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Direito e Legislacao do Seguro

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DIREITO E LEGISLAÇÃO DO SEGURO
REALIZAÇÃO
ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS
SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA
DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO
ASSESSORIA TÉCNICA
JONAS STIPP DE ANDRADE - 2019
ALUIZIO JOSÉ BASTOS BARBOSA JUNIOR – 2018
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS – GERÊNCIA DA ESCOLA VIRTUAL
PICTORAMA DESIGN
EDIÇÃO
PLANO B EDUCAÇÃO
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da ESCOLA NACIONAL DE SEGUROS
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, 
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.
3ª EDIÇÃO
RIO DE JANEIRO
2019
 E73d Escola Nacional de Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.
 Direito e legislação do seguro / Supervisão e coordenação metodológica da Diretoria de 
Ensino Técnico; assessoria técnica de Jonas Stipp de Andrade. 
 -- 3.ed. 
 -- Rio de Janeiro : ENS, 2019.
 189 p. ; 28 cm
 PDF: ISBN 978-85-7052-752-3
 1. Direito do seguro. 2. Seguro – Leis, decretos. 3. Corretor de seguros – 
 Profissão – Leis, decretos. I. Andrade, Jonas Stipp de. II. Título. 
0019-2330 CDU 368:347(072)
A 
Escola Nacional de Seguros promove, desde 1971, diver-
sas iniciativas no âmbito educacional, que contribuem 
para um mercado de seguros, previdência complementar, 
capitalização e resseguro cada vez mais qualificado.
Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para 
profissionais que atuam nessa área, a Escola Nacional de Seguros ofe-
rece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e experiên-
cias com uma equipe formada por especialistas que possuem sólida 
trajetória acadêmica.
A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho 
para o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes 
e a competitividade é cada vez maior.
Seja bem-vindo à Escola Nacional de Seguros.
DIREITO E LEGISLAÇÃO DO SEGURO
 DIREITO DO SEGURO 
 1. DIREITO E O SEGURO NO BRASIL: NOÇÕES 11 
 INTRODUÇÃO 12
 BREVES NOÇÕES SOBRE O DIREITO 14
O que é o Direito 14
Direito Objetivo e Subjetivo 15
Direito Público e Privado 16
Fontes do Direito 16
A Constituição Federal de 1988 17
As Normas Infraconstitucionais 18
 FIXANDO CONCEITOS 1 20
 2. O CONTRATO DE SEGURO 22 
 CONCEITO LEGAL DO CONTRATO DE SEGURO 23
 ELEMENTOS DO CONTRATO DE SEGURO 23
Risco 24
Interesse Segurável 24
Garantia 25
Prêmio 25
Empresarialidade 26
 PARTES DO CONTRATO DE SEGURO 26
Proponente 26
Segurado 26
Seguradora 27
Beneficiário 27
SUMÁRIO
INTERATIVO
DIREITO E LEGISLAÇÃO DO SEGURO
Estipulante 27
 OBRIGAÇÕES DAS PARTES 27
Pagamento do Prêmio 27
Concessão da Garantia 29
 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO CONTRATO DE SEGURO 32
Bilateral 32
Oneroso 32
Aleatório ou Comutativo 32
Solene 33
Consensual 33
Nominado 33
Adesão 34
 INSTRUMENTOS CONTRATUAIS 34
Proposta 34
Apólice 37
Endosso ou Aditivo 39
Averbação 39
Bilhete 40
 FIXANDO CONCEITOS 2 41
 3. O SEGURO E O CÓDIGO CIVIL 43 
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 44
 DISPOSIÇÕES COMUNS AOS SEGUROS DE DANOS E DE PESSOAS 44
Riscos Predeterminados 45
Boa-Fé na Conclusão e na Execução do Contrato do Seguro 45
Efeitos do Descumprimento do Dever de Informação que 
Influi na Aceitação da Proposta ou na Tarifação do Prêmio 46
Ato Doloso do Segurado, do Beneficiário ou do Representante de um deles 47
Agravamento do Risco 49
Contratação por Meio de Agente Autorizado da Seguradora 50
Renovação Automática 51
Mora do Segurado 51
Mora da Seguradora 53
DIREITO E LEGISLAÇÃO DO SEGURO
Importância do Aviso de Sinistro 53
Aplicação Subsidiária do Código Civil aos Seguros Regidos por Leis Específicas 54
 DISPOSIÇÕES RELATIVAS AOS SEGUROS DE DANOS 55
Transferência do Contrato de Seguro a Terceiro 55
Rateio Proporcional 56
Novo Seguro sobre Mesmo Interesse Segurável e Mesmo Risco 57
Sub-Rogação 58
Seguro de Responsabilidade Civil 59
 DISPOSIÇÕES RELATIVAS AOS SEGUROS DE PESSOAS 61
Fixação do Capital Segurado e Contratação de Mais de um 
Seguro sobre o Mesmo Interesse 61
Instituição do(a) Companheiro(a) como Beneficiário(a) 62
Seguro sobre a Vida de Terceiro 63
Indicação e Substituição do Beneficiário 64
Efeitos da Não Indicação de Beneficiário ou da 
Invalidade (Parcial ou Total) da Cláusula Beneficiária 65
Transação para Pagamento Reduzido do Capital Segurado 66
Suicídio 67
Vedação à Exclusão de Certos Riscos 67
Sub-Rogação 68
Seguro Coletivo 68
A Exceção Contida no Artigo 802 do Código Civil 69
 PRESCRIÇÃO 70
Prescrição do Segurado Contra a Seguradora no Seguro de Responsabilidade Civil 70
Prescrição do Segurado Contra a Seguradora nos Demais Seguros 72
Prescrição do Segurado em Grupo 73
Prescrição do Beneficiário 73
Prescrição do Terceiro Contra a Seguradora no Seguro de Responsabilidade Civil Obrigatório 74
Aviso de Sinistro como Causa Suspensiva da Prescrição 74
 FIXANDO CONCEITOS 3 76
 4. O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR 78 
 ORIGEM E OBJETIVOS 79
 CONCEITO DE CONSUMIDOR 79
DIREITO E LEGISLAÇÃO DO SEGURO
 ENQUADRAMENTO DA ATIVIDADE SECURITÁRIA COMO SERVIÇO 80
 VULNERABILIDADE E HIPOSSUFICIÊNCIA DO CONSUMIDOR 81
 DIREITOS BÁSICOS DO CONSUMIDOR 82
Direito à Informação 83
Direito à Proteção Contra a Publicidade Enganosa e Abusiva 83
Direito à Facilitação da Defesa dos Direitos, Inclusive com a Inversão do Ônus da Prova 85
 GARANTIA DE COGNOSCIBILIDADE 86
 RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO FORNECEDOR PELO FATO DO SERVIÇO 86
 RESPONSABILIDADE SUBJETIVA DO 
 PRESTADOR DE SERVIÇO PROFISSIONAL LIBERAL 88
 PRESCRIÇÃO PARA A AÇÃO DE 
 RESPONSABILIDADE CIVIL PELO FATO DO SERVIÇO 89
 DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 90
 OFERTA 90
 RECUSA DO FORNECEDOR EM CUMPRIR A OFERTA 92
 SOLIDARIEDADE 92
 PRÁTICAS ABUSIVAS 93
Venda Casada 93
Seguro Não Solicitado 94
Comercialização de Seguro cujo Contrato Não Tenha Sido Submetido à 
Aprovação da SUSEP ou Esteja em Desacordo com as Normas Regulamentares 94
Prazo para Cumprimento da Obrigação 95
 COBRANÇA DE DÍVIDA JÁ PAGA 95
 CLÁUSULAS ABUSIVAS 96
 CONTRATO DE ADESÃO 98
 FIXANDO CONCEITOS 4 100
 ESTUDOS DE CASO 102
 GABARITO 104
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 106
DIREITO E LEGISLAÇÃO DO SEGURO
LEGISLAÇÃO DO SEGURO 
 1. O SISTEMA NACIONAL DE REGULAÇÃO, 
 SUPERVISÃO E FISCALIZAÇÃO DE SEGUROS 
 PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR 
 ABERTA, CAPITALIZAÇÃO E CORRETAGEM 109 
 AS PRINCIPAIS NORMAS LEGAIS E REGULAMENTARES 110
 O SISTEMA NACIONAL DE REGULAÇÃO, SUPERVISÃO 
 E FISCALIZAÇÃO DE SEGUROS PRIVADOS, DE PREVIDÊNCIA 
 COMPLEMENTAR ABERTA, CAPITALIZAÇÃO E CORRETAGEM 111
 COMPETÊNCIAS DOS ÓRGÃOS QUE COMPÕEM O SISTEMA NACIONAL 
 DE REGULAÇÃO, SUPERVISÃO E FISCALIZAÇÃO DE SEGUROS PRIVADOS, 
 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA, CAPITALIZAÇÃO E CORRETAGEM 115
Compete ao Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) 115
 Compete à Superintendência de Seguros Privados (SUSEP) 120
Compete ao Conselho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros 
Privados, de Previdência Privada Aberta e de Capitalização (CRSNSP) 125
 AS OPERAÇÕES DE SEGUROS PRIVADOS 126
 OS SEGUROS OBRIGATÓRIOS 131
 RESSEGURO – LEI COMPLEMENTAR Nº 126/2007 132
A Atuação do IRB Brasil RE 132
Das Normas Regulamentadoras do Resseguro e da Sociedade Corretora de Resseguros 135
 FIXANDO CONCEITOS 1 137
 2. O CORRETOR DE SEGUROS 140 
 A LEI QUE REGULA A PROFISSÃO DE CORRETOR DE SEGUROS 141
 O PAPEL DE INTERMEDIADOR DO CORRETOR DE SEGUROS 142
 REQUISITOS PARA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL E REGISTRO NA SUSEP 145
O Corretor de Seguros – Profissional Autônomo 145
As Corretoras de Seguros Pessoas Jurídicas 151
 O QUE SÃO EMPRESAS INDIVIDUAIS DE RESPONSABILIDADE LIMITADA (EIRELI) 153
DIREITO E LEGISLAÇÃO DO SEGURO
 HABILITAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL 155
 REQUERIMENTO DE REGISTRO NA SUSEP 156
 INEXISTÊNCIA DE LIMITAÇÃO TERRITORIAL 
 PARA A ATUAÇÃO DO CORRETOR DE SEGUROS 157
 OS PREPOSTOS DO CORRETOR 158
 DIREITOS E DEVERES DO CORRETOR 161
Deveres Básicos do Corretor 161
Direito à Comissão de Corretagem162
Dever de Registro das Propostas e de Demonstração à SUSEP 164
Dever de Repasse do Prêmio Recebido 165
Restrições Profissionais 167
 AS RESPONSABILIDADES DO CORRETOR DE SEGUROS 169
 A RESPONSABILIDADE DO CORRETOR DE SEGUROS E O 
 CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR (CDC) 173
 A RESPONSABILIDADE PENAL E O CÓDIGO PENAL 175
 A RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA OU PROFISSIONAL 176
 A AUTORREGULAÇÃO DO MERCADO DE CORRETAGEM 
 (LEI COMPLEMENTAR Nº 137/2010) 181
 O INSTITUTO BRASILEIRO DE AUTORREGULAÇÃO DO MERCADO DE 
 CORRETAGEM DE SEGUROS, DE RESSEGUROS, DE CAPITALIZAÇÃO E DE 
 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA – IBRACOR 183
 FIXANDO CONCEITOS 2 184
 ESTUDO DE CASO 186 
 GABARITO 187 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 188 
DIREITO E LEGISLAÇÃO DO SEGURO
UNIDADE 
DIREITO DO SEGURO 11
UNIDADE 101DIREITO 
e o SEGURO 
no BRASIL: 
NOÇÕES
 ■ Avaliar a importância do 
direito para os contratos de 
seguros e entender como 
o seguro surgiu no Brasil.
 ■ Definir o que é direito e 
quais são suas principais 
fontes.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Reconhecer a importância 
da Constituição Federal de 
1988.
 ■ Conhecer a estrutura do 
ordenamento jurídico 
brasileiro.
 ■ Identificar e 
distinguir as normas 
infraconstitucionais.
INTRODUÇÃO
BREVES NOÇÕES 
SOBRE O DIREITO
FIXANDO CONCEITOS 1
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
UNIDADE 1
12DIREITO DO SEGURO
 INTRODUÇÃO 
Uma das questões dentre as várias que são feitas por estudantes tem a ver 
com a importância do estudo do Direito.
Antes de começarmos, tente responder: qual a importância do direito na 
atividade profissional?
A resposta para essa questão é simples: a importância do direito é trazer 
ordem, certeza, paz, segurança e justiça, que são finalidades do direito, 
não se podendo confundir com o próprio direito, já que não se pode con-
fundir o objeto com a sua finalidade.
Portanto, o direito é um instrumento que existe para evitar conflitos e, não 
sendo possível evitá-los, existe também para solucioná-los. Daí se dizer 
que a função precípua do direito é trazer segurança jurídica, tendo como 
fim concretizar a justiça, isto é, o que é justo.
O direito é uma das peças fundamentais para os profissionais e para a comu-
nidade, pois é por meio dessa fonte que se tem a base das informações, 
dos conceitos, das normas e das regras que norteiam a vida em sociedade.
É preciso nos conscientizarmos da importância do seguro para a socie-
dade e para o cidadão, compreendermos o real e concreto alcance do 
contrato de seguro e buscarmos as informações relevantes para cada tipo 
contratual, firme no propósito de bem utilizarmos esse importante instru-
mento de desenvolvimento econômico e social, com o objetivo de nos pro-
tegermos contra os infortúnios próprios da vida em sociedade.
Porém, você pode estar se perguntando: o que isso tem a ver com o pro-
fissional da área de seguros?
A resposta é: tem tudo a ver!
UNIDADE 1
13DIREITO DO SEGURO
Muitas vezes, o profissional da área de seguros não sabe como agir quan-
do se depara com alguma questão jurídica em seu dia a dia. Isso pode 
gerar um grande impacto, por vezes desastroso, para ele próprio e para 
quem está ao seu redor.
O profissional de seguros não pode alegar que não cumpriu uma norma por-
que não é conhecedor de uma lei particular. Ao contrário, é fundamental que 
os profissionais estejam atentos a todas as normas e regras, além de suas 
atualizações, para fazer um trabalho ético e a contento para os seus clientes.
O dever de gerir os contratos intermediados pelo corretor está expres-
samente destacado pelas normas legais, de forma que os corretores de 
seguros devem, mais que nunca, administrar o andamento e o cumprimen-
to do contrato, seja pelo lado de seus clientes-segurados ou pela segura-
dora garantidora do contrato, uma vez que deixam de atuar como meros 
intermediários para assumirem a função de gerente contratual.
O corretor deve, a partir de então, esclarecer e comunicar ao seu cliente de 
toda e qualquer ocorrência oriunda das obrigações contratuais, sob pena 
de ser responsabilizado civil e profissionalmente por falha na prestação do 
serviço de corretagem.
É consenso que o profissional de seguro deve ter consciência de que será 
responsabilizado por qualquer dano que cause a alguém. Por isso, é tão 
importante seguir os preceitos éticos e jurídicos no atendimento a qual-
quer segurado. Porém, nem sempre as questões jurídicas são tão claras, 
já que esses profissionais têm uma formação muito voltada apenas para a 
área securitária.
Os temas abordados neste material estão relacionados às obrigações, aos 
direitos e aos deveres do segurado, da seguradora e do corretor.
O conhecimento sobre as normas legais relativas ao contrato de seguro, 
incluindo quais são suas partes e suas principais obrigações, reúne infor-
mações indispensáveis ao exercício da atividade profissional securitária.
O Código Civil Brasileiro, instrumento legal que vem regulamentando as 
principais regras relativas ao contrato de seguro, estabelece penalidades 
gravíssimas que podem ocasionar a perda do direito à indenização, entre 
elas a má-fé do segurado ou da seguradora quando de sua efetivação, bem 
como as consequências da mora, ou seja, atraso do pagamento do prêmio.
As disposições relativas ao Seguro de Danos são institutos cujo conheci-
mento é indispensável para a orientação do segurado, como a possibilida-
de da transferência da apólice a terceiros e o instituto da sub-rogação, que 
implica o ressarcimento à companhia seguradora quando o dano sofrido 
pelo segurado é causado por terceiro.
Em relação ao Seguro de Pessoas e sua possibilidade de contratação sem 
limite de valores, a indicação do companheiro como beneficiário e as nor-
UNIDADE 1
14DIREITO DO SEGURO
mas relativas ao suicídio são informações que colaboram o conhecimento 
prático da vida profissional.
O instituto da prescrição, ou seja, a perda do direito à ação judicial em virtu-
de do tempo, é de conhecimento indispensável ao corretor de seguros, uma 
vez que, chamado a acompanhar o processo de sinistro, estará apto a orien-
tar o segurado quanto ao prazo para reivindicar judicialmente seus direitos.
As disposições relativas ao Código de Defesa do Consumidor e sua prote-
ção na relação de consumo, a qual inclui a atividade securitária, estabelece 
uma série de regras de interesse do profissional de seguro, inclusive aque-
las relativas à sua responsabilidade no exercício de suas funções.
Assim, o profissional de seguros estuda a disciplina Direito do Seguro no 
início do curso em virtude de sua relevância em termos de conhecimento, 
servindo como alicerce que sustentará as demais informações necessárias 
para sua formação profissional.
Bom estudo!
 BREVES NOÇÕES SOBRE O DIREITO 
 — O que é o Direito
Antes de tudo, precisamos entender o que é Direito e como ele surgiu. 
O Direito nasceu junto com a civilização, sob a forma de costumes que 
se tornaram obrigatórios. Por mais que mergulhemos no passado, sempre 
encontraremos o Direito, ainda que em estágio rudimentar, regulando as 
relações humanas tendo em vista que, indiscutivelmente, a sociedade não 
consegue se autorregular.
Essas regras de procedimento, disciplinadoras da vida em sociedade, 
recebem o nome do Direito.
O Direito é uma ciência social que tem por objeto o estudo das normas 
jurídicas, de seus elementos, de seus atributos, de sua interpretação e apli-
cação. São as normas jurídicas que regulam as situações entre os sujeitos 
e são capazes de assegurar a convivência e a paz social.
A vida em sociedade seria impossível sem a existência de um certo número 
de normas reguladoras do procedimento dos homens, por estes mesmos jul-
gadas obrigatórias, e acompanhadas de punições para os transgressores. É 
a punição que torna a norma respeitada. A coação, ou possibilidade de cons-
tranger o indivíduo à observância da norma, torna-se inseparável do Direito.UNIDADE 1
15DIREITO DO SEGURO
O Direito é, também, um fenômeno social, pois surge, essencialmente, das 
relações sociais intersubjetivas, a exemplo do que ocorre com outros fenô-
menos sociais, como a religião e a política, entre outros.
Desse modo, sendo o Direito um fenômeno social, nada mais natural do 
que admitirmos que o Direito é dinâmico, visto que, à medida que a socie-
dade muda seus conceitos, naturalmente, o Direito também se adapta a 
essa nova sociedade.
Podemos citar inúmeros exemplos em que o Direito se modificou em virtu-
de de a própria sociedade ter se modificado (ex.: Lei do Divórcio, direito a 
voto das mulheres, entre outros).
O chamado Direito Positivo (ou Direito escrito) consiste num conjunto orde-
nado e sistemático de normas jurídicas obrigatórias que o Estado, fazendo 
uso de suas competências, impõe à sociedade.
As normas jurídicas possuem, portanto, um caráter coercitivo, ou seja, não 
estão sujeitas ao livre-arbítrio da vontade individual. Elas regem condutas 
essenciais para o convívio social, o bem coletivo, o equilíbrio das relações 
humanas e a manutenção da ordem.
As normas jurídicas estão divididas em regras e princípios. As regras impõem, 
permitem ou proíbem uma conduta de forma imperativa. Um exemplo de 
regra está no inciso I do art. 162 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB – Lei nº 
9.503/1997, que trata das infrações de trânsito e prevê que dirigir veículo sem 
possuir Carteira Nacional de Habilitação ou Permissão para Dirigir constitui 
infração gravíssima, sujeitando o infrator a multa e apreensão do veículo.
Já os princípios enunciam valores ou abrigam direitos, mas não qualificam 
juridicamente as condutas. Pode ser citado, como exemplo, o princípio da 
dignidade da pessoa humana, presente no art. 1º, III, da Constituição Federal 
de 1988. Este princípio trata do respeito à identidade e à integridade de todo 
e qualquer ser humano.
 — Direito Objetivo e Subjetivo
A palavra “direito” tem diferentes sentidos ou acepções, tornando-se pratica-
mente impossível reuni-las numa única fórmula significativa. As mais impor-
tantes são traduzidas pelas expressões direito objetivo e Direito subjetivo.
O Direito objetivo designa o Direito enquanto regra de ação, isto é, o con-
junto de regras vigentes num determinado momento para reger as relações 
humanas, que são impostas, coativamente, à obediência de todos. Temos 
como exemplo o Código Civil, o Código Penal ou a Lei do Inquilinato.
O Direito subjetivo, a seu turno, encerra o poder de ação derivado da nor-
ma, isto é, a faculdade ou prerrogativa de o indivíduo invocar a lei em seu 
interesse. Assim, ao direito subjetivo de uma pessoa corresponde sempre 
Importante
O Direito positivo é imposto à 
sociedade pelo Estado a partir 
de um conjunto sistemático de 
normas jurídicas.
Importante
Direito objetivo
Conjunto de regras vigentes 
que definem relações 
humanas.
Direito subjetivo
Ação facultativa que deriva da 
norma que o indivíduo pode 
usar a seu favor.
UNIDADE 1
16DIREITO DO SEGURO
o dever de outra, que, se não o cumprir, poderá ser compelida a observá-lo 
através de medidas judiciais. Desta forma, se um inquilino não paga o alu-
guel, o proprietário tem o direito subjetivo de promover o despejo.
 — Direito Público e Privado
O Direito pode ser dividido em dois ramos básicos: Direito Público e Direito 
Privado. Esta famosa classificação do Direito já era, de certa forma, conhe-
cida na antiga Roma.
O Direito público disciplina os interesses gerais da coletividade e se carac-
teriza pela imperatividade de suas normas, que não podem nunca ser afas-
tadas por convenção dos particulares. 
Já o Direito Privado versa sobre as relações dos indivíduos entre si, tendo 
na supletividade de seus preceitos a nota característica, isto é, vigora ape-
nas enquanto a vontade dos interessados não disponha de modo diferen-
te que o previsto pelo legislador.
Desta forma, ocorre que:
Direito Público 
Regula os interesses predominantes da sociedade, considerada 
como um todo. Nas relações de Direito Público, o Estado participa 
como sujeito ativo (titular do poder jurídico) ou como sujeito pas-
sivo (destinatário do dever jurídico), mas sempre como órgão da 
sociedade e, portanto, sem perder a posição de supremacia ou 
poder de império. Exemplos: cobrança de impostos, ação criminal, 
matéria constitucional, entre outros.
Direito Privado 
Regula as relações entre particulares. Nas relações jurídicas de Direi-
to Privado, o Estado pode participar como sujeito ativo ou passivo, 
em regime de coordenação com os particulares, isto é, dispensando 
sua supremacia ou poder de império. Exemplos: contrato de seguro, 
locação de bens, cobrança de dívidas, casamento, entre outros.
 — Fontes do Direito
As fontes do Direito são a sua origem primária, o seu modo de expres-
são, a partir das quais os intérpretes do Direito e o Poder Judiciário, no 
exercício de sua função julgadora, se socorre para buscar a solução dos 
conflitos apresentados. A palavra “fonte” deriva do latim fons, fontis, que 
significa “nascente”, designando tudo o que origina ou produz algo. A 
expressão “fontes do Direito”, portanto, encerra uma metáfora para indi-
car a própria gênese do Direito, ou seja, os meios pelos quais se formam 
as regras jurídicas.
Importante
A Constituição Federal não 
será objeto de deliberação 
a proposta de emenda 
que tende a abolir a forma 
federativa de Estado, o voto 
direto, secreto, universal 
e periódico; a separação 
dos poderes e os direitos e 
garantias individuais.
UNIDADE 1
17DIREITO DO SEGURO
As principais fontes do Direito são as seguintes:
Lei
É a norma jurídica escrita, comum e obrigatória, emanada pelo 
Poder competente e provida de sanção (força coercitiva). A expres-
são “lei”, portanto, abrange toda e qualquer norma jurídica, este-
ja ela inserida na Constituição, em lei complementar, lei ordinária, 
decreto ou regulamento, entre outros.
Costume
É a “norma jurídica que resulta de uma prática geral, constante 
e prolongada, observada com a convicção de que é juridicamen-
te obrigatória”. Como as leis escritas não compreendem todo o 
Direito, existem as normas costumeiras, também chamadas con-
suetudinárias, que obrigam, igualmente, ainda que não constem 
de preceitos aprovados por órgãos competentes. Quando o caso 
concreto não se enquadra em qualquer norma jurídica existente 
no ordenamento, essa omissão legislativa exige que o juiz dê a 
sentença com base nos costumes. 
Doutrina 
É o resultado do estudo de pensadores ( juristas e filósofos) sobre 
o Direito, expresso em livros, pareceres e outros trabalhos. A dou-
trina desempenha o papel de guia para o julgador e de subsídio e 
orientação para o legislador.
Jurisprudência
É o conjunto de reiteradas decisões dos tribunais sobre determi-
nada matéria. A interpretação e a aplicação das normas jurídicas 
pelos tribunais repetidas vezes sobre um mesmo assunto tendem 
a criar precedentes que poderão ser invocados pelas partes e apli-
cados pelos juízes a casos análogos. Pode haver decisões confli-
tantes dentro do mesmo tribunal até que a questão seja pacifica-
da, o que em nada desnatura o valor das decisões proferidas pelo 
Poder Judiciário. O entendimento predominante sobre determina-
da matéria num tribunal pode ser pacificado por meio da chamada 
“súmula”, a qual, no entanto, não é imperativa.1 
 — A Constituição Federal de 1988
O ordenamento jurídico brasileiro é composto por inúmeras normas jurídi-
cas, e a Constituição Federal de 1988 ocupa a mais alta posição hierárqui-
ca, sendo conhecida, inclusive, como lei fundamental ou magna.
Saiba mais
A Jurisprudência vem 
ganhando importância como 
fonte do Direito, principalmente 
a Jurisprudência sedimentada 
nos tribunais superiores, 
relativa ao seguro, que será 
estudada mais à frente.
1 A única exceção é feita à 
chamada “Súmula Vinculante”, 
que versa exclusivamente sobrematéria constitucional e somente 
pode ser emitida pelo Supremo 
Tribunal Federal, devendo, 
necessariamente, ser observada 
pelos outros tribunais. Ressalte-
se a Súmula Vinculante 32: “O 
ICMS não incide sobre alienação 
de salvados de sinistro pelas 
seguradoras”.
UNIDADE 1
18DIREITO DO SEGURO
A Constituição deve ser entendida como a lei fundamental e supre-
ma de um Estado, que contém normas referentes à estruturação 
do Estado, à formação dos poderes políticos, forma de governo 
e aquisição do poder de governar, distribuição de competências, 
direito, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso, é a Consti-
tuição que individualiza os órgãos competentes para a edição de 
normas jurídicas, legislativas ou administrativas.
(SILVA, 1996, p. 246).
Uma vez que a Constituição Federal é a lei fundamental e suprema do Esta-
do brasileiro, é nela que está o fundamento de toda autoridade, e somente 
ela confere poderes e competências governamentais. Além disso, as normas 
que integram o ordenamento jurídico brasileiro somente serão válidas quan-
do o seu conteúdo estiver em conformidade com as normas constitucionais.
Desse modo, as normas, sejam elas leis, resoluções, circulares, portarias ou 
qualquer outra espécie que, de alguma forma, contrariem a Constituição, são 
chamadas inconstitucionais e, consequentemente, não possuem valor jurídico.
Por intermédio da chamada Emenda Constitucional, a Constituição Federal 
pode ser objeto de alteração, com a finalidade de se adaptar às modifica-
ções da sociedade e do Estado.
A Emenda Constitucional é promulgada pela mesa da Câmara dos Deputa-
dos e do Senado Federal, sendo necessário, para tal, a aprovação por 3/5 
dos membros de ambas as Casas Legislativas em duas sessões.
Assim, a própria Constituição proíbe expressamente que haja qualquer 
tentativa de alterá-la em relação a essas matérias.
 — As Normas Infraconstitucionais
Abaixo da Constituição Federal estão todas as outras normas jurídicas, 
também chamadas de normas infraconstitucionais.
Podemos estabelecer a seguinte hierarquia entre as normas com base no 
art. 59 da Constituição Federal de 1988:
Lei complementar
Tem a finalidade de dispor sobre matérias que lhe são reservadas 
pela Constituição Federal. Sua edição depende de quórum privi-
legiado e maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, 
como ocorreu com a Lei Complementar nº 126/2007, que dispõe 
sobre as operações de cosseguro, as contratações de seguro no 
exterior, as operações em moeda estrangeira do setor securitário, 
a política de resseguro, retrocessão e sua intermediação.
Importante
A iniciativa das leis complementares 
e ordinárias cabe a:
 ■ Qualquer membro ou Comissão da 
Câmara dos Deputados, do Senado 
Federal ou do Congresso Nacional.
 ■ Presidente da República.
 ■ Supremo Tribunal Federal.
 ■ Tribunais Superiores.
 ■ Procurador-Geral da República.
 ■ Cidadãos (na forma e nos casos 
previstos na Constituição).
UNIDADE 1
19DIREITO DO SEGURO
Lei ordinária
Elaborada pelo Poder Legislativo em sua função típica de legislar. 
Sua edição pode ocorrer por quórum simples, presente a maioria 
absoluta dos membros do Congresso Nacional. Para ser elabora-
da, a lei ordinária passa pelas seguintes fases: iniciativa, aprova-
ção, sanção, promulgação e publicação, como a Lei nº 4.594/1964, 
que regula a profissão de corretor de seguros.
Lei delegada 
É aquela elaborada pelo Poder Executivo por delegação do Poder 
Legislativo. Refletem, sem dúvida, a contemporânea tendência do 
Direito Público quanto à admissibilidade de o Legislativo delegar 
ao Presidente da República poderes para elaboração de leis em 
casos expressos. As leis delegadas comparam-se às leis ordiná-
rias, pelas quais podem ser alteradas ou revogadas.
Medida provisória 
É aquela emanada pelo Poder Executivo, com força de lei e vali-
dade por 60 dias, prorrogáveis uma única vez por igual período. 
Assim, a vigência máxima das medidas provisórias é de 120 dias. 
Tais normas devem ser, nesse prazo, apreciadas pelo Poder Legis-
lativo, a fim de serem transformadas em lei ordinária ou revogadas. 
A medida provisória não apreciada pelo Poder Legislativo em 120 
dias perde sua eficácia por decurso de prazo.
Decreto e resolução 
São normas que regulamentam disposições previstas em lei. 
Ambos são redigidos por autoridades administrativas competen-
tes. Como exemplo temos as resoluções relativas ao seguro edita-
das pelo CNSP.
A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer mem-
bro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do 
Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal 
Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos 
cidadãos, na forma e nos casos previstos na Constituição.
É importante destacar que, antes da Constituição de 1988, havia a figura 
do decreto-lei, que era o ato normativo emitido unicamente pelo chefe do 
Poder Executivo, sem a necessidade de referendo do Congresso.
Com a atual Constituição, essa figura foi extinta. Contudo, aqueles decre-
tos-leis cujo conteúdo não contraria a atual Constituição Federal, como o 
Decreto-Lei nº 73/1966, que cria o Sistema Nacional de Seguros Privados, 
permanecem válidos e são tidos como recepcionados constitucionalmente.
Saiba mais
A Medida Provisória nº 719/2016 
alterou a Lei nº 8.374/1991 
referente ao Seguro Obrigatório 
para Embarcação (DPEM).
FIXANDO CONCEITOS
20DIREITO DO SEGURO
 FIXANDO CONCEITOS 1 
MARQUE A ALTERNATIVA CORRETA
1. É correto afirmar que o Direito que consiste em um conjunto ordenado e 
sistemático de normas jurídicas obrigatórias que o Estado impõe à sociedade 
fazendo uso de suas competências é denominado: 
(a) Direito positivo ou escrito. 
(b) Direito costumeiro ou consuetudinário. 
(c) Direito público ou privado.
(d) Direito objetivo ou subjetivo.
(e) Direito natural ou ordinário.
2. O conjunto de repetidas decisões judiciais dos tribunais sobre certa 
matéria, criando precedentes que podem ser aplicados a casos semelhan-
tes, denomina-se:
(a) Doutrina.
(b) Costume.
(c) Subjetiva.
(d) Lei.
(e) Jurisprudência.
3. A Constituição Federal somente pode ser alterada por meio de:
(a) Decreto.
(b) Lei ordinária.
(c) Emenda.
(d) Lei delegada.
(e) Medida provisória.
FIXANDO CONCEITOS
21DIREITO DO SEGURO
4. É correto definir o Direito como sendo:
(a) A particularidade do que é justo e correto, como o respeito à igual-
dade de todos os cidadãos.
(b) Norma ou conjunto de normas que tem o objetivo de regularizar o 
funcionamento de algo, de uma instituição, atividade, entre outras, 
em um lugar e um tempo determinado.
(c) É o princípio básico de reconhecimento e preservação da cultura 
nacional.
(d) Um conjunto legislativo advindo da Câmara dos Deputados Federais.
(e) Um conjunto de normas de procedimento, disciplinadoras da vida 
em sociedade, de caráter obrigatório.
5. A norma legal infraconstitucional emanada pelo Poder Executivo, com 
anotações: força de lei e validade por 60 dias, prorrogável uma única vez 
por igual período, é o(a):
(a) Lei complementar.
(b) Constituição Federal.
(c) Medida provisória.
(d) Lei ordinária.
(e) Decreto.
6. O Direito é um(a):
(a) Ciência humana.
(b) Ciência social.
(c) Ciência exata.
(d) Conjunto de regras morais.
(e) Lei.
DIREITO DO SEGURO 22
UNIDADE 202
O CONTRATO 
 ■ Definir o que é o contrato 
de seguro e identificar 
seus elementos.
 ■ Diferenciar as obrigações 
do contratante e da 
contratada.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Distinguir as garantias 
concedidas nos Seguros 
de Danos e de Pessoas.
 ■ Descrever as partes do 
contrato de seguro, seus 
instrumentos e suas 
principais características.
CONCEITO LEGAL DO 
CONTRATO DE SEGURO
ELEMENTOS DO CONTRATO 
 DE SEGURO
PARTES DO CONTRATO 
 DE SEGURO
OBRIGAÇÕES DAS PARTES
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS 
DO CONTRATO DE SEGURO
INSTRUMENTOS CONTRATUAISFIXANDO CONCEITOS 2
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
de SEGURO
UNIDADE 2
23DIREITO DO SEGURO
 CONCEITO LEGAL DO CONTRATO 
 DE SEGURO 
Para entendermos o contrato de seguro, é importante começarmos pelo 
art. 757 do Código Civil, que permite identificar os principais elementos 
que o compõem:
“Art. 757. Pelo contrato de seguro o segurador se obriga, mediante 
o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, 
relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.
Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, 
como segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada.”
Inicialmente, estudaremos os cinco elementos que compõem o contrato 
de seguro para, em seguida, identificarmos as partes que integram o con-
trato e suas respectivas obrigações.
Posteriormente, serão abordadas as principais características desse con-
trato, bem como seus principais instrumentos.
 ELEMENTOS DO CONTRATO 
 DE SEGURO 
O contrato de seguro é constituído de cinco elementos: o risco, o interes-
se segurável, a garantia, o prêmio e a empresarialidade.
UNIDADE 2
24DIREITO DO SEGURO
 — Risco
O risco é a causa do contrato de seguro, já que o proponente recorre 
à seguradora com a finalidade de reduzir ou eliminar as consequências 
negativas que possam ser experimentadas em razão de sua ocorrência.
O risco deve ser um evento possível, futuro, incerto ou de data incerta, e 
que não depende somente da vontade das partes.
Nesse caso, a possibilidade significa que o risco deve ser algo sujeito a se 
manifestar no plano físico.
O risco deve ser futuro, porque o seguro, via de regra, não admite a cober-
tura de eventos verificados antes da celebração do contrato.
O Código Civil que, se a seguradora, ao tempo do contrato, souber que 
não há risco ao segurado a ser coberto e, apesar disso, chega a expedir a 
apólice, pagará em dobro o prêmio estipulado (art. 773). Estabelece, ainda, 
que não se inclui na garantia o sinistro provocado por vício intrínseco da 
coisa segurada quando não declarado pelo segurado (art. 784). 
Vale lembrar que a noção de risco está claramente vinculada à de interes-
se segurável ou segurado, já que é necessário que o proponente/segura-
do tenha interesse legítimo em minorar ou eliminar as perdas que possam 
advir pela verificação do risco.
Assim, o contrato de seguro deve especificar claramente os riscos cober-
tos, indicando, para isso, as coberturas (garantias) contratadas. Também os 
riscos excluídos (coberturas ou garantias) não contratados devem, igual-
mente, aparecer em destaque.
Dessa forma, a obrigação da seguradora somente abrange aqueles riscos 
expressamente contratados, que devem ser limitados e particularizados 
nas condições (cláusulas) do contrato de seguro, não se obrigando por 
outros (arts. 757 e 760 do Código Civil).
Os riscos cobertos pelos contratos de seguros, em regra, nominam as 
coberturas inerentes aos mais variados ramos e/ou modalidades de segu-
ros oferecidos no mercado, como incêndio, roubo, colisão, acidentes pes-
soais, morte, vendaval, inundação, alagamento etc.
Nos Seguros de Danos, o risco compreenderá todos os prejuízos resultan-
tes ou consequentes das providências adotadas pelo segurado para evitar 
o sinistro, minorar o dano ou salvar a coisa (art. 779 do Código Civil).
 — Interesse Segurável
O interesse segurável é o objeto do contrato de seguro, pois é sobre ele 
que recai a garantia.
UNIDADE 2
25DIREITO DO SEGURO
Pela “teoria da necessidade”, é indispensável que aquele que propõe a 
contratação do seguro tenha interesse concreto – o qual deve ser sempre 
legítimo e, em alguns casos, também econômico – em prevenir os danos 
ou perdas que possam afetar o bem sobre o qual recai o risco.
Nos Seguros de Pessoas, todavia, o Código Civil admite que o interesse 
seja presumido em certos casos (art. 790, parágrafo único, do Código Civil).
O interesse não é uma coisa, mas, sim, a relação existente entre o segura-
do e a coisa ou pessoa sujeita ao risco.
Embora não coincida com a própria coisa a ser segurada, o interesse deve 
corresponder a um bem que esteja exposto a risco, ou seja, que possa 
desaparecer ou deteriorar-se (como é o caso de mercadorias transporta-
das), perder-se, extinguir-se ou sofrer limitações (a exemplo do que ocorre 
com a vida e as faculdades humanas), ou, até mesmo, a um fato que pode 
não se realizar (como ocorre nos Seguros de Crédito ou de Garantia de 
Obrigações Contratuais).
 — Garantia
É o terceiro elemento do contrato e consiste na obrigação da seguradora com 
relação à proteção do interesse legítimo do segurado: ela deve assegurá-la.
Portanto, ela se perfaz na promessa que a seguradora faz ao segurado de 
que honrará o compromisso assumido, de acordo com as cláusulas cons-
tantes do contrato, em reparar algum prejuízo ou pagar um capital deter-
minado, ao cabo de um termo final. Dessa forma, o contrato de seguro 
garante ao segurado a indenização em caso de sinistro coberto.
Vale lembrar que o limite dessa garantia deve estar previsto no contrato, na 
forma do art. 760 do Código Civil. A prestação que corresponde à garantia 
somente deve ser entregue se o segurado não estiver em mora (atraso) no 
pagamento do prêmio quando ocorrer um sinistro coberto.
 — Prêmio
O prêmio é o quarto elemento do contrato de seguro e consiste na obriga-
ção daquele que contrata o seguro para fazer jus à garantia que pretende 
obter da seguradora.
Para fixação do prêmio, além de serem considerados o risco, a importância 
segurada e a duração do seguro, são utilizados, também, elementos esta-
tísticos e financeiros.
Ao aceitar a proposta de seguro, a seguradora leva em conta as informa-
ções prestadas pelo proponente para definir a taxa do prêmio, que consi-
dera, portanto, apenas os riscos e as coberturas que a seguradora preten-
de assumir.
UNIDADE 2
26DIREITO DO SEGURO
A falta de seu pagamento nas condições legais e contratualmente estabe-
lecidas gera a perda do valor segurado, na forma do art. 763 do Código 
Civil. Entretanto, a aplicação desse dispositivo deve ser feita com muito 
cuidado, pois há situações excepcionais em que o inadimplemento do prê-
mio não acarretará a perda do direito à indenização ou capital segurado.
 — Empresarialidade
A empresarialidade é o quinto elemento do contrato. Significa que a segu-
radora deve ser, necessariamente, uma entidade legalmente autorizada a 
exercer a atividade seguradora, ou seja, deve ser uma pessoa jurídica (art. 
757, parágrafo único, do Código Civil).
O art. 24 do Decreto-Lei nº 73/1966 já se referia a esse elemento ao colo-
cá-lo como condição para o exercício da atividade securitária no país, pre-
vendo que somente podem operar em Seguros Privados as sociedades 
anônimas e, em casos excepcionais, como Seguro-Saúde e acidente do 
trabalho.
O mesmo decreto-lei aponta as sociedades seguradoras como integran-
tes do Sistema de Seguros Privados, disciplinando a forma da autorização 
para o seu funcionamento, estabelecendo critérios para suas operações e 
fixando o regime de sua fiscalização e liquidação.
 PARTES DO CONTRATO 
 DE SEGURO 
 — Proponente
É o titular do interesse legítimo segurável, relativo a pessoa ou coisa. Deve 
ser plenamente capaz de exercer os atos da vida civil para que possa assinar 
a proposta de seguro, sob pena de nulidade ou anulabilidade. O proponente 
pode acumular a condição de segurado, de beneficiário e de estipulante.
 — Segurado
É a pessoa física ou jurídica sobre quem recai o risco. Pode, ou não, ser o 
proponente do seguro. Pode, também, acumular a condição de estipulante 
ou de beneficiário.
UNIDADE 2
27DIREITO DO SEGURO
 — Seguradora
É a empresa legalmente constituída sob a forma de sociedade anônima 
que concede a garantia.
 — Beneficiário
É aquele em favor de quem se institui a garantia. Pode ser pessoa física 
ou jurídica.
 — Estipulante
É a pessoa física ou jurídica que contrata seguro por conta deterceiros, 
equiparando-se, por isso, ao segurado para efeito de celebração e de 
manutenção do contrato. Pode, eventualmente, acumular a condição de 
beneficiário. O estipulante representa os interesses do grupo segurado 
perante à seguradora.
Saiba mais
De acordo com o art. 2ª da Resolução CNSP nº 107/2004, é expressamente vedada 
a atuação, como estipulante ou subestipulante, de corretoras de seguros, bem como 
seus respectivos sócios, dirigentes, administradores, empregados, prepostos ou repre-
sentantes, corretores autônomos, sociedades seguradoras, A vedação não se aplica 
quando a estipulação, por tais pessoas, for feita na condição de empregadores em 
favor de seus empregados.
 OBRIGAÇÕES DAS PARTES 
A obrigação assumida por aquele que contrata o seguro é a de pagar o 
prêmio, e a obrigação assumida pela seguradora é a de conceder a garan-
tia. Estudaremos essas obrigações, detalhadamente, a seguir.
 — Pagamento do Prêmio
A obrigação de pagar o prêmio é assumida por aquele que contrata o 
seguro, ou seja, o proponente.
UNIDADE 2
28DIREITO DO SEGURO
Normalmente, essa obrigação incumbe ao segurado, já que, via de regra, o 
seguro é contratado pela própria pessoa sobre a qual recai o risco de que 
ela pretende se proteger por meio do seguro.
No entanto, há casos em que uma pessoa pode deter interesse legítimo 
em contratar seguro para proteção contra um risco que recai sobre outra 
pessoa ou sobre o patrimônio. Nesse caso, a obrigação de pagar o prêmio 
é da pessoa que propôs a contratação do seguro e que pode, eventual-
mente, acumular a condição de beneficiária.
Já nos seguros estipulados por uma pessoa física ou jurídica, a obrigação de 
repassar o prêmio à seguradora é do estipulante, que representa o grupo segu-
rado na forma do § 1º do art. 801 do Código Civil.
O Código Civil trata da obrigação de pagamento do prêmio no art. 763:
“Art. 763. Não terá direito a indenização o segurado que estiver 
em mora no pagamento do prêmio, se ocorrer o sinistro antes 
de sua purgação.”
Assim, em princípio, na hipótese de o sinistro ocorrer em uma data na qual 
o pagamento do prêmio não esteja em dia, segurado ou beneficiário não 
terão direito à indenização ou capital.
Contudo, a interpretação e a aplicação desse artigo, conforme jurispru-
dência dominante no Judiciário brasileiro, serão objeto, neste manual, de 
seção específica: “Mora do Segurado”.
É importante esclarecer que o fato de o risco não se verificar no curso da 
vigência da garantia não afasta a obrigação de pagamento do prêmio, 
exceto quando o contrário tenha sido ajustado entre as partes ou esteja 
previsto em lei especial. É o que estabelece o art. 764 do Código Civil:
“Art. 764. Salvo disposição especial, o fato de se não ter verifi-
cado o risco, em previsão do qual se faz o seguro, não exime o 
segurado de pagar o prêmio.”
Tal dispositivo legal protege o segurador em função da própria natureza 
do negócio, tendo por resultado final a proteção do grupo segurado. Pelo 
princípio do mutualismo, mesmo que o risco não se verifique em razão do 
segurado, o prêmio servirá para indenizar outros segurados integrantes 
do grupo.
O art. 758 do Código Civil prevê que o comprovante de pagamento do 
prêmio, na falta da apólice ou do bilhete, serve para provar a existência do 
contrato de seguro:
“Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apólice 
ou do bilhete do seguro, e, na falta deles, por documento compro-
batório do pagamento do respectivo prêmio.”
UNIDADE 2
29DIREITO DO SEGURO
Com este artigo, a lei aumenta a possibilidade do consumidor de provar a 
existência do contrato de seguro utilizando, além da apólice ou do bilhete, 
qualquer documento que comprove o pagamento do prêmio.
Na realidade, a lei cria apenas uma presunção relativa de existência do 
contrato de seguro, que pode ser afastada por prova em contrário. Nesse 
sentido, a interpretação do artigo mencionado deve ser feita em conjunto 
com a Circular SUSEP nº 251/2004.
O art. 8º dessa circular prevê que os contratos de seguro terão início de 
vigência a partir da recepção da proposta pela seguradora somente quando 
as propostas tenham sido recepcionadas com adiantamento de valor pelo 
proponente, com a exceção de algumas hipóteses citadas na mesma circular.
Nada impede, no entanto, que a seguradora prove que recusou a proposta, 
dentro dos prazos estabelecidos no art. 2º da Circular SUSEP nº 251/2004, 
comprovando que restituiu ao proponente, na forma do § 3º do art. 8º, o 
valor do prêmio que havia sido pago e de que o sinistro ocorreu depois 
disso.
Em se tratando de Seguros de Danos, a seguradora deverá comprovar 
também, que o sinistro ocorreu depois do prazo mencionado no §2º do art. 
8º da Circular SUSEP nº 251/2004. Com isso, fica afastada a presunção de 
existência do contrato de seguro que decorre do comprovante do paga-
mento do prêmio.
 — Concessão da Garantia
A obrigação que a seguradora assume no contrato de seguro consiste em 
conceder uma garantia em prazo e condições que serão estabelecidos 
pelas partes. Todavia, o Código Civil traz algumas disposições específicas 
sobre o tema.
Garantia nos Seguros de Danos
Nos Seguros de Danos, a prestação que vai representar a concessão da 
garantia pela seguradora pode se caracterizar pelo pagamento de uma 
indenização ou pela reposição da coisa, se prevista no contrato:
“Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o prejuízo 
resultante do risco assumido, salvo se convencionada a reposição 
da coisa.”
A prestação devida pela seguradora, na ocorrência de sinistro coberto, 
consiste, a rigor, no pagamento de determinado valor.
Excepcionalmente, o Código Civil autoriza a reposição da coisa segurada, 
possível apenas nos Seguros de Danos, desde que prevista em cláusula 
contratual, devendo contar com a concordância do segurado no momento 
da regulação.
Fique por dentro
A presunção de existência do 
contrato de seguro que decorre 
da exibição do comprovante do 
pagamento do prêmio pode ser 
afastada, ainda, no caso de a 
seguradora provar que o prêmio 
foi pago por meio de cheque não 
compensado.
UNIDADE 2
30DIREITO DO SEGURO
Quando previsto em cláusula em contratos de seguro por adesão, a repo-
sição da coisa deve também contar com a concordância do segurado no 
momento da regulação.
Além disso, o valor da garantia concedida pela seguradora também não 
pode ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da celebra-
ção do contrato (“conclusão do contrato”), sob pena da perda do direito ao 
valor do seguro pelo segurado. É o que prevê o art. 778 do Código Civil, 
que veda o chamado Sobresseguro:
“Art. 778. Nos seguros de dano, a garantia prometida não pode 
ultrapassar o valor do interesse segurado no momento da conclu-
são do contrato, sob pena do disposto no art. 766, e sem prejuízo 
da ação penal que no caso couber.”
Tal fato vem corroborar a máxima de que o objetivo do seguro não é o de 
enriquecer o segurado, mas, sim, assegurar a reposição do interesse segu-
rável ou uma compensação por sua avaria ou perda.
Essas vedações decorrem do chamado princípio indenitário, típico dos 
Seguros de Danos, que consiste na noção de que o segurado deve rece-
ber da seguradora indenização que permita a recomposição do estado 
anterior (status quo ante) do seu patrimônio. Portanto, o segurado não 
deve receber indenização superior ao seu efetivo prejuízo.
Existe uma exigência de caráter técnico que justifica tal medida. Trata-se 
do princípio do mutualismo, viabilizado através da aplicação da lei dos 
grandes números, determinando que cada componente do grupo efetue 
um pequeno pagamento. Tal contribuição é somada a centenas ou milha-
res de outras, objetivando a satisfação de prejuízos comuns a qualquer 
grupo. Portanto, não é possível o pagamento que exceda o valor dos pre-
juízos ocorridos.
A contratação do seguro por um percentual estimado do valor do interessesegurável é admitida excepcionalmente, permitindo um ajuste do valor da 
garantia para mais ou para menos. Nos Seguros de Automóveis, o valor da 
garantia pode ser fixado com base num percentual sobre o valor do bem 
calculado por uma determinada instituição. Um bom exemplo disso são os 
Seguros de Automóveis cuja garantia pode ser fixada entre 90% e 110% da 
tabela divulgada pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).
De acordo com o art. 779 do Código Civil, a garantia deve, necessaria-
mente, abranger os prejuízos que o segurado sofrer para evitar o sinistro, 
minorar o dano ou salvar a coisa:
“Art. 779. O risco do seguro compreenderá todos os prejuízos 
resultantes ou consequentes, como sejam os estragos ocasiona-
dos para evitar o sinistro, minorar o dano, ou salvar a coisa.”
UNIDADE 2
31DIREITO DO SEGURO
Este artigo traça norma de natureza técnica, determinando a abrangência 
da cobertura. Assim, a cobertura alcançará também os prejuízos oriundos 
das despesas no sentido de se evitar o sinistro, quando possível, ou redu-
zir a extensão do dano, já que o objetivo foi salvar a coisa, sendo que os 
lucros cessantes e danos emergentes não estão abrangidos no dispositivo. 
Finalmente, nos Seguros de Responsabilidade Civil, a garantia deve abran-
ger as perdas e danos que o segurado causou a terceiro na forma do art. 
787 do Código Civil, conforme será estudado oportunamente.
Garantia nos Seguros de Pessoas
Nos Seguros de Pessoas, a prestação que representará o cumprimento da 
obrigação da seguradora corresponderá a um capital, fixado no contrato, 
cujo caráter não é indenizatório, mas meramente compensatório, já que a 
vida e as faculdades humanas são inapreciáveis economicamente.
Diferentemente do que ocorre nos Seguros de Danos, o proponente, nos 
Seguros de Pessoas, tem a liberdade de fixar o valor da garantia e de 
contratar mais de um seguro sobre o mesmo interesse, com a mesma ou 
com mais de uma seguradora (art. 789 do Código Civil). Dessa forma, nada 
impede que o corretor venha a intermediar Seguro de Vida para um segu-
rado que já o possui em outras seguradoras. Todavia, o exercício desses 
direitos deve observar a boa-fé.
Nos Seguros de Pessoas, o capital segurado que representa a garantia não 
pode ser consumido pelas dívidas do beneficiário nem integrar o inventá-
rio do segurado falecido, por não constituir herança, conforme estabelece 
o art. 794 do Código Civil:
“Art. 794. No Seguro de Vida ou de Acidentes Pessoais para o caso 
de morte, o capital estipulado não está sujeito às dívidas do segu-
rado, nem se considera herança para todos os efeitos de direito.”
Este artigo expressa a finalidade do seguro, sua importância e os valores a 
ele relativos, determinando, ainda, que o capital segurado não responderá 
por dívidas, não sendo considerado herança. 
Nos termos da legislação, os beneficiários de um Seguro de Vida recebe-
rão o valor integral da indenização, que não poderá ser utilizado para paga-
mento de dívidas da pessoa falecida. Assim, fica caracterizada a finalidade 
social do contrato de seguro, pois será o único valor, decorrente da morte 
do segurado, que o beneficiário receberá livre de qualquer desconto.
UNIDADE 2
32DIREITO DO SEGURO
 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DO 
 CONTRATO DE SEGURO 
No Direito Civil brasileiro, os contratos se classificam em: unilaterais ou 
bilaterais; onerosos ou gratuitos; comutativos ou aleatórios; nominados ou 
inominados; consensuais ou reais; solenes ou não solenes; e de adesão.
A classificação dos contratos é importante para indicar suas características 
e como são compostos. Desse modo, os profissionais do seguro poderão 
avaliar os efeitos jurídicos dos contratos.
Os contratos se classificam em função da formação das obrigações que os 
originam, das vantagens que podem trazer para as partes, da realidade da 
contraprestação, dos requisitos exigidos para a sua formação, do papel que 
tomam na relação jurídica, do modo de execução, do interesse que tem a 
pessoa com quem se contrata e da sua regulamentação, legal ou não.
O contrato de seguro é classificado, por sua natureza jurídica, em:
 — Bilateral
O contrato de seguro é bilateral porque gera obrigações para ambas as 
partes. A obrigação da seguradora é de garantia e a do proponente é de 
pagamento do prêmio. O não cumprimento (inadimplemento) da obrigação 
por uma das partes, ao menos como regra, impede que a mesma exija da 
outra o cumprimento da obrigação que lhe compete, ressalvada a jurispru-
dência sobre a mora do segurado, que estudaremos a seguir.
 — Oneroso
O contrato de seguro é oneroso porque ambas as partes almejam um 
benefício. O proponente busca uma garantia, que se traduz na proteção 
de um interesse legítimo contra determinados riscos. A seguradora almeja 
o recebimento do prêmio com o qual formará o fundo comum destinado a 
saldar a prestação correspondente à garantia.
 — Aleatório ou Comutativo
O contrato de seguro é considerado aleatório para uns e comutativo para outros.
Para os que defendem que o contrato de seguro é aleatório, tal defesa se 
baseia no argumento de não existir correspondência entre as prestações 
das partes, relacionadas às obrigações que assumiram.
UNIDADE 2
33DIREITO DO SEGURO
Quando da celebração do contrato, enquanto a seguradora tem a certeza 
de que receberá o prêmio do segurado, este último (ou o beneficiário por 
ele designado) não tem a certeza de que receberá a indenização ou capital 
segurado, pois tal prestação (que materializa a obrigação da seguradora) 
só se verificará na hipótese de ocorrer um sinistro coberto.
Contudo, há quem defenda que o contrato de seguro seria contrato comu-
tativo, visto que, conforme já apresentado na definição do art. 757 do Códi-
go Civil, a seguradora se obriga a cobrir riscos predeterminados, ou seja, 
já saberia, de antemão, exatamente o tamanho da contraprestação a que 
estaria sujeita nessa relação contratual.
 — Solene
O contrato de seguro é solene porque o consentimento das partes deve 
ser dado na forma prescrita pela lei.
Em geral, esse consentimento é manifestado de forma escrita: o propo-
nente apresenta proposta em formulário impresso, preenchido e assinado, 
e a seguradora manifesta sua aceitação mediante a emissão do bilhete, 
certificado ou apólice.
O consentimento da seguradora no sentido de aceitar a proposta poderá, igual-
mente, prescindir da forma escrita. Isso ocorrerá quando a seguradora deixar 
decorrer, sem manifestação formal, o prazo estabelecido nas normas regula-
mentares, atualmente de 15 (quinze) dias, para aceitar ou recusar a proposta. O 
decurso desse prazo sem manifestação da seguradora acarretará a aceitação.
 — Consensual
O contrato de seguro é consensual porque a manifestação de vontade de 
ambas as partes, no mesmo sentido, faz surgir o contrato. Contratos con-
sensuais são os que se formam com a simples anuência das partes, não se 
exigindo nenhuma outra formalidade.
Assim, a apresentação da proposta pelo próprio segurado (ou um terceiro), 
somada à aceitação dela pela seguradora, configura o vínculo contratual.
 — Nominado
O contrato de seguro é nominado (ou típico) porque se trata de espécie de 
contrato regulamentada pela legislação (Código Civil, Código de Defesa 
do Consumidor, Resoluções do CNSP e Portarias da SUSEP).
UNIDADE 2
34DIREITO DO SEGURO
 — Adesão
O contrato de seguro é contrato de adesão, pois a seguradora, na maioria 
dos casos, redige unilateralmente as cláusulas e as submete à aprovação 
do órgão regulador competente, restando ao proponente aderir ao seu 
conteúdo sem possibilidade de propor mudanças no clausulado.
A exceção ocorre nos seguros de grandes riscos, nos quais as partes, 
em razão da complexidade do risco e do envolvimento econômico do 
interesse segurável, discutem e ajustam conjunta e previamente as cláu-
sulas contratuais.
 INSTRUMENTOS CONTRATUAIS 
A partir de agora, vamos estudar os cinco instrumentoscontratuais do con-
trato de seguro: proposta, apólice, endosso ou aditivo, averbação e bilhete.
 — Proposta
É o instrumento pelo qual o proponente manifesta, perante a seguradora, a 
sua vontade de contratar o seguro. Nesse documento, o proponente deve 
descrever o mais detalhadamente possível o interesse segurável e os ris-
cos a que está sujeito, conforme estabelece o art. 759 do Código Civil:
“Art. 759. A emissão da apólice deverá ser precedida de proposta 
escrita com a declaração dos elementos essenciais do interesse a 
ser garantido e do risco.”
As informações constantes da proposta, sejam aquelas previamente 
impressas no formulário pela seguradora, sejam aquelas prestadas pelo 
proponente, integram o contrato de seguro.
A proposta é um instrumento poderoso para a adequada seleção de risco 
pelo segurador, pois pode ser acompanhada de questionário de avaliação 
de risco. Nos Seguros de Automóveis, por exemplo, o questionário de 
avaliação de risco é conhecido como “perfil”. Nos Seguros de Pessoas, o 
questionário de avaliação de risco é chamado de “declaração de saúde 
e atividade”.
UNIDADE 2
35DIREITO DO SEGURO
A proposta não precisa, necessariamente, ser assinada pelo proponen-
te. Pode ser assinada pelo corretor de seguros ou pelo representante 
legal do proponente, conforme o art. 13 da Lei nº 4.594/1964, o art. 9º do 
 Decreto-Lei nº 73/1966 e o art. 1º da Circular SUSEP nº 251/2004. Veja os 
artigos descritos a seguir:
Lei nº 4.594/1964:
“Art. 13. Só ao corretor de seguros devidamente habilitado nos ter-
mos desta lei e que houver assinado a proposta deverão ser pagas 
as corretagens admitidas para cada modalidade de seguro, pelas 
respectivas tarifas, inclusive em caso de ajustamento de prêmios.”
Decreto-Lei nº 73/1966:
“Art. 9º. Os seguros serão contratados mediante propostas assi-
nadas pelo segurado, seu representante legal ou por corretor 
habilitado, com emissão das respectivas apólices, ressalvado o 
disposto no artigo seguinte.”
Circular SUSEP nº 251/2004:
Art. 1°. A celebração ou alteração do contrato de seguro somente 
poderá ser feita mediante proposta assinada pelo proponente, seu 
representante legal ou por corretor de seguros habilitado, exceto 
quando a contratação se der por meio de bilhete.
Já o questionário de avaliação de riscos deve, necessariamente, ser preen-
chido e assinado pelo segurado, única pessoa capaz de prestar de for-
ma verdadeira e completa as informações solicitadas pela seguradora por 
meio desse documento.
As declarações inexatas, se resultarem de má-fé do proponente, do cor-
retor ou de seu representante legal, podem implicar a perda do direito 
ao valor do seguro, conforme o art. 766 do Código Civil, dispositivo que 
estudaremos mais adiante.
A seguradora dispõe de um prazo específico para se manifestar sobre a 
proposta. O art. 2º da Circular SUSEP nº 251/2004 aborda tal prazo, que é 
de 15 dias contados a partir da data do recebimento da proposta, seja para 
seguros novos ou renovações, bem como para alterações que impliquem 
modificação do risco. O § 5º daquele artigo reduz o prazo para sete dias 
quando se tratar de contrato de Seguro do Ramo Transportes, cuja cober-
tura se restrinja a uma viagem apenas.
O prazo para a seguradora se manifestar sobre a proposta admite suspen-
são na forma dos parágrafos 1º a 3º do mencionado artigo.
De acordo com o § 4º, ficará a critério da seguradora a decisão de informar, 
ou não, por escrito, ao proponente, ao seu representante legal ou ao corre-
tor de seguros sobre a aceitação da proposta. Contudo, em se tratado de 
recusa, deve haver comunicação formal e justificada.
A Lei nº 4.594/1964 regula a 
profissão de corretor de seguros. 
Todo profissional que atue em 
corretagem de seguros deve 
conhecer essa lei.
www.planalto.gov.br
Vale a pena 
ler na íntegra
Circular SUSEP nº 251/2004 – 
dispõe sobre a aceitação 
da proposta e sobre o início 
de vigência da cobertura nos 
contratos de seguros 
e dá outras providências. 
www.susep.gov.br
http://www.planalto.gov.br/
http://www.susep.gov.br
UNIDADE 2
36DIREITO DO SEGURO
Decorrido o prazo para manifestação sem que a seguradora se manifeste, 
tal silêncio implicará a aceitação tácita, conforme se infere do § 6º do refe-
rido artigo, bem como do art. 432 do Código Civil.
Com base nessas premissas, o art. 4º da mesma circular define a data em 
que a proposta é considerada aceita:
Art. 4º. A data de aceitação da proposta será:
I – aquela em que a sociedade seguradora se manifestar expres-
samente, observados os prazos previstos no art. 2º desta Circular;
II – a de término dos prazos previstos no art. 2º desta Circular, em 
caso de ausência de manifestação formal, por parte da sociedade 
seguradora.
Os Seguros de Danos e os Seguros de Pessoas com cobertura de risco 
submetem-se a essa sistemática, uma vez que as Circulares SUSEP 
nº 256/2004 e 302/2005 não tratam do tema.
É importante mencionar que os seguros contratados por meio de bilhete 
dispensam a proposta escrita, como, por exemplo, o Seguro DPVAT.
O contrato é um negócio jurídico e requer, para sua validade, a observância 
dos requisitos do art. 104 do Código Civil: agente capaz; objeto lícito, possí-
vel, determinado ou determinável; e forma prescrita ou não defesa em lei.
Além disso, sendo o contrato um negócio jurídico bilateral, a vontade das 
partes é, também, um requisito para sua validade. Para que a manifestação 
de vontade das partes seja válida, é indispensável que elas tenham capa-
cidade de fato.
Uma vez que o exercício dos direitos (capacidade de fato) pressupõe que a 
pessoa tenha consciência e vontade para tanto, a lei exige que o exercício 
dos direitos por determinadas pessoas se verifique com a observância de 
certas formalidades.
Dispõe o art. 5º do Código Civil Brasileiro:
“Art. 5º. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando 
a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.”
Desta forma, as pessoas que firmarem a proposta, bem como os corretores 
de seguro, para exercerem suas atividades, deverão ser pessoas maiores 
e capazes.
Deve-se reforçar que o parágrafo único do art. 5º do Código Civil estabe-
lece hipóteses excepcionais em que o menor de 18 anos pode se tornar 
plenamente capaz ao exercício dos atos da vida civil, quais sejam:
Importante
A capacidade de fato é a aptidão 
da pessoa para exercer seus 
direitos na vida civil por si mesma, 
sem necessidade de assistência ou 
de representação por um terceiro.
UNIDADE 2
37DIREITO DO SEGURO
I – pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, 
mediante instrumento público, independentemente de homologa-
ção judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos; 
II – pelo casamento;
III – pelo exercício de emprego público efetivo;
IV – pela colação de grau em curso de ensino superior;
V – pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de 
relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 
dezesseis anos completos tenha economia própria.
Quando se trata de pessoas jurídicas, às pessoas jurídicas, a proposta de 
seguro deve ser assinada por quem tenha poderes para administrá-la (art. 
47 do Código Civil).
Considerando que a contratação por pessoa jurídica de Direito Público dis-
pensa a intermediação de corretor, interessa, para efeito deste estudo, a 
pessoa jurídica de Direito Privado.
Dispõe o art. 44 do Código Civil Brasileiro, que são pes-
soas jurídicas de direito privado:
 ■ as associações;
 ■ as sociedades;
 ■ as fundações;
 ■ as organizações religiosas; 
 ■ os partidos políticos; 
 ■ as empresas individuais de responsabilidade limitada.
Os atos constitutivos da pessoa jurídica de Direito Privado (contrato ou 
estatuto social) indicam quem são os seus administradores, estabelecendo 
os limites dos poderes que lhes são outorgados.
 — Apólice
A apólice, aexemplo do bilhete, é emitida pela seguradora para formalizar 
a aceitação da proposta e, consequentemente, a contratação do seguro.
Por isso é que o art. 758 do Código Civil prevê que a apólice é um dos 
meios de provar a existência do contrato de seguro:
UNIDADE 2
38DIREITO DO SEGURO
“Art. 758. O contrato de seguro prova-se com a exibição da apóli-
ce ou do bilhete do seguro, e, na falta deles, por documento com-
probatório do pagamento do respectivo prêmio.”
A existência da apólice de seguro, portanto, presume a existência do contra-
to de seguro e, por conseguinte, de garantia na vigência nela especificada.
Contudo, essa presunção é relativa e pode ser afastada, por exemplo, no 
caso de a seguradora provar que o contrato de seguro foi cancelado antes 
do prazo previsto para término de sua vigência por determinado motivo.
O art. 760 do Código Civil estabelece que a apólice deve ser nominativa, 
à ordem ou ao portador:
Art. 760. A apólice ou o bilhete de seguro serão nominativos, à 
ordem ou ao portador, e mencionarão os riscos assumidos, o início 
e o fim de sua validade, o limite da garantia e o prêmio devido, e, 
quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiário.
Parágrafo único. No Seguro de Pessoas, a apólice ou o bilhete 
não podem ser ao portador.”
A apólice nominativa é aquela que contém o nome do segurado e, quan-
do for o caso, do beneficiário por ele indicado.
A apólice à ordem contém o nome do segurado, e a cláusula à ordem 
permite que ela seja transferida pelo segurado a terceiro, mas somente pelo 
chamado endosso em preto, que é aquele datado e feito com assinatura do 
endossante e do endossatário (conforme o § 2º do art. 785 do Código Civil).
A apólice ao portador é aquela que confere os direitos por ela garantidos 
a quem a portar, ou seja, a possuir.
A emissão de uma apólice à ordem ou ao portador deve ser objeto de 
acordo entre o proponente e a seguradora. Nesse caso, a sua transmissão 
implica a transferência do crédito decorrente da garantia.
É importante observar que o artigo mencionado veda a emissão de apóli-
ces ou bilhetes ao portador nos Seguros de Pessoas.
O mesmo dispositivo prevê que a apólice deve conter informações essenciais: 
riscos assumidos; o início e o fim de sua validade; o limite da garantia e o prê-
mio devido; e, quando for o caso, o nome do segurado e o do beneficiário.
O art. 761 do Código Civil deixa claro que, quando houver cosseguro, a 
apólice deverá conter as informações sobre ele e informar o nome da 
seguradora que administrará o contrato:
UNIDADE 2
39DIREITO DO SEGURO
Art. 761. Quando o risco for assumido em cosseguro, a apólice 
indicará o segurador que administrará o contrato e representará os 
demais, para todos os seus efeitos.
O cosseguro é uma forma utilizada pelo segurador para a pulverização do 
risco que lhe foi transmitido pelo segurado. Sob a ótica do segurado, ele 
estará contratando com várias seguradoras ao mesmo tempo, ficando con-
figurada a divisão de responsabilidades entre várias companhias.
A apólice também deve estar acompanhada das suas condições, ou seja, 
das cláusulas que regem o contrato de seguro.
As condições de apólice se dividem em condições gerais, que se refe-
rem aos ramos de seguro; condições especiais, que se referem às moda-
lidades do ramo; e condições particulares, que dispõem sobre ajustes 
específicos feitos entre segurado e seguradora. As condições particulares 
estão presentes, via de regra, nos seguros de médios e grandes riscos.
Assim, as cláusulas das condições particulares prevalecem sobre as das 
condições especiais. As cláusulas das condições especiais, por sua vez, 
prevalecem sobre as cláusulas das condições gerais.
As condições de apólice não devem contrariar as normas legais nem as 
regulamentares e precisam ser previamente aprovadas pelo órgão regula-
dor competente.
 — Endosso ou Aditivo
São instrumentos contratuais utilizados em função da necessidade de se 
modificarem dispositivos contratuais, de se acrescentarem dispositivos 
novos ou de se incluírem bens na cobertura.
O endosso ou aditivo é utilizado para formalizar modificações, correções 
ou acréscimos na apólice. 
Exemplos: substituição de um veículo segurado, aumento da importância 
segurada, alteração de um dado pessoal do segurado.
 — Averbação
A averbação é o instrumento típico das apólices denominadas abertas ou 
de averbação e é usada para individualizar detalhes variáveis sobre o risco.
Nos seguros de transportes, por exemplo, por meio da apólice aberta, o 
segurado faz as averbações dos embarques realizados, agilizando, deste 
modo, a contratação do seguro.
Pode ser provisória ou definitiva.
Isto é básico
Verifica-se o Cosseguro quando 
duas ou mais sociedades 
seguradoras, em determinada 
apólice e com a anuência 
do segurado, distribuem 
percentualmente o risco entre 
si. Cada seguradora responderá 
por sua cota-parte no pagamento 
da indenização securitária na 
proporção do risco que assumiu.
UNIDADE 2
40DIREITO DO SEGURO
 — Bilhete
O bilhete, a exemplo da apólice, é emitido pela seguradora para formalizar 
a contratação do seguro. A principal diferença é que os seguros contra-
tados por bilhete dispensam a apresentação de proposta, bem como a 
emissão de apólice. O já citado art. 758 do Código Civil prevê que o bilhete 
é um dos meios de provar a existência do contrato de seguro.
O art. 10 do Decreto-Lei nº 73/1966 autoriza a contratação de seguros por 
simples emissão de bilhete mediante solicitação do interessado. Contudo, 
cabe ao Conselho Nacional de Seguros Privados, órgão encarregado de 
estabelecer a Política Nacional de Seguros Privados, regulamentar as hipó-
teses em que se admite a contratação de seguro por bilhete, padronizando 
as suas cláusulas e os impressos necessários:
“Art. 10. É autorizada a contratação de seguros por simples emissão 
de bilhete de seguro, mediante solicitação verbal do interessado.
§ 1º O CNSP regulamentará os casos previstos neste artigo, padroni-
zando as cláusulas e os impressos necessários.”
Exemplos de seguros contratados por bilhete são: Danos Pessoais causa-
dos por Veículos Automotores Terrestres (DPVAT), Acidente Pessoal Indivi-
dual e Incêndio Residencial.
FIXANDO CONCEITOS
41DIREITO DO SEGURO
 FIXANDO CONCEITOS 2 
Marque a alternativa correta
1. A pessoa física ou jurídica que contrata um seguro por conta de terceiros 
é o(a):
(a) Beneficiário. (b) Estipulante. (c) Ressegurador.
(d) Seguradora. (e) Segurado.
2. Analise se as proposições são verdadeiras ou falsas e depois marque a 
alternativa correta:
( ) Nos Seguros de Danos, a garantia pode, excepcionalmente, consistir 
na reposição da coisa segurada.
( ) Nos Seguros de Danos, vigora a regra de que o valor da garan-
tia concedida pode ultrapassar o valor do interesse segurado no 
momento da contratação.
( ) Nos Seguros de Pessoas, a garantia tem natureza indenizatória.
( ) Nos Seguros de Pessoas, o capital segurado constitui herança.
(a) V, F, V, F. (b) V, F, F, F. (c) F, V, F, V.
(d) F, V, V, F. (e) F, V, V, V.
Marque a alternativa correta
3. O instrumento no qual devem ser descritos para a seguradora o interes-
se segurável e o risco é o(a):
(a) Proposta. (b) Apólice. (c) Endosso.
(d) Averbação. (e) Bilhete.
4. A pessoa sobre a qual recai o risco segurável é o(a):
(a) Seguradora. (b) Estipulante. (c) Segurado.
(d) Beneficiário. (e) Ressegurador.
FIXANDO CONCEITOS
42DIREITO DO SEGURO
5. Pelo princípio indenitário, que vigora nos Seguros de Danos, é correto 
afirmar que:
(a) É lícito ao segurado auferir lucro com o seguro.
(b) O seguro serve como uma espécie de investimento.
(c) A indenização visa à recomposição do estado anterior do patrimônio 
do segurado.
(d) O segurado pode receber indenização superior ao prejuízo sofrido.
(e) O segurado deve contratar garantia que supere o valor do interesse 
segurável.
6. Sendo o contrato um negóciojurídico bilateral, a vontade das partes 
é, também, um requisito para sua validade. Para que a manifestação de 
vontade das partes seja válida, é correto afirmar ser indispensável que elas 
tenham: 
(a) Responsabilidade. 
(b) Habilitação. 
(c) Qualificação.
(d) Instrução. 
(e) Capacidade de fato.
DIREITO DO SEGURO 43
UNIDADE 303
O SEGURO
 ■ Reconhecer os principais 
dispositivos do Código Civil 
aplicáveis aos Seguros de 
Danos e de pessoas.
 ■ Entender que a seguradora 
responde apenas pelos 
riscos predeterminados no 
contrato de seguro.
 ■ Estabelecer a importância 
da boa-fé para o contrato 
de seguro.
 ■ Reconhecer os efeitos de 
declarações inexatas e de 
ato doloso praticado pelo 
segurado, pelo beneficiário 
ou por seus representantes.
 ■ Identificar a ocorrência do 
agravamento do risco e 
das regras de contratação 
por agente autorizado.
 ■ Descrever a renovação 
automática, a mora do 
segurado e da seguradora 
e o aviso de sinistro.
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
 ■ Aplicar a transferência de 
contrato para terceiros e o 
rateio proporcional.
 ■ Exemplificar a contratação 
de mais de um seguro 
para o mesmo interesse 
segurável.
 ■ Descrever a sub-rogação 
e identificar quando ela 
ocorre.
 ■ Diferenciar o Seguro de 
Responsabilidade Civil e o 
Seguro Coletivo.
 ■ Aplicar a instituição 
e substituição de 
beneficiários e o seguro 
sobre a vida de terceiros.
 ■ Reconhecer os efeitos 
da invalidade da cláusula 
beneficiária, da transação 
com pagamento reduzido 
e do suicídio.
 ■ Descrever os diversos 
casos de prescrição e a 
relação com pretensão.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
DISPOSIÇÕES COMUNS AOS 
SEGUROS DE DANOS E DE 
PESSOAS
DISPOSIÇÕES RELATIVAS 
 AOS SEGUROS DE DANOS
DISPOSIÇÕES RELATIVAS 
 AOS SEGUROS DE PESSOAS
PRESCRIÇÃO
FIXANDO CONCEITOS 3
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
e o CÓDIGO CIVIL
UNIDADE 3
44DIREITO DO SEGURO
 CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
O contrato de seguro está disciplinado de forma especial no Códi-
go Civil (Lei nº 10.406/02), que contém um capítulo inteiramente 
dedicado a ele (arts. 757 a 802).
Esta unidade divide-se em três seções: uma contendo disposições gerais 
aplicáveis tanto aos Seguros de Danos quanto de Pessoas (arts. 757 a 
777), outra contendo disposições específicas sobre Seguros de Danos 
(arts. 778 a 788) e, finalmente, outra contendo disposições específicas 
sobre Seguros de Pessoas (arts. 789 a 802).
O estudo do contrato de seguro feito a seguir é baseado, essencialmente, 
nesses artigos (dispositivos).
 DISPOSIÇÕES COMUNS AOS SEGUROS 
 DE DANOS E DE PESSOAS 
Vamos começar esta unidade analisando as disposições semelhantes aos 
Seguros de Danos e de Pessoas, que inclui o estudo dos riscos predetermi-
nados, o conceito de boa-fé, os efeitos da inexatidão das informações ou de 
ato doloso pelo segurado, o agravamento do risco, a contratação de agente 
autorizado, a renovação automática do seguro, a mora do segurado e da 
seguradora, o aviso de sinistro e os seguros regidos por leis específicas. 
Saiba Mais
Estude o capítulo Seguro no 
Código Civil. Leia: TEPEDINO, 
Gustavo et al. Código Civil 
interpretado conforme a 
Constituição da República. 
Rio de Janeiro: Renovar, 2004. 
Art. 757 a 802.
UNIDADE 3
45DIREITO DO SEGURO
 — Riscos Predeterminados
A seleção de riscos é indispensável para o sucesso da atividade seguradora.
Por esse motivo, o art. 757 do Código Civil prevê, claramente, que a segu-
radora somente está obrigada a cobrir os riscos predeterminados no 
contrato de seguro:
Art. 757. Pelo contrato de seguro o segurador se obriga, mediante 
o pagamento do prêmio, a garantir interesse legítimo do segurado, 
relativo a pessoa ou a coisa, contra riscos predeterminados.
Parágrafo único. Somente pode ser parte, no contrato de seguro, 
como segurador, entidade para tal fim legalmente autorizada.
 — Boa-Fé na Conclusão e na 
Execução do Contrato do Seguro
A boa-fé é um princípio que rege todos os contratos. Ela se divide em duas 
acepções: uma objetiva e outra subjetiva.
Boa-Fé Objetiva
Na sua acepção objetiva, a boa-fé desempenha várias funções. A mais 
importante delas corresponde a um padrão de comportamento, um mode-
lo de conduta que deve ser observado pelos contratantes e os obriga a 
observar e cumprir determinados deveres.
Esses deveres dividem-se, basicamente, em três grupos:
Deveres de informação 
e esclarecimento
Exemplo: o dever do proponen-
te de informar à seguradora, na 
proposta, tudo o que souber 
sobre o interesse segurável e o 
risco, conforme se extrai do art. 
759 do Código Civil. Se descum-
prir, de algum modo, esse dever 
de informação, o proponente 
estará violando a boa-fé objetiva;
Deveres de lealdade 
e cooperação
Exemplo: o dever do segurado 
de cooperar com a seguradora 
no sentido de adotar todas as 
providências que estejam ao seu 
alcance para minorar o dano ou 
salvar a coisa segurada, conforme 
estabelece o art. 779 do Código 
Civil. Se o segurado descumprir 
esse dever, ele estará violando a 
boa-fé objetiva.
Deveres de proteção
Exemplo: o dever da seguradora 
de proteger os dados pessoais 
fornecidos pelo segurado, im-
pedindo que eles sejam indevid-
amente acessados por terceiros 
ou transferidos a estes. Se a 
seguradora deixar de adotar to-
das as medidas que estiverem ao 
seu alcance para, razoavelmente, 
evitar que isso ocorra, estará des-
cumprindo a boa-fé objetiva.
UNIDADE 3
46DIREITO DO SEGURO
O art. 765 do Código Civil trata, especificamente, da boa-fé objetiva no 
contrato de seguro e deixa claro que as partes devem considerá-la tan-
to no momento da celebração do contrato (fase de “conclusão”) quanto 
durante sua vigência, quando as partes devem cumprir suas obrigações 
(fase de “execução”):
Art. 765. O segurado e o segurador são obrigados a guardar, na 
conclusão e na execução do contrato, a mais estrita boa-fé e veraci-
dade, tanto a respeito do objeto como das circunstâncias e declara-
ções a ele concernentes.
A boa-fé objetiva, no contrato de seguro, é exigida com mais energia, con-
sistência e profundidade do que em outros contratos. Isto porque, no segu-
ro, o elemento da confiança tem maior peso, já que a seguradora aceita 
conceder a garantia baseada nas informações que lhe são prestadas pelo 
proponente sobre o interesse segurável, o objeto do contrato.
Boa-Fé Subjetiva
Na sua acepção subjetiva, a boa-fé contrapõe-se à noção de má-fé.
De acordo com o entendimento predominante na doutrina e na jurispru-
dência, age contrariamente à boa-fé (ou seja, age de má-fé) quem procede 
com dolo.
O dolo consiste em manobras ou maquinações feitas com o propósito de 
obter uma declaração de vontade que não seria emitida se o declarante 
não fosse enganado por outra pessoa.
Assim, age dolosamente o contratante que procede de forma a enganar, 
iludir e prejudicar o outro contratante.
Como a boa-fé deve ser presumida, quando a seguradora se recusar a 
pagar a indenização ou o capital segurado baseada na suspeita de má-fé 
do segurado ou do beneficiário, ela deverá fazer prova dessa alegação se 
for acionada judicialmente.2
 — Efeitos do Descumprimento 
do Dever de Informação que 
Influi na Aceitação da Proposta 
ou na Tarifação do Prêmio
O art. 766 do Código Civil estabelece as consequências para o descum-
primento do dever de informação pelo segurado ou pelo seu represen-
tante, no caso de a informação inexata ou omitida influir na decisão da 
seguradora de aceitar a proposta ou na tarifação do prêmio.
2 Enunciado 372 do Conselho 
da Justiça Federal espelha 
claramente essa realidade 
quando prevê o seguinte: 
“Enunciado 372 – em caso de 
negativa de cobertura securitária 
por doença preexistente, cabe 
à seguradora comprovar que o 
segurado tinha conhecimento 
inequívoco daquela”.
UNIDADE 3
47DIREITO DO SEGURO
Art. 766. Se o segurado, por si ou por seu representante, fizer 
declarações inexatas ou omitir circunstâncias que possam influir

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