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Economia 7 Política Monetária

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Disciplina: ECONOMIA de EMPRESAS
Professor: Luiz Araken Neves de Pinho
Nota de Aula n° 7: O LADO MONETÁRIO DA ECONOMIA - POLÍTICA MONETÁRIA 
 
1) ATIVOS FINANCEIROS
Categoria de ativos cuja utilidade é a de guardar a riqueza do seu possuidor. São exemplos de ativos financeiros: os depósitos de poupança, os depósitos a prazo fixo em instituições financeiras, as ações de empresas privadas, os títulos da dívida do governo e outros. Os ativos financeiros geralmente rendem juros e, em países com inflação crônica, o seu valor costuma ser atualizado monetariamente.
A própria moeda é um ativo financeiro que, ao contrário dos demais, não rende juros, mas pode ser utilizado de imediato para comprar bens e serviços. Esta peculiaridade de pronta utilização é denominada liquidez e é intrínseca à moeda.
Os ativos financeiros que não têm a liquidez imediata da moeda, mas que apresentam algum grau de liquidez, são denominados quase-moeda. É o caso de títulos e ações e cheques, que, com um pequeno custo, podem ser vendidos (ou no caso do cheque, aceito) rapidamente.
O título
Quando uma grande empresa deseja ampliar sua fábrica, ela pode tomar um empréstimo bancário para financiar seu projeto, ou pode tomar um empréstimo diretamente do público, vendendo títulos (no caso, títulos privados). Da mesma forma, quando o governo deseja pagar suas dívidas e não tem dinheiro, ele pode tomar um empréstimo ou pode emitir e vender títulos (neste caso, títulos públicos).
O título – seja público ou privado – é um certificado de endividamento que especifica as obrigações do tomador do empréstimo para com o detentor do título. Em poucas palavras, o título é um certificado de endividamento. Nele vem especificado o período em que o empréstimo será reembolsado, chamado data de vencimento, e a taxa de juros que será paga periodicamente até a data de vencimento. O comprador do título entrega seu dinheiro em troca da promessa de o vendedor do título pagar juros e, ao final do contrato (na data do vencimento), devolver o montante emprestado (o principal). O comprador pode guardar o título até seu vencimento ou pode vendê-lo antes a outra pessoa.
Embora os títulos sejam diferentes entre si, existem duas características comuns a todos eles: a especificação do prazo, e a existência do risco de crédito.
A rentabilidade de um título está diretamente relacionada ao seu prazo, isto é, ao tempo que decorre até a data do vencimento. Títulos de longo prazo são mais arriscados que os de curto prazo, porque seus detentores têm de esperar mais tempo para o reembolso do capital. Caso o detentor de um título de longo prazo precise do dinheiro antes da data do vencimento, ele terá que vender o título para outra pessoa, provavelmente a um preço menor do que ele pagou. Para compensar o risco de não poder esperar a data de vencimento, os títulos de longo prazo, em geral, pagam taxas de juros mais altas do que os títulos de curto prazo.
Outra causa de maior ou menor rentabilidade dos títulos é o risco de crédito, isto é, a possibilidade de o tomador de empréstimo deixar de pagar os juros e/ou o principal. Quando os compradores de títulos percebem que existe uma grande chance de inadimplência, eles exigem uma taxa de juros mais alta para compensar esse risco. Existem também os chamados títulos podres (junk bonds), que são títulos de altíssima rentabilidade, porém também de altíssimo risco, por serem emitidos por empresas em situação difícil. Além da sua sensibilidade, o comprador pode contar, ainda, com agências especializadas em avaliar os riscos de crédito dos diferentes títulos.
1.2 A moeda
Estamos tão familiarizados com o uso do dinheiro, que não pensarmos no absurdo que é nos matarmos de trabalhar para ganhar umas notas de papel que não têm nenhum valor intrínseco. Na verdade, o dinheiro só é útil quando nos desfazemos dele. Pensemos, por exemplo, em alguém que vai a uma loja comprar um terno. A pessoa obtém um objeto de valor e, em troca, entrega algumas notas emitidas pelo banco central, ou paga mediante um cheque a ser debitado dos depósitos que tem no banco. A atendente, então, lhe entrega um objeto de valor em troca de notas que não têm valor intrínseco, ou de um cheque em que constam o nome do banco e o número da conta corrente da pessoa que o assina. A negociação se dá porque os responsáveis pela loja têm confiança de que, no futuro, uma terceira pessoa aceitará o dinheiro ou o cheque em troca de algo que deseje. Assim, para os donos da loja, o dinheiro em espécie (ou o cheque) representa a possibilidade de adquirir bens e serviços no futuro, e por isso o aceitam. O dinheiro é, portanto, algo que facilita as trocas e evita os inconvenientes ligados ao escambo, ou seja, à troca de bens uns pelos outros.
Nas mais primitivas culturas, a economia funcionava à base do escambo, isto é, da troca pura e simples de mercadorias.
Com o passar do tempo, a evolução da sociedade impôs a necessidade de se facilitarem as trocas. Os indivíduos, então, passaram a eleger um único produto como referencial de trocas: uma mercadoria que fosse rara o bastante, para ter algum valor, e que fosse útil o suficiente para ser aceita por todos. Essa mercadoria recebeu o nome de moeda.
Moeda mercadoria, de modo geral, é um bem que tem o mesmo valor como unidade monetária e como mercadoria. Para que uma mercadoria possa ser utilizada como moeda, ela deve ter algumas características específicas, dentre as quais:
a) durabilidade: ninguém aceitaria como moeda algo que fosse perecível;
b) divisibilidade: a mercadoria eleita como moeda deve poder subdividir-se em pequenas partes, de forma que tanto as transações de grande porte quanto as de pequeno porte possam ser realizadas;
c) homogeneidade: qualquer unidade da mercadoria eleita como moeda, deve ser rigorosamente igual às outras unidades dessa mercadoria;
d) facilidade de manuseio e transporte: a utilização do bem escolhido como moeda não pode ser prejudicada em função de dificuldades de manuseio e transporte; e
e) oferta limitada: uma mercadoria que não tenha oferta limitada não terá valor econômico.
Por isso, os metais foram, de fato, as mercadorias cujas características intrínsecas mais se aproximaram das características exigidas de uma moeda.
Apesar das grandes vantagens advindas do uso das moedas-metálicas, existia à época, um inconveniente: o transporte a longas distâncias, em função do peso das moedas e dos riscos de assaltos a que estavam sujeitos os comerciantes durante as suas viagens. Para contornar este problema, iniciou-se a era da moeda-papel ou moeda fiduciária.
Tendo em vista as características que a mercadoria, que se pretende usar como moeda, deve ter, podemos comprovar que o papel reúne praticamente todas elas. No papel, podemos imprimir o número que quisermos e assim torná-lo divisível à vontade. O papel é, ainda, fácil de ser armazenado e transportado. No entanto, pode parecer à primeira vista que o papel não serve como moeda, pois seu valor intrínseco é praticamente nulo. No entanto, se o seu valor é referendado por quem o emite, as coisas mudam de figura, e o valor do papel será o que consta impresso nele. Nesse caso, estaremos diante do que se denomina moeda fiduciária. Estritamente falando, a moeda fiduciária é o papel impresso. Nas economias modernas, a moeda fiduciária significa simplesmente aquela que se estabelece como moeda por força de lei.
Com o crescimento dos fluxos comerciais na Europa, especialmente após o século XIX, ao invés de partirem carregando a moeda-metálica, os comerciantes passaram apenas a levar um pedaço de papel denominado certificado de depósito, que era emitido por instituições conhecidas como casas de custódia, onde os comerciantes depositavam as suas moedas metálicas. Estava assim criada a nova moeda, totalmente lastreada e com garantia de plena conversibilidade, podendo ser resgatada, a qualquer momento, pelo seu proprietário.
A moeda-papel com lastro em ouro eram certificados de papel que estavamrespaldados por depósitos em ouro (ou prata) de igual valor ao dos certificados emitidos.
Esse tipo de moeda teve sua origem na atividade desenvolvida pelos ourives na Idade Média. Os ourives começaram a reconhecer dívidas emitindo moeda-papel, teoricamente conversível em ouro, por um valor superior ao ouro que realmente possuíam. Dessa forma, ao emitir papel-moeda em um volume apenas parcialmente coberto por suas reservas de ouro, os ourives se converteram em banqueiros e criaram a moeda-papel nominalmente conversível em ouro. Se, em tais circunstâncias, as pessoas tivessem desejado resgatar simultaneamente todas as dívidas reconhecidas nos recibos, não teria sido possível atendê-las.
A emissão de papel-moeda por particulares, entretanto, acabou por conduzir esse sistema à ruína. Devido a isso, o Estado foi levado a assumir as emissões das notas, mas manteve as seguintes características: inexistência de lastro metálico e inconversibilidade absoluta.
No sistema financeiro atual, o papel-moeda e as moedas metálicas não têm nenhum respaldo em termos de metais preciosos. O valor do papel-moeda atual reside na confiança que cada indivíduo tem de que ele será aceito como meio de pagamento pelos demais e, no fato de ele ter sido estabelecido como moeda em lei e servir para pagar dívidas públicas e privadas.
O público o aceita, pois sabe que todos os demais indivíduos estarão dispostos a recebê-lo em troca de coisas que, essas sim, têm valor intrínseco. Se tal confiança desaparecesse, a moeda-papel seria de pouca utilidade, mesmo que contasse com respaldo governamental.
1.2.1 As funções da moeda
A moeda tem três funções que a distinguem, em conjunto, dos outros ativos financeiros:
meio ou instrumento de troca;
medida de valor; e
reserva de valor.
a) A moeda como meio ou instrumento de troca
Ao ser aceita em trocas econômicas a moeda serve como um meio de troca. Suponha que não existe moeda e você tivesse um carro e quisesse vendê-lo para comprar um barco. Você poderia procurar uma pessoa que tivesse um barco e quisesse comprar um carro e comercializaria diretamente um bem pelo outro. Isso seria um exemplo de escambo: negociar bens diretamente por bens.
Mas existem problemas óbvios com o escambo. Suponha que construtores locais de barcos estivessem interessados na venda de barcos, mas não em comprar seu carro. A não ser que houvesse uma dupla coincidência de desejos – ou seja, se você quisesse trocar seu carro por um barco e o dono do barco quisesse trocá-lo por seu carro – essa troca não ocorreria. A probabilidade de uma coincidência de desejo de ambas as partes é extremamente reduzida, pois, ainda que o dono de um barco quisesse um carro, poderia desejar um modelo de automóvel diferente do seu.
Ao servir como meio de troca, a moeda resolve esse problema. O dono de um carro pode vendê-lo a qualquer pessoa que o deseje e receber moeda em troca. O dono do carro pode encontrar um vendedor de barcos e comprar um deles, pagando-o com a moeda recebida pela venda do carro. O vendedor do barco pode usar a moeda recebida pela venda do bem da maneira que quiser. Assim, as trocas realizadas por intermédio da moeda não exigem a dupla coincidência de desejos. É por isso que a moeda existe em todas as sociedades, pois facilita as transações econômicas.
b) A moeda como unidade de conta
A moeda, por ser divisível, permite que preços de diferentes bens sejam comparáveis entre si. Um barco pode ter preço de venda de 5 mil unidades monetárias; um carro pode ter preço de 10 mil unidades monetárias e assim por diante. Dizemos que a moeda é usada como unidade de conta, e com isso queremos dizer que os preços são cotados em moeda. Isso também facilita as transações econômicas, uma vez que garante a existência de uma unidade de conta-padrão; no caso brasileiro, a unidade de moeda consiste em R$ 1, que ainda pode ser dividida em centavos.
c) A moeda como reserva de valor
Se você vende seu carro para comprar um barco, pode não conseguir comprar um bem imediatamente. Nesse meio tempo, você guarda o dinheiro que recebeu com a venda do carro. Em termos ideais, durante esse período, o valor da moeda não deveria mudar. Esta é a função da moeda como reserva de valor.
A moeda é, na verdade, uma reserva imperfeita de valor em consequência da inflação. Enquanto a inflação for baixa e você não guardar a moeda por muito tempo, a perda do poder de compra não será um problema sério. Mas, à medida que as taxas de inflação crescem, a moeda torna-se menos útil como reserva de valor.
Na medida em que a moeda de uma determinada economia começa a perder a capacidade de cumprir essas funções, ela inicia o processo de perda de seu papel no sistema monetário, levando os governantes à sua substituição. Isso foi o que aconteceu no Brasil, ao longo das últimas décadas, quando a moeda foi rebatizada diversas vezes, alterando-se a sua medida de valor.
1.2.2 Moeda Bancária – cheques
A moeda bancária ou moeda estrutural consiste nos depósitos à vista existentes nos bancos (ou em outras instituições creditícias) normalmente movimentados por intermédio de cheques, os quais representam um instrumento de circulação da moeda bancária. Os cheques são:
a. originados na entrega de dinheiro pelo cliente ao banco (depósito originário); e
b. originados em operação de créditos (depósitos contábeis).
No caso dos depósitos feitos por clientes, os bancos fornecem cheques em branco que podem ser preenchidos à vontade do depositante, até completar a quantia creditada em sua conta.
No caso da moeda bancária, ocorre o mesmo processo utilizado na moeda-papel conversível. Permanecendo parte dos depósitos sem movimento, os bancos emprestam certa importância que varia de 75 a 93% dos depósitos, ficando a outra parte como encaixe, variando sua porcentagem conforme a legislação bancária de cada país. Portanto, sempre há uma proporção entre depósitos, o encaixe e os empréstimos.
A origem do cheque é remota e está ligada à letra de câmbio. No Brasil, a primeira referência ao cheque apareceu em 1845, quando se fundou o Banco Comercial da Bahia, mas, mesmo assim, sob a denominação de cautela. Só em 1893, pela Lei 149-B, surgiu a primeira citação referente ao cheque, no seu Art. 16, letra a, vindo o instituto a ser regulamentado pelo decreto 2.591, de 7 de agosto de 1912.
O uso do cheque apresenta muitas vantagens: facilita a movimentação de grandes somas; economiza o tempo que tomariam para ser contadas; diminui possibilidade de roubos, além de impedir o entesouramento do dinheiro em espécie. Para ter segurança, sua emissão deve cercar-se de garantias, de modo a conquistar a confiança pública. Porém, os benefícios propiciados pelo uso do cheque só são possíveis onde leis rigorosas punem os emitentes de cheques sem fundos, amparando, assim, sua circulação.
Outro tipo usado pelos viajantes é o traveller-check, cheque de viagem ou turístico, emitido em qualquer país, no qual, no ato da aquisição, o beneficiário apõe a assinatura, que serve de elemento autenticador, quando da emissão.
Também existem os cheques especiais, que são garantidos até determinado valor limite, acertado entre o banco e o cliente.
1.2.3 Cartões de Crédito
O uso de moedas e cédulas está sendo substituído cada vez mais por pequenos cartões de plástico. Instituições financeiras, bancos e um crescente número de lojas oferecem a seus clientes cartões que podem ser usados na compra de grande número de bens e serviços, inclusive em lojas virtuais através da Internet. Os cartões não são dinheiro real: simplesmente registram a intenção de pagamento do consumidor. Cedo ou tarde a despesa terá de ser paga, em espécie ou cheque. É, portanto, uma forma imediata de crédito.
O cartão de crédito surgiu nos Estados Unidos na década de 20. Postos de gasolina, hotéis e firmas começaram a oferecê-los para seus clientes mais fiéis. Eles permitiam abastecer o carro ou hospedar-se num hotel sem usar dinheiro ou cheque.
Em 1950, o Diners Clubcriou o primeiro cartão de crédito moderno. Era aceito inicialmente em 27 bons restaurantes daquele país e usado por importantes homens de negócios, como uma maneira prática de pagar suas despesas de viagens a trabalho e de lazer. Confeccionado em papel cartão, trazia o nome do associado de um lado e dos estabelecimentos filiados em outro. Somente em 1955, o Diners passou a usar o plástico em sua fabricação.
Muitos cartões de plástico não têm poder de compra. Simplesmente ajudam a usar e obter formas conhecidas de dinheiro. São os cartões de banco que garantem cheques, retiram dinheiro e fazem pagamentos em caixas automáticos.
O mais recente avanço tecnológico em termos de cartão foi o desenvolvimento do smart card, o cartão inteligente. Perfeito para a realização de pequenas compras, ele vem com um chip que pode ser carregado com uma determinada soma em dinheiro. À medida que o portador vai gastando, seu saldo vai sendo eletronicamente descontado. Quando o saldo acaba, o cartão pode ser carregado com uma nova quantia.
MEDINDO A MOEDA NA ECONOMIA BRASILEIRA
A medida mais básica de moeda no Brasil é a chamada M1 (ou meio circulante). A primeira parte do M1 é o papel-moeda retido pelo público, ou seja, todo papel-moeda mantido pelas pessoas fora dos cofres dos bancos. O segundo componente são os depósitos em conta corrente dos bancos comerciais, também chamados depósitos de demanda. Nenhuma dessas moedas rende juros, mas são valores disponíveis para pagamentos imediatos, e por esse motivo dizemos que são ativos líquidos ou com muita liquidez.
O agregado monetário M1 não inclui todos os ativos usados nas trocas econômicas. Os economistas também usam outras definições mais amplas de moeda, conhecidas como M2, M3 e M4, que incluem ativos que, em geral, não são usados em trocas econômicas, mas podem se transformar em M1. 
No Brasil, o M2 consiste em todos os ativos em M1 mais os depósitos em caderneta de poupança e os títulos privados. O M3 consiste no M2 mais as quotas de fundos de renda fixa e mais as operações compromissadas com títulos públicos federais. O M4 é composto pelo M3 mais os títulos públicos federais, estaduais e municipais. Esses são ativos em que os indivíduos podem investir e que rendem juros, mas possuem menor liquidez que o M1, embora ainda sejam muito líquidos. Esses ativos não podem ser usados diretamente em trocas econômicas, mas sim convertidos em M1 e, então, ser usados em trocas, por isso são chamados de quase-moeda.
O PROCESSO DE CRIAÇÃO DE MOEDA POR BANCOS COMERCIAIS
No que se refere ao conceito de moeda (M1), ainda não sabemos quem é o ofertante da economia. Porém, como uma parte da moeda é o papel-moeda em poder do público, pode-se acrescentar a informação de que somente o governo de uma economia, por meio do Banco Central, possui autorização para produzir papel-moeda. Assim, somente o Banco Central do Brasil pode ofertar reais.
O sistema bancário comercial como um todo é capaz de criar moeda, sendo, assim, o outro ofertante de moeda. Os intermediários financeiros, como bancos, são capazes de reunir poupadores e investidores. Usando sua experiência e poder de diversificação, os intermediários financeiros reduzem o risco para poupadores e permitem aos investidores obterem fundos em condições melhores. Os bancos comerciais operam exatamente dessa maneira.
Para entender o papel que os bancos desempenham na determinação da oferta de moeda, vamos supor que alguém entre no Banco A, abra uma conta corrente e deposite R$ 1.000,00 em papel-moeda. Uma vez que a moeda mantida pelo público e por depósitos em conta é incluída na oferta de moeda, a oferta total de moeda não mudou, porque o depósito em papel-moeda na conta corrente reduziu a moeda, retida pelo público, exatamente na mesma quantia que ocorreu o aumento de moeda em conta corrente, proveniente do depósito.
Entretanto, os bancos não mantêm em seus cofres todo o dinheiro que recebem; para obter lucros o banco faz empréstimos. Supondo que os bancos sejam obrigados a guardar 10% dos seus depósitos à vista como reservas. Isso significa que a taxa de reserva – a taxa de reservas para depósitos – será de 0,1. O Banco A guardará R$ 100,00 em reservas e fará empréstimos de total de R$ 900,00. 
Suponha que o Banco A emprestasse recursos a um iniciante de confecção de roupas femininas. O banco abre uma conta corrente, com saldo de R$ 900,00 para o produtor, que precisa de recursos para comprar equipamentos. O produtor aceita seu pagamento na forma de cheque no valor de R$ 900,00 e que deposita no Banco B. Os recursos depositados no Banco B aumentam em valor igual ao depósito de R$ 900,00. O Banco B retém R$ 90,00 em reservas (10% do depósito de R$ 900,00) e pode emprestar R$ 810,00, por exemplo, a um dono de lanchonete e abre uma conta corrente com um saldo de R$ 810,00 para ele, que compra refrigerantes ao custo de R$ 810,00 e paga com um cheque ao fornecedor, que por sua vez deposita esse cheque no Banco C. Assim, sucessivamente vão ocorrendo transações econômicas como essas e vemos que os R$ 1.000,00 originais de depósito em papel-moeda criaram saldos em contas correntes por todo o País. Qual a quantia total de saldos em conta corrente criada? A resposta é R$ 10.000,00, calculada através da simples fórmula, abaixo:
Aumento total no saldo em conta corrente em todos os bancos comerciais = Depósito inicial em dinheiro X 1/índice de reserva
Em nosso exemplo, o índice de reserva é de 0,1; logo, o aumento no saldo de conta corrente é 1/0,1, ou 10 vezes o depósito inicial em dinheiro.
Como a oferta de moeda, M1, é a soma dos depósitos em bancos comerciais mais o papel-moeda retido pelo público, a mudança na oferta de M1 será a mudança nos depósitos em conta corrente mais a mudança na quantidade de papel-moeda retido pelo público. No nosso exemplo, os depósitos cresceram em R$ 10.000,00 e a quantidade de papel-moeda retido pelo público diminuiu em R$ 1.000,00. Logo, o aumento da oferta de M1 foi de R$ 9.000,00. 
O termo 1/taxa de reserva na fórmula é chamado de multiplicador de moeda.
O CONTROLE DA QUANTIDADE DE DINHEIRO POR PARTE DO BANCO CENTRAL DO BRASIL
O Banco Central do Brasil (BACEN) é o responsável pelo controle e funcionamento do sistema financeiro. Uma das suas tarefas fundamentais consiste em manter o crescimento da quantidade de dinheiro ajustado aos objetivos pré-estabelecidos para o sistema financeiro. Ao se controlar a quantidade de dinheiro, simultâneamente condiciona-se a taxa de juros.
O Controle da Oferta Monetária e o BACEN
O gasto total realizado em uma economia dependerá, dentre outros fatores, da quantidade de dinheiro existente e das condições em que as unidades familiares e as empresas puderem obter créditos.
Na maioria das economias modernas, a oferta monetária é constituída por dinheiro bancário. Daí a importância de controlar as condições do processo de criação de dinheiro bancário e de regular o funcionamento dos intermediários financeiros. 
O banco central é, na maioria dos países, a instituição que ordena e controla o funcionamento do sistema financeiro (no caso brasileiro, o BACEN).
Bancos Centrais
A relevância da previsibilidade das decisões dos bancos centrais para coordenar as expectativas dos chamados agentes econômicos – investidores, empresários e consumidores. Se eles acreditam que o Banco Central atuará para controlar a inflação futura, fazem planos de acordo com essa convicção. Caso contrário, antecipam reajustes de preços em um movimento defensivo que alimenta a chamada espiral inflacionária. 
Funções do BACEN
São quatro as funções estritamente bancárias do BACEN:
Administração e custódia do ouro e das divisas estrangeiras.
Banco do governo.
Banco dos bancos do país.
Emissão de moeda manual.
2.1 Administração e custódia do ouro e das divisas.
As divisas são dívidas das instituições bancárias estrangeiras, ou seja, crédito concedido pelo BACEN ao país estrangeiro. Por exemplo, os dólares que oBACEN possui são créditos concedidos aos Estados Unidos.
Já as reservas externas, incluem todo tipo de obrigação que um país estrangeiro contraiu com o Brasil.
 Banco do Estado
O BACEN realiza para o Estado diversas operações de cobrança e pagamento.
Quando surge um déficit no orçamento do setor público, em determinadas ocasiões, o BACEN adianta dinheiro ao governo.
Ele também concede créditos ao governo e, regula o mercado monetário comprando e vendendo títulos públicos.
2.3 Banco dos demais bancos
Quando o banco privado enfrenta dificuldades de liquidez, ele procura o BACEN que lhe faz um empréstimo de liquidez (ou redesconto) para que o mesmo ajuste suas reservas ao mínimo obrigatório.
A liquidez (ou reservas) é o dinheiro que os bancos devem manter sem uso (em caixa ou depositado no BACEN), ou seja, a quantia que deve ser mantida em reserva e sobre a qual o banco não pode operar, para que se possa atender aos direitos dos depositantes. Tais empréstimos do banco central são de curtíssimo prazo e cobram uma taxa de juros escalonada de maneira crescente a fim de desestimular o seu uso. A constante necessidade de redescontos indica ao BACEN que a instituição está gerindo mal sua liquidez.
 Emissão de moeda manual
O BACEN atua como o caixa do sistema bancário. Os depósitos que os bancos mantêm no BACEN permitem que eles façam pagamentos entre si; com o setor público; e com o setor exterior.
Esquema do Balanço do BACEN
	ATIVO (direitos)
	PASSIVO (obrigações)
	* Reservas externas de ouro e dinheiro
	* Efetivo (notas e moedas)
	* Crédito ao setor público
	* Depósitos dos bancos
	* Empréstimos aos bancos
	* Outras contas do passivo
	* Emissão de moeda manual
	* Patrimônio Líquido
O BACEN, a Oferta Monetária e a Taxa de Juros
Quando alguém, ou uma empresa, deseja arranjar um empréstimo, o preço a pagar pelo mesmo é a taxa de juros do empréstimo. Logo, se a oferta monetária aumenta ( a taxa de juros cai. Ao contrário, se a oferta monetária diminui ( a taxa de juros aumenta, pois ao escassear o dinheiro, os tomadores estarão dispostos a pagar uma taxa de juros mais elevada pelo dinheiro disponível.
Levando-se em conta esta dependência entre a oferta monetária e a taxa de juros, quando o BACEN fixa limites ao crescimento da oferta monetária, ele estará condicionando, automaticamente, a taxa de juros.
Os Instrumentos de Política Monetária do BACEN 
Os bancos comerciais podem expandir a oferta de moeda somente se novas reservas (novas cédulas de papel-moeda ou se um contracheque sobre um novo fundo for emitido pelo Banco Central) entrarem no sistema bancário. Quando as pessoas físicas e jurídicas emitem cheques umas às outras, não ocorre mudança líquida na oferta de moeda no sistema bancário. Uma vez que a quantia total de reservas não muda, a oferta de moeda não pode expandir. Entretanto, existe uma organização que tem o poder de mudar a quantidade total de reservas no sistema bancário: O Conselho Monetário Nacional (CMN). Ele é o órgão brasileiro formulador de política monetária e do crédito, que por intermédio do Banco Central do Brasil, órgão executor, emite reservas (papel-moeda e contracheques) e executa os serviços de meios de pagamento.
5.1 O Coeficiente de Reserva ou de Caixa (Depósito Compulsório)
Se o Banco Central deseja aumentar a oferta de moeda de uma economia, pode reduzir a taxa de reserva compulsória dos bancos. Estes precisariam, então, reter uma fração menor de seus depósitos como reservas e poderiam conceder mais empréstimos, expandindo a oferta de moeda. Ao contrário, para diminuir a oferta de moeda, o Banco Central poderia aumentar a taxa requerida de reserva.
É a porcentagem sobre o total dos depósitos que as entidades financeiras têm de cobrir em efetivo ou na forma de depósitos no BACEN. Tal porcentagem é decidida pelo BACEN e é obrigatoriamente cumprida por todas as entidades financeiras. Se o coeficiente de caixa for elevado, diminuirá a quantidade de dinheiro que essas entidades dispõem para emprestar a seus clientes e vice-versa.
5.2 Os Títulos do BACEN e os Empréstimos de Liquidez (Redesconto)
O Banco Central empresta recursos aos bancos a uma taxa de juros chamada de taxa de redesconto. Suponha que um cliente importante chegue a um banco e peça um empréstimo. A não ser que o banco encontrasse uma fonte adicional de recursos, teria de se recusar a fazer o empréstimo. Os bancos relutam em perder clientes importantes. Eles, então, tomam um empréstimo do Banco Central a uma taxa de juros denominada taxa de redesconto.
Mudando a taxa de redesconto, o Banco Central pode influenciar a quantia de empréstimo tomada pelos bancos comerciais. Se o Banco Central aumentasse a taxa de redesconto, os bancos ficariam desencorajados em tomar reservas emprestadas, porque estas teriam ficado mais caras como empréstimos. Já a redução da taxa de redesconto induzirá os bancos a tomarem mais reservas emprestadas.
Dessa forma, o BACEN aumenta ou enxuga a liquidez (dinheiro) dos diversos intermediários financeiros bancários para que eles possam cobrir o coeficiente legal de caixa, controlando, assim, o processo de expansão do crédito.
Para isso, o BACEN promove leilões de títulos seus, que podem ser pré-fixados (o tomador sabe quanto será o seu rendimento em termos nominais no vencimento do título) ou pós-fixados (onde o rendimento fica condicionado a alguma variável, geralmente a inflação). Os objetivos pretendidos com a emissão de títulos do BACEN são:
Evitar um crescimento excessivo da liquidez do sistema;
Utilizá-los como instrumento de injeção de liquidez no sistema creditício, por meio de leilões; e
Assentar as bases sobre a qual o BACEN possa fazer operações de mercado aberto.
À medida que se elevam as taxas de juros pelos que vendem os títulos do BACEN, os intermediários financeiros freiam a concessão de créditos a seus clientes e destinam os novos fundos para a compra de títulos.
Como dito, anteriormente, o redesconto é uma operação de curtíssimo prazo de empréstimo do BACEN para os bancos privados, para que os mesmos possam cobrir seu coeficiente de caixa.
5.3 Compra e Venda de Títulos Públicos
São as denominadas “operações de mercado” onde o BACEN compra e vende seus próprios títulos e outros títulos públicos como Letras do Tesouro, por exemplo.
Com essas intervenções, o BACEN realiza, assim, os ajustes na taxa de juros no curto prazo e na liquidez que as entidades de crédito necessitam para o cumprimento do coeficiente de caixa.
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