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Fundamentos de Administração Geral e Hospitalar W B A 0 2 2 9 _ V 1. 0 2/252 Fundamentos de Administração Geral e Hospitalar Autoria: Luiz Antonio Gentile Jr. Como citar este documento: GENTILE, Jr. Luiz Antonio. Fundamentos de Administração Geral e Hos- pitalar. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: História das Organizações Hospitalares e da Saúde 06 Assista a suas aulas 24 Unidade 2: Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde 32 Assista a suas aulas 58 Unidade 3: Planejamento estratégico em saúde 67 Assista a suas aulas 93 Unidade 4: Planejamento Tático e Operacional em Saúde 100 Assista a suas aulas 130 2/252 3/2523 Unidade 5: Princípios Básicos em Contabilidade e Custos 138 Assista a suas aulas 157 Unidade 6: Gestão de Processos e Informações Gerenciais 165 Assista a suas aulas 185 Unidade 7: Relatórios Financeiros e Orçamentos 193 Assista a suas aulas 217 Unidade 8: Gestão Administrativa em Organizações de Saúde 225 Assista a suas aulas 244 Sumário Fundamentos de Administração Geral e Hospitalar Autoria: Luiz Antonio Gentile Jr. Como citar este documento: GENTILE, Jr. Luiz Antonio. Fundamentos de Administração Geral e Hos- pitalar. Valinhos: 2017. 4/252 Apresentação da Disciplina A palavra de ordem hoje é gestão sustentá- vel. Somente a prática da gestão sustentável pode assegurar o desenvolvimento econô- mico e social dos países e das organizações, de maneira a preservar o planeta e, ao mes- mo tempo, garantir a sobrevivência e evolu- ção da humanidade. Há um consenso geral que o planeta já não suporta mais os modelos de desenvolvimen- to econômico e social que vigoravam até o fi- nal do século XX. Extrativismo, exaustão das reservas naturais, desrespeito ao meio am- biente, relações conturbadas entre o capital e o trabalho e pouco apreço à ética, transpa- rência e responsabilidade social empresarial e ambiental. Mais do que nunca o consenso geral identifi- ca que o mundo necessita de gestão. Isso se aplica a qualquer organização e instituição. Governos, organizações internacionais, em- presas, organizações não governamentais, comunidades religiosas, universidades, hos- pitais e outras. Gestão significa conduzir uma organização, de forma planejada a alcançar resultados que satisfaçam todas as partes interessadas. Sustentável, por perseguir resultados equili- brados em três dimensões – econômica, so- cial e ambiental. As organizações bem geri- das são vetores de desenvolvimento econô- mico, social e de preservação do planeta. A arte e ciência da administração, ou gestão, é antiga e a história da civilização ilustra di- versos avanços nesta área, dos egípcios an- tigos até os exércitos e a igreja. As maiores influências vieram da Igreja e dos exércitos. Eles lidavam com enormes desafios para so- breviverem e evoluírem – comunicação, or- 5/252 ganização, comando, controle e extensão. Essas organizações tinham propósitos (vi- são, missão, valores) e buscavam resultados para satisfazer as suas partes interessadas. Essa influência perdurou até a metade do século XX, principalmente, entre as grades empresas. Diversos avanços ocorreram na história da administração e foram caracterizados por desafios que foram vencidos por soluções que hoje chamamos de práticas de gestão. Hoje nenhuma atividade organizada pode subsistir, de maneira sustentável e por longo tempo, sem os cuidados de uma gestão efi- caz e eficiente. De grandes empresas, pas- sando por governos, escolas, clubes e igre- jas, podem sobreviver e crescer sem uma boa gestão. Nesta disciplina, você aprenderá sobre ges- tão de um tipo de organização que tem cres- cido de tamanho, complexidade e importân- cia – o hospital e por extensão, todas as or- ganizações da saúde. Os temas foram organizados de maneira que você possa entender e aprender como gerir uma organização hospitalar, desde os aspec- tos de organização, planejamento e os con- troles financeiros e orçamentários da rotina. 6/252 Unidade 1 História das Organizações Hospitalares e da Saúde Objetivos 1. Apresentar a evolução das organiza- ções hospitalares e da saúde ao longo do tempo. 2. Apresentar os diversos modelos de organização das organizações hospi- talares e saúde. 3. Apresentar modelos de organização e a gestão hospitalar. Conceitos, princí- pios, processos e o papel do gestor. 4. Apresentar modelos de organização da Saúde. Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde7/252 Introdução A história da civilização mostra que a pessoa enferma necessita de cuidados e atenção e, portanto, de abrigo. Desde o início dos tem- pos, as comunidades se preocuparam com os cuidados aos enfermos e desvalidos. Ao longo da história coube às instituições re- ligiosas a sistematização desses cuidados, tanto que, até os dias atuais, muitas ordens religiosas nasceram e se mantém com esse propósito. O cuidado médico das pessoas acolhidas veio somente nos séculos XVII e XIX, mas é no século XX que os hospitais adquirem o contorno de como funcionam hoje, passan- do de simples centros de acolhimento hu- manitário de pessoas doentes e deficientes, para uma instituição técnica, de cuidados especializados e com interesses e preocu- pações de ordem econômico-financeiras. 1. História das organizações hospitalares Nesta parte você conhecerá a evolução das organizações hospitalares ao longo do tem- po até os dias atuais e as motivações que impulsionaram essa trajetória. Remontam ao tempo do Império Romano as primeiras iniciativas organizadas para cuidar de enfermos, notadamente com pre- ocupações econômicas e militares de sus- tentar e expansão do império. Na Idade Média, no ocidente, foi vigente a convicção de que a assistência espiritual é indicada para as pessoas acometidas de do- Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde8/252 enças e outros infortúnios; daí a razão para que muitas das instituições dedicadas a isso eram conventos, igrejas e outras organiza- ções da cristandade. Na Idade Moderna, as organizações hospi- talares mantiveram seu caráter de promo- ção social, auxiliando a administração das cidades no controle e cuidados com os po- bres e desvalidos, principalmente dos por- tadores de doenças degenerativas, conta- giosas e males do espírito (hanseníase, pes- tes, doenças mentais e outras). Uma grande mudança nos estabelecimen- tos hospitalares ocorreu durante os séculos XVIII e XIX, passando do estágio de promo- ção e controle social para o tratamento e re- cuperação dos doentes e políticas de saúde pública e higiene. Isso ocorreu devido ao in- teresse mercantilista/militar das nações em manter uma população sadia e produtiva e em condições de manutenção e expansão dos impérios e do comércio. Graças ao avanço dos conhecimentos mé- dicos e sanitários e da tecnologia, a socie- dade ocidental do final do século XIX já se encontrava em avançado estágio de medi- calização, contando com estabelecimentos hospitalares dotados de profissionais médi- cos, enfermeiros e cuidadores, trabalhando em processos organizados e com práticas consagradas. No decorrer do século XX, o hospital tornou- -se uma organização complexa, desempe- nhando, tanto na função social e humanitá- ria como, também um centro de tratamento especializado, com características técnicas Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde9/252 e administrativas para atender à dinâmica que lhe é inerente. “O Hospital, então, com a crescente incorporação tecnológica, pas- sa a ser uma Instituição de serviços com alta função social e características técnicas, ad- ministrativas e econômica gerais, similares às de outras organizações de negócio [...]” (ZOBOLI, 2012 p. 17). Nesse estágio aparece a necessidade de um administrador hospitalar, cujas funções e reponsabilidades são de amplo espectro, indo da gestão dos diversos recursos (ma- teriais, financeiros, humanos, tecnológicos) até a organizaçãodos espaços e logística interna e da gestão das receitas da institui- ção e da negociação dos conflitos entre os diversos interesses das partes interessadas – médicos, profissionais da saúde, clientes (pacientes e familiares), fontes de paga- mento, governos, sociedade, fornecedores etc. Data de 1930 o surgimento do primeiro cur- so destinado a formar administradores hos- pitalares, na Duke University, nos EUA. No Brasil, em 1951 foi criado o primeiro curso em nível de especialização, para adminis- tração hospitalar na Faculdade de Saúde Pública da USP. Hoje existem diversos cur- sos com esse propósito, tanto em nível de especialização, como em graduação e pós- -graduação. Na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, foi criado há alguns anos, uma Residência em Adminis- tração Hospitalar, cujos residentes estudam Administração Hospitalar na Escola de Administração de São Paulo, da Fundação Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde10/252 Getúlio Vargas e fazem o estágio prático no Complexo Hospitalar da Clínicas. Link Para aprofundamento da história das organiza- ções hospitalares e o papel do gestor hospitalar, recomenda-se o acesso aos links a seguir: Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina. Administração hospitalar, 2017. Dis- ponível em: <https://www.spdm.org.br/blo- gs/item/482-administração-hospitalar>. Acesso em: 21 jun. 2017. Ministério da Saúde. História e evolução dos hospitais. Rio de Janeiro: S. I, 1965. 588 p. Dis- ponível em: <http://bvsms.saude.gov.br/bvs/ publicacoes/cd04_08.pdf>. Acesso em: 21 jun. 2017. Link O Hospital é tido por muitos como uma organiza- ção altamente complexa por suas características operacionais. O guru de administração, Michael Porter, disse que o hospital é tão complexo quan- to um aeroporto. Daí o desafio da sua gestão e o preparo que se espera do Administrador Hospita- lar para que consiga bons resultados. Leia o artigo referido e saiba mais. LISBÔA, Juliana. Os desafios da gestão hospita- lar. 2015. Disponível em: <http://www.admi- nistradores.com.br/artigos/carreira/os-de- safios-da-gestao-hospitalar/89461/>. Acesso em: 21 jun. 2017. https://www.spdm.org.br/blogs/item/482-administração-hospitalar https://www.spdm.org.br/blogs/item/482-administração-hospitalar http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd04_08.pdf http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd04_08.pdf http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/os-desafios-da-gestao-hospitalar/89461 http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/os-desafios-da-gestao-hospitalar/89461 http://www.administradores.com.br/artigos/carreira/os-desafios-da-gestao-hospitalar/89461 Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde11/252 2. Modelos de organização e a gestão hospitalar Nessa parte, você será apresentado aos principais modelos de organização da ges- tão empresarial e aos modelos de gestão hospitalar, cujas referências e acreditação são reconhecidas mundialmente. O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG), adotado pela Fundação Nacional da Qualidade – FNQ, tem oito critérios. Eles definem os pilares e a base teórica e refe- rencial de uma boa gestão. O MEG assegu- ra que o sucesso de uma organização está diretamente relacionado à sua capacidade de atender às necessidades e expectativas de seus clientes. Estas capacidades devem ser identificadas, entendidas e utilizadas para que se crie o valor necessário para con- quistar e reter esses clientes. A adoção de estratégias e práticas de gestão do relacio- namento da organização com seus clientes permitem que a organização obtenha um conjunto importante de informações e co- nhecimentos sobre estes clientes e o nicho de mercado que eles formam; isto se cons- titui em fator crítico de sucesso para a Qua- lidade e a Excelência. Para que haja continuidade em suas opera- ções, a organização também deve identi- ficar entender e satisfazer as necessidades e expectativas da sociedade e das comu- nidades com as quais interage – sempre de forma ética, cumprindo as leis e pre- servando o ambiente. Uma das responsa- bilidades das organizações neste sentido é http://www.fnq.org.br/site/402/default.aspx http://www.fnq.org.br/site/402/default.aspx Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde12/252 a indução do desenvolvimento social e econômico na comunidade em que está inserida. A cha- mada Responsabilidade Socioambiental insere-se no conceito de sustentabilidade, que reco- menda que a operação da organização deva ser economicamente viável, socialmente justa e ecologicamente correta (Triple Botton Line). Para saber mais Desenvolvimento Sustentável “A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvi- mento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender às neces- sidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro. Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Uni- das para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental” (WWF BRASIL. 2017. Disponível em: <http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/ques- toes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/>. Acesso em: 22 jun. 2017). http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/ http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/questoes_ambientais/desenvolvimento_sustentavel/ Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde13/252 Figura 1 | Representação diagramática do MEG Fonte: <http://www.fnq.org.br/aprenda/metodologia-meg/modelo-de-excelencia-da-gestao>. Acesso em: 18 jun. 2017. http://www.fnq.org.br/aprenda/metodologia-meg/modelo-de-excelencia-da-gestao Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde14/252 ISO – International Organization for Stan- dartization O Sistema de Garantia da Qualidade, como o próprio nome diz, cuida para que a em- presa consiga assegurar produtos e serviços conformes, ou seja, de acordo com a espe- cificação das necessidades dos clientes. A série de normas ISO-9000 vem sendo edi- tada pela organização internacional de pa- dronização, com sede em Genebra-Suíça. A ISO publica, regularmente uma gama de normas técnicas que referenciam diversos sistemas de tecnologia industrial básica – TIB, entre eles, os sistemas que regula- mentam a qualidade assegurada. No Brasil, a responsabilidade sobre o uso delas é do Inmetro – Instituto Nacional de Metrologia, através das NBRs – Normas Técnicas Brasi- leiras. Segue uma representação diagramá- tica do sistema da qualidade. Figura 2 - Modelo de um sistema de ges- tão da qualidade baseado em processo Fonte: Adaptado de Norma Brasileira – ABNT NBR ISSO 9001 – Sis- tema de Gestão da Qualidade – requisitos, 2. ed. 28/11/2008. Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde15/252 Tecnologia Industrial Básica – TIB Tecnologia Industrial Básica é uma expressão criada pela extinta Secretaria de Tecnologia Industrial – STI, do antigo Ministério da Indústria e do Comércio – MIC, no final da década de 1970, para traduzir em um único conceito as principais funções do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial. O Sinme- tro, instituído pela lei 5966 de 11 de dezembro de 1973, é constituído por organizações públicas e privadas que exercem atividades relacionadas à me- trologia, normalização, qualidade industrial e certificação da conformidade. TIB compreende as áreas de metrologia, normalização, regulamentação técni- ca e avaliação de conformidade (acreditação, inspeção, ensaios, certificação e suas funções correlatas). Inclui também a questão da propriedade intelectual e informação tecnológica, associadas a estas áreas. (Disponível em: <https:// www.ufmg.br/prpq/index.php/editais?id=112>. Acesso em: 4 jul. 2017). https://www.ufmg.br/prpq/index.php/editais?id=112https://www.ufmg.br/prpq/index.php/editais?id=112 Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde16/252 Programa de Certificação da Qualidade Hospitalar – CQH e Prêmio Nacional de Gestão em Saúde – PNGS O CQH foi criado em 1991 e é mantido pela APM – Associação Paulista de Medicina e pelo Cremesp – Conselho Regional de Me- dicina do Estado de São Paulo, apoiado pela FGV – Fundação Getúlio Vargas e pela FNQ – Fundação Nacional da Qualidade. Inspirou- -se na “Joint Comission on Accreditation of Health Care Organization” – JCAHO. Ele visa contribuir para a melhoria continua da qua- lidade hospitalar. PNGS – Prêmio Nacional de Gestão em Saúde. O PNGS, diferentemente do CQH, que é res- trito a hospitais, estende-se a toda a cadeia de valor da saúde, abrangendo clínicas, la- boratórios, serviços de apoio ao diagnósti- co e outros. Joint Commission International – JCI A JCI já avaliou e acreditou mais de 17 mil serviços de saúde no território americano, sendo a mais antiga e maior organização de acreditação em todo o mundo. As maiores e melhores organizações da saúde buscam essa acreditação que representa um selo de garantia da qualidade e segurança do pa- ciente e traz muita credibilidade pala a or- ganização de saúde. Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde17/252 Sistema Brasileiro de Acreditação – SBA e a Organização Nacional de Acreditação – ONA. Baseia-se nas demais normas e modelos – ISO, FNQ, JCI e na OPAS – Organização Pan-americana de Saúde e nas sete dimensões da qualidade, descritos por Donabedian. Link Sobre os modelos de gestão aqui apresentados, visite os sites, através dos links a seguir: MEG=<http://www.fnq.org.br/aprenda/metodologia-meg/modelo-de-excelencia-da-ges- tao>. Acesso em: 18 jun.2017. ISO=<http://www.inmetro.gov.br/qualidade/apresenta%20pesquisaISO.asp>. Acesso em: 18 jun. 2017. CQH=<http://www.cqh.org.br/portal/pag/inicial.php>. Acesso em: 18 jun. 2017. JCI=<https://www.jointcommission.org/acessado>. Acesso em: 18 jun. 2017. ONA=<https://www.ona.org.br/Inicial>. Acesso em: 18 jun. 2017. http://www.fnq.org.br/aprenda/metodologia-meg/modelo-de-excelencia-da-gestao http://www.fnq.org.br/aprenda/metodologia-meg/modelo-de-excelencia-da-gestao http://www.inmetro.gov.br/qualidade/apresenta pesquisaISO.asp http://www.cqh.org.br/portal/pag/inicial.php https://www.jointcommission.org/acessado https://www.ona.org.br/Inicial Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde18/252 3. Modelos de organização da saúde Vimos um pouco sobre a organização inter- na de um hospital e algumas formas de sis- tematização de sua gestão administrativa. Veremos agora de uma forma abrangente como se organiza seu sistema externo. No Brasil, o Sistema de Saúde é organizado pelo Sistema Único da Saúde – SUS e o Sistema de Saúde Suplementar, ambos fiscalizados pela ANS – Agência Nacional da Saúde. O SUS está estruturado em três pilares que lhe dá sustentação: rede (integração dos serviços), regionalização (região de saúde) e hierarquização (níveis de complexidade dos serviços). Estes são os pilares que sus- tentam o modelo de atenção à saúde, con- forme diz a Constituição Federal. A rede (integração dos serviços) compre- ende toda a cadeia de valor da saúde, hos- pitais, laboratórios, serviços de apoio ao diagnóstico, serviços de atenção básica e outros. A regionalização diz respeito à lo- gística e capilaridade do sistema em todo território nacional e a hierarquização, diz respeito à complexidade do sistema. A hie- rarquização se inicia pela rede de atenção básica ou primária, que é a porta de entrada no sistema, indo para rede secundária, re- ferenciada pela rede básica, constituída da rede de ambulatórios de especialidades e os pronto-atendimentos de urgência e emer- gência e a rede de hospitais de média e alta complexidade, constituindo a rede terciária. Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde19/252 A atenção primária deve atuar como se fora um filtro inicial, resolvendo a maior parte das necessidades de saúde (por volta de 85%) dos usuários e ordenando a demanda por serviços de maior complexidade, organizando os fluxos da continuidade da atenção ou do cuidado. Este papel essencial da atenção primária, tanto na resolução dos casos, quanto no referencia- mento do usuário para outros níveis, torna-a a base estruturante do siste- ma e ordenadora de um sistema piramidal (SANTOS, 2011, s.p.). O Sistema de Saúde Suplementar, como o nome diz, suplementa a cobertura assistencial abran- gida pelo SUS, um bem público, previsto na constituição federal de 1998 e estende o direito à saúde a todos os brasileiros, é um dever do Estado. A ANS fiscaliza o setor e as empresas partic- ulares que prestam serviços de cobertura assistencial da saúde, como as operadoras (Plano de Saúde). Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde20/252 Glossário Modelo: é um conjunto de regras, códigos de conduta, procedimentos e práticas de gestão que foram consagrados ao longo do tempo em organizações excelentes e foram compilados e padronizados por instituições de acreditação, cuja competência e seriedade são reconhecidas mundialmente. O modelo é utilizado como referência de gestão para a comparação da maturi- dade da gestão atual com a excelência preconizada. As sete dimensões da qualidade: eficácia, efetividade, eficiência, otimização, aceitabilidade, legitimidade e equidade. Relatório Brundtland: é o documento intitulado Nosso Futuro Comum, publicado em 1987. O Relatório foi elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. No início da década de 1980, a ONU retomou o debate das questões ambientais. A primeira- -ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland, chefiou a Comissão Mundial do Meio Ambiente e Desenvolvimento, para estudar o assunto. https://pt.wikipedia.org/wiki/Relat%C3%B3rio_Brundtland https://pt.wikipedia.org/wiki/1987 https://pt.wikipedia.org/wiki/1980 https://pt.wikipedia.org/wiki/ONU https://pt.wikipedia.org/wiki/Noruega https://pt.wikipedia.org/wiki/Gro_Harlem_Brundtland Questão reflexão ? para 21/252 Como você leu, é importante para o hospital e outras or- ganizações da saúde, referenciar sua gestão por um ou mais modelos descritos aqui. Reflita sobre isso e iden- tifique o(s) modelo(s) mais adequado(s) para o nível de maturidade atual da sua empresa. 22/252 Considerações Finais Nesse tema você viu: • A importância da gestão profissional das organizações hospitalares, dada a sua complexidade e necessidade de sobrevivência e evolução. • As características e desafios do administrador hospitalar. • A importância da adoção de um ou mais modelos de gestão para referenciar a administração hospitalar e assegurar resultados excelentes, sempre. • A importância da certificação para usufruto dos inúmeros benefícios advin- dos para o hospital. Unidade 1 • História das Organizações Hospitalares e da Saúde23/252 Referências ANDRÉ, M. Adriana. Gestão estratégica de clínicas e hospitais. São Paulo: Atheneu, 2014, p. 319-336. MINAS GERAIS. UFMG. Tecnologia industrial básica. 2010. Disponível em: <https://www.ufmg. br/prpq/index.php/editais?id=112>. Acesso em: 4 jul. 2017.) SANTOS, Lenir. Blog Direito Sanitário: Saúde e Cidadania. O Modelo de Atenção à Saúde se Fun- damenta em Três Pilares. 2011. Disponível em: <http://blogs.bvsalud.org/ds/2011/09/15/o-mo- delo-de-atencao-a-saude-se-fundamenta-em-tres-pilares-rede-regionalizacao-e-hierarquiza- cao/>. Acesso em: 22 jun. 2017. ZOBOLI, L. C. P. Elma. Ética administração hospitalar. São Paulo: Loyola, 2012, p. 13-56. https://www.ufmg.br/prpq/index.php/editais?id=112 https://www.ufmg.br/prpq/index.php/editais?id=112 http://blogs.bvsalud.org/ds/ http://blogs.bvsalud.org/ds/2011/09/15/o-modelo-de-atencao-a-saude-se-fundamenta-em-tres-pilares-rede-regionalizacao-e-hierarquizacao/ http://blogs.bvsalud.org/ds/2011/09/15/o-modelo-de-atencao-a-saude-se-fundamenta-em-tres-pilares-rede-regionalizacao-e-hierarquizacao/http://blogs.bvsalud.org/ds/2011/09/15/o-modelo-de-atencao-a-saude-se-fundamenta-em-tres-pilares-rede-regionalizacao-e-hierarquizacao/ 24/252 Assista a suas aulas Aula 1 - Tema: História das Organizações Hos- pitalares e da Saúde. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/1027641aa1022048e3b78557fbee24c7>. Aula 1 - Tema: História das Organizações Hos- pitalares e da Saúde. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/ e5b91f0df68135ac7eca3439695ec7ab>. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/1027641aa1022048e3b78557fbee24c7 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/1027641aa1022048e3b78557fbee24c7 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/1027641aa1022048e3b78557fbee24c7 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/e5b91f0df68135ac7eca3439695ec7ab https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/e5b91f0df68135ac7eca3439695ec7ab https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/e5b91f0df68135ac7eca3439695ec7ab 25/252 1. A palavra de ordem hoje é gestão sustentável. Somente a prática da ges- tão sustentável pode assegurar o desenvolvimento econômico e social dos países e das organizações, de maneira a preservar o planeta e, ao mesmo tempo, garantir a sobrevivência e evolução da humanidade.t Com base na afirmação acima, escolha a alternativa correta. a) Isso somente é válido para a organizações industriais e comerciais. b) Isso somente se aplica àquelas organizações que afetam o meio ambiente, devido as suas características produtivas. c) Isso se aplica a todas as organizações, independente do segmento econômico e caracterís- ticas de produtivas d) O hospital é um caso à parte, portanto, não se encaixa na afirmativa. e) Organizações prestadoras de serviço não têm características que exijam gestão sustentável. Questão 1 26/252 2. O hospital é uma organização de alta complexidade, porque: Com base na afirmação acima, escolha a alternativa correta. a) Sua missão é salvar vidas e isso, por si só é altamente complexo. b) Lida diariamente com situações-limite e altamente estressantes para as pessoas que lá es- tão trabalhando e os pacientes e familiares. c) É imprevisível a obtenção de resultados planejados. d) Coexistem, em um mesmo ambiente, diversas operações distintas, mas que visam ao mes- mo objetivo. e) O hospital lida com o imprevisível, a necessidade de agilidade e a destreza dos profissionais da saúde. Questão 2 27/252 3. A organização hospitalar necessita de um modelo de gestão, porque: Com base na afirmação acima, escolha a alternativa correta. a) Com isso ela ganha ares de sofisticação e atrai mais clientes. b) Assegura uma melhor gestão, pois está referenciada pelas melhores práticas de gestão do mercado e, também destaca sua marca e tem maior potencial comercial. c) Isso proporciona melhor credibilidade e confiança para os médicos, pacientes e familiares. d) Garante melhores indicadores de desempenho. Por exemplo, menor quantidade de faleci- mentos. e) Assegura que ela está utilizando as melhores tecnologias disponíveis. Questão 3 28/252 4. Quais são as principais partes interessadas em uma organização hospita- lar? Diante da questão, escolha a alternativa correta: a) Dirigentes/acionistas-pacientes e familiares - médicos-parceiros-fornecedores-ANS. b) Dirigentes/acionistas-pacientes e familiares - médicos e colaboradores-parceiros-fornece- dores-ANS. c) Dirigentes/acionistas-pacientes e familiares - médicos e colaboradores-parceiros e forne- cedores-ANS, planos de saúde. d) Dirigentes/acionistas-pacientes e familiares - médicos e colaboradores-parceiros-fornece- dores-ANS e sociedade. e) Dirigentes/acionistas-pacientes e familiares - médicos e colaboradores-parceiros e forne- cedores-ANS/governo-sociedade. Questão 4 29/252 5. Qual o melhor resultado para um hospital? Diante da questão, escolha a alternativa correta: a) Lucro - pacientes e familiares satisfeitos - médicos satisfeitos. b) Pacientes saírem curados e satisfeitos. c) Baixo índice de glosas nas contas hospitalares. d) Baixo índice de infecção hospitalar - baixo índice de glosas nas contas hospitalares - alto índice de satisfação dos pacientes e familiares-alto índice de lucratividade. e) Resultados satisfatórios para todas as partes interessadas. Questão 5 30/252 Gabarito 1. Resposta: C. O conceito de Sustentabilidade e a Gestão Sustentável aplica-se a qualquer organi- zação, independentemente do porte, seg- mento e característica econômica. A orga- nização (inclusive sem fins lucrativos) sus- tentável é aquela que é, ao mesmo tempo, economicamente viável (equilibra receitas com despesas), socialmente justa (ética e transparente) e ambientalmente correta (respeita o meio ambiente). 2. Resposta: D. A organização hospitalar é um conjunto de várias operações (hotel, laboratórios, ser- viços de apoio ao diagnóstico etc.) que tem que funcionar de forma harmônica. 3. Resposta: B. O modelo de gestão auxilia o gestor e equipe a serem mais eficientes e eficazes na opera- ção do hospital e assegurar melhores resul- tados para todas as partes interessadas. 4. Resposta: E. Minimamente este é o conjunto de atores que interagem a organização hospitalar e manifestam interesses (necessidades) a se- rem satisfeitos. Os resultados obtidos devem satisfazer a todos, de forma equilibrada. 5. Resposta: E. Cada parte tem um conjunto de necessi- dades diferente. Os pacientes e familiares, 31/252 Gabarito pronto restabelecimento e boa assistência; os médicos e colaboradores, um bom am- biente de trabalho e remuneração justa; os dirigentes resultados líquidos financeira- mente recompensadores; os parceiros e for- necedores, continuidade de relacionamen- to e remuneração adequada; a sociedade, respeito ao meio ambiente, respeito às leis e indução de desenvolvimento econômico e social. 32/252 Unidade 2 Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde Objetivos 1. Apresentar as principais teorias e es- colas que compõem a TGA – Teoria Geral da Administração. 2. Refletir sobre os principais destaques e contribuições de cada uma delas. 3. Apresentar os aspectos mercadológi- cos aplicados à saúde. 4. Refletir a efetividade da mercadologia sobre as organizações da saúde. Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde33/252 Introdução A administração nasceu primeiro como arte, depois tornou-se ciência, com princí- pios gerais e conceitos, para auxiliar os ges- tores a entenderem a realidade das organi- zações, enfrentarem os desafios e tomarem melhores decisões de planejamento, exe- cução, controle e medição de resultados. Como em toda ciência, as teorias nasceram das observações empíricas dos experimen- tos e da observação diuturna das situações das organizações, que depois foram siste- matizados por cientistas da administração, engenheiros, economistas e cientistas do comportamento humano. O estudo das te- orias mostra que todas elas foram elabora- das a partir de necessidades que surgiram em sua época e que ainda hoje se mostram verdadeiras e muitos de seus princípios e valores ainda são válidos e aplicados. Re- sumidamente podemos estruturar esse conhecimento em cinco grandes áreas da gestão das organizações: estratégia, mer- cado, operação, administração e finanças e pessoas. Para assegurar resultados eficazes e eficiências, as organizações necessitam entregar valor para os seus clientes. Nesse tema veremos alguns conceitos bási- cos de administração e marketing e a evo- lução dessas duas temáticas ao longo das últimas décadas. 1. Conceitos básicos Antes de iniciarmos nossa explanação so- bre os conceitose teorias gerais da admi- nistração é importante alinhar alguns con- Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde34/252 ceitos básicos da administração que podem se diferenciar conceitualmente de outras ciências. Eficiência diz respeito ao desempenho dos processos, da otimização no uso dos recur- sos, dos custos, despesas e da produtivida- de que a empresa obtém para a entrega de valor aos clientes. A empresa é eficiente, na medida que entregar mais valor ao cliente, por menos recursos utilizados. Ela é produ- tiva. Eficácia diz respeito aos resultados do pro- cesso, da qualidade dos produtos, bens e serviços produzidos pelas empresas e en- tregues aos clientes. A empresa é eficaz, na medida que entrega aos clientes produtos e serviços em conformidade total aos requisi- tos, ou seja, entrega qualidade 100%. Produtividade diz respeito à relação mate- mática entre quantidade produzida e recur- so utilizado. Quanto maior a relação entre quantidade produzida e recursos utilizados, maior será a produtividade. Valor diz respeito ao conjunto de atributos contidos em produtos, bens e serviços que têm a propriedade de satisfazer as necessi- dades dos clientes. Quando isso ocorre, eles ficam satisfeitos. Qualidade diz respeito à percepção que uma pessoa, normalmente cliente, pos- sui de um bem ou serviço. Essa percepção ocorre à medida que a pessoa julga ter va- lor. Por exemplo, um produto pode ter como qualidade o design para uma pessoa, o pre- ço para outra, a durabilidade para ainda ou- tra e assim por diante. Assim, o âmbito da Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde35/252 qualidade é muito vasto podendo ser, além dos mencionados, a forma de pagamento, entrega, confiabilidade entre tantos outros atributos possíveis. Teorias são explicações, interpretações so- bre a realidade. Por exemplo, a Teoria do Processo Administrativo. Link Veja um pouco mais sobre a qualidade e o valor percebido pelo cliente em: SCHEUER, Karina. Va- lor percebido pelo cliente. 2010. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/arti- gos/marketing/valor-percebido-pelo-clien- te/37326/>. Acesso em: 27 jun. 2017. Enfoque, ou abordagem, é uma maneira de interpretar as organizações e o proces- so administrativo. Por exemplo, a ênfase na eficiência dos processos, da Administração Científica. Escola é formada por um conjunto de es- tudiosos que adotam uma mesma linha de pensamento. Por exemplo, o Pensamento sistêmico. Modelo de Gestão é o conjunto de doutri- nas e técnicas da gestão administrativa. Por exemplo – O Modelo Japonês de Adminis- tração. Modelo de Organização é um conjunto de características que define uma organização e a maneira como é administrada. Doutri- na é um princípio de conduta que determi- http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/valor-percebido-pelo-cliente/37326 http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/valor-percebido-pelo-cliente/37326 http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/valor-percebido-pelo-cliente/37326 Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde36/252 na a forma de agir e referencia julgamentos e decisões. Por exemplo, o Movimento da Qualidade tem como doutrina a satisfação total do cliente. Técnicas são utilizadas para resolver proble- mas em administração. Por exemplo, meto- dologias de planejamento, metodologias de solução de problemas e outras. Link Modelo Japonês de Administração As empresas japonesas, com destaque para a Toyota, consolidaram um modelo de administra- ção peculiar, misturando conceitos clássicos da administração científica, com a filosofia da quali- dade e a cultura japonesa. SOARES, Adriano. Sis- tema Toyota de produção. 2013. Disponível em: <http://www.administradores.com.br/arti- gos/academico/sistema-toyota-de-produ- cao/72757/>. Acesso em: 27 jun. 2017. http://www.administradores.com.br/artigos/academico/sistema-toyota-de-producao/72757 http://www.administradores.com.br/artigos/academico/sistema-toyota-de-producao/72757 http://www.administradores.com.br/artigos/academico/sistema-toyota-de-producao/72757 Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde37/252 2. Teorias da Administração Administração é o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de Recursos (figura 4). O processo administrativo abrange cinco tipos prin- cipais de decisões, também chamadas processos ou funções: Planejamen- to, Organização, Execução e Controle (MAXIMIANO, 2011, p. 6). A Teoria Geral da Administração iniciou-se com a ênfase nas tarefas desenvolvidas pelos funcio- nários em uma fábrica. No início do século XX, as siderúrgicas americanas estavam com grandes problemas de produtividade e o Engenheiro Frederick W. Taylor propôs-se a estudar os proble- mas e apresentar soluções. Desse esforço nasceu a Administração Científica, que tem esse nome pelas aplicações técnicas que Taylor empregou. Mais tarde, Henry Ford introduziu a linha de fabricação e utilizou muitos dos conceitos e ferra- mentas da Administração Científica, com enorme sucesso. Em paralelo surgiu a preocupação de Henri Fayol, engenheiro francês, com os problemas de produtividade das minas de carvão e, então a ênfase básica passou a ser na estrutura com a Teoria Clássica, quando se estudou a Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde38/252 estrutura organizacional e as funções e autoridades. Em seguida veio a Teoria da Burocracia, de Weber, sociólogo alemão, dando ênfase ao caráter formal das organizações e a racionalização. Seguindo os avanços teóricos, a Teoria Estruturalista surge com uma abordagem mais pluralista, considerando tanto as estruturas formais, como as informais e as relações inter e intraorganiza- cionais. Em seguida, a Teoria Humanística surgiu com a ênfase nas pessoas, por meio da Teoria das Relações Humanas, que mais tarde desdobrou-se na Teoria Comportamental e na Teoria do Desenvolvimento Organizacional. A ênfase no ambiente organizacional surgiu com a chamada Teoria dos Sistemas, mais tarde complementada pela Teoria da Contingência. Esta, posteriormente, desenvolveu a ênfase na tecnologia. Quadro 1 - Teorias básicas da administração ÊNFASE TEORIAS ENFOQUES ANO Nas tarefas Administração Científica Racionalização do trabalho no nível operacional. 1903 Teoria clássica Teoria neoclássica Organização formal. Princípios gerais da admi- nistração. Funções do administrador. 1916 1954 Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde39/252 ÊNFASE TEORIAS ENFOQUES ANO Na estrutura Teoria da Burocracia Organização formal burocrática. Racionalidade organizacional. 1909 Teoria Estruturalista Múltipla abordagem: Organização formal e in- formal. Análise intraorganizacional e análise in- terorganizacional. 1947 Teoria das Relações Hu- manas Organização informal. Motivação, liderança, co- municações e dinâmica de grupo. 1932 Nas Pessoas Teoria do Comportamen- to Organizacional Estilos de Administração. Teoria das decisões. Integração dos objetivos organizacionais e indi- viduais. 1957 Teoria do Desenvolvi- mento Organizacional Mudança organizacional planejada. Abordagem de sistema aberto. 1962 Fonte: Chiavenato (2000, p. 7). Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde40/252 Independente de qual linha, o cerne da teoria da administração estará sempre girando em torno de cinco variáveis: tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia – cada uma delas esteve no centro das atenções das diversas teorias desenvolvidas e agregou conhecimentos para o desen- volvimento da administração. Figura 1 - As cinco variáveis básicas da teoria geral da administração Fonte: Elaborado pelo autor. Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde41/252 Assim, podemos afirmar que todas as teo- rias administrativas são válidas,sendo que elas surgiram como uma solução aos pro- blemas empresariais mais relevantes de sua época. Com isso podemos considerar que elas continuam válidas e são aplicáveis aos desafios atuais. A TGA, portanto, é um arcabouço de teorias administrativas di- versas, cujos princípios, conhecimentos e conceitos, em maior ou menor grau, ainda são utilizados pelos administradores e ou- tros profissionais e estudiosos do campo da administração. A administração continua evoluindo sob o enfoque da interação entre as cinco variá- veis. Como se vê na Figura 2, essa interação é sistêmica e complexa: cada uma das vari- áveis afeta e é afetada por outras. A Teoria da Administração está evoluindo a cada dia, pois os desafios se renovam. Figura 2 – As principais funções do processo de gestão Fonte: Chiavenato (2000, p. 10). Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde42/252 Com o passar dos anos cresceu a comple- xidade do mundo e com ela os desafios a serem enfrentados por pessoas e organiza- ções. O avançar das mudanças em um ritmo cada vez maior, a digitalização das relações, a tecnologia e a inovação mudando produ- tos, serviços, processos e organizações são desafios que impõem a necessidade contí- nua do desenvolvimento da teoria da admi- nistração para que os gestores possam con- tinuar tomando decisões e buscando resul- tados sustentáveis para as Organizações. O Quadro 2 apresenta as principais mudanças dos paradigmas das teorias iniciais da ad- ministração e das teorias atuais. Link Gestão da Inovação A Gestão da Inovação representa um grande es- forço das empresas modernas para sobrevive- rem e evoluírem, diferenciando-se no mercado e tornando-se mais competitivas. Ela amplia o conceito de inovação para a empresa toda e não somente para processos e produtos e sistemati- za o esforço da empresa para produzir inovações sempre. FNQ. Gestão da Inovação nas Organi- zações. 2012. Disponível em: <http://www.fnq. org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/en- trevistas/gestao-da-inovacao-nas-organi- zacoes>. Acesso em: 28 jun. 2017. http://www.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/entrevistas/gestao-da-inovacao-nas-organizacoes http://www.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/entrevistas/gestao-da-inovacao-nas-organizacoes http://www.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/entrevistas/gestao-da-inovacao-nas-organizacoes http://www.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/entrevistas/gestao-da-inovacao-nas-organizacoes Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde43/252 Quadro 2 – Diferenças de paradigmas PARADIGMAS TRADICIONAIS PARADIGMAS DO TERCEIRO MILÊNIO Revolução industrial – substituição e potencializa- ção do trabalho humano por máquinas. Revolução Digital – substituição e potencialização das funções humanas de decisões, comunicação e informação por computadores e pela Internet. Classe Operária numerosa, em conflito com uma classe de patrões e gerentes. Trabalhadores em serviços e do conhecimento e pro- fissionais liberais mais numerosos que os operários clássicos. Trabalhadores especializados – operador de máquinas qualificado apenas para a realização de uma tarefa. Grupos de trabalhadores autogeridos e polivalentes, com educação de nível superior. Emprego e carreiras estáveis Desemprego, empregabilidade, terceirização, eco- nomia informal, empreendedorismo. Grandes estruturas organizacionais. Estruturas organizacionais enxutas. Ênfase na eficiência. Ênfase na competitividade. Interesse da empresa e do acionista. Ética e reponsabilidade social, cidadania empresarial. Fonte: Maximiano (2011, p. 21). Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde44/252 2.1 Aspectos mercadológicos aplicados à saúde Nesta parte, você conhecerá os principais aspectos a serem considerados no estudo e aplicação do Marketing nas organizações de saúde. Mas o que é marketing? Como aplicar seus conceitos e técnicas no univer- so das empresas de saúde? As empresas de saúde fazem parte do mer- cado de serviços, que compreendem hos- pitais, operadoras de planos de saúde, clí- nicas, laboratórios, consultórios e os pró- prios profissionais prestadores de serviço. O marketing em saúde deve ser uma referên- cia de qualidade no atendimento e ter um esforço de melhoria contínua dos serviços para a satisfação dos clientes/pacientes e familiares. Uma característica importante nas organizações de saúde é o fato de que elas lidam com a vida humana, portanto, o acolhimento, o cuidado, a precisão técnica, a agilidade, enfim a eficiência e a eficácia do resultado do serviço devem se pautar pela excelência, nada menos que isso. Muitos ainda veem o marketing como uma ferramenta de propaganda, divulgação e vendas, mas é uma abordagem reducio- nista, pois o campo de ação do marketing é muito mais amplo e complexo. Envolve o conhecimento do mercado e dos diversos atores que lá se movimentam: concorrentes, fornecedores, clientes, governos, agências reguladoras, a sociedade e, também a re- lação que a organização mantém com eles. Envolve, também o esforço permanente de Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde45/252 monitoramento da marca e participação do mercado, bem como a identificação e estu- do das tendências gerais e do segmento, a evolução da tecnologia e o seu impacto na eficácia e eficiência da prestação de servi- ços de saúde. Pesquisas, estudos, simulações são técnicas utilizadas pelo marketing (inteligência de mercado) para melhor entender sua dinâ- mica e, com isso, prestar serviços de exce- lência. Para saber mais Inteligência de mercado É a área das empresas que estudam diuturna- mente o mercado em busca de identificar oportu- nidades e ameaças ao negócio, através do reco- lhimento e análise de uma gama muito grande de informações sobre os concorrentes, clientes, ten- dências de consumo, produtos e serviços subs- titutos, novos entrantes, legislações e regulação do segmento, com o propósito de antecipar fa- tos que possam alavancar o negócio ou prejudi- car. BRASIL, Endeavor. Inteligência de mercado: tem oportunidade aí para PMEs. 2015. Disponível em: <https://endeavor.org.br/inteligencia- -de-mercado/>. Acesso em: 28 jun. 2017. https://endeavor.org.br/inteligencia-de-mercado https://endeavor.org.br/inteligencia-de-mercado Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde46/252 Os clientes/pacientes de uma organização de saúde percebem valor e ficam satisfeitos com o atendimento de suas necessidades, quando recebem acolhimento, atendimen- to humano e qualificado, segurança e ple- na recuperação. Se a organização conse- gue manter isso continuamente ela cresce e evolui, fidelizando os clientes e aumentan- do sua base de novos e potenciais clientes e comunicando sua marca com eficácia. Nes- se sentido, todas as pessoas que trabalham em uma organização de saúde, médicos, en- fermeiros, técnicos, administrativos e ope- racionais e demais profissionais da saúde, desempenham a função de “marqueteiros”, pois comunicam aos pacientes e familiares a força da marca. 2.1.1 Definições e atribuições do marketing Há muitas definições de marketing da quais destacamos: “Marketing é um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a aquisição, oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros” (Kotler, 2000, p.30). Para Drucker (1998), “Marketing é todo o negócio do ponto de visto do seu resultado, isso é, do ponto de visto do consumidor”. Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde47/252 Para Levitt, 1994 “Marketing é obter e reter clientes” Link Theodore Levitt foi um importante estudioso de Marketing e escreveu um artigo clássico em Adminis- tração, editado originalmente pela Harvard Business Review, chamado “Miopiaem Marketing”, onde fo- caliza a visão míope das empresas em definir o seu foco de negócio, o “Core Business”. As organizações, segundo Levitt, estão muito focadas nos seus produtos e serviços e, por isso não enxergam as oportuni- dades e ameaças do ambiente. GARBETT, Paul. Uma atualização da miopia em marketing. 2016. Disponível em: <http://hbrbr.uol. com.br/uma-atualizacao-da-miopia-em-marketing/>. Acesso em: 28 jun. 2017. 2.1.2 Ambiente de marketing Como já foi dito, cabe ao Marketing analisar os ambientes internos e externos da organização de saúde; para isso uma ferramenta muito difundida entre as organizações é a Matriz SWOT, que é formada pelas palavras inglesas: Strengts, Weaknesses, Opportunities e Threats, que, traduzindo significam: Pontos Fortes, Pontos Fracos, Oportunidades e Ameaças. No ambiente interno das http://hbrbr.uol.com.br/uma-atualizacao-da-miopia-em-marketing http://hbrbr.uol.com.br/uma-atualizacao-da-miopia-em-marketing Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde48/252 organizações são identificados os pontos fortes da empresa e os pontos fracos e no ambiente externos, as oportunidades de mercado e as ameaças potenciais. Cabe à empresa analisar as informações e tomar decisões. Reforçar os pontos fortes; evitar/melhorar os pontos fracos; apro- veitar as oportunidades e evitar/diminuir as ameaças. Figura 3 – Matriz SWOT IN TE RN A (O RG A N IZ A Ç Ã O ) AJUDA ATRAPALHA S Forças W Fraqueza EX TE RN A (A M B IE N TE ) O Oportunidades T Ameaças Fonte: Elaborado pelo autor. Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde49/252 Os quatro “Ps” do marketing ou mix de marketing Esse conceito, originalmente desenvolvi- do por Jerome McCarthy, em seu livro “Ba- sic Marketing” (1960) e aperfeiçoado depois por Philip Kotler, trata do conjunto de pon- tos de interesse para a atenção do marke- ting, que são: produto, promoção, praça e preço (Figura 4). A análise das informações resultantes auxi- lia muito o marketing a formular estratégias para viabilizar a comunicação com o merca- do e assegurar vendas satisfatórias. Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde50/252 Figura 4 – Quatro Ps de marketing Fonte: Adaptado de Andre (2014, p. 92). Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde51/252 Kotler, Kartajaya e Setiawan (2012) cunharam o conceito do Marketing 3.0, ou Marketing Digital, como chamam alguns, em contraposição aos chamados Marketing 1.0 e 2.0, significando a evo- lução do marketing ao longo dos anos. A revolução da internet e as ferramentas tecnológicas, propiciaram o fenômeno das redes sociais. Cada vez mais consumidores influenciam outros, de forma rápida e instantânea, propiciando informações em tempo real e afetando a percepção e satisfação dos clientes. Pode-se observar a diferença dos seus conceitos no Quadro 3. Quadro 3 - Comparativa entre marketing 1.0; 2.0 e 3.0 Marketing 1.0 Centrado no Produto Marketing 2.0 Voltado para o consu- midor Marketing 3.0 Voltado para os valores Objetivo Vender produtos Satisfazer e reter os con- sumidores Fazer do mundo um lugar melhor Forças propulsoras Revolução industrial Tecnologia da informa- ção Nova onda de tecnologia Como as empresas veem o mercado Compradores de massa, com necessidades físicas Consumidores inteligen- tes, dotados de coração e mente Ser humano pleno, com coração, mente e espírito Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde52/252 Marketing 1.0 Centrado no Produto Marketing 2.0 Voltado para o consu- midor Marketing 3.0 Voltado para os valores Conceito de marketing Desenvolvimento de produtos Diferenciação Valores Diretores de marketing da empresa Especificação do produ- to Posicionamento do pro- duto e da empresa Missão, valores e visão da empresa Proposição de VLR Funcional Funcional e emocional Funcional, emocional e espiritual Interação com consu- midores Transação do tipo um- -para-um Relacionamento um-pa- ra-um Colaboração um-para- -um Fonte: (Kotler, Kartajaya, Setiawan (2012, p. 6). Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde53/252 Glossário Gestão da estratégia: conjunto de conhecimentos da administração que estuda as diversas al- ternativas que a empresa pode utilizar para alcançar sua visão de futuro. A Estratégia leva em conta uma gama de variáveis externas e internas às empresas, bem como as características do negócio e do segmento econômico. Gestão do mercado: conjunto de conhecimentos da administração que estuda o comportamen- to e movimento dos diversos atores envolvidos e as relações entre eles e a empresa – clientes, concorrentes, fornecedores, governo, produtos, serviços e outros. Gestão da operação: conjunto de conhecimentos da administração que estuda o funcionamen- to, características e impactos (Eficiência e Eficácia) dos diversos processos necessários para en- tregar valor aos clientes. Gestão da administração, controle e finanças: conjunto de conhecimentos da administração que estuda os diversos processos, controles e características necessários para apoiar a entrega de valor aos clientes. Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde54/252 Glossário Gestão de pessoas: conjunto de conhecimentos da administração que que estuda as necessida- des das empresas para a definição de perfil, da seleção, desenvolvimento, retenção, alocação e segurança das pessoas que operam os processos da organização. Estuda, também a dinâmica da liderança e equipes de trabalho. Paradigmas: “São modelos ou padrões, que servem como marcos de referência, para explicar às pessoas como lidar dom diferentes situações e ajudá-las nisso” (MAXIMIANO (2011, p. 19). Questão reflexão ? para 55/252 Tomando como base o que você aprendeu até o momento, refli- ta sobre as questões a seguir: • Considerando os paradigmas tradicionais e os do novo mi- lênio, como você classificaria as organizações de saúde, de maneira geral e aquela em que você trabalha (ou trabalhou), de maneira particular? • Em que categoria de marketing (1.0-2.0 ou 3.0) você classi- ficaria as organizações da saúde, de maneira geral e aquela em que você trabalha (ou trabalhou), de maneira particular? 56/252 Considerações Finais • Nesta tema, você conheceu as principais teorias de administração e suas contribuições para o aprimoramento da gestão e do desenvolvi- mento empresarial. • Conheceu, também, a mudança dos principais paradigmas da admi- nistração tradicionais para o novo milênio, considerando vários as- pectos da gestão. • Conheceu os principais conceitos sobre a mercadologia aplicada às organizações de saúde e a importância deles para o esforço de ga- nhar, satisfazer e reter clientes. • Conheceu a evolução das abordagens de marketing ao longo dos anos e a comparação entre elas. Unidade 2 • Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde57/252 Referências CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. Ed. Campus, 2000. MAXIMIANO Amaru, A. C. Teoria geral da administração. Atlas, 2011. ANDRE, M. A. Gestão estratégica de clínicas e hospitais. Atheneu.2014. KOTLER, P.; KARTAJAYA H.; SETIAWAN I. Marketing 3.0 As forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. KOTLER, Philip – Administração de Marketing – 10ª Edição, 7ª reimpressão – Tradução Bazán Tecnologia e Lingüística; revisão técnica Arão Sapiro. São Paulo: Prentice Hall, 2000. DRUCKER, Peter F. Administrando para o futuro. São Paulo: Ed. Pioneira, 1998. LEVITT, Theodore. Após a venda ter sido realizada, in mantendo clientes. São Paulo: Makron Book 1994. 58/252 Assista a suas aulas Aula 2 - Tema: Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f-1d/09068bcaca62b590314f3c9936b0cc09>. Aula 2 - Tema: Teoria Geral da Administração e Mercadologia Aplicada à Saúde. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/80a129e17600527e23182eae9279618c>. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/09068bcaca62b590314f3c9936b0cc09 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/09068bcaca62b590314f3c9936b0cc09 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/09068bcaca62b590314f3c9936b0cc09 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/80a129e17600527e23182eae9279618c https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/80a129e17600527e23182eae9279618c https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/80a129e17600527e23182eae9279618c 59/252 1. A administração científica, criada por Frederick Taylor, tinha como enfo- que básico: a) Organização formal burocrática. Racionalidade organizacional. b) Racionalização do trabalho no nível operacional. c) Racionalização do trabalho e da organização. d) Princípios gerais da administração. Funções do administrador. e) Garantir eficácia para a empresa. Questão 1 60/252 2. Destacamos alguns termos e conceitos de administração, cujos significa- dos corretos são: Questão 2 a) Modelos organizacionais são explicações, interpretações sobre a realidade. b) Enfoque, é uma maneira de gerir as organizações e o processo administrativo. c) Escola é o conjunto de doutrinas e técnicas da gestão administrativa. d) Teoria é o conjunto de doutrinas e técnicas da gestão administrativa. e) Técnicas são utilizadas para resolver problemas em administração. 61/252 3. Qual é a essência da explicação sobre a mudança dos paradigmas da ad- ministração? Questão 3 a) O mundo se globalizou, a tecnologia vem evoluindo de forma acelerada e os desafios empre- sariais se tornaram complexos. b) O mundo se globalizou e as empresas multinacionais impõem a tendência de sofisticação das estruturas organizacionais. c) O mundo se globalizou e o ambiente de negócio se tornou muito complexo e somente gran- des empresas sobreviverão. d) O mundo se globalizou e hoje os profissionais são mundiais, o que exige empresas mais so- fisticadas. e) O mundo se globalizou e competição se acirrou, exigindo empresas mais estruturadas. 62/252 4. Qual é a essência do artigo de Theodore Levitt, sobre miopia em marke- ting? Questão 4 a) Os presidentes das principais empresas americanas descuidaram da concorrência e faliram. b) As grandes empresas americanas só vendiam para o mercado interno e não exportavam. c) As grandes empresas americanas não tinham foco de negócio bem definido e estavam mui- to concentradas em só vender produtos. d) As empresas americanas estavam muito confiantes e não perceberam a concorrência japo- nesa. e) As grandes empresas americanas não eram muito eficientes e eficazes. 63/252 5. O Marketing 3.0 é importante porque: Questão 5 a) A revolução da internet e as ferramentas tecnológicas, propiciaram o fenômeno das redes sociais. Cada vez mais consumidores influenciam outros, de forma rápida e instantânea, propiciando informações em tempo real e afetando a percepção e satisfação dos clientes. b) O Objetivo é vender produtos diferenciados e sofisticados para consumidores do mundo todo pela internet. c) Representa a evolução do comércio tradicional para o comércio eletrônico (e-commerce). d) Atrai mais clientes pelo apelo tecnológico de última geração. 64/252 Gabarito 1. Resposta: B. A Teoria Geral da Administração iniciou-se com a ênfase nas tarefas desenvolvidas pe- los funcionários em uma fábrica. No início do século XX, as siderúrgicas americanas estavam com grandes problemas de produ- tividade e o Engenheiro Frederick W. Taylor propôs-se a estudar os problemas e apre- sentar soluções. Desse esforço nasceu a Ad- ministração Científica, que tem esse nome pelas aplicações técnicas que Taylor empre- gou. 2. Resposta: E. Técnicas são utilizadas para resolver proble- mas em administração. Por exemplo, meto- dologias de planejamento, metodologias de solução de problemas e outras. 3. Resposta: A. Com o passar dos anos cresce a complexi- dade do mundo e com ela os desafios a se- rem enfrentados por pessoas e organiza- ções. O avançar das mudanças em ritmo e profundidade alucinantes, a digitalização das relações, a tecnologia e a inovação mu- dando produtos, serviços, processos e or- ganizações são desafios que impõem a ne- cessidade contínua do desenvolvimento da teoria da administração para que os gesto- res possam continuar tomando decisões e buscando resultados sustentáveis para as organizações. 65/252 Gabarito 4. Resposta: C. Theodore Levitt foi um importante estudio- so de marketing e escreveu um artigo clássi- co em administração, editado originalmen- te pela Harvard Business Review, chamado “Miopia em marketing”, onde focaliza a visão míope das empresas em definir o seu foco de negócio, o “Core Business”. As organiza- ções, segundo Levitt, estão muito focadas nos seus produtos e serviços e, por isso não enxergam as oportunidades e ameaças do ambiente. 5. Resposta: A. Philiph Kotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan (2010) cunharam o conceito do Marketing 3.0, ou Marketing Digital, como chamam alguns, em contraposição aos chamados Marketing 1.0 e 2.0, significando a evolução do marketing ao longo dos anos. A revolução da internet e as ferramentas tecnológicas, propiciaram o fenômeno das redes sociais. Cada vez mais consumido- res influenciam outros, de forma rápida e instantânea, propiciando informações em tempo real e afetando a percepção e satis- fação dos clientes. 66/252 Gabarito Para saber mais Pensamento sistêmico. Habilidade de olhar a re- alidade da empresa por inteiro e perceber suas inter-relações, já que ela representa um sistema aberto. Um todo, dividido em partes diferentes, mas conectadas e relacionadas, visando a um único propósito. Disponível em: <http://www. fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevis- tas/artigos/pensamento-sistemico>. Acesso em: 25 jun. 2017. http://www.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/artigos/pensamento-sistemico http://www.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/artigos/pensamento-sistemico http://www.fnq.org.br/informe-se/artigos-e-entrevistas/artigos/pensamento-sistemico 67/252 Unidade 3 Planejamento estratégico em saúde Objetivos 1. Compreender o processo estratégico analisando o negócio da saúde e o am- biente empresarial do segmento e diag- nosticando competências da empresa, com o uso de técnicas apropriadas. 2. Entender os principais conceitos e téc- nicas para elaborar o direcionamento estratégico da organização de saúde. 3. Conhecer o processo de análise dos am- bientes e sua importância para o esta- belecimento de estratégias e objetivos. Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde68/252 Introdução A gestão estratégica é um processo que deve ser desencadeado pela alta adminis- tração, porém compartilhado com os de- mais níveis de gerência, no sentido de bus- car o envolvimento e o comprometimento de todos para o planejamento, organização, execução, acompanhamento e correção de rumos, quando necessário. É um processo macro e essencial na condução das orga- nizações, marcadas pela turbulência e ins- tabilidade. Hoje, a única certeza é a incer- teza e, portanto, há necessidade contínua de mudanças, muitas vezes radicais. Nesse contexto, não é possível gerir com suces- so, através de uma base em regras sólidas, estáveis e duradouras, políticas históricas ou simples extrapolações das tendências atuais. Ao contrário, é preciso olhar para o futuro, definir objetivos estratégicos e as perspectivas sociopolíticas, econômicas, tecnológicas, legais e culturais. O conceitode gestão estratégica define um conjunto de decisões fundamentais que irão determinar o desempenho e o futuro da organização. A gestão estratégica inclui a análise do ambiente operacional interno e externo, a formulação da missão e visão de futuro da organização, a identificação dos seus objetivos e metas prioritários, a defini- ção das estratégias para a sua consecução e os respectivos mecanismos de controle e avaliação. Com o planejamento estratégico infere-se o futuro e antevê-se uma nova si- tuação em que estará a organização visan- do à criação de um impacto positivo. Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde69/252 1. Direcionamento estratégico 1.1 Estratégia empresarial Estratégia empresarial define o posiciona- mento da empresa em suas relações com setores da sociedade e de seu ambiente de negócios, que são fundamentais para ma- nutenção e crescimento de suas atividades, constituindo-se em diretrizes para as de- cisões tomadas no dia a dia. Estratégia é o conjunto dos grandes propósitos, dos obje- tivos, metas, políticas e planos para concre- tizar uma situação futura desejada, consi- derando as oportunidades do ambiente e os recursos da organização. Por isso a estraté- gia deve ser compartilhada, para que todos os colaboradores conheçam a direção em que estão caminhando, dado que a estra- tégica pressupõe mapear as direções futu- ras da organização a partir dos recursos que elas possuem. As ideias de missão e de ne- gócio da empresa estão contidas na estra- tégia empresarial. A necessidade e a importância de planejar estrategicamente trazem os seguintes be- nefícios: • Possibilitam a identificação das opor- tunidades e ameaças que possam surgir no ambiente externo e a melhor exploração dos pontos fortes e das oportunidades e a neutralização dos pontos fracos no ambiente interno. • Asseguram a necessária preparação às mudanças identificadas no am- biente externo e a definição de novos rumos para a organização. Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde70/252 • Induzem as pessoas a pensarem a longo prazo, a desenvolverem habili- dades do pensamento sistêmico e es- tratégico, da criatividade, através um processo educacional de aprendiza- gem e confiança. • Alinham esforços, mobilizando pes- soas e recursos para um objetivo co- mum, incentivando a interação e ne- gociação. A estratégia também pode ser compreendi- da a partir dos níveis de decisão dentro da organização: estratégico, tático e operacio- nal, como será visto na temática posterior. 1.2 O negócio O negócio de uma empresa pode ser defi- nido como a orientação específica de sua atividade empresarial; aquilo que ela explo- ra, para atender às necessidades do cliente. Consiste na relação entre produto, serviço e mercado. A definição do negócio é necessá- ria para que todo o pessoal da empresa te- nha visão e compreensão comum, unidade na direção dos esforços e dos investimen- tos. As empresas podem ter visão estreita do negócio, focada nos produtos e serviços oferecidos, ou visão ampliada do negócio, focada nos benefícios (valor) entregues ao mercado, o que lhe servirá de orientação. Por exemplo: Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde71/252 Quadro 1 – Visão estreita/ampliada de negócio Visão estreita de negócio Visão ampliada de negócio Vendemos tintas Atuamos no mercado de revestimento Vendemos impressos Atuamos no mercado de comunicação Vendemos roupas Atuamos no mercado de moda Vendemos passagem Atuamos no mercado de turismo e lazer Fonte: Elaborado pelo autor. 1.3 Missão da empresa O que é a missão da empresa? A missão orienta e delimita a ação da empresa, definindo a que ela se propõe. Exprime a razão de sua existência. Determina seu norte. Ela define o papel que será desempenhado pela empresa em seu negócio. Ela declara aos clientes finais, de alguma maneira, como atuará no negócio. A missão é uma referência importante para guiar a empresa rumo à vi- são e a impede de se desviar do caminho, abandonando estratégias e/ou enveredando por outros negócios alheios ao seu foco de negócio, seu “Core Business” Uma boa definição de missão deve contemplar clientes finais, intermediários e internos, forne- cedores, a sociedade, todos aqueles que estão envolvidos com as atividades da empresa; são Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde72/252 partes interessadas nela. Uma missão que não se respalda em responsabilidade com a sociedade não se sustenta a longo prazo. A missão declara, também, para os clientes internos, suas habili- dades e potencial requerido, atuando de forma invisível, orientando o trabalho individual volta- do para a soma coletiva. Reflete o talento e a vocação. Além disso, a missão deve ser dotada de alguma flexibilidade para que possa resistir às constan- tes mudanças de ambiente. Entretanto, se o mercado não se interessa mais pelo que se faz, ou da forma com que se faz, se for necessário redefinir a missão, que isto seja feito o quanto antes. Por essa razão, é necessário questionar periodicamente a missão da empresa. No fim, a missão deverá sempre mostrar o “rosto”, da empresa, sua “marca”, quem ela é, para que possa ser reco- nhecida pelo mercado. Como exemplos de missão podemos citar o Hospital Sofia Feldman: Desenvolver ações de atenção integral à saúde da comunidade, em especial da mulher e da criança, em nível ambulatorial e hospitalar com qualida- de, resolutividade, acolhedores e vinculantes, de forma universal, visando impactar nos indicadores de saúde deste grupo. (Disponível em: <http:// www.sofiafeldman.org.br/o-hospital/>. Acesso em: 14 jul. 2017). http://www.sofiafeldman.org.br/o-hospital/ http://www.sofiafeldman.org.br/o-hospital/ Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde73/252 1.4 Princípios Os princípios são as crenças, os valores da empresa. Ainda que não explicitados, eles são obser- váveis nas atitudes e no comportamento das pessoas, individualmente e em grupo e revelam de alguma forma, aquilo que a empresa acredita como “certo”. Os princípios representam um con- junto de atributos muito importantes em uma empresa e evidenciam. Para saber mais Valores representam um referencial abstrato da natureza moral da conduta humana; são reflexos das expectativas culturais de um grupo ou da sociedade sobre como os seus membros devem comportar-se. Representam fatores impulsionadores. Princípios são conceitos fundamentados em valores que, expressos na forma de afirmações, devem nor- tear as políticas e as ações de uma organização. Fornecem parâmetros em relação ao que deve ou não deve ser feito e em relação aos “modos de fazer”. Periodicamente é necessário reunir os funcionários, incluídos os médicos e outros profissionais da saúde, mesmo em pequenos grupos, e pedir que eles releiam os conceitos de visão, missão, Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde74/252 valores e princípios, que os comentem e que até os reformulem apresentando sugestões. Isto lhes dará um sentido de propriedade da organização e eles a quererão sempre mais competitiva e aceita. Podemos citar como exemplo os valores do Hospital Albert Einstein: Mitzvá, Refuá, Chinuch e Tsedaká, ou seja, Boas Ações, Saúde, Educação e Justiça Social são os preceitos judaicos que motivaram médicos da comu- nidade judaica a fundar a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein há 60 anos. Somados aos valores organizacionais (Honestidade, Verdade, Integridade, Diligência, Justiça, Altruísmo, Autonomia, Profissio- nalismo e Trabalho em Equipe.), norteiam as atividades e os colaboradores da Sociedade. (Disponível em: <https://www.einstein.br/sobre-einstein/ missao-visao-valores>. Acesso em: 14 jul. 2017). 1.5 Produtos e serviços Os produtos/serviços que as empresas comercializam são, na verdade, meios pelos quais os clien- tes satisfazem suas necessidades, seus desejos e suas possibilidades. Na realidade, o cliente não https://www.einstein.br/sobre-einstein/missao-visao-valores https://www.einstein.br/sobre-einstein/missao-visao-valoresUnidade 3 • Planejamento estratégico em saúde75/252 compra produtos/serviços. Compra a satis- fação de suas necessidades. O que motiva a compra é a necessidade. Daí a importância capital de conhecer bem os clientes e suas necessidades. Só se man- têm no mercado aquelas empresas que realmente conhecem as necessidades do cliente. Kotler ensina que devemos observar e entender o consumidor sob o prisma dos cinco níveis de produto (KOTLER; KELLER, 2012): Benefício central: Esse é o nível em que o cliente está comprando o benefício funda- mental do produto ou serviço, como exem- plo, o paciente que procura um hospital para submeter-se a uma intervenção cirúrgica. Produto básico: Nesse nível o benefício cen- tral é transformado em um produto ou ser- viço básico, como exemplo o paciente per- cebe que as instalações do hospital ofere- cem o básico. Produto esperado: Nesse nível uma série de atributos e condições são normalmente esperados pelo cliente, então o pessoal do hospital inspira confiança e humanização no atendimento. Produto ampliado: Esse é o nível em que o profissional de marketing excede as expec- tativas do cliente. Dessa forma, o hospital pode incluir serviços excepcionais de hote- laria e orientação pós-internação. Produto potencial: Nesse nível o produto ou serviços têm todas as transformações a que Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde76/252 um produto ou serviço deve ser submetido num futuro, é quando as organizações procuram no- vas maneiras de satisfazer os consumidores e diferenciar sua oferta. Figura 2: Os cinco níveis de produto Fonte: Kotler; Keller (2012, p. 348). Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde77/252 1.6 Macroprocessos e objetivos estratégicos Os macroprocessos são grandes conjuntos de atividades-fim, por meio dos quais a or- ganização realiza sua razão de ser. Os obje- tivos estratégicos expressam as prioridades da organização, tendo em vista a missão e a visão de futuro declaradas. São resultados quantitativos e qualitativos que a organiza- ção se propõe a alcançar num prazo deter- minado, no contexto de seu ambiente, para cumprir sua Missão. O termo “fator crítico de sucesso” refere- -se a uma condição essencial para que um macroprocesso ou um objetivo estratégico se realize. A identificação não deve trazer juízo de valor, ou seja, um fator crítico não tem carga negativa nem positiva: não é um problema. Link O “gap” entre a estratégia e a execução. Entrevista com Carlos Alberto Julio (HSM Mana- gement) sobre o estabelecimento de estratégias e objetivos e as dificuldades de execução. Dispo- nível em: <https://www.youtube.com/wat- ch?v=t8b5f3_Faig&list=PLvEZJ_i96PhmJIo- qb-WhqNiDQn4B6Jlhp&index=2>. Acesso em: 4 jul. 2017. Para a organização assegurar eficácia e efi- ciência no planejamento estratégico é es- sencial que se tenha um método, um pro- cesso. Somente assim se poderá gerenciar https://www.youtube.com/watch?v=t8b5f3_Faig&list=PLvEZJ_i96PhmJIoqb-WhqNiDQn4B6Jlhp&index=2 https://www.youtube.com/watch?v=t8b5f3_Faig&list=PLvEZJ_i96PhmJIoqb-WhqNiDQn4B6Jlhp&index=2 https://www.youtube.com/watch?v=t8b5f3_Faig&list=PLvEZJ_i96PhmJIoqb-WhqNiDQn4B6Jlhp&index=2 Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde78/252 o planejamento, desde a análise, passando para a formulação de objetivos, estratégias, metas e o Plano de Ação Empresarial – PAE, em que se registra o desdobramento das estratégias, objetivos e metas. A Figura 2 ilustra isso. 2. Diagnóstico estratégico 2.1 Introdução O conjunto de fatores físicos, sociais e eco- nômicos, que caracterizam o meio no qual a organização está inserida e que podem in- fluenciar o seu desempenho constitui o seu ambiente externo, que são as condições fora do âmbito de controle da instituição e que podem afetar sua sobrevivência e evolução, positiva ou negativamente. Por outro lado, há uma série de características específicas de cada organização que constituem o que se pode chamar de seu ambiente interno (ou análise da organização) que condiciona o seu desempenho e podem afetar os resulta- dos organizacionais. 2.2 Analise do macroambiente ou ambiente externo A análise do ambiente externo se subdivide em dois níveis: o macro, analisando os cená- rios nas perspectivas políticas, econômicas, sociais e tecnológicas e no setorial da saúde, os cenários envolvendo os concorrentes, os clientes, os fornecedores, novos produtos e serviços, novos concorrentes e outros. Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde79/252 2.2.1 Análise S.W.O.T Para sintetizar a análise dos ambientes ex- terno e da organização de saúde, foi ado- tada a prática de agrupar as características em quatro grupos, conforme detalhado a seguir: • Oportunidades são aspectos externos, atuais ou futuros que, se adequada- mente aproveitadas pela organização podem influenciá-la positivamente. • Ameaças são situações externas, atu- ais ou futuras que, se não equacio- nadas, minimizadas ou evitadas pela organização, podem afetá-la negati- vamente. • Forças são características internas da organização, materiais ou não, que podem ser aproveitadas para otimizar seu desempenho. • Fraquezas são características internas da organização que devem ser reduzi- das ou eliminadas para evitar influên- cia negativa sobre seu desempenho. Essa metodologia de análise do ambiente é conhecida como método “SWOT”, sigla de- rivada do inglês referente a Forças (Stren- ths), Fraquezas (Weaknesses), Oportunida- des (Opportunities) e Ameaças (Threats). Esquematicamente, a análise SWOT pode ser representada de acordo com o modelo a seguir: Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde80/252 Figura 3 - Diagrama SWOT. Fonte: Elaborado pelo autor. Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde81/252 Link Esse texto publicado pelo SEBRAE, em formato “Leitura rápida”, faz parte da coleção “Ferramen- tas de Gestão – Estratégia e Gestão”. Elaborado por Marcelo, Nakagawa (Professor e Coordenador do Centro de Empreendedorismo do Insper). Realiza- ção Patrocínio Parceiro Educacional – Quem tem conhecimento vai pra frente. Trata da explicação do diagrama SWOT e como utilizar esse conheci- mento para elaborar um diagnóstico estratégico na organização. Disponível em: <https://www. sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/ Anexos/ME_Analise-Swot.PDF>. Para saber mais Cenários futuros é uma das ferramentas para que o gestor possa vislumbrar, através da formulação de hipóteses de como poderá ser um futuro, pos- sível ou desejável, para uma organização e seu ambiente. A criação de cenários: hipóteses que consideram a manutenção das condições corren- tes, a ocorrência de melhorias pouco significati- vas ou mesmo o retrocesso em determinados as- pectos do contexto. 2.2.2 Análise do macroambiente Ambiente organizacional é o conjunto de elementos que envolvem uma dada orga- nização, com os quais a organização inte- rage. As organizações vivem dentro de um ambiente, um ecossistema à semelhança https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal Sebrae/Anexos/ME_Analise-Swot.PDF https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal Sebrae/Anexos/ME_Analise-Swot.PDF https://www.sebrae.com.br/Sebrae/Portal Sebrae/Anexos/ME_Analise-Swot.PDF Unidade 3 • Planejamento estratégico em saúde82/252 dos seres vivos. Com a adaptação a esse ambiente elas garantem sua sobrevivên- cia, de modo que, quanto mais adaptadas, maior sua realização e desenvolvimento. O ambiente representa um dos elementos centrais no processo de formação da estra- tégia, pois é dele que se extraem os recursos para sua sobrevivência. A elaboração de es- tratégias visa potencializar a relação da or- ganização no seu ambiente. 2.2.3 Análise PEST Fernandes e Berton (2005) identificam qua- tro fatores importantes para a análise do macroambiente: Fatores políticos: Incentivos fiscais, mu- dança de legislação, monopólios e conces- sões, política internacional, legislação anti- truste, mudança de governo, entre outros.
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