em suspensão vão para o fundo do tanque por gravidade. Depois de sedimentado no fundo, o lodo gerado é periodicamente retirado, tratado destinado ao aterro sanitário. Antes de ser devolvida ao rio, a água recebe uma dosagem de cloro, eliminando impurezas restantes. Esta água é monitorada e testada, a fim de que os parâmetros de físico-químicos estejam em conformidade com a legislação. Desinfecção Adição de produto químico sanitizante ao efluente líquido ou encaminhamento do mesmo a uma unidade com plantas macrófitas (aquáticas), removendo os vírus, bactérias e outros micro-organismos. Laboratório A ETE possui um laboratório no qual são realizados testes de quantidade de oxigênio nas lagoas de aeração, de parâmetros da água devolvida ao rio. 12 Como se pode ver o processo de tratamento das ETEs é longo e complexo, e é graças a este processo que o efluente livre de contaminantes que possam trazer riscos ao meio ambiente e às pessoas, é devolvido à natureza em segurança. Como funciona a coleta de esgotos Dentro do imóvel, a água, após ser utilizada, passa pelos encanamentos internos e cai em caixas de concreto e/ou inspeção. Depois, seguem até as ruas onde encontram as redes coletoras. Esse esgoto chega, então, em tubulações de grande porte, conhecidas como coletores-tronco e interceptores, que o transportam até uma estação para que passem por todo o processo de tratamento de esgotos para a retirada de poluentes, antes de que essa água seja devolvida aos cursos d' água. Todos os dias nossas casas recebem água tratada proveniente de um reservatório público. Depois de utilizada, independentemente da finalidade, essa água é deslocada para o mesmo destino. CUSTOS MÉDIOS DOS TIPOS DE TRATAMENTO DE ESGOTO A tabela 6 apresenta uma média per capita da demanda de área e dos custos de implantação dos diferentes sistemas de tratamento de esgotos domésticos. Custo de operação e manutenção anual de R$249.561,50. Porém os custos variam em função das condições locais do munícipio, sendo uma estimativa aproximada do custo real dos principais itens presentes em uma Estação de Tratamento de Esgoto (VON SPERLING, 2014). https://www.teraambiental.com.br/blog-da-tera-ambiental/os-perigos-dos-residuos-sem-tratamento-para-o-meio-ambiente 13 14 2.5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O monitoramento constante da ETE é fundamental para a sua boa operação, principalmente a entrada de esgotos não domésticos, que poderá influenciar negativamente no tratamento anaeróbio. O tratamento dos esgotos domésticos tem como objetivo, principalmente: remover o material sólido; reduzir a demanda bioquímica de oxigênio; exterminar microrganismos patogênicos; reduzir as substâncias químicas indesejáveis. As diversas unidades da estação convencional podem ser agrupadas em função das eficiências dos tratamentos que proporciona. Assim temos: Tratamento preliminar: gradeamento, remoção de gorduras e remoção de areia, tratamento primário: tratamento preliminar, decantação, digestão do lodo e secagem do lodo, tratamento secundário: tratamento primário, tratamento biológico, decantação secundária e desinfecção. Cerca de 100 milhões de brasileiros não possuem coleta e tratamento de esgoto, resultando na contaminação do solo. Somente 10% do esgoto brasileiro coletado é tratado, o resto é descartados nos afluentes, acarretando em doenças como a cólera, leptospirose, hepatites, diarreia e esquistossomose, por exemplo. https://www.infoescola.com/doencas/colera/ https://www.infoescola.com/doencas/leptospirose/ 15 REFERÊNCIAS NORMATIVAS E BIBLIOGRÁFICAS ABNT. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Componentes construtivos estruturais – determinação da resistência ao fogo – NBR 5628. Rio de Janeiro, 2001. Disponível: https://pt.slideshare.net/FernandoVitto/abnt-nbr- 5628-2001-componentes-construtivos-estruturais-determinao-de-resistncia-ao- fogo /Acessado: 13/06/2020. Sites acessados: https://www.bombeiros.go.gov.br ; https://www.creago.org.br/ ; http://www.abnt.org.br/ IBGE. Portal do Governo Brasileiro. Disponível em: . Acesso em: 13 de Junho. 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12209: Projeto de estações de tratamento de esgoto sanitário. Rio de Janeiro, 2011. 12 p. VON SPERLING, Marcos. Princípios do tratamento biológico de águas residuais. vol. 1. 2003. REALI, Marco Antonio Penalva. Noções Gerais de Tratamento e Disposição Final de Lodos de Estações de Tratamento de Água. Rio de Janeiro, PROSAB, 1999. 225 p. AISSE, M. M. Sistemas econômicos de tratamento de esgotos sanitários. Rio de Janeiro: ABES - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2000,192p. https://pt.slideshare.net/FernandoVitto/abnt-nbr-5628-2001-componentes-construtivos-estruturais-determinao-de-resistncia-ao-fogo https://pt.slideshare.net/FernandoVitto/abnt-nbr-5628-2001-componentes-construtivos-estruturais-determinao-de-resistncia-ao-fogo https://pt.slideshare.net/FernandoVitto/abnt-nbr-5628-2001-componentes-construtivos-estruturais-determinao-de-resistncia-ao-fogo https://www.bombeiros.go.gov.br/ https://www.creago.org.br/ http://www.abnt.org.br/
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