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Direito Administrativo para Delegado da PC-PR

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Aula 02
Direito Administrativo p/ PC-PR
(Delegado) Com Videoaulas - Pós-Edital
Autor:
Wagner Damazio
Aula 02
18 de Abril de 2020
40545877121 - Luciana Pereira Gonçalves
 
 
 
Sumário 
Introdução ......................................................................................................................................... 4 
1. Considerações Iniciais ...................................................................................................................... 6 
2. Abrangência do Estatuto das Estatais ................................................................................................ 9 
2.1. Definições .............................................................................................................................................. 13 
2.2. Exceção de Aplicação de Dispositivos da Lei das Estatais ..................................................................... 16 
2.3. Deveres para Participação em Sociedade Empresarial sem Controle Acionário .................................. 19 
2.4. Disposições aplicáveis inclusive às Empresas Estatais de Menor Porte ................................................ 21 
3. Organização das Estatais ................................................................................................................ 31 
3.1. Acionista Controlador ............................................................................................................................ 34 
Wagner Damazio
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3.2. Administrador........................................................................................................................................ 36 
3.3. Conselho de Administração ................................................................................................................... 40 
3.4. Membro Independente do Conselho de Administração ........................................................................ 43 
3.5. Diretoria ................................................................................................................................................ 45 
3.6. Comitê de Auditoria Estatutário ........................................................................................................... 46 
3.7. Conselho Fiscal ...................................................................................................................................... 50 
4. Regras Gerais de Licitações e Contratos das Empresas Estatais .......................................................... 52 
4.1. Dispensa de Licitação ............................................................................................................................ 56 
4.2. Inexigibilidade de Licitação ................................................................................................................... 59 
4.3. Regras Gerais aplicáveis a Licitações e a Contratos ............................................................................. 61 
4.4. Impedidos de Participar da Licitação e de Realizar Contratações com as Empresas Estatais .............. 69 
5. Regras Específicas de Licitações das Estatais .................................................................................... 71 
5.1. Alienação de Bens ................................................................................................................................. 71 
5.2. Aquisição de Bens .................................................................................................................................. 72 
5.3. Obras e Serviços .................................................................................................................................... 73 
6. Procedimentos Licitatórios ............................................................................................................. 83 
6.1. Procedimentos Auxiliares à Licitação .................................................................................................... 91 
7. Contratos ..................................................................................................................................... 95 
7.1. Regras Específicas quanto a Alterações dos Contratos ...................................................................... 101 
7.2. Sanções Administrativas ..................................................................................................................... 104 
8. Fiscalização das Estatais ............................................................................................................... 107 
9. Questões de Concursos Anteriores ............................................................................................... 110 
9.1. Lista de Questões sem Comentários ................................................................................................... 110 
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9.2. Gabarito sem Comentários ................................................................................................................. 126 
9.3. Questões Resolvidas e Comentadas .................................................................................................... 127 
10. Resumo .................................................................................................................................... 159 
11. Considerações Finais.................................................................................................................. 184 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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INTRODUÇÃO 
 
Caríssimo(a)! Vamos dar continuidade, aqui no Estratégia Concursos, ao Curso de Direito Administrativo com 
teoria e exercícios resolvidos e comentados para o concurso de ingresso à carreira de Delegado de Polícia Civil do 
Paraná. 
Na aula passada, nós iniciamos o estudo da Organização da Administração Pública, tanto da Administração 
Pública Direta quanto da Administração Pública Indireta. 
Ainda na aula passada, quando da análise das espécies de pessoas jurídicas integrantes da Administração 
Pública Indireta (Autarquias, Fundações Públicas, Consórcios Públicos, Sociedades de Economia Mista, 
Empresas Públicas e Subsidiárias), fiz a ressalva de que a Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016, que trata do 
Estatuto Jurídico da Empresa Pública, da Sociedade de Economia Mista e de suas Subsidiárias, no âmbito da 
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, seria objeto de estudo exclusivo na aula de hoje. E, 
desta forma, faremos, já que é um tema importantíssimo. 
Frise-se que a Lei Federal nº 13.303, de 2016, vem atender a mandamentos previstos na própria Constituição 
da República Federativa do Brasil de 1988 – CRFB, conforme veremos em detalhes. 
Assim, por ser um tema novo no ordenamento e por sua relevância, as bancas têm explorado o seu conteúdo 
para avaliar se o candidato está acompanhando a evolução do Direito posto. 
Ou seja, é imprescindível se debruçar sobre essa lei para que você não perca nenhuma eventual questão 
relativa a este tema no certame! 
 
Havendo dificuldade na compreensão da teoria ou na resolução dos exercícios expostos nesta aula ou em 
qualquer outra, não deixe de entrar em contato comigo pelo fórum de dúvidas! 
Repito que estou sempre atento ao fórum de dúvidas para, de forma célere, buscar uma maneira de 
reescrever o conteúdo ou aclarar a explicação anteriormente oferecida para que você alcance a sua 
meta de aprendizagem.Frise-se que o nosso objetivo precípuo é a sua aprovação e para isso me dedicarei ao máximo para atendê-
lo e auxiliá-lo nessa caminhada. 
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Além disso, para ficar por dentro das notícias do mundo dos concursos públicos, recomendo que você siga 
o perfil do Estratégia Carreira Jurídica e do Estratégia Concursos nas mídias sociais! Você também poderá 
seguir meu perfil no Instagram. Por meio dele eu busco não só transmitir notícias de eventos do Estratégia 
e de fatos relativos aos concursos em geral, mas também compartilhar questões comentadas de 
concursos específicos que o ajudará em sua preparação! 
 
 
 
 
 
 
 
Que Deus o ilumine nos estudos! 
 
Sem mais delongas, vamos ao trabalho! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
 
Como de praxe, introduzo esta nossa aula 2 com as seguintes provocações: 
 
PROVOCAÇÕES INTRODUTÓRIAS PARA A AULA DE HOJE: 
1) A partir de 1º de julho de 2018 todas as Estatais estão obrigadas a cumprir integralmente 
os dispositivos da Lei das Estatais? 
2) A Lei das Estatais se aplica à empresa pública e à sociedade de economia mista que tiver, 
em conjunto com suas respectivas subsidiárias, no exercício social anterior, receita 
operacional bruta inferior a R$ 90 milhões? 
3) A necessidade de autorização para participação em empresa privada se aplica às operações 
de tesouraria, adjudicação de ações em garantia e participações autorizadas pelo Conselho 
de Administração? 
4) A Sociedade de Economia Mista pode solucionar, mediante arbitragem, as divergências 
entre acionistas e a sociedade ou entre acionistas controladores e acionistas minoritários? 
5) A Empresa Pública pode lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários, 
conversíveis em ações, e emitir partes beneficiárias? 
6) Quem deve manter banco de dados público e gratuito, disponível na internet, contendo a 
relação de todas as empresas públicas e as sociedades de economia mista? 
7) Qual é o prazo prescricional para a ação de reparação contra ato praticado com abuso de 
poder pelo acionista controlador? 
8) É garantida a eleição de quantos conselheiros no Conselho de Administração pelos 
acionistas minoritários? E se houver voto múltiplo? 
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9) Há limite de participação de membro em conselhos de administração ou fiscal? Faz 
diferença ser participação remunerada ou não? 
10) O Conselho de Administração deve ser composto por, no mínimo, 25% de membros 
independentes ou por pelo menos 1 representante, caso haja decisão pelo exercício da 
faculdade do voto múltiplo pelos acionistas minoritários? 
11) Para o cômputo das vagas destinadas a membros independentes serão consideradas 
aquelas ocupadas pelos conselheiros eleitos por acionistas minoritários e por conselheiros 
eleitos pelos empregados? 
12) O Comitê de Auditoria Estatutário deve ser integrado por quantos membros? 
13) O Conselho Fiscal deve contar com quantos membros indicados pelo ente controlador? O 
indicado deve ser servidor público com vínculo permanente? 
14) Caso se comprove que houve sobrepreço ou superfaturamento, quem responderá 
solidariamente pelo dano causado? 
15) Obras e serviços de engenharia de valor até R$ 100.000,00 e outros serviços e compras de 
valor até R$ 50.000,00 são dispensados de licitar? 
16) Licitação fracassada é motivo para dispensa de licitação? 
17) Há inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação? 
18) Quais os limites de gastos com publicidade e patrocínio em ano eleitoral? 
19) Qual a modalidade de licitação preferencial pela Lei das Estatais? 
20) O valor do contrato a ser celebrado é, em regra, sigiloso? 
21) Quais os prazos mínimos para propostas e lances? 
22) Qual a diferença entre contratação integrada e semi-integrada? 
23) Quais são os regimes (ou modalidades) admitidos para contratação dos serviços de 
engenharia e execução de obras? 
24) Pode ser estabelecida remuneração variável no contrato? 
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25) Quais são as fases do procedimento licitatório? Há inversão de fases? Quais os critérios de 
julgamento? Quais as regras de desempate? Quais são os prazos para recurso? E para 
impugnação do edital? 
26) Os contratos podem ser alterados por cláusulas exorbitantes ou dependem de acordo entre 
as partes? Quais são as sanções previstas? 
 
 
Se você não tem certeza de uma ou algumas das respostas a esses questionamentos, fique atento 
que elas estarão ao longo da aula de hoje! 
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2. ABRANGÊNCIA DO ESTATUTO DAS ESTATAIS 
 
Conforme citado na introdução da aula, o fundamento de validade da Lei nº 13.303, de 30 de 
junho de 2016, é a própria CRFB, em especial do art. 173. 
Mas, desde já, fixe que o art. 173 não é o único dispositivo Constitucional basilar da Lei nº 13.303, 
de 2016, já que esta lei tratou de empresas públicas, de sociedades de economia mista e de suas 
subsidiárias que exploram atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de 
prestação de serviços, ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de monopólio da 
união ou de prestação de serviços públicos, tema, em princípio, objeto do art. 175 da CRFB. 
 
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de 
atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos 
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei. 
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de 
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção 
ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: 
I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade; 
II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos 
direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários; 
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os 
princípios da administração pública; 
IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a 
participação de acionistas minoritários; 
V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores. 
§ 2º As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de 
privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. 
§ 3º A lei regulamentará as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade. 
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§ 4º - lei reprimirá o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, 
à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros. 
§ 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, 
estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua 
natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a 
economia popular. (...) 
Art. 175. Incumbeao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de 
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos. 
 
Perceba, portanto, o quão amplo é o mandamento do texto originário da Constituição 
reclamando, desde 1988, a necessidade de uma lei para disciplinar a atuação das pessoas jurídicas 
de direito privado integrantes da Administração Pública indireta, que explorem atividade 
econômica ou prestem serviço público. 
Nessa linha, o PLS nº 555, de 20151, apresentado por Comissão Mista do Senado e do Câmara 
dos Deputados, comissão esta formada por 5 senadores e 5 deputados federais criada 
especificamente para a finalidade de produzir o projeto de lei, deu origem à Lei nº 13.303, de 
2016. 
A Lei nº 13.303, de 2006, dispõe sobre o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de 
economia mista e de suas subsidiárias, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos 
Municípios. 
Ou seja, a aludida lei se aplica a todos os entes políticos da Federação e fixa a disciplina das 
Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista e de suas subsidiárias, pessoas jurídicas de 
direito privado integrantes da Administração Pública indireta. 
Do ponto de vista didático, creio ser importante apresentar a você a estrutura da Lei nº 13.303, 
de 2006, alcunhada de Lei das Estatais: 
 
 
 
1 http://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=4158973&disposition=inline 
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TÍTULO I – Disposições Aplicáveis às Empresas Públicas e às Sociedades de Economia Mista 
(art. 1º ao art. 27) 
CAPÍTULO I Disposições Preliminares 
CAPÍTULO II 
 
Do Regime Societário 
da Empresa Pública e 
da Sociedade de 
Economia Mista 
Seção I – Normas Gerais 
Seção II – Do Acionista Controlador 
Seção III – Do Administrador 
Seção IV – Do Conselho de Administração 
Seção V – Do Membro Independente do Conselho de Administração 
Seção VI – Da Diretoria 
Seção VII – Do Comitê de Auditoria Estatutário 
Seção VIII – Do Conselho Fiscal 
CAPÍTULO III Da Função Social da Empresa Pública e da Sociedade de Economia Mista 
TÍTULO II – Disposições Aplicáveis às Empresas Públicas, às Sociedades de Economia Mista e às suas 
Subsidiárias que Explorem Atividade Econômica de Produção ou Comercialização de Bens ou de 
Prestação de Serviços, ainda que a Atividade Econômica esteja Sujeita ao Regime de Monopólio da União 
ou seja de Prestação de Serviços Públicos 
(art. 28 ao art. 90) 
CAPÍTULO I 
 
Das Licitações 
Seção I – Da Exigência de Licitação e dos Casos de Dispensa e de Inexigibilidade 
Seção II – Disposições de Caráter Geral sobre Licitações e Contratos 
Seção III – Das Normas Específicas para Obras e Serviços 
Seção IV – Das Normas Específicas para Aquisição de Bens 
Seção V – Das Normas Específicas para Alienação de Bens 
Seção VI – Do Procedimento de Licitação 
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Seção VII – Dos Procedimentos Auxiliares das Licitações 
CAPÍTULO II 
 
Dos Contratos 
Seção I - Da Formalização dos Contratos 
Seção II - Da Alteração dos Contratos 
Seção III – Das Sanções Administrativas 
CAPÍTULO III Da Fiscalização pelo Estado e pela Sociedade 
TÍTULO III – Disposições Finais e Transitórias 
(art. 91 ao art. 97) 
 
Antes de destrincharemos cada um desses tópicos, cabe trazer algumas informações acerca da 
aplicação intertemporal da Lei das Estatais. 
De forma expressa, a Lei das Estatais, que foi publicada em 1º de julho de 2016, fixou que as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista constituídas anteriormente a sua vigência 
deveriam promover as modificações necessárias à adequação aos seus dispositivos no prazo de 
24 meses. 
Isto é, a partir de 1º de julho de 2018, todas as Estatais (empresas públicas e sociedades de 
economia mista) estão obrigadas a cumprir integralmente aos ditames da Lei nº 13.303, de 30 de 
junho de 2016. 
Além disso, a Lei das Estatais autorizou que as sociedades de economia mista de capital fechado 
na data da sua publicação fossem transformadas em empresas públicas, mediante resgate da 
totalidade das ações de titularidade de acionistas privados pela empresa, com base no valor de 
patrimônio líquido constante do último balanço aprovado pela assembleia-geral. 
Também neste prazo de 24 meses após a publicação da Lei das Estatais, os procedimentos 
licitatórios e os contratos iniciados ou celebrados continuaram a ser regidos pela legislação 
anterior. 
Essa transformação da sociedade de economia mista de capital fechado em empresa pública 
também deveria ser realizada até 1º de julho de 2018. 
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Superados esses aspectos intertemporais, vejamos em detalhes o regramento da Lei nº 13.303, 
de 30 de junho de 2016. 
Ressalte-se que, em função de a Lei das Estatais ser bem recente, ainda não temos tantas 
jurisprudências de tribunais superiores para apresentar nem muitas questões de concursos 
específicos da área jurídica, o que fará com que a aula de hoje seja bastante focada nos dispositivos 
da lei. 
 
2.1. DEFINIÇÕES 
A Lei das Estatais assim define Empresa Pública: 
 
 
Empresa Pública: é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com criação 
autorizada por lei e com patrimônio próprio, cujo capital social é integralmente detido pela União, 
pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios. 
 
Além disso, autoriza-se a participação no capital da empresa pública de outras pessoas jurídicas 
de direito público interno e de entidades da Administração Pública indireta da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, desde que a maioria do capital votante permaneça em 
propriedade da União, do Estado, do Distrito Federal ou do Município. 
 
CAI NA PROVA 
O concurso para Juiz Federal do TRF da 2ª Região, realizado em 2017 por banca própria, 
apresentou a seguinte afirmação em uma das alternativas da prova: “É vedada a 
participação das entidades da administração indireta no capital das empresas públicas.” 
Comentários: alternativa incorreta. De acordo com o parágrafo único do art. 3º da Lei das 
Estatais, desde que a maioria do capital votante permaneça em propriedade da União, do 
Estado, do Distrito Federal ou do Município, é admitida, no capital da empresa pública, a 
participação de outras pessoas jurídicas de direito público interno, bem como de entidades 
da administração indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. 
 
 
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Portanto, desde que a maioria do capital com direito a voto seja dos Entes Políticos, é autorizada 
a participação de entidades da Administração Pública indireta e das demais pessoas jurídicas de 
direito público interno no capital de empresa pública. 
 
Exemplo 1: pode-se pensar em uma participação da Petrobras S.A. e/ou do 
Banco do Brasil S.A., sociedades de economia mista com maioria do capital social 
com direito a voto da União, no capital social da Caixa Econômica Federal, 
empresa pública federal.Ou seja, o Banco do Brasil e a PETROBRAS, que 
possuem acionistas pessoas físicas e pessoas jurídicas de direito 
privado, já que possuem ações negociadas na BM&FBOVESPA, 
podem participar do capital social de uma Empresa Pública, desde 
que a maioria do capital votante esteja no poder do Ente Político, 
como acontece com essas estatais.A União possui 50,73% das ações com direito a voto do Banco do Brasil S.A2. e 50,26% da 
PETROBRAS S.A.3. 
 
Exemplo 2: pode-se pensar também na criação de uma nova empresa pública, 
com formação de seu capital social sendo integralizado com recursos do governo 
federal e de Estados e Municípios da Federação. 
Atenção: a participação de entes da Federação no capital social da empresa pública não a torna, 
por si só, em um consórcio público. A criação do consórcio público, como vimos na aula passada, 
possui regramento próprio previsto na Lei nº 11.107, de 2005. 
 
Também como visto na aula anterior, o Código Civil (Lei nº 10.406, de 2002) fixa que são as 
seguintes as pessoas jurídicas de direito público interno: 
 
 
 
2 http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-derivativos/renda-variavel/empresas-
listadas.htm 
3 http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-derivativos/renda-variavel/empresas-
listadas.htm 
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Já a definição de Sociedade de Economia Mista apresentada pela Lei das Estatais é: 
 
Sociedade de Economia Mista: é a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, 
com criação autorizada por lei, sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto 
pertençam em sua maioria à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios ou a entidade 
da administração indireta. 
 
Perceba que, obrigatoriamente, a sociedade de economia mista deve ser constituída sob a forma 
de sociedade anônima, S.A., e estará sujeita tanto às disposições da Lei das Estatais quanto às da 
Lei nº 6.404, de 1976 (Lei que dispõe sobre as Sociedades Anônimas). 
 
 
#ficadica 
O controlador da sociedade de economia mista tem os deveres e as responsabilidades de 
acionista controlador, devendo, respeitado o interesse público que justificou sua criação, 
exercer o poder de controle no interesse da companhia, conforme estabelecido na Lei nº 
6.404, de 1976. 
Pessoas Jurídicas de 
Direito Público Interno:
União
Estados, Distrito Federal e os Territórios
Municípios
Autarquias, inclusive as Associações Públicas
as demais entidades de caráter público criadas por 
lei
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Atenção 1:a sociedade de economia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliários – CVM 
também está sujeita à Lei nº 6.385, de 1976 (Lei que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e que 
criou a CVM). 
 
Atenção 2:ressalte-se, também, que se aplicam às empresas públicas, às sociedades de economia mista 
de capital fechado e às suas subsidiárias: 
 
a) as disposições da Lei nº 6.404, de 1976; e 
 
b) as normas da CVM sobre escrituração e elaboração de demonstrações financeiras, inclusive a 
obrigatoriedade de auditoria independente por auditor registrado nesse órgão. 
 
CAI NA PROVA 
O concurso para Juiz Federal do TRF da 2ª Região, realizado em 2017 por banca própria, 
apresentou a seguinte afirmação em uma das alternativas da prova: “As empresas públicas 
e sociedades de economia mista não estão submetidas à disciplina da Lei de Falências e 
nem às normas da Comissão de Valores Mobiliários.” 
Comentários: alternativa incorreta. De acordo com o §2º do art. 4º da Lei das Estatais, a 
sociedade de economia mista com registro na Comissão de Valores Mobiliários se sujeita 
às disposições da Lei nº 6.385, de 7 de dezembro de 1976. Além disso, o art. 7º fixa que 
se aplicam a todas as empresas públicas, às sociedades de economia mista de capital 
fechado e às suas subsidiárias as disposições da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, 
e as normas da Comissão de Valores Mobiliários sobre escrituração e elaboração de 
demonstrações financeiras, inclusive a obrigatoriedade de auditoria independente por 
auditor registrado nesse órgão. 
 
 
2.2. EXCEÇÃO DE APLICAÇÃO DE DISPOSITIVOS DA LEI DAS 
ESTATAIS 
 
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A Lei das Estatais expressamente estabeleceu que algumas de suas disposições, constantes em 
seu Título I, podem não ser aplicadas à empresa pública ou à sociedade de economia mista que 
tenha, em conjunto com suas respectivas subsidiárias, no exercício social anterior, receita 
operacional bruta inferior a R$ 90.000.000,00 (noventa milhões de reais). 
Ou seja, há a possibilidade de um tratamento diferenciado às empresas estatais de menor porte. 
Mas frise-se que são apenas alguns artigos do Título I e não da integralidade da lei. 
 
#ficadica 
Dos 27 artigos constantes no Título I da Lei das Estatais, apenas 10 se aplicam 
obrigatoriamente à empresa pública e à sociedade de economia mista que tiveram 
no exercício social anterior, em conjunto com suas respectivas subsidiárias, receita 
operacional bruta inferior a R$ 90 milhões (empresas estatais de menor porte). São 
eles: artigos 2º a 8º, 11, 12 e 27 (esses dispositivos serão explorados a seguir no 
tópico 2.4.). 
 
Atenção 1:os Poderes Executivos puderam editar atos que estabelecessem regras de 
governança destinadas às suas respectivas estatais de menor porte (empresas públicas e 
sociedades de economia mista que tiverem no exercício social anterior, em conjunto com suas 
respectivas subsidiárias, receita operacional bruta inferior a R$ 90 milhões), observadas as 
diretrizes gerais da Lei das Estatais. 
 
Atenção 2:para os casos em que os Poderes Executivos não editaram no prazo de 180 dias da 
publicação da Lei das Estatais (01 de julho de 2016), as regras de governança destinadas às suas 
respectivas estatais de menor porte (respectivas empresas públicas e sociedades de economia 
mista que no exercício social anterior, em conjunto com suas respectivas subsidiárias, tiveram 
receita operacional bruta inferior a R$ 90 milhões), também são as regras de governança 
previstas na própria Lei das Estatais. 
 
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Rememore que, de acordo com a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF (Lei Complementar nº 101, 
de 2000): 
 
Empresa Controlada: é a sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença, 
direta ou indiretamente, a ente da Federação. 
 
Empresa Estatal Dependente: é a empresa controlada que receba do ente controlador recursos 
financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral ou de capital, 
excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de participação acionária. 
 
 
 
 
 
 
Também se aplica a 
Lei das Estatais:
à empresa pública dependente, definida pela Lei de 
Responsabilidade Fiscal - LRF, que explore atividade econômica, 
ainda que a atividade econômica esteja sujeita ao regime de 
monopólio da União ou seja de prestação de serviços públicos
à empresa pública e à sociedade de economia mista que 
participem de consórcio, conforme disposto no art. 279 da Lei 
nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, na condição de 
operadora
à sociedade, inclusive a de propósito específico, que seja 
controlada por empresa pública ou sociedade de economia 
mista
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CAI NA PROVA 
O concurso para Advogado do BANPARÁ, realizado em 2017 por banca própria, 
apresentou a seguinte afirmação em uma das alternativas da prova: “As sociedades de 
propósitoespecífico, exatamente em razão de sua finalidade, são reguladas 
exclusivamente pelo direito privado, ainda que controladas por empresa estatal.” 
Comentários: alternativa incorreta. De acordo de acordo com o §6º do art. 1º da Lei nº 
13.303, de 2016, também se submete ao Regime da Lei das Estatais a sociedade, inclusive 
a de propósito específico, que seja controlada por empresa pública ou sociedade de 
economia mista abrangidas pela Lei das Estatais. 
 
 
2.3. DEVERES PARA PARTICIPAÇÃO EM SOCIEDADE EMPRESARIAL 
SEM CONTROLE ACIONÁRIO 
 
A Lei das Estatais fixa que a empresa pública, a sociedade de economia mista e suas subsidiárias 
têm o dever de adotar, quanto à fiscalização da sociedade empresarial que participem sem deter 
o controle acionário, práticas de governança e controle proporcionais à relevância, à materialidade 
e aos riscos do negócio do qual são partícipes. 
 
ELEMENTOS A SEREM CONSIDERADOS PARA FIXAR A RELEVÂNCIA, A MATERIALIDADE E OS RISCOS DO 
NEGÓCIO: 
documentos e informações estratégicos do negócio e demais relatórios e informações 
produzidos por força de acordo de acionistas e de Lei considerados essenciais para a defesa de 
seus interesses na sociedade empresarial investida 
relatório de execução do orçamento e de realização de investimentos programados pela 
sociedade, inclusive quanto ao alinhamento dos custos orçados e dos realizados com os custos 
de mercado 
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informe sobre execução da política de transações com partes relacionadas 
análise das condições de alavancagem financeira da sociedade 
avaliação de inversões financeiras e de processos relevantes de alienação de bens móveis e 
imóveis da sociedade 
relatório de risco das contratações para execução de obras, fornecimento de bens e prestação 
de serviços relevantes para os interesses da investidora 
informe sobre execução de projetos relevantes para os interesses da investidora 
relatório de cumprimento, nos negócios da sociedade, de condicionantes socioambientais 
estabelecidas pelos órgãos ambientais 
avaliação das necessidades de novos aportes na sociedade e dos possíveis riscos de redução da 
rentabilidade esperada do negócio 
qualquer outro relatório, documento ou informação produzido pela sociedade empresarial 
investida considerado relevante 
 
 
CAI NA PROVA 
O concurso para Advogado do BANPARÁ, realizado em 2017 por banca própria, 
apresentou a seguinte afirmação em uma das alternativas da prova: “Quando a empresa 
estatal não detém o controle de outra sociedade empresária, fica desonerada de adotar 
quaisquer critérios de governança em razão do poder de controle ser exercido por 
terceiros.” 
Comentários: alternativa incorreta. De acordo com o §7º do art. 1º da Lei das Estatais, na 
participação em sociedade empresarial em que a empresa pública, a sociedade de 
economia mista e suas subsidiárias não detenham o controle acionário, essas deverão 
adotar, no dever de fiscalizar, práticas de governança e controle proporcionais à relevância, 
à materialidade e aos riscos do negócio do qual são partícipes. 
 
 
 
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2.4. DISPOSIÇÕES APLICÁVEIS INCLUSIVE ÀS EMPRESAS ESTATAIS 
DE MENOR PORTE 
Vamos analisar, neste tópico, as disposições da Lei das Estatais que se aplicam, obrigatoriamente, 
também às empresas estatais de menor porte, ou seja, as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista que tiveram no exercício social anterior, em conjunto com suas respectivas 
subsidiárias, receita operacional bruta inferior a R$ 90 milhões. 
Inicialmente, contudo, cabe esclarecer que as definições de empresa pública e de sociedade de 
economia mista vistas no tópico 2.1. também se incluem entre as disposições da Lei das Estatais 
que se aplicam às estatais de menor porte. 
Também cabe dizer que, de acordo com a Lei das Estatais, a exploração de atividade econômica 
pelo Estado deve ser exercida por meio de empresa pública, de sociedade de economia mista e 
de suas subsidiárias, as quais, para sua criação, dependem de prévia autorização legal que indique, 
de forma clara, relevante interesse coletivo ou imperativo de segurança nacional, nos termos do 
art. 173 da Constituição Federal. 
 
CAI NA PROVA 
O concurso para Juiz Federal do TRF da 2ª Região, realizado em 2017 por banca própria, 
apresentou a seguinte afirmação em uma das alternativas da prova:” Depende de lei 
específica a constituição da empresa pública ou de sociedade de economia mista. A lei, 
desde que presente justificativa plausível, pode delegar ao Executivo a definição do 
relevante interesse coletivo que justifica a criação do ente e, em tal caso, o fará de modo 
claro e transparente.” 
Comentários: alternativa incorreta. De acordo com o §1º do art. 2º da Lei das Estatais (Lei 
nº 13.303, de 2016), a constituição de empresa pública ou de sociedade de economia mista 
dependerá de prévia autorização legal que indique, de forma clara, relevante interesse 
coletivo ou imperativo de segurança nacional, nos termos do caput do art. 173 da 
Constituição Federal. 
 
 
 
 
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Frise-se também que, em linha com o inciso XX do art. 37 da CRFB, a criação de subsidiárias de 
empresa pública e de sociedade de economia mista, assim como a participação de qualquer delas 
em empresa privada, depende de autorização legislativa cujo objeto social deve estar relacionado 
ao da investidora. 
 
#ficadica 
A necessidade de autorização para participação em empresa privada NÃO se aplica 
-desde que estejam em linha com o plano de negócios da empresa pública, da 
sociedade de economia mista e de suas respectivas subsidiárias -às operações de: 
 
a) tesouraria; 
b) adjudicação de ações em garantia; e 
c) participações autorizadas pelo Conselho de Administração. 
 
 
CAI NA PROVA 
O concurso para Advogado do BANPARÁ, realizado em 2017 por banca própria, 
apresentou a seguinte afirmação em uma das alternativas da prova: “A empresa estatal 
pode participar de outra sociedade empresária independentemente de autorização 
legislativa quando o objeto for relacionado a meras operações de tesouraria.” 
Comentários: alternativa correta. De acordo com o §3º do art. 2º da Lei das Estatais (Lei nº 
13.303, de 2016), a autorização legislativa para participação em empresa privada não se 
aplica a operações de tesouraria, adjudicação de ações em garantia e participações 
autorizadas pelo Conselho de Administração em linha com o plano de negócios da 
empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas respectivas subsidiárias. 
 
 
Relembre o teor dos incisos XIX e XX do art. 37 da CRFB que exploramos bastante na aula anterior: 
 
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XIX – somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autorizada a instituição 
de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei 
complementar, neste último caso, definir as áreas de sua atuação; 
XX - depende de autorização legislativa, em cada caso, a criação de subsidiárias das 
entidades mencionadas no inciso anterior, assim como a participação de qualquer delas 
em empresa privada 
 
Rememore também que, de acordo com a posição do STF, é dispensável a autorização legislativa 
individual para a criação de empresas subsidiárias, desde que haja previsão para esse fim na lei de 
instituiçãodo ente da Administração Indireta. 
 
Medida cautelar. Ação direta de inconstitucionalidade. Arts. 4º, 5º, 8º, § 2º, 10 e 13 
da Lei 9.295/1996. Telecomunicações. Alegada violação dos arts. 2º, 5º, 21, XI, 37, XX 
e XXI, 66, § 2º, 170, IV e V, e 175 da CF. Não ocorrência. Medida cautelar indeferida. 
(...) É dispensável a autorização legislativa para a criação de empresas subsidiárias, 
desde que haja previsão para esse fim na lei de instituição da empresa pública, sociedade de 
economia mista ou fundação matriz, tendo em vista que a lei criadora é também a medida 
autorizadora. O Serviço de Valor Adicionado (SVA), previsto no art. 10 da Lei 9.295/1996, não se 
identifica, em termos ontológicos, com o serviço de telecomunicações. O SVA é, na verdade, 
mera adição de valor a serviço de telecomunicações já existente, uma vez que a disposição 
legislativa ora sob exame propicia a possibilidade de competitividade e, assim, a prestação de 
melhores serviços à coletividade.[ADI 1.491 MC, rel. p/ o ac. min. Ricardo Lewandowski, j. 8-5-
2014, P, DJE de 30-10-2014.] 
Afirmando o caráter genérico da autorização legislativa para a criação de subsidiárias 
de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação pública a 
que se refere o inciso XX, do art. 37, da CF, o Tribunal entendeu que a Lei atacada 
atende a esse permissivo constitucional por nela haver a previsão para essa finalidade 
(art. 64), afastando-se, portanto, a alegação de que seria necessária a autorização específica do 
Congresso Nacional para se instituir cada uma das subsidiárias de uma mesma entidade. ADInMC 
1.649-UF, rel. Maurício Corrêa, 29.10.97. 
 
 
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 O ESTATUTO DAS EMPRESAS PÚBLICAS, SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E DE SUAS SUBSIDIÁRIAS 
DEVEM OBSERVAR OS SEGUINTES TEMAS CONSTANTES NA LEI DAS ESTATAIS: 
• regras de governança corporativa 
• de transparência e de estruturas 
• práticas de gestão de riscos 
• práticas de controle interno 
• composição da administração 
• mecanismos de proteção de acionistas 
 
Portanto, todos os temas elencados na listagem anterior, ainda que sejam tratados fora deste 
tópico 2.3., também se aplicam às empresas públicas e às sociedades de economia mista que 
tiveram no exercício social anterior, em conjunto com suas respectivas subsidiárias, receita 
operacional bruta inferior a R$ 90 milhões. 
 
 
NO QUE TANGE À TRANSPARÊNCIA, AS EMPRESAS ESTATAIS DEVEM, SEM PREJUÍZO QUANTO À DIVULGAÇÃO 
NA INTERNET DE FORMA PERMANENTE E CUMULATIVA, OBSERVAR OS REQUISITOS A SEGUIR: 
elaboração de carta anual, subscrita pelos membros do Conselho de Administração, com a 
explicitação dos compromissos de consecução de objetivos de políticas públicas pela empresa 
pública, pela sociedade de economia mista e por suas subsidiárias, em atendimento ao interesse 
coletivo ou ao imperativo de segurança nacional que justificou a autorização para suas 
respectivas criações, com definição clara dos recursos a serem empregados para esse fim, bem 
como dos impactos econômico-financeiros da consecução desses objetivos, mensuráveis por 
meio de indicadores objetivos 
Atenção: a carta anual aqui referida caracterizará o interesse público das empresas estatais ao 
explicitar o alinhamento entre os objetivos destas, respeitadas as razões que motivaram a 
autorização legislativa, e aqueles de políticas públicas. 
adequação de seu estatuto social à autorização legislativa de sua criação 
divulgação tempestiva e atualizada de informações relevantes, em especial as relativas a 
atividades desenvolvidas, estrutura de controle, fatores de risco, dados econômico-financeiros, 
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comentários dos administradores sobre o desempenho, políticas e práticas de governança 
corporativa e descrição da composição e da remuneração da administração 
 
Atenção: Carta anual de governança corporativa deve ser confeccionada para ampla divulgação 
ao público em geral, consolidando em um único documento escrito todas as informações 
relevantes acima descritas, com linguagem clara e direta. 
elaboração e divulgação de política de divulgação de informações, em conformidade com a 
legislação em vigor e com as melhores práticas 
elaboração de política de distribuição de dividendos, à luz do interesse público que justificou a 
criação da empresa pública ou da sociedade de economia mista 
divulgação, em nota explicativa às demonstrações financeiras, dos dados operacionais e 
financeiros das atividades relacionadas à consecução dos fins de interesse coletivo ou de 
segurança nacional 
elaboração e divulgação da política de transações com partes relacionadas, em conformidade 
com os requisitos de competitividade, conformidade, transparência, equidade e 
comutatividade, que deverá ser revista, no mínimo, anualmente e aprovada pelo Conselho de 
Administração 
divulgação anual de relatório integrado ou de sustentabilidade 
 
Além das regras de transparência constantes na tabela anterior, a Lei das Estatais fixa que: 
 
1) as sociedades de economia mista com registro na CVM se sujeitam ao regime informacional 
estabelecido por essa autarquia e devem divulgar as informações na forma fixada em suas normas; 
 
2) a empresa pública e a sociedade de economia mista devem divulgar toda e qualquer forma de 
remuneração dos administradores; 
 
3) a empresa pública e a sociedade de economia mista devem adequar constantemente suas 
práticas ao Código de Conduta e Integridade e a outras regras de boa prática de governança 
corporativa, na forma estabelecida em sua regulamentação. 
 
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Lembre-se que, de acordo com o art. 173, §2º, da CRFB, as empresas públicas e as sociedades de 
economia mista não podem gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado. 
No que tange à assunção de obrigações e responsabilidades, a Lei das Estatais fixa que se a 
empresa pública ou a sociedade de economia mista que explorem atividade econômica as 
assumam em condições distintas daquelas que qualquer outra empresa do setor privado em que 
atuam assumiriam, devem: 
 
 
 
 
#ficadica 
1) A Sociedade de Economia Mista pode solucionar, mediante 
arbitragem, as divergências entre acionistas e a sociedade ou entre 
acionistas controladores e acionistas minoritários, nos termos 
previstos em seu estatuto social. 
2) A Empresa Pública NÃO pode lançar debêntures ou outros títulos ou valores mobiliários, 
conversíveis em ações, nem emitir partes beneficiárias. 
Atenção 1: debêntures, nos termos do art. 52 da Lei nº 6.404, de 1976, são títulos ou valores 
mobiliários que conferem aos seus titulares direito de crédito contra o emissor, nas condições 
constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado. Ou seja, é uma forma de captação 
as obrigações e responsabilidades estarem claramente definidas em lei 
ou regulamento, bem como previstas em contrato, convênio ou ajuste 
celebrado com o ente público competente para estabelecê-las, 
observada a ampla publicidade desses instrumentos
as obrigações e responsabilidadesterem seu custo e suas 
receitas discriminados e divulgados de forma transparente, 
inclusive no plano contábil
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de recursos pelo emissor que, ao invés de tomar um empréstimo, expede debêntures que fixam 
o direito de crédito a que terádireito o seu detentor4. 
Atenção 2:partes beneficiárias, nos termos do art. 46 da Lei nº 6.404, de 1976, são títulos 
negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social, que conferem aos seus titulares 
direito de crédito eventual do emitente, consistente na participação nos lucros anuais. 
Atenção 3:uma lista não taxativa de títulos ou valores mobiliários consta no art. 2º da Lei nº 
6.385, de 1976. 
 
CAI NA PROVA 
O concurso para Advogado do BANPARÁ, realizado em 2017 por banca própria, 
apresentou a seguinte afirmação em uma das alternativas da prova: “O Estatuto Social da 
sociedade de economia mista poderá admitir o uso da arbitragem para solucionar as 
divergências entre acionistas e a sociedade, ou entre acionistas controladores e acionistas 
minoritários.” 
Comentários: alternativa correta. De acordo com o parágrafo único do art. 12 da Lei das 
Estatais (Lei nº 13.303, de 2016), a sociedade de economia mista poderá solucionar, 
mediante arbitragem, as divergências entre acionistas e a sociedade, ou entre acionistas 
controladores e acionistas minoritários, nos termos previstos em seu estatuto social. 
 
 
Ainda quanto às disposições do Título I da Lei das Estatais que se aplicam, inclusive, às empresas 
públicas e às sociedades de economia mista que tiveram no exercício social anterior, em conjunto 
com suas respectivas subsidiárias, receita operacional bruta inferior a R$ 90 milhões, cabe falar 
sobre sua função social. 
As Estatais têm a função social de realização do interesse coletivo ou de atendimento a imperativo 
da segurança nacional expressa no instrumento de autorização legal para a sua criação. 
 
 
4 Nessa linha: http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-derivativos/renda-fixa-
privada-e-publica/debentures.htm 
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#ficadica 
A empresa pública e a sociedade de economia mista devem adotar práticas de 
sustentabilidade ambiental e de responsabilidade social corporativa compatíveis 
com o mercado em que atuam, nos termos da lei. 
 
Cabe dizer que a empresa pública e a sociedade de economia mista podem, desde que 
comprovadamente vinculadas ao fortalecimento de sua marca e observando, no que couber, as 
normas de licitação e contratos da Lei das Estatais, celebrar convênio ou contrato de patrocínio 
com pessoa física ou com pessoa jurídica para promoção de atividades: 
 
A realização do interesse 
coletivo pelas Empresas 
Públicas e Sociedades de 
Economia Mista deve ser 
orientada para:
o alcance do bem-estar econômico
a alocação socialmente eficiente dos recursos geridos
a ampliação economicamente sustentada do acesso de 
consumidores aos produtos e serviços
o desenvolvimento e o emprego de tecnologia brasileira para 
produção e oferta de produtos e serviços, sempre de maneira 
economicamente justificada
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CAI NA PROVA 
O concurso para Procurador do Estado de Pernambuco de 2018, realizado pela banca 
CESPE, apresentou a seguinte afirmação em uma das alternativas da prova: “Uma empresa 
pública pode celebrar contrato de patrocínio com pessoa física para a promoção de 
atividade cultural, ainda que tal atividade seja desvinculada de sua marca.” 
Comentários: alternativa incorreta. De acordo com o art. 27 da Lei das Estatais, a empresa 
pública e a sociedade de economia mista poderão celebrar convênio ou contrato de 
patrocínio com pessoa física ou com pessoa jurídica para promoção de atividades culturais, 
sociais, esportivas, educacionais e de inovação tecnológica, desde que comprovadamente 
vinculadas ao fortalecimento de sua marca, observando-se, no que couber, as suas normas 
de licitação e contratos. 
 
 
Por fim, ressalte-se que o Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins deve manter 
banco de dados público e gratuito, disponível na internet, contendo a relação de todas as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista. 
 
 
 
 
culturais sociais esportivas
educacionaisde inovação tecnológica
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==16eeeb==
 
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#ficadica 
A União está proibida de realizar transferência voluntária de recursos a Estados, ao 
Distrito Federal e a Municípios que não fornecerem ao Registro Público de Empresas 
Mercantis e Atividades Afins as informações relativas às empresas públicas e às 
sociedades de economia mista a eles vinculadas. 
 
 
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3. ORGANIZAÇÃO DAS ESTATAIS 
 
A Lei das Estatais traz a Estrutura Organizacional das empresas públicas e das sociedades de 
economia mista necessárias para tender a seus propósitos de interesse público, bem como 
apresenta diretrizes para cada um dos principais órgãos que as compõem. 
Nesse sentido, além de algumas normas gerais, a Lei apresenta disposições com regramentos para 
a seguinte estrutura: 
 
 
Vamos avaliar cada uma das partes da estrutura indicada das empresas públicas e das sociedades 
de economia mista, mas, antes, se faz necessário ainda continuar a apresentar algumas normas 
gerais, sendo agora aquelas que podem não ser aplicáveis às empresas estatais de menor porte 
(as empresas públicas e à sociedades de economia mista que tiveram, em conjunto com suas 
Empresas 
Estatais
Acionista 
Controlador
Administrador
Conselho de 
Administração
Membro 
Independente do 
Conselho de 
Administração
Comitê de 
Auditoria 
Estatutário
Diretoria
Conselho Fiscal
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respectivas subsidiárias, no exercício social anterior, receita operacional bruta inferior a R$ 90 
milhões). 
Nesse sentido, a Lei das Estatais fixa que a empresa pública e a sociedade de economia mista 
devem adotar regras de estruturas e práticas de gestão de riscos e controle interno que 
contemplem: 
 
a) ação dos administradores e empregados, por meio da implementação cotidiana de práticas de 
controle interno; 
 
b) área responsável pela verificação de cumprimento de obrigações e de gestão de riscos; 
 
c) auditoria interna e Comitê de Auditoria Estatutário. 
 
#ficadica 
1) A área responsável pela verificação de cumprimento de obrigações e de gestão 
de riscos deve ser vinculada ao diretor-presidente e liderada por diretor estatutário, 
devendo o estatuto social prever as atribuições da área, bem como estabelecer 
mecanismos que assegurem atuação independente. 
 
2) A área de auditoria interna deve ser vinculada ao Conselho de Administração, diretamente ou 
por meio do Comitê de Auditoria Estatutário e ser responsável por aferir: 
 
a) a adequação do controle interno; 
b) a efetividade do gerenciamento dos riscos; 
c) a efetividade dos processos de governança; e 
d) a confiabilidade do processo de coleta, mensuração, classificação, acumulação, registro 
e divulgação de eventos e transações, visando ao preparo de demonstrações financeiras. 
 
3) A área de compliance deve ter a possibilidade, prevista no estatuto social, de se reportar 
diretamente ao Conselho de Administração em situações em que se suspeite do envolvimento 
do diretor-presidente em irregularidades ou quando este se furtar à obrigação de adotar 
medidas necessárias em relação à situação a ele relatada. 
 
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Ademais, deve ser elaborado e divulgado amplamente o Código de Conduta e Integridade – CCI, 
contendo os seguintes elementos: 
 
CONTEÚDO OBRIGATÓRIO DO CÓDIGO DE CONDUTA E INTEGRIDADE – CCI: 
 princípios, valores e missão da empresa pública e da sociedade de economia mista, bem 
como orientações sobre a prevenção de conflito de interesses e vedação de atos de 
corrupção e fraude 
 instâncias internas responsáveis pela atualização e aplicação do Código de Conduta e 
Integridade 
 canal de denúncias que possibilite o recebimento de denúncias internas e externas 
relativas ao descumprimento do Código de Conduta e Integridade e das demais normas 
internas de ética e obrigacionais 
 mecanismos de proteção que impeçam qualquer espécie de retaliação à pessoa que 
utilize o canal de denúncias 
 sanções aplicáveis em caso de violação às regras do Código de Conduta e Integridade 
 previsão de treinamento periódico, no mínimo anual, sobre Código de Conduta e 
Integridade, a empregados e administradores, e sobre a política de gestão de riscos, a 
administradores 
 
As empresas estatais devem também criar comitê estatutário para verificar a conformidade do 
processo de indicação e de avaliação de membros para o Conselho de Administração e para o 
Conselho Fiscal, com competência para auxiliar o acionista controlador na indicação desses 
membros. 
Frise-se que as atas das reuniões do comitê estatutário, realizadas com o fim de verificar o 
cumprimento, pelos membros indicados, dos requisitos definidos na política de indicação, devem 
ser divulgadas, inclusive com os registros de eventuais manifestações divergentes de conselheiros. 
Fixa também a Lei das Estatais que a lei autorizadora da criação da empresa pública e da sociedade 
de economia mista deve dispor sobre as diretrizes e restrições a serem consideradas na elaboração 
do estatuto da companhia, em especial sobre: 
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DIRETRIZES E RESTRIÇÕES A SEREM RESPEITADAS PELO ESTATUTO DAS ESTATAIS: 
constituição e funcionamento do Conselho de Administração, observados o número mínimo de 
7 e o número máximo de 11 membros 
requisitos específicos para o exercício do cargo de diretor, observado o número mínimo de 3 
diretores 
avaliação de desempenho, 
individual e coletiva, de 
periodicidade anual, dos 
administradores e dos 
membros de comitês, 
observados os seguintes 
quesitos mínimos: 
exposição dos atos de gestão praticados, quanto à licitude e 
à eficácia da ação administrativa 
contribuição para o resultado do exercício 
consecução dos objetivos estabelecidos no plano de negócios 
e atendimento à estratégia de longo prazo 
constituição e funcionamento do Conselho Fiscal, que exercerá suas atribuições de modo 
permanente 
prazo de gestão dos membros do Conselho Fiscal não superior a 2 anos, permitidas 2 
reconduções consecutivas 
constituição e funcionamento do Comitê de Auditoria Estatutário 
prazo de gestão dos membros do Conselho de Administração e dos indicados para o cargo de 
diretor, que será unificado e não superior a 2 anos, sendo permitidas, no máximo, 3 reconduções 
consecutivas 
 
3.1. ACIONISTA CONTROLADOR 
A Lei das Estatais fixa deveres e responsabilidades para o acionista controlador de empresa 
pública e de sociedade de economia mista. 
Como deveres, prevê que o acionista controlador deve: 
 
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Por outro lado, no que tange à responsabilidade, fixa-se que o acionista controlador responderá 
pelos atos praticados com abuso de poder, nos termos da Lei nº 6.404, de 1976, sendo que a ação 
de reparação poderá ser proposta: 
 
a) pela sociedade, com base no art. 246 da Lei nº 6.404, de 19765; 
 
b) pelo terceiro prejudicado; ou 
 
c) pelos demais sócios, independentemente de autorização da Assembleia Geral de Acionistas. 
 
 
 
5 Eis o teor do art. 246 da Lei nº 6.404, de 1976: A sociedade controladora será obrigada a reparar os danos 
que causar à companhia por atos praticados com infração ao disposto nos artigos 116 e 117.§ 1º A ação para haver 
reparação cabe: a) a acionistas que representem 5% (cinco por cento) ou mais do capital social; b) a qualquer acionista, 
desde que preste caução pelas custas e honorários de advogado devidos no caso de vir a ação ser julgada 
improcedente.§ 2º A sociedade controladora, se condenada, além de reparar o dano e arcar com as custas, pagará 
honorários de advogado de 20% (vinte por cento) e prêmio de 5% (cinco por cento) ao autor da ação, calculados 
sobre o valor da indenização. 
O Acionista
Controlador 
deve:
fazer constar do Código de Conduta e Integridade, aplicável à alta 
administração, a vedação à divulgação, sem autorização do órgão 
competente da empresa pública ou da sociedade de economia mista, 
de informação que possa causar impacto na cotação dos títulos da 
empresa pública ou da sociedade de economia mista e em suas 
relações com o mercado ou com consumidores e fornecedores
preservar a independência do Conselho de Administração no exercício 
de suas funções
observar a política de indicação na escolha dos administradores e 
membros do Conselho Fiscal
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#ficadica 
É de 6 anos o prazo prescricional para a ação de reparação contra ato praticado 
com abuso de poder pelo acionista controlador, a contar da data do ato abusivo 
praticado. 
 
3.2. ADMINISTRADOR 
 
De forma expressa, a Lei das Estatais fixa que são considerados administradores da empresa 
pública e de sociedade de economia tanto os membros do Conselho de Administração quanto da 
diretoria. 
Além disso, fixa-se que se aplica aos administradores não só a disciplina da Lei das Estatais, mas 
também a da própria Lei nº 6.404, de 1976, podendo o Estatuto dispor sobre a contratação de 
seguro de responsabilidade civil pelos administradores. 
 
CAI NA PROVA 
O concurso para Juiz Federal do TRF da 2ª Região, realizado em 2017 por banca própria, 
apresentou a seguinte afirmação em uma das alternativas da prova:” Os membros do 
Conselho de Administração e os diretores são administradores e submetem-se às normas 
da Lei n° 6.404/76 (Lei das S.A.).” 
Comentários: alternativa correta. De acordo com a Lei das Estatais (Lei nº 13.303, de 2016), 
sem prejuízo quanto às suas disposições, o administrador de empresa pública e de 
sociedade de economia mista é submetido às normas previstas na Lei nº 6.404, de 15 de 
dezembro de 1976 (“caput” do art. 16). Além disso, o parágrafo único do aludido artigo 
fixa que se consideram administradores da empresa pública e da sociedade de economia 
mista os membros do Conselho de Administração e da diretoria. 
 
 
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São as seguintes as vedações para indicação para o Conselho de Administração e para a Diretoria: 
 
NÃO PODEM SER INDICADOS PARA O CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO OU PARA A DIRETORIA: 
representante do órgão regulador ao qual a empresa pública ou a sociedade de economia mista 
está sujeita, bem como seus parentes consanguíneos ou afins até o 3º grau 
Ministro de Estado, Secretário de Estado ou Secretário Municipal, bem como seus parentes 
consanguíneos ou afins até o 3º grau 
titular de cargo,sem vínculo permanente com o serviço público, de natureza especial ou de 
direção e assessoramento superior na administração pública, bem como seus parentes 
consanguíneos ou afins até o 3º grau 
dirigente estatutário de partido político, bem como seus parentes consanguíneos ou afins até o 
3º grau 
titular de mandato no Poder Legislativo de qualquer ente da federação, ainda que licenciado do 
cargo, bem como seus parentes consanguíneos ou afins até o 3º grau 
pessoa que atuou, nos últimos 36 meses, como participante de estrutura decisória de partido 
político ou em trabalho vinculado à organização, estruturação e realização de campanha eleitoral 
pessoa que exerça cargo em organização sindical 
pessoa que tenha firmado contrato ou parceria, como fornecedor ou comprador, demandante 
ou ofertante, de bens ou serviços de qualquer natureza, com a pessoa político-administrativa 
controladora da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a própria empresa 
ou sociedade em período inferior a 3 anos antes da data de nomeação 
pessoa que tenha ou possa ter qualquer forma de conflito de interesse com a pessoa político-
administrativa controladora da empresa pública ou da sociedade de economia mista ou com a 
própria empresa ou sociedade 
 
São requisitos para ser membro do Conselho de Administração e de diretor, inclusive presidente, 
diretor-geral e diretor-presidente: 
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Requisitos para 
ser Membro do 
Conselho de 
Administração 
ou da Diretoria
Reputação Ilibada e Notório 
Conhecimento 
formação acadêmica compatível 
com o cargo para o qual foi 
indicado
não se enquadrar nas hipóteses 
de inelegibilidade previstas nas 
alíneas do inciso I do caput do 
art. 1o da Lei Complementar 
no 64, de 18 de maio de 1990, 
com as alterações introduzidas 
pela Lei Complementar no 135, 
de 4 de junho de 2010
ter experiência 
profissional de, no 
mínimo:
10 anos, no setor público ou privado, na área de 
atuação da empresa pública ou da sociedade de 
economia mista ou em área conexa àquela para 
a qual forem indicados em função de direção 
superior; ou
4 anos ocupando cargo de direção ou de chefia 
superior em empresa de porte ou objeto social 
semelhante ao da empresa pública ou da 
sociedade de economia mista; ou
4 anos ocupando cargo em comissão ou função 
de confiança equivalente a DAS-4 ou superior, 
no setor público; ou
4 anos coucpando cargo de docente ou de 
pesquisador em áreas de atuação da empresa 
pública ou da sociedade de economia mista; ou
4 anos de experiência como profissional liberal 
em atividade direta ou indiretamente vinculada à 
área de atuação da empresa pública ou 
sociedade de economia mista
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O requisito relativo à experiência profissional pode ser dispensado no caso de indicação de 
empregado da empresa pública ou da sociedade de economia mista para cargo de administrador 
ou como membro de comitê, desde que atendidos os seguintes quesitos mínimos: 
 
a) o empregado tenha ingressado na empresa pública ou na sociedade de economia mista por 
meio de concurso público de provas ou de provas e títulos; 
 
b) o empregado tenha mais de 10 anos de trabalho efetivo na empresa pública ou na sociedade 
de economia mista; 
 
c) o empregado tenha ocupado cargo na gestão superior da empresa pública ou da sociedade de 
economia mista, comprovando sua capacidade para assumir as responsabilidades dos cargos. 
 
Cargo de chefia superior: é aquele situado nos 2 níveis hierárquicos não estatutários mais altos da 
empresa. 
 
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Por fim, cabe dizer que 
os administradores 
eleitos devem 
participar, na posse e 
anualmente, de 
treinamentos 
específicos sobre: 
 
 
 
 
 
 
3.3. CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
Antes de elencar as competências do Conselho de Administração, importante frisar que é 
garantida pela Lei das Estatais a participação de representante dos empregados e dos acionistas 
minoritários. 
CAI NA PROVA 
O concurso para Advogado do BANPARÁ, realizado em 2017 por banca própria, 
apresentou a seguinte afirmação em uma das alternativas da prova: ”Apesar de seu rigor, 
a Lei Federal 13.303/2016 não garante a participação, no Conselho de Administração das 
empresas públicas e das sociedades de economia mista, de representante dos 
legislação societária e de mercado de capitais
divulgação de informações
controle interno
código de conduta
Lei Anticorrupção (Lei no 12.846, de 2013)
demais temas relacionados às atividades da empresa pública ou 
da sociedade de economia mista
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empregados e dos acionistas minoritários, ficando tal participação condicionada à forma 
como disporá os respectivos Estatutos Sociais de tais pessoas jurídicas.” 
Comentários: alternativa incorreta. De acordo com o art. 19 da Lei das Estatais, é garantida 
a participação, no Conselho de Administração, de representante dos empregados e dos 
acionistas minoritários. 
 
 
Quanto aos empregados, aplicam-se as normas da Lei nº 12.353, de 2010, que dispõe sobre a 
participação destes no Conselho de Administração da empresa pública, da sociedade de 
economia mista e de suas subsidiárias e controladas e das demais empresas em que a União, direta 
ou indiretamente, detenha a maioria do capital social com direito a voto. 
Quanto aos acionistas minoritários, é garantida a eleição de 1 conselheiro, podendo este número 
ser maior se oriundo do processo de voto múltiplo de que trata a Lei nº 6.404, de 1976. 
O instituto do voto múltiplo está previsto no art. 141 da Lei das Sociedades Anônimas, podendo 
ser requerido por portadores de ações com direito a voto representativos de, no mínimo, 10% do 
capita social. 
Com o voto múltiplo, cada ação terá o número de votos equivalentes ao número de conselheiros. 
 
Exemplo: o conselho de Administração da PETROBRAS S.A. é formado por, no 
mínimo, sete e, no máximo, dez membros, eleitos em Assembleia Geral com 
mandato de 2 anos, admitidas 3 reeleições consecutivas. 
Com base na Lei das Estatais, é garantido que aos acionistas minoritários a eleição de 1 
conselheiro, sem prejuízo de, em havendo a opção pelo voto múltiplo, serem escolhidos mais 
representantes dos minoritários. 
Suponha um minoritário que possua 10 ações. Em caso de ser aprovado o voto múltiplo na 
assembleia esse minoritária, bem como todos os demais acionistas e não só os que votaram a 
favor do voto múltiplo, poderão votar o número de suas ações vezes o número de conselheiros. 
Ou seja, no caso do minoritário com 10 ações ele terá direito a 100 votos, se houver 10 
conselheiros. Os votos podem ser concentrados em uma vaga (um único indicado) ou podem 
ser pulverizados (distribuídos em mais de um candidato). 
 
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De acordo com a Lei das Estatais, além das atribuições previstas no art. 142 da Lei nº 6.404, de 
19766, compete ao Conselho de Administração: 
 
COMPETÊNCIAS DOCONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: 
discutir, aprovar e monitorar decisões envolvendo práticas de governança corporativa, 
relacionamento com partes interessadas, política de gestão de pessoas e código de condutados agentes 
implementar e supervisionar os sistemas de gestão de riscos e de controle interno estabelecidos 
para a prevenção e mitigação dos principais riscos a que está exposta a empresa pública ou a 
sociedade de economia mista, inclusive os riscos relacionados à integridade das informações 
contábeis e financeiras e os relacionados à ocorrência de corrupção e fraude 
estabelecer política de porta-vozes visando a eliminar risco de contradição entre informações 
de diversas áreas e as dos executivos da empresa pública ou da sociedade de economia mista 
avaliar os diretores da empresa pública ou da sociedade de economia mista, podendo contar 
com apoio metodológico e procedimental do comitê estatutário 
 
 
 
 
6 Eis o teor do art. 142 da Lei nº 6.404, de 1976, Art. 142. Compete ao conselho de administração:I - fixar a 
orientação geral dos negócios da companhia;II - eleger e destituir os diretores da companhia e fixar-lhes as atribuições, 
observado o que a respeito dispuser o estatuto;III - fiscalizar a gestão dos diretores, examinar, a qualquer tempo, os 
livros e papéis da companhia, solicitar informações sobre contratos celebrados ou em via de celebração, e quaisquer 
outros atos;IV - convocar a assembleia-geral quando julgar conveniente, ou no caso do artigo 132;V - manifestar-se 
sobre o relatório da administração e as contas da diretoria;VI - manifestar-se previamente sobre atos ou contratos, 
quando o estatuto assim o exigir;VII - deliberar, quando autorizado pelo estatuto, sobre a emissão de ações ou de 
bônus de subscrição; VIII – autorizar, se o estatuto não dispuser em contrário, a alienação de bens do ativo não 
circulante, a constituição de ônus reais e a prestação de garantias a obrigações de terceiros;IX - escolher e destituir 
os auditores independentes, se houver. 
 
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#ficadica 
É vedada a participação remunerada de membros da administração 
pública, direta ou indireta, em mais de 2 conselhos, de administração 
ou fiscal, de empresa pública, de sociedade de economia mista ou 
de suas subsidiárias. 
 
3.4. MEMBRO INDEPENDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 
São as seguintes as características do Conselheiro Independente: 
 
COMPETÊNCIAS DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO: 
não ter qualquer vínculo com a empresa pública ou a sociedade de economia mista, exceto 
participação de capital 
não ser cônjuge ou parente consanguíneo ou afim, até o 3º grau ou por adoção, de chefe do 
Poder Executivo, de Ministro de Estado, de Secretário de Estado ou Município ou de 
administrador da empresa pública ou da sociedade de economia mista 
não ter mantido, nos últimos 3 anos, vínculo de qualquer natureza com a empresa pública, a 
sociedade de economia mista ou seus controladores que possa vir a comprometer sua 
independência 
não ser ou não ter sido, nos últimos 3 anos, empregado ou diretor da empresa pública, da 
sociedade de economia mista ou de sociedade controlada, coligada ou subsidiária da empresa 
pública ou da sociedade de economia mista, exceto se o vínculo for exclusivamente com 
instituições públicas de ensino ou pesquisa 
não ser fornecedor ou comprador, direto ou indireto, de serviços ou produtos da empresa 
pública ou da sociedade de economia mista, de modo a implicar perda de independência 
não ser funcionário ou administrador de sociedade ou entidade que esteja oferecendo ou 
demandando serviços ou produtos à empresa pública ou à sociedade de economia mista, de 
modo a implicar perda de independência 
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não receber outra remuneração da empresa pública ou da sociedade de economia mista além 
daquela relativa ao cargo de conselheiro, à exceção de proventos em dinheiro oriundos de 
participação no capital 
 
#ficadica 
O Conselho de Administração deve ser composto por, no mínimo, 
25% de membros independentes ou por pelo menos 1 
representante, caso haja decisão pelo exercício da faculdade do voto 
múltiplo pelos acionistas minoritários. 
 
Atenção 1: na aplicação dos 25% deverá ser arredondado para o número inteiro superior 
somente se a fração foi igual ou superior a 0,5. 
 
Atenção 2:para o cômputo das vagas destinadas a membros independentes serão consideradas 
aquelas ocupadas pelos conselheiros eleitos por acionistas minoritários, mas não são 
computadas as ocupações por conselheiros eleitos pelos empregados. 
 
CAI NA PROVA 
O concurso para Juiz Federal do TRF da 2ª Região, realizado em 2017 por banca própria, 
apresentou a seguinte afirmação em uma das alternativas da prova: ”A Lei n° 13.303 traz 
forte preocupação com a governança corporativa e impõe que o Conselho de 
Administração seja integralmente compostos por membros independentes.” 
Comentários: alternativa incorreta. De acordo com o art. 22 da Lei das Estatais, o Conselho 
de Administração deve ser composto, no mínimo, por 25% de membros independentes ou 
por pelo menos 1, caso haja decisão pelo exercício da faculdade do voto múltiplo pelos 
acionistas minoritários, nos termos do art. 141 da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 
1976. 
 
 
 
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3.5. DIRETORIA 
 
O compromisso com metas e resultados específicos a serem alcançados é fixado pela Lei das 
Estatais como condição para a investidura no cargo da Diretoria. 
Cabe dizer que compete ao Conselho de Administração aprovar e fiscalizar o cumprimento das 
metas e dos resultados. 
Além disso, a Diretoria deve encaminhar para aprovação do Conselho de Administração até a 
última reunião ordinária deste: 
 
 plano de negócios para o exercício anual seguinte; 
 
 estratégia de longo prazo, a ser aprovada em até 180 dias da data da publicação da Lei 
das Estatais, e que deve ser atualizada com análise de riscos e oportunidades para, no 
mínimo, os próximos 5 anos. 
 
#ficadica 
O Conselho de Administração deve analisar anualmente o atendimento das metas e 
dos resultados na execução do plano de negócios e da estratégia de longo prazo, 
devendo publicar suas conclusões, bem como informá-las ao Congresso Nacional, 
às Assembleias Legislativas, à Câmara Legislativa do Distrito Federal ou às Câmaras 
Municipais e aos respectivos tribunais de contas, quando houver. 
 
Atenção 1: o não cumprimento desta competência acarretará a responsabilização por omissão 
dos integrantes do Conselho de Administração. 
 
Atenção 2:não precisam ser repassadas as informações de natureza estratégica cuja divulgação 
possa ser comprovadamente prejudicial ao interesse da empresa pública ou da sociedade de 
economia mista. 
 
 
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3.6. COMITÊ DE AUDITORIA ESTATUTÁRIO 
 
A Lei das Estatais obriga que a empresa pública e a sociedade de economia mista tenham em sua 
estrutura societária um Comitê de Auditoria Estatutário como órgão auxiliar do Conselho de 
Administração e que a ele se reporte diretamente. 
 
SÃO COMPETÊNCIAS DOCOMITÊ DE AUDITORIA ESTATUTÁRIO, PODENDO O ESTATUTO FIXAR OUTRAS: 
avaliar e monitorar exposições de risco 
da empresa pública ou da sociedade 
de economia mista, podendo requerer, 
entre outras, informações detalhadas 
sobre políticas e procedimentos 
referentes a: 
remuneração da administração 
utilização de ativos da empresa pública ou da 
sociedade de economia mista 
gastos incorridos em nome da empresa pública ou da 
sociedade de economia mista

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