Buscar

RESUMO AULA 15

Prévia do material em texto

Universidade Estácio de Sá. 
Prof. Michel Arnoso 
Michel.arnoso@hotmail.com 
PROCESSO CIVIL 1 – AULA 15 (2019.1) 
FONTE DO MATERIAL: LIVRO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL I - LD573; Manual 
de Direito Processual Civil de Daniel Amorim Assumpção Neves; Alexandre Freitas 
Câmara – O Novo Processo Civil Brasileiro - 2017 
ESTRUTURA DO CONTEÚDO DA AULA: 
1. Suspensão do Processo. 
Conceito. Cabimento. Causas. 
2. Extinção do Processo. 
2.1 - Extinção do Processo sem resolução do mérito. 
Conceito. Cabimento. Causas. 
2.2 - Extinção do Processo com resolução do mérito. 
Conceito. Cabimento. Causas. 
 
 
 
1. Suspensão do Processo. 
Conceito. Cabimento. Causas. 
 
Denomina-se suspensão do processo a paralisação total e temporária 
de um processo. Trata-se, portanto, de uma situação temporária (já que, 
ultrapassada a causa de suspensão, o processo voltará a tramitar normalmente) 
durante a qual nenhum ato processual pode ser validamente praticado (art. 314), 
com a única ressalva dos atos que sejam considerados urgentes, destinados a 
evitar dano irreparável. Assim, enquanto suspenso o processo nenhum ato 
processual poderá ser praticado, reputando-se inválidos os que 
eventualmente o sejam. Permite-se, porém, a prática de atos urgentes, a fim de 
evitar dano irreparável, como seria o caso de, durante o período de suspensão 
do processo, deferir-se uma medida cautelar ou determinar-se a citação de um 
demandado para se evitar a consumação de um prazo decadencial. Incumbe ao 
próprio juiz da causa autorizar a prática dos atos urgentes durante a 
suspensão do processo. Excetua-se, porém, o caso em que a suspensão tenha 
resultado da arguição de impedimento ou suspeição do juiz. Neste caso, os 
atos urgentes devem ser requeridos ao substituto legal do juiz cuja parcialidade 
tenha sido arguida (art. 146, § 3º, que faz alusão à tutela de urgência, mas deve 
ser interpretado no sentido de abranger todo e qualquer requerimento de atos 
urgentes). As causas de suspensão do processo estão expressamente 
previstas no art. 313. 
 
Art. 313. Suspende-se o processo: 
I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das 
partes, de seu representante legal ou de seu procurador; 
Universidade Estácio de Sá. 
Prof. Michel Arnoso 
Michel.arnoso@hotmail.com 
II - pela convenção das partes; 
III - pela arguição de impedimento ou de suspeição; 
IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas; 
V - quando a sentença de mérito: 
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de 
existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto 
principal de outro processo pendente; 
b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado 
fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo; 
VI - por motivo de força maior; 
VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e 
fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo; 
VIII - nos demais casos que este Código regula. 
IX - pelo parto ou pela concessão de adoção, quando a advogada 
responsável pelo processo constituir a única patrona da causa; (Incluído 
pela Lei nº 13.363, de 2016) 
X - quando o advogado responsável pelo processo constituir o único 
patrono da causa e tornar-se pai. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) 
§ 1º Na hipótese do inciso I, o juiz suspenderá o processo, nos termos 
do art. 689 . 
§ 2º Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da 
morte, o juiz determinará a suspensão do processo e observará o 
seguinte: 
I - falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a 
citação do respectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, 
dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e no 
máximo 6 (seis) meses; 
II - falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, 
determinará a intimação de seu espólio, de quem for o sucessor ou, se 
for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais 
adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e 
promovam a respectiva habilitação no prazo designado, sob pena de 
extinção do processo sem resolução de mérito. 
§ 3º No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que 
iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará que 
a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias, ao 
final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor 
não nomear novo mandatário, ou ordenará o prosseguimento do 
processo à revelia do réu, se falecido o procurador deste. 
§ 4º O prazo de suspensão do processo nunca poderá exceder 1 (um) 
ano nas hipóteses do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso 
II. 
§ 5º O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que 
esgotados os prazos previstos no § 4º. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art689
Universidade Estácio de Sá. 
Prof. Michel Arnoso 
Michel.arnoso@hotmail.com 
§ 6º No caso do inciso IX, o período de suspensão será de 30 (trinta) 
dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, 
mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento 
similar que comprove a realização do parto, ou de termo judicial que 
tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. 
(Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016) 
§ 7 º No caso do inciso X, o período de suspensão será de 8 (oito) dias, 
contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante 
apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que 
comprove a realização do parto, ou de termo judicial que tenha 
concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. (Incluído 
pela Lei nº 13.363, de 2016) 
Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato 
processual, podendo o juiz, todavia, determinar a realização de atos 
urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de 
impedimento e de suspeição. 
Art. 315. Se o conhecimento do mérito depender de verificação da 
existência de fato delituoso, o juiz pode determinar a suspensão do 
processo até que se pronuncie a justiça criminal. 
§ 1º Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses, 
contado da intimação do ato de suspensão, cessará o efeito desse, 
incumbindo ao juiz cível examinar incidentemente a questão prévia. 
§ 2º Proposta a ação penal, o processo ficará suspenso pelo prazo 
máximo de 1 (um) ano, ao final do qual aplicar-se-á o disposto na parte 
final do § 1º. 
 
 
 
2. Extinção do Processo. 
 
O processo só se extingue por sentença (art. 316). Não é este, ainda, 
o momento de examinar com maior aprofundamento este conceito, mas vale 
lembrar que, nos termos do art. 203, § 1º, sentença é “o pronunciamento por 
meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase 
cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução”. 
 
 
“Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, 
decisões interlocutórias e despachos. 
 
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, 
sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento 
nos arts. 485 e 487 , põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, 
bem como extingue a execução. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13363.htm#art3
Universidade Estácio de Sá. 
Prof. Michel Arnoso 
Michel.arnoso@hotmail.com 
§ 2º Decisão interlocutória é todo pronunciamento judicial de natureza 
decisória que não se enquadreno § 1º. 
 
§ 3º São despachos todos os demais pronunciamentos do juiz 
praticados no processo, de ofício ou a requerimento da parte. 
 
§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista 
obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofício 
pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.” 
 
Assim sendo, deve-se ter por sentença (ao menos por enquanto, e sem 
maiores aprofundamentos conceptuais) o ato do juiz que põe termo ao processo 
de conhecimento (ou à fase cognitiva de um processo sincrético, assim entendido 
o processo que se desenvolve em duas fases, uma cognitiva e outra executiva, 
chamada “cumprimento de sentença”) ou à execução (seja no caso de processo 
autônomo de execução, seja na hipótese de mera fase executiva, de 
“cumprimento da sentença”). Veja-se, então, que nos processos sincréticos 
haverá duas sentenças (uma para pôr termo à fase cognitiva, outra para dar 
por encerrada a fase de cumprimento da [primeira] sentença). 
 
Art. 316. A extinção do processo dar-se-á por sentença. 
 
 
2.1 - Extinção do Processo sem resolução do mérito. 
Conceito. Cabimento. Causas. 
2.2 - Extinção do Processo com resolução do mérito. 
Conceito. Cabimento. Causas. 
 
A sentença pode ser terminativa (quando não resolve o mérito da 
causa, nos termos do art. 485) ou definitiva (quando resolve o mérito, nos termos 
do art. 487). A estes conceitos se voltará adiante. Fica, porém, e desde logo 
afirmado que não se pode proferir sentença terminativa sem antes se dar 
oportunidade para a correção do vício (art. 317), o que resulta do princípio da 
primazia da resolução do mérito. 
 
Art. 316. A extinção do processo dar-se-á por sentença. 
Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolução de mérito, o juiz 
deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício. 
 
Significa isto dizer que o processo deve ser visto como um método 
eficiente de atuação do ordenamento jurídico, dando – sempre que possível 
– solução às causas submetidas ao Judiciário. A extinção do processo sem 
resolução do mérito precisa ser vista como algo absolutamente excepcional, que 
só poderá ocorrer naqueles casos em que realmente não seja possível superar-se 
o obstáculo (como se daria, por exemplo, no caso de uma petição inicial 
Universidade Estácio de Sá. 
Prof. Michel Arnoso 
Michel.arnoso@hotmail.com 
absolutamente inepta, em que nenhuma causa de pedir tenha sido deduzida, não 
tendo o demandante – não obstante intimado a fazê-lo – corrigido o vício). 
Sempre que for, porém, possível ultrapassar o vício, deve-se superá-lo para se 
chegar à solução do mérito. 
Como dito, existem duas espécies de sentença: a terminativa e a 
definitiva. Terminativa é a sentença que não contém a resolução do mérito da 
causa; definitiva, a que contém a resolução do mérito. O CPC estabelece, no art. 
485, quais são as hipóteses que acarretam a prolação de sentença terminativa, 
devendo-se extinguir o processo de conhecimento (ou a fase cognitiva do 
processo sincrético) sem resolução do mérito. 
 
 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - indeferir a petição inicial; 
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência 
das partes; 
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor 
abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de 
desenvolvimento válido e regular do processo; 
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa 
julgada; 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou 
quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; 
VIII - homologar a desistência da ação; 
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível 
por disposição legal; e 
X - nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1º Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada 
pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 2º No caso do § 1º, quanto ao inciso II, as partes pagarão 
proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será 
condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. 
Universidade Estácio de Sá. 
Prof. Michel Arnoso 
Michel.arnoso@hotmail.com 
§ 3º O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, 
VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer 
o trânsito em julgado. 
§ 4º Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento 
do réu, desistir da ação. 
§ 5º A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6º Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da 
causa pelo autor depende de requerimento do réu. 
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os 
incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. 
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta 
a que a parte proponha de novo a ação. 
§ 1º No caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos 
incisos I, IV, VI e VII do art. 485 , a propositura da nova ação depende 
da correção do vício que levou à sentença sem resolução do mérito. 
§ 2º A petição inicial, todavia, não será despachada sem a prova do 
pagamento ou do depósito das custas e dos honorários de advogado. 
§ 3º Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada em 
abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o 
mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de 
alegar em defesa o seu direito. 
 
 
 
 E no art. 487 estão as hipóteses em que se proferirá sentença 
definitiva, extinguindo-se o processo de conhecimento (ou a fase cognitiva do 
processo sincrético) com resolução do mérito. 
 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de 
decadência ou prescrição; 
III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou 
na reconvenção; 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485i
Universidade Estácio de Sá. 
Prof. Michel Arnoso 
Michel.arnoso@hotmail.com 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1º do art. 332 , a prescrição 
e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às 
partes oportunidade de manifestar-se. 
Art. 488. Desde que possível, o juiz resolverá o mérito sempre que a 
decisão for favorável à parte a quem aproveitaria eventual 
pronunciamento nos termos do art. 485 . 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art332§1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art485

Continue navegando