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Recursos no Processo Civil

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Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
 
Sumário 
1. Apelação ............................................................................................................ 2 
1.1 Introdução ........................................................................................................ 2 
1.2 Exceções à regra do artigo 1.009 do CPC/15 ...................................................... 3 
1.3 Requisitos da apelação...................................................................................... 6 
1.4 Polêmicas referentes ao artigo 1.009 do CPC/15 ................................................ 8 
1.5 Peça do recurso de apelação ........................................................................... 14 
1.6 Efeito da apelação .......................................................................................... 20 
1.7. Poderes previstos no artigo 932 do CPC/15 .................................................... 25 
1.8. Honorários advocatícios ................................................................................. 29 
2. Agravo de Instrumento ..................................................................................... 31 
2.1 Hipóteses de cabimento de agravo de instrumento ......................................... 32 
2.2 Requisitos para interposição ........................................................................... 37 
2.3 Alterações trazidas pelo CPC/15 ...................................................................... 38 
 
 
 
 
Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
2 
 
1. Apelação 
Na aula de hoje serão estudados os recursos em espécie e o primeiro deles é o 
recurso de apelação. As regras a seu respeito estão compendiadas entre os artigos 1.009 e 
1.114 do CPC/15. A partir desse tratamento, a apelação passou a apresentar um perfil 
diferente em relação ao modelo anterior. 
1.1 Introdução 
O recurso de apelação é utilizado para impugnar sentença, seja ela terminativa ou 
definitiva. Enquanto a sentença terminativa possui lastro no art. 485, a definitiva é a que 
julga ou resolve o mérito com fundamento no art. 487. Independente de a sentença ser 
terminativa ou definitiva, a princípio, o recurso cabível é o de apelação. 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
I - indeferir a petição inicial; 
II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; 
III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar 
a causa por mais de 30 (trinta) dias; 
IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento 
válido e regular do processo; 
V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; 
VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; 
VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o 
juízo arbitral reconhecer sua competência; 
VIII - homologar a desistência da ação; 
IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por 
disposição legal; e 
X - nos demais casos prescritos neste Código. 
§ 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada 
pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as 
custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos 
honorários de advogado. 
§ 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em 
qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. 
§ 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, 
desistir da ação. 
§ 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. 
§ 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo 
autor depende de requerimento do réu. 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste 
artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. 
 
Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: 
I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; 
 
Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
3 
 
II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou 
prescrição; 
III - homologar: 
a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na 
reconvenção; 
b) a transação; 
c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. 
Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a 
decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de 
manifestar-se. 
 
1.2 Exceções à regra do artigo 1.009 do CPC/15 
A regra encontra-se positivada no caput do artigo 1.009. 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
Porém, a depender da situação concreta, a sentença poderá comportar outro 
recurso. Existem algumas exceções no ordenamento jurídico ao cabimento de apelação 
quanto a determinadas sentenças. 
 
 1ª exceção: falência (Lei nº 11.101/2005) 
Exemplo: Situação concreta envolvendo um crédito referente à União, à autarquia para ser 
informado perante um juízo universal de falência. 
 Quanto à falência, a Lei nº 11.101/2005, que é lei especial, previu a possibilidade do 
cabimento de agravo de instrumento. Tal possibilidade refere-se apenas aos casos de 
sentença de decretação de falência. Ou seja, se o juiz de direito julgar o pedido 
improcedente, também haverá uma sentença que comportará, a seu tempo, o recurso de 
apelação. 
 Logo, a depender do teor da sentença o recurso cabível será diferente. Ante a 
sentença de procedência, que decreta a falência, caberá agravo de instrumento e ante a 
sentença de improcedência do pedido de falência, caberá recurso de apelação. 
 Essa dualidade ocorre porque se houver a decretação da falência, serão necessárias 
algumas providências, tais como a arrecadação imediata dos bens e a publicação de editais 
comunicando aos credores a falência decretada. Assim, a razão do cabimento do agravo de 
instrumento é porque o processo físico fica em secretaria para que uma série de 
providências de cunho prático sejam observadas. 
 Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a 
improcedência do pedido cabe apelação. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art332§1
 
Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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 Caso a falência fosse decretada e o recurso cabível fosse a apelação, o processo teria 
que ser encaminhado ao Tribunal, em regra, com efeito suspensivo. Ademais, o Tribunal 
deveria adotar todas as providências enumeradas acima. Então, por conta do efeito prático, 
a própria Lei de Falência prevê que apenas no caso de quebra caberá agravo de instrumento 
da sentença. Por sua vez, se a sentença for de improcedência caberá apelação regularmente. 
Observação: Embora a matéria de falência seja maisdirecionada para a área estadual, 
também poderá ser importante para a área federal, como no exemplo acima. No 7º 
concurso para Juiz Federal do Estado do Rio, a prova cobrou uma sentença de despejo. 
Ninguém estuda a Lei de Locação para a uma prova para juiz federal, mas a banca pega uma 
pergunta que o candidato não está a par, com o objetivo de selecionar o candidato que está 
com uma visão conjunta sistemática melhor. 
 2ª exceção: execução fiscal de valor igual ou inferior a cinquenta ORTN 
Relativamente frequente na área federal, a legislação especial prevê que na decisão 
de execução fiscal de alçada  que é a execução fiscal que envolve um valor pequeno, de 
até 50 ORTN (lembrando que ORTN não existe mais e é necessário fazer a conversão)  o 
recurso cabível se chama “embargos infringentes” (artigo 34 da Lei nº 6.830/80). 
Art. 34 - Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou 
inferior a 50 (cinqüenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, só se 
admitirão embargos infringentes e de declaração. 
 § 1º - Para os efeitos deste artigo considerar-se-á o valor da dívida monetariamente 
atualizado e acrescido de multa e juros de mora e de mais encargos legais, na data da 
distribuição. 
 § 2º - Os embargos infringentes, instruídos, ou não, com documentos novos, serão 
deduzidos, no prazo de 10 (dez) dias perante o mesmo Juízo, em petição fundamentada. 
 § 3º - Ouvido o embargado, no prazo de 10 (dez) dias, serão os autos conclusos ao 
Juiz, que, dentro de 20 (vinte) dias, os rejeitará ou reformará a sentença. 
 
Observação: Não há mais previsão do recurso de “embargos infringentes” no novo CPC 
porque este, previsto no CPC/73, deixou de ser classificado como recurso e transformou-se 
em uma técnica automática. 
Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá 
prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que 
serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número 
suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às 
partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os 
novos julgadores. 
§ 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, 
colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão 
colegiado. 
 
Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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§ 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do 
prosseguimento do julgamento. 
§ 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento 
não unânime proferido em: 
I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, 
seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento 
interno; 
II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o 
mérito. 
§ 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: 
I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas; 
II - da remessa necessária; 
III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial. 
 
Porém, na lei especial, precisamente no artigo 34 da Lei nº 6.830/80 ainda existe 
outro recurso chamado “embargos infringentes”. Apesar do nome ser igual, os embargos 
infringentes da Lei de Execução Fiscal não são os mesmos que os antigos embargos 
infringentes previstos no CPC/73. 
 Logo, o caso de execução fiscal de alçada também consiste em uma exceção à regra, 
visto que, conforme a lei especial, o recurso cabível seriam os embargos infringentes ao 
mesmo órgão jurisdicional. É mais um exemplo de sentença que comporta um recurso que 
não é apelação. 
 3ª exceção: processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou 
organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada 
no País. 
Eventualmente, é possível que a sentença seja impugnada por meio de Recurso 
Ordinário ao STJ, existindo nesse caso duas peculiaridades. 
Normalmente, para atacar sentença proferida por Juiz Federal é cabível o recurso de 
apelação, cujo mérito será apreciado pelo TRF. No entanto, existe uma situação peculiar em 
que tal sentença comportará recurso ordinário ao invés de apelação. A segunda 
peculiaridade é que o mérito do recurso é analisado pelo STJ ao invés de o ser pelo TRF. 
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: 
II - pelo Superior Tribunal de Justiça: 
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. 
§ 1o Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões interlocutórias 
caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses 
do art. 1.015. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1015
 
Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
6 
 
Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea “b”, aplicam-se, quanto 
aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as disposições relativas à apelação 
e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. 
§ 1o Na hipótese do art. 1.027, § 1o, aplicam-se as disposições relativas ao agravo de 
instrumento e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. 
 
Embora existam outras hipóteses mais frequentes de recurso ordinário, a hipótese 
supracitada ocorrerá quando existir em um dos lados do processo um particular, uma pessoa 
física, uma pessoa jurídica de direito privado ou um Município e, no outro lado, um estado 
estrangeiro ou um organismo internacional, seja como autor ou réu. 
Essa demanda, que é proposta em primeiro grau, pode seguir o rito comum ou um 
rito especial. Porém, contra a sentença que a julgue será cabível recurso ordinário e, 
admitido o recurso, o mérito será apreciado pelo STJ. 
O recurso ordinário será interposto no juízo de origem e depois encaminhado ao STJ 
para que este Tribunal faça a admissibilidade e o exame de mérito. 
 4ª exceção: sentença proferida em juizado especial 
Ademais, há também a sentença do juizado, que não comporta apelação. A Lei afirma 
apenas que cabe recurso, não atribuindo um nome para tal. Dessa forma, o recurso cabível 
contra sentença proferida no âmbito do juizado é denominado de “recurso inominado”. 
Assim, não é possível interpor apelação no juizado. O “recurso inominado” deve ser 
interposto no prazo de 10 dias, mesmo que seja a Fazenda Pública em juizado federal ou 
fazendário. Ocorre que nestes juizados fazendários não há prazo em dobro, seja para 
litisconsortes, Defensoria Pública ou para a própria Fazenda Pública. 
Logo, excluídas algumas exceções pontuais, a apelação é o recurso próprio para 
impugnar sentença. 
1.3 Requisitos da apelação 
Quanto à tempestividade, a apelação é um recurso que deve ser interposto, em 
regra, no prazo de 15 dias. 
Observação: No NCPC, como regra, todos os recursos deverão ser interpostos no prazo de 
15 dias, com exceção dos embargos de declaração que deverão ser opostos em cinco dias. É 
importante ressaltar que lei especial pode prever outro prazo. O prazo do recurso inominado 
continuará sendo de dez dias, conforme a lei especial nº 9.099. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1027iib
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1027§1Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, 
a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério 
Público são intimados da decisão. 
§ 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para 
responder-lhes é de 15 (quinze) dias. 
 
Ademais, além do requisito da tempestividade (quinze dias), o recurso de apelação 
está submetido ao requisito do “preparo”. A necessidade do preparo está presente para 
quase todos os recursos, exceto um ou outro que a lei dispensa, como o embargo de 
declaração, o agravo em extraordinário e o agravo em especial, que são recursos um pouco 
diferentes do modelo anterior e estão previstos no artigo 1.042 do Novo CPC. 
Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal 
recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada 
na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em 
julgamento de recursos repetitivos. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) 
§ 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de 
origem e independe do pagamento de custas e despesas postais, aplicando-se a ela o 
regime de repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive quanto à possibilidade de 
sobrestamento e do juízo de retratação. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 
2016) 
§ 3o O agravado será intimado, de imediato, para oferecer resposta no prazo de 15 
(quinze) dias. 
§ 4o Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao 
tribunal superior competente. 
§ 5o O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o recurso 
especial ou extraordinário, assegurada, neste caso, sustentação oral, observando-se, 
ainda, o disposto no regimento interno do tribunal respectivo. 
§ 6o Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e especial, o 
agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido. 
§ 7o Havendo apenas um agravo, o recurso será remetido ao tribunal competente, e, 
havendo interposição conjunta, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça. 
§ 8o Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça e, se for o caso, 
do recurso especial, independentemente de pedido, os autos serão remetidos ao 
Supremo Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele dirigido, salvo se estiver 
prejudicado. 
 
Nota-se que, às vezes, a lei prevê quais são os recursos que não precisam de preparo. 
De qualquer forma, o preparo é regulado pelo artigo 1.007 NCPC. 
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido 
pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
sob pena de deserção. 
§ 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos 
interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, 
pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2
 
Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória 
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ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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§ 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a 
supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em 
autos eletrônicos. 
§ 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento 
do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu 
advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. 
§ 5o É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive 
porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o. 
§ 6o Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, 
por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. 
§ 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena 
de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar 
o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias. 
 
1.4 Polêmicas referentes ao artigo 1.009 do CPC/15 
Ao disciplinar o tema do recurso de apelação, a partir do artigo 1.009, o NCPC trouxe 
uma inovação por dispor que, além da sentença, o referido recurso também pode impugnar 
todas as decisões interlocutórias não sujeitas a agravo de instrumento. Ou seja, a amplitude 
do recurso foi aumentada ao possibilitar o questionamento de decisões interlocutórias não 
sujeitas ao agravo de instrumento, que no modelo do CPC/73 estariam sujeitas ao recurso 
denominado “agravo retido”. 
Exemplo: No curso de um processo judicial, uma das partes requer a expedição de uma carta 
rogatória para a Austrália. O pedido é indeferido pelo magistrado sob o argumento de que a 
parte estaria protelando e o pedido não seria relevante. O processo prossegue e, 
posteriormente, o magistrado indefere a produção de uma prova pericial ou a oitiva de uma 
testemunha antecipada, requerida pela mesma parte. No entanto, em razão do último 
indeferimento, a parte interpôs o recurso de agravo retido. O processo prosseguiu e o 
magistrado proferiu sentença de improcedência. A parte apela e a apelação recairá sobre a 
sentença. 
 O agravo retido, recurso abolido, quando interposto no curso da fase de 
conhecimento, tinha como finalidade evitar a preclusão da matéria. Tal recurso era 
interposto perante o juízo de primeiro grau, permitindo-se a retratação do magistrado após 
a oitiva da outra parte ou, em caso contrário, a manutenção da decisão, que, no entanto, 
não precluiria. 
 No modelo anterior, quando o agravo retido era interposto no momento adequado 
e, no próprio corpo da apelação, existia uma preliminar que incluía a reiteração do agravo 
retido interposto, ao invés do Tribunal só julgar na apelação a questão relativa à sentença, 
 
Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
9 
 
ele também julgaria a decisão interlocutória que indeferiu a prova testemunhal ou pericial. 
No que se refere à decisão que indeferiu a expedição de carta rogatória para a Austrália, 
ocorreu a preclusão. 
 Desse modo, no modelo antigo, o agravo retido era utilizado para evitar a preclusão 
das decisões. Isto é, no corpo da apelação, o interessado reiterava o agravo retido 
anteriormente interposto pleiteando a análise da preliminar. Na hipótese de ausência de 
interposição de agravo retido no momento adequado, todas as decisões do processo citado 
no exemplo acima estariam preclusas e a apelação só poderia discutir o conteúdo da 
sentença. 
 No entanto, o agravo retido foi eliminado ante a vigência do NCPC. Por isso e, 
considerando a ausência de necessidade de interposição do agravo retido, o processamento 
em primeirograu foi agilizado. 
 Conforme o modelo previsto no CPC/15, indeferidas a expedição de uma carta 
rogatória, a oitiva de uma testemunha ou a produção de prova pericial, a parte utilizará o 
disposto no artigo 1.015. Deve-se verificar se aquela decisão interlocutória está 
normatizada. Isto é, tal decisão configura hipótese de agravo de instrumento? Em caso 
positivo, o agravo deverá ser interposto. 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem 
sobre: 
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua 
revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias 
proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no 
processo de execução e no processo de inventário. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art373§1
 
Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória 
O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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Assim, diante de uma decisão interlocutória negativa, deverá se verificar se é uma 
das hipóteses de interposição de agravo de instrumento. Sendo o caso, este recurso deverá 
ser interposto sob pena de a matéria precluir. 
Observação: Para o professor, essa é uma lógica nefasta do CPC/15 por estimular a 
interposição de agravo de instrumento. Caso o advogado da parte acredite que a decisão 
está enquadrada nas hipóteses de agravo de instrumento, deverá interpor o recurso 
respectivo, objetivando evitar a preclusão. 
O CPC/15, nesse ponto, estimula a interposição de agravo de instrumento. Além de 
prever mais hipóteses do que o CPC/73, também prevê a preclusão na hipótese de não 
utilização do recurso no momento adequado. 
Por outro lado, não sendo caso de interposição de agravo de instrumento (hipóteses 
elencadas no artigo 1.015), a parte deverá aguardar. 
Exemplos de hipóteses não previstas no artigo 1.015: Indeferimento de produção de prova, 
de expedição de Carta Rogatória e negativa de homologação a negócio processual. 
Observação: O Mandado de Segurado deve ser utilizado quando a lei proíbe recurso ou não 
o prevê. O CPC/15 prevê recurso no caso acima, que é diferido. 
Conforme a opinião do juiz federal Rodolfo Hartmann, a jurisprudência não aceitará a 
proposição de Mandado de Segurança nas hipóteses supracitadas por existir uma 
sistemática recursal própria. Talvez, o máximo a ser feito será uma petição com 
requerimento de reconsideração do ato proferido. Mesmo que a reconsideração não seja 
obtida, todas as decisões interlocutórias não sujeitas a agravo de instrumento não irão 
precluir. 
A partir dessa sistemática, depreende-se que houve certa facilitação para o primeiro 
grau vez que as práticas anteriores de interposição de agravo retido, contraditório, e da 
decisão mantendo a primitiva tornaram-se desnecessárias. Agora, simplesmente a decisão 
não está preclusa, a parte irá aguardar e, no momento da apelação da sentença, fará um 
recurso levemente diferenciado, incluindo como preliminar sua irresignação ante as decisões 
interlocutórias não sujeitas a agravo de instrumento (artigo 1.009, §1º). 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não 
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser 
suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, 
ou nas contrarrazões. 
 
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Conclusão: Todas as decisões interlocutórias não sujeitas a agravo de instrumento 
podem ser incluídas no corpo da apelação. Na hipótese de cabimento de agravo de 
instrumento, este deverá ser utilizado sob pena de preclusão. Não restando configurada 
qualquer hipótese prevista no artigo 1.015, a parte deverá aguardar a sentença ser proferida 
e, na apelação, incluir a preliminar para discutir as decisões interlocutórias anteriores que 
não se sujeitaram ao recurso de agravo de instrumento. 
A dinâmica exposta acima foi criada visando a eliminação do agravo retido. O 
processamento em primeiro grau fica melhor, porém, no Tribunal haverá maior dificuldade, 
pois o recurso de apelação chegará mais robusto, no sentido de trazer mais argumentos. A 
sentença não será a única decisão impugnada, mas também as decisões interlocutórias 
anteriores, exceto as sujeitas a agravo de instrumento. 
Além disso, o CPC/15 admite tal dinâmica tanto no recurso de apelação quanto nas 
contrarrazões ao recurso de apelação. 
Exemplo: Autor faz o pedido de R$100.000,00 (cem mil reais), o magistrado profere decisão 
concedendo R$50.000,00 (cinquenta mil reais). O réu poderia apelar para reduzir o valor ou 
extingui-lo, porém, mesmo sem considerar a sentença adequada, não estava pensando em 
recorrer. Ocorre que, caso o autor queira apelar para aumentar o valor, o réu poderá utilizar 
suas contrarrazões também como “recurso adesivo”. 
Em caso de sucumbência recíproca, cada parte pode interpor autonomamente seu 
recurso. Por outro lado, o CPC/15 manteve o recurso interposto na modalidade adesiva 
desde que preenchidos os requisitos do artigo 997. O recurso de uma parte pode levar à 
possibilidade da outra aderir, visto que esta não recorreu autonomamente no seu próprio 
prazo, mas foi surpreendia com a interposição do recurso pela outra. Por isso, no ato de 
apresentação das contrarrazões o réu poderá utilizá-la também como um “recurso adesivo”. 
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com 
observância das exigências legais. 
§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir 
o outro. 
§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis 
as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no 
tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: 
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no 
prazo de que a parte dispõe para responder; 
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; 
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele 
considerado inadmissível. 
 
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Observação: A expressão correta não é “recurso adesivo”. Em verdade, o recurso é 
interposto adesivamente, ou seja, o recurso é interposto na modalidade adesiva. 
 Não há dúvida que o recurso interposto adesivamente seja recurso. Porém, de 
acordo com o CPC/15, há a possibilidade de nas próprias contrarrazões, não 
necessariamente havendo sucumbência, agir damesma forma. 
Exemplo: Existe um capítulo da sentença em relação ao qual a parte ré não está de acordo e 
que é pertinente a alguma decisão interlocutória anterior. A parte autora apela e a parte ré 
poderá trazer sua irresignação em preliminar das contrarrazões ao recurso de apelação. 
 Assim, é possível que o apelado tencione discutir alguma decisão interlocutória 
anterior no âmbito das contrarrazões de apelação, ao invés de apresentar um recurso 
autônomo. Nesse caso, as contrarrazões possuirão natureza recursal. Essa é uma novidade 
do CPC/15. As contrarrazões podem ter natureza recursal quando em seu bojo é discutida 
alguma decisão interlocutória não sujeita a agravo de instrumento. 
 Destaque-se que são três situações diversas: i. sucumbência recíproca com apelações 
autônomas do autor e do réu; ii. sucumbência recíproca com apelação do autor ou réu e 
interposição de recurso na modalidade adesiva pela outra parte e; iii. apresentação de 
questionamento quanto a alguma decisão interlocutória não sujeita a agravo de instrumento 
em sede de contrarrazões da apelação. 
 O CPC/15 traz a possibilidade da situação iii, permitindo que o apelado apresente sua 
irresignação quanto a uma decisão interlocutória não sujeita a agravo. Nesse caso, as 
contrarrazões terão natureza recursal, conforme defendido pela doutrina. Tanto o é que o 
artigo 1.009, §2º, prevê que, nessa hipótese, haverá contrarrazões das contrarrazões. Isso se 
deve justamente ao fato de que a primitiva possui feição recursal. 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não 
comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser 
suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, 
ou nas contrarrazões. 
§ 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente 
será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. 
Exemplo: Apelação do autor para impugnar a sentença. O réu apresenta contrarrazões e, em 
seu âmbito, introduz o requerimento para discutir decisão interlocutória anterior. Há feição 
recursal vez que o Tribunal só irá analisar a decisão interlocutória porque a parte ré 
apresentou contrarrazão com tal finalidade (artigo 1.009, §1º). Logo, se essas contrarrazões 
 
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possuem natureza recursal, nada mais justo do que possibilitar a manifestação da outra 
parte. Por isso, foram previstas as contrarrazões das contrarrazões (artigo 1.009, §2º). 
Observação: Conforme o CPC/15, ao juiz é facultado reduzir o valor da causa de ofício, 
automaticamente (artigo 292, §3). 
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: 
§ 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que 
não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico 
perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas 
correspondentes. 
Exemplo retirado do livro do Professor Alexandre Câmara para ilustrar os §§1º e 2º do 
artigo 1.009: Autor propõe demanda e declara o valor da causa como sendo de cem mil 
reais. O juiz profere uma decisão interlocutória reduzindo o valor de cem mil para dez mil 
reais com a devida fundamentação. Porém, o advogado da parte que propôs a demanda 
pagou a taxa judiciária referente ao valor de cem mil e acredita que o juiz estaria equivocado 
vez que o conteúdo econômico seria realmente o apontado pelo autor. Por isso, apresenta 
requerimento de reconsideração quanto a tal ato decisório. 
Como a decisão que modifica o valor da causa não é prevista no artigo 1.015, esta 
não estará preclusa. Se o juiz acolher o pedido do autor, os honorários serão fixados entre 
10 e 20% sobre o valor da causa ou sobre o valor da condenação. Se o primeiro critério for a 
fixação sobre o valor da causa, resta evidente o interesse recursal de manter o valor da 
causa maior, requerido pela parte. O processo prossegue e o pedido do autor é acolhido, 
julgado procedente. Posteriormente, o réu apela da sentença e, nesse momento, surge a 
possibilidade de o autor apresentar contrarrazões, incluindo a preliminar para discutir a 
decisão interlocutória que modificou o valor da causa. Essas contrarrazões terão natureza 
recursal vez que se não fossem utilizadas, o Tribunal não analisaria o tema. Por isso, nada 
mais óbvio do que possibilitar à outra parte o contraditório por meio do oferecimento de 
contrarrazões das contrarrazões. 
 Por outro lado, poderá ocorrer uma situação complicada no exemplo acima. O autor 
poderá pensar da seguinte forma: “E se o réu não recorrer? Porque se ele o fizer, poderei 
apresentar as contrarrazões trabalhando a decisão interlocutória que me foi desfavorável. 
Porém, se o réu não apelar eu vou aceitar os honorários sobre dez mil reais?”. 
 Os autores que escrevem sobre o tema, afirmam que, de acordo com o CPC/15, em 
caráter excepcional, mesmo que o autor não tenha interesse algum em apelar da sentença, 
mas ainda assim, se estiver insatisfeito com uma decisão interlocutória não sujeita a agravo, 
poderá apelar. Nesse caso, a apelação será referente à preliminar para questionar a decisão 
 
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interlocutória anterior. Quanto ao mérito da sentença, não há qualquer requerimento de 
modificação vez que não há sucumbência, não há interesse em impugnar aquela decisão. 
 Observe-se que isso é apenas uma exceção, mas a apelação eventualmente pode ser 
utilizada para impugnar decisão interlocutória. Até mesmo em razão da boa-fé e da lealdade 
processual, não faz sentido a utilização de uma apelação protelatória se o intuito é discutir a 
decisão interlocutória anterior e não a sentença. 
Então, o meio doutrinário já defende que o autor poderia aguardar a apelação do réu 
para discutir o tema da decisão interlocutória ou ele mesmo poderia apelar reconhecendo 
que sua impugnação é referente à decisão interlocutória que reduziu o valor da causa. 
Para Rodolfo Hartmann, embora essa ideia seja muito diferente da sistemática do 
CPC/73, ela é crível e razoável dentro daquilo que o CPC/15 propõe, vez que se não há 
naquele momento um recurso para ser utilizado e se não há interesse para recorrer da 
sentença, como a parte poderia agir? Ficar à sorte do outro? Logo, esta parece ser a solução 
correta, isto é, uma apelação para questionar apenas uma decisão interlocutória. 
1.5 Peça do recurso de apelação 
 A peça do recurso de apelação atenderá às formalidades previstas no artigo 1.010 do 
CPC. 
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, 
conterá: 
I - os nomes e a qualificação das partes; 
II - a exposição do fato e do direito; 
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; 
IV - o pedido de nova decisão. 
§ 1o O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) 
dias. 
§ 2o Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para 
apresentar contrarrazões. 
§ 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal 
pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade. 
 A apelação fica entranhada nos autos ao invés de ficar em apenso. Por conta disso, a 
necessidade e a utilidade de nova qualificação das partes poderia ser questionada,vez que 
na peça inicial já estariam presentes as qualificações do autor e do réu. Assim, caso a 
apelação seja apresentada pelo o autor ou réu não há necessidade de nova qualificação. 
 
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Em realidade, quando o artigo 1.010 refere-se à qualificação, está tratando de 
recurso interposto por terceiro. O terceiro estranho ao processo que interpõe o recurso 
deverá se qualificar. 
 Logo, não haverá vício formal caso autor/réu apele e disponha da seguinte forma em 
seu recurso: “Autor/réu, já qualificado nos autos desse processo...”. 
Observação: Existe uma praxe de fazer duas petições, uma para interposição e outra com as 
razões de recurso. 
 “1ª petição: Senhor Juiz Federal da Vara ..., processo nº ..., vem interpor 
recurso de apelação com as razões em anexo ... Termos em que pede 
deferimento... assinatura”. 
 “2º petição (em anexo): Egrégio Tribunal... Colenda Câmara... Razões do 
Recurso... Requerimento para admitir as razões do recurso e dar provimento... 
Termos em que pede deferimento... assinatura”. 
 Essa é uma praxe antiga, que vêm do código anterior ao CPC/73, e ainda produz 
resquício no CPP. Tal praxe advém da ideia de existir um prazo para interpor o recurso e 
outro prazo para a apresentação das razões, daí a necessidade de duas peças, uma para 
interpor o recurso e a outra para apresentar as razões. 
Porém, essa ideia foi abolida no CPC/73 e também não consta no CPC/15. Então, isso 
é um hábito no âmbito do Processo Civil que alguns patronos mantêm de trazer em uma 
petição a folha de interposição e no mesmo momento, outra folha para as razões recursais. 
 Tal prática não é necessária. Caso o advogado prefira, poderá fazer uma peça única 
dirigida ao juízo de primeiro grau e, ao final, no requerimento, solicitar a intimação do réu 
para contrarrazoar, a remessa dos autos ao Tribunal para a realização do juízo de 
admissibilidade e do provimento. Para prova de concurso, que envolva a elaboração de peça 
processual, é melhor trabalhar com formato único. 
 Enfim, formatada a peça da apelação, esta é apresentada ao juízo de primeiro grau, 
que, a depender da situação concreta, logo após a apresentação de tal peça, poderá fazer 
um juízo de retratação, mesmo antes da citação do réu. 
Exemplo: Indeferimento da inicial e improcedência liminar. Como em tais casos o réu ainda 
nem foi citado, não há necessidade de sua intimação. Apresentado o recurso e ausente a 
retratação do juízo, o réu será citado para apresentar contrarrazões. 
 
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Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo 
de 5 (cinco) dias, retratar-se. 
§ 1o Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso. 
§ 2o Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a 
correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334. 
§ 3o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença. 
 
CAPÍTULO III 
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da 
citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça 
em julgamento de recursos repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de 
assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
§ 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, 
desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. 
§ 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, 
nos termos do art. 241. 
§ 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. 
§ 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a 
citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para 
apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. 
 Caso o juiz faça sua retratação, a sentença terminativa é cassada e o processo é 
reaberto. Porém, se não houver retratação, o réu será citado para contraditar. 
 Ademais, em qualquer caso de sentença terminativa, haverá juízo de retratação na 
apelação (artigo 485, §7º). Logo, após a apresentação do recurso há a possibilidade de se 
realizar o juízo de retratação. 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
§ 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, 
o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. 
No modelo do CPC/73, a apelação sofria em 1º grau dois juízos de admissibilidade, o 
primeiro após a interposição do recurso e o segundo após a apresentação de contrarrazões 
pelo réu. Isto é, quando o recurso de apelação era apresentado em primeiro grau, o juiz 
deveria fazer um juízo de admissibilidade. Caso o recurso fosse inadmitido, caberia agravo 
de instrumento. Caso fosse admitido, a próxima fase era a apresentação de contrarrazões do 
réu e, posteriormente, era realizado um novo juízo de admissibilidade e o recurso 
encaminhado para o Tribunal. Chegando ao Tribunal, haveria um novo juízo de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art241
 
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admissibilidade. A apelação configurava um dos casos de recurso com admissibilidade 
bipartida. 
Observação: Os recursos com admissibilidade bipartida são aqueles nos quais o juízo de 
admissibilidade é realizado de forma bipartida por um órgão e por outro posteriormente, ou 
seja, em uma instância e em outra instância. Ainda há previsão de recursos com 
admissibilidade bipartida no CPC/15. 
No modelo do CPC/15, recurso extraordinário e recurso especial continuam sendo de 
admissibilidade bipartida. Isso porque existe uma admissibilidade feita pelo tribunal de 
origem e, posteriormente, uma nova admissibilidade feita pelo tribunal superior. No 
entanto, houve modificação quanto ao recurso de apelação. 
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, 
conterá: 
§ 1o O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 
(quinze) dias. 
§ 2o Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para 
apresentar contrarrazões. 
§ 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao 
tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade. 
Interposto o recurso, após as razões recursais, eventualmente haverá retratação. Em 
regra, a apelação não tem juízo de retratação, assim após as razões e oferecidas as 
contrarrazões, os autos devem ser remetidos ao Tribunal, independentemente de 
admissibilidade. 
De acordo com o novo perfil do recurso de apelação, a gestão do recurso melhorou 
em primeiro grau porque agora não há mais agravo retido. Logo, o juiz de primeiro grau não 
precisa maisouvir a outra parte em sede de contrarrazões de agravo retido e também não 
faz mais o juízo de admissibilidade do recurso de apelação. 
Então, a parte apresenta o recurso na Vara de origem, contrarrazões serão oferecidas 
(lembre-se que há a possibilidade de contrarrazões das contrarrazões quando na primeira 
houver feição recursal) e os autos são remetidos ao Tribunal. 
Mesmo que haja falta de preparo, intempestividade ou manifesta ilegitimidade, o 
magistrado não deverá inadmitir o recurso na origem, vez que não haveria outro recurso 
para impugnar tal decisão. Haveria uma saída apenas se a jurisprudência começasse a 
caminhar no sentido do cabimento excepcional de agravo de instrumento. Do contrário, não 
haveria recurso previsto em lei para impugnar um ato do juiz de primeiro grau que inadmitiu 
o recurso de apelação. 
 
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Enfim, o juiz de primeiro grau não deve fazer o juízo de admissibilidade da apelação, 
restringindo-se a colher razões, contrarrazões e remeter ao Tribunal para que este realize a 
admissibilidade e, se eventualmente, verifique algo como a falta de preparo, determinará as 
providências necessárias para a regularização. 
Observação: O professor Rodolfo Hartmann é juiz federal e afirma que caso passe a atuar 
em sede de juízo cível federal, incluirá na própria sentença que “havendo recurso de uma 
das partes, intime-se a outra para a apresentação de contrarrazões” e também a 
determinação de remeter ao Tribunal, ao invés de fazer um despacho apenas para a 
intimação do apelado em caso de eventual interposição de apelação. Há a possibilidade de 
economizar dois despachos, pois não é função do juiz de primeiro grau realizar o juízo de 
admissibilidade. 
 Retornando à dinâmica do primeiro grau, a parte interporá o recurso de primeiro 
grau e, na sequência, o juiz intimará a parte contrária para contrarrazoar. Tais contrarrazões 
podem trazer a discussão quanto a alguma decisão interlocutória anterior (artigo 1.009, 
§1º). Nesse ponto, é factível que na sentença apelada exista uma sucumbência recíproca, o 
que torna possível a interposição da apelação autônoma de ambos. 
 Caso uma das partes não recorra na expectativa de que a decisão seja mantida, 
mesmo que esta não seja a decisão mais adequada para um ou para o outro, poderá existir 
uma expectativa quebrada pela interposição do recurso da parte contrária. 
 Por isso, o CPC/15 manteve a previsão do recurso na modalidade adesiva, cuja 
disciplina está contida no seu artigo 997. Conforme a interpretação literal de tal artigo, a 
interposição adesiva do recurso só poderá ocorrer em três recursos, quais sejam: a apelação, 
o recurso extraordinário e o recurso especial. 
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com 
observância das exigências legais. 
§ 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá 
aderir o outro. 
§ 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe 
aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e 
julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: 
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, 
no prazo de que a parte dispõe para responder; 
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; 
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele 
considerado inadmissível. 
 Além disso, é necessário também analisar a questão relativa à sucumbência recíproca 
para diferenciar da hipótese em que se utiliza a apelação para discutir uma decisão 
 
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interlocutória anterior (exemplo dado anteriormente relacionado à redução do valor da 
causa de ofício pelo juiz que interferiu nos honorários advocatícios). 
 De acordo com o artigo 997, o prazo para a interposição do recurso, nessa 
modalidade, é o mesmo das contrarrazões. A interposição daquele se dá no mesmo 
momento das contrarrazões, considerando o prazo de quinze dias úteis. 
Prosseguindo com a dinâmica recursal: Interposto o recurso adesivamente, são 
oferecidas contrarrazões ao referido recurso e, posteriormente, remetem-se os autos ao 
Tribunal com os dois recursos. 
Não houve modificação brusca com relação ao estudo do tema do recurso em 
modalidade adesiva, que continua sendo subordinado ao principal, de modo que, chegando 
o processo no Tribunal, se o recurso principal for inadmitido, também o será o recurso 
interposto adesivamente. 
Dessa forma, manteve-se a subordinação do recurso interposto adesivamente ao 
recurso principal no CPC/15. Caso o recurso principal seja inadmitido, a mesma sorte 
ocorrerá com o recurso adesivo. 
Observação: Deve-se evitar a expressão “recurso adesivo” em provas de concurso. A 
expressão ideal é “recurso interposto adesivamente”. 
Após a interposição do recurso e a colheita das contrarrazões, os autos são 
encaminhados ao Tribunal. Nesse momento, a princípio, é possível que ocorra uma 
distribuição por meio de sorteio. No entanto, há a possibilidade de já existir um recurso 
anterior no âmbito daquele processo, como um agravo de instrumento, que tenha sido 
apreciado por uma determinada Turma do TRF, com um relator específico. Nessa hipótese, o 
recurso será distribuído diretamente para um órgão pré-determinado. 
Nesse caso, a Turma, a Câmara e o desembargador relator estariam preventos para 
todos os demais recursos interpostos no processo. Embora tal previsão já existisse em 
regimentos de Tribunais, passou a estar presente no CPC/15. 
Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, 
observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade. 
Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o 
relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em 
processo conexo. 
O artigo 930, parágrafo único, contém uma regra de prevenção. Observe-se que a 
redação do artigo poderá trazer algumas dúvidas, vez que dispõe que o relator também está 
 
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O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula 
ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros 
doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 
 
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prevento. O professor afirma que a interpretação correta deveria ser de que o órgão estará 
prevento e, enquanto o desembargador estiver naquele órgão, ele continuará como relator. 
Porém, não é razoável que caso o desembargador relator não atue mais naquele órgão, 
continue prevento. 
Exemplo: Um recurso foi distribuído para a Segunda Câmara Cível e três meses depois o 
desembargador que foi o relator do referido recurso passa a atuar em uma Câmara Criminal. 
1.6 Efeito da apelação 
Ocorreram algumas mudanças quanto aos efeitos da apelação. No início da 
tramitação do CPC/15, a proposta era que a apelação fosse dotada, em regra, apenas com 
seu efeito devolutivo, o que seria extremamente produtivo vez que a sentença já possuiria 
uma eficácia que permitiria o cumprimento provisório. 
Porém, no curso da tramitação do Código, o Congresso manteve a sistemática 
anterior e o recurso de apelação continuou dotado do duplo efeito, isto é, o efeito 
devolutivoe o suspensivo. O efeito devolutivo permite que o conhecimento da matéria 
impugnada seja devolvido a outro órgão do Poder Judiciário. Já o efeito suspensivo 
possibilita que, provisoriamente, a decisão impugnada não produza efeitos em razão da 
suspensão de sua eficácia até o julgamento do recurso. 
O duplo efeito da apelação é disciplinado no artigo 1.012 do CPC/15. Destaque-se 
que embora tal artigo faça menção expressa apenas ao efeito suspensivo, considerando que 
a apelação será julgada por um Tribunal, o efeito devolutivo foi mantido. 
O caput do artigo 1.012 dispõe sobre a regra do duplo efeito e os incisos preveem as 
exceções, que são praticamente iguais às do modelo anterior, em que a apelação terá 
apenas o efeito devolutivo. 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos 
imediatamente após a sua publicação a sentença que: 
I - homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - condena a pagar alimentos; 
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do 
executado; 
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI - decreta a interdição. 
§ 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento 
provisório depois de publicada a sentença. 
 
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§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser 
formulado por requerimento dirigido ao: 
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua 
distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; 
II - relator, se já distribuída a apelação. 
§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo 
relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo 
relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. 
Embora o inciso VI seja uma novidade no capítulo da apelação, o CPC/73 já previa a 
questão da interdição em capítulo próprio. A interdição é tratada no Código antigo e no 
novo como um procedimento especial de jurisdição voluntária. O CPC/15 apenas fez o 
ajuste, retirou a previsão dos procedimentos da interdição e acrescentou no artigo 1.012, 
que possui uma disciplina mais exaustiva. 
Além disso, a redação do inciso V também é bastante positiva. Segundo tal previsão, 
a apelação não terá efeito suspensivo nos casos em que a sentença confirma, concede ou 
revoga a tutela provisória. O CPC/73 só previa a confirmação. 
 É comum que o magistrado conceda a tutela antecipada na sentença. No entanto, o 
CPC/15 não utiliza o termo “tutela antecipada” desacompanhado. A tutela antecipada é uma 
espécie de tutela provisória. Então pode até ser uma tutela antecipada que será chamada de 
tutela provisória de urgência antecipada, conforme a metodologia do CPC. 
 No modelo anterior, o juiz concedia a tutela antecipada na própria sentença, prática 
que era questionada pela falsa percepção de que a tutela antecipada não estaria 
“antecipando” nada. Em verdade, quando o juiz concedia a tutela antecipada na sentença, 
ou, conforme o CPC/15, a tutela provisória na própria sentença, teria como razão a 
impossibilidade de contradição do CPC. 
 O Processo Civil é uma das matérias mais sistemáticas do direito, vez que qualquer 
modificação acarreta enorme repercussão. 
Exemplo: Tício ingressa em uma vara previdenciária e solicita tutela antecipada para a 
implementação de benefício previdenciário. Caso a tutela antecipada fosse concedida, o juiz 
estaria trabalhando com a cognição sumária e com a probabilidade de o autor estar com a 
razão. 
Citado, o INSS interpõe agravo de instrumento (até porque caso este não seja 
interposto, o processo é extinto e a decisão torna-se estável), e o recurso terá efeito 
devolutivo. Para que o agravo tenha efeito suspensivo, deverá haver requerimento ao 
relator nesse sentido. Logo, se o juiz conceder a tutela antecipada no início do processo 
 
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apenas com cognição sumária, produzirá uma decisão que já possuirá eficácia e poderá ser 
cumprida. 
Por outro lado, caso o juiz decida prestigiar o contraditório, poderá indeferir a tutela 
antecipada naquele momento e, após o aprofundamento da cognição, perceber que após a 
devida produção de provas a parte demonstrou a necessidade de procedência do pedido, 
com a condenação do INSS. O recurso cabível seria o de apelação. 
 A grande contradição ilustrada pelo exemplo supracitado reside no fato de que não 
há lógica de uma decisão com cognição menor poder produzir efeitos enquanto a sentença 
não o faz. Isto é, quando o juiz concede a tutela antecipada em cognição sumária, a 
princípio, a decisão seria cumprida porque o agravo de instrumento não é um recurso que 
possui efeito suspensivo em regra. Por outro lado, quando o juiz concede a tutela antecipada 
após cognição exauriente, em sede de sentença, o recurso cabível é apelação, que tem 
efeito suspensivo. 
 Há mais de quinze anos a jurisprudência dos Tribunais Superiores permite e utiliza 
essa nomenclatura de o juiz conceder a tutela antecipada na própria sentença. Assim, 
quando o juiz concede a tutela antecipada na própria sentença existe um reconhecimento 
de que esta deveria ter sido concedida e uma forma de ajuda ao autor porque caso a outra 
parte recorra, o capítulo da decisão referente à tutela antecipada já produzirá efeitos 
imediatamente. 
Conclui-se que a finalidade da concessão da tutela antecipada no momento da 
sentença é a de retirar o efeito suspensivo da apelação sobre esse capítulo, permitindo seu 
cumprimento imediato. 
 A partir da mencionada situação adveio o raciocínio expresso no inciso V do §1º do 
artigo 1.012 do CPC/15, que admite que o juiz possa conceder, confirmar ou revogar a tutela 
antecipada na própria sentença. 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos 
imediatamente após a sua publicação a sentença que: 
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
 A concessão ocorre quando a tutela antecipada foi requerida antes, negada por 
decisão interlocutória e deferida na sentença. A confirmação ocorre quando a tutela 
antecipada já foi concedida anteriormente e a revogação ocorrerá quando no início do 
processo a tutela antecipada foi deferida e ao final do processo o magistrado indefere o 
 
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pedido, revogando a tutela antecipada. Assim, se houver apelação, o capítulo da tutela 
antecipada não sofrerá efeito suspensivo, possuindo eficácia automática. 
Exemplo: Processo com solicitação de concessão de um benefício pelo INSS no qual o juiz 
concedeu a tutela antecipada liminarmente e ao final julgou improcedente. O pagamento 
deve ser cassado imediatamente. 
 No momento da sentença já existe cognição exauriente e juízo de certeza. O juízo de 
certeza “derruba” a decisão anterior em cognição sumária. Logo, o CPC/15 fez um ajuste 
defendido anteriormente pela doutrina ao acrescentara confirmação e a revogação da 
tutela antecipada. 
 O aluno não pode confundir a previsão do artigo 1.012, §1º, V com a do artigo 1.015, 
I. Este afirma que cabe agravo de instrumento da decisão interlocutória que verse sobre 
tutela provisória. 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que 
versarem sobre: 
I - tutelas provisórias; 
 Não seria possível imaginar que na mesma folha de papel houvesse um capítulo 
sentença e um capítulo de decisão interlocutória? Embora esse raciocínio já tenha sido 
defendido, a jurisprudência e o CPC adotaram posicionamento oposto no sentido de que 
tudo faz parte da sentença, existindo apenas a diferenciação entre capítulos. Dessa forma, 
não são cabíveis recursos diferentes. Existe uma decisão decomposta em capítulos distintos 
e o recurso cabível é o de apelação (artigos 1.012, §1º, I e 1.013, §5º). Logo, não é cabível 
agravo de instrumento nessa hipótese e, em regra, a apelação não tem efeito suspensivo. 
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria 
impugnada. 
§ 5o O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é 
impugnável na apelação. 
 Então, no caso do exemplo de revogação da tutela antecipada que concedeu o 
benefício previdenciário ao autor, o INSS pode parar de pagar o benefício. A apelação, nesse 
caso, só tem efeito devolutivo. Para sustar a eficácia da sentença, o autor deverá tentar 
obter o efeito suspensivo na apelação para neutralizar a eficácia da sentença. 
No modelo do CPC/73, para a obtenção do efeito suspensivo, o interessado se valia 
de um processo cautelar atípico, de uma cautelar inominada. A utilização de tal cautelar era 
muito comum no âmbito de recursos especiais e extraordinários, vez que não são dotados 
 
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de efeito suspensivo na origem. O CPC/15 eliminou o processo cautelar, mantendo apenas a 
cautelar antecipada de produção de provas (artigos 381 a 387 do CPC). 
Muitas vezes o CPC exclui nomenclaturas e não inova, mantendo uma dinâmica 
parecida. Ao invés de utilizar uma cautelar atípica, a parte interessada deve fazer um pedido 
de concessão de efeito suspensivo. Isto é, deve ser feita uma petição requerendo o efeito 
suspensivo ao recurso. Mesmo que similar a uma cautelar autônoma, tal nomenclatura não 
deverá ser utilizada. 
Artigo 1.012 § 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de 
cumprimento provisório depois de publicada a sentença. 
§ 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser 
formulado por requerimento dirigido ao: 
I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua 
distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; 
II - relator, se já distribuída a apelação. 
§ 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o 
apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a 
fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. 
Como a sentença já produz efeitos a partir de sua publicação, nesse momento o 
interessado já pode protocolar uma petição buscando o efeito suspensivo para a apelação. 
Essa dinâmica será a mesma com recurso extraordinário e especial. Chegando ao Tribunal, 
haverá livre distribuição do requerimento, exceto se a Turma já estiver preventa em razão 
de recurso anterior naquele processo. A petição será autuada, terá um número e 
possivelmente distribuída com um pedido acautelatório. Porém, mesmo que o 
procedimento seja similar ao de uma cautelar, a CPC/15 extinguiu a nomenclatura. 
Observação: A petição precisará ser muito bem instruída, provavelmente com cópia das 
principais peças do processo, para que o desembargador consiga analisar devidamente o 
pedido e conceder o efeito suspensivo. 
 Assim, a forma do interessado conseguir o efeito suspensivo na apelação é por meio 
do requerimento direto ao Tribunal previsto no artigo 1.012, §3º. A decisão do requerimento 
é monocrática e contra ela qualquer das partes poderá interpor agravo interno (artigo 
1.021). Da decisão do agravo interno, vislumbrando-se ofensa à legislação federal ou à 
Constituição, já são cabíveis recurso especial e/ou recurso extraordinário. 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o 
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do 
regimento interno do tribunal. 
 
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 A referida hipótese ocasiona uma pirâmide invertida. Antes mesmo de a decisão 
chegar ao Tribunal com a apelação, já é possível a interposição de agravo interno contra a 
decisão do requerimento do efeito suspensivo caso esta seja monocrática. Após a decisão do 
agravo interno, entendendo-se que houve violação à lei federal, caberá recurso especial, 
bem como recurso extraordinário caso se vislumbre ofensa à Constituição. Esses recursos 
não ficarão retidos, podendo ser remetidos aos Tribunais Superiores. Nesse meio tempo, a 
apelação está chegando ao Tribunal para ser julgada. 
 Então, embora algumas ideias pareçam ser boas, precisam ser testadas na prática. O 
próprio CPC/15 afirma que o CNJ deverá fiscalizar se o Código está atingindo o desiderato de 
acelerar a prestação jurisdicional, melhorando a qualidade e a produtividade. 
Art. 1.069. O Conselho Nacional de Justiça promoverá, periodicamente, pesquisas 
estatísticas para avaliação da efetividade das normas previstas neste Código. 
 
1.7. Poderes previstos no artigo 932 do CPC/15 
No Tribunal, o relator deterá os poderes do artigo 932 do CPC/15 (equivalente ao 
antigo artigo 547 do CPC/73). A redação do artigo 932 é muito melhor, deixando muito 
claros os poderes do relator conforme o CPC/15. 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de 
prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; 
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de 
competência originária do tribunal; 
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha 
impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; 
IV - negar provimento a recurso que for contrário a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do 
próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de 
Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou 
de assunção de competência; 
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao 
recurso se a decisão recorrida for contrária a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do 
próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de 
Justiça em julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou 
de assunção de competência; 
VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este 
for instaurado originariamente perante o tribunal; 
 
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VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; 
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. 
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o 
prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a 
documentação exigível. 
Em um primeiro momento, o relator poderá inadmitir o recurso de apelação. Porém, 
uma das propostas do Código é a primazia da análise do mérito, seja do processo ou do 
recurso. 
Observação: Não é errado falar em “mérito recursal”, pois há mérito no recurso. Há inclusive 
quem afirme que recurso é ação e para esses basta lembrar que como recurso deve ter 
legitimidade e interesse, da mesma forma que a ação. Aqui se adota a doutrina majoritária 
que aduz que as condições da ação permanecem e que isso não virou pressuposto 
processual. 
Como o motivo do processo novo é ter uma carga instrumental, antes de inadmitir o 
recurso, o desembargador deverá intimar a parte para a regularização recursal caso o vício 
seja sanável. 
Poderá sim extinguir desde logo na hipótese de intempestividade. Por outro lado, 
caso existam vícios sanáveis, antes de proferir decisão monocrática inadmitindo, caberá ao 
relator intimar a parte para a regularização. Dessa forma, a proposta do Código é manter o 
foco na instrumentalidade do processo e, caso o vício seja relacionado com a 
admissibilidade, o artigo 932 deixa evidente que deverá haver intimação para a 
regularização. 
Exemplo: Ausência ou insuficiência de preparo. Intima-se para pagar o restante ou em 
dobro, como forma de punição para a ausência de preparo. 
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando 
exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de 
retorno, sob pena de deserção. 
§ 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os 
recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos 
Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. 
§ 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, 
implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a 
supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo 
em autos eletrônicos. 
§ 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o 
recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na 
pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. 
 
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§ 5o É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, 
inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o. 
§ 6o Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de 
deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o 
preparo. 
§ 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da 
pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, 
intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias. 
Exemplo: Um recurso é interposto e, durante seu processamento, a procuração do 
advogado que interpôs perde sua validade. O desembargador pode analisar o recurso, uma 
vez que no momento da interposição a procuração era válida. Porém, para possibilitar 
eventual sustentação oral, o desembargador o intimará para a apresentação de nova 
procuração válida. 
 Não sendo caso de inadmissão, apresentadas as razões e as contrarrazões, o 
desembargador já pode decidir o mérito, dando ou negando provimento ao recurso. 
Contra decisão monocrática, o recurso cabível é o agravo interno que é disciplinado 
no artigo 1.021 do NCPC. De decisão monocrática dando ou negando provimento ao recurso 
de apelação há possibilidade de o vencido interpor o agravo interno em 15 dias. 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o 
respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do 
regimento interno do tribunal. 
§ 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os 
fundamentos da decisão agravada. 
§ 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-
se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo 
retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em 
pauta. 
§ 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão 
agravada para julgar improcedente o agravo interno. 
§ 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou 
improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, 
condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do 
valor atualizado da causa. 
§ 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito 
prévio do valor da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário 
de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. 
 Porém, quando o relator recebe o recurso é possível que ocorram diversas situações, 
tais como: 
i. O autor perde e, por ocasião da interposição da apelação, requer gratuidade de justiça. 
 
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 Se houver requerimento de gratuidade de justiça em recurso, o relator deverá 
analisar tal questão preliminarmente, pois isto refletirá no preparo. A decisão gera um 
pouco mais de segurança ao recorrente visto que, no modelo anterior, a parte deveria pagar 
o preparo antes da apreciação do pedido. 
Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de 
sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na 
sentença, contra a qual caberá apelação. 
§ 1o O recorrente estará dispensado do recolhimento de custas até decisão do 
relator sobre a questão, preliminarmente ao julgamento do recurso. 
ii. O desembargador relator entende que há necessidade de produção de alguma prova. 
Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do 
mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão. 
§ 3o Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o 
julgamento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, 
decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução. 
Exemplo: O autor solicita a produção de uma prova pericial na fase de conhecimento e o juiz 
nega. Trata-se de decisão interlocutória não sujeita a agravo instrumento. O processo 
prosseguiu, a sentença foi de improcedência e o autor perdeu. Em razão disso, o autor apela 
e, em preliminar do recurso, quer discutir a decisão interlocutória anterior. 
Nesse caso, o desembargador verifica que a parte afirma que a prova pericial é apta a 
modificar toda a situação. Qual será a lógica de dar provimento a um recurso, anular a 
sentença, baixar o processo para produzir prova que ensejará outra sentença e outro 
recurso? 
O CPC/15 inova ao possibilitar que o relator suspenda o julgamento do recurso, 
determine a produção da

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