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Aula 9 Somatotipo Profa. Dra. Ana Miragaya Conteúdo adaptado de fontes da Universidade Estácio de Sá http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=vHZI0AIwW6WsMM&tbnid=AiBdCwB62viEqM:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fwww.ejerciciosconpesas.es%2Farticulos%2Fsomatotipo-mesomorfo%2F&ei=NEOFUaGVEorI9QSy3YAg&bvm=bv.45960087,d.eWU&psig=AFQjCNFidEnXywz4GaT4CYiX50xY9tAKzg&ust=1367774382954933 Objetivos (SAVA) Ao final desta aula, o aluno deverá ser capaz de: Conhecer a origem do somatotipo e suas relações com a tendência comportamental. Medir as variáveis antropométricas necessárias para o cálculo do somatotipo. Calcular e interpretar cada componente do somatotipo (endomorfia, mesomorfia e ectomorfia). Interpretar o somatotipo através da somatocarta. Estrutura do Conteúdo Avaliação da Composição Corporal 4.2.3. Somatotipo A Somatotipologia A somatotipologia baseia-se no princípio de que não há duas pessoas exatamente iguais, ou seja, cada indivíduo apresenta uma série de características morfológicas, fisiológicas e psicológicas que o distingue dos demais. Como técnica, o somatotipo foi desenvolvido inicialmente em 1940, pelo fisiologista americano William Herbert Sheldon, que dividiu a estrutura física do ser humano em três condições diferenciadas: endomorfia (adiposidade), mesomorfia (muscularidade) e ectomorfia (magreza), definindo determinadas características físicas que as diferenciam entre si. Segundo Astrand (1980), somatotipo se refere à classificação física do corpo humano, relacionando a estrutura corporal ao desempenho nas diversas modalidades esportivas. A partir do trabalho de Sheldon e colaboradores, Heath & Carter desenvolveram um novo modelo para avaliação do somatotipo, que pode ser empregado tanto em homens quanto em mulheres e prevê a utilização de um formulário específico (somatocarta), com o qual o avaliador deverá trabalhar para a coleta dos dados. J.E. Lindsay Carter 1932 Barbara Heath Roll 1910-1998 William Sheldon 1895-1977 Componentes Componente endomórfico quantidade relativa de gordura Componente mesomórfico desenvolvimento relativo músculo- esquelético Componente ectomórfico refere-se à relativa linearidade, ao predomínio de medidas longitudinais sobre as transversais O cálculo do somatotipo tem como objetivo classificar a constituição física de um indivíduo ou de uma população através da combinação dos três componentes em uma única expressão de três números sempre na sequência: endomorfia-mesomorfia-ectomorfia Somatotipo A análise do somatotipo é um recurso extremamente útil com os objetivos de: (i) detectar e acompanhar a variação da forma corporal que pode surgir em razão dos processos de crescimento físico, maturação biológica (envelhecimento) e recuperação de patologias (ii) monitorar adaptações morfológicas provenientes de intervenções dietéticas e de programas de exercícios físicos” (iii) descrever e comparar atletas em diferentes níveis de condição física Características Endomorfia 1º componente do somatotipo de Sheldon et al. principal característica da estrutura física: o arredondamento das curvas corporais no tronco e nos quadris tem como principal característica a tendência para o armazenamento de gordura http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=Gd987xT_mk7qgM&tbnid=rArNDJ2nRi-7jM:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Famarildocharge.wordpress.com%2F2008%2F10%2F15%2Fjo-soares%2F&ei=OhlCUqvCGYbA4AOizIHYBw&bvm=bv.53077864,d.dmg&psig=AFQjCNGyoRlgBHV38y_QHNV0E_XcWcm6hQ&ust=1380149938548132 Mesomorfia 2º componente do somatotipo de Sheldon et al. Algumas características: grande relevo muscular aparente, com contornos predominantes na região do trapézio, deltóide e abdome, bem como uma estrutura óssea mais maciça principalmente na região do punho e antebraço A presença de gordura corporal é pequena, permitindo uma boa visualização do arcabouço muscular Este tipo de estrutura corporal frequentemente é encontrado em atletas. Apresentam uma facilidade extrema de ganho de massa muscular. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=vyrU9DzIZhIwBM&tbnid=L6nrwqrFXFMz_M:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fschmoesknow.com%2Farnold-schwarzenegger-to-play-villain-in-avatar-2%2F&ei=9RhCUoi9M7Dj4AO_iIHwAw&bvm=bv.53077864,d.dmg&psig=AFQjCNFbfCSdsT9hn5Zwubrf7sDv1FrCZw&ust=1380149850528875 Ectomorfia 3º componente do somatotipo de Sheldon et al. Característica: linearidade corporal, corpo esguio, com discreto volume muscular (músculos finos sem apresentar muita proeminência) e pequena presença de tecido gorduroso, podendo ser considerado como componente da magreza http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&docid=5RpkF5yORxBbkM&tbnid=1X_mi6ADAA6S-M:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fwww.purepeople.com.br%2Fnoticia%2Fgisele-bundchen-faz-33-anos-com-data-marcada-para-voltar-as-passarelas-no-brasil_a7278%2F1&ei=rYxmU_7cGNHhsATE1ILoBQ&bvm=bv.65788261,d.aWc&psig=AFQjCNErc8BfsoZaEDUP1t_6jpbT8z0Aow&ust=1399315930028955 “Para visualizar como os componentes somatotípicos se distribuem no interior de uma amostra, deve-se utilizar a sua representação gráfica do somatograma que é um triângulo de lados curvos com a designação de “Triângulo de Reuleaux”. Este triângulo possui 3 eixos que se intersectam no seu centro, estes eixos são denominados pelo nome de cada componente. No vértice inferior esquerdo temos o primeiro componente (endomorfia), no vértice superior o segundo componente (mesomorfia) e no vértice inferior direito o terceiro componente (ectomorfia) (HEATH & CARTER, 2005)”. NOMOGRAMA: instrumento gráfico de cálculo, um diagrama bidimensional que permite o cômputo gráfico e aproximado de uma função de qualquer número de variáveis. Em sua concepção mais geral, o nomograma representa simultaneamente o conjunto das equações que definem determinado problema e a possibilidade total de suas soluções. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=jZGp7K8ZaSXjQM&tbnid=e7EK-S4G1ZSL2M:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fru.wikipedia.org%2Fwiki%2F%25D0%25A4%25D0%25B0%25D0%25B9%25D0%25BB%3A%25D0%25A2%25D0%25B5%25D0%25BB%25D0%25BE%25D1%2581%25D0%25BB%25D0%25BE%25D0%25B6%25D0%25B5%25D0%25BD%25D0%25B8%25D0%25B57.gif&ei=JuVSUs75HYe69QSkz4H4Dg&psig=AFQjCNGBGZAPt_w3G5A2g4tYTI4EFbt_VQ&ust=1381250676673516 Método de Heath & Carter Segundo Carter, apud Petroski (1995), a literatura apoia as seguintes generalizações do uso do cálculo do somatotipo para a cineantropometria: O somatotipo pode ser usado para descrever diferenças entre populações de acordo com origem, idade e sexo O somatotipo se altera da adolescência até a velhice Pessoas com determinados somatotipos tendem a maturar mais precocemente do que outras O treinamento e a nutrição podem alterar ou manter um somatotipo Existem valores de somatotipos que são superiores em testes ou esportes que requerem força, velocidade e resistência Não há relacionamento entre somatotipo e flexibilidade Tarefas neuromusculares que exigem relativamente pouca destreza, velocidade, força e resistência parecem não estar relacionadas com o somatotipo O método de Sheldon foi revisto anos mais tarde e algumas modificações foram feitas por Heath & Carter (1967), que propuseram um novo método para estimativa de somatotipo, procurando facilitar o seu uso. Eles sugeriram 3 maneiras: 1. Fotografia 2. Medidas antropométricas 3. Combinação dos dois métodos A avaliação do somatotipo proposta por Heath & Carter aplica-se a homens e mulheres. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=Z5VraSUxdUZdiM&tbnid=WaLVWUyTZkunIM:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fmundo-fitness-em-casa.blogspot.com%2F2012%2F08%2Fcomo-montar-uma-dieta.html&ei=_PZSUsWfIoz88QSCvIC4Dg&bvm=bv.53537100,d.aWc&psig=AFQjCNFwqMLABViHU5kc2dMFsmFR6xQZ4g&ust=1381255275194158A utilização desta técnica como meio de avaliação do tipo e da composição corporal, independentemente do tamanho, tem sido amplamente utilizada para descrever grupos de atletas de elite (Carter, 1984). Neste método não há limite superior para a escala de quantificação dos componentes, que são classificados como: baixo 0,5 a 2,5 moderado 3,0 a 5,0 alto 5,5 a 7,0 muito alto acima de 7,5 (Carter & Heath, 1990) Para obter a avaliação somatotipológica, Heath & Carter utilizam medidas antropométricas e uma somatocarta para coleta de dados. Isso permite: determinação do tipo físico do indivíduo possibilitando a comparação com padrões específicos de cada modalidade esportiva controle constante em diferentes faixas etárias e verificação das existência de estabilidade somatotípica ou uma tendência de alteração para um somatotipo característico ao longo das diversas etapas do treino na preparação de muitos anos investigação sobre os indicadores de proporcionalidade corporal controle do crescimento e desenvolvimento do indivíduo que, embora sejam determinados geneticamente, são influenciados diretamente por fatores exógenos tais como a metodologia de treino aplicada, carga (volume e intensidade), entre outros. Qual a relevância do somatotipo? Cada componente afeta o desempenho na maioria dos esportes Identificação de talentos para desenvolver o potencial esportivo dos indivíduos Instrumento para relacionar os indivíduos com os esportes para os quais eles teriam mais vantagens Instrumento para determinar objetivos no treinamento e resultados Muitas vezes o somatotipo afeta a imagem corporal e a auto-estima Para a determinação do somatotipo antropométrico de Heath & Carter são utilizadas as seguintes medidas: Peso corporal Estatura Dobras cutâneas (tríceps, subescapular, supraespinhal e panturrilha medial) Circunferências (braço contraído e panturrilha) Diâmetros (biepicôndilo umeral e biepicôndilo femural) Estimativa de somatotipo estabelecer o valor numérico dos três componentes que são apresentados sempre na mesma ordem, separados por um hífen: endomorfia-mesomorfia-ectomorfia Utilizar uma equação para cálculo de cada componente Método antropométrico de Heath-Carter: Medidas: peso e estatura Dobras cutâneas: tríceps, subescapular, supraespinhal e panturrilha medial Endomorfia Para o cálculo da Endomorfia usa-se: a estatura, as dobras cutâneas de tríceps (TR), subescapular (SB) e supraespinhal (SE), corrigidas pelo valor 170,18 (altura ou estatura do Phantom) (HEATH; CARTER, 2005). Endomorfia = -0,7182 + 0,1451 (x) - 0,00068 (x)2 + 0,0000014 (x)3 x = (SB) x 100 (mm) + SE (mm) + TR (mm) . 170,18 cm estatura em cm Mesomorfia Para o cálculo da Mesomorfia usa-se: a estatura, diâmetro do úmero (UM), diâmetro do fêmur (FM), perímetro de braço contraído (PBC), perímetro de panturrilha corrigido (PPC). Deve-se efetuar a correção dos perímetros de braço contraído e panturrilha subtraindo destes os valores das dobras cutâneas de tríceps e panturrilha medial, respectivamente (HEATH; CARTER, 2005). Mesomorfia = [(0,858 ∙ UM(cm)) + (0,601 ∙ FM(cm)) + (0,188 ∙ PBC(cm)) + (0,161 ∙PPC(cm))] - (EST(cm) ∙ 0,131) + 4,5 Mesomorfia Mesomorfia = 0,858 (U) + 0,601 (F) + 0,188 (B) + 0,161 (P) – 0,131 (H) + 4,5 onde: U= Diâmetro úmero F= Diâmetro fêmur B= Circunferência de braço corrigido P= Circunferência de panturrilha corrigida H= Estatura Correções para excluir o tecido adiposo da medida da massa muscular CBC = CB – (DCTR/10) CPC = CP – (DCPM/10) onde: CBC = circunferência de braço corrigida CPC = circunferência de panturrilha corrigida CB = circunferência de braço CP = circunferência de panturrilha DCTR = dobra cutânea de tríceps DCPM = dobra cutânea de perna medial Ectomorfia Para o cálculo da Ectomorfia usa-se: a estatura e a massa corporal, calculando- se o Índice Ponderal (IP) (HEATH; CARTER, 2005). Calcular IP (Índice Ponderal) = estatura/raiz cúbica do peso corporal Se IP > 40,75 , então: Ectomorfia = (IP x 0,732) – 28,58 Se IP estiver entre 38,25 e 40,75 , então: Ectomorfia = (IP x 0,463) – 17,63 Para todos os casos em que IP ≤ 38,25, atribui-se 0,1 ao valor do componente ectomorfia. Observações Não há indivíduos que possuam uma classificação única, mas sim um componente com maior ou menor tendência sobre o outro. Desta forma, Sheldon et al. elaboraram uma escala que varia de 1 (menor presença do componente) a 7 (maior presença do componente). O somatotipo de Sheldon et al. era apenas para homens Posteriormente, Heath & Carter (1975) desenvolveram um modelo para avaliação de homens e mulheres que compreendia valores entre 0,5 e 12. A ordem de classificação segue sempre com o primeiro valor referente a endomorfia, o segundo à mesomorfia e o último valor, referente a ectomorfia. Exemplo: Somatotipo: 2 – 3 – 6 Resultado: Baixa presença de adiposidade, relativa presença muscular e elevada presença de magreza (Ecto-mesomórfico) Conceitos e fundamentos (SAVA) O somatotipo tem como objetivo classificar a constituição física de um indivíduo ou uma população, através da combinação de 3 aspectos do físico em uma única expressão de 3 números. O primeiro número representa a Endomorfia (adiposidade), o segundo a Mesomorfia (magnitude músculo esquelética) e o último a Ectomorfia (linearidade). Sempre representado pela sequência endomorfia- mesomorfia-ectomorfia. Para o cálculo da endomorfia variáveis como estatura, dobra cutânea tricipital, subescapular e supraespinhal são necessárias. A mesomorfia é calculada utilizando como variáveis a estatura, os diâmetros biepicôndilos do fêmur e do úmero, as circunferências do braço contraído e da panturrilha, além das dobras cutâneas do tríceps e panturrilha. Já a ectomorfia utiliza apenas as medidas de peso e estatura para calcular o índice ponderal. Bibliografia sugerida FERREIRA, C.A.A. Avaliação Morfofuncional. Rio de Janeiro: SESES, 2017. FILHO, J. F. A Prática da Avaliação Física. Rio de Janeiro: Shape, 2003. Capítulo 3: Somatotipo (páginas 111-127). Aula 9��Somatotipo Slide Number 2 A Somatotipologia Slide Number 4 Componentes Somatotipo Características Endomorfia Mesomorfia Ectomorfia Slide Number 11 Slide Number 12 Slide Number 13 Método de Heath & Carter Slide Number 15 Slide Number 16 Slide Number 17 Slide Number 18 Slide Number 19 Qual a relevância do somatotipo? Slide Number 21 Estimativa de somatotipo Endomorfia Mesomorfia Mesomorfia Ectomorfia Observações Slide Number 28 Bibliografia sugerida