Buscar

Aula sobre doação

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

AULA 8 
Compreender a disciplina do contrato de doação. 
Doação 
Conceito, elementos característicos e natureza jurídica 
Pressupostos e requisitos 
Espécies e conteúdo 
Invalidade e revogação 
1.4 Doação 
1.4.1 Conceito, elementos característicos e natureza jurídica 
 
Conceito 
Art. 538. Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimônio 
bens ou vantagens para o de outra. 
 
Natureza contratual da doação 
O art. 538 do Código Civil de 2002 suprimiu a parte final do art. 1.165 do Código Civil de 1916, que 
ressaltava a necessidade de aceitação no próprio conceito do contrato de doação. Em razão de tal 
supressão, parte da doutrina entende que o aperfeiçoamento da doação se daria independente da 
aceitação do donatário, como Flávio Tartuce, para quem a aceitação está no plano de eficácia deste 
negócio jurídico [a doação] e não no plano da validade. 
 
Entretanto, o posicionamento majoritário é o de que a doação, como contrato consensual que é, se forma 
a partir do consentimento de ambos os sujeitos, sendo, por isso, necessária a aceitação do donatário. 
O contrato de doação não se aperfeiçoará enquanto o beneficiário não manifestar sua 
intenção de aceitar a doação (RT 186:338). 
 expressa 
Espécies de aceitação: tácita 
 presumida (art. 539, CC/02) 
 ficta (art. 543, CC/02 - doação a absolutamente incapazes) 
 
Por ter natureza contratual, é imprescindível a capacidade das partes, com exceção da hipótese de 
aceitação ficta do art. 543, CC/02 (doação feita a absolutamente incapaz), da doação feita a nascituro (art. 
542, CC/02) e a da doação a entidade futura (art. 544, CC/02). 
 
Classificação 
a) consensual; 
b) unilateral; 
c) gratuito; 
d) formal; 
e) típico. 
 
 
Quanto à formalidade do contrato de doação 
De acordo com o art. 541, CC/02, o contrato de doação deverá ser de forma escrita, seja por instrumento 
público ou por instrumento particular. O instrumento público é exigido às doações de imóveis com valor 
superior a 30 (trinta) salários mínimos (art. 108, CC/02). 
 
No entanto, O art. 541, parágrafo único, CC dispensa a forma escrita a doação de bens móveis de pequeno 
valor, seguido da imediata entrega do bem objeto da doação. É a chamada doação manual, que pode ser 
feita de forma verbal. É necessária razoabilidade para averiguar o pequeno valor do bem, levando em 
consideração, sobretudo, a capacidade econômica do doador. A doação manual é um contrato real. 
 
Por ser um contrato unilateral e gratuito, a doação não está sujeita às garantias contratuais contra os 
riscos da evicção e dos vícios redibitórios, salvo nas doações remuneratórias, nas doações modais ou com 
encargo (é aquela em que o doador impõe ao donatário um incumbência em seu benefício, em proveito de terceiro 
ou do interesse geral) e nas doações proprter nuptias (doação condicionada à realização do casamento, 
estipulada nos contratos antenupciais, podendo ser ou não vinculada à morte do doador) (evicção). 
 
 Doador 
Sujeitos 
 Donatário 
 
Elementos 
A) Animus donandi (elemento subjetivo); 
B) Transferência de bens e/ou vantagens do doador ao donatário; 
C) Aceitação do donatário. 
 
1.4.2 Pressupostos e requisitos 
 
Sendo contrato, a doação segue os mesmos requisitos de validade dos negócios jurídicos. É importante 
atentar para a aceitação fica dos absolutamente incapazes (art. 539, CC) e para as legitimidades específicas 
que seguem abaixo: 
 
Doação feita de ascendente a descendente 
 
Art. 544. A doação de ascendentes a descendentes, ou de um cônjuge a outro, importa adiantamento do 
que lhes cabe por herança. 
 
Adiantamento de legítima. Não é necessário o consentimento dos demais herdeiros para a doação. 
 
Doação entre cônjuges 
 
É nula, se feita com relação aos bens da comunhão. Com relação aos bens excluídos da comunhão, aplica-
se o disposto no art. 544, CC/02. 
Doação feita por pessoa adúltera ao seu cúmplice 
 
Art. 550. A doação do cônjuge adúltero ao seu cúmplice pode ser anulada pelo outro cônjuge, ou por seus 
herdeiros necessários, até dois anos depois de dissolvida a sociedade conjugal. 
Hipótese de nulidade relativa. 
 
Doação inoficiosa (Trata-se de doação nula que diz respeito ao excedente da legítima, ou parte que ultrapassa a 
porção disponível do doador (a metade de seus bens), se tiver herdeiros necessários) 
 
Art. 549. Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da 
liberalidade, poderia dispor em testamento. 
OBS.: Princípio da intangibilidade da legítima. A nulidade atinge apenas a parte inoficiosa. 
 
Doação da totalidade dos bens 
 
Art. 548. É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do 
doador. 
 
A chamada doação universal (doação de todos os bens do doador sem reserva de patrimônio mínimo para 
sua subsistência) é nula. A invalidade desse ato apresenta duplo escopo: 
1) evitar a miséria do doador; 
2) garantir a satisfação dos credores do doador, evitando, assim, possível fraude contra credores. 
 
Possibilidade de reserva de usufruto, renda ou alimentos. 
OBS: Promessa de doação - polêmica. 
Além da legitimidade, outros requisitos de validade também devem ser observados: 
 
Objeto 
A doação pode ter por objeto coisas corpóreas ou incorpóreas, móveis ou imóveis, assim como 
universalidades de coisas. Pode ainda ser doado um direito real ou pessoal patrimonial. 
A questão da doação de direitos futuros é vedada na maior parte dos sistemas legislativos. O Código Civil 
brasileiro silencia a respeito da matéria. 
A doação pode ainda consistir em subvenção ou prestações periódicas (CC, 545). Não se trata de uma 
sucessão de doações, mas sim de doação com execução prolongada. 
Consentimento. 
Além da manifestação do animus donandi do doador, que deve ser clara e inequívoca (se houver dúvida, 
interpreta-se não ter havido doação), a formação do contrato de doação pressupõe a aceitação da oferta 
pelo donatário. 
Enquanto não consumada a doação pela aceitação, o doador pode arrepender-se ou revogá-la. 
A morte ou incapacidade do doador, antes que o donatário a aceite, resulta na extinção da obrigação. 
Por outro lado, a morte do donatário, antes da aceitação, não obriga o doador a cumprir a doação com os 
herdeiros, pois o animus donandi existia em relação ao falecido. 
Nos termos do art. 546 do CC/2002, a doação feita em contemplação de casamento futuro com certa e 
determinada pessoa, quer pelos nubentes entre si, quer por terceiro a um deles, a ambos, ou aos filhos que, 
de futuro, houverem um do outro, não pode ser impugnada por falta de aceitação, e só ficará sem efeito se 
o casamento não se realizar. 
Forma. 
O contrato de doação exige escritura pública ou instrumento particular (CC, 541). 
Contudo, nos termos do parágrafo único do referido artigo, a doação verbal será válida, se, versando sobre 
bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti a tradição. 
1.4.3 Espécies e conteúdo 
 
Doação pura e simples 
Doação com encargo ou modal 
Doação remuneratória 
Doação propter nuptias 
Doação com cláusula de reversão 
Doação conjuntiva 
Doação sob forma de subvenção periódica 
 
1.4.4. Invalidade e revogação 
 
Invalidade 
A doação pode ser nula ou anulável. 
Será NULA (hipóteses de nulidades): 
1) Por incapacidade absoluta do doador; 
2) por ilicitude ou impossibilidade absoluta do objeto; 
3) por desobediência à forma prescrita em lei. 
 
Além dessas hipóteses, comuns a todos os negócios jurídicos, é NULA a doação de todos os bens sem 
reserva de usufrutos ou bens suficientes para a sobrevivência do doador (CC, 548). A proibição do referido 
artigo visa ainda tutelar os credores do doador, que com a doação de todos os seus bens teriam esvaziada 
a garantia patrimonial do devedor (art, 158, CC). 
A doação que excede a metade dos bens do patrimônio do doador no momento do contratotambém é 
considerada NULA, se o doador tiver herdeiros considerados necessários (CC, 549). 
Será ANULÁVEL (hipóteses de anulabilidade): 
É anulável a doação feita pelo cônjuge adúltero ao seu cúmplice (art. 550, CC). A ação anulatória é privativa 
do cônjuge, enquanto for vivo. Após a sua morte, seus herdeiros poderão propô-la. 
b) Revogação. 
A doação, como qualquer contrato, não pode ser revogada segundo a vontade do doador. É irrevogável. 
Contudo, admite-se, excepcionalmente, a revogação da doação, se ocorrer alguma das hipóteses previstas 
no Código Civil como demonstrativos da ingratidão do donatário. 
A revogação só é possível na doação pura e simples. As doações puramente remuneratórias, as oneradas 
com encargo, as feitas em cumprimento de obrigação natural ou para determinado casamento não podem 
ser revogadas por ingratidão (CC, 564). 
O direito de revogar a doação pura e simples é personalíssimo, não se transmitindo aos herdeiros do 
doador, nem prejudica os herdeiros do donatário (CC, 560). 
Embora o direito seja personalíssimo, nada impede a sucessão processual. 
O direito de revogar a doação é irrenunciável. 
Seus motivos estão previstos no art. 557 do CC/2002, de modo exaustivo, não comportando interpretação 
ampliativa. 
Os efeitos da sentença proferida na ação revocatória não retroagem. Os direitos adquiridos por terceiros 
antes da resolução subsistem (CC, 563). Também não está o donatário obrigado a devolver os frutos 
colhidos antes da citação. 
PRAZO PARA O AJUIZAMENTO DA AÇÃO 
O prazo para a propositura da ação pauliana ou revocatória é de um ano, a contar do conhecimento pelo 
doador do fato que a autorize (CC, 559).

Continue navegando