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Educação Especial e Inclusão no Brasil

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PROGRAMA FORMAÇÃO PELA ESCOLA/FNDE
CURSO CENSO ESCOLAR DA EDUCAÇÃO BASICA – SISTEMA EDUCACENSO
INCLUSÃO NA ESCOLA JUNTO AO CENSO
ROGÉRIO BRITO MOREIRA
Darcinópolis, TO – 07 de Maio de 2019.
INTRODUÇÃO
O presente trabalho irá explanar o processo de implantação, vivências, desafios e perspectivas da Educação Especial no Mundo, no Brasil, no Tocantins até chegar à realidade do nosso município localizado ao norte do Tocantins, ou seja, Araguaína. É um tema que possui grande relevância, pois cada dia que passa mais se fala e escreve-se sobre a inclusão, isto é, acerca do conceito e da prática da inclusão no que se refere a pessoas portadoras de deficiência. Há um consenso de que crianças e jovens com necessidades educacionais especiais sejam incluídos nos planos de educação, principalmente a partir da Conferência realizada em Salamanca na Espanha em 1994, cujo objetivo é definir política e prática em Educação Especial.
Objetiva-se com este trabalho refletir o processo de inclusão no Brasil e as Políticas de Educação Especial existentes, evidenciando assim a mobilização da sociedade sobre as questões referentes à inclusão. Pois se acredita na necessidade de assegurar direitos dos alunos com necessidades educacionais especiais conforme as diretrizes da Política Nacional, além de proporcionar um ensino de qualidade, organizado, direcionado, específico e criterioso com a utilização de recursos e entrosamento com a comunidade escolar interna e externa.
Optou-se como metodologia a pesquisa bibliográfica em autores que fundamentam o assunto abordado. Dessa forma o I capítulo tratou sobre alguns antecedentes históricos da Educação Especial no Brasil. No II capítulo são mostrados os objetivos que fundamentam a necessidade da Educação Especial. Em seguida, no III capítulo são mostradas as competências, ou seja, a responsabilidade em oferta essa modalidade de ensino no país. Daí no IV capítulo refletiu sobre o currículo voltado para alunos com necessidades educativas especiais, focalizando a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394/96). Após todos esses apanhados, conclui-se o capítulo V evidenciando a realidade do processo de inclusão no Estado do Tocantins e no município de Araguaína - TO.
A educação especial é um assunto relevante e que exige dos educadores um repensar do seu trabalho docente, o qual deve acontecer de forma articulada, refletida, pois é um desafio para toda a sociedade.
2. O CURRÍCULO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
Neste momento pretende-se apontar que a questão básica colocada a todas as escolas para que possam receber todos os alunos está vinculada ao acesso ao currículo. Sánchez Palomino e Torres Gonzáles (1998, p. 40-41) apontam os seguintes focos que deverão ser levados em conta para a construção de respostas educativas adequadas ao quadro de singularidade dos sujeitos aprendentes:
	
I – Adaptação de objetivos
· Priorização de alguns objetivos
· Introdução de objetivos complementares
· Introdução de objetivos alternativos
II – Adaptação de conteúdos
· Priorização de conteúdos
· Adoção de conteúdos complementares
· Introdução de conteúdos alternativos
III – Adaptação metodológica
· Introdução de métodos e procedimentos alternativos
· Seleção de atividades alternativas
IV – Adaptação dos processos de avaliação
· Escolha de critérios específicos de avaliação
· Escolha de critérios específicos de programação (González, 1999, p. 116).
Essas adaptações são imprescindíveis no currículo de ensino de alunos que apresentam deficiências, cuja base nacional comum é apontada na atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9394/96, arts. 26 e 27). Esse currículo é claro, precisa ser suplementado e complementada por uma parte diversificada, exigida, inclusive, pelas características dos alunos (BRASIL, 1996).
Quando se fala de “inclusão já”, não se trata de desativar o que está funcionando na escola, senão de articular, adequadamente, o que poderá funcionar melhor. Para tanto, é sempre conveniente frisar que as instituições de educação especial trabalham objetivos convergentes com aqueles da escola regular. Ou seja, “são especiais porque adotam enfoques complementares e não substitutivos daqueles do currículo escolar básico. Na verdade, escolas e instituições precisam estabelecer passarelas para o atendimento” (MARTINS, 2011, p. 106).
Aponta a autora citada que ainda que o trânsito interinstitucional, por sua vez, supõe processos de aproximação e não de exclusão. Processos que requerem negociação didática, visando um posicionamento adequado diante de variáveis que configuram o ato de aprender. Por essa razão, escolas comuns e instituições de educação especial precisam compreender que “existem diferenças entre aceitar teoricamente a diversidade e transformar a forma de ensinar para adequá-las às diferenças dos alunos” (Rodriguez, 1993).
Desenvolver passarelas de articulação com universidades e centros de pesquisa com o objetivo de trabalhar com práticas pedagógicas contemporâneas, construtivistas e academicamente adequadas.
Escolas regulares e instituições de educação especial devem, ainda, atentar para a distância entre modelos educativos e modelos clássico-terapêuticos. A concepção de sujeito e sua própria construção social diferem, pondo-se em direções diametralmente opostas. A linha de distanciamento coloca-se entre o que separa diversidade de incompletude. Compreender essa questão afasta, de partida, dois mitos que acompanham muitos daqueles que convivem com a educação especial. O primeiro consiste em se acreditar que expectativas pedagógicas limitadas, muitas vezes presentes nas escolas especiais, derivam das próprias limitações dos alunos especiais e que ambos respondem pelo fracasso escolar. O segundo mito, muito presente nas escolas da rede regular de ensino, consiste em um alinhamento conceitual e curricular de escola que, partindo de uma concepção homogênea, uniforme e inflexível de necessidade educativa, não possibilita que a instituições se organize para desenvolver projetos pedagogicamente diferentes em função de trajetos individuais diferenciados (CARNEIRO, 2008, p. 108).
Em síntese, entende-se que não é de desautorizar as instituições de educação especial em seu trabalho, senão produzir correção de rotas da parte delas e da parte da rede regular de ensino. Ou seja, urge rever algumas disfunções porventura existentes, em ambos os lados, pela inclusão de ações e não propriamente pela exclusão de instituições! Somente esse processo de compartilhamento poderá ensejar a multiplicação de vias pedagógicas para o enfrentamento objetivo de circunstâncias de atraso no desenvolvimento pedagógico dos alunos. O primeiro passo para a inclusão educacional no Brasil é fazer com que escolas regulares e instituições de educação especial deixem de viver e trabalhar em mundo auto excludentes.
Propõe-se, portanto, que a ideia de inclusão já se desnude do caráter contraditório e impositivo com que é apresentada. Deixe de ser ordem às instituições educativas e passe a ser um reordenamento, como forma de produzir uma intensa mobilização social em favor de uma inclusão escolar não excludente e a partir da constatação de que “[...] a inclusão escolar vem se efetivando na prática como dificuldade, muito antes de a legislação vigente formalizar a proposta” (SILVA; FÁCION, 2005, p. 18).
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
De fato, a educação inclusiva é uma necessidade urgente, para dar oportunidades a todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiências, para que recebam serviços educacionais eficazes na preparação de pessoas para uma vida satisfatória na sociedade, em classes adequadas às suas idades. 
Assim como foi apontado no decorrer deste, a inclusão de alunos com deficiências deve ocorrer desde a educação infantil, passando pelo ensino fundamental até o nível superior, uma vez que é um direito garantindo por nosso Carta Magna e demais documentos oficiais como a atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96). 
A inclusão implica
em primeiro lugar, aceitar todas as crianças como pessoas, como seres humanos únicos e diferentes entre si. As diferenças individuais existem entre todos os seres humanos, portanto, não se justifica classificar um grupo de pessoas como sendo especial, justamente porque são portadoras de déficits sensoriais, motores, intelectuais, afetivos ou comportamentais. Na realidade todas as pessoas possuem déficits e habilidades nessas mesmas áreas, mas conseguem encontrar maneiras de se saírem bem na vida.
A inclusão é um assunto que causa certo desconforto as pessoas, principalmente no âmbito educacional, porque entendemos que para que ela realmente aconteça nas escolas, estas precisam se modificar. Tal modificação não é somente das instalações físicas, mas também de toda a proposta pedagógica, metodológica, conceitual de ensino-aprendizagem. Sabemos que isto provoca resistências. Por outro lado, inclusão está intrinsecamente relacionada à qualidade de ensino. 
 
8. REFERÊNCIAS
BRASIL. CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. Disponível em: <www.planalto.gov.br/.../constituicao/constituiçao.htm>. Acesso em: 02 fev. 2017.
BRASIL. Decreto nº 3.298 de 20/12/1999. Regulamenta a Lei nº 7.853, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção e dá outras providências.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Sinopses Estatísticas da Educação Básica / Censo Escolar. Brasília: MEC/Inep, 2004.
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Coletânea e Adaptações Curriculares em Ação Educacional na Educação Básica. SESSP/MEC. Maria Salete Fábio Aranha.
CARNEIRO, Moaci Alves. O acesso de alunos com deficiência às escolas e classes comuns: possibilidades e limitações. 2 eds. – Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
FACION, José Raimundo (Org.). Inclusão escolar e suas implicações. 2 eds.ver. e atual. – Curitiba: Ibpex, 2009.
MARTINS, Lúcia de Araújo Ramos et al., Inclusão: compartilhando saberes. 5. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
MAZZOTA, Marcos José da Silveira. Educação especial no Brasil: história e políticas públicas. São Paulo: Cortez, 1996.
MANTOAN, Maria Tereza Eglér. Inclusão escolar: pontos e contrapontos. São Paulo: Summus, 2006.
OLIVEIRA, Romualdo Portela de. Gestão, financiamento e direito à educação: análise da LDB e da Constituição Federal. São Paulo: Xamã, 2001.
REVISTA DA INCLUSÃO SOCIAL. Decreto. Publicado que dispõe sobre o atendimento educacional especializado (Informes, p. 48). v. 4 n° 2 Jul./Out. 2008. Secretaria de Educação.
SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. Rio de Janeiro, WVA, 1998.
XAVIER, Alexandre Guedes Pereira. Ética, técnica e política: a competência docente na proposta inclusiva. In: Revista Integração, ano 14, nº 24. Brasília: Ministério da Educação / Secretaria de Educação Especial, 2002.

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