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Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. Sumário 1. Apelação ............................................................................................................ 2 1.1 Introdução ........................................................................................................ 2 1.2 Exceções à regra do artigo 1.009 do CPC/15 ...................................................... 3 1.3 Requisitos da apelação...................................................................................... 6 1.4 Polêmicas referentes ao artigo 1.009 do CPC/15 ................................................ 8 1.5 Peça do recurso de apelação ........................................................................... 14 1.6 Efeito da apelação .......................................................................................... 20 1.7. Poderes previstos no artigo 932 do CPC/15 .................................................... 25 1.8. Honorários advocatícios ................................................................................. 29 2. Agravo de Instrumento ..................................................................................... 31 2.1 Hipóteses de cabimento de agravo de instrumento ......................................... 32 2.2 Requisitos para interposição ........................................................................... 37 2.3 Alterações trazidas pelo CPC/15 ...................................................................... 38 Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 2 1. Apelação Na aula de hoje serão estudados os recursos em espécie e o primeiro deles é o recurso de apelação. As regras a seu respeito estão compendiadas entre os artigos 1.009 e 1.114 do CPC/15. A partir desse tratamento, a apelação passou a apresentar um perfil diferente em relação ao modelo anterior. 1.1 Introdução O recurso de apelação é utilizado para impugnar sentença, seja ela terminativa ou definitiva. Enquanto a sentença terminativa possui lastro no art. 485, a definitiva é a que julga ou resolve o mérito com fundamento no art. 487. Independente de a sentença ser terminativa ou definitiva, a princípio, o recurso cabível é o de apelação. Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: I - indeferir a petição inicial; II - o processo ficar parado durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes; III - por não promover os atos e as diligências que lhe incumbir, o autor abandonar a causa por mais de 30 (trinta) dias; IV - verificar a ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo; V - reconhecer a existência de perempção, de litispendência ou de coisa julgada; VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; VII - acolher a alegação de existência de convenção de arbitragem ou quando o juízo arbitral reconhecer sua competência; VIII - homologar a desistência da ação; IX - em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal; e X - nos demais casos prescritos neste Código. § 1o Nas hipóteses descritas nos incisos II e III, a parte será intimada pessoalmente para suprir a falta no prazo de 5 (cinco) dias. § 2o No caso do § 1o, quanto ao inciso II, as partes pagarão proporcionalmente as custas, e, quanto ao inciso III, o autor será condenado ao pagamento das despesas e dos honorários de advogado. § 3o O juiz conhecerá de ofício da matéria constante dos incisos IV, V, VI e IX, em qualquer tempo e grau de jurisdição, enquanto não ocorrer o trânsito em julgado. § 4o Oferecida a contestação, o autor não poderá, sem o consentimento do réu, desistir da ação. § 5o A desistência da ação pode ser apresentada até a sentença. § 6o Oferecida a contestação, a extinção do processo por abandono da causa pelo autor depende de requerimento do réu. § 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. Art. 487. Haverá resolução de mérito quando o juiz: I - acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção; Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 3 II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; III - homologar: a) o reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção; b) a transação; c) a renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção. Parágrafo único. Ressalvada a hipótese do § 1o do art. 332, a prescrição e a decadência não serão reconhecidas sem que antes seja dada às partes oportunidade de manifestar-se. 1.2 Exceções à regra do artigo 1.009 do CPC/15 A regra encontra-se positivada no caput do artigo 1.009. Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. Porém, a depender da situação concreta, a sentença poderá comportar outro recurso. Existem algumas exceções no ordenamento jurídico ao cabimento de apelação quanto a determinadas sentenças. 1ª exceção: falência (Lei nº 11.101/2005) Exemplo: Situação concreta envolvendo um crédito referente à União, à autarquia para ser informado perante um juízo universal de falência. Quanto à falência, a Lei nº 11.101/2005, que é lei especial, previu a possibilidade do cabimento de agravo de instrumento. Tal possibilidade refere-se apenas aos casos de sentença de decretação de falência. Ou seja, se o juiz de direito julgar o pedido improcedente, também haverá uma sentença que comportará, a seu tempo, o recurso de apelação. Logo, a depender do teor da sentença o recurso cabível será diferente. Ante a sentença de procedência, que decreta a falência, caberá agravo de instrumento e ante a sentença de improcedência do pedido de falência, caberá recurso de apelação. Essa dualidade ocorre porque se houver a decretação da falência, serão necessárias algumas providências, tais como a arrecadação imediata dos bens e a publicação de editais comunicando aos credores a falência decretada. Assim, a razão do cabimento do agravo de instrumento é porque o processo físico fica em secretaria para que uma série de providências de cunho prático sejam observadas. Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art332§1 Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 4 Caso a falência fosse decretada e o recurso cabível fosse a apelação, o processo teria que ser encaminhado ao Tribunal, em regra, com efeito suspensivo. Ademais, o Tribunal deveria adotar todas as providências enumeradas acima. Então, por conta do efeito prático, a própria Lei de Falência prevê que apenas no caso de quebra caberá agravo de instrumento da sentença. Por sua vez, se a sentença for de improcedência caberá apelação regularmente. Observação: Embora a matéria de falência seja maisdirecionada para a área estadual, também poderá ser importante para a área federal, como no exemplo acima. No 7º concurso para Juiz Federal do Estado do Rio, a prova cobrou uma sentença de despejo. Ninguém estuda a Lei de Locação para a uma prova para juiz federal, mas a banca pega uma pergunta que o candidato não está a par, com o objetivo de selecionar o candidato que está com uma visão conjunta sistemática melhor. 2ª exceção: execução fiscal de valor igual ou inferior a cinquenta ORTN Relativamente frequente na área federal, a legislação especial prevê que na decisão de execução fiscal de alçada que é a execução fiscal que envolve um valor pequeno, de até 50 ORTN (lembrando que ORTN não existe mais e é necessário fazer a conversão) o recurso cabível se chama “embargos infringentes” (artigo 34 da Lei nº 6.830/80). Art. 34 - Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou inferior a 50 (cinqüenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, só se admitirão embargos infringentes e de declaração. § 1º - Para os efeitos deste artigo considerar-se-á o valor da dívida monetariamente atualizado e acrescido de multa e juros de mora e de mais encargos legais, na data da distribuição. § 2º - Os embargos infringentes, instruídos, ou não, com documentos novos, serão deduzidos, no prazo de 10 (dez) dias perante o mesmo Juízo, em petição fundamentada. § 3º - Ouvido o embargado, no prazo de 10 (dez) dias, serão os autos conclusos ao Juiz, que, dentro de 20 (vinte) dias, os rejeitará ou reformará a sentença. Observação: Não há mais previsão do recurso de “embargos infringentes” no novo CPC porque este, previsto no CPC/73, deixou de ser classificado como recurso e transformou-se em uma técnica automática. Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimento em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimento interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões perante os novos julgadores. § 1o Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, colhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado. Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 5 § 2o Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento. § 3o A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em: I - ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno; II - agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito. § 4o Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento: I - do incidente de assunção de competência e ao de resolução de demandas repetitivas; II - da remessa necessária; III - não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial. Porém, na lei especial, precisamente no artigo 34 da Lei nº 6.830/80 ainda existe outro recurso chamado “embargos infringentes”. Apesar do nome ser igual, os embargos infringentes da Lei de Execução Fiscal não são os mesmos que os antigos embargos infringentes previstos no CPC/73. Logo, o caso de execução fiscal de alçada também consiste em uma exceção à regra, visto que, conforme a lei especial, o recurso cabível seriam os embargos infringentes ao mesmo órgão jurisdicional. É mais um exemplo de sentença que comporta um recurso que não é apelação. 3ª exceção: processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. Eventualmente, é possível que a sentença seja impugnada por meio de Recurso Ordinário ao STJ, existindo nesse caso duas peculiaridades. Normalmente, para atacar sentença proferida por Juiz Federal é cabível o recurso de apelação, cujo mérito será apreciado pelo TRF. No entanto, existe uma situação peculiar em que tal sentença comportará recurso ordinário ao invés de apelação. A segunda peculiaridade é que o mérito do recurso é analisado pelo STJ ao invés de o ser pelo TRF. Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: II - pelo Superior Tribunal de Justiça: b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. § 1o Nos processos referidos no inciso II, alínea “b”, contra as decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, nas hipóteses do art. 1.015. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1015 Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 6 Art. 1.028. Ao recurso mencionado no art. 1.027, inciso II, alínea “b”, aplicam-se, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento, as disposições relativas à apelação e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. § 1o Na hipótese do art. 1.027, § 1o, aplicam-se as disposições relativas ao agravo de instrumento e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça. Embora existam outras hipóteses mais frequentes de recurso ordinário, a hipótese supracitada ocorrerá quando existir em um dos lados do processo um particular, uma pessoa física, uma pessoa jurídica de direito privado ou um Município e, no outro lado, um estado estrangeiro ou um organismo internacional, seja como autor ou réu. Essa demanda, que é proposta em primeiro grau, pode seguir o rito comum ou um rito especial. Porém, contra a sentença que a julgue será cabível recurso ordinário e, admitido o recurso, o mérito será apreciado pelo STJ. O recurso ordinário será interposto no juízo de origem e depois encaminhado ao STJ para que este Tribunal faça a admissibilidade e o exame de mérito. 4ª exceção: sentença proferida em juizado especial Ademais, há também a sentença do juizado, que não comporta apelação. A Lei afirma apenas que cabe recurso, não atribuindo um nome para tal. Dessa forma, o recurso cabível contra sentença proferida no âmbito do juizado é denominado de “recurso inominado”. Assim, não é possível interpor apelação no juizado. O “recurso inominado” deve ser interposto no prazo de 10 dias, mesmo que seja a Fazenda Pública em juizado federal ou fazendário. Ocorre que nestes juizados fazendários não há prazo em dobro, seja para litisconsortes, Defensoria Pública ou para a própria Fazenda Pública. Logo, excluídas algumas exceções pontuais, a apelação é o recurso próprio para impugnar sentença. 1.3 Requisitos da apelação Quanto à tempestividade, a apelação é um recurso que deve ser interposto, em regra, no prazo de 15 dias. Observação: No NCPC, como regra, todos os recursos deverão ser interpostos no prazo de 15 dias, com exceção dos embargos de declaração que deverão ser opostos em cinco dias. É importante ressaltar que lei especial pode prever outro prazo. O prazo do recurso inominado continuará sendo de dez dias, conforme a lei especial nº 9.099. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1027iib http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art1027§1Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 7 Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. § 5o Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias. Ademais, além do requisito da tempestividade (quinze dias), o recurso de apelação está submetido ao requisito do “preparo”. A necessidade do preparo está presente para quase todos os recursos, exceto um ou outro que a lei dispensa, como o embargo de declaração, o agravo em extraordinário e o agravo em especial, que são recursos um pouco diferentes do modelo anterior e estão previstos no artigo 1.042 do Novo CPC. Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do presidente ou do vice-presidente do tribunal recorrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) § 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal de origem e independe do pagamento de custas e despesas postais, aplicando-se a ela o regime de repercussão geral e de recursos repetitivos, inclusive quanto à possibilidade de sobrestamento e do juízo de retratação. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) § 3o O agravado será intimado, de imediato, para oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias. § 4o Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribunal superior competente. § 5o O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o recurso especial ou extraordinário, assegurada, neste caso, sustentação oral, observando-se, ainda, o disposto no regimento interno do tribunal respectivo. § 6o Na hipótese de interposição conjunta de recursos extraordinário e especial, o agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido. § 7o Havendo apenas um agravo, o recurso será remetido ao tribunal competente, e, havendo interposição conjunta, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça. § 8o Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça e, se for o caso, do recurso especial, independentemente de pedido, os autos serão remetidos ao Supremo Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele dirigido, salvo se estiver prejudicado. Nota-se que, às vezes, a lei prevê quais são os recursos que não precisam de preparo. De qualquer forma, o preparo é regulado pelo artigo 1.007 NCPC. Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. § 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/Lei/L13256.htm#art2 Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 8 § 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. § 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos. § 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. § 5o É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o. § 6o Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. § 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias. 1.4 Polêmicas referentes ao artigo 1.009 do CPC/15 Ao disciplinar o tema do recurso de apelação, a partir do artigo 1.009, o NCPC trouxe uma inovação por dispor que, além da sentença, o referido recurso também pode impugnar todas as decisões interlocutórias não sujeitas a agravo de instrumento. Ou seja, a amplitude do recurso foi aumentada ao possibilitar o questionamento de decisões interlocutórias não sujeitas ao agravo de instrumento, que no modelo do CPC/73 estariam sujeitas ao recurso denominado “agravo retido”. Exemplo: No curso de um processo judicial, uma das partes requer a expedição de uma carta rogatória para a Austrália. O pedido é indeferido pelo magistrado sob o argumento de que a parte estaria protelando e o pedido não seria relevante. O processo prossegue e, posteriormente, o magistrado indefere a produção de uma prova pericial ou a oitiva de uma testemunha antecipada, requerida pela mesma parte. No entanto, em razão do último indeferimento, a parte interpôs o recurso de agravo retido. O processo prosseguiu e o magistrado proferiu sentença de improcedência. A parte apela e a apelação recairá sobre a sentença. O agravo retido, recurso abolido, quando interposto no curso da fase de conhecimento, tinha como finalidade evitar a preclusão da matéria. Tal recurso era interposto perante o juízo de primeiro grau, permitindo-se a retratação do magistrado após a oitiva da outra parte ou, em caso contrário, a manutenção da decisão, que, no entanto, não precluiria. No modelo anterior, quando o agravo retido era interposto no momento adequado e, no próprio corpo da apelação, existia uma preliminar que incluía a reiteração do agravo retido interposto, ao invés do Tribunal só julgar na apelação a questão relativa à sentença, Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 9 ele também julgaria a decisão interlocutória que indeferiu a prova testemunhal ou pericial. No que se refere à decisão que indeferiu a expedição de carta rogatória para a Austrália, ocorreu a preclusão. Desse modo, no modelo antigo, o agravo retido era utilizado para evitar a preclusão das decisões. Isto é, no corpo da apelação, o interessado reiterava o agravo retido anteriormente interposto pleiteando a análise da preliminar. Na hipótese de ausência de interposição de agravo retido no momento adequado, todas as decisões do processo citado no exemplo acima estariam preclusas e a apelação só poderia discutir o conteúdo da sentença. No entanto, o agravo retido foi eliminado ante a vigência do NCPC. Por isso e, considerando a ausência de necessidade de interposição do agravo retido, o processamento em primeirograu foi agilizado. Conforme o modelo previsto no CPC/15, indeferidas a expedição de uma carta rogatória, a oitiva de uma testemunha ou a produção de prova pericial, a parte utilizará o disposto no artigo 1.015. Deve-se verificar se aquela decisão interlocutória está normatizada. Isto é, tal decisão configura hipótese de agravo de instrumento? Em caso positivo, o agravo deverá ser interposto. Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I - tutelas provisórias; II - mérito do processo; III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; VI - exibição ou posse de documento ou coisa; VII - exclusão de litisconsorte; VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o; XII - (VETADO); XIII - outros casos expressamente referidos em lei. Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art373§1 Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 10 Assim, diante de uma decisão interlocutória negativa, deverá se verificar se é uma das hipóteses de interposição de agravo de instrumento. Sendo o caso, este recurso deverá ser interposto sob pena de a matéria precluir. Observação: Para o professor, essa é uma lógica nefasta do CPC/15 por estimular a interposição de agravo de instrumento. Caso o advogado da parte acredite que a decisão está enquadrada nas hipóteses de agravo de instrumento, deverá interpor o recurso respectivo, objetivando evitar a preclusão. O CPC/15, nesse ponto, estimula a interposição de agravo de instrumento. Além de prever mais hipóteses do que o CPC/73, também prevê a preclusão na hipótese de não utilização do recurso no momento adequado. Por outro lado, não sendo caso de interposição de agravo de instrumento (hipóteses elencadas no artigo 1.015), a parte deverá aguardar. Exemplos de hipóteses não previstas no artigo 1.015: Indeferimento de produção de prova, de expedição de Carta Rogatória e negativa de homologação a negócio processual. Observação: O Mandado de Segurado deve ser utilizado quando a lei proíbe recurso ou não o prevê. O CPC/15 prevê recurso no caso acima, que é diferido. Conforme a opinião do juiz federal Rodolfo Hartmann, a jurisprudência não aceitará a proposição de Mandado de Segurança nas hipóteses supracitadas por existir uma sistemática recursal própria. Talvez, o máximo a ser feito será uma petição com requerimento de reconsideração do ato proferido. Mesmo que a reconsideração não seja obtida, todas as decisões interlocutórias não sujeitas a agravo de instrumento não irão precluir. A partir dessa sistemática, depreende-se que houve certa facilitação para o primeiro grau vez que as práticas anteriores de interposição de agravo retido, contraditório, e da decisão mantendo a primitiva tornaram-se desnecessárias. Agora, simplesmente a decisão não está preclusa, a parte irá aguardar e, no momento da apelação da sentença, fará um recurso levemente diferenciado, incluindo como preliminar sua irresignação ante as decisões interlocutórias não sujeitas a agravo de instrumento (artigo 1.009, §1º). Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. § 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 11 Conclusão: Todas as decisões interlocutórias não sujeitas a agravo de instrumento podem ser incluídas no corpo da apelação. Na hipótese de cabimento de agravo de instrumento, este deverá ser utilizado sob pena de preclusão. Não restando configurada qualquer hipótese prevista no artigo 1.015, a parte deverá aguardar a sentença ser proferida e, na apelação, incluir a preliminar para discutir as decisões interlocutórias anteriores que não se sujeitaram ao recurso de agravo de instrumento. A dinâmica exposta acima foi criada visando a eliminação do agravo retido. O processamento em primeiro grau fica melhor, porém, no Tribunal haverá maior dificuldade, pois o recurso de apelação chegará mais robusto, no sentido de trazer mais argumentos. A sentença não será a única decisão impugnada, mas também as decisões interlocutórias anteriores, exceto as sujeitas a agravo de instrumento. Além disso, o CPC/15 admite tal dinâmica tanto no recurso de apelação quanto nas contrarrazões ao recurso de apelação. Exemplo: Autor faz o pedido de R$100.000,00 (cem mil reais), o magistrado profere decisão concedendo R$50.000,00 (cinquenta mil reais). O réu poderia apelar para reduzir o valor ou extingui-lo, porém, mesmo sem considerar a sentença adequada, não estava pensando em recorrer. Ocorre que, caso o autor queira apelar para aumentar o valor, o réu poderá utilizar suas contrarrazões também como “recurso adesivo”. Em caso de sucumbência recíproca, cada parte pode interpor autonomamente seu recurso. Por outro lado, o CPC/15 manteve o recurso interposto na modalidade adesiva desde que preenchidos os requisitos do artigo 997. O recurso de uma parte pode levar à possibilidade da outra aderir, visto que esta não recorreu autonomamente no seu próprio prazo, mas foi surpreendia com a interposição do recurso pela outra. Por isso, no ato de apresentação das contrarrazões o réu poderá utilizá-la também como um “recurso adesivo”. Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais. § 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. § 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder; II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível. Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 12 Observação: A expressão correta não é “recurso adesivo”. Em verdade, o recurso é interposto adesivamente, ou seja, o recurso é interposto na modalidade adesiva. Não há dúvida que o recurso interposto adesivamente seja recurso. Porém, de acordo com o CPC/15, há a possibilidade de nas próprias contrarrazões, não necessariamente havendo sucumbência, agir damesma forma. Exemplo: Existe um capítulo da sentença em relação ao qual a parte ré não está de acordo e que é pertinente a alguma decisão interlocutória anterior. A parte autora apela e a parte ré poderá trazer sua irresignação em preliminar das contrarrazões ao recurso de apelação. Assim, é possível que o apelado tencione discutir alguma decisão interlocutória anterior no âmbito das contrarrazões de apelação, ao invés de apresentar um recurso autônomo. Nesse caso, as contrarrazões possuirão natureza recursal. Essa é uma novidade do CPC/15. As contrarrazões podem ter natureza recursal quando em seu bojo é discutida alguma decisão interlocutória não sujeita a agravo de instrumento. Destaque-se que são três situações diversas: i. sucumbência recíproca com apelações autônomas do autor e do réu; ii. sucumbência recíproca com apelação do autor ou réu e interposição de recurso na modalidade adesiva pela outra parte e; iii. apresentação de questionamento quanto a alguma decisão interlocutória não sujeita a agravo de instrumento em sede de contrarrazões da apelação. O CPC/15 traz a possibilidade da situação iii, permitindo que o apelado apresente sua irresignação quanto a uma decisão interlocutória não sujeita a agravo. Nesse caso, as contrarrazões terão natureza recursal, conforme defendido pela doutrina. Tanto o é que o artigo 1.009, §2º, prevê que, nessa hipótese, haverá contrarrazões das contrarrazões. Isso se deve justamente ao fato de que a primitiva possui feição recursal. Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. § 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. § 2o Se as questões referidas no § 1o forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. Exemplo: Apelação do autor para impugnar a sentença. O réu apresenta contrarrazões e, em seu âmbito, introduz o requerimento para discutir decisão interlocutória anterior. Há feição recursal vez que o Tribunal só irá analisar a decisão interlocutória porque a parte ré apresentou contrarrazão com tal finalidade (artigo 1.009, §1º). Logo, se essas contrarrazões Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 13 possuem natureza recursal, nada mais justo do que possibilitar a manifestação da outra parte. Por isso, foram previstas as contrarrazões das contrarrazões (artigo 1.009, §2º). Observação: Conforme o CPC/15, ao juiz é facultado reduzir o valor da causa de ofício, automaticamente (artigo 292, §3). Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou da reconvenção e será: § 3o O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor da causa quando verificar que não corresponde ao conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito econômico perseguido pelo autor, caso em que se procederá ao recolhimento das custas correspondentes. Exemplo retirado do livro do Professor Alexandre Câmara para ilustrar os §§1º e 2º do artigo 1.009: Autor propõe demanda e declara o valor da causa como sendo de cem mil reais. O juiz profere uma decisão interlocutória reduzindo o valor de cem mil para dez mil reais com a devida fundamentação. Porém, o advogado da parte que propôs a demanda pagou a taxa judiciária referente ao valor de cem mil e acredita que o juiz estaria equivocado vez que o conteúdo econômico seria realmente o apontado pelo autor. Por isso, apresenta requerimento de reconsideração quanto a tal ato decisório. Como a decisão que modifica o valor da causa não é prevista no artigo 1.015, esta não estará preclusa. Se o juiz acolher o pedido do autor, os honorários serão fixados entre 10 e 20% sobre o valor da causa ou sobre o valor da condenação. Se o primeiro critério for a fixação sobre o valor da causa, resta evidente o interesse recursal de manter o valor da causa maior, requerido pela parte. O processo prossegue e o pedido do autor é acolhido, julgado procedente. Posteriormente, o réu apela da sentença e, nesse momento, surge a possibilidade de o autor apresentar contrarrazões, incluindo a preliminar para discutir a decisão interlocutória que modificou o valor da causa. Essas contrarrazões terão natureza recursal vez que se não fossem utilizadas, o Tribunal não analisaria o tema. Por isso, nada mais óbvio do que possibilitar à outra parte o contraditório por meio do oferecimento de contrarrazões das contrarrazões. Por outro lado, poderá ocorrer uma situação complicada no exemplo acima. O autor poderá pensar da seguinte forma: “E se o réu não recorrer? Porque se ele o fizer, poderei apresentar as contrarrazões trabalhando a decisão interlocutória que me foi desfavorável. Porém, se o réu não apelar eu vou aceitar os honorários sobre dez mil reais?”. Os autores que escrevem sobre o tema, afirmam que, de acordo com o CPC/15, em caráter excepcional, mesmo que o autor não tenha interesse algum em apelar da sentença, mas ainda assim, se estiver insatisfeito com uma decisão interlocutória não sujeita a agravo, poderá apelar. Nesse caso, a apelação será referente à preliminar para questionar a decisão Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 14 interlocutória anterior. Quanto ao mérito da sentença, não há qualquer requerimento de modificação vez que não há sucumbência, não há interesse em impugnar aquela decisão. Observe-se que isso é apenas uma exceção, mas a apelação eventualmente pode ser utilizada para impugnar decisão interlocutória. Até mesmo em razão da boa-fé e da lealdade processual, não faz sentido a utilização de uma apelação protelatória se o intuito é discutir a decisão interlocutória anterior e não a sentença. Então, o meio doutrinário já defende que o autor poderia aguardar a apelação do réu para discutir o tema da decisão interlocutória ou ele mesmo poderia apelar reconhecendo que sua impugnação é referente à decisão interlocutória que reduziu o valor da causa. Para Rodolfo Hartmann, embora essa ideia seja muito diferente da sistemática do CPC/73, ela é crível e razoável dentro daquilo que o CPC/15 propõe, vez que se não há naquele momento um recurso para ser utilizado e se não há interesse para recorrer da sentença, como a parte poderia agir? Ficar à sorte do outro? Logo, esta parece ser a solução correta, isto é, uma apelação para questionar apenas uma decisão interlocutória. 1.5 Peça do recurso de apelação A peça do recurso de apelação atenderá às formalidades previstas no artigo 1.010 do CPC. Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: I - os nomes e a qualificação das partes; II - a exposição do fato e do direito; III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; IV - o pedido de nova decisão. § 1o O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias. § 2o Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões. § 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade. A apelação fica entranhada nos autos ao invés de ficar em apenso. Por conta disso, a necessidade e a utilidade de nova qualificação das partes poderia ser questionada,vez que na peça inicial já estariam presentes as qualificações do autor e do réu. Assim, caso a apelação seja apresentada pelo o autor ou réu não há necessidade de nova qualificação. Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 15 Em realidade, quando o artigo 1.010 refere-se à qualificação, está tratando de recurso interposto por terceiro. O terceiro estranho ao processo que interpõe o recurso deverá se qualificar. Logo, não haverá vício formal caso autor/réu apele e disponha da seguinte forma em seu recurso: “Autor/réu, já qualificado nos autos desse processo...”. Observação: Existe uma praxe de fazer duas petições, uma para interposição e outra com as razões de recurso. “1ª petição: Senhor Juiz Federal da Vara ..., processo nº ..., vem interpor recurso de apelação com as razões em anexo ... Termos em que pede deferimento... assinatura”. “2º petição (em anexo): Egrégio Tribunal... Colenda Câmara... Razões do Recurso... Requerimento para admitir as razões do recurso e dar provimento... Termos em que pede deferimento... assinatura”. Essa é uma praxe antiga, que vêm do código anterior ao CPC/73, e ainda produz resquício no CPP. Tal praxe advém da ideia de existir um prazo para interpor o recurso e outro prazo para a apresentação das razões, daí a necessidade de duas peças, uma para interpor o recurso e a outra para apresentar as razões. Porém, essa ideia foi abolida no CPC/73 e também não consta no CPC/15. Então, isso é um hábito no âmbito do Processo Civil que alguns patronos mantêm de trazer em uma petição a folha de interposição e no mesmo momento, outra folha para as razões recursais. Tal prática não é necessária. Caso o advogado prefira, poderá fazer uma peça única dirigida ao juízo de primeiro grau e, ao final, no requerimento, solicitar a intimação do réu para contrarrazoar, a remessa dos autos ao Tribunal para a realização do juízo de admissibilidade e do provimento. Para prova de concurso, que envolva a elaboração de peça processual, é melhor trabalhar com formato único. Enfim, formatada a peça da apelação, esta é apresentada ao juízo de primeiro grau, que, a depender da situação concreta, logo após a apresentação de tal peça, poderá fazer um juízo de retratação, mesmo antes da citação do réu. Exemplo: Indeferimento da inicial e improcedência liminar. Como em tais casos o réu ainda nem foi citado, não há necessidade de sua intimação. Apresentado o recurso e ausente a retratação do juízo, o réu será citado para apresentar contrarrazões. Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 16 Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. § 1o Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso. § 2o Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334. § 3o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença. CAPÍTULO III DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar: I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. § 1o O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição. § 2o Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença, nos termos do art. 241. § 3o Interposta a apelação, o juiz poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. § 4o Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a citação do réu, e, se não houver retratação, determinará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias. Caso o juiz faça sua retratação, a sentença terminativa é cassada e o processo é reaberto. Porém, se não houver retratação, o réu será citado para contraditar. Ademais, em qualquer caso de sentença terminativa, haverá juízo de retratação na apelação (artigo 485, §7º). Logo, após a apresentação do recurso há a possibilidade de se realizar o juízo de retratação. Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: § 7o Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para retratar-se. No modelo do CPC/73, a apelação sofria em 1º grau dois juízos de admissibilidade, o primeiro após a interposição do recurso e o segundo após a apresentação de contrarrazões pelo réu. Isto é, quando o recurso de apelação era apresentado em primeiro grau, o juiz deveria fazer um juízo de admissibilidade. Caso o recurso fosse inadmitido, caberia agravo de instrumento. Caso fosse admitido, a próxima fase era a apresentação de contrarrazões do réu e, posteriormente, era realizado um novo juízo de admissibilidade e o recurso encaminhado para o Tribunal. Chegando ao Tribunal, haveria um novo juízo de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art334 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art241 Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 17 admissibilidade. A apelação configurava um dos casos de recurso com admissibilidade bipartida. Observação: Os recursos com admissibilidade bipartida são aqueles nos quais o juízo de admissibilidade é realizado de forma bipartida por um órgão e por outro posteriormente, ou seja, em uma instância e em outra instância. Ainda há previsão de recursos com admissibilidade bipartida no CPC/15. No modelo do CPC/15, recurso extraordinário e recurso especial continuam sendo de admissibilidade bipartida. Isso porque existe uma admissibilidade feita pelo tribunal de origem e, posteriormente, uma nova admissibilidade feita pelo tribunal superior. No entanto, houve modificação quanto ao recurso de apelação. Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: § 1o O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias. § 2o Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões. § 3o Após as formalidades previstas nos §§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade. Interposto o recurso, após as razões recursais, eventualmente haverá retratação. Em regra, a apelação não tem juízo de retratação, assim após as razões e oferecidas as contrarrazões, os autos devem ser remetidos ao Tribunal, independentemente de admissibilidade. De acordo com o novo perfil do recurso de apelação, a gestão do recurso melhorou em primeiro grau porque agora não há mais agravo retido. Logo, o juiz de primeiro grau não precisa maisouvir a outra parte em sede de contrarrazões de agravo retido e também não faz mais o juízo de admissibilidade do recurso de apelação. Então, a parte apresenta o recurso na Vara de origem, contrarrazões serão oferecidas (lembre-se que há a possibilidade de contrarrazões das contrarrazões quando na primeira houver feição recursal) e os autos são remetidos ao Tribunal. Mesmo que haja falta de preparo, intempestividade ou manifesta ilegitimidade, o magistrado não deverá inadmitir o recurso na origem, vez que não haveria outro recurso para impugnar tal decisão. Haveria uma saída apenas se a jurisprudência começasse a caminhar no sentido do cabimento excepcional de agravo de instrumento. Do contrário, não haveria recurso previsto em lei para impugnar um ato do juiz de primeiro grau que inadmitiu o recurso de apelação. Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 18 Enfim, o juiz de primeiro grau não deve fazer o juízo de admissibilidade da apelação, restringindo-se a colher razões, contrarrazões e remeter ao Tribunal para que este realize a admissibilidade e, se eventualmente, verifique algo como a falta de preparo, determinará as providências necessárias para a regularização. Observação: O professor Rodolfo Hartmann é juiz federal e afirma que caso passe a atuar em sede de juízo cível federal, incluirá na própria sentença que “havendo recurso de uma das partes, intime-se a outra para a apresentação de contrarrazões” e também a determinação de remeter ao Tribunal, ao invés de fazer um despacho apenas para a intimação do apelado em caso de eventual interposição de apelação. Há a possibilidade de economizar dois despachos, pois não é função do juiz de primeiro grau realizar o juízo de admissibilidade. Retornando à dinâmica do primeiro grau, a parte interporá o recurso de primeiro grau e, na sequência, o juiz intimará a parte contrária para contrarrazoar. Tais contrarrazões podem trazer a discussão quanto a alguma decisão interlocutória anterior (artigo 1.009, §1º). Nesse ponto, é factível que na sentença apelada exista uma sucumbência recíproca, o que torna possível a interposição da apelação autônoma de ambos. Caso uma das partes não recorra na expectativa de que a decisão seja mantida, mesmo que esta não seja a decisão mais adequada para um ou para o outro, poderá existir uma expectativa quebrada pela interposição do recurso da parte contrária. Por isso, o CPC/15 manteve a previsão do recurso na modalidade adesiva, cuja disciplina está contida no seu artigo 997. Conforme a interpretação literal de tal artigo, a interposição adesiva do recurso só poderá ocorrer em três recursos, quais sejam: a apelação, o recurso extraordinário e o recurso especial. Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências legais. § 1o Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. § 2o O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, observado, ainda, o seguinte: I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder; II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível. Além disso, é necessário também analisar a questão relativa à sucumbência recíproca para diferenciar da hipótese em que se utiliza a apelação para discutir uma decisão Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 19 interlocutória anterior (exemplo dado anteriormente relacionado à redução do valor da causa de ofício pelo juiz que interferiu nos honorários advocatícios). De acordo com o artigo 997, o prazo para a interposição do recurso, nessa modalidade, é o mesmo das contrarrazões. A interposição daquele se dá no mesmo momento das contrarrazões, considerando o prazo de quinze dias úteis. Prosseguindo com a dinâmica recursal: Interposto o recurso adesivamente, são oferecidas contrarrazões ao referido recurso e, posteriormente, remetem-se os autos ao Tribunal com os dois recursos. Não houve modificação brusca com relação ao estudo do tema do recurso em modalidade adesiva, que continua sendo subordinado ao principal, de modo que, chegando o processo no Tribunal, se o recurso principal for inadmitido, também o será o recurso interposto adesivamente. Dessa forma, manteve-se a subordinação do recurso interposto adesivamente ao recurso principal no CPC/15. Caso o recurso principal seja inadmitido, a mesma sorte ocorrerá com o recurso adesivo. Observação: Deve-se evitar a expressão “recurso adesivo” em provas de concurso. A expressão ideal é “recurso interposto adesivamente”. Após a interposição do recurso e a colheita das contrarrazões, os autos são encaminhados ao Tribunal. Nesse momento, a princípio, é possível que ocorra uma distribuição por meio de sorteio. No entanto, há a possibilidade de já existir um recurso anterior no âmbito daquele processo, como um agravo de instrumento, que tenha sido apreciado por uma determinada Turma do TRF, com um relator específico. Nessa hipótese, o recurso será distribuído diretamente para um órgão pré-determinado. Nesse caso, a Turma, a Câmara e o desembargador relator estariam preventos para todos os demais recursos interpostos no processo. Embora tal previsão já existisse em regimentos de Tribunais, passou a estar presente no CPC/15. Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publicidade. Parágrafo único. O primeiro recurso protocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em processo conexo. O artigo 930, parágrafo único, contém uma regra de prevenção. Observe-se que a redação do artigo poderá trazer algumas dúvidas, vez que dispõe que o relator também está Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 20 prevento. O professor afirma que a interpretação correta deveria ser de que o órgão estará prevento e, enquanto o desembargador estiver naquele órgão, ele continuará como relator. Porém, não é razoável que caso o desembargador relator não atue mais naquele órgão, continue prevento. Exemplo: Um recurso foi distribuído para a Segunda Câmara Cível e três meses depois o desembargador que foi o relator do referido recurso passa a atuar em uma Câmara Criminal. 1.6 Efeito da apelação Ocorreram algumas mudanças quanto aos efeitos da apelação. No início da tramitação do CPC/15, a proposta era que a apelação fosse dotada, em regra, apenas com seu efeito devolutivo, o que seria extremamente produtivo vez que a sentença já possuiria uma eficácia que permitiria o cumprimento provisório. Porém, no curso da tramitação do Código, o Congresso manteve a sistemática anterior e o recurso de apelação continuou dotado do duplo efeito, isto é, o efeito devolutivoe o suspensivo. O efeito devolutivo permite que o conhecimento da matéria impugnada seja devolvido a outro órgão do Poder Judiciário. Já o efeito suspensivo possibilita que, provisoriamente, a decisão impugnada não produza efeitos em razão da suspensão de sua eficácia até o julgamento do recurso. O duplo efeito da apelação é disciplinado no artigo 1.012 do CPC/15. Destaque-se que embora tal artigo faça menção expressa apenas ao efeito suspensivo, considerando que a apelação será julgada por um Tribunal, o efeito devolutivo foi mantido. O caput do artigo 1.012 dispõe sobre a regra do duplo efeito e os incisos preveem as exceções, que são praticamente iguais às do modelo anterior, em que a apelação terá apenas o efeito devolutivo. Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: I - homologa divisão ou demarcação de terras; II - condena a pagar alimentos; III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; VI - decreta a interdição. § 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 21 § 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; II - relator, se já distribuída a apelação. § 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. Embora o inciso VI seja uma novidade no capítulo da apelação, o CPC/73 já previa a questão da interdição em capítulo próprio. A interdição é tratada no Código antigo e no novo como um procedimento especial de jurisdição voluntária. O CPC/15 apenas fez o ajuste, retirou a previsão dos procedimentos da interdição e acrescentou no artigo 1.012, que possui uma disciplina mais exaustiva. Além disso, a redação do inciso V também é bastante positiva. Segundo tal previsão, a apelação não terá efeito suspensivo nos casos em que a sentença confirma, concede ou revoga a tutela provisória. O CPC/73 só previa a confirmação. É comum que o magistrado conceda a tutela antecipada na sentença. No entanto, o CPC/15 não utiliza o termo “tutela antecipada” desacompanhado. A tutela antecipada é uma espécie de tutela provisória. Então pode até ser uma tutela antecipada que será chamada de tutela provisória de urgência antecipada, conforme a metodologia do CPC. No modelo anterior, o juiz concedia a tutela antecipada na própria sentença, prática que era questionada pela falsa percepção de que a tutela antecipada não estaria “antecipando” nada. Em verdade, quando o juiz concedia a tutela antecipada na sentença, ou, conforme o CPC/15, a tutela provisória na própria sentença, teria como razão a impossibilidade de contradição do CPC. O Processo Civil é uma das matérias mais sistemáticas do direito, vez que qualquer modificação acarreta enorme repercussão. Exemplo: Tício ingressa em uma vara previdenciária e solicita tutela antecipada para a implementação de benefício previdenciário. Caso a tutela antecipada fosse concedida, o juiz estaria trabalhando com a cognição sumária e com a probabilidade de o autor estar com a razão. Citado, o INSS interpõe agravo de instrumento (até porque caso este não seja interposto, o processo é extinto e a decisão torna-se estável), e o recurso terá efeito devolutivo. Para que o agravo tenha efeito suspensivo, deverá haver requerimento ao relator nesse sentido. Logo, se o juiz conceder a tutela antecipada no início do processo Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 22 apenas com cognição sumária, produzirá uma decisão que já possuirá eficácia e poderá ser cumprida. Por outro lado, caso o juiz decida prestigiar o contraditório, poderá indeferir a tutela antecipada naquele momento e, após o aprofundamento da cognição, perceber que após a devida produção de provas a parte demonstrou a necessidade de procedência do pedido, com a condenação do INSS. O recurso cabível seria o de apelação. A grande contradição ilustrada pelo exemplo supracitado reside no fato de que não há lógica de uma decisão com cognição menor poder produzir efeitos enquanto a sentença não o faz. Isto é, quando o juiz concede a tutela antecipada em cognição sumária, a princípio, a decisão seria cumprida porque o agravo de instrumento não é um recurso que possui efeito suspensivo em regra. Por outro lado, quando o juiz concede a tutela antecipada após cognição exauriente, em sede de sentença, o recurso cabível é apelação, que tem efeito suspensivo. Há mais de quinze anos a jurisprudência dos Tribunais Superiores permite e utiliza essa nomenclatura de o juiz conceder a tutela antecipada na própria sentença. Assim, quando o juiz concede a tutela antecipada na própria sentença existe um reconhecimento de que esta deveria ter sido concedida e uma forma de ajuda ao autor porque caso a outra parte recorra, o capítulo da decisão referente à tutela antecipada já produzirá efeitos imediatamente. Conclui-se que a finalidade da concessão da tutela antecipada no momento da sentença é a de retirar o efeito suspensivo da apelação sobre esse capítulo, permitindo seu cumprimento imediato. A partir da mencionada situação adveio o raciocínio expresso no inciso V do §1º do artigo 1.012 do CPC/15, que admite que o juiz possa conceder, confirmar ou revogar a tutela antecipada na própria sentença. Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. § 1o Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua publicação a sentença que: V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; A concessão ocorre quando a tutela antecipada foi requerida antes, negada por decisão interlocutória e deferida na sentença. A confirmação ocorre quando a tutela antecipada já foi concedida anteriormente e a revogação ocorrerá quando no início do processo a tutela antecipada foi deferida e ao final do processo o magistrado indefere o Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 23 pedido, revogando a tutela antecipada. Assim, se houver apelação, o capítulo da tutela antecipada não sofrerá efeito suspensivo, possuindo eficácia automática. Exemplo: Processo com solicitação de concessão de um benefício pelo INSS no qual o juiz concedeu a tutela antecipada liminarmente e ao final julgou improcedente. O pagamento deve ser cassado imediatamente. No momento da sentença já existe cognição exauriente e juízo de certeza. O juízo de certeza “derruba” a decisão anterior em cognição sumária. Logo, o CPC/15 fez um ajuste defendido anteriormente pela doutrina ao acrescentara confirmação e a revogação da tutela antecipada. O aluno não pode confundir a previsão do artigo 1.012, §1º, V com a do artigo 1.015, I. Este afirma que cabe agravo de instrumento da decisão interlocutória que verse sobre tutela provisória. Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: I - tutelas provisórias; Não seria possível imaginar que na mesma folha de papel houvesse um capítulo sentença e um capítulo de decisão interlocutória? Embora esse raciocínio já tenha sido defendido, a jurisprudência e o CPC adotaram posicionamento oposto no sentido de que tudo faz parte da sentença, existindo apenas a diferenciação entre capítulos. Dessa forma, não são cabíveis recursos diferentes. Existe uma decisão decomposta em capítulos distintos e o recurso cabível é o de apelação (artigos 1.012, §1º, I e 1.013, §5º). Logo, não é cabível agravo de instrumento nessa hipótese e, em regra, a apelação não tem efeito suspensivo. Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. § 5o O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação. Então, no caso do exemplo de revogação da tutela antecipada que concedeu o benefício previdenciário ao autor, o INSS pode parar de pagar o benefício. A apelação, nesse caso, só tem efeito devolutivo. Para sustar a eficácia da sentença, o autor deverá tentar obter o efeito suspensivo na apelação para neutralizar a eficácia da sentença. No modelo do CPC/73, para a obtenção do efeito suspensivo, o interessado se valia de um processo cautelar atípico, de uma cautelar inominada. A utilização de tal cautelar era muito comum no âmbito de recursos especiais e extraordinários, vez que não são dotados Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 24 de efeito suspensivo na origem. O CPC/15 eliminou o processo cautelar, mantendo apenas a cautelar antecipada de produção de provas (artigos 381 a 387 do CPC). Muitas vezes o CPC exclui nomenclaturas e não inova, mantendo uma dinâmica parecida. Ao invés de utilizar uma cautelar atípica, a parte interessada deve fazer um pedido de concessão de efeito suspensivo. Isto é, deve ser feita uma petição requerendo o efeito suspensivo ao recurso. Mesmo que similar a uma cautelar autônoma, tal nomenclatura não deverá ser utilizada. Artigo 1.012 § 2o Nos casos do § 1o, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provisório depois de publicada a sentença. § 3o O pedido de concessão de efeito suspensivo nas hipóteses do § 1o poderá ser formulado por requerimento dirigido ao: I - tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la; II - relator, se já distribuída a apelação. § 4o Nas hipóteses do § 1o, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo relevante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação. Como a sentença já produz efeitos a partir de sua publicação, nesse momento o interessado já pode protocolar uma petição buscando o efeito suspensivo para a apelação. Essa dinâmica será a mesma com recurso extraordinário e especial. Chegando ao Tribunal, haverá livre distribuição do requerimento, exceto se a Turma já estiver preventa em razão de recurso anterior naquele processo. A petição será autuada, terá um número e possivelmente distribuída com um pedido acautelatório. Porém, mesmo que o procedimento seja similar ao de uma cautelar, a CPC/15 extinguiu a nomenclatura. Observação: A petição precisará ser muito bem instruída, provavelmente com cópia das principais peças do processo, para que o desembargador consiga analisar devidamente o pedido e conceder o efeito suspensivo. Assim, a forma do interessado conseguir o efeito suspensivo na apelação é por meio do requerimento direto ao Tribunal previsto no artigo 1.012, §3º. A decisão do requerimento é monocrática e contra ela qualquer das partes poderá interpor agravo interno (artigo 1.021). Da decisão do agravo interno, vislumbrando-se ofensa à legislação federal ou à Constituição, já são cabíveis recurso especial e/ou recurso extraordinário. Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 25 A referida hipótese ocasiona uma pirâmide invertida. Antes mesmo de a decisão chegar ao Tribunal com a apelação, já é possível a interposição de agravo interno contra a decisão do requerimento do efeito suspensivo caso esta seja monocrática. Após a decisão do agravo interno, entendendo-se que houve violação à lei federal, caberá recurso especial, bem como recurso extraordinário caso se vislumbre ofensa à Constituição. Esses recursos não ficarão retidos, podendo ser remetidos aos Tribunais Superiores. Nesse meio tempo, a apelação está chegando ao Tribunal para ser julgada. Então, embora algumas ideias pareçam ser boas, precisam ser testadas na prática. O próprio CPC/15 afirma que o CNJ deverá fiscalizar se o Código está atingindo o desiderato de acelerar a prestação jurisdicional, melhorando a qualidade e a produtividade. Art. 1.069. O Conselho Nacional de Justiça promoverá, periodicamente, pesquisas estatísticas para avaliação da efetividade das normas previstas neste Código. 1.7. Poderes previstos no artigo 932 do CPC/15 No Tribunal, o relator deterá os poderes do artigo 932 do CPC/15 (equivalente ao antigo artigo 547 do CPC/73). A redação do artigo 932 é muito melhor, deixando muito claros os poderes do relator conforme o CPC/15. Art. 932. Incumbe ao relator: I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal; III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; IV - negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala.Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 26 VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. Em um primeiro momento, o relator poderá inadmitir o recurso de apelação. Porém, uma das propostas do Código é a primazia da análise do mérito, seja do processo ou do recurso. Observação: Não é errado falar em “mérito recursal”, pois há mérito no recurso. Há inclusive quem afirme que recurso é ação e para esses basta lembrar que como recurso deve ter legitimidade e interesse, da mesma forma que a ação. Aqui se adota a doutrina majoritária que aduz que as condições da ação permanecem e que isso não virou pressuposto processual. Como o motivo do processo novo é ter uma carga instrumental, antes de inadmitir o recurso, o desembargador deverá intimar a parte para a regularização recursal caso o vício seja sanável. Poderá sim extinguir desde logo na hipótese de intempestividade. Por outro lado, caso existam vícios sanáveis, antes de proferir decisão monocrática inadmitindo, caberá ao relator intimar a parte para a regularização. Dessa forma, a proposta do Código é manter o foco na instrumentalidade do processo e, caso o vício seja relacionado com a admissibilidade, o artigo 932 deixa evidente que deverá haver intimação para a regularização. Exemplo: Ausência ou insuficiência de preparo. Intima-se para pagar o restante ou em dobro, como forma de punição para a ausência de preparo. Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. § 1o São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal. § 2o A insuficiência no valor do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, implicará deserção se o recorrente, intimado na pessoa de seu advogado, não vier a supri-lo no prazo de 5 (cinco) dias. § 3o É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos. § 4o O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção. Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 27 § 5o É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhimento realizado na forma do § 4o. § 6o Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. § 7o O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipótese de dúvida quanto ao recolhimento, intimar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias. Exemplo: Um recurso é interposto e, durante seu processamento, a procuração do advogado que interpôs perde sua validade. O desembargador pode analisar o recurso, uma vez que no momento da interposição a procuração era válida. Porém, para possibilitar eventual sustentação oral, o desembargador o intimará para a apresentação de nova procuração válida. Não sendo caso de inadmissão, apresentadas as razões e as contrarrazões, o desembargador já pode decidir o mérito, dando ou negando provimento ao recurso. Contra decisão monocrática, o recurso cabível é o agravo interno que é disciplinado no artigo 1.021 do NCPC. De decisão monocrática dando ou negando provimento ao recurso de apelação há possibilidade de o vencido interpor o agravo interno em 15 dias. Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal. § 1o Na petição de agravo interno, o recorrente impugnará especificadamente os fundamentos da decisão agravada. § 2o O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar- se sobre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta. § 3o É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos fundamentos da decisão agravada para julgar improcedente o agravo interno. § 4o Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improcedente em votação unânime, o órgão colegiado, em decisão fundamentada, condenará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa. § 5o A interposição de qualquer outro recurso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4o, à exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamento ao final. Porém, quando o relator recebe o recurso é possível que ocorram diversas situações, tais como: i. O autor perde e, por ocasião da interposição da apelação, requer gratuidade de justiça. Processo Civil – Recursos, Sucedâneos Recursais e Ação Rescisória O presente material constitui resumo elaborado por equipe de monitores a partir da aula ministrada pelo professor em sala. Recomenda-se a complementação do estudo em livros doutrinários e na jurisprudência dos Tribunais. 28 Se houver requerimento de gratuidade de justiça em recurso, o relator deverá analisar tal questão preliminarmente, pois isto refletirá no preparo. A decisão gera um pouco mais de segurança ao recorrente visto que, no modelo anterior, a parte deveria pagar o preparo antes da apreciação do pedido. Art. 101. Contra a decisão que indeferir a gratuidade ou a que acolher pedido de sua revogação caberá agravo de instrumento, exceto quando a questão for resolvida na sentença, contra a qual caberá apelação. § 1o O recorrente estará dispensado do recolhimento de custas até decisão do relator sobre a questão, preliminarmente ao julgamento do recurso. ii. O desembargador relator entende que há necessidade de produção de alguma prova. Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão. § 3o Reconhecida a necessidade de produção de prova, o relator converterá o julgamento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução. Exemplo: O autor solicita a produção de uma prova pericial na fase de conhecimento e o juiz nega. Trata-se de decisão interlocutória não sujeita a agravo instrumento. O processo prosseguiu, a sentença foi de improcedência e o autor perdeu. Em razão disso, o autor apela e, em preliminar do recurso, quer discutir a decisão interlocutória anterior. Nesse caso, o desembargador verifica que a parte afirma que a prova pericial é apta a modificar toda a situação. Qual será a lógica de dar provimento a um recurso, anular a sentença, baixar o processo para produzir prova que ensejará outra sentença e outro recurso? O CPC/15 inova ao possibilitar que o relator suspenda o julgamento do recurso, determine a produção da
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