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Apostila_TGS_2023 TEORIA GERAL DO SEGURO

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Prévia do material em texto

TEORIA GERAL DO SEGURO
REALIZAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS
SUPERVISÃO E COORDENAÇÃO METODOLÓGICA
DIRETORIA DE ENSINO TÉCNICO
ASSESSORIA TÉCNICA
CLÁUDIO BIZERRA DE OLIVEIRA – 2023/2022/2021
FREDERICO MARTINS PERES – 2023/2022/2021
JOSÉ EDUARDO TEIXEIRA ARIAS – 2023/2022/2021
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO
ESCOLA DE NEGÓCIOS E SEGUROS – GERÊNCIA DE CONTEÚDO E PLANEJAMENTO
PICTORAMA DESIGN
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca da Escola de Negócios e Seguros – ENS
 E73t Escola de Negócios e Seguros. Diretoria de Ensino Técnico.
 Teoria geral do seguro / Supervisão e Coordenação metodológica da 
 Diretoria de Ensino Técnico; assessoria técnica de José Eduardo Teixeira Arias, Frederico Martins Peres, 
Cláudio Bizerra de Oliveira. – 11.ed. -- Rio de Janeiro : ENS, 2023.
 4,51 Mb ; PDF 
 1. Seguro – Teoria. I. Arias, José Eduardo Teixeira. II. Peres, Frederico Martins. III. Oliveira, Cláudio 
Bizerra de. IV. Título. 
 
 
 0022-2662 CDU 368.01(072) 
É proibida a duplicação ou reprodução deste volume, ou de partes dele, 
sob quaisquer formas ou meios, sem permissão expressa da Escola.
11ª EDIÇÃO
RIO DE JANEIRO 
2023
TEORIA GERAL DO SEGURO
A 
ENS, promove, desde 1971, diversas iniciativas no âmbito 
 educacional, que contribuem para um mercado de seguros, 
previdência complementar, capitalização e resseguro cada 
vez mais qualificado.
Principal provedora de serviços voltados à educação continuada, para 
profissionais que atuam nessa área, a Escola de Negócios e Seguros 
oferece a você a oportunidade de compartilhar conhecimento e 
experiências com uma equipe formada por especialistas que possuem 
sólida trajetória acadêmica.
A qualidade do nosso ensino, aliada à sua dedicação, é o caminho para 
o sucesso nesse mercado, no qual as mudanças são constantes e a 
competitividade é cada vez maior.
 Seja bem-vindo à Escola de Negócios e Seguros.
TEORIA GERAL DO SEGURO
 1. O SEGURO – CONCEITO 8 
 INTRODUÇÃO 9
 IMPORTÂNCIA DO CORRETOR DE SEGUROS 10
 O SEGURO NO TEMPO 10
 NECESSIDADE DE GERENCIAR OS RISCOS 12
 DEFINIÇÕES DE SEGURO 13
 OBJETIVO E FINALIDADE DO SEGURO 14
 FIXANDO CONCEITOS 1 15
 2. PRINCÍPIOS BÁSICOS DO SEGURO 18 
 CARACTERÍSTICAS DO SEGURO 19
Previdência 19
Incerteza 19
Mutualismo 19
 ELEMENTOS BÁSICOS E ESSENCIAIS DO SEGURO 20
Risco 20
Segurado 24
Seguradora 25
Prêmio 25
Indenização 26
 DIVISÃO E CLASSIFICAÇÃO DO SEGURO 27
Quanto à Responsabilidade pela sua Operação 28
Quanto à Natureza 28
Quanto à Classificação dos Seguros Privados 28
 FIXANDO CONCEITOS 2 30
SUMÁRIO
INTERATIVO
TEORIA GERAL DO SEGURO
 3. A OPERAÇÃO DE SEGUROS 33 
 A OPERAÇÃO DE SEGUROS 34
 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO 34
 SUBSCRIÇÃO DE RISCO 35
 PRECIFICAÇÃO DO SEGURO 35
 COMERCIALIZAÇÃO DO SEGURO 38
 INSTRUMENTOS CONTRATUAIS 39
Proposta 39
Apólice 42
Outros Instrumentos Contratuais 45
 COBRANÇA DE PRÊMIO 46
 PRAZO DE VIGÊNCIA DO SEGURO 46
 SINISTRO E INDENIZAÇÃO 47
 DISPOSIÇÕES CONTRATUAIS 47
Condições Contratuais 48
Garantias ou Coberturas 49
Limites Seguráveis 49
 RISCOS COBERTOS E NÃO COBERTOS OU EXCLUÍDOS 51
Riscos Cobertos 51
Riscos Não Cobertos ou Excluídos 51
 FIXANDO CONCEITOS 3 54
 4. MECANISMOS DE PULVERIZAÇÃO DO RISCO 57 
 A PULVERIZAÇÃO DO RISCO 58
Limite de Retenção 59
Transferência de Risco 59
 COSSEGURO 59
 RESSEGURO 61
Funções do Resseguro 62
 RETROCESSÃO 62
 FIXANDO CONCEITOS 4 64
TEORIA GERAL DO SEGURO
 5. A ESTRUTURA DO MERCADO SEGURADOR 66 
 ESTRUTURA DO MERCADO SEGURADOR 67
Importância da Regulação do Mercado de Seguros 68
 SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS (SNSP) 68
Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) 70
Superintendência de Seguros Privados (Susep) 71
Sociedades Autorizadas a Operarem em Seguros Privados (Seguradoras) 72
Entidades Abertas de Previdência Complementar (EAPC) – Previdência Privada 72
Sistema Nacional de Capitalização (SNC) 72
Empresas de Resseguro 73
Corretores de Seguros 73
 SISTEMA NACIONAL DE SAÚDE 74
Ministério da Saúde 74
Conselho de Saúde Suplementar (Consu) 74
Agência Nacional de 
Saúde Suplementar (ANS) 75
Câmara de Saúde Suplementar (CAMSS) 75
Operadoras 75
 SEGUROS NO BRASIL 75
 FIXANDO CONCEITOS 5 77
 6. NOÇÕES BÁSICAS SOBRE OS 
 PRINCIPAIS RAMOS DE SEGUROS 80 
 SEGUROS DE AUTOMÓVEIS 81
 SEGUROS COMPREENSIVOS (RESIDENCIAIS, CONDOMINIAIS E EMPRESARIAIS) 81
 RISCOS NOMEADOS E RISCOS OPERACIONAIS 82
Seguros de Riscos Nomeados 82
Seguro de Riscos Operacionais 82
 LUCROS CESSANTES 83
 RISCOS DIVERSOS 83
 SEGUROS DE TRANSPORTES 84
TEORIA GERAL DO SEGURO
 SEGUROS DE AERONÁUTICOS 84
 SEGURO DE CASCOS MARÍTIMOS (EMBARCAÇÕES) 84
 SEGUROS DE RESPONSABILIDADE CIVIL 85
 SEGUROS DE CRÉDITO 85
 SEGURO DE GARANTIA 85
 SEGURO DE RISCOS DE ENGENHARIA 86
 SEGURO RURAL 86
 SEGUROS DE PESSOAS 87
 HABITACIONAL 87
 PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR ABERTA 87
 RISCOS ESPECIAIS 88
Seguro Riscos de Petróleo 88
Seguros Nucleares 88
Riscos Decorrentes da Operação Nuclear 88
 FIXANDO CONCEITOS 6 89
 ANEXOS 90 
Anexo 1– Modelo de Proposta de Seguro de Pessoas – Vida Individual 90
Anexo 2 – Modelo de Proposta de Seguro de Danos 97
Anexo 3 – Modelo de Apólice de Seguro de Danos 101
Anexo 4 – Modelo de Apólice de Seguro de Automóvel 106
Anexo 5 – Modelo de apólice de responsabilidade civil profissional 112
Anexo 6 – Codificação dos Ramos de Seguros 116
 GABARITO 122 
 GLOSSÁRIO 123 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 129 
TEORIA GERAL DO SEGURO 8
UNIDADE 101
O SEGURO 
 – CONCEITO
 ■ Conhecer o seguro por 
meio da sua história, 
entendendo o papel do 
corretor de seguros na 
sociedade atual. 
 ■ Compreender a finalidade 
de uma operação de 
seguros, considerando 
seus conceitos básicos e 
seu objetivo.
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
⊲ INTRODUÇÃO
⊲ IMPORTÂNCIA DO 
CORRETOR DE SEGUROS
⊲ O SEGURO NO TEMPO
⊲ NECESSIDADE DE 
GERENCIAR OS RISCOS
⊲ DEFINIÇÕES DE SEGURO
⊲ OBJETIVO E FINALIDADE 
DO SEGURO
⊲ FIXANDO CONCEITOS 1
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
TEORIA GERAL DO SEGURO 9
UNIDADE 1
 INTRODUÇÃO 
A história nos mostra que o ser humano, ao longo da vida, por meio de sua 
intelectualidade e seus esforços, tornou-se uma magnífica fonte de gera-
ção de receitas, que podem ser convertidas em patrimônio físico, renda ou 
até mesmo a implementação de novos negócios.
Os negócios empresariais, semelhante ao ser humano, seguem o mesmo 
conceito de “vida”, ou seja, existe um início (nascimento do negócio) e, ao 
longo da sua existência, há um esforço empregado pelos seus gestores e 
colaboradores para que ele seja perenizado. Esses negócios, por sua vez, 
são compostos de patrimônio e vão gerar receitas, considerando os inves-
timentos realizados (capital inicial, tecnologia, instalações, máquinas, equi-
pamentos etc.).
Portanto, podemos afirmar que o “SEGURO” surge da necessidade 
de proteger a fonte geradora das receitas (ser humano), a própria 
receita e tudo o quanto ela pode gerar (patrimônio).
Olhando para um cenário mais amplo, hoje em dia o Seguro vai muito além, 
ele pode proteger contratos, responsabilidades, riscos ambientais, planta-
ções, animais, cargas e, mais recentemente, os riscos voltados as informa-
ções (Cyber Risks).
O material de Teoria Geral do Seguro proporcionará a você, futuro Corretor 
de Seguros, entender a amplitude da indústria do seguro e servirá como 
base para o desenvolvimento da sua carreira profissional, através de con-
ceitos fundamentais abordados de forma a simples e objetiva. 
Durante o curso, você conhecerá o surgimento do seguro, sua regulação, os 
termos técnicos utilizados somente no mercado segurador, elementos essen-
ciais do seguro, como se faz um seguro, enfim, assuntos que envolvem todas 
as etapas do seguro, além de conhecer inúmeros ramos de seguros.
Saibamais
VIDA é o nome que damos 
“ao espaço de tempo entre 
o nascimento e a morte do 
indivíduo”. Nesse período, o 
ser humano, através da sua 
intelectualidade e seus esforços, 
tornou-se uma magnífica fonte 
de geração de receitas.
Saiba mais
VIDA – Período de tempo 
compreendido entre o 
nascimento e a morte de um 
ser vivo.
Michaelis.
10
UNIDADE 1
TEORIA GERAL DO SEGURO
 IMPORTÂNCIA DO 
 CORRETOR DE SEGUROS 
Diante de um mercado em plena evolução, com avanço da tecnologia, aumen-
to dos players e flexibilização de produtos, o “Corretor de Seguros” necessita 
a cada dia se especializar, conhecer a fundo as Condições Contratuais dos 
Produtos, estar atendo às mudanças e entender sua real responsabilidade no 
mercado. O Corretor de Seguros representa um papel que vai muito além da 
proteção de pessoas e bens – ele é um Agente do bem-estar social.
Ao longo do curso, também será destacada a importância do Corretor de 
Seguros no mercado de hoje, que se consolida a cada dia como um mer-
cado de “Consultoria”, saindo de cena o profissional “Vendedor de Segu-
ros” e entrando o profissional “Consultor de Seguros”, o qual tem como 
missão ajudar e apoiar seus clientes no processo de “Gerenciamento dos 
Riscos”, buscando as melhores soluções em proteção.
 O SEGURO NO TEMPO 
A necessidade de proteção contra o perigo, a incerteza quanto ao futuro 
e a possibilidade de perdas acompanham o ser humano em sua evolução. 
Por consequência dessa necessidade, desde a Pré-História, o ser humano 
procurava se organizar em grupos para ter mais força e garantir o susten-
to e a segurança da comunidade. 
Se, no passado, o ser humano corria o risco de ser atacado por uma fera 
ou morrer de frio ou de fome, hoje, enfrenta riscos ambientais que afetam 
sua saúde, pelo seu estilo de vida, por doenças novas (ex.: Covid-19 – 
SARS-CoV-2), pelos excessos de alimentação, entre outros.
A evolução das atividades comerciais também trouxe a necessidade de 
proteção contra os prejuízos financeiros. E foi dessa forma, justamente 
buscando garantir as finanças e diminuir a insegurança nas atividades 
cotidianas, que o seguro ganhou força, a partir da necessidade de contro-
lar ou, considerando um conceito mais atual, gerenciar riscos.
Dica
Hoje, o Corretor de Seguros 
já está sendo chamado de 
Consultor Financeiro. Existem 
profissionais que, além do 
seguro, já estão gerando 
oportunidades de investimentos 
para seus clientes.
11
UNIDADE 1
TEORIA GERAL DO SEGURO
O conhecimento dos fatos históricos que marcaram o desenvolvimento da 
atividade securitária ao longo dos séculos possibilita, até hoje, o desenvolvi-
mento de técnicas capazes de reconhecer os riscos em suas várias formas.
Nossa história recente registrou fatos cuja probabilidade foi constatada 
após a sua ocorrência, e não ao contrário, como deveria ser, para que os 
indivíduos se prevenissem. Por isso, conhecer um pouco da história do 
seguro nos mostra o caminho que o mercado segurador trilhou até chegar 
aos dias de hoje.
Se pudéssemos encontrar palavras para definir o surgimento da atividade 
de seguros, certamente essas palavras seriam “solidariedade” e “mutua-
lismo”, princípios aplicados inclusive no contrato de seguros.
Saiba mais
Outras Curiosidades
Cerca de 2.500 anos antes de Cristo, os cameleiros da Babilônia, preocupados com 
as constantes perdas nas caravanas, instituíram uma forma mutualística de amparar o 
companheiro prejudicado, mediante um acordo por meio do qual as perdas ocorridas 
durante a expedição seriam rateadas entre todos.
Os navegadores fenícios e hebreus também rateavam os prejuízos ocorridos durante 
as suas viagens, principalmente nos mares Egeu e Mediterrâneo.
No século 12 d.C., surgiu uma modalidade de seguro chamada Contrato de Dinheiro a 
Risco Marítimo, segundo a qual um financiador emprestava ao navegador o dinheiro 
no valor da embarcação. Se a embarcação se perdesse, o navegador não devolvia o 
dinheiro emprestado, mas, se a embarcação chegasse intacta ao seu destino, o dinhei-
ro emprestado era devolvido ao financiador, acrescido de juros.
No mesmo século 12, o Papa Gregório IX proibiu a realização de Contratos de Dinheiro 
a Risco Marítimo e, consequentemente, surgiu uma forma similar de seguro denomina-
da Feliz Destino, pela qual um banqueiro comprava a embarcação, com a previsão de 
recompra pelo vendedor. Se a embarcação chegasse sem sofrer qualquer sinistro, a 
Cláusula de Recompra era acionada, e o banqueiro revendia a embarcação ao proprie-
tário original por um valor maior. Se a embarcação ou a carga se perdesse, o dinheiro 
adiantado pelo banqueiro corresponderia à indenização pelo sinistro.
Em 1347, surgiu em Gênova, na Itália, o primeiro contrato de Seguro Marítimo, com a 
emissão de apólice de seguro.
12
UNIDADE 1
TEORIA GERAL DO SEGURO
 NECESSIDADE DE 
 GERENCIAR OS RISCOS 
Atualmente, não há como se pensar em Seguro sem entender que ele 
deriva da necessidade de Gerenciar Riscos. Para tanto, precisamos primei-
ramente entender o que é “Risco”. Segundo a Normativa ABNT NBR ISO 
31000, temos uma definição normatizada de risco:
“Risco é o efeito da incerteza nos objetivos.”
Os indivíduos e as organizações estão sujeitos a Riscos (incertezas), no 
curso dos objetivos traçados, portanto, o “Gerenciamento de Riscos” entra 
como uma importante ferramenta de planejamento, visando à mitigação 
desses riscos.
IDENTIFICAR
AVALIAR
PLANEJAR
IMPLEMENTAR
MONITORAR
REVISAR
RISCOS
No processo de gerenciamento de riscos, o papel mais importante, seja 
do indivíduo ou de uma organização, é a “previsibilidade”. Existem riscos 
que precisam e podem ser controlados, como o risco de uma organização 
perder um colaborador considerado uma pessoa-chave para os negócios. 
São usadas técnicas para evitar que essa pessoa deixe a organização, tais 
como: salário, benefícios, incentivos/participações. Entretanto, o risco de 
Morte (natural ou acidental) dessa mesma pessoa não pode ser controlado 
pela organização e pode levá-la a prejuízos, não só nos negócios mas tam-
bém com indenizações à família.
Nesse ponto, o SEGURO se apresenta como alternativa para suportar 
esses riscos, que são transferidos para a seguradora através das apóli-
ces, por exemplo: a morte ou invalidez do indivíduo, incêndio, roubo que 
podem atingir o patrimônio, responsabilidades, entre outros.
Dica
1. Nem todos os riscos são 
passíveis de serem tratados 
por seguros. Mesmo assim, 
há necessidade de medidas 
de gerenciamento e controle, 
o que pode se tornar uma 
oportunidade a mais para o 
corretor, ofertando trabalho de 
consultor de riscos.
2. No mercado de seguros, 
os riscos acidentais têm maior 
relevância por serem riscos 
que, mesmo sendo previstos 
muitas vezes, não podem 
ser evitados, sejam eles 
relacionados a Patrimônio, 
Responsabilidades ou Pessoas 
e Receita Líquida.
Você terá a oportunidade de 
conhecer mais conceitos do 
Gerenciamento de Riscos em 
matéria específica.
13
UNIDADE 1
TEORIA GERAL DO SEGURO
A transferência de risco visa evitar os prejuízos que podem levar ao dese-
quilíbrio econômico de um indivíduo, uma família ou uma empresa. 
 DEFINIÇÕES DE SEGURO 
Seguro é um mecanismo de transferência de risco de uma pessoa ou 
empresa para uma seguradora que assumirá esse risco. Ao transferir o 
risco, uma pessoa ou empresa pagará determinado valor à seguradora. 
Caso esse risco aconteça, a seguradora reembolsará as perdas sofridas.
FIGURA 1: TRANSFERÊNCIA DE RISCO
O segurado 
paga o Prêmio
Caso ocorra o risco
relacionado, a seguradora
paga a indenização
CONTRATO
SEGURADO SEGURADO
SINISTRO
TRANSFERÊNCIA
DO 
RISCO
SEGURADORA
Entre as diversas definições de seguro, destacamos as seguintes:
“Contrato em virtude do qual um dos contratantes (segu-
rador) assume a obrigação de pagar ao outro (segurado), 
ou a quem este designar, uma indenização, um capital ou 
umarenda, no caso em que advenha o risco indicado e 
temido, obrigando-se o segurado, por sua vez, a lhe pagar 
o prêmio que se tenha estabelecido.”
(Houaiss)
14
UNIDADE 1
TEORIA GERAL DO SEGURO
"Operação pela qual, mediante o pagamento de uma peque-
na remuneração, uma pessoa se faz prometer para si ou para 
outrem, no caso da efetivação de um evento determinado, 
uma prestação de uma terceira pessoa que, assumindo um 
conjunto de eventos determinados, os compensa de acordo 
com as leis da estatística e o princípio do mutualismo.”
 (Hermard)
 OBJETIVO E FINALIDADE 
 DO SEGURO 
Diante dessas definições, podemos dizer que o objetivo do seguro é 
garantir a reposição de um bem ou minimizar a perda de uma pessoa ou 
uma empresa por meio do pagamento da quantia estipulada no contrato.
A finalidade específica do seguro é restabelecer o equilíbrio econômico 
perturbado, sendo vedada, por lei, a possibilidade de se revestir do aspecto 
de jogo ou de dar lucro ao segurado.
O seguro foi criado em função da necessidade de proteção contra o peri-
go, da incerteza do futuro e da imprevisibilidade dos acontecimentos. 
Progressivamente, foi aperfeiçoado, constituindo-se, atualmente, em um 
mecanismo de atuação também no campo macroeconômico, uma vez que 
promove a acumulação de recursos por meio da formação das reservas 
inerentes à atividade, além de contribuir para formar poupança interna e 
para gerar investimentos no país.
A finalidade do seguro está, portanto, vinculada à proteção dos indivíduos, 
da família e da própria sociedade, podendo, assim, ser dita de natureza 
particular, mas que atinge, consequentemente, objetivo de ordem social ao 
preservar condições de sustento individual ou familiar.
Isto é básico
O seguro não pode ser um jogo nem dar lucro ao segurado.
Importante
Quando um indivíduo morre, 
pode ser que sua família fique 
econômica e financeiramente 
desamparada, o que vem a 
ser um problema de ordem 
social. O mesmo acontece 
em caso de invalidez, com 
a perda da capacidade 
laborativa do responsável 
pelo sustento da família. 
15
FIXANDO CONCEITOS
TEORIA GERAL DO SEGURO
 FIXANDO CONCEITOS 1 
Marque a alternativa correta
1. A história nos mostra que o ser humano, ao longo da vida, por meio de 
sua intelectualidade e seus esforços, tornou-se uma magnífica fonte de 
geração de receitas, que podem ser convertidas em patrimônio físico, ren-
da ou até mesmo a implementação de novos negócios. Nesse contexto, a 
partir da necessidade de proteger a fonte geradora das receitas (ser huma-
no), a própria receita e tudo o quanto ela pode gerar (patrimônio), surge: 
a) A ENS.
b) O prêmio.
c) O risco. 
d) O Seguro. 
e) A ABNT.
2. Diante de um mercado em plena evolução, com avanço da tecnologia, 
aumento dos players e flexibilização de produtos, existe uma necessidade 
contínua de especialização dos profissionais que atuam como intermedia-
dores de seguros. Nesse sentido, eles precisam conhecer a fundo as Con-
dições Contratuais dos Produtos, estar atento às mudanças e entender sua 
real responsabilidade no mercado. 
Eles representam um papel que vai muito além da proteção de pessoas 
e bens, eles são verdadeiros “Agentes do bem-estar social”. Nesse caso, 
estamos falando de: 
a) Seguradoras. 
b) Susep.
c) Segurados. 
d) Seguros. 
e) Corretores de Seguros.
16
FIXANDO CONCEITOS
TEORIA GERAL DO SEGURO
3. Na Pré-História, o homem se organizava em grupos de modo a garan-
tir o sustento e a segurança da comunidade. Nesse contexto, cada mem-
bro do grupo participava com alguma contribuição para apoiar uns aos 
outros com interesse mútuo. A partir disso, foram surgindo novas formas 
de garantir segurança ao longo do tempo.
Indique duas palavras que podem definir o surgimento da atividade de 
seguros que são conceitos utilizados nos contratos atuais: 
a) Patrimônio e saúde. 
b) Previdência e perigo.
c) Solidariedade e mutualismo. 
d) Fome e incerteza. 
e) Incerteza e previsão.
4. As pessoas ou empresas estão sujeitas a diversos tipos de eventos 
imprevisíveis, ou seja, a diversos tipos de riscos, como um incêndio ou 
acidente de automóvel. O seguro pode ajudar as pessoas ou empresas a 
diminuírem as preocupações futuras que poderão acarretar prejuízos. 
Portanto, podemos afirmar que o seguro é definido como:
a) Um mecanismo de transferência de risco.
b) Um mecanismo de transferência do bem. 
c) Um mecanismo de restabelecimento do equilíbrio do risco. 
d) Um mecanismo de enriquecimento do segurado através de uma 
indenização prevista em contrato. 
e) Um mecanismo que visa ao lucro por meio da transferência do bem 
para seguradora. 
17
FIXANDO CONCEITOS
TEORIA GERAL DO SEGURO
5. O Sr. João da Silva tem uma indústria metalúrgica, que apresenta pro-
cessos de produção perigosos. Em seu processo de gerenciamento de 
riscos, apesar de tomar todas as precauções com relação à segurança, 
ele está preocupado com perdas financeiras causadas por indenizações 
às famílias, concernentes à morte ou invalidez de funcionários a partir de 
acidentes no exercício de suas funções.
Como o Sr. João pode buscar proteção para tais perdas?
a) Não há possibilidades, pois o risco de morte ou invalidez é intrínseco 
à sua atividade.
b) Ele pode treinar melhor os funcionários para que não aconteçam 
mortes.
c) Não há possibilidade de transferir esses tipos de riscos.
d) Ele deve transferir os riscos que não consegue controlar para uma 
seguradora por meio de uma apólice de seguros.
e) Não existem seguros para esses tipos de riscos.
6. O objetivo do seguro é garantir a reposição de um bem ou minimizar a 
perda de uma pessoa ou uma empresa por meio do pagamento da quantia 
estipulada no contrato. Portanto, podemos afirmar que a finalidade espe-
cífica do seguro é: 
(a) Restabelecer o equilíbrio econômico perturbado.
(b) Restabelecer o desequilíbrio econômico. 
(c) Restabelecer a lucratividade do segurado.
(d) Restabelecer a operação do segurado.
(e) Devolver o bem ao segurado. 
Consulte o gabarito clicando aqui.
TEORIA GERAL DO SEGURO 18
UNIDADE 202
PRINCÍPIOS 
BÁSICOS
do SEGURO
 ■ Reconhecer os princípios 
básicos do seguro 
por meio de suas 
características e de 
seus elementos básicos, 
aplicando-os em situações 
reais de comercialização. 
 ■ Conhecer as divisões 
e classificações dos 
seguros, considerando 
a sua natureza, a 
responsabilidade pela sua 
operação e a classificação 
dos seguros privados.
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
⊲ CARACTERÍSTICAS 
DO SEGURO
⊲ ELEMENTOS BÁSICOS E 
ESSENCIAIS DO SEGURO
⊲ DIVISÃO E CLASSIFICAÇÃO 
DO SEGURO
⊲ FIXANDO CONCEITOS 2
TEORIA GERAL DO SEGURO 19
UNIDADE 2
 CARACTERÍSTICAS DO SEGURO 
As características básicas do seguro são: Previdência, Incerteza e Mutualismo.
 — Previdência
O seguro oferece proteção às pessoas com relação às perdas e aos 
danos que venham a sofrer no futuro, atingindo a elas próprias ou às suas 
propriedades ou bens. Dessa forma, verificamos que uma pessoa que se 
preocupa em resguardar a si ou aos seus bens contra os prováveis riscos 
a que estão expostos em seu dia a dia, adotando medidas de prevenção 
e/ou contratando seguro, está sendo previdente.
 — Incerteza
Na contratação do seguro, sempre há o elemento de incerteza: seja 
 quanto à ocorrência (se vai acontecer) ou quanto à época (quando vai 
acontecer). Nos Seguros de Vida, a incerteza refere-se somente à época. 
 — Mutualismo
Na atividade de seguros, entende-se por Mutualismo a reunião de um 
grupo de pessoas com interesses seguráveis comuns, que concorrem 
para a formação de uma massa econômica, com a finalidade de suprir, 
em determinado momento, necessidades eventuais de algumas daque-
las pessoas do grupo ou de parte do grupo. Assim, o impacto financeiro 
de um evento, que poderia ser fatal ou catastrófico para um indivíduo ou 
empresa, é distribuído entre os integrantes de um grupo maior por custo 
relativamentebaixo.
20
UNIDADE 2
TEORIA GERAL DO SEGURO
Exemplos se apresentam de diversas formas em nosso cotidiano, como 
quando um grupo de estudantes se cotiza para realizar uma festa de 
 formatura ao término de seu curso ou quando os condôminos incluem em 
suas cotas condominiais mensais um valor destinado à formação de um 
fundo de reserva para fazer face às despesas eventuais não orçadas de 
seu condomínio.
No caso de Mutualismo, as seguradoras reúnem todos os prêmios que rece-
bem em um fundo usado para pagar as perdas que ocorrem com frequência.
 ELEMENTOS BÁSICOS 
 E ESSENCIAIS DO SEGURO 
São cinco os elementos básicos e essenciais para que exista um seguro: 
Risco, Segurado, Seguradora, Prêmio e Indenização.
Serão abordados também, além dos elementos básicos e essenciais do 
seguro, outros conceitos como: estipulante, beneficiário e corretor de 
seguros.
 — Risco
Nas operações de seguro, risco é a possibilidade de ocorrência de um 
evento aleatório que cause dano de ordem material, pessoal ou mesmo 
de responsabilidades. Ele é assumido pela seguradora, que se obriga a 
indenizar a importância segurada na ocorrência do risco coberto, mediante 
o pagamento do prêmio do seguro realizado.
Risco é ainda o evento incerto ou de data incerta que independe da von-
tade das partes contratantes e contra o qual é feito o seguro. Risco é a 
expectativa de sinistro. Sem risco, não faz sentido contratar um seguro.
Como já vimos, segundo a ABNT NBR ISO 31.000:2009, risco é o efeito da 
incerteza em relação aos objetivos (das pessoas ou das empresas).
Sob o ponto de vista legal, o risco constitui o objeto do seguro, pois o 
 segurado transfere à seguradora, por meio do seguro, o risco, e não o bem.
Não se faz seguro de vida, mas sim do evento morte. Não se faz seguro de 
automóveis, mas sim dos riscos que podem causar danos ao veículo (por 
colisão) ou a sua perda (por roubo).
21
UNIDADE 2
TEORIA GERAL DO SEGURO
Nas operações de seguro, as condições indispensáveis que definem o 
 risco como segurável são:
Ser possível 
Para que haja a possibilidade de seguro, deve haver uma probabi-
lidade de ocorrência. Segurar risco impossível de acontecer seria 
o mesmo que admitir um contrato sem objeto. 
Exemplo: para contratar um Seguro de Automóveis, é necessário 
que a pessoa tenha algum interesse segurável (no caso desse 
seguro, um veículo). Se a pessoa não tem um veículo próprio ou 
sob sua responsabilidade, não existe bem a ser segurado. Logo, 
também não há risco segurável.
Ser futuro
Considera a possibilidade de um risco futuro. Eventos já ocorridos 
(sinistros) até o momento da realização do contrato não podem ser 
admitidos como riscos e, portanto, não são seguráveis. 
Exemplo: não se pode contratar um Seguro de Vida para garantir 
a morte de alguém já falecido. Da mesma forma, não se pode 
 contratar o Seguro de Automóveis para garantir o roubo ou furto 
se o veículo já estiver desaparecido por roubo ou furto.
Ser incerto
A natureza incerta ou aleatória do risco não pode ser dissociada 
do contrato do seguro. Logo, só se pode fazer seguro para garantir 
riscos incertos, que podem ou não ocorrer, ou, no caso de risco 
certo, que tenha data incerta para a ocorrência.
Exemplo: uma pessoa que se atira de um avião em pleno ar, de 
grande altitude, sem paraquedas sabe as consequências que seu 
ato pode acarretar.
Independer da vontade das partes contratantes
O risco deve ocorrer de forma acidental e não intencional. 
Exemplo: se uma pessoa contrata o seguro de um imóvel para 
garantir riscos de incêndio, queda de raio e explosão, e tem a 
intenção de incendiá-lo, está descaracterizando a incerteza quanto 
à ocorrência dos danos pelo fogo.
22
UNIDADE 2
TEORIA GERAL DO SEGURO
Resultar de sua ocorrência um prejuízo
É necessário que o contratante tenha algum interesse segurável 
para que ele ou seu(s) beneficiário(s) venha(m) a receber indeni-
zação, ou seja, a ocorrência do risco deve comportar uma perda 
ou prejuízo financeiro. 
Exemplo: a ocorrência de um vendaval que atinja um imóvel e o 
danifique gera prejuízo financeiro.
Ser mensurável
Se o risco não puder ser medido, a seguradora não poderá esta-
belecer um custo adequado para a sua aceitação. 
Exemplo: o risco de acidentes na construção civil.
Com essas condições atendidas, poderíamos incluir mais duas:
Deve ser de interesse do segurador
O segurador deve querer subscrever o risco, ou seja, este deve 
estar entre os demais riscos que o segurador tem como aceitáveis 
em sua política de atuação.
Deve ser economicamente viável
Seu preço deve, ao mesmo tempo, ter capacidade de gerar con-
tribuição para a manutenção do mútuo e apreço comercial e ser 
viável para os segurados.
Divisão e Classificação dos Riscos 
Nas operações de seguros, existe a seguinte classificação de riscos:
Quanto à Natureza
Risco puro
Risco generalizado, que afeta a sociedade como um todo, para o 
qual só existem duas possibilidades: perder ou não perder. Esse 
tipo de risco é objeto de análise feita por técnicos de seguro, ou 
seja, é segurável.
Exemplo: A possibilidade de morte dos indivíduos é um risco puro. 
Se ocorrer a morte de alguém, haverá perda e, se não ocorrer, não 
haverá perda.
Risco especulativo
Risco que envolve três possibilidades: perder, não perder ou ganhar. 
Esse tipo de risco não é segurável no mercado de seguros, uma vez 
que envolve a possibilidade de ganho, vedado por lei nas opera-
ções dessa natureza. Deve ser tratado com técnicas comerciais. 
23
UNIDADE 2
TEORIA GERAL DO SEGURO
Exemplo: Uma sapataria adquire determinada quantidade de 
sapatos com a intenção de vendê-los por preço maior. Caso isso 
aconteça, haverá ganho. Se a mercadoria for vendida pelo mesmo 
preço, não haverá perda nem ganho. Entretanto, se o preço de 
venda for inferior ao da compra, haverá perda.
Importante
Embora as expressões “riscos puros” e “riscos particulares” geralmente sejam utilizadas com 
o mesmo significado, nos riscos particulares, os riscos se limitam a situações particularizadas, 
enquanto, nos riscos puros, os riscos são generalizados. Observamos que em ambos só 
existem duas possibilidades: perder ou não perder. Portanto, são riscos seguráveis.
Exemplos: o risco de explosão de uma indústria é um risco puro, enquanto o risco de explo-
são da indústria “X” é um risco particular.
A possibilidade de choque entre automóveis é um risco puro, enquanto o choque entre os 
veículos de dois indivíduos identificados é um risco particular.
Quanto à Origem
Riscos fundamentais
Riscos impessoais que resultam de mutações sociais e econômi-
cas, afetando a coletividade. O tratamento desses riscos compete 
ao Estado.
Exemplo: perdas decorrentes de guerra ou inflação.
Riscos particulares
Aqueles que afetam somente os indivíduos ou empresas em parti-
cular, e não a sociedade, e para os quais também só existem duas 
possibilidades: perder ou não perder. Esses são riscos seguráveis, 
a serem tratados por seguradores particulares.
Exemplo: morte ou invalidez de um cidadão.
24
UNIDADE 2
TEORIA GERAL DO SEGURO
FIGURA 4: ELEMENTOS BÁSICOS E ESSENCIAIS DO SEGURO
 — Segurado
RISCO
Quanto à Natureza
Quanto à Origem 
ELEMENTOS
DIVISÃO DOS 
RISCOS
Ser Possível
Ser Futuro
Risco Puro
Especulativo
Risco Fundamentais
Risco Particulares
Ser Incerto
SEGURADO
SEGURADORA
PRÊMIO
INDENIZAÇÃO
Ser Mensurável
Independer da 
Vontade das 
Partes
Resultar em um 
Prejuízo
Ser de interesse 
do Segurador
Ser Economica-
mente Viável
CLASSIFICAÇÃO 
DOS RISCOS
É a pessoa física ou jurídica em nome da qual o seguro é contratado. É 
quem tem interesse economicamente no bem exposto ao risco e que trans-
fere para a seguradora, mediante o pagamento de certa quantia ( prêmio), 
o risco de um determinado evento atingir o bem de seu interesse ou gerar 
uma responsabilidade.
Em situações específicas, conforme o tipo de seguro contratado, podem existir 
adicionalmente as figurasdo estipulante e do beneficiário, assim qualificados:
 ■ Estipulante – é a pessoa física (natural) ou jurídica que contrata 
apólice coletiva de seguros, ficando investida dos poderes de 
representação dos segurados perante a sociedade seguradora 
nos termos da regulamentação em vigor – art. 801 do Código Civil 
Brasileiro;
 ■ Beneficiário – é a pessoa física (natural) ou jurídica designada pelo 
segurado para receber as indenizações devidas pelo segurador 
ou, ainda, as pessoas legalmente reconhecidas como habilitadas 
para este fim.
25
UNIDADE 2
TEORIA GERAL DO SEGURO
 — Seguradora
É a pessoa jurídica que assume a responsabilidade por riscos contratados 
e responde junto ao segurado pelas obrigações assumidas. É responsável 
por emitir a apólice — em caso de ocorrência de sinistro — e pagar indeni-
zação ao segurado ou ao(s) seu(s) beneficiário(s). 
As principais obrigações da seguradora são: gerenciar corretamente os 
riscos que lhe são confiados e pagar o prejuízo resultante de risco coberto 
assumido na ocorrência de sinistro, ou seja, indenizar o beneficiário de 
acordo com as condições estabelecidas no contrato.
Em situações específicas, conforme o tipo de seguro contratado, podem 
 existir adicionalmente as figuras do estipulante, do beneficiário e do tomador.
 — Prêmio
É a prestação paga pelo segurado para a contratação do seguro, efetivada 
com a emissão da apólice por parte da empresa seguradora. É o mesmo 
que custo ou preço do seguro.
O prêmio deve ser especificado no contrato de seguro, de forma a garantir 
que o segurador assuma a responsabilidade de um determinado risco. 
Com o pagamento do prêmio, o segurado adquire o direito à indenização 
previamente combinada e devidamente estabelecida, desde que o sinistro 
corresponda ao risco coberto pelo contrato de seguro.
O prêmio é um dos elementos essenciais do contrato de seguro. A falta de 
pagamento, nas condições legais e contratualmente estabelecidas, implica 
a dispensa da obrigação de indenizar por parte da seguradora, na forma do 
art. 763 do Código Civil e conforme regras a seguir (quadro "importante").
O prêmio do seguro pode ser pago de uma só vez pelo segurado ou pelo 
estipulante, podendo ainda ser fracionado ou dividido em parcelas (com 
ou sem juros, por decisão do segurador).
26
UNIDADE 2
TEORIA GERAL DO SEGURO
Importante
A falta de pagamento do prêmio à vista ou da 1ª parcela, em seguros parcelados, nas 
condições estabelecidas, implica o cancelamento automático do contrato, independen-
temente de qualquer interpelação judicial ou extrajudicial.
A falta de pagamento de demais parcelas que não a primeira, em seguros parcelados, 
pode implicar no cancelamento do seguro, dependendo da relação entre o prêmio pago 
e a vigência já transcorrida pelo seguro. Decorrida a vigência a que o segurado tem direi-
to pelo prêmio pago, o contrato será cancelado pela inadimplência das demais parcelas.
 — Indenização
É a contraprestação do segurador ao segurado que, com a efetivação do 
risco (ocorrência de evento previsto no contrato), venha a sofrer prejuízos 
de natureza econômica, tendo direito à indenização acordada.
A indenização é considerada um dos elementos do seguro por ser a con-
traprestação da seguradora ao segurado, caso ocorra um sinistro coberto.
Dessa forma, se, por um lado, o segurado tem por obrigação pagar um 
prêmio à seguradora quando contrata um seguro, por outro, a seguradora 
tem por obrigação efetuar o pagamento de uma indenização ao segurado 
quando ocorre um risco coberto pelo contrato de seguro (sinistro).
Saiba mais
O prêmio pago pelo segurado se refere a todo o período de vigência do seguro. 
Entretanto, as seguradoras denominam prêmio ganho à parcela de prêmio relativa ao 
período de tempo do risco já passado.
Exemplo: se a seguradora emitiu uma apólice anual e decorreram 210 dias do prazo do 
seguro sem a ocorrência de sinistro no período, o prêmio correspondente a 210/365 do 
prêmio anual é denominado prêmio ganho..
27
UNIDADE 2
TEORIA GERAL DO SEGURO
Exemplo
Suponha que uma empresa X tenha negociado com a Seguradora Imaginária um 
seguro de vida em grupo, para todos os seus funcionários, com cobertura de morte 
(qualquer causa) e invalidez permanente, ao custo mensal de R$ 12.000,00. Suponha 
também que, durante a vigência do seguro, houve o óbito de um funcionário, cabendo 
à esposa e aos filhos uma indenização de R$ 100.000,00.
Identificamos, nesse exemplo, os seguintes elementos:
 ■ Estipulante: empresa X.
 ■ Seguradora: Imaginária.
 ■ Segurados: todos os funcionários da empresa X.
 ■ Riscos cobertos: morte (qualquer causa) e invalidez permanente.
 ■ Prêmio Mensal: R$ 12.000,00.
 ■ Indenização: R$ 100.000,00.
 ■ Beneficiários: esposa e filhos do funcionário falecido.
Não esqueça:
Seguro é um contrato entre duas partes — o segurador (pessoa jurídica) 
e um segurado (uma empresa ou pessoa física) —, no qual está prevista 
a possibilidade de um determinado acontecimento, o risco, pelo qual se 
paga uma quantia, o prêmio, para que, quando ocorra esse acontecimento 
(sinistro), haja a reparação dos danos, que é a indenização ao segurado 
ou a terceiros (os beneficiários).
 DIVISÃO E CLASSIFICAÇÃO 
 DO SEGURO 
Os seguros são classificados de acordo com vários pontos de vista, entre 
eles: quanto à responsabilidade pela sua operação, quanto à sua 
natureza e quanto aos ramos de seguros.
28
UNIDADE 2
TEORIA GERAL DO SEGURO
 — Quanto à Responsabilidade 
pela sua Operação
São divididos em Seguros Sociais e Seguros Privados:
Seguros Sociais
São aqueles operados pelo Estado por meio da Previdência Social. 
Incluem assistência médica, aposentadoria, pensão, acidentes de 
trabalho e outros benefícios, como os concedidos no âmbito do 
Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
Seguros Privados
São os operados por empresas privadas de seguro. Podem ou não 
ser obrigatórios e podem apresentar ainda características sociais, 
como é o caso do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais Causados 
por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT).
 — Quanto à Natureza
Seguros de Danos
Destinam-se à reparação, à compensação de um dano sofrido. É a 
reparação de perdas materiais em consequência de risco coberto e 
prejuízos aos bens de propriedade do segurado. São consideradas 
coberturas nos Seguros de Danos: incêndio, roubo, furto, por exemplo.
Seguros de Pessoas
Garantem pessoas contra os riscos a que estão expostas: sua 
existência, sua integridade física e sua saúde. No Seguro de Pes-
soas, não há o conceito de reparação de danos. São consideradas 
coberturas dos Seguros de Pessoas: morte, invalidez, por exemplo.
 — Quanto à Classificação 
dos Seguros Privados
O Código Civil Brasileiro instituiu uma nova divisão dos seguros em 
 Seguros de Danos e Seguros de Pessoas. A legislação atual classifica os 
seguros da seguinte forma:
Ramos Elementares
São aqueles seguros que visam garantir perdas e danos ou 
responsabi lidades provenientes de riscos de fogo, transporte, aciden-
tes pessoais e outros eventos que possam ocorrer e afetar pessoas, 
coisas e bens, responsabilidades, obrigações, garantias e direitos.
Saiba mais
Sobre Seguros de Danos – 
art. 778 a 788 do Código Civil 
Brasileiro.
29
UNIDADE 2
TEORIA GERAL DO SEGURO
Pessoas (Vida)
São os seguros que, com base na duração da vida humana, visam 
garantir a segurados ou a terceiros o pagamento, dentro de determi-
nado prazo e condições, de quantia certa, renda ou outro benefício.
Como exemplos de Seguros de Pessoas, temos: Seguro de 
Vida, Seguro Funeral, Seguro de Acidentes Pessoais, Seguro 
 Educacional, Seguro Viagem, Seguro Prestamista, Seguro de Diária 
por Internação Hospitalar, Seguro-Desemprego (perda de renda), 
Seguro de Diária de Incapacidade Temporária, Seguro de Perda de 
Certificado de Habilitação de Voo.
As sociedades seguradoras autorizadas a operar Seguros de 
Pessoas podem também operar Seguro de AcidentesPessoais 
e Seguro Habitacional, na forma regulamentada pelo Conselho 
Nacional de Seguros Privados (CNSP) e pela Superintendência de 
Seguros Privados (Susep).
No que se refere à classificação dos Seguros Privados, esta foi 
inicialmente determinada pelo Decreto n° 61.589/1967, que mais 
recentemente foi modificado pela MP n° 2.177-44/2001. Com a cria-
ção da ANS pela Lei nº 9.961, as atribuições que eram do CNSP e 
da Susep passaram para o Conselho de Saúde Suplementar (CON-
SU) e para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), tendo 
como resultado dessa mudança a retirada do ramo Saúde da regu-
lamentação da Susep.
Atenção
Saúde Suplementar / Plano de Saúde / Seguro Saúde
A saúde suplementar é o ramo da atividade que envolve a operação de planos e seguros 
privados de assistência médica à saúde, regulada e fiscalizada pela Agência Nacional de 
Saúde Suplementar (ANS). 
Plano de saúde é um serviço que fornece atendimento de assistência médica à saúde, por 
meio de exames, consultas e procedimentos, de modo contínuo, mediante ao pagamento 
de um valor mensal pelo cliente e podem ser operados tanto por empresas seguradoras 
quanto por operadoras.
Apesar da confusão que boa parte da população faz ao se referir aos planos de saúde como 
seguro saúde, existem diferenças bem específicas entre eles. No seguro saúde, o consumi-
dor não fica limitado à rede credenciada de profissionais, clínicas, hospitais e laboratórios, 
podendo escolher os locais e profissionais de sua preferência, sendo o custo de utilização 
reembolsado posteriormente de acordo com o plano escolhido.
30
FIXANDO CONCEITOS
TEORIA GERAL DO SEGURO
 FIXANDO CONCEITOS 2 
Marque a alternativa correta
1. Durante a Pandemia de Covid-19, muitas pessoas no mundo perderam 
seus empregos, tiveram mudanças significativas em seus padrões de vida 
e precisaram recorrer ao atendimento público de saúde. Quando ocorrem 
mutações sociais e econômicas que afetam toda a coletividade, diz-se que 
surgem riscos cujo tratamento compete ao Estado. 
Nesse caso, tais riscos são chamados de:
a) Riscos fundamentais.
b) Riscos particulares.
c) Riscos estaduais.
d) Riscos originais.
e) Riscos especulativos.
2. Um empresário que atua no setor de tecnologia (venda de notebooks), 
comprou uma grande remessa de equipamentos. Ele estima vendê-los 
num curto espaço de tempo e com um preço que lhe garantirá uma boa 
lucratividade. Entretanto, ele tem medo de que seu plano não flua como 
esperado e demore muito para vender, gerando risco de perda financeira. 
Apesar de ser um risco, não há como se garanti-lo por meio dos seguros.
Esse tipo de risco é definido como:
a) Risco Puro.
b) Risco Particular.
c) Risco Especulativo.
d) Risco Decorrido.
e) Risco Fundamental.
31
FIXANDO CONCEITOS
TEORIA GERAL DO SEGURO
3. Uma indústria metalúrgica teve, recentemente, uma morte de funcioná-
rio, e ela não tinha contratado nenhuma proteção para essa eventualidade. 
A partir desse evento, chamou seu corretor e contratou uma apólice de 
seguros de Vida Coletivo através de uma seguradora. O corretor fez con-
trato pelo CNPJ da empresa.
Como a empresa figurará na apólice?
a) Segurado.
b) Beneficiário.
c) Responsável financeiro.
d) Estipulante.
e) A empresa não figurará na apólice.
4. Manoel contratou seguro para sua residência, pois teme por riscos que 
possam lhe causar prejuízos, tais como incêndio e roubo. A Susep classifi-
ca os seguros sob vários pontos de vista, seja pela sua operação, pela sua 
natureza ou, no segmento privado, de acordo com destinação dos ramos.
Portanto, podemos afirmar que, de acordo com a sua natureza, o seguro 
residencial é um seguro de:
a) Pessoas.
b) Danos.
c) Social.
d) Benefícios.
e) Especulação.
5. Ao longo dos estudos já entendemos que os seguros têm a sua defi-
nição, seus objetivos e finalidade, além dessas definições o seguro tem 
algumas características que são intrínsecas a ele, são elas: 
a) Apólice, indenização e prêmio.
b) Incerteza, mutualismo e previdência.
c) Indenização, teoria das probabilidades e sinistro.
d) Solene, boa-fé e fundamental. 
e) Risco puro, fundamental e especial. 
32
FIXANDO CONCEITOS
TEORIA GERAL DO SEGURO
6. Para que o risco seja segurável, são indispensáveis alguns parâmetros. 
Desse modo, podemos destacar que o risco:
a) Deve apenas depender da vontade das partes. 
b) Deverá causar prejuízo de ordem financeira e ser imensurável.
c) Deve ser possível, futuro e incerto. 
d) Deve ser mensurável e incerto em alguns casos.
e) Deve ser impossível, futuro e incerto. 
Consulte o gabarito clicando aqui.
TEORIA GERAL DO SEGURO 33
UNIDADE 3
A OPERAÇÃO 
03
 ■ Entender o processo de 
operação do seguro e 
suas partes integrantes, 
desde o desenvolvimento 
do produto e seus 
elementos integrantes, 
sua comercialização até 
a regulação de sinistros, 
identificando os riscos 
cobertos e excluídos.
TÓPICOS 
DESTA UNIDADE
de SEGUROS
⊲ A OPERAÇÃO DE SEGUROS
⊲ DESENVOLVIMENTO DO 
PRODUTO
⊲ SUBSCRIÇÃO DE RISCO
⊲ PRECIFICAÇÃO DO SEGURO
⊲ COMERCIALIZAÇÃO DO 
SEGURO
⊲ INSTRUMENTOS CONTRATUAIS
⊲ COBRANÇA DE PRÊMIO
⊲ PRAZO DE VIGÊNCIA 
 DO SEGURO
⊲ SINISTRO E INDENIZAÇÃO
⊲ DISPOSIÇÕES CONTRATUAIS
⊲ RISCOS COBERTOS E NÃO 
 COBERTOS OU EXCLUÍDOS
⊲ FIXANDO CONCEITOS 3
Após ler esta unidade, você deverá ser capaz de:
TEORIA GERAL DO SEGURO 34
UNIDADE 3
 A OPERAÇÃO DE SEGUROS 
Vimos, em sua definição, que seguro é uma transferência de risco de uma 
pessoa ou empresa para uma companhia de seguros. Veremos, agora, 
como ocorre essa transferência, ou seja, como se contrata um seguro.
A contratação de um seguro envolve a conjugação de diversas partes inte-
grantes desse processo e que serão alvo dos estudos dessa unidade:
 ■ Desenvolvimento do Produto;
 ■ Subscrição do Risco;
 ■ Precificação do Seguro; 
 ■ Comercialização do Seguro;
 ■ Instrumentos Contratuais;
 ■ Cobrança de Prêmio;
 ■ Prazo de Vigência;
 ■ Sinistros e Indenizações;
 ■ Disposições Contratuais;
 ■ Riscos Cobertos e Não Cobertos ou Excluídos.
 DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO 
A concepção de determinado produto de seguros se dá com base na 
demanda de mercado percebida e para o público alvo definido (clientes 
potenciais). Nesse momento, são definidos pontos fundamentais, como: 
os bens e riscos cobertos e excluídos; as coberturas a oferecer para o 
 segmento focado; as políticas de precificação (tarifas) e subscrição; suas 
condições contratuais; a nota técnica atuarial. Antes de sua comerciali zação, 
a seguradora precisa registrar produto na Susep.
35
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
O desenvolvimento de um produto pressupõe ainda a definição e desenvol-
vimento de processos (rotinas operacionais) e ferramentas sistêmicas que 
representarão os alicerces de toda sua operação.
As seguradoras acompanham constantemente o desempenho de seus 
produtos, verificando se suas rotinas estão fluindo de forma satisfatória e 
se seus resultados atingidos estão dentro dos objetivos planejados. Como 
consequência, os produtos de seguros são constantemente ajus tados 
pelas seguradoras para que sejam mantidos em consonância com os obje-
tivos de performance para eles traçados.
 SUBSCRIÇÃO DE RISCO 
Subscrição é o processo pelo qual uma seguradora determina se deve ou 
não aceitar uma proposta de seguro e, se optar por aceitar, define quais 
termos e condições serão aplicados além do nível de prêmio a cobrar. 
Esse processo é executado por um profissional chamado de subscritor de 
riscos, que, a partir dos elementos da proposta, avalia e mensura os riscos, 
decidindo se irá aceitá-los ou recusá-los.
São atividades desse processo: 
 ■ Decidir quais riscos são aceitáveis;
 ■ Determinar qual o prêmio será cobrado;
 ■ Decidir quais os termos e as condições do contrato de seguro;
 ■ Monitorar cada uma dessas decisões.
 PRECIFICAÇÃO DO SEGURO 
Como são calculados os produtos de seguros?
Na comercialização de qualquer produto ouserviço, o preço é um dos 
fatores decisivos para o consumidor fechar uma compra. Em seguros, não 
é diferente. Quanto mais coberturas e serviços uma seguradora oferece, 
mais a qualidade dos serviços reflete no custo do seguro.
Saiba mais
As ferramentas de 
cálculo e contratação de 
seguros massificados 
disponibilizadas pelas 
seguradoras aos 
corretores contemplam, 
em seus parâmetros, as 
políticas de precificação 
(tarifas) e subscrição dos 
respectivos produtos.
Ao utilizar tais ferramentas, 
o corretor acessa tais 
parâmetros de forma 
eletrônica, o que permite 
uma maior rapidez e 
praticidade na oferta de 
seguros aos clientes.
Para as seguradoras, tal 
processo representa um 
ganho de escala quanto 
à captação de seguros 
massificados de forma 
otimizada e a custos viáveis 
de contratação.
36
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
É importante, para o corretor de seguros, entender como funciona a preci-
ficação do seguro, porque esse conhecimento o ajudará a esclarecer seus 
clientes na decisão ou no fechamento de uma venda, fazendo com que este 
adquira um seguro adequado às suas necessidades por um preço justo.
Parâmetros gerais utilizados 
para calcular o prêmio
Prazo do seguro (período de vigência do seguro): quanto maior o prazo de 
vigência do seguro, maior será seu custo.
Importância segurada/LMI ou Capital Segurado: quanto maior a verba 
segurada de uma cobertura, maior será seu custo na apólice.
Exposição ao risco: consequência direta da probabilidade de ocorrência 
de sinistro (valor matemático do risco) e da severidade de prejuízos, caso 
esse sinistro venha a ocorrer (custo médio dos sinistros). Exemplo: quanto 
maior o índice de roubo de um veículo, maior será o custo da cobertura 
contra roubo e furto na apólice.
Elementos que compõem o prêmio
O prêmio que será efetivamente cobrado do segurado pela seguradora é 
composto por elementos que são particulares de cada ramo, por exemplo: 
no Vida, a tábua de mortalidade; nos seguros de Ramos Elementares, o 
prêmio estatístico (princípio do mutualismo). 
Alguns elementos são comuns a todos os seguros, pois eles definem 
aspectos importantes da composição do prêmio. 
São eles: 
a) Prêmio de risco: é o prêmio mínimo necessário para suportar a sinis-
tralidade de uma carteira ou grupo de segurados.
b) Despesas:
 » Administrativas: responsabilidade do segurador, destinadas 
à administração do seu negócio (pessoal, aluguel, comunica-
ções, investimentos em sistemas);
 » Comerciais: gastos decorrentes do processo comercial de dis-
tribuição e venda do seguro (comissão do corretor, material de 
propaganda, custos com veiculação de propaganda na mídia);
c) Remuneração do capital: remuneração esperada pelos sócios 
investidores = Lucratividade da Seguradora;
d) Encargos e impostos: juros de parcelamentos e impostos (Ex.: 
IOF – Imposto sobre operações financeiras).
37
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
O prêmio de cada seguro deve ser estabelecido em um nível adequado, 
de forma a permitir que o total de prêmios pagos por um grupo de segura-
dos similares pague as perdas e despesas desse grupo, além de garantir 
financeiramente toda a cadeia produtiva (seguradores, corretores, repre-
sentantes, empresas de serviços e acionistas etc.).
O que as seguradoras fazem com os prêmios que arrecadam?
Por determinação legal, as seguradoras não podem dispor livremente dos prêmios recebidos. 
As características dos negócios das seguradoras exigem que elas tenham condições 
de honrar com os compromissos assumidos, ou seja, elas são obrigadas a constituir 
 provisões para isso. Essas provisões são denominadas RESERVAS TÉCNICAS. 
Os prêmios arrecadados com o seguro são utilizados para diversos fins pelas seguradoras. 
Por exemplo: 
 ■ Constituem uma reserva para pagamento dos sinistros.
 ■ Pagam as despesas envolvidas em vender e disponibilizar a proteção do seguro.
 ■ Investem o dinheiro que não será necessário de imediato. As receitas desses 
 investimentos ajudam a limitar o custo do seguro para os segurados. 
Classificação do Prêmio
O prêmio pode ser classificado como:
Contributário
Quando pago total ou parcialmente pelo segurado.
Exemplo: seguro contratado por uma empresa para seus empre-
gados, sendo parte do prêmio paga pelos funcionários e parte 
pela empresa; ou seguro contratado por uma empresa para seus 
empregados, com 100% do prêmio pago pelo segurado.
Não contributário
Quando o segurado não tem responsabilidade ou o ônus do 
pagamento.
Exemplo: seguro contratado por uma empresa para seus empre-
gados, com 100% do prêmio pago pela empresa.
38
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
 COMERCIALIZAÇÃO DO SEGURO 
Como formas de comercialização de seguros, temos: 
Venda direta
A venda direta de seguros, sem a intermediação de corretores, 
é permitida por lei. O seguro pode ser contratado diretamente 
pelo proponente, porém, por meio de representantes devida-
mente autorizados pelas sociedades seguradoras. 
O representante do seguro é a pessoa jurídica que assume a obri-
gação de promover, em caráter não eventual e sem vínculos de 
dependência, a realização de contratos de seguro à conta e em 
nome da seguradora e de acordo com os poderes delimitados no 
contrato firmado com ela (Resolução CNSP n° 431/2021).
A figura do representante não se confunde com a do corretor 
de seguros nem com a do estipulante. É também vedado ao 
represen tante o exercício da atividade de corretagem de seguros 
ou atuação como estipulante.
Venda intermediada pelo corretor de seguros
É a forma mais comum de contratação de seguros. O mercado 
de seguros é um mercado muito técnico e exige especialização/ 
formação técnica de quem irá atender ao segurado devido à 
 complexidade dos contratos de seguros.
O corretor de seguros é um profissional habilitado, especializado, 
autorizado a comercializar os produtos das seguradoras.
Por meio de um corretor oficial, uma pessoa encaminha uma pro-
posta para uma seguradora, que avalia o risco e decide se aceitará 
ou não. Caso aceite, emitirá uma apólice.
O papel principal do corretor de seguros é identificar as necessi-
dades do cliente, ajudando-o a analisar e a avaliar os riscos aos 
quais está exposto, e a buscar planos de seguros mais adequados, 
visando reduzir possíveis perdas financeiras.
39
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
Para ajudar um futuro cliente a identificar as necessidades de cobertura, o 
primeiro passo é a compreensão de exposição aos riscos a que ele está 
sujeito. Não é uma tarefa simples — especialmente quando se trata de 
uma indústria que tem atuação em vários estados, por exemplo. Por isso, a 
 intermediação de um profissional com especialização técnica é fundamental.
 INSTRUMENTOS CONTRATUAIS 
Para se contratar um seguro, alguns instrumentos contratuais são essenciais: 
a proposta e a apólice. 
 — Proposta
A proposta de seguro é um formulário específico de cada produto de 
 seguro, que advém da cotação prévia realizada, e que pode contemplar 
as respostas de um questionário detalhado a ser preenchido pelo propo-
nente que se candidata à contratação de um seguro.
Da proposta, devem constar dados do proponente, dados do bem a ser 
segurado, forma de exposição ao risco relativo à pessoa ou ao bem a ser 
segurado, formas de contratação e outras informações que influenciarão 
o custo do seguro.
O corretor de seguros deve orientar o proponente no preenchimento da 
proposta. É importante frisar que a análise e a aceitação do risco, feitas 
pela seguradora, tomam por base os dados da proposta. Por isso, são de 
fundamental importância os dados ali contidos, considerando os princípios 
da boa-fé e a veracidade das declarações que caracterizam o contrato. A 
boa-fé é uma característica do contrato do seguro.
Saiba mais
Com o avanço da tecnologia, a contratação de seguros por “meios remotos” vem cres-
cendo entre as seguradoras. A Circular Susep 408/2021, que regulamenta esse tipo decontratação, estabelece: 
Art. 4º É permitido o uso de meios remotos para emissão, envio e disponibilização, con-
forme o caso, de documentos relativos à contratação do produto, tais como propostas, 
documentos contratuais, documentos de cobrança, notificações, extratos, condições 
contratuais, regulamentos, materiais informativos e comunicados.
Art. 5º As propostas de seguro e de previdência complementar aberta poderão ser 
preenchidas e formalizadas por meio remoto seguro aceito pelas partes como válido, ne-
cessariamente de forma autenticada e passível de comprovação da autoria e integridade.
Importante
Cabe destacar que somente 
aquele que possua legitimidade 
e capacidade jurídica para 
preencher e assinar a proposta 
poderá fazê-lo, ou seja, o 
proponente, o estipulante 
ou o corretor de seguros 
habilitados (estes dois últimos 
em certas situações específicas 
autorizadas por lei). 
40
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
Por meio da análise dos elementos da proposta, a seguradora mensura o 
risco e avalia se poderá assumi-lo ou não. Sua finalidade é, portanto, satis-
fazer uma necessidade técnica.
A proposta servirá de base para a emissão da apólice de seguro, caso o 
risco seja aceito pela seguradora. Ela é indispensável, conforme determi-
nado no art. 759 do Código Civil Brasileiro, e seus critérios de aceitação 
encontram-se regulamentados por legislações da Susep.
O artigo cita a proposta, como segue: “A emissão da apólice deverá ser 
precedida da proposta escrita com a declaração dos elementos essenciais 
do interesse a ser garantido e do risco”.
A proposta é dispensada em caso de seguro contratado por meio de bilhete.
Regras de Aceitação da Proposta
Sobre a Aceitação do Seguro, a Circular Susep 642/2021, estipula:
Art. 3º A celebração, a alteração ou a renovação não auto-
mática do contrato de seguro somente poderão ser feitas 
mediante proposta preenchida e assinada pelo proponen-
te, seu representante legal ou corretor de seguros, exceto 
quando a contratação se der por meio de bilhete.
§ 1º A proposta deverá conter os elementos essenciais ao 
exame e aceitação do risco.
§ 2º Caberá à sociedade seguradora fornecer ao propo-
nente, seu representante legal ou corretor de seguros, o 
protocolo que identifique a proposta por ela recepcionada, 
com indicação da data e hora de seu recebimento.
Art. 4º A proposta e as condições contratuais deverão 
prever, de forma clara, objetiva e em destaque, o prazo 
máximo para aceitação ou recusa da proposta, bem como 
as eventuais hipóteses de suspensão do referido prazo, 
devendo a sociedade seguradora se manifestar expressa-
mente sobre o resultado da análise.
§ 1º A emissão e o envio da apólice ou certificado individual 
dentro do prazo de que trata caput substitui a manifesta-
ção expressa de aceitação da proposta pela sociedade 
seguradora.
Atenção
Confira modelos de proposta 
nos anexos 1 e 2.
Atenção
Caso a aceitação da proposta 
dependa de contratação ou 
alteração da cobertura de 
resseguro facultativo, os prazos 
mencionados serão suspensos 
até que o ressegurador se 
manifeste formalmente.
41
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
§ 2º A proposta e as condições contratuais poderão prever 
que a ausência de manifestação da sociedade segurado-
ra no prazo previsto no caput caracterizará a aceitação 
tácita da proposta.
§ 3º Caso as condições contratuais não estipulem a acei-
tação tácita ao término do prazo estabelecido no caput, a 
ausência de manifestação expressa sobre o resultado da 
análise sujeitará a sociedade seguradora às penalidades 
administrativas cabíveis, bem como caracterizará a recusa 
da proposta.
§ 4º Em qualquer hipótese, a sociedade seguradora deverá 
comunicar formalmente ao proponente, ao seu represen-
tante legal ou corretor de seguros, a decisão de não aceita-
ção da proposta, com a devida justificativa da recusa.
Art. 5º A data de aceitação da proposta será aquela que 
ocorrer primeiro entre:
I – a data da manifestação expressa pela sociedade segu-
radora;
II – a data de emissão da apólice ou certificado individual 
com consequente envio e/ou disponibilização do docu-
mento contratual; ou
III – a data de término do prazo previsto no caput do art. 
4º, quando caracterizada a aceitação tácita da proposta 
prevista no § 2º do mesmo artigo.
Art. 6º Caso o prazo de que trata o caput do art. 4º seja 
maior do que quinze dias, se aceita a proposta, a socieda-
de seguradora não poderá efetivar cobrança de qualquer 
valor a título de prêmio, antes da confirmação de manuten-
ção de interesse e autorização expressa pelo proponente.
Art. 7º A cobrança total ou parcial de prêmio antes da acei-
tação da proposta somente é admitida em caso de ofere-
cimento de cobertura provisória ao proponente, para sinis-
tros ocorridos no período de análise da proposta, e desde 
que expressamente prevista nas condições contratuais e 
solicitada pelo proponente na proposta.
42
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
§ 1º No caso de aceitação da proposta, a seguradora 
poderá considerar o período de cobertura provisória como 
de efetiva vigência, desde que haja tal previsão nos docu-
mentos contratuais.
§ 2º No caso de recusa do risco, a cobertura provisória 
poderá ser encerrada imediatamente, devendo o critério 
de encerramento da mesma estar, de forma clara e em 
destaque, indicado na proposta e nas condições contra-
tuais do seguro.
§ 3º No caso previsto no §2º deste artigo, deverá ser res-
tituído ao proponente, no prazo máximo de dez dias cor-
ridos a contar da data de formalização da recusa da pro-
posta, pelo menos, a diferença entre o valor pago pelo 
proponente e o valor correspondente ao período em que 
tiver prevalecido a cobertura.
Art. 8º A proposta deverá indicar a data de início de vigên-
cia do seguro ou o critério para sua determinação, poden-
do coincidir com a data de aceitação da proposta.
 — Apólice 
A apólice é o contrato do seguro assinado 
entre o segurado e a seguradora.
O contrato de seguro tem as seguintes características fundamentais:
 ■ Nominado: os contratos previstos em lei são classificados como 
nominados, e o contrato de seguro está previsto nos arts. 757 a 
802 do Código Civil Brasileiro.
 ■ Adesão: o contrato de seguro é contrato de adesão, pois a 
 seguradora, na maioria dos casos, redige unilateralmente as cláusulas 
e as submete à aprovação do órgão regulador competente, restando 
ao proponente aderir ao seu conteúdo sem possibilidade de propor 
mudanças no clausulado. A exceção ocorre nos seguros de grandes 
riscos, nos quais as partes, em razão da complexidade do risco e do 
envolvimento econômico do interesse segurável, discutem e ajustam 
conjunta e previamente as cláusulas contratuais.
 ■ Bilateral: o contrato de seguro é assim definido, pois segurado e 
segurador detêm obrigações recíprocas.
 ■ Oneroso: o contrato de seguro será sempre oneroso, ocorrendo ou 
não o sinistro, pois o segurado paga um prêmio, havendo a ocorrência 
de um risco coberto, e o segurador sempre pagará uma indenização.
Atenção
Confira exemplos de apólices 
nos Anexos 3, 4 e 5.
43
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
 ■ Aleatório: o contrato de seguro é também aleatório, porque se encon-
tra fundamentado na possibilidade de ocorrência ou não do risco.
 ■ Formal ou solene: os contratos de seguro são assim compreendi-
dos porque exigem formato previsto em lei.
 ■ Da máxima boa-fé: o contrato de seguro é assim caracterizado 
porque obriga as partes a atuarem com a máxima honestidade na 
interpretação de seus termos e na determinação do significado 
dos compromissos assumidos.
É fundamental que o segurado faça declarações verdadeiras e completas, 
não omitindo nada sobre as circunstâncias que envolvem o risco, objeto 
do seguro, sob pena de perder o direito ao recebimento da indenização 
(art. 766 do Código Civil). É justamente com base nas informações e nas 
declarações do segurado que aseguradora mensura o risco proposto e 
faz sua taxação, fixando o respectivo prêmio. A seguradora pode, inclu-
sive, rejeitar a proposta do seguro, a partir da análise de informações e 
declarações do segurado.
Se, posteriormente, na vigência do contrato de seguro, for descober-
ta alteração no risco por omissão do segurado na contratação, isso pode 
 acarretar a perda de direito indenizatório, uma vez que a seguradora foi indu-
zida ao erro, podendo ter recusado o risco ou ter agravado a taxa do prêmio.
Definição de apólice
A Apólice é o documento que formaliza o contrato de seguro, estabele-
cendo os direitos e as obrigações da seguradora e do segurado. A Apóli-
ce de seguro caracteriza a aceitação dos itens discriminados na Proposta 
e o compromisso formal da seguradora em atender todas as obrigações 
advindas das cláusulas contidas na Proposta.
É o documento emitido pela seguradora que se traduz no contrato de 
seguro propriamente dito e que contém as cláusulas e Condições Gerais, 
Especiais e/ou Particulares do contrato. 
O art. 757 do Código Civil estabelece que contrato de seguro é um acor-
do em que o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, a 
 garantir interesse legítimo do segurado, relativo à pessoa ou ao bem, 
contra riscos predeterminados.
O art. 758 do Código Civil Brasileiro cita a apólice: “O contrato de seguro 
prova-se com a exibição da apólice ou do bilhete de seguro, e, na falta 
deles, por documento comprobatório do pagamento do respectivo prêmio”.
A emissão da apólice, do certificado ou do endosso será feita em até 15 
(quinze) dias, contados a partir da data da aceitação da proposta.
Tipos de apólices
No que se refere às apólices, além das tradicionais, utilizadas pelos 
diversos ramos de seguro, existem outros tipos que servem para 
44
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
atender a situações específicas. Entre esses tipos específicos de 
apólice, destacamos as seguintes:
 ■ Apólice de averbação ou aberta: adotada principalmente nos 
Ramos de Seguros de Transportes, sendo também denominada 
“apólice de averbações”. Destina-se à inclusão por averbações de 
verbas e bens a segurar. É recomendada para segurados que efe-
tuam embarques com frequência.
 ■ Apólice ajustável: típica de seguro de armazéns ou depósitos, em 
que o valor em risco é variável no decorrer da vigência do seguro. 
Nesse tipo de apólice, geralmente, o segurado paga um prêmio de 
depósito, que é ajustado periodicamente em função do valor real 
do estoque segurado.
 ■ Apólice avulsa: destinada a cobrir riscos eventuais e transitórios, 
é muito comum no Ramo Transportes e visa à cobertura de um 
 único embarque. A contratação dessa apólice é recomendada 
para empresas que não efetuam embarques com frequência.
Alterações na apólice – endosso
Durante a vigência de um contrato de seguro, é comum a necessi-
dade da emissão de um documento denominado endosso ou 
 aditivo para o processamento de alterações, de complementações 
e até mesmo do cancelamento do contrato.
Os endossos podem ser de três tipos diferentes, em função da 
movimentação ou não de prêmio, a saber:
 ■ Endosso de cobrança: usado para cobrar eventuais diferenças 
de prêmio, em função dos riscos que resultem no agravamento 
de taxa, ou quando o segurado desejar aumentar a importância 
segurada, ampliar as coberturas anteriormente contratadas ou 
substituir por outro bem cujo custo do seguro é mais elevado.
Exemplo: um segurado substitui seu veículo por um modelo 
idêntico, mas um ano mais novo do que o anterior. Nesse caso, 
o valor da respectiva importância segurada será aumentado 
e, provavelmente, também o prêmio do seguro, gerando a 
cobrança de prêmio adicional.
 ■ Endosso de restituição: usado para proceder a eventuais 
devoluções de prêmio resultantes de alterações de taxas, por 
modificações nos riscos do contrato ou extinção de garantias.
Exemplo: um segurado que deseja cancelar seu seguro anual, 
após terem decorrido dois meses do início do contrato.
 ■ Endosso sem movimento: utilizado quando a modificação efe-
tuada não resulta em qualquer alteração de prêmio ou taxa.
Exemplo: endosso de alteração ou retificação do nome 
do segurado.
45
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
 — Outros Instrumentos Contratuais 
Para complementar o contrato de seguro, podem ainda ser adotados 
outros instrumentos contratuais, como a averbação, o bilhete de seguro e 
o certificado de seguro.
 ■ Averbação: documento emitido pelo segurado para informar à 
seguradora sobre bens e verbas a garantir, genericamente previs-
tos nas apólices abertas. É utilizada apenas em determinados tipos 
de seguros.
Exemplo: em Seguros de Transportes, por meio de apólice de 
averbação ou aberta, na qual o segurado comunica à seguradora 
a realização de seus embarques.
 ■ Bilhete de seguro: documento jurídico, emitido pela seguradora, 
que dispensa a obrigatoriedade da proposta e substitui a apólice. 
É utilizado para agilizar a contratação de determinada modalidade 
de seguro.
Exemplo: DPVAT – Bilhete de Seguro para Danos Pessoais 
 Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres.
 ■ Certificado de seguro: documento emitido pela seguradora e 
enviado aos segurados, contendo a certificação da contratação 
do seguro.
Exemplo: nos Seguros de Vida, são emitidos certificados individuais.
FIGURA 5: RESUMO DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO DE SEGURO
SÍNTESE DO PROCESSO DE CONTRATAÇÃO E EMISSÃO
Seguradora emite apólice 
ou certificado para o aceite 
ou carta-recusa em caso de 
negação da proposta
mite apólice
para o aceite
a em caso de 
roposta
A seguradora decide 
se aceita ou recusa a 
proposta 
a decide 
recusa a 
O cliente, por meio 
de corretor, formaliza 
interesse pela 
contratação do 
seguro 
nte, por meiont
retor, formaliza
sse pela 
tação do
o 
O corretor encaminha a 
proposta à seguradora
r encaminha a 
à seguradora
A seguradora analisa
a proposta, considerando 
riscos e regulamentação 
Atenção
Confira um modelo de 
Certificado de Seguro no 
Anexo 5.
46
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
 COBRANÇA DE PRÊMIO 
A cobrança de prêmio dos seguros é efetuada, obrigatoriamente, por meio 
da rede bancária.
É permitido, também, que o pagamento e a cobrança de prêmio de seguro 
sejam efetivados por meio de cartão de crédito, desde que haja a concor-
dância expressa do segurado e sejam respeitadas as formalidades legais, 
como a indicação no extrato de cobrança do nome do segurado, do valor 
do prêmio e do número do documento de seguro a que se refere, entre 
outros. Também é permitido o débito em conta-corrente.
É da competência das seguradoras indicar ao segurado os bancos e as 
respectivas agências, além de enviar os documentos para pagamento do 
prêmio, até a data limite prevista na nota de seguro.
O prêmio do seguro pode ser pago de uma só vez pelo segurado ou pelo 
estipulante, podendo, ainda, ser fracionado ou dividido em parcelas (com 
ou sem juros, por decisão do segurador).
 PRAZO DE VIGÊNCIA 
 DO SEGURO 
De acordo com a Circular Susep 642/2021, a vigência do seguro é o inter-
valo contínuo de tempo durante o qual está em vigor o contrato de segu-
ro, podendo ser fixada em anos, meses, dias, horas, minutos, jornada, via-
gem ou trecho, ou outros critérios, conforme estabelecido no plano de 
seguro. O mais comum é o período anual. 
Os seguros poderão ser estruturados com qualquer período de vigência 
e/ou com período intermitente de cobertura dentro de seu período de 
vigência.
As condições contratuais, as propostas e os documentos contratuais 
deverão especificar, de forma clara, as regras relacionadas ao período 
intermitente de cobertura dentro do período de vigência do seguro, 
quando aplicável.
Atenção
As datas e os horários de 
início e término da vigência 
do seguro deverão estar 
indicados nos documentos 
contratuais.
Na falta de indicação 
expressa de horário nas 
condições contratuais, o 
horário de início e términode 
vigência do seguro será às 
vinte e quatro horas das datas 
para tal fim neles indicadas.
47
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
 SINISTRO E INDENIZAÇÃO 
O sinistro é a manifestação concreta do risco previsto no contrato de segu-
ro e ocasiona prejuízo ou responsabilidade. Ele somente tem amparo téc-
nico quando previsto no contrato do seguro.
O processo de sinistro se baseia no levantamento e na coleta de um 
 conjunto de documentos necessários para que se possa regular e liquidar 
o sinistro. É o meio pelo qual examinam se a cobertura, os procedimentos, 
o cálculo da indenização e a documentação.
É nesse momento que se percebe a importância do corretor de seguros, 
uma vez que o segurado precisa lidar com uma situação adversa (roubo, 
furto, colisão, incêndio, entre outros) e, em muitos casos, não tem ideia 
de como proceder. O corretor, por sua experiência e seu conhecimento 
técnico, deve ser capaz de auxiliá-lo durante o processo de sinistro.
A indenização é a contraprestação da seguradora, diante do pagamento 
do prêmio pelo segurado.
O processo de indenização é o pagamento que a seguradora faz ao 
segurado ou aos seus beneficiários, decorrente de um sinistro, obser-
vando as condições estabelecidas no contrato de seguro.
 DISPOSIÇÕES CONTRATUAIS 
Veremos, agora, o conteúdo das apólices. Como existem vários tipos 
de seguros, as apólices também podem variar. Porém, qualquer tipo de 
apólice deverá conter, entre outros, os seguintes elementos:
 ■ Condições Contratuais do seguro;
 ■ Nomes, endereços e obrigações (do segurado e do segurador);
 ■ Objeto do seguro (bens ou pessoas);
 ■ Riscos Cobertos e Não Cobertos;
 ■ Coberturas/garantias;
 ■ Prazo do seguro;
 ■ Prêmio;
 ■ Área geográfica;
 ■ Limites Seguráveis.
48
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
Veremos alguns desses elementos.
O artigo 757 do Código Civil estabelece que contrato de seguro é um 
a cordo em que o segurador se obriga, mediante o pagamento do prêmio, 
a garantir o interesse legítimo do segurado, relativo à pessoa ou ao bem, 
contra riscos predeterminados.
A operação de seguro se efetiva, portanto, por meio do contrato de seguro, 
representado pela exibição da apólice ou do bilhete de seguro e, na falta 
deles, por documento que comprove o pagamento do prêmio.
O contrato é norteado por cláusulas expressas por meio de Condições 
Contratuais.
 — Condições Contratuais
As apólices (contratos de seguro) contêm um conjunto de cláusulas, cha-
madas de Condições Contratuais, que estabelecem as obrigações e os 
direitos do segurado e do segurador.
Com a edição da Circular nº 621 de 17/02/2021, a Susep tornou opcional a 
estruturação de planos de seguros com inclusão de condições especiais e 
condições particulares. O termo Condições Gerais também deixou de exis-
tir na estruturação dos seguros de danos, dando lugar à expressão Condi-
ções Contratuais, definida como o conjunto de disposições que regem a 
contratação de um mesmo plano de seguro.
Porém, ainda é praticado pelo mercado apresentar as condições do seguro 
no seguinte formato:
Condições gerais
É o conjunto das cláusulas comuns a todas as coberturas de um 
plano de seguro, que estabelecem as obrigações e os direitos 
das partes contratantes.
Exemplo: todos os seguros do Ramo Vida terão as Condições 
Gerais do Ramo Vida.
As Condições Gerais devem apresentar a definição dos termos 
técnicos utilizados no contrato de seguro.
Condições especiais 
Constituem o conjunto das disposições específicas relativas a 
cada modalidade e/ou cobertura de um ramo de seguro, que 
eventualmente alteram as Condições Gerais. São disposições 
inseridas na apólice que ampliam ou restringem parte das dispo-
sições constantes das condições gerais.
Exemplo: no ramo Riscos Diversos, é sempre necessária a existência 
de condições especiais para definir as modalidades de cobertura.
49
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
Condições particulares 
Constituem o conjunto de cláusulas que alteram as condições gerais 
ou especiais de um plano ou ramo de seguro, modificando ou can-
celando disposições já existentes ou, ainda, introduzindo novas dis-
posições e, eventualmente, ampliando ou restringindo a cobertura.
Exemplo: as condições particulares definem beneficiários da 
indenização que não são os segurados, muito comuns nos 
seguros residenciais e empresariais de prédios realizados pelos 
locadores em favor dos locatários. 
 — Garantias ou Coberturas
Garantia ou cobertura é a natureza da obrigação pecuniária assumida 
pelo segurador, que, dependendo do ramo do seguro, pode ser a de 
pagar uma soma segurada, renda, indenização, diferença de rendimento, 
reparação ou um reembolso, tendo em vista a consequência do aconteci-
mento: morte, invalidez, incapacidade, doença, perda, prejuízo, insolvên-
cia de clientes, avaria ou dano.
As seguradoras podem ofertar produtos que as diferenciam no mercado para 
atender às necessidades específicas de diferentes segurados. Por isso, exis-
tem diferentes tipos de apólices, com diferentes tipos de garantias. 
Em uma apólice, poderá haver várias garantias e um valor estabelecido 
para cada uma delas. No momento da contratação, o segurado deve esta-
belecer um limite máximo de garantia ou importância segurada para cada 
cobertura contratada.
 — Limites Seguráveis
Nos Seguros de Pessoas (VIDA)
Especialmente nos Seguros de Pessoas (Vida), a importância segurada 
recebe o nome de capital segurado, que é o pagamento a ser efetuado 
ao assistido ou beneficiário sob a forma de pagamento único ou de renda 
(Resolução CNSP n° 348/2017).
Nos seguros de Danos (Ramos Elementares):
Limite Máximo de Garantia (LMG)
Representa o limite máximo de responsabilidade da socieda-
de seguradora, de indicação opcional pela seguradora, aplicado 
quando uma reclamação, ou série de reclamações decorrentes 
do mesmo fato gerador, e garantida por mais de uma das cober-
turas contratadas. Na hipótese de a soma das indenizações, 
decorrentes do mesmo fato gerador, atingir o LMG, a apólice será 
cancelada.
50
UNIDADE 3
TEORIA GERAL DO SEGURO
Limite Máximo de Indenização (LMI)
O Limite Máximo de Indenização é o valor fixado para cada uma 
das coberturas contratadas pelo segurado, que representa o 
valor máximo a ser pago pela seguradora, em decorrência de um 
sinistro ou série de sinistros garantidos por aquela cobertura, res-
peitado o limite máximo de garantia da apólice. Os limites máximos 
de indenização fixados são específicos de cada cobertura, não 
sendo admissível a transferência de valores de uma cobertura 
para outra.
Atenção
Dependendo do ramo de seguro e observadas as disposições do Código Civil Brasileiro, 
encontramos outras expressões, como: importância segurada, soma segurada e limite 
máximo de responsabilidade. De qualquer forma, estamos falando da verba que se desti-
na à cobertura.
O conceito de LMG (Limite Máximo de Garantia) pode variar de acordo com o produ-
to e a seguradora, mas sempre fará referência à verba contratada ou ao conjunto de 
verbas contratadas. 
No caso de contratação de várias coberturas em uma mesma apólice, é 
comum o contrato estabelecer, para cada uma delas, um distinto limite 
máximo de responsabilidade por parte da seguradora. Cada um deles é 
denominado Limite Máximo de Indenização de cada cobertura contra-
tada. Ressalte-se que esses limites são independentes, não se somando 
nem se comunicando. 
Exemplo: as coberturas de roubo de bens, danos elétricos e responsa-
bilidade civil, nos Seguros Compreensivos, podem trazer limites distintos 
que não se somam.
Nos Seguros de Danos, a verba a ser segurada (LMI – Limite Máximo 
de Indenização) é atribuída pelo segurado, mas não deve ser superior ao 
valor do bem (artigo 781 CC).
No Seguro de Pessoas, como não se pode estimar o valor em risco, não 
há limite para determinação do capital segurado. Por isso, para evitar uma 
exposição demasiada ao risco, as seguradoras estabelecem

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