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Universidade Federal do Amazonas Departamento de Engenharia Civil FTH039 – Macrossistema de esgotamento sanitário Atividade (A14) Aluna: Isabella do Socorro Neves Mergulhão Matrícula: 21850575 1) EXPLIQUE POR QUE FOI LOCADA NAS RESPECTIVAS RUAS OS ELEMENTOS DE BL, PV E GALERIAS? QUAL A VERIFICAÇÃO NECESSÁRIA PARA LOCAR ESSES ELEMENTOS E PASSO A PASSO. De forma geral, uma das grandes premissas seguidas ao locar os elementos de drenagem é que o projeto da rede seja econômico e efetivo. Os poços de visita (PV) permitem a inspeção e manutenção da rede (limpeza e reparos) e são necessários em todas as transições do escoamento, sejam em mudanças de seção transversal, em mudanças de declividade, em mudanças de direção. Quando não há a previsão de poço de visita, utilizam-se as caixas de ligação. No que tange à distância entre PV’s isso depende do diâmetro das tubulações. Caso o conduto tenha 30 centímetros de diâmetro, o espaçamento máximo é de 120 metros, caso tenha de 50 a 90 centímetros de diâmetro, 150 metros e caso tenha 100 ou mais centímetros de diâmetro, 180 metros. O mais comum, entretanto, é pensar a rede com os PV’s espaçados a 100 metros de distância. Por último, os poços de visita têm no máximo 4 tubulações, sendo 3 entradas e 1 saída. Em relação às galerias, deve-se atentar que a declividade segue, sempre que possível, o mesmo sentido de escoamento natural das ruas, de modo a evitar grandes profundidades. Junto a isso, procura-se um maior aproveitamento do traçado das galerias, para se obter uma área de drenagem maior, com menor comprimento de tubulações. Além dessas características existem alguns critérios que devem ser cumpridos, mas que variam de acordo com a cidade, com o órgão consultado etc. como é o caso da velocidade e da lâmina d’água nos condutos. Por fim, as bocas de lobo devem ser posicionadas em ambos os lados da rua, não sendo recomendado colocá-las exatamente nas esquinas das ruas. O espaçamento entre elas varia entre 40 m e 60 m buscando-se que não se ultrapasse a capacidade de descarga da sarjeta ou uma área de rua de 400 a 800 m² por boca de lobo, sendo que a capacidade de descarga da sarjeta pode ser obtida a partir da equação de Manning, tendo-se o conhecimento do raio hidráulico e da declividade, conforme a Equação 1 e considerando um fator de redução em virtude das características das sarjetas de acumular detritos ou sedimentos. Equação 1 – Equação de Manning 𝑄 = 𝐴 𝑛 ∗ 𝑅ℎ 2 3 ∗ 𝐼 1 2 2) MEMORIAL DESCRITIVO 2.1) CONSIDERAÇÕES INICIAIS Dada a divisão das áreas de contribuição, as cotas e a localização dos poços de visita, as localizações das bocas de lobo e das galerias, os coeficientes de escoamento do método racional e o comprimento dos trechos na imagem presente no Apêndice A, preenche-se a tabela de dimensionamento, também presente no Apêndice A, com esses dados e prossegue-se com os cálculos de acordo com as considerações a seguir. 2.2) TEMPO DE CONCENTRAÇÃO O tempo de concentração inicial a montante nas áreas contribuintes dos trechos iniciais (1-2; 3.1-3 e 5.1-5) considerado foi de 5 minutos. Para os outros trechos, esse tempo de concentração a montante corresponde ao tempo de concentração à jusante do trecho anterior. Nos casos de PV’s que recebem, a montante, contribuições de dois trechos ao mesmo tempo, como no caso do PV 3, o tempo de concentração a montante é o maior tempo de concentração à jusante dentre os dois em questão. Para o cálculo do tempo de percurso, utilizou-se a equação: 𝑡𝑝 = 𝐿 𝑣 . Sendo L a extensão do trecho em metros e v a velocidade em m/s. Por último, o tempo de concentração à jusante é a soma do tempo de concentração inicial do trecho com o tempo de percurso. 2.3) TEMPO DE RETORNO Foram consideradas chuvas com recorrência de 10 anos. 2.4) EQUAÇÃO DE CHUVA A equação de chuva (curva IDF) pode ser obtida possuindo a série histórica do posto pluviométrico que corresponde a área de influência, aplicando-se a distribuição normal para estabelecer os parâmetros da chuva a partir do teste de Kolmogorov- Sminorv. Utilizando essa metodologia e os dados referentes a estação 00359005 – CPRM – SUREG/AM no período de 1997 – 2020 encontrou-se a seguinte equação para Manaus, a qual foi utilizada nos cálculos: 𝑖 = 1100,67 ∗ 𝑇𝑅 0,11 (𝑡 + 9,496)0,717 Sendo 𝑇𝑅 o tempo de retorno e 𝑡 o tempo de concentração. 2.5) VAZÃO Para o cálculo da vazão considerou-se o método racional e utilizou-se a seguinte equação: 𝑄 = 0,278 ∗ 𝐶 ∗ 𝑖 ∗ 𝐴, sendo 𝐶 o coeficiente de escoamento, 𝑖 a intensidade da chuva e 𝐴 a área. Nos trechos que não são iniciais acrescenta-se a vazão do trecho anterior para obter-se a vazão real à qual a galeria deve estar dimensionada para atender. 2.6) DECLIVIDADE A declividade foi obtida a partir da expressão 𝐼 = 𝐶𝑡𝑚−𝐶𝑡𝑗 𝐿 , sendo 𝐶𝑡𝑚 e 𝐶𝑡𝑗 as cotas do terro e 𝐿 o comprimento do trecho. 2.7) DIÂMETRO Para o cálculo do diâmetro necessário para a passagem da vazão calculada utiliza-se a expressão: 𝐷 = 1,55 ∗ ( 𝑛∗𝑄 𝐼0,5 ) 3 8⁄ , sendo 𝑛 o coeficiente de rugosidade, 𝑄 a vazão e 𝐼 a declividade. Neste dimensionamento o coeficiente de rugosidade considerado é de 0,015. Tendo-se o diâmetro calculado é possível descobrir qual o diâmetro comercial a ser utilizado, o qual deve ser igual ou superior ao valor calculado para atender à demanda necessária além de possuir no mínimo 400 milímetros. 2.8) VAZÃO COM SEÇÃO PLENA Para o cálculo de vazão com seção plena utiliza-se a equação de Manning abaixo: 𝑄𝑝𝑙𝑒𝑛𝑎 = 𝜋 ∗ 𝐷² 4 ∗ 𝑛 ∗ ( 𝐷 4 ) 2 3⁄ ∗ 𝐼0,5 Após o cálculo da vazão com seção plena, realiza-se a divisão entre Q e Qp e observa-se a tabela com relações baseadas na equação de Manning, disponível junto à planilha do Excel, a fim de obter as relações y/d e v/vp, as quais possibilitam encontrar os valores de y (altura da lâmina d’água no conduto) e v (velocidade). 2.9) ALTURA DA LÂMINA D’ÁGUA (y) A altura da lâmina d’água é obtida a partir da multiplicação da relação y/d pelo diâmetro adotado, sendo que y/d não deve ultrapassar 75% de acordo com a literatura. 2.10) VELOCIDADE A velocidade plena pode ser obtida a partir da expressão abaixo: 𝑣𝑝𝑙𝑒𝑛𝑎 = 𝑄𝑝𝑙𝑒𝑛𝑎 𝐴 = 4 ∗ 𝑄𝑝𝑙𝑒𝑛𝑎 𝜋 ∗ 𝐷² A velocidade é calculada a partir da multiplicação entre a relação v/vp obtida na tabela pela velocidade plena. Neste dimensionamento foi utilizado o limite do DNIT para este parâmetro que consiste na velocidade variando entre 1 e 4,5, ou seja, 1,0 ≤ 𝑣 ≤ 4,5. 2.11) RECOBRIMENTO DO CONDUTO O recobrimento mínimo do conduto considerado é de 1 metro. 2.12) COTA INFERIOR DA GALERIA A cota inferior da galeria consiste na subtração da cota do terreno menos o recobrimento menos o diâmetro adotado menos duas vezes a espessura do conduto, conforme a expressão abaixo: 𝐶𝑜𝑡𝑎 𝑖𝑛𝑓. 𝑑𝑎 𝑔𝑎𝑙𝑒𝑟𝑖𝑎 = 𝐶𝑡 − 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑏𝑟𝑖𝑚𝑒𝑡𝑜 − 𝐷 𝑎𝑑𝑜𝑡𝑎𝑑𝑜 − 2 ∗ 𝐸𝑠𝑝𝑒𝑠𝑠𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑢𝑡𝑜 No presente dimensionamento a espessura do conduto considerada equivale a 5 centímetros. 2.13) PROFUNDIDADE DA GALERIA Para obter-se a profundidade da galeria realiza-se a subtração entre a cota do PV no terreno e a cota inferior da galeria, sendo que o a profundidade máxima admitida é de 3 metros. 3) PASSO A PASSO O primeiro passo no dimensionamento consiste em nomear os trechos e alocá- los na tabela junto com os comprimentos, com as áreas de contribuição, com os tempos de concentração iniciais, com as cotas do terreno e com os coeficientes de runoff. Em seguida calcula-se a inclinação e posteriormente a intensidade das chuvas. A partir dessas informações pode-se obter em sequência a vazão, o diâmetro necessário e adotado, a vazão para seção plena, a razão entre vazão e vazão plena, os valores de y/D ev/vp e a velocidade real. Tendo-se a velocidade real é possível calcular o tempo de percurso e consequentemente, o tempo de concentração à jusante. Feito esses passos deve-se observar se os parâmetros determinados foram atendidos. Para obtenção da cota inferior da galeria preenche-se inicialmente a coluna do recobrimento mínimo e realiza-se o procedimento descrito em 2.12 e para obtenção da profundidade da galeria realiza-se o que está descrito em 2.13. 4) RESULTADOS A tabela com o dimensionamento completo está disposta no Apêndice A. Tr (anos) Tc (min) n Tc inicial (min) 10 5,0000 0,015 5 T D calc. D adot. Q com seccao plena V em seccao plena V TRECHO ACUM. MONT. TRECHO JUS. anos (m) (m) (m³/s) Vp (m/s) (m/s) MONT. JUS. MONT. JUS. MONT. JUS. MONT. JUS. 1-2 73 0,62 0,62 5,00 0,41 5,41 10 0,4 208 0,144 0,27 0,40 0,400 0,35959 0,42 0,168 0,9239 3,18 2,94 782,50 778,92 0,04904 781,00 777,42 1,50 1,50 1,00 1,00 2-3 60 0,50 1,12 5,41 0,31 5,72 10 0,5 204 0,286 0,36 0,40 0,368 0,77552 0,67 0,268 1,1083 2,93 3,25 778,92 776,42 0,04167 777,42 774,92 1,50 1,50 1,00 1,00 3.1 - 3 92 0,80 0,80 5,00 0,63 5,63 10 0,4 208 0,185 0,34 0,40 0,285 0,64985 0,59 0,236 1,0663 2,27 2,42 778,72 776,42 0,02500 777,22 774,92 1,50 1,50 1,00 1,00 3-4 90 0,76 2,68 5,72 0,41 6,13 10 0,5 201 0,684 0,53 0,60 0,952 0,71840 0,63 0,378 1,0893 3,37 3,67 776,42 773,54 0,03200 774,72 771,84 1,70 1,70 1,00 1,00 4-5 45 0,82 3,50 6,13 0,28 6,41 10 0,6 198 0,954 0,74 0,80 1,196 0,79778 0,68 0,544 1,1124 2,38 2,65 773,54 773,05 0,01089 771,64 771,15 1,90 1,90 1,00 1,00 5.1 - 5 100 0,87 0,87 5,00 0,75 5,75 10 0,4 208 0,202 0,37 0,40 0,249 0,81066 0,69 0,276 1,1162 1,98 2,21 774,95 773,05 0,01900 773,45 771,55 1,50 1,50 1,00 1,00 5- rio 35 0,78 5,15 6,41 0,15 6,57 10 0,6 195 1,409 0,75 0,80 1,700 0,82917 0,70 0,560 1,1198 3,38 3,79 773,05 772,28 0,02200 771,15 770,38 1,90 1,90 1,00 1,00 APÊNDICE A - DIMENSIONAMENTO ÁREA DE CONTRIBUIÇÃO (ha) COTA PV NO TERRENO (m) COTA INF. DA GALERIA PROF. GALERIA (m) TRECHO L (m) C i (mm/ min) Q (m³/s) Tc (min) RECOBRIMENTO DO CONDUTO Q/Qp Y/D Y - LÂMINA D'ÁGUA V/Vp It (m/m)
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