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de crianças com baixo ganho ponderal ou peso em declínio, e com problemas na alimentação, contribuem para prevenir muitas doenças graves e morte. Figura 13 – Tratamento da desidratação grave – Plano C Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 181 Cuidados na Comunidade 9 Capítulo O Quadro 17 deve ser utilizado para avaliar o estado nutricional da criança menor que 2 me- ses. A seguir, deve-se utilizar quadro de classificação que orienta o tratamento (Quadro 18). Quadro 17 – Avaliação do estado nutricional da criança menor que 2 meses Perguntar Observar e determinar A criança: • Tem alguma dificuldade para se alimentar? • Deixou de comer? Desde quando? • Mama ao seio? Quantas vezes por dia? • Recebe outros alimentos? Quais e com que frequência? • Toma outro tipo de leite? Qual? Como é preparado esse leite? • O peso para a idade usando as curvas de crescimento propostas pelo Ministério da Saúde • A pega e a posição na amamentação Fonte: MS/SAS. Quadro 18 – Classificação do problema de nutrição ou de alimentação Avaliar os sinais Classificar como Medidas a serem tomadas Se: • Perda de peso maior que 10% na primeira semana de vida PROBLEMA GRAVE DE NUTRIÇÃO • Encaminhar urgentemente ao hospital segundo as normas de estabilização e transporte (Apêndice A e capítulo 8 – volume 1 desta obra) • Prevenir hipoglicemia (Apêndice A e capítulo 25 – volume 3 desta obra) • Prevenir hipotermia (Apêndice A e capítulo 32 – volume 4 desta obra) Presença de, ao menos, um dos seguintes sinais: • Tendência de crescimento horizontal ou em declínio ou baixo ganho ponderal • Peso/idade abaixo de -2 escores Z (ou P3) • Pega o peito com dificuldade • Não mama bem • Alimenta-se ao peito menos de oito vezes ao dia • Recebe outros alimentos ou líquidos • Recebe outro leite PROBLEMA DE NUTRIÇÃO OU DE ALIMENTAÇÃO • Se peso/idade na curva de peso está abaixo de -2 escores Z (ou P3), com tendência horizontal, em declínio ou com baixo ganho ponderal, encaminhar para consulta especializada • Aconselhar a mãe que dê o peito sempre que a criança quiser e pelo tempo que quiser, de dia e de noite, ao menos oito vezes ao dia • Se a criança tem pega incorreta ou não mama bem, orientar a mãe quanto à pega e à posição corretas • Se recebe outros alimentos ou líquidos, aconselhar a mãe a dar o peito com maior frequência e reduzir a oferta dos outros alimentos e líquidos até eliminá-los completamente. Orientar a não usar mamadeira • Se a criança não se alimenta ao peito, encaminhar para orientação sobre aleitamento materno e possível relactação • Iniciar suplemento vitamínico quando recomendado • Caso necessário, orientar a mãe sobre o preparo correto dos outros leites e a usar o copinho • Reavaliar a criança em dois dias • Pesar novamente a criança em sete dias • Se a mãe apresentar algum problema nas mamas, indicar e orientar o tratamento • Orientar a mãe quanto a medidas preventivas e sinais de perigo que requerem retorno imediato (Quadro 8) Se: • Peso/idade normal e sem problemas de alimentação • Tendência ascendente da curva de crescimento NÃO HÁ PROBLEMA DE NUTRIÇÃO OU DE ALIMENTAÇÃO • Elogiar a mãe por estar alimentando bem o seu filho • Fazer uma visita de seguimento, segundo normas estabelecidas para vigilância do crescimento e do desenvolvimento • Orientar a mãe quanto a medidas preventivas e sinais de perigo que requerem retorno imediato (Quadro 8) Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 182 Ministério da saúde Fonte: MS/SAS. 9.5.1 Causas de perda de peso A criança normalmente perde até 10% de seu peso de nascimento nos primeiros dias de vida, mas deve, até o 10º dia, ter recuperado esse peso. Isso ocorre devido à eliminação de líquidos e à diminuição de edema. Influem muito na perda de peso a idade gestacional, o peso ao nascer, o tipo e o modo de alimentação da criança e outros fatores associados à morbidade nos primeiros dias de vida. Uma perda maior que 10% do peso de nascimento após o 10º dia de vida deve ser considerada como problema grave de nutrição ou desidra- tação e a criança deve ser referida urgentemente a um hospital. É necessário avaliar a alimentação de todas as crianças menores de 2 meses de idade, e em especial daquelas: • Que não estejam recebendo aleitamento materno exclusivo. • Que estejam recebendo outros alimentos. • Que tenham peso baixo para sua idade. Referências 1. AIDPI. Neonatal: manual do estudante. Washington, U. S.: OPAS, 2007. 2. PERFIL Torch. In: ENCICLOPEDIA Medica en Español. Medline Plus, 2009. 3. CAPURRO, H. et al. A simplifed method for diagnosis of gestational age in the newborn infant. J. Pediatr., Saint Louis, Mo., US, v. 93, n. 1, p. 120-122, 1978. 4. CLINICAL signs that predict severe illness in children under age 2 months, a multicentre study. Lancet, [S.l.], v. 371, p. 135-142, 2008. 5. KRAMER, L. I. Advancement of dermal icterus in the jaundiced newborn. Am. J. Dis. Child., [S.l.], v. 118, n. 3, p. 454-458, 1969. Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 183 Cuidados na Comunidade 9 Capítulo Apêndice A – Encaminhamento urgente O quadro TRATAR resume os passos prévios ao encaminhamento urgente, que devem ser realizados na unidade básica de saúde, incluindo administração parenteral intramuscular de medicamentos, medidas para impedir a hipoglicemia e frequência e dosagem dos me- dicamentos que a criança necessite, caso não possa ser levada ao hospital. 1. Antibióticos para doença grave A combinação de penicilina (G procaína ou G cristalina) ou ampicilina com aminoglicosídeo (gentamicina ou amicacina) está indicada como terapia inicial para infecções neonatais suspeitas ou comprovadas. A via intramuscular pode ser usada em locais onde não existe pessoal capacitado para obtenção de acesso venoso nessa faixa etária (Quadro 1). (Ver capítulo 10 – volume 2 desta obra). Uma criança menor que 2 meses de idade classificada como tendo doença grave deve ser encaminhada após receber a primeira dose de antibióticos. Caso não seja possível en- caminhá-la, continuar administrando o antibiótico seguindo o esquema apresentado no Quadro 1, preferencialmente pela via endovenosa. No RN, a medicação intramuscular deve ser aplicada no músculo vasto lateral da coxa. Quadro 1 – Antibióticos, doses, vias de administração, apresentações, frequência e doses para crianças de 2 a 5kg Penicilina G Cristalina Dose: 100.000UI/kg/dia EV ou IM Para um frasco de 5.000.000UI adicionar 8 mL de água destilada = 10mL, logo 1mL = 500.000UI Peso (kg) Dose (mL) Frequência a b c 2,0 0,2 0,13 0,1 a. <1 semana a cada 12 horas b. 1 – 3 semanas a cada 8 horas c. >3 semanas a cada 6 horas 2,5 0,25 0,16 0,12 3,0 0,3 0,2 0,15 3,5 0,35 0,23 0,17 4,0 0,4 0,26 0,2 4,5 0,45 0,3 0,22 5,0 0,5 0,33 0,25 (Continua) Atenção à Saúde do Recém-Nascido Guia para os Profissionais de Saúde 184 Ministério da saúde ou Ampicilina Dose: 100mg/kg/dia EV ou IM Para um frasco de 500mg, adicionar 5mL de água destilada = 5mL, logo 1mL = 100mg Para um frasco de 1g, adicionar 10mL de água destilada = 10mL, logo 1mL = 100mg Peso (Kg) Dose (mL) Frequência a b c 2,0 1,0 0,7 0,5 a. <1 semana a cada 12 horas b. 1 – 3 semanas a cada 8 horas c. >3 semanas a cada 6 horas 2,5 1,25 0,85 0,6 3,0 1,5 1,0 0,75 3,5 1,75 1,2 0,9 4,0 2,0 1,4 1,0 4,5 2,25 1,5 1,1 5,0 2,5 1,6 1,25 ou Penicilina G Procaína Dose: 50.000UI/kg/dia IM Para um frasco de 400.000UI*, adicionar 2mL de água destilada = 2mL, logo 1mL contém 200.000UI de Penicilina sendo: 50.000UI de Penicilina Cristalina e 150.000UI de Penicilina Procaina Peso