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Prof. Leandro Leão Instagram/Twitter: @leandrocleao Facebook fan page: www.facebook.com/leandrocleao Temas: -Sujeitos do processo (capacidade processual); -Litisconsórcio; -Intervenção de Terceiros http://www.facebook.com/leandrocleao INTRODUÇÃO O processo pode ser considerado uma espécie de caminho que deve ser percorrido pelas partes e pelo juiz para que, ao final, se chegue ao fim almejado, que é a prestação jurisdicional (Marcus Vinicius Rios Gonçalves). ANTES DE EXAMINAR O MÉRITO, O JUIZ DEVE VERIFICAR Se o caminho para chegar a essa resposta de foi percorrido preenchendo os requisitos indispensáveis (pressupostos processuais) Autor tem ou não tem direito a uma resposta de mérito (condições da ação: Legitimidade e Interesse (17) Dar uma resposta àquilo que foi pedido. SUJEITOS DO PROCESSO (art. 70 A 81 CPC) A instauração e regular desenvolvimento do processo depende do preenchimento de alguns requisitos, conhecidos como PROSSUPOSTOS PROCESSUAIS. Pressupostos processuais: EXISTÊNCIA VALIDADE PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DE EXISTÊNCIA Existência de jurisdição Existência de demanda Capacidade postulatória Citação PRESSUPOSTOS PROCESSUAIS DE VALIDADE Petição inicial apta Competência e imparcialidade Capacidade de ser parte (“personalidade processual” – Araken) Capacidade Processual Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem capacidade para estar em juízo . Possuem aqueles que detém a capacidade de fato Aqueles que não sejam absolutamente nem relativamente incapaz (art. 3º e 4º CC). Absolutamente: menores de 16 anos Relativamente: maiores de 16, menores de 18, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade e os pródigos . CAPACIDADE PROCESSUAL Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor ou por curador, na forma da lei. Caso o incapaz não tenha quem o represente ou assista (ou se os interesses do pai, curador ou tutor forem colidentes com o do incapaz), o juiz deverá nomear um curador especial (at. 72, I CPC). A ausência de pressuposto de validade implica a extinção do processo (existente) sem resolução de mérito, nos termos do art. 485, IV. CPC Verificada a ausência de pressuposto de validade, sempre será preciso apurar a possibilidade de correção do vício (Princípio da primazia da decisão de mérito – art. 4º) → Sanado o vício: processo seguirá normalmente em direção ao provimento de mérito. Caso não será extinto sem resolução de mérito. Algumas novidades sobre capacidade processual A) NOMEAÇÃO DE CURADOR ESPECIAL PARA RÉU REVEL PRESO. Art. 72. O juiz nomeará curador especial ao: (...) II – réu preso revel, bem como ao réu revel citado por edital ou com hora certa, enquanto não for constituído advogado Parágrafo único. A curatela especial será exercida pela Defensoria Pública, nos termos da lei. LEI COMPLEMENTAR 80/94: Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras: (...) VI - atuar como Curador Especial, nos casos previstos em lei; B) SOCIEDADE E ASSOCIAÇÕES IRREGULARES Art. 75. Serão representados em juízo, ativa e passivamente: VIII – a pessoa jurídica, por quem os respectivos atos constitutivos designarem ou, não havendo essa designação, por seus diretores; § 2º A sociedade ou associação sem personalidade jurídica não poderá opor a irregularidade de sua constituição quando demandada. C) CAPACIDADE PROCESSUAL DAS PESSOAS CASADAS Art. 73. O cônjuge necessitará do consentimento do outro para propor ação que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens. Art. 73. § 1º Ambos os cônjuges serão necessariamente citados para a ação: I – que verse sobre direito real imobiliário, salvo quando casados sob o regime de separação absoluta de bens; II – resultante de fato que diga respeito a ambos os cônjuges ou de ato praticado por eles; III – fundada em dívida contraída por um dos cônjuges a bem da família; IV – que tenha por objeto o reconhecimento, a constituição ou a extinção de ônus sobre imóvel de um ou de ambos os cônjuges. § 2º Nas ações possessórias, a participação do cônjuge do autor ou do réu somente é indispensável nas hipóteses de composse ou de ato por ambos praticado. Obs.: A falta do consentimento do cônjuge gera a incapacidade processual, faltando um dos pressupostos de validade do processo. O processo será nulo!! § 3º Aplica-se o disposto neste artigo à união estável comprovada nos autos. ATENÇÃO PROBLEMÁTICAS PRÁTICAS A) Como a parte contrária ficará sabendo da existência de união estável da outra? B) Como saber que no dia da propositura de determinada ação a parte vivia em união estável? C) Problema mais GRAVE: havendo arrematação de um bem levado a hasta pública e o companheiro alega ser nula por falta de intimação. Como e quando deve se dar a “comprovação nos autos” da união estável? D) Será que não pode o sujeito aparecer nos autos com um documento com data retroativa? E) Como resolver essa questão na prática? Premissas a serem levadas em consideração Princípio da boa-fé Princípio da Cooperação Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva. Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. QUESTIONAMENTO: Como interpretar: “comprovada nos autos” ? • A união estável pode ser comprovada de diversos modos, e não apenas por um contrato escrito. • Interpretação deve levar em consideração o Provimento 37/2014 do CNPJ que dispõe sobre o registro de união estável por Oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais: Comprovação por documento averbado no registro civil, pois essa alteração vale para terceiros. Dá sentido ao texto sem comprometer a segurança jurídica e garantir direitos de terceiros. Dica para os credores: faça uma pesquisa de bens em nome do devedor nos Cartórios de Registro Civil e Pessoas Naturais antes de levar um bem a hasta pública Dica para os devedores: indique na primeira oportunidade que tiverem a existência de união estável, caso contrário poderá ser tarde. • Art. 75 § 1º Quando o inventariante for dativo, os sucessores do falecido serão intimados no processo no qual o espólio seja parte. D) CAPACIDADE PROCESSUAL DO ESPÓLIO quando se tratar de inventariante dativo. Serve apenas para comunicar. Se o inventariante é dativo, dará ciência aos herdeiros para que possam acompanhar. Evita-se discussão da capacidade processual do espólio quando for dativo o inventariante. E) IRREGULARIDADES NA CAPACIDADE PROCESSUAL OU DE REPRESENTAÇÃO DA PARTE Caso o processo esteja na instância originária, e a providência caiba ao: Caso o processo esteja perante tribunal de 2º grau ou superior, caso a providência caiba ao: → Autor: processo será extinto; → Réu: será considerado revel; → Terceiro: será considerado revel ou excluído do processo, dependendo do polo em que se encontrar. → Recorrente: o relator não conhecerá do recurso; → Recorrido: o relator determinará o desentranhamento das contrarrazões Cuidado: Verificada a incapacidade processual ou a irregularidade da representação da parte, o juiz suspenderá o processo e designará prazo razoável para que seja sanado o vício. Sendo descumprida a determinação (76): Súmula 115 STJ: NA INSTÂNCIA ESPECIAL É INEXISTENTE RECURSO INTERPOSTO POR ADVOGADO SEM PROCURAÇÃO NOS AUTOS. DEVERES DAS PARTES E PROCURADORES Arts. 77 e 78 CPC É princípio do processo civil que as partes e seus procuradores atuem em juízo ou fora dele com observância da máxima da boa-fé e lealdade processual. ATO ATENTATÓRIO À DIGNIDADE DA JUSTIÇA Incisos IV e VI, art. 80 CPC LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ Violou? Aquele que deixa de cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, além de prejudicar a parte contrária,desrespeita o Estado- Juiz. O credor é o Estado. Prejudica a parte contrária. Ela é a própria credor. Multa de até 20% Multa de até 1% a 10% QUESTIONAMENTO: Existe a necessidade de comprovação de prejuízo para que haja condenação ao pagamento de indenização por litigância de má-fé? PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ. INDENIZAÇÃO. ART. 18, CAPUT, E § 2.º, DO CPC/1973. COMPROVAÇÃO DO PREJUÍZO. DESNECESSIDADE. REEXAME DE CONTEÚDO FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA N. 7/STJ. DECISÃO MANTIDA. 1-“É desnecessária a comprovação do prejuízo para que haja condenação ao pagamento da indenização prevista no artigo 18, caput e § 2º, do Código de Processo Civil, decorrente da litigância de má-fé” (EREsp 1.133.262/ES, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, CORTE ESPECIAL, julgado em 03/06/2015, DJe 04/08/2015). (...) Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg nos EDcl no AREsp 72.076/RS, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA, julgado em 01/06/2017, DJe 06/06/2017) LITISCONSÓRCIO (art. 113 a 118 CPC) 1) CONCEITO Litisconsórcio é a pluralidade de autores, réus ou ambos, dentro do mesmo processo. Motivos para formar litisconsórcio: Economia Processual Harmonia dos julgados 2) FORMAÇÃO (113 CPC) Pode-se formar o litisconsórcio por três diferentes razões (tendo-se, aí, as chamadas três figuradas do litisconsórcio): Comunhão de direitos ou obrigações Conexão de causas Afinidade de questões por um ponto em comum de fato ou de direito O LITISCONSÓRCIO PODERÁ SER FORMADO EM QUALQUER PROCESSO OU PROCEDIMENTO 3) CLASSIFICAÇÃO Quanto ao polo Ativo Passivo Misto Quanto ao momento de formação Inicial Ulterior Quanto à sentença Simples Unitário Quanto à obrigatoriedade Facultativo Necessário → LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO: CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES Art. 114. O litisconsórcio será necessário por disposição de lei ou quando, pela natureza da relação jurídica controvertida, a eficácia da sentença depender da citação de todos que devam ser litisconsortes. Art. 116. O litisconsórcio será unitário quando, pela natureza da relação jurídica, o juiz tiver de decidir o mérito de modo uniforme para todos os litisconsortes O que significa a expressão “pela natureza jurídica controvertida”? O litisconsórcio é necessário por força de lei ou quando for unitário. → Sempre será passivo (Araken e Fredie Didier. Nelson Nery não concorda). Mas pela redação do p.único do 115, não restam mais dúvidas) → LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO: CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES Art. 115 Parágrafo único. Nos casos de litisconsórcio passivo necessário, o juiz determinará ao autor que requeira a citação de todos que devam ser litisconsortes, dentro do prazo que assinar, sob pena de extinção do processo. A) A ação pode ser proposta, porque não existe litisconsórcio necessário no polo ativo, tendo em vista que ninguém pode ser compelido a demandar e, por outro lado, ninguém pode impedir o outro de demandar, nos termos do inciso XXXV, art. 5º da CF); Polêmica B) A ação não pode ser proposta, porque o art. 115 do CPC/15 exige a participação de todos os litisconsortes; C) A ação pode ser proposta, desde que o litisconsorte requeira a citação do outro para ingressar no polo ativo; D) A ação pode ser proposta, desde que o litisconsorte requeira a intimação do outro para ingressar no polo ativo. Ainda que se admita como razoável a tese de que o litisconsorte pode promover a ação, desde que requeira a citação ou intimação do outro litisconsorte, pergunta-se: Pode o litisconsorte (citado ou intimado) ingressar no polo ativo? Pode o litisconsorte (citado ou intimado) ingressar no polo passivo? Pode o litisconsorte (citado ou intimado) não ingressar no processo? Pode o litisconsorte (citado ou intimado) ingressar no processo apenas para negar a condição de litisconsorte? Enunciado 118 FPPC: “O litisconsorte unitário ativo, uma vez convocado, pode optar por ingressar no processo na condição de litiscontorte do autor ou de assistente do réu”. → LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO: CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES → Proferida a sentença de mérito (e transitada em julgada) em processo que faltou algum litisconsorte necessário: Será nula Será ineficaz se a decisão deveria ser igual a todos se poderia ser diferente para cada um Unitário Simples → LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO: CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES NECESSÁRIO-UNITÁRIO NECESSÁRIO-SIMPLES CASO UM LITISCONSORTE NÃO FOR CITADO, A SENTENÇA NÃO VALERÁ PARA NINGUÉM, É NULA! CASO UM LITISCONSORTE NÃO FOR CITADO, A SENTENÇA VALE PARA AQUELE QUE FOI CITADO E INEFICAZ PARA O QUE NÃO FOI Nem sempre a falta de citação gera nulidade da sentença!! Lembre-se: a sentença só é nula se proferida contra o sujeito, se for a favor, não terá problema!! Conclusão QUESTIONAMENTO: Em obrigação com responsabilidade solidária há formação de litisconsorte passivo necessário? PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. CONTRATO ADMINISTRATIVO. OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA. LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO. PRECEDENTES. CHAMAMENTO AO PROCESSO DE APENAS UM DOS DEVEDORES. POSSIBILIDADE. ARTIGOS 72 E 79 DO CPC/73 NÃO PREQUESTIONADOS. 1. Os autos são oriundo de ação de cobrança, cumulada com ressarcimento e declaratória de direitos, ajuizada pela Itaipu Binacional em desfavor de algumas empresas contratadas para a implantação de unidades geradoras de energia elétrica na Usina Hidrelétrica de Itaipu (em regime de empreitada integral e solidariedade entre os contratados). A insurgência é contra acórdão que reconheceu a necessidade de formação de litisconsórcio passivo necessário entre todas as empresas contratadas (no que se refere à pretensão de cunho declaratório), bem como deferiu o chamamento ao processo de apenas uma delas (quanto à pretensão de ressarcimento pela substituição do óleo isolante). 2. A jurisprudência desta Corte possui entendimento de que não há litisconsórcio necessário nos casos de responsabilidade solidária, sendo facultado ao credor optar pelo ajuizamento da ação contra um, alguns ou todos os responsáveis. Precedentes: AgRg no REsp 1.164.933/RJ, Rel. Min. Regina Helena Costa, Primeira Turma, DJe 09/12/2015; EDcl no AgRg no AREsp 604.505/RJ, Rel. Min. Luiz Felipe Salomão, Quarta Turma, DJe 27/05/2015; AgRg no AREsp 566.921/RS, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 17/11/2014; REsp 1.119.969/RJ, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, DJe 15/10/2013; REsp 1.358.112/SC, Rel. Min. Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 28/06/2013. O fato da pretensão ser declaratória não afasta a entendimento supra, mormente no caso dos autos em que a ação visa declarar modificações contratuais já executadas, não se vislumbrando, portanto, prejuízo para as empresas que não integraram a lide. 3. Quanto a alegação de impossibilidade de chamamento ao processo apenas da empresa Siemens, a insurgência não merece ser acolhida, na medida em que não é preciso que o réu demandado chame ao processo todos os demais devedores, além de que as teses defendida pelo recorrente (de descumprimento dos artigos 72 e 79 e da existência de cláusula de arbitragem) não foram apreciadas pelo acórdão recorrido. Incidência da Súmula 211/STJ. 4. Recurso conhecido em parte e, nesta extensão, parcial provimento, para afastar a formação de litisconsórcio passivo necessário. (REsp n. 1.625.833 – PR, 1ª T. STJ, j. 06.08.19, Rel. Min. Benedito Gonçalves) QUESTIONAMENTO: Há formação de litisconsorte passivo necessário quando envolve dano ambiental? PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. DANO AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA. LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO. RESTABELECIMENTO DA DECISÃO DO 1o GRAU DE JURISDIÇÃO. AGRAVO CONHECIDO PARA DAR PROVIMENTO AO RECURSO ESPECIAL. (AREsp n. 1.053.656 – RJ, 1ª T. STJ, j. 19.08.19, Rel. Min. Benedito Gonçalves) Quando o juiz verificar que em um mesmo processo,o número excessivo de pessoas acarretará em prejuízo para a defesa ou a rápida solução do litígio, pode, de ofício ou a requerimento, limitar o número de litisconsorte. 4) LITISCONSÓRCIO MULTITUDINÁRIO (113 CPC) Só para Litisconsórcio facultativo. Interrompe o prazo para resposta Agravo de instrumento somente da decisão que rejeita o pedido de desmembramento (1.015, VIII CPC) 5) POSIÇÃO DOS LITISCONSORTES NO PROCESSO Regime do litisconsórcio simples (comum) Regime do litisconsórcio unitário (especial) Os atos praticados por um litisconsorte ou por alguns deles não produzem efeitos quanto aos demais litisconsortes. Assim, os atos praticados só beneficiam ou prejudicam quem os praticou. (“Os litisconsortes são considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos...”) Os atos benéficos praticados por um litisconsorte ou por alguns deles produzem efeitos quanto aos demais litisconsortes, mas ao atos maléficos praticados por um não produzem efeitos, nem mesmo para que os praticou. Isso ocorre pois a decisão de mérito deverá ser igual para todos os litisconsortes. (“... exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar”). Art. 117. Os litisconsortes serão considerados, em suas relações com a parte adversa, como litigantes distintos, exceto no litisconsórcio unitário, caso em que os atos e as omissões de um não prejudicarão os outros, mas os poderão beneficiar. -Confissão; -Reconhecimento jurídico do pedido. Atos de prejuízos - Revelia (art. 345, I): não haverá os efeitos da revelia caso um litisconsorte passivo contestar e a defesa for comum. - Recurso: (art. 1.005): sendo matéria comum, aproveita Atos de ajuda →Litisconsortes COM PROCURADORES DE ESCRITÓRIOS DE ADVOCACIA DISTINTOS e sendo o processo físico, terão prazo em dobro para todas as manifestações no processo. (art. 229 CPC) QUESÕES PRÁTICAS RELEVANTES Cessa a contagem do prazo em dobro Havendo 2 réus, é apresentada defesa por 1 Somente um litisconsorte foi sucumbente (S. 641 STF → Distribuição proporcional do ônus da sucumbência entre os litisconsortes (87) → Direito à gratuidade da justiça é pessoal, não se estendendo a litisconsorte ou sucessor do beneficiário (99 §6º) QUESÕES PRÁTICAS RELEVANTES → Desinteresse na realização de Audiência de Conciliação e mediação deve ser manifestado por todos os litisconsortes (§6º 334) → Termo inicial para apresentação de contestação será do respectivo pedido de cancelamento da Audiência de Conciliação ou Mediação (§1º 335) → Prorrogação de 10min dos debates orais devem ser divididos igualmente entre os litisconsortes (§1º 364) → Previsão do cabimento de agravo de instrumento contra decisão que determinar exclusão de litisconsorte (1.015, VII) → Possibilidade do réu propor reconvenção em litisconsórcio com um terceiro, contra o autor. (§6º 343) → Desistência de recurso não depende de anuência de litisconsorte. (998) INTERVENÇÃO DE TERCEIROS (art. 119 a 138 CPC) 1) CONCEITO Figura processual que possibilita a terceiro participar do processo. → Pode ocorrer de duas formas: Formas Voluntária/Espontânea Provocada 2) MODALIDADES CPC/73 ASSISTÊNCIA OPOSIÇÃO NOMEAÇÃO À AUTORIA DENUNCIAÇÃO DA LIDE CHAMAMENTO AO PROCESSO Procedimento Especial (Arts. 682 a 686) NOVO CPC Incidente de Desconsideração da PJ Amicus Curiae VOLUNTÁRIA: PROVOCADA: E ainda pode o juiz de ofício SUBSTITUIÇÃO DO INSTITUTO DA NOMEAÇÃO À AUTORIA → INCIDENTE DE SUBSTITUIÇÃO DO RÉU Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu. → CORRESPONDENTE À NOMEAÇÃO À AUTORIA Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos prejuízos decorrentes da falta de indicação. § 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo único do art. 338. Honorários advocatícios devidos ao réu. § 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu. Autor pode pedir para ampliar o polo passivo, não só para alterar. Autor pode trocar ou ampliar. → É a intervenção que tem por objetivo responsabilizar o sócio pelas dívidas da sociedade ou a sociedade pelas dívidas do sócio. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 2 teorias MAIOR: autonomia patrimonial é desconsiderada quando caracterizada a fraude ou a confusão patrimonial (CC: art. 50) MENOR: a simples inexistência de ativos é suficiente (CDC: art. 28, § 5º) “A criação teórica da pessoa jurídica foi avança que permitiu o desenvolvimento da atividade econômica, ensejando a limitação dos riscos do empreendedor ao patrimônio destacado para tal fim. Abusos no uso da personalidade jurídica justificaram, em lenta evolução jurisprudencial, posteriormente incorporada ao direito positivo brasileiro, a tipificação de hipóteses em que se autoriza o levantamento do véu da personalidade jurídica para atingir o patrimônio de sócios que dela dolosamente se prevaleceram para finalidades ilícitas. Tratando-se de regra de exceção, de restrição ao princípio da autonomia patrimonial da pessoa jurídica, a interpretação que melhor se coaduna com o art. 50 do CC/2002 é a que relega sua aplicação a casos extremos, em que a pessoa jurídica tenha sido instrumento para fins fraudulentos, configurando mediante o desvio da finalidade institucional ou a confusão patrimonial. O encerramento das atividades ou dissolução, ainda que irregulares, da sociedade não são causas, por si só, para desconsideração da personalidade jurídica, nos termos do Código Civil”. (STJ, EResp 1.306.553/SC, rel. Min. Maria Isabel Gallotti, 2ª Seção, j. 10.12.2014) 2 modalidades Inicial: requerida na petição inicial (pedido cumulado). Dispensa-se a instauração do incidente (§2º, 134) Incidental: requerida a qualquer tempo no processo de conhecimento e execução, inclusive em fase recursal (relator decide) INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA PETIÇÃO (parte ou MP) Manifestação Sócios ou empresa Decisão do Juiz Citação sócios ou sociedade (manif em 15 dias) – suspensão processo principal PROBLEMÁTICA: Art. 137. Acolhido o pedido de desconsideração, a alienação ou a oneração de bens, havida em fraude de execução, será ineficaz em relação ao requerente. Agravo de Instrumento (1.015, IV) A melhor interpretação para o art. 137 é que a ineficácia retroaja a data do requerimento. Caso contrário, o credor ficará em uma situação de fragilidade... PROCEDIMENTO: QUESTIONAMENTO: É admitido o incidente de desconsideração da personalidade jurídica nos Juizados Especiais? Art. 10, Lei 9.099/95. Não se admitirá, no processo, qualquer forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsórcio. Art. 1.062 CPC. O incidente de desconsideração da personalidade jurídica aplica-se ao processo de competência dos juizados especiais. E agora? QUESTIONAMENTO: Imaginem que em um processo não se encontram bens da PJ para serem penhorados, e constata-se a dissolução irregular da sociedade. Pergunta-se: com base nesses elementos, será possível o pleito de desconsideração da PJ? AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. INSTAURAÇÃO DE INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DOS PRESSUPOSTOS LEGAIS ESPECÍFICOS. INTELIGÊNCIA DO ARTIGO 134, § 4º, DO CPC/2015. FUNDAMENTO SUFICIENTE PARA MANTER O ACÓRDÃO RECORRIDO. APLICAÇÃO DASÚMULA N° 283/STF. DESCONSIDERAÇÃODA PERSONALIDADE JURÍDICA. REQUISITOS AUSENTES. DISSOLUÇÃO IRREGULAR E AUSÊNCIA DE BENS PENHORÁVEIS. INSUFICIÊNCIA. ACÓRDÃO RECORRIDO EM CONFORMIDADE COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ. ADEQUAÇÃO DA DECISÃO RECORRIDA. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. (AgInt nos EDcl no AREsp 1432029 / SP, Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO, T3 - TERCEIRA TURMA, k. 09/12/2019, DJe 13/12/2019) QUESTIONAMENTO: É cabível honorários advocatícios no incidente de desconsideração da personalidade jurídica? AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. VERBA HONORÁRIA. DESCABIMENTO. AGRAVO NÃO PROVIDO. 1. Conforme entendimento da Corte Especial do STJ, em razão da ausência de previsão normativa, não é cabível a condenação em honorários advocatícios em incidente processual, ressalvados os casos excepcionais. Precedentes. 2. Agravo interno a que se nega provimento. (AgInt no REsp 1834210 / SP, Rel. Ministro RAUL ARAÚJO, T4 - QUARTA TURMA, j. 12.11.2019, DJe 06/12/2019) QUESTIONAMENTO: Existe a necessidade de instauração de incidente de desconsideração da personalidade jurídica em execução fiscal? REDIRECIONAMENTO DA EXECUÇÃO FISCAL. SUCESSÃO DE EMPRESAS. GRUPO ECONÔMICO DE FATO. CONFUSÃO PATRIMONIAL. INSTAURAÇÃO DE INCIDENTE DE DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. DESNECESSIDADE. VIOLAÇÃO DO ART. 1.022, DO CPC/2015. INEXISTÊNCIA. I - Impõe-se o afastamento de alegada violação do art. 1.022 do CPC/2015, quando a questão apontada como omitida pelo recorrente foi examinada no acórdão recorrido, caracterizando o intuito revisional dos embargos de declaração. II - Na origem, foi interposto agravo de instrumento contra decisão, em via de execução fiscal, em que foram reconhecidos fortes indícios de formação de grupo econômico, constituído por pessoas físicas e jurídicas, e sucessão tributária ocorrida em relação ao Jornal do Brasil S.A. e demais empresas do "Grupo JB", determinando, assim, o redirecionamento do feito executivo. III - Verificada, com base no conteúdo probatório dos autos, a existência de grupo econômico de fato com confusão patrimonial, apresenta-se inviável o reexame de tais elementos no âmbito do recurso especial, atraindo o óbice da Súmula n. 7/STJ. IV - A previsão constante no art. 134, caput, do CPC/2015, sobre o cabimento do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, na execução fundada em título executivo extrajudicial, não implica a ocorrência do incidente na execução fiscal regida pela Lei n.6.830/1980, verificando-se verdadeira incompatibilidade entre o regime geral do Código de Processo Civil e a Lei de Execuções que, diversamente da lei geral, não comporta a apresentação de defesa sem prévia garantia do juízo, nem a automática suspensão do processo, conforme a previsão do art. 134, § 3º, do CPC/2015. Na execução fiscal "a aplicação do CPC é subsidiária, ou seja, fica reservada para as situações em que as referidas leis são silentes e no que com elas compatível" (REsp n. 1.431.155/PB, Rel. Ministro Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, Dje 2/6/2014). V - Evidenciadas as situações previstas nos arts. 124 e 133, do CTN, não se apresenta impositiva a instauração do incidente de desconsideração da personalidade jurídica, podendo o julgador determinar diretamente o redirecionamento da execução fiscal para responsabilizar a sociedade na sucessão empresarial. Seria contraditório afastar a instauração do incidente para atingir os sócios-administradores (art. 135, III, do CTN), mas exigi-la para mirar pessoas jurídicas que constituem grupos econômicos para blindar o patrimônio em comum, sendo que nas duas hipóteses há responsabilidade por atuação irregular, em descumprimento das obrigações tributárias, não havendo que se falar em desconsideração da personalidade jurídica, mas sim de imputação de responsabilidade tributária pessoal e direta pelo ilícito. Precedente: REsp n. 1.786.311/PR, Rel. Ministro Francisco Falcão, DJe 14/5/2019. VI - Agravo conhecido para conhecer parcialmente do recurso especial e, nessa parte, negar provimento. (AREsp 1455240 / RJ, Ministro FRANCISCO FALCÃO, T2 - SEGUNDA TURMA, j. 15/08/2019, DJe 23/08/2019). AMICUS CURIAE O amicus curiae é um terceiro que funciona como um auxiliar do juízo, manifestando-se como porta-voz de interesses institucionais, para que nas causas de maior relevância, impacto ou repercussão social, em razão da relevância da matéria, o poder Judiciário tenha melhores condições de decidir. A participação do amicus curiae consistirá basicamente em emitir uma manifestação, opinar sobre a matéria que é objeto do processo em que ele foi admitido. A manifestação não é, propriamente, no sentido de que o juízo acolha ou desacolha. Ele opinará sobre a questão jurídica, suas repercussões e sua relação com o interesse institucional do qual ele é portador. → Pode ser pessoa natural, jurídica, órgão despersonalizado; → Será concedido o prazo de 15 dias para manifestação. O Julgador quem define os poderes do Amicus Curiae, salvo em 2 situações: opor embargos de declaração direito de recorrer em julgamento de incidente de demandas repetitivas (IRDR) -A participação do amicus curiae não altera a competência. Segundo STJ já decidiu (REsp 677.585/RS, 1ª Turma, Min. Luiz Fux, 06.12.2005): o “amicus curiae” opina em favor de uma das partes, o que o trona um singular assistente, porque de seu parecer exsurge o êxito de uma das partes”. QUESTIONAMENTO: O “amicus curiae” para se manifestar precisa estar representada por um advogado? Se for sustentar oralmente, recorrer, uma manifestação por escrito, não precisa. Qual sentido de trazer um “amicus curie” ao processo, ele ter que contratar um advogado para manifestar, se as partes e/ou o juiz querem a manifestação dele? Outras formas de intervenção de “amicus curiae” no direito brasileiro: -art. 31 da Lei 6.385/1976 (participação da Comissão de Valores Mobiliários – CVM); - art. 118 da Lei 12.529/2011 (participação do Conselho administrativo de Defesa Econômica – CADE) - art. 7º, §2º, Lei 9.868/1999 admite: “manifestação de outros órgãos ou entidades” na ação direta de inconstitucionalidade (conforme também o art. 950, §3º CPC); - art. 15, §7º, Lei 10.259/2001 permite a manifestação de eventuais interessados, no julgamento do pedido de uniformização de jurisprudência nos Juizados Especiais Federais. - CPC: i) art. 1.035, §4º - análise da repercussão geral para recurso extraordinário; ii) art. 1.038, I – julgamento de recursos repetitivos; art. 938 incidente de resolução de demandas repetitivas. → Haverá assistência sempre que o terceiro tenha interesse jurídico em que uma das partes vença a demanda. É ajudar/auxiliar alguém. ASSISTÊNCIA Há interesse jurídico do terceiro quando a relação jurídica da qual seja titular possa ser reflexamente atingida pela sentença que vier a ser proferida entre assistido e parte contrária Não há necessidade de que o terceiro tenha, efetivamente, relação jurídica com o assistido, ainda que isto ocorra na maioria dos casos. O interesse meramente econômico ou moral não enseja a assistência, se não vier qualificado como interesse também jurídico. Exemplos de interesse jurídico: -sublocatário em ação de despejo ou renovatória de locação comercial; - agente político ou servidor público, em ação de indenização proposta conta a administração pública por dano causado por ele; - adquirente de imóvel, em ação de interdição ajuizada contra o vendedor, na qual se alega a incapacidade já existia à época da alienação; - do falido nas ações que a massa falida for parte. Exemplos de interesse não jurídico: - do credor em ação condenatória promovida por terceiro contra devedor; - do jurista, em ação onde se discuta tese que quer ver preponderar;- de entidade religiosa ou filosófica para ver triunfar princípio moral ou ético que defende . → Esclarecimentos quanto as modalidades de assistência: TÍTULO III DA INTERVENÇÃO DE TERCEIROS CAPÍTULO I DA ASSISTÊNCIA Seção I Disposições Comuns Seção II Da Assistência Simples Seção III Da Assistência Litisconsorcial -Simples petição a qualquer tempo o assistente ingressa com o pedido; -Receberá o processo no estado que se encontrar; -Juiz concede prazo de 15 dia para as partes manifestarem e havendo impugnação, decidirá em incidente sem suspensão do processo principal. (contra essa decisão cabe agravo de instrumento 1015, IX NCPC). PROCEDIMENTO: MODALIDADES SIMPLES LITISCONSORCIAL -O terceiro juridicamente interessado não será atingido diretamente pela coisa julgada, mas será atingido reflexamente, sendo interesse seu auxiliar uma das partes (relação de prejudicialidade com uma das partes). ASSISTÊNCIA SIMPLES “Não se exige que o terceiro possua uma efetiva relação jurídica com o assistido, sendo suficiente a possibilidade de que alguns direitos seus sejam atingidos pela decisão judicial a ser proferida no curso do processo em que a assistência é pleiteada”. (STJ, RESp 1.128.789/RJ, 3ª T., j. 02.02.2010, rel. Min. Nancy Andrighi) ATENÇÃO: i) Sendo o réu revel ou omisso, o assistente será considerado seu substituto processual (caso de legitimidade extraordinária). (parágrafo único, art. 121) ii) Assistência simples não obsta que o assistido perpetue negócio jurídico processual (122) ii) O assistente simples não poderá, em processo futuro, rediscutir a justiça da decisão (ou seja, os fundamentos de fato e de direito) da sentença proferida entre assistido e parte contrária. Exceção: má gestão processual: pelo estado que recebeu o processo foi impedido de produzir provas; desconhecia a existência de alegações ou de provas das quais o assistido, por dolo ou culpa, não se valeu. (123) - O terceiro será diretamente atingido pela coisa julgada. A relação jurídica discutida em juízo ele faz parte. o terceiro é titular da própria relação jurídica substancial deduzida no processo. É o caso, por exemplo, do substituído processual. ASSISTÊNCIA LITISCONSORCIAL ATENÇÃO: Assistência litisconsorcial e litisconsórcio unitário O litisconsórcio unitário é, em regra, necessário, podendo, no entanto, excepcionalmente, haver litisconsórcio unitário e facultativo. Aquele que poderia ter figurado desde o início no processo em litisconsórcio unitário e facultativo poderá ingressar no mesmo posteriormente, através da assistência litisconsorcial. Nesse caso, embora formado ulteriormente, haverá litisconsórcio unitário. Admitida a assistência litisconsorcial, o assistente passa a ser considerado parte. → Exemplo art. 1.314 CC: permite que um dos condôminos defenda a posse do condomínio, a formação com todos os condôminos é facultativa, porém a decisão é única para todos. → Permite que a parte exerça o direito de regresso contra o terceiro, nos próprios autos da ação principal. Tem por objetivo trazer ao processo o garantidor de uma relação jurídica DENUNCIAÇÃO DA LIDE “O instituto da denunciação da lide é modalidade de intervenção forçada, vinculada à ideia de garantia de negócio translatício de domínio e existência de direito regressivo. A parte que enceta a denunciação da lide, o denunciante, ou tem direito que deve ser garantido pelo denunciante transmitente, ou é titular de eventual ação regressiva em face do terceiro, porque demanda em virtude de ato deste”. (STJ, REsp 613.190/SP, 1ª T., rel. Min. Luiz Fux) - Finalidade → economia processual. Obs.: Há na denunciação da lide demanda: DENUNCIANTE x DENUNCIADO. Não se admite, portanto, denunciação da lide ex officio. (Defendido por Nelson Nery Jr. e Rosa Maria de Andrade Nery). - Autor pode denunciar na petição inicial→ Denunciado citado e assumirá o posto de litisconsorte ativo - Réu no prazo de sua defesa→ Denunciado citado e assumirá o posto de litisconsorte passivo. - Há a ampliação do objeto do processo: juiz decidirá pretensão: Autor x Réu / Denunciante x Denunciado. PROCEDIMENTO: O denunciado atua, no processo, de modo eculiar: frente ao adversário do denunciante, figurará como litisconsorte deste. Assim, o denunciado que aceita a denunciação e contesta o pedido transforma- se em litisconsorte passivo. Incide, a regra da contagem do prazo em dobro para litisconsortes passivos (denunciante e denunciado) representados por procuradores diferentes. (STJ, AgRg no RESp 1.167.272/BA, 3ª T., j. 18.11.2010, rel. Min. Sidnei Beneti) Tendo em vista, no entanto, que o desfecho da denunciação depende do resultado do julgamento do pedido veiculado entre as partes originárias, o denunciado fará as vezes de assistente do denunciante, com intuito de ver este se sagrando vencedor na demanda, é o denunciado, além disso, réu em relação ao denunciante. “Com a denunciação da lide inaugura-se uma nova relação processual, em que o réu do processo originário passa a figurar como autor da lide secundária, estabelecida em face do terceiro denunciado, com quem mantém vínculo jurídico, no intuito de que este responda em regresso, na hipótese de sucumbência do denunciante (STJ, RESp 900.762/MG, 3ª T., j. 12.02.2008, rel. Min. Sidnei Beneti). → Só cabe em processo de conhecimento. → É facultativa (Art. 125, §1º) →Deixa claro que a denunciação da lide não é obrigatória, não perde o direito de regresso, é uma opção da parte e não uma imposição. Direito pode ser cobrado autonomamente. → denunciação da lide sucessiva: somente admite 1 denunciação da lide sucessiva, ou seja, o processo só pode ter no máximo 2 denunciações da lide. → juiz poderá julgar simultaneamente a questão principal e o direito de regresso. “A sentença, no processo em que ocorre a denunciação, dispõe sobre a relação jurídica entre a parte e o denunciante, e entre este e o denunciado. E, como já dito, essa sentença será formalmente una e materialmente dupla. Assim, p. Ex., a pessoa jurídica demandada por um ato lesivo praticado pelo seu preposto, responde perante o suposto lesado, mas pode denunciar a lide o seu empregado, para ver, na mesma sentença em que for condenada, o seu regresso garantido”. (STJ, RESp 613.190/SP, 1ª T., , rel. Min. Luiz Fux). O resultado da denunciação da lide dependerá do desfecho do julgamento do pedido vinculado entre as partes originárias: caso este seja julgada improcedente, ficará prejudicada a denunciação; procedente, poderá (ou não), ser julgada procedente a denunciação, com o reconhecimento da responsabilidade do denunciado em favor do denunciante, e também, conforme o caso, em favor do autor da ação principal, nos termos do parágrafo único do art. 128 CPC. Garantia decorrente do risco de evicção Garantia decorrente de contrato ou previsão legal CABIMENTO (125) a) Fundada em direito de regresso se inexistente previsão legal ou contratual de responsabilidade do denunciado em favor do denunciante (STJ, REsp 967.644/MA, 4ª T., j. 15.04.08, rel. Min. João Otávio de Noronha); b) Denunciante objetiva eximir-se da responsabilidade pelo evento danoso, atribuindo-o com exclusividade a terceiro. (STJ, REsp 1.141.006-SP, 4ª T., j. 06.10.2009, rel. Min. Luis Felipe Salomão) c) Vedada denunciação da lide no CDC pelo responsabilidade de comerciante por fato do produto ou acidente de consumo (art. 88 CDC e STJ, REsp 1.165.279/SP, 3ª T., j. 22.05.2012, rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino). Não cabe: →É a possibilidade de o réu trazer ao processo o coobrigado em determinada relação jurídica. →Será feita na própria contestação e os coobrigados serão considerados litisconsortes passivos. CHAMAMENTO AO PROCESSO FIADOR CABIMENTO: DEVEDOR DEVEDOR FIADOR DEVEDOR “dispõe sobre a intervenção da União nas causas em que figurarem, como autores ou réus, entes da administração indireta.” INTERVENÇÃO ANÔMOLA DA FAZENDA PÚBLICA – LEI 9.469/97 Art. 5º A Uniãopoderá intervir nas causas em que figurarem, como autoras ou rés, autarquias, fundações públicas, sociedades de economia mista e empresas públicas federais. Parágrafo único. As pessoas jurídicas de direito público poderão, nas causas cuja decisão possa ter reflexos, ainda que indiretos, de natureza econômica, intervir, independentemente da demonstração de interesse jurídico, para esclarecer questões de fato e de direito, podendo juntar documentos e memoriais reputados úteis ao exame da matéria e, se for o caso, recorrer, hipótese em que, para fins de deslocamento de competência, serão consideradas partes. Obs.: SÚMULA 150 STJ Compete à Justiça Federal decidir sobre a existência de interesse jurídico que justifique a presença, no processo, da União, suas autarquias ou empresas públicas. “A jurisprudência do STJ consigna que o mero interesse econômico da União - fundado no art. 5º, parágrafo único, da Lei n. 9.469/97 - não é suficiente para atrair a incidência do art. 109, I, da Constituição Federal. Há que ser demonstrado o evidente interesse jurídico. Precedentes: REsp 1.306.828/PI, Rel. Ministro Humberto Martins, Segunda Turma, DJe 13.10.2014; EDcl no AgRg no CC 89.783/RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Primeira Seção, DJe 18.6.2010; AgRg no REsp 1.045.692/DF, Rel. Min. Marco Buzzi, Quarta Turma, julgado em 21.6.2012, DJe 29.6.2012.” - Manifestando a União interesse em intervir na lide que se processa perante a justiça estadual, os autos deverão ser remetidos ao juízo federal, para que lá seja decidida a possibilidade de intervenção. - Nesse caso, decidindo o juízo federal pela impossibilidade da intervenção, os autos retornarão ao juízo estadual, que não poderá reexaminar a decisão da justiça federal (Súmula 254 do STJ). - A intervenção anômala da União não tem o condão de deslocar automaticamente a competência para a Justiça Federal. Isso porque, segundo entendimento do STJ, o deslocamento somente deverá ocorrer caso seja demonstrado o legítimo interesse jurídico na demanda. - Embora refira a regra apenas à UNIÃO, tem-se entendido que a mesma aplica-se também às pessoas jurídicas de direito público estadual (STJ, AgRg na Pet 4.861/AL, rel. Min. Luiz Fux, 1ª T., j. 13.02.2007). PROCEDIMENTO:
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