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AULA Nº 02
Organização e funcionamento da Justiça do Trabalho
Contextualização
	A Justiça do Trabalho compõe o Poder Judiciário Federal e manifesta-se por meio de seus órgãos, que funcionarão perfeitamente coordenados em regime de mútua colaboração, sob a coordenação do Presidente do TST – artigo 646 da CLT.
	A Justiça Federal (Poder Judiciário da União) brasileira é estruturada sob duas óticas: uma estrutura formada por ramos especializados chamada de justiça especializada, na qual somente se apreciam causas específicas e uma justiça dita ordinária ou comum, que solucionam todas as controvérsias não específicas (todo o remanescente). 
As justiças especializadas
	A estrutura especializada no Poder Judiciário da União se forma pelas Justiças Eleitoral, Trabalhista e Militar.
	Assim, a Justiça do Trabalho é um ramo especializado do Poder Judiciário Federal que atua especificamente na solução de litígios que tenham origem nas relações de trabalho (lato senso). 
Textos legais
	Os órgãos da justiça do trabalho e as regras gerais para delimitação da competência estão nos artigos 111 a 116 da CRFB/88. 
	Duas alterações mais ou menos recentes foram feitas na Justiça do Trabalho: a EC 24/99 extinguiu os juízes classistas (que eram juízes representantes de empregados e empregadores indicados pelos sindicatos, sem concurso público) e a EC 45/2004 ampliou a competência (que antes se limitava às relações de emprego – dissídios entre empregados e empregadores) e aumentou o número de ministros do TST de 17 para 27.
São órgãos da Justiça do Trabalho:
	O TST – Tribunal Superior do Trabalho;
	Os Tribunais Regionais do Trabalho – TRT’s;
	Os Juízes do Trabalho.
Órgãos administrativos da JT
	funcionam junto ao TST dois órgãos administrativos: A ENAMAT – Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho e o Conselho Superior da Justiça do Trabalho. À ENAMAT compete a formação e aperfeiçoamento dos juízes do trabalho e regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e promoção na carreira da Justiça do Trabalho. Ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho, formado por Ministros do TST, compete a supervisão administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, como órgão central do Sistema. Suas decisões têm efeito vinculante. 
O Tribunal Superior do Trabalho - TST
	O TST é o órgão máximo da Justiça do Trabalho (artigo 690 da CLT) e é composto por 27 Ministros, togados e vitalícios, escolhidos entre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos, nomeados pelo Presidente da República após aprovação pela maioria absoluta do Congresso Nacional. Assim, a disposição contida no artigo 693, a, da CLT, que exige sejam brasileiros natos, não foi recepcionada pela Constituição Federal, basta sejam brasileiros de notável saber jurídico e reputação ilibada.
	O vitaliciamento dos Ministros independe de estágio probatório – ocorre desde a posse. 
O quinto constitucional no TST
	Como em todos os tribunais judiciários do país, o TST possui em sua composição representantes das entidades auxiliares da Justiça, OAB e Ministério Público – o chamado quinto constitucional, previsto no artigo 94 da CF/88. Com isso, um quinto dos Ministros são advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada ou membros do Ministério Público, em ambos os casos com mais de dez anos de efetivo exercício profissional, indicados em lista sêxtupla pelas entidades de origem – vide artigo 94 da CRFB/88. Os demais são escolhidos entre os Juízes de carreira oriundos dos Tribunais Regionais.
A escolha dos membros do TST
	O TST reduz as listas sêxtuplas em triplas, se a vaga for do MP ou da advocacia, ou forma a lista tríplice, se a vaga for de juiz de carreira, e as remete ao Presidente da República para escolha – artigos 3º, II, b, da RA nº 743/2000 e artigo 111-A da CF.
O funcionamento do TST
	O TST funciona em sua composição plena ou dividido em seções e turmas (artigo 1º da Lei 7701/88), cabendo a seu regimento interno dispor sobre a constituição e funcionamento das seções especializadas e das turmas.
	O Tribunal Pleno é composto por todos os Ministros do Tribunal (artigo 3º, § 1º, da RA 743/2000).
As seções e subseções
	a) Seção de Dissídios Coletivos (SDC): é composta de nove ministros, integrada pelo Presidente, Vice, Corregedor-Geral e os seis ministros mais antigos do tribunal. A essa seção compete julgar originalmente os dissídios coletivos de natureza econômica e jurídica e as ações decorrentes de laudo arbitral, quando a área de abrangência da decisão exceder o limite de um TRT; decidir conflitos de competência dos TRT’s em dissídios coletivos; julgar recursos, incidentes e rescisórias de suas próprias sentenças normativas; julgar dissídios de greve quando a área do conflito exceder à jurisdição dos TRT’s; julgar mandados de segurança contra atos do Presidente ou qualquer um dos ministros que compõem a seção. E, em última instância, julga recursos de sentenças proferidas pelos regionais em dissídios coletivos, em ações civis públicas e de laudo arbitral; recursos em ações rescisórias e mandados de segurança relativas a dissídios coletivos e direito sindical; agravos regimentais e embargos infringentes de dissídios coletivos; agravos de instrumento para destrancar recursos de sua competência. 
	b) Seção Especializada em Dissídios Individuais (SDI), que é subdividida em duas subseções, SDI-I e SDI-II. A SDI-I é composta de 11 ministros, sendo o Presidente, o Vice, o Corregedor-Geral, os Presidentes de Turmas e o restante por ministros; a SDI-II é composta de nove ministros: O Presidente, o Vice, O Corregedor-Geral e seis ministros. Á SDI-I compete julgar os embargos de decisões divergentes das turmas ou das turmas com decisão da SDI ou com súmula do TST, bem como decisões das turmas que violarem texto expresso de lei ou da CF. Também à SDI compete julgar os agravos regimentais de despachos dos relatores das turmas acerca de embargos.
A SDI-II
	A SDI-II é especializada em ações rescisórias de suas próprias decisões e das decisões das turmas e em Mandados de Segurança contra atos do Presidente do Tribunal e de seus ministros em matéria de sua competência (competência originária); em única instância, julgar os conflitos de competência entre TRT’s ou entre Juízes do Trabalho e Juízes de Direito vinculados a tribunais distintos em matéria de dissídios individuais; em única instância, julgar os agravos regimentais em despachos exarados em processos de sua competência e, em última instância, julgar os recursos ordinários interpostos contra decisões dos TRT’s quando decidirem matéria de sua competência originária.
As turmas do TST
	Turmas são órgãos fracionários, compostas por três ministros cada e presidida pelo ministro mais antigo de cada turma. São seis turmas no TST hoje. Às turmas compete essencialmente o julgamento de recursos de revista e agravos de instrumento das decisões dos TRT’s que denegarem esses recursos, bem como agravos regimentais quando o relator denegar seguimento a recurso de revista.
Quorum e sessões
	O quorum mínimo de deliberação para o Pleno é de 09 ministros e para as turmas é de 03 membros. Se houver ministros ausentes por mais de 30 dias, o TST pode convocar Desembargadores dos Tribunais Regionais.
	As sessões são públicas e se realizarão entre as 14 e 17 horas, podendo ser prorrogadas pelo Presidente em caso de necessidade.
Os Tribunais Regionais do Trabalho
	Os Tribunais Regionais do Trabalho exercem sua jurisdição por regiões, geralmente constituída pela área geográfica correspondente a um ou mais estados da Federação. São Paulo, devido à peculiaridade da região, possui dois Tribunais Regionais, um para a capital e outro para o interior.
Competências Administrativas dos TRT’s
	Aos tribunais regionais compete: a) eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, dispondo sobre a competência e funcionamentodos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; b) organizar as Secretarias e serviços auxiliares, velando pela atividade correicional desses órgãos; c) prover os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; d) propor a criação de novas Varas; e) prover por concurso os cargos necessários à administração da justiça; f) conceder licenças e afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que lhes forem vinculados. (artigo 96 da CF). 
	Compete ainda aos TRT’s, no âmbito de sua região, alterar e estabelecer a jurisdição das varas do trabalho, bem como transferir-lhes a sede de acordo com a necessidade da prestação jurisdicional – artigo 28 da Lei 10770/03.
Composição dos TRT’s:
	Os Tribunais Regionais do Trabalho são compostos de no mínimo 07 (sete) juízes - alguns tribunais mudaram seus regimentos e passaram a denominá-los desembargadores regionais. Determina a CRFB/88 que esses juízes sejam recrutados preferencialmente na própria região e nomeados pelo Presidente da República entre brasileiros com mais de 30 e menos de 65 anos de idade. 
	Um quinto de seus membros será escolhido entre advogados com mais de dez anos de efetiva atividade profissional e membros do Ministério Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício – artigo 94 da CF. Os demais serão mediante promoção de juízes do trabalho, por antiguidade e merecimento, alternadamente.
Regras aplicáveis aos membros dos TRT’s
	Os juízes dos TRT’s tornam-se vitalícios desde a posse, mesmo os egressos da advocacia – artigo 22 da Lei Complementar nº 35/79.
	Na promoção de juízes devem ser observadas as seguintes normas (artigo 93, II, da CF): 
	é obrigatória a promoção de juiz que figure por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de merecimento;
	o merecimento será aferido conforme o desempenho e por critérios objetivos de produtividade e presteza, bem como pela freqüência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento;
	na apuração da antiguidade, o tribunal só pode recusar o juiz mais antigo por voto de 2/3 de seus membros, assegurada a ampla defesa;
	não será promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder além do prazo legal, não podendo devolvê-los em cartório sem o devido despacho ou decisão.
	Outras disposições acerca dos TRT’s:
	Determina a Constituição que os TRT’s criem a justiça itinerante para realização de audiências dentro da jurisdição de cada regional e permite que os TRT’s funcionem descentralizadamente, instituindo Câmaras Regionais para facilitar o acesso ao Jurisdicionado – artigo 115 da CRFB.
	Os tribunais regionais com sete ou oito juízes funcionarão apenas em sua composição plena. Os compostos por 12 ou mais juízes funcionarão em sua composição plena ou dividido em turmas.
	Nos TRT’s com mais de 25 julgadores poderá ser criado um órgão especial, com o mínimo de 11 e máximo de 25 membros, para o exercício de atribuições administrativas e jurisdicionais de competência do tribunal pleno, provendo-se a metade por antiguidade e a metade por eleição pelo pleno – artigo 93, XI, da CF.
	Os TRT’s compostos de quatro turmas ou mais serão obrigatoriamente divididos em grupos de turmas ou seções especializadas, com a competência que o Pleno lhes atribuir (artigo 4º Lei 7119/83).
	O quorum para deliberação dos TRT’s é da metade mais um de seus membros, além do Presidente. O julgamento será pelo voto da maioria dos presentes, exceto se se tratar de declaração de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, em que existe a chamada cláusula de reserva de plenário contida no artigo 97 da CRFB/88, pela qual a decisão somente pode ser tomada pela maioria absoluta dos membros ou dos membros do órgão especial. Exceto no caso de declaração de inconstitucionalidade e nas sessões administrativas, o Presidente só tem voto em caso de desempate. Nas sessões administrativas o presidente votará como os demais juízes, cabendo-lhe o voto de qualidade (artigo 672, § 3º da CLT).
	As turmas somente poderão deliberar com a presença de pelo menos três juízes (artigo 672, § 1º, da CLT).
	No julgamento de recursos contra decisões do Presidente, do Vice ou do Relator, se ocorrer empate prevalecerá a decisão recorrida – artigo 672, § 4º da CLT.
	O TRT da 18ª Região é composto por 08 juízes – artigo 670 da CLT, mas na prática só tem 07. A rigor não poderia ser dividido em turmas, mas pelo RI do TRT existem 2 turmas de 3 desembargadores.
As sessões
	O regimento interno dos tribunais é o instrumento normativo que dispõe sobre a ordem das sessões (artigo 673 da CLT), a súmula da respectiva jurisprudência predominante e o incidente de uniformização, inclusive os pertinentes às leis estaduais e normas coletivas (artigo 14 da Lei 7701/88). 
As Regiões
	A Justiça do Trabalho hoje possui 24 Tribunais Regionais, conforme lista do artigo 674 da CLT. A sede desses regionais é fixada pelo mesmo artigo.
	O número de regiões, a jurisdição e a categoria dos tribunais somente podem ser alteradas por lei – artigo 113 da CF. Nesse sentir, a CLT, em seu artigo 676, não foi recepcionada pela CF/88 (diz a CLT que tais podem ser alteradas pelo Presidente da República).
Competência dos TRT’s
	Os TRT’s têm a competência territorial estabelecida pelo artigo 651 da CLT (pelo local da prestação de serviços como regra) ou, no caso de dissídio coletivo, pelo local em que ocorrerem. A competência funcional está no artigo 678 da CLT: Em resumo, os Tribunais Regionais do Trabalho apreciam os recursos das ações individuais decididas pelos Juízes de primeira instância e, originariamente, decidem mandados de segurança e habeas corpus contra atos dos Juízes de primeiro grau, ações rescisórias das decisões de primeiro e segundo graus, bem como dissídios coletivos dentro de sua jurisdição. 
	Compete ainda aos TRT’s: a) determinar às Varas e juízes de direito sob sua jurisdição trabalhista a realização de atos processuais e diligências necessárias ao julgamento dos feitos sob sua apreciação; b) fiscalizar o cumprimento de suas próprias decisões; c) declarar a nulidade dos atos praticados com infração às suas decisões; d) julgar as exceções de incompetência que lhe forem opostas, entre outras – artigo 680 da CLT. 
Direção dos TRT’s
	Os Tribunais Regionais elegerão, entre seus juízes, o Presidente, o Vice-Presidente, o Corregedor, o Vice-Corregedor e os Presidentes das Turmas, onde houver – artigos 96, I da CF e 670, § 7º, da CLT. Da eleição participam apenas os membros efetivos do tribunal. A eleição, para mandato de dois anos, deve recair sobre os juízes mais antigos, sendo proibida a reeleição (artigo 102 da LC 35/79). O Presidente e o Vice tomarão posse perante seus tribunais – artigo 681 da CLT. 
As Varas do Trabalho
	A Vara do Trabalho é o órgão ou local que serve à atuação do órgão jurisdicional chamado Juiz do Trabalho. A CRFB afirma expressamente que o órgão é o Juiz do Trabalho – artigo 111, enquanto a CLT afirma que a Vara do Trabalho é órgão – artigo 644. Diante da prevalência da norma constitucional, prevalece o disposto no artigo 111: o juiz é órgão da Justiça do Trabalho.
	Cada Vara terá pelo menos um Juiz do Trabalho, que será o seu presidente ou titular.
	É importante salientar que todas as referências existentes na CLT a partir do artigo 643 a vogais ou classistas são tidas como não escritas, à vista da EC nº 24/99, que os extinguiu.
Jurisdição das Varas
	A jurisdição das Varas será todo o território ou comarca em que se situar, podendo ser estendida ou restringida por lei federal. Depois de criada uma Vara, pode o TRT, no âmbito de sua Região, alterar e estabelecer a jurisdição das Varas, bem como transferir-lhes a sede – artigo 28 da Lei 10770/2003.
A Secretaria da Vara
	Cada vara terá uma Secretaria (artigo 710), que será dirigida por um servidor designado pelo Juiz Titular (Diretor ou Chefe de Secretaria), o qual receberá o salário efetivo mais Gratificação de função.O recebimento de processos, petições, a autuação desses documentos, a guarda e conservação dos processos, bem como toda a tramitação e registro, inclusive serviços auxiliares de expedição e arquivamento, será feito pela Secretaria – artigo 711.
A distribuição dos processos
	Nas localidades em que houver mais de uma Vara, haverá um Distribuidor, que cuidará da distribuição, pela ordem de entrada e sucessivamente a cada Vara, os feitos que forem apresentados – artigo 714. 
	As partes e seus advogados podem fiscalizar a distribuição de processos – artigo 256 do CPC.
Os Juízes de Direito
	Nas cidades não abrangidas pelas Varas do Trabalho, a jurisdição trabalhista será exercida por um Juiz de Direito (artigo 112 da CF/88) e de cujas decisões caberá recurso aos TRT’s. Nesse caso, os cartórios das varas de direito terão as mesmas atribuições das Secretarias de Vara.
	Às Varas do Trabalho ou Juízes de Direito compete processar e julgar os dissídios individuais em primeira instância, nos casos que serão estudados a seguir.
Exercícios de fixação para relaxar:
(FCC/TRT 24º R/2006) Com relação as secretarias das Varas do Trabalho, é correto afirmar:
	(A) Cada Vara do Trabalho terá duas secretarias, sob a direção de seus respectivos diretores de secretaria.
	(B) Os serventuários que, sem motivo justificado, não realizarem os atos, dentro dos prazos, serão descontados em seus vencimentos, em um salário mínimo vigente à época.
	(C) Compete à secretaria das Varas do Trabalho a contagem das custas devidas pelas partes, nos respectivos processos.
	(D) Cada Vara do Trabalho terá duas secretarias, sob a direção do corregedor geral do Tribunal Regional do Trabalho da respectiva região.
	(E) Não compete à secretaria das Varas do Trabalho o fornecimento de certidões sobre o que constar dos livros ou do arquivamento da secretaria.
 5 - Jurisdição e competência da Justiça do Trabalho
	Jurisdição é a atividade pela qual o Estado, com eficácia vinculativa plena (coerção), soluciona as lides que lhe são apresentadas, declarando ou realizando o direito em concreto. Trata-se, pois, de atividade pela qual o Estado-Juiz, em substituição às partes, e com desinteresse na lide (terzietà) decide a quem cabe o direito, declarando-o ou fazendo-o ser concretizado, possuindo poderes coercitivos para tanto. Em outras palavras, é a função (poder-dever) de resolver os conflitos que a ela sejam dirigidos, seja por pessoas naturais, jurídicas ou entes despersonalizados (v. g. espólio), em substituição a estes segundo as possibilidades normatizadoras do Direito.
A razão de ser da competência
	No entanto, não seria lógico que todos os membros do judiciário tivessem a possibilidade de resolver todo e qualquer litígio – a partir dessa idéia de dividir racionalmente as lides é que surge a noção de competência.
	Segundo os doutrinadores clássicos, competência é a medida ou quantidade de jurisdição que a lei atribui a cada órgão do Poder Judiciário. Modernamente, a competência tem sido definida como a faculdade e o dever de exercer a jurisdição em determinadas matérias, funções e espaço geográfico definido por lei.
Conceito segundo Liebman
	Liebman define competência, como sendo a quantidade de jurisdição cujo exercício é atribuído a cada órgão ou grupo de órgãos. Antunes Varela, por sua vez, esclarece que: "O requisito da competência resulta do fato de o poder jurisdicional ser repartido, segundo diversos critérios, por numerosos tribunais. Cada um dos órgãos judiciários, por virtude da divisão operada a diferentes níveis, fica apenas com o poder de julgar num círculo limitado de ações, e não em todas as ações que os interessados pretendam submeter à sua apreciação jurisdicional."
	Quando uma determinada cidade está inserida na competência territorial de uma Vara, diz-se que referida cidade está na jurisdição daquela Vara. 
	A CF indica o grau de importância da competência, quando no artigo 5º, inciso LIII, expressa que “ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente”.
	A jurisdição é o poder de julgar; a competência, o poder de julgar organizado segundo critérios eleitos pelo legislador e pelos tribunais.
Critérios para se definir a competência
	Para J.E.CARREIRA ALVIM, as diversas teorias procuram assentar as suas bases, de um modo geral, nos seguintes elementos: 
	a)Valor da causa - segundo o valor econômico da relação jurídica, objeto da demanda. 
	b)Matéria – segundo a natureza da relação jurídica, objeto da causa. 
	c)Pessoas – segundo a condição dos sujeitos em lide. 
	d)Território – segundo o lugar onde se encontram os sujeitos ou o objeto da relação jurídica que constitui objeto do processo.
	e)Função – segundo a função que o órgão jurisdicional é chamado a exercer em relação a uma determinada demanda.
Espécies de competência
a) Competência internacional e interna:
	O Código de Processo Civil (artigos 88/90) quando fala em competência internacional, está tratando, na realidade, de jurisdição, até porque a competência diz respeito à divisão de trabalho entre os órgãos judiciários; a jurisdição, como expressão da soberania, é que impõe barreira natural aos demais Estados Estrangeiros. A competência internacional, também conhecida como externa ou geral, pode ser de duas espécies: a) exclusiva - quando a competência é da jurisdição nacional em prejuízo de qualquer outra; b) concorrente - quando a competência será da autoridade judiciária brasileira, sem exclusão da estrangeira.
	A competência internacional define a legitimidade da atividade jurisdicional de um Estado soberano em relação a uma questão em que surgem fatos com ocorrência em dois ou mais estados.
	A CLT trata da competência internacional da Justiça do Trabalho no artigo 651, § 2º, da CLT, dispondo que a competência das Varas do Trabalho estende-se aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o empregado seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. Para as ações que não forem de emprego, é aplicável o disposto no artigo 88 do CPC quando o réu, de qualquer nacionalidade, tiver domicílio no Brasil; a obrigação tiver de ser cumprida no Brasil; a ação originar-se em fato ocorrido ou ato praticado no Brasil.
	A competência interna diz respeito à repartição da jurisdição dentre os diferentes órgãos jurisdicionais integrantes do Poder Judiciário do país. Consiste na distribuição da competência dentre os diversos ramos do Poder Judiciário, de acordo com critérios materiais, em função da pessoa, função ou território. Ex. Justiça Federal; Estadual; do Trabalho; Eleitoral.
b) Competência material
	A competência em razão da matéria é fixada tendo em conta a natureza da relação jurídica em litígio, que se define pelo pedido e pela causa de pedir (os fatos alegados). A competência material da Justiça do Trabalho é definida pelo artigo 114 da CF, que analisaremos abaixo com mais vagar.
	c) Competência funcional:
	Diz respeito à posição do juiz a ser exercida no processo, seja no mesmo grau de jurisdição (como nas cartas precatórias), seja no âmbito recursal (como nos julgamentos do agravo oferecido contra uma decisão do juiz inferior, que será analisada pelo juízo superior), em qualquer das hipóteses, em um mesmo processo, mais de um juiz exerce a parcela jurisdicional que lhe cabe. 
	É a luz desse critério que foi distribuída a competência entre as Varas do Trabalho (652 da CLT), dos TRT’s – artigos 678/679 da CLT e TST – artigo 702 da CLT e Lei 7701/88.
	A competência funcional é distribuída: a) por grau de jurisdição; b) por fases do processo; c) em razão do objeto da decisão (exemplo: inconstitucionalidade de lei é de competência do pleno). 
d) Competência em razão das pessoas:
	A competência em razão das pessoas leva em conta atributos pessoais das partes para determinação do órgão jurisdicional. Exemplos: exceto trabalhistas, eleitorais, falências e acidentárias, as ações que a União for parte, estão na competênciada Justiça Federal; as autoridades públicas têm foro privilegiado.
	No processo do trabalho, antes da EC nº 45/2004, tínhamos o caso dos pequenos empreiteiros (artigo 652,V, da CLT) e os trabalhadores portuários, que, mesmo não sendo empregados, já estavam inseridos na competência da justiça do trabalho. Hoje continuam na jurisdição trabalhista mas por outro critério: o material, já que a CF estendeu todas as relações de trabalho à jurisdição trabalhista.
d) Competência territorial ou de foro (competência em razão do lugar):
	É a competência que leva em consideração o território ou local. Diz respeito, pois, aos limites geográficos da atuação de cada órgão da justiça do trabalho. O foro competente indica a cidade em que a ação deve ser proposta. 
	O TST tem jurisdição em todo o território nacional, que foi dividido em circunscrições, chamadas de regiões, nas quais um TRT terá jurisdição. Cada TRT cria Varas nos municípios ou atribui municípios às Varas existentes. Cada Vara terá, assim, jurisdição sobre o município em que tem sede e ainda naqueles municípios atribuídos à sua jurisdição pelo TRT. Exemplo: o TRT tem jurisdição em todo o Estado de Goiás; Goiânia tem jurisdição sobre o Município de Goiânia e mais 16 cidades – Cezarina, Guapó, Abadia, Araçu, Bonfinópolis, Inhumas, Trindade, etc.
	As regras de competência territorial no processo do trabalho serão estudados em ponto infra. 
e) Competência exclusiva, originária e concorrente: 
	Competência concorrente ocorre quando o legislador estabelece mais de um órgão para conhecer da demanda - Ex: várias varas de uma mesma cidade – ou quando a lei permite, em certos casos, que a demanda seja proposta em mais de um órgão. Essa ultima hipótese apresenta duas situações: a) concorrente por eleição do autor – é o autor quem escolhe entre as possíveis – artigo 651, § 3º; b) concorrente sucessivamente – quando a lei estabelece uma ordem de sucessividade – Ex: artigo 651, § 1º, da CLT.
	Competência exclusiva – quando a lei não dá escolha: a ação deve ser proposta em determinado foro.
	Competência originária: a competência que define qual o órgão vai, em primeira instância, conhecer do litígio – lugar ou órgão no qual começa (tem origem) a ação e, daí, configura-se o primeiro grau de jurisdição.
Competência absoluta e relativa
	No sentir de ATHOS GUSMÃO CARNEIRO, algumas considerações devem ser utilizadas para a diferenciação entre a competência absoluta e a relativa; a primeira, estaria caracterizada quando as regras forem motivadas por considerações ligadas ao interesse público, de uma melhor administração da Justiça, que é indisponível às partes, e impõe-se com força cogente ao juiz.
	Já a competência relativa seria encontrada quando as regras visarem, primacialmente, o interesse das partes, quer facilitando ao autor o acesso ao Judiciário, quer propiciando ao réu melhores oportunidades de defesa, podendo ser afastadas pelos litigantes, sendo pois disponíveis.
Competência material da justiça do trabalho
	I - as ações oriundas da relação de trabalho, (abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios) – essa parte separada em parêntese teve uma interpretação conforme a constituição dada pelo STF para excluir da apreciação da Justiça do Trabalho a relação de trabalho estatutária; 
	II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
	III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
	IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
	V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o (quando a conflito se der entre juízes de direito e trabalhista, caso em que a decisão compete ao STJ); 
	VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho; 
	VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
	VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a , e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir; 
	IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei. 
Conteúdo da expressão “outras controvérsias”
	Note-se que o rol supra, apesar de extenso, não é taxativo. O próprio inciso IX afirma que a lei pode atribuir à Justiça do Trabalho ‘outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho’. Assim, mediante lei federal, pode ser ainda mais ampliada a competência.
	Exemplos disso estão nos artigos 643 e 652 da CLT: ações entre trabalhadores avulsos e órgãos gestores de mão de obra, bem como aplicação de multas e penalidades nos atos de sua competência.
A competência na CLT
O artigo 652 da CLT estabelece que compete às Varas do Trabalho processar e julgar:
	I – os dissídios em que se pretenda o reconhecimento da estabilidade no emprego;
	II – os dissídios concernentes a remuneração, férias e indenizações por motivo de rescisão no contrato individual de emprego;
	III – Os dissídios resultantes dos contratos de empreitada em que o empreiteiro seja operário ou artífice;
	IV - os demais dissídios concernentes ao contrato individual de trabalho;
	V – as ações entre trabalhadores portuários e operadores portuários ou órgão gestor de mão de obra decorrentes da relação de trabalho. 
	O artigo 652, b, prevê ainda a competência para processar e julgar os inquéritos para apuração de falta grave.
	Estão também na competência das Varas o julgamento de ações relativas a representação sindical, cobrança de contribuições sindicais, mandados de segurança, habeas corpus e habeas data relacionados aos atos sujeitos à sua jurisdição, ações de indenização por danos morais e materiais, seja decorrente de assédio moral ou de acidente do trabalho.
Competência territorial - critérios
	A competência territorial das Varas do Trabalho é definida pelo local em que o empregado prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado em outro local ou no estrangeiro. Não importa se o empregado é autor ou réu no processo – artigo 651 da CLT.
	Se vários foram os locais de trabalho, a competência será do último deles. Há uma corrente doutrinária, inspirada na facilitação do acesso à justiça, defendendo que, nesses casos, pode ser aplicado o § 3º do mesmo artigo, permitindo ao trabalhador o ajuizamento em qualquer deles.
Exceções ou regras que merecem destaque: 
	a) empregado é agente ou viajante comercial – Vara do local da agência ou filial a que o empregado esteja vinculado ou, na falta, no domicílio do empregado ou cidade mais próxima de seu domicílio;
	b) Empregador que promova atividades fora do lugar do contrato (aqui o empregador é itinerante) – no foro da celebração do contrato ou no local da prestação de serviços.
	A competência das Varas do Trabalho se estende aos dissídios ocorridos em agência ou filial no estrangeiro, desde que o trabalhador seja brasileiro e não haja acordo internacional dispondo em contrário – artigo 651, § 2º, da CLT. A doutrina acrescenta ainda que o trabalhador deve ter sido contratado no Brasil (artigo 88, III, do CPC). A lei a ser aplicada, entretanto, é a lei do local da prestação de serviços (Súmula 207 do TST). O artigo 651, § 2º, não define o foro em que deve ser ajuizada a ação, entendendo a doutrina deva ser o da contratação, porque afastado o critério geral do local da prestação de serviços.
	Recorde-se que essa competência se refere apenas a dissídios individuais, nos quais se discute interesse de um trabalhador ou de trabalhadores identificados. Nos dissídios coletivos, a competência será do TRT que tiver jurisdição naquela região. Se exceder à jurisdição de um TRT, a competência passa ao TST.
	Nas Varas do Trabalho quem decideo dissídio é um juiz singular.
	(FCC/TRT 20º R/2006) De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho, em regra, a competência das Varas do Trabalho é determinada pela localidade onde
	o empregado, reclamante ou reclamado, foi contratado para prestar serviços, exceto se foi contratado no estrangeiro.
	está sediada a empresa empregadora ou o domicílio do empregador quando este for pessoa física.
	) o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
	o empregado, reclamante ou reclamado, foi contratado para prestar serviços, inclusive se foi contratado no estrangeiro.
	está a filial mais próxima da empresa empregadora ou o domicílio do empregador quando este for pessoa física.
	(FCC/TRT 24º R/2006) Isis foi contratada na sede da Empresa empregadora em Campo Grande, para prestar serviços em São Paulo. Posteriormente, foi transferida definitivamente para Goiânia, quando foi dispensada. Considerando que Isis possui residência em Belo Horizonte será competente para conhecer de reclamação trabalhista a(s) Vara(s) do Trabalho da cidade de
	(A) São Paulo.
	(B) Campo Grande.
	(C) Goiânia.
	(D) Belo Horizonte.
	(E) Campo Grande ou Belo Horizonte. 
FIM DO PONTO

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