Prévia do material em texto
Comunidades Negras Rurais do RS: o trânsito rumo à auto-identificação como quilombola por Cledis Rezende de Souza1, Mariana Balen Fernandes2, Rosane Aparecida Rubert3 'Tia Pretinha' com netos e bisnetos da comunidade Sítio Novo (Arroio do Tigre). (Autora: Rosane.) O Estado do Rio Grande do Sul, outrora Província de São Pedro, apesar de assumir uma posição econômica secundária durante o período colonial e imperial, se comparado às províncias onde se instaurou a estrutura econômica-produtiva da plantation, contou com uma presença significativa da mão-de-obra cativa africana durante a vigência do regime escravocrata no Brasil. Diante de uma ocupação inicial marcada por constantes litígios fronteiriços entre Portugal e Espanha, a estrutura político-econômica dessa província meridional apoiou-se no latifúndio militar agropastoril. Pesquisas históricas e antropológicas recentes, dentre elas os laudos técnicos produzidos com a finalidade de fundamentar o pleito das comunidades remanescentes de quilombos pela regularização de seus territórios, têm colocado em xeque duas abordagens historiográficas sobre a escravidão no estado, as quais consolidaram um certo senso comum sobre o assunto. A primeira abordagem enfatiza as características próprias às lides campeiras - trabalho ao ar livre, relativa liberdade de movimento, uso do cavalo, etc. -, afirmando que no interior das estâncias os escravos viviam em relativa igualdade frente aos seus senhores e demais trabalhadores livres. Ou seja, nessa província, mais do que em qualquer 1 Quilombola da comunidade Rincão dos Martimianos; Conselheira do CODENE; graduanda em Serviço Social na Faculdade Metodista/IPA e atua em projetos de sustentabilidade nas comunidades. 2 Antropóloga; participou na elaboração do Relatório Técnico da comunidade de Morro Alto e é integrante da ONG Ação Cultural Kuenda. 3 Antropóloga e doutoranda em Desenvolvimento Rural (PGDR/UFRGS). Realizou o "Diagnóstico das Comunidades Negras Rurais Remanescentes de Quilombos do RS" pelo Programa RS-Rural. outra, teria se concretizado uma 'verdadeira' democracia rural e racial (cf. Zarth, 2002: 105-106). A segunda reconhece a presença da escravidão com todo seu viés brutalizante, desconsiderando, no entanto, a importância do trabalho escravo em outras atividades produtivas que não as desenvolvidas nas charqueadas.4 Soma-se a essa história, escrita sob a égide da invisibilidade, o grande investimento realizado no estado com a imigração estrangeira, a partir das primeiras décadas do século XIX, visando a formação de um amplo segmento de produtores parcelares e atendendo ao projeto de embranquecimento da nação. Além de fomentar a expropriação das áreas ocupadas por afro-descendentes e indígenas, houve a construção da imagem de um estado europeizado, através da ênfase às pretensas 'virtudes' dos imigrantes, sobrevalorizadas pelo contraste com adjetivos estigmatizantes projetados sobre descendentes de africanos e indígenas, o que contribuiu de forma decisiva para a segregação e fragmentação das comunidades negras. A emergência do Movimento Quilombola no RS É nesse contexto regional, onde as fronteiras étnico-raciais se encontram imperiosamente demarcadas, que as comunidades negras se valeram, no decorrer de suas histórias, das mais variadas estratégias - juridicamente formalizadas ou não - para resistir à expropriação e discriminação. A partir da década de 90, sob o respaldo do Art. 68 da ADCT e através da aliança com alguns atores estratégicos, tais comunidades transformam sua memória e atributos singulares em prerrogativas para assumirem um outro lugar perante a sociedade englobante: o de remanescentes de quilombos. Em 1995 o Núcleo de Estudos Sobre Identidade e Relações Interétnicas (Nuer), da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), identificou em torno de 43 áreas qualificadas como 'território negro' no Rio Grande do Sul. Desde então, algumas delas passaram a ser visitadas regularmente pelo Movimento Negro urbano, com a repercussão de suas demandas em fóruns institucionalizados e especializados, tal é o caso do Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra do RS (Codene) e Ministério Público Federal. Desde então, várias comunidades negras passaram a figurar como 'público especial' de políticas governamentais. No mês de novembro de 2000 ocorreu um amplo seminário para a formação de voluntários que se dispunham a trabalhar nas diversas comunidades que passavam a se tornar conhecidas, consolidando o Movimento Quilombola do RS na esfera pública estadual e nacional. Em julho de 2001 efetuou-se uma parceria entre a Fundação Cultural Palmares (FCP) e a Secretaria do Trabalho, Cidadania e Assistência Social do Estado do Rio Grande do Sul, garantindo a realização de laudos técnicos em seis comunidades (Casca, Arvinha, Mormaça, São Miguel, Martimianos e Morro Alto), visando instruir os respectivos processos judiciais de regularização fundiária. Outro passo importante em direção à consolidação do Movimento Quilombola foi a "1ª Conferência Estadual de Comunidades Remanescentes de Quilombos do Rio Grande do Sul", que ocorreu em outubro de 2003 na comunidade de São Miguel. Nesse mesmo ano se institui o Conselho de Auto-Sustentabilidade Para as Comunidades Quilombolas, tendo a Delegacia Regional do Trabalho cedido espaço para sua articulação. Constituído por vários Grupos de Trabalho, é nesse fórum que são debatidas as políticas de intervenção dos órgãos do Governo Federal. É também no interior do Conselho que representantes de várias comunidades vêm discutindo a formação de uma associação estadual. 4 Empreendimento industrial voltado para o abate de animais e produção do charque. Implantadas na metade sul do estado a partir de 1780, exigiam um significativo plantel de escravos para o seu funcionamento, o que explica a elevada presença de comunidades negras nessa região até os dias atuais. Frente à necessidade de respaldar sua intervenção em informações relativamente seguras sobre as comunidades, no ano de 2004 o Programa RS-Rural5, em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e o Codene, promove um 'Diagnóstico das Comunidades Negras Rurais Remanescentes de Quilombos', resultando na publicação de um relatório que traz informações parciais sobre a ancestralidade e territorialidade de 42 comunidades negras rurais visitadas por profissional da área de antropologia (Rubert, 2005). Representantes de várias das comunidades visitadas durante tal Diagnóstico tiveram a oportunidade de participar, em junho desse mesmo ano, da segunda edição do seminário "Sustentabilidade e Diversidade Sócio-Cultural", promovido pela Pró-Reitoria de Extensão da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PROREXT/UFRGS), pela ONG Instituto de Assessoria às Comunidades Remanescentes de Quilombos (Iacoreq) e pela Fundação Cultural Palmares. Ocorreu, nesse evento, a entrega de Certidões de Auto-Reconhecimento por parte da FCP para várias comunidades, além do lançamento da publicação de quatro dos laudos já realizados6. Moradores da comunidade de Limoeiro (Palmares do Sul) em reunião para discutir projetos a serem implementados na comunidade e para organizar a Associação Quilombola. (Autora: Rosane.) No ano de 2004, um convênio entre a FCP e a Prefeitura Municipal de Porto Alegre possibilitou a realização de laudo técnico junto à comunidade negra urbana denominada Kilombo Família Silva. Em março de 2005, outro convênio entre o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra/RS) e o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da UFRGS tem viabilizado os laudos nas comunidades Manoel Barbosa e Cambará. Comunidades Quilombolas em compasso de visibilidade e auto- identificação Dentre as comunidades já contempladas com laudo antropológicoe cujos processos de titulação do território tramitam no Incra/RS relatamos sete: Casca (Mostardas)7; 5 Programa do Governo do Estado financiado pelo Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (Bird), que tem como objetivo a intervenção em comunidades rurais caracterizadas pela pobreza e exclusão. Direcionado inicialmente para o genérico público 'agricultores familiares', acolheu aos poucos a demanda por uma intervenção diferenciada junto a assentados, pescadores artesanais, indígenas e quilombolas. 6 ANJOS et. al., 2004; BARCELLOS et. al., 2004; LEITE, 2002. 7 Os termos entre parênteses, que seguem logo após a denominação de cada comunidade, referem-se ao nome do município onde elas estão situadas. Morro Alto (Maquiné); São Miguel dos Pretos e Rincão dos Martimianos (Restinga Seca); Arvinha e Mormaça (Sertão); Kilombo Família Silva (Porto Alegre). A comunidade de Casca se encontra em processo de complementação de laudo visando a ampliação da área indicada pelo Relatório Técnico anterior, conforme reivindicação da comunidade. A expectativa é de que seja a primeira comunidade quilombola do estado a receber o título definitivo do seu território. A comunidade de Morro Alto também vem reivindicando um território mais amplo do que o indicado pelo primeiro Relatório Técnico, apresentando uma situação mais complexa, tendo em vista a descontinuidade do território que vem sendo requerido atualmente. Outro problema enfrentado por esta comunidade diz respeito à duplicação da BR 101 que irá afetar áreas de domínio da mesma. As comunidades de São Miguel, Martimianos, Arvinha e Mormaça estão passando por estudos complementares aos laudos já realizados, visando aprofundar o diagnóstico socioeconômico e o levantamento fundiário. Estão incluídas, nesse sentido, no conjunto de ações prioritárias e paralelas desenvolvidas pelo Incra/RS. O Kilombo da Família Silva atualmente enfrenta dificuldades envolvendo conflitos com pretensos proprietários que reivindicam a área ocupada e/ou requerida pela comunidade. A comunidade se defrontou com duas ações de despejo, até o momento não efetivadas graças à intervenção de alguns órgãos públicos e de atores da sociedade civil. Tal fato evidencia o caráter urgente da titulação definitiva, uma vez que é o primeiro quilombo urbano reconhecido no Brasil. A partir do Diagnóstico realizado pelo Programa RS-Rural ampliou-se significativamente as bases do Movimento Quilombola no estado, tendo em vista que viabilizou a visita a várias comunidades da atual representante quilombola no Codene, Cledis Rezende de Souza. Através dessas visitas, várias das 42 comunidades obtiveram, pela primeira vez, informações sobre a legislação em vigor e a possibilidade de procederem à auto-identificação como quilombolas. Comunidade de Ibicuí da Armada (Santana do Livramento) reunida para discutir o Projeto Quilombolas em Rede, que tem o pilão como símbolo. (Autora: Cledis.) São 42 as comunidades visitadas nesse Diagnóstico: Cerro do Ouro e Von Bock (São Gabriel); Rincão dos Negros (Rosário do Sul); Ibicuí da Armada (Santana do Livramento); Rincão São Miguel e Angico (Alegrete); Tamanduá (Aceguá); Palmas (Bagé); Cerro Pelado/Cerro das Veia, Manoel do Rego e Maçambique (Canguçu); Vila do Torrão, Serrinha, Picada e Rincão das Almas (São Lourenço do Sul); Serrinha (Cristal); Baianos e Várzea do Candiota (Pedras Altas); Alto do Caixão e Rincão da Cruz/Quinongongo (Pelotas); Rincão Santo Inácio (Nova Palma); Rincão dos Pretos, Pederneiras e Aldeia São Nicolau (Rio Pardo); Ipê e Passo dos Brum (São Sepé); Passo dos Brum, Passo do Maia e Cerro do Formigueiro (Formigueiro); São Roque (Arroio do Meio); Macaco Branco (Portão); Paredão (Taquara); Cantão das Lombas (Viamão); Beco dos Coloidianos e Teixeiras (Mostardas); Limoeiro (Palmares do Sul); Boa Vista (Terra de Areia); Rincão dos Caixões (Jacuizinho); Júlio Borges (Santo do Jacuí); Sítio Novo (Arroio do Tigre) (cf. Rubert, 2005). As comunidades de Manoel Barbosa (Gravataí) e Cambará (Cachoeira do Sul) também foram visitadas e, como assinalado acima, se encontram em processo de pesquisa mais aprofundada para elaboração de laudos técnicos. Atualmente outras tantas comunidades indicadas vêm recebendo ou estão para receber oficinas promovidas pelo Incra e operacionalizadas por várias organizações do Movimento Negro (Iacoreq, Movimento Ecumênico de Consciência Negra Palmares, Ação Cultural Kuenda, 13 de Maio, Angola Janga, Mocambo, 13 de agosto), visando o esclarecimento quanto à legislação vigente e os passos organizacionais necessários para serem reconhecidas como remanescentes de quilombos'. São 278: Vila da Lata (Aceguá); Pedra Grande (Bagé); Favila (Canguçu); Cruz Alta (Rio Pardo); Vila Brasília (Silveira Martins); Quadra (Encruzilhada do Sul); Barragem (Viamão); Olho d'Água e Capororocas (Tavares); Costa da Lagoa (Capivari do Sul); Recanto dos Evangélicos (Santa Maria); Alpes, Serraria e Areal da Baronesa (Porto Alegre); Picada das Vassouras (Caçapava do Sul); Assentamento Companheiro João Antonio (Candiota); Prainha e Ribeirão (Maquiné); Mato Grande (Muitos Capões); Aguapés (Osório); Rincão do Quilombo (Piratini); Rincão dos Dutras (Santana da Boa Vista); Butiá e Paiol Queimado (Sertão); Passo dos Negros (Alvorada); Tafona (Ipê); Passo do Araçá (Catuípe). Territorialidade, Ancestralidade e Identidade Importa ressaltar que os territórios das comunidades até aqui conhecidas foram conquistados através das mais variadas estratégias, por parte dos ex-escravos e seus descendentes: doação testamentária de ex-senhores, apossamento, compra e refúgio por aquilombamento, sobressaindo-se a doação testamentária. Existem comunidades em todas as regiões do estado e não se descarta a possibilidade de outras virem a ser indicadas e/ou se auto-reconhecerem, mas é visível uma maior concentração delas na região central, região da campanha e antigas charqueadas e no litoral norte. Embora o número elevado de comunidades possa surpreender, observa-se que, comparadas com as comunidades dos estados do norte do país, possuem pequenas dimensões, abarcando em média 20 a 30 famílias por comunidade, com algumas exceções. As políticas de subsídio à imigração européia do século XIX, o processo de modernização da agricultura impetrado a partir de 1950 e a construção de rodovias são os principais fatores que impulsionaram o êxodo rural por parte das famílias negras e o atual quadro de fragmentação e expropriação dos territórios das comunidades. Mas contribuíram também para isso os baixos níveis de escolaridade e o conseqüente domínio precário dos códigos que mediavam a legitimação da apropriação, gerando a dependência de atores externos não comprometidos com concepções internas de justiça e direito e que, ao contrário, se aproveitaram da situação de fragilidade das comunidades para acelerarem processos de expropriação9. O tamanho diminuto das áreas, bem como o fato destas estarem situadas em relevo impróprio para a agricultura, tornou o trabalho externo como diarista e as aposentadorias as principais fontes de renda (Rubert, 2005: 127-131). Mesmo assim, chama atenção a persistência da agrobiodiversidade nos pequenos quintais e terrenos, com práticas de cultivo e preservação de alguns tipos de sementes distintas do entorno. Isso se reverte para padrões alimentares que prezam o que é produzido no interior dos 'domínios' familiares, reforçando princípios de autonomia 8 Alguns desses dados foram retirados de Rubert (2005), outros foram fornecidos diretamente pelo Incra. 9 Depoimentos nessa direção são encontrados tanto nos laudos técnicos já realizados (LEITE: 2002; ANJOS et. al.: 2004; BARCELLOS et. al.: 2004) quanto o foram/são recorrentes durante as visitas às novas comunidades que se encontram em processo de auto-identificação. Geralmente dão contada existência de 'papéis' que legitimavam a posse (escrituras, testamentos, recibos de pagamento do imposto territorial para o Incra, etc.), mas que foram 'estraviados' após confiados a alguém (geralmente advogados) que teria se responsabilizado em regularizá-la. expressos na recorrente presença do pilão10. A relação diferenciada com a natureza é perceptível ainda no intenso uso do benzimento e de práticas fitoterápicas no tratamento de problemas de saúde. Dona Erocilda, 73 anos, anciã da comunidade Rincão dos Caixões (Jacuizinho) junto com netos e bisnetos na ocasião de realização do Diagnóstico na comunidade. (Autora: Rosane.) Horta familiar na comunidade Beco dos Coloidianos (Mostardas). Em poucos metros quadrados contou-se aproximadamente 40 espécies cultivadas, entre frutíferas, hortaliças e ervas medicinais. (Autora: Rosane.) Seu Marcelo, ancião da comunidade Cerro do Ouro (São Gabriel). (Autora: Cledis.) Cemitério da comunidade Maçambique (Canguçu). A cruz maior, ao fundo, indica o epultamento do ex-escravo chamado Maçambique, morto por fazendeiros e até hoje cultuado pelos descendentes que acendem velas em pagamento a promessas realizadas em momentos "de precisão". (Autora: Rosane.) Finalizando, observa-se entre as comunidades até aqui conhecidas a presença viva na memória dos atuais moradores da ancestralidade escrava, além de inúmeros indícios que comprovam a constituição de territórios étnicos (ou a referência a eles, 10 Sobre o pilão tomado como símbolo da produção para o autoconsumo, ver ALMEIDA, 2002. nos casos em que foram completamente expropriados) no transcorrer do regime escravocrata e após a abolição. Referências Bibliográficas: ALMEIDA, Alfredo Wagner. Os Quilombos e as Novas Etnias. In: O'DWYER, E. C. (Org.). Quilombos: identidade étnica e territorialidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2002. ANJOS, José Carlos G. et. al. São Miguel e Rincão dos Martimianos: ancestralidade negra e direitos territoriais. Porto Alegre: Ed. da UFRGS/Fundação Cultural Palmares, 2004. BAKOS, Margaret M. RS: escravismo & abolição. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1982. BARCELLOS, Deise M. et. al. Comunidade Negra de Morro Alto: historicidade, identidade e territorialidade. Porto Alegre: Ed. da UFRGS/Fundação Cultural Palmares, 2004. CARDOSO, Fernando H. Capitalismo e Escravidão no Brasil Meridional. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1977. LEITE, Ilka B. O Legado do Testamento: a Comunidade de Casca em Perícia. Florianópolis: NUER/UFSC, 2002. MAESTRI, Mário. O Escravo Gaúcho: Resistência e Trabalho. Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 1993. RUBERT, Rosane A. Comunidades Negras Rurais do RS: um levantamento socioantropologico preliminar. Porto Alegre: RS-Rural; Brasília: IICA, 2005. ZARTH, Paulo A. Do Arcaico ao Moderno: o Rio Grande do Sul agrário do século XIX. Ijuí: Ed. UNIJUI, 2002.