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Alterações anatômicas e fisiológicas do sistema cardiovascular

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Alterações anatômicas e fisiológicas do sistema cardiovascular no processo de envelhecimento
A hemodinâmica se mostra de forma impactante quando se trata do envelhecimento, ressaltando que durante este processo, ocorre um declínio do débito cardíaco. Ou seja, há alterações do fluxo sanguíneo no organismo, em virtude do volume sanguíneo a ser bombeado pelo coração. Mesmo na ausência de doenças, é natural que os processos de alterações anatômicas e fisiológicas no sistema cardiovascular em função do envelhecimento ocorram. 
· Alterações estruturais no Coração - Hipertrofia do ventrículo esquerdo – é progressiva de acordo com o avanço da idade em ambos os sexos. A hipertrofia é o espessamento da parede do ventrículo esquerdo do coração e isso reflete diretamente no aumento de peso do mesmo. (Demonstrado na Figura 01). Esse processo ocorre por meio do aumento das dimensões dos miócitos cardíacos, que representam a maior quantidade de células deste órgão, sendo inversamente proporcional a sua quantidade, durante o processo envelhecer (Demonstrado na Figura 02). Em contrapartida, há um aumento de fibras de colágenas, causando maior rigidez no músculo do coração. Sendo assim, essa condição pode provocar deficiência no processo de relaxamento do miocárdio, levando ao aparecimento da insuficiência diastólica. Uma outra alteração importante neste órgão durante o envelhecimento, seria a degeneração parcial do fornecimento do nervo simpático cardíaco, estes são responsáveis pela frequência cardíaca, débito cardíaco como também pela contração do coração e dos vasos coronários (Demonstrado na Figura 03).
Figura 01. 
 Figura 02.
Figura 03.
Do sistema nervoso simpático, o coração recebe os nervos cardíacos simpáticos, sendo três cervicais e quatro torácicos. As fibras parassimpáticas que vão de encontro com o coração seguem pelo nervo vago (X par craniano). O simpático inerva mais os ventrículos e controla mais a força de contração (inotropismo). Já o parassimpático inerva mais os nodos e os átrios, controlando mais a frequência cardíaca (cronotropismo).
· Alterações Funcionais no Coração – Em repouso, o coração de um idoso não apresenta alterações sistólicas, como também o débito cardíaco e o volume sistólico, devido a manutenção da frequência quando se encontra em repouso. No entanto, há alterações mecânicas, o coração envelhecido apresenta uma diminuição em sua contração, onde essa se torna mais longa. Em virtude disso, essa diminuição da contração, acabam provocando atraso no relaxamento, ou seja, causando alterações no processo diastólico. Em contrapartida, em exercício, o coração apresenta alterações significativas. O coração do idoso tenta compensar a diminuição da resposta β-adrenérgica (receptores presentes no músculo cardíaco). Verificando-se um aumento da concentração de catecolaminas (responsáveis pela contração do músculo cardíaco), no plasma do idoso, o que não impede a diminuição da FC máxima e da sua variabilidade. De uma forma geral, o débito cardíaco máximo está limitado em 20-30% no idoso, em comparação com um sujeito jovem saudável (comparação de corações demonstradas na Figura 04.)
Figura 04.
· Alterações Estruturais no Sistema Vascular – As artérias apresentam-se com suas paredes mais espessas e dilatadas, as células endoteliais podem apresentar-se de forma irregular e podem aumentar o seu peso. Ocorre também um enrijecimento arterial, acarretando na ruptura das fibras de elastina e fibras musculares lisas, que por sua vez, são substituídas por colágenos nas paredes das artérias, sendo resultado da sua resistência (representado na Figura 05). Com este fato, a arteriosclerose pode ser um fator comum no envelhecimento já que apresentam semelhanças bioquímicas. Em consequência dessas alterações, o coração do idoso tem comprometimento a adaptação de sobrecarga.
Figura 05.
· Alterações Funcionais no Sistema Vascular – a alteração da função vascular está intrínseca a alteração estrutural, resultando na perda da distensibilidade e complacência da aorta e seus ramos, sendo resultante do aumento da rigidez. Com a diminuição da complacência, ocorre um aumento da resistência à ejecção de sangue do ventrículo esquerdo. A rigidez também é principalmente ocasionada porque os vasos envelhecidos apresentam um aumento da permeabilidade endotelial e uma redução da produção de óxido nítrico. A pressão arterial, por sua vez, é dada pela interação das resistências vasculares periféricas e da rigidez das artérias centrais. Enquanto a primeira aumenta a pressão sistólica e diastólica, a rigidez aumenta a pressão sistólica, porém diminui a pressão diastólica. Portanto, a pressão arterial elevada leva pode levar a um desenvolvimento da hipertrofia e rigidez vascular. Como consequência disso, a pressão de pulso no idoso aumenta, devido a este aumento das resistências vasculares periféricas desenvolvem-se assim, a hipertensão arterial (Representado na Figura 06).
Figura 06.
Hipertensão Arterial - a doença é considerada como uma condição sistêmica tanto das alterações estruturais do coração e dos vasos, como a disfunção de seus endotélios. É considerada um dos fatores de riscos mais importante das doenças cardiovasculares, que podem vim ocasionar a morte e mobilidade de muitos indivíduos, já que muitos não aguentam a sobrecarga de exercícios. Estando relacionada também com os acidentes vasculares cerebrais, insuficiência cardíaca e outras doenças vasculares.
Referências: 
· Romeu MENDES et al, Envelhecimento e pressão arterial, Acta Med Port. 2008; 21(2):193-198
· Vieira CM, Glashan, RQ. Aspectos gerais da anatomia e fisiologia do envelhecimento � uma abordagem para o enfermeiro. Acta Paul Enferm. 1996;9(3):24-30.

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