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Ebook - Contabilidade Geral

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1
Didática no Ensino Contabilidade Geral
1
GRUPO ESTRATEGO
CONTABILIDADE GERAL 
1
Didática no Ensino Contabilidade Geral
1
Neto, Fernando Cabral de Melo, 2019.
Contabilidade Geral - Belém, PA: Faculdade Estratego.
53 páginas;
2
Didática no Ensino Contabilidade Geral
2
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................................3
1. FUNDAMENTOS DE CONTABILIDADE .........................................................................................4
1.1 PRINCÍPIO DA ENTIDADE .......................................................................................................9
1.2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE .........................................................................................10
1.3 PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE .......................................................................................11
1.4 PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL .............................................11
1.5 PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA ..........................................................................................14
1.6 PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA ..................................................................................................14
2. PATRIMÔNIO: CONCEITOS E APLICAÇÕES ............................................................................17
3. ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO LÍQUIDO ................................................................................32
BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................................................48
3
Didática no Ensino Contabilidade Geral
3
INTRODUÇÃO
O homem atual tornou-se vítima da sua própria evolução em relação aos 
números: horário para todo tipo de atividade, salários, contas a pagar, telefones, 
impostos, produção, transportes, informática, mercado financeiro, balanços, 
câmbio etc. A partir de um ponto de vista lógico, perguntamo-nos: alguém 
conseguiria viver sem números no mundo?
Com o passar do tempo, a sociedade se desenvolveu e surgiram novos 
tipos de relações econômicas e também a propriedade privada, o que exigiu a 
criação de novas formas de controle empresarial. As primeiras notícias que se 
tem em relação a sistemas de controle remontam à Antiga Mesopotâmia, onde 
os registros eram grafados em pequenos tijolos.
A Contabilidade mais próxima da que se conhece hoje surgiu na Idade Média, 
mais precisamente no século XV, por volta de 1494, quando o Frei Franciscano 
Luca Pacioli, a pedido do Papa, foi encarregado de organizar uma enciclopédia 
que continha o conhecimento humano relativo à época, inclusive um sistema que 
era usado pelos mercadores de Veneza e que consistia na escrituração de livro 
caixa, de livro de inventário e no uso da Partida Dobrado. Coube a ele a divulgação 
dos primeiros princípios contábeis – princípios básicos do Método das Partidas 
Dobradas. Por esse método, cada crédito corresponde a um débito de igual valor.
Grandes nomes, como o de Vicenzo Mazi (Teoria Patrimonialista – que reflete 
o pensamento mais moderno sobre a classificação das contas), Fábio Besta e 
Gino Zappa (Teoria Materialista), Francesco Marci e Giuseppe Cerboni (Teoria 
Personalista), estão ligados à origem e evolução da Contabilidade, cabendo a 
Luca Pacioli o mérito de preconizador.
4
Didática no Ensino Contabilidade Geral
4
1. FUNDAMENTOS DE 
CONTABILIDADE
Neste primeiro capítulo são apresentados os aspectos introdutórios da 
Ciência Contábil, partindo da origem da Contabilidade, seu objetivo de estudo, 
campo de atuação e usuários, para finalizar com a abordagem das carreiras 
profissionais que se envolvem com a função contábil.
Após o estudo deste capítulo você será capaz de:
• Conhecer a origem da Ciência Contábil;
• Compreender a necessidade da Contabilidade como linguagem homogênea no 
atual ambiente globalizado de negócios;
• Conhecer o campo de atuação e os principais usuários da informação contábil;
• Conhecer postulados contábeis, princípios e convenções (e características quali-
tativas da informação contábil).
A Contabilidade tem por objeto o patrimônio e por finalidade registrar os 
fatos e produzir informações, propiciando possibilidades de planejamento e 
controle dele. A partir dessa definição, propõe-se a questão: se a Contabilidade 
tem por objeto o patrimônio e sua finalidade, o registro dos fatos e a produção 
de informações visando ao controle, ao desempenharem suas atividades os 
pastores não estavam, de forma primitiva, controlando seu patrimônio? Não foi 
inevitável a contagem e o controle de objetos? Pode-se expor com precisão 
que tal circunstância, apesar de primitiva, consiste nos primeiros passos da 
Contabilidade?
Da mesma forma que a matemática utilizou os números, a Contabilidade 
também o fez. Assim, pode-se afirmar que a Contabilidade surgiu paralela à 
matemática, ou seja, de uma necessidade do homem de contar e controlar o 
produto de seu trabalho.
DEFINIÇÃO DE CONTABILIDADE
No Brasil, de 17 a 27 de agosto de 1924, foi realizado o lº CBC – Congresso 
Brasileiro de Contabilidade, na cidade do Rio de Janeiro. Naquela oportunidade, 
a Contabilidade foi definida da seguinte forma:
Contabilidade é a ciência que estuda e pratica as funções de orientação, de 
controle e de registro relativas à administração econômica.
Nesse mesmo sentido, Osni Moura Ribeiro, no seu livro Contabilidade 
básica, Editora Saraiva, definiu a Contabilidade do seguinte modo:
A Contabilidade é uma ciência que permite, por meio de suas técnicas, manter 
5
Didática no Ensino Contabilidade Geral
5
um controle permanente do patrimônio da sociedade.
Por outro lado, Hilário Franco, no seu livro Contabilidade geral, assim a 
definiu:
É a ciência (ou técnica, segundo alguns) que estuda, controla e interpreta os 
fatos ocorridos no patrimônio das entidades, mediante o registro, a demonstração 
expositiva e a revelação desses fatos, com o fim de oferecer informações sobre a 
composição do patrimônio, suas variações e o resultado econômico decorrente 
da gestão da riqueza patrimonial. A Contabilidade permite o controle da 
movimentação do patrimônio das sociedades. O patrimônio de uma sociedade é 
movimentado em função dos acontecimentos diários, tais como compras, vendas, pagamentos, 
recebimentos etc.
Registrando esses acontecimentos, a Contabilidade terá condições de 
fornecer informações sobre a situação do patrimônio, sempre que solicitada.
Observa-se que os autores até aqui citados deram contribuições significativas, 
pontuando os diferentes estágios da evolução do conceito da Contabilidade. 
Entretanto, o estágio atual dos cenários econômico, político e sociológico nos 
quais a Contabilidade tem de atuar, exigiu que os seus profissionais pudessem 
prover os diferentes tipos de usuários com informações seguras e eficazes que 
servissem de base para o processo decisório.
Com essa visão foi que o Ibracon, em seu pronunciamento aprovado pela 
CVM, através da Deliberação CVM nº 29/86, definiu Contabilidade da seguinte 
maneira:
A Contabilidade é, objetivamente, um sistema de informação e avaliação 
destinado a prover seus usuários com demonstrações e análises de natureza 
econômica, financeira, física e de produtividade, com relação à entidade objeto 
de contabilização.
A seguir será discutido o objetivo do estudo da Contabilidade.
OBJETIVO DO ESTUDO
O objetivo do estudo da Contabilidade é o patrimônio da entidade contábil. 
O patrimônio é um conjunto de bens, direitos e obrigações vinculados a uma 
pessoa física ou jurídica. É o elemento sobre o qual se exercitará a função contábil.
Sobre esse conjunto de valores é que a Contabilidade atuará acompanhando 
sua evolução, suas variações e os efeitos da ação administrativa.
FUNÇÕES
As principais funções da Contabilidade são: captar, registrar, acumular, resumir 
e interpretar as modificações do patrimônio em virtude da atividadeeconômica 
ou social que a sociedade exerce no contexto econômico.
6
Didática no Ensino Contabilidade Geral
6
• Captar informações de todas as transações realizadas pela empresa;
• Registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor mo-
netário;
• Acumular, por meio de sistema de controle adequado, informações para atender 
aos usuários da Contabilidade;
• Resumir, com base nos registros realizados, periodicamente, por meio de de-
monstrativos, a situação econômica, patrimonial e financeira da sociedade;
• Interpretar os demonstrativos com a finalidade de apuração dos resultados ob-
tidos pela sociedade e executar os planos econômicos, prevendo os pagamentos 
a serem realizados e as quantias a serem recebidas de terceiros, alertando para 
eventuais problemas.
FINALIDADE
A finalidade básica da Contabilidade é o acompanhamento das atividades 
realizadas pela sociedade, no sentido indispensável de controlar o comportamento 
de seu patrimônio, avaliando e comparando os resultados obtidos entre períodos 
analisados.
A Contabilidade faz o registro metódico e ordenado dos negócios realizados 
e a verificação sistemática dos resultados obtidos. Ela deve identificar, classificar e 
anotar as operações da entidade e de todos os fatos que, de alguma forma, afetam 
sua situação econômica, financeira e patrimonial.
Com esse acúmulo de dados, convenientemente classificados, a Contabilidade 
procura apresentar de forma ordenada o histórico das atividades da sociedade, a 
interpretação dos resultados e produzir, através de relatórios, as informações que 
se fizerem precisas para o atendimento das diferentes necessidades.
As finalidades fundamentais da Contabilidade referem-se à orientação da 
administração das sociedades no exercício de suas funções e tomada de decisões. 
Portanto, a Contabilidade permite o controle e o planejamento de toda e qualquer 
entidade socioeconômica.
Controle: a administração, através das informações contábeis fornecidas via 
relatórios, pode se certificar, na medida do possível, de que a organização está 
agindo em conformidade com os planos e políticas determinados.
Planejamento: a informação contábil, principalmente no que se refere ao 
estabelecimento de padrões, ao inter-relacionamento da Contabilidade e aos 
planos orçamentários, é de grande utilidade no processo de decisão sobre que 
curso de ação deverá ser tomado para o futuro.
7
Didática no Ensino Contabilidade Geral
7
Todo e qualquer levantamento de informações administrativas e gerenciais 
deve ter como alicerce a Contabilidade. Relatórios baseados em informações, 
as quais não são provenientes dos livros contábeis, são especulativos, pois não 
refletem a realidade da sociedade, não têm consistência, não têm amparo na 
escrituração, não podem ser usados como prova contábil, são inexatos. Somente 
os dados retirados dos livros contábeis merecem boa-fé, tanto para fins comerciais, 
tributários e civis quanto para decisões judiciais.
CAMPO DE ATUAÇÃO DA CONTABILIDADE
O campo de atuação da Contabilidade é muito amplo visto que a complexidade 
das atividades industriais, agrícolas, comerciais, bancárias ou de prestação de 
serviços no mundo de hoje fez com que inúmeros registros e controles fossem 
criados. A Contabilidade capta, registra e interpreta fatos que afetam as situações 
patrimoniais, financeiras ou econômicas de qualquer entidade.
Assim, a pessoa física, a sociedade, a entidade de fins não lucrativos, as 
pessoas de direito público como os órgãos pertencentes à administração direta, 
não controlarão seus patrimônios. Não atingirão seus fins e não serão passíveis de 
uma boa administração se não utilizarem a Contabilidade para tal.
Para conhecer e utilizar a aplicação das mudanças contábeis, leia o CPC 13 – 
Adoção Inicial da Lei nº. 11.638/07 e da Lei nº. 11941/2009, disponível em: http://
www.cpc.org.br/pronunciamentosIndex.php.
USUÁRIOS DA CONTABILIDADE
Os usuários são as pessoas que se utilizam das informações contábeis com 
algum interesse. Os interesses desses usuários são os mais variados. Dentre eles 
podemos destacar:
• Proprietários (sócios): têm interesse no futuro e no sucesso da empresa, tendem 
a ser cautelosos nas finanças. Procuram ver como a empresa está em comparação 
aos anos anteriores e a concorrência para garantir que o dinheiro que eles aplica-
ram está seguro.
• Investidores (acionistas): são agentes que investem seus recursos em ações da 
empresa. A análise das demonstrações contábeis pelos investidores costuma ser 
detalhada, pois eles procuram informações sobre a empresa que permita compa-
rações com outras companhias, de modo que dê pra escolher em qual investir.
• Instituições financeiras ou credores: fazem empréstimos a serem pagos em até 
12 meses (curto prazo) ou acima de 12 meses (longo prazo) e procuram indícios de 
que a empresa será capaz de pagar os juros das dívidas e os bens da empresa, caso 
a dívida não seja paga e o negócio sofra uma crise.
• Concorrentes: estão interessados na atuação financeira da empresa e nas es-
tatísticas empresariais dos rivais. Procuram aumento de vendas, da parcela de 
mercado, de lucros líquidos e da eficiência total da empresa e informações sobre a 
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Didática no Ensino Contabilidade Geral
8
estrutura de custos.
• Gerentes/Empregados: são pessoas que trabalham para a empresa e dependem 
dela para receber os seus salários e procuram garantir que a empresa continue a 
operar com competitividade e números que reflitam o seu esforço e competência 
durante o ano.
• Clientes/Fornecedores: são aqueles que precisam saber se estão lidando com 
empresas financeiramente sólidas, respeitadas e apresentam condições de conti-
nuidade em seus negócios, ou seja, se serão capazes de fornecer seus produtos e 
pagar suas contas.
• Governo: examina os relatórios financeiros para ver se são aceitáveis e precisos; 
verificam o montante de impostos devidos, os quais procuram relatórios bem pre-
parados seguindo a legislação e solidez nas contas, quando comparadas às de em-
presas similares.
E, para que todos esses usuários possam tirar informações confiáveis dos 
relatórios, a contabilidade segue as regras básicas apresentadas no tópico a seguir.
PRINCÍPIOS DE CONTABILIDADE
A questão é: quais regras a contabilidade segue para conseguir demonstrar a 
situação patrimonial de uma empresa?
Os Princípios de Contabilidade, nova denominação dada aos Princípios 
Fundamentais de Contabilidade pela Resolução CFC nº 1.282/10, foram fixados 
pelo Conselho Federal de Contabilidade por meio da Resolução n° 750/93, cujos 
dispositivos passamos a comentar. A Resolução CFC nº 750, de 29 de dezembro 
de 1993 dispõe sobre os Princípios de Contabilidade.
O Conselho Federal de Contabilidade, no exercício de suas atribuições legais 
e regimentais, considerando a necessidade de prover fundamentação apropriada 
para interpretação e aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade, resolve:
Art. 1º - Constituem Princípios de Contabilidade (PC) os enunciados por 
esta Resolução. § 1º A observância dos Princípios de Contabilidade é obri-
gatória no exercício da profissão e constitui condição de legitimidade das 
Normas Brasileiras de Contabilidade (NBC). § 2º Na aplicação dos Prin-
cípios de Contabilidade a situações concretas, a essência das transações 
deve prevalecer sobre seus aspectos formais.
A referida Resolução, em sua redação original adotava a denominação 
“Princípios Fundamentais de Contabilidade”. Todavia, com a edição da Resolução 
CF C nº 1.282, de 28 de maio de 2010, essa denominação foi substituída por 
“Princípios de Contabilidade”, expressão que, segundo o Conselho Federal 
de Contabilidade, é “suficiente para o perfeito entendimento dos usuários das 
demonstrações contábeis e dos profissionais da Contabilidade”.
Conforme informações contidas no Art. 2º da Resolução CFC nº. 1282/10, 
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Didática no Ensino Contabilidade Geral
9
os Princípios de Contabilidade representam a essência das doutrinas e teorias 
relativasà ciência da Contabilidade, consoante o entendimento predominante nos 
universos científico e profissional de nosso país. Concernem, pois, a Contabilidade 
no seu sentido mais amplo de ciência social, cujo objeto é o patrimônio das 
entidades.
Pelo Art. 3º são Princípios de Contabilidade:
I. o da entidade;
II. o da continuidade;
III. o da oportunidade;
IV. o do registro pelo valor original;
V. o da atualização monetária;
VI. o da competência; e
VII. o da prudência.
Por ser uma ciência social, portanto não exata, a Contabilidade necessita 
de princípios por meio dos quais sejam convencionados critérios uniformes de 
adoção obrigatória na sua execução. Se, por exemplo, uma empresa adotasse o 
regime de competência e outra o regime de caixa, seria impraticável a comparação 
de seus resultados nos períodos considerados. Assim, os princípios funcionam 
como um padrão a ser seguido por todos os que se ocupam da Contabilidade, 
pois possibilitam que as técnicas contábeis sejam desenvolvidas uniformemente.
Os princípios são decorrentes da observância da aplicação das técnicas 
contábeis, da prática contábil e têm como objetivo tornar as informações contábeis 
divulgadas uniformes, confiáveis e úteis para o público nelas interessado.
1.1 PRINCÍPIO DA ENTIDADE
Conforme Art. 4º da Resolução CFC nº. 1282/10, o Princípio da Entidade 
reconhece o patrimônio como objeto da Contabilidade e afirma a autonomia 
patrimonial, a necessidade da diferenciação de um patrimônio particular no 
universo dos patrimônios existentes, independentemente de pertencer a uma 
pessoa, um conjunto de pessoas, uma sociedade ou instituição de qualquer 
natureza ou finalidade, com ou sem fins lucrativos. Por consequência, nessa 
acepção, o patrimônio não se confunde com aqueles dos seus sócios ou 
proprietários, no caso de sociedade ou instituição.
O objeto da Contabilidade ou assunto do qual ela trata é o patrimônio. É 
preciso, porém, delimitar-se o patrimônio que será objeto da orientação, do 
controle e do registro contábil. Em se tratando de sociedade, é necessário 
reconhecer diferenças entre o patrimônio dos sócios e o da pessoa jurídica, pois 
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Didática no Ensino Contabilidade Geral
10
esta e aqueles são sujeitos de direitos e obrigações legais diferentes. Uma ação 
trabalhista, por exemplo, deve ser proposta pelo empregado contra a pessoa 
jurídica empregadora, e não contra seus sócios, ainda que eles, por disposição 
contratual, pratiquem atos em nome da pessoa jurídica.
No caso da pessoa física que desenvolve atividades comerciais, industriais, de 
produção rural etc., há necessidade da segregação dos bens, direitos e obrigações 
afetadas por essas atividades. A pessoa física que utiliza parte de sua residência 
na exploração de atividade comercial, a rigor, deve manter registros contábeis 
separados para o controle dos bens, direitos e obrigações vinculados à atividade 
empresarial.
Por determinação do Código Civil, o titular de um patrimônio é, 
necessariamente, pessoa física ou jurídica, uma vez que só quem tem personalidade 
pode ser titular de direitos e obrigações jurídicas. Isso explica o fato de o patrimônio 
pertencer à entidade, mas a entidade não pertencer ao patrimônio.
A entidade é o sujeito dos direitos e obrigações que constituem o patrimônio. 
A soma ou agregação contábil de patrimônios autônomos não resulta em 
nova entidade. Da consolidação das demonstrações da controladora e de suas 
controladas, por exemplo, não surge uma nova entidade, mas apenas uma unidade 
de natureza econômico-contábil. A unidade decorre do fato de as entidades 
envolvidas pertencerem a uma mesma pessoa (a sociedade controladora), apesar 
de serem pessoas distintas do ponto de vista legal, cada uma com seus direitos e 
obrigações.
1.2 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
Segundo Art. 5º da Resolução CFC nº. 1282/10, o Princípio da Continuidade 
pressupõe que a entidade continuará em operação no futuro e, portanto, a 
mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta 
esta circunstância.
Salvo disposição legal, contratual ou evidências em contrário, presume-se 
que a vida da entidade é contínua e que ela deverá desempenhar suas atividades 
por um período indeterminado. Pode ocorrer de o contrato ou a lei, em caso 
excepcional, determinarem o prazo de duração da entidade, ou de as evidências 
nos levarem à conclusão de que ela não continuará a desenvolver suas operações 
por muito tempo. É o caso de uma entidade com falência decretada ou em fase 
de liquidação (situação anterior à extinção da sociedade, em que se promove a 
realização do ativo e o pagamento do passivo exigível – o acervo líquido, se houver, 
será dividido entre os acionistas).
Os ativos de uma entidade normalmente sofrem efeitos negativos em função 
da descontinuidade das suas operações. Para ilustrar se uma companhia entra 
11
Didática no Ensino Contabilidade Geral
11
em liquidação, como regra o valor apurado por seus ativos é significativamente 
menor que o valor normal de realização dos bens, em virtude das circunstâncias 
em que estão sendo vendidos. O passivo também pode ser afetado.
Na liquidação, por exemplo, não há distinção entre dívidas vencidas e 
vincendas, exceto pelo desconto aplicável ao valor dessas. Se uma entidade 
trabalha com a presunção de descontinuidade de suas operações, não há sentido 
na aplicação do princípio da competência no registro das suas transações. O 
diferimento de uma receita por vários exercícios, por exemplo, não pode ser 
aplicado a uma entidade que terá suas atividades encerradas no curto prazo. O 
mais adequado, nesse caso, será a adoção do regime de caixa e a avaliação pelo 
valor presente.
1.3 PRINCÍPIO DA OPORTUNIDADE
Pelo Art. 6º da Resolução CFC nº. 1282/10, o Princípio da Oportunidade fere-
se ao processo de mensuração e apresentação dos componentes patrimoniais 
para produzir informações íntegras e tempestivas. O princípio da oportunidade 
exige o registro de todas as variações sofridas pelo patrimônio da entidade no momento em 
que elas ocorrerem, ainda que sejam considerados valores estimados. Um exemplo é o registro da 
depreciação.
O tempo de vida útil de um bem é baseado numa hipótese mais ou menos 
fundamentada tecnicamente e dependente de diversos fatores aleatórios. 
Apesar disso, a depreciação deve ser registrada no momento em que há a perda 
de valor do bem. Como é difícil determinar o valor exato dessa perda, os cálculos 
são feitos por estimativas. A integridade diz respeito à necessidade de os registros 
serem confiáveis, isto é, sem faltas ou excessos. A tempestividade determina que 
as variações sejam registradas no momento oportuno, mesmo na hipótese de 
alguma incerteza de valor.
A informação divulgada fora do momento adequado e/ou que não seja 
confiável normalmente deixa de ser importante para o público nela interessado. 
Por exemplo, no mercado de ações o investidor não pode esperar um relatório 
contábil por muito tempo antes de tomar decisões. Portanto, é preciso haver 
agilidade na divulgação da informação, sem se perder de vista a segurança quanto 
a sua veracidade.
1.4 PRINCÍPIO DO REGISTRO PELO VALOR ORIGINAL
O Art. 7º da Resolução CFC nº. 1282/10 traz que o Princípio do Registro 
pelo Valor Original determina que os componentes do patrimônio devem ser 
inicialmente registrados pelos valores originais das transações, expressos em 
moeda nacional.
12
Didática no Ensino Contabilidade Geral
12
As seguintes bases de mensuração devem ser utilizadas em graus distintos e 
combinadas, ao longo do tempo, de diferentes formas:
Custo histórico. Os ativos são registrados pelos valores pagos ou a serem 
pagos em caixa ou equivalentes de caixa ou pelo valor justo dos recursos que 
são entregues para adquiri- los na data da aquisição. Os passivos são registrados 
pelos valores dos recursos que foram recebidos em troca da obrigação ou, em 
algumas circunstâncias, pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, os quais 
serão necessários para liquidaro passivo no curso normal das operações; e
Variação do custo histórico. Uma vez integrados ao patrimônio, os 
componentes patrimoniais, ativos e passivos, podem sofrer variações decorrentes 
dos seguintes fatores:
 
a) Custo corrente. Os ativos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equiva-
lentes de caixa, os quais teriam de ser pagos se esses ativos ou ativos equiva-
lentes fossem adquiridos na data ou no período das demonstrações contábeis. 
Os passivos são reconhecidos pelos valores em caixa ou equivalentes de caixa, 
não descontados, que seriam necessários para liquidar a obrigação na data ou 
no período das demonstrações contábeis;
b) Valor realizável. Os ativos são mantidos pelos valores em caixa ou equivalen-
tes de caixa, os quais poderiam ser obtidos pela venda em uma forma ordena-
da. Os passivos são mantidos pelos valores em caixa e equivalentes de caixa, 
não descontados, que se espera seriam pagos para liquidar as corresponden-
tes obrigações no curso normal das operações da entidade;
c) Valor presente. Os ativos são mantidos pelo valor presente, descontado do 
fluxo futuro de entrada líquida de caixa que se espera seja gerado pelo item no 
curso normal das operações da entidade. Os passivos são mantidos pelo valor 
presente, descontado do fluxo futuro de saída líquida de caixa que se espera 
seja necessário para liquidar o passivo no curso normal das operações da en-
tidade;
d) Valor justo. É o valor pelo qual um ativo pode ser trocado, ou um passivo li-
quidado, entre partes conhecedoras, dispostas a isso, em uma transação sem 
favorecimentos; e
e) Atualização monetária. Os efeitos da alteração do poder aquisitivo da moeda 
nacional devem ser reconhecidos nos registros contábeis mediante o ajusta-
mento da expressão formal dos valores dos componentes patrimoniais. Uma 
vez integrado ao ativo, o valor do bem (seu custo histórico) pode sofrer varia-
ções em razão destes fatores:
i. Custo corrente. O ativo (um equipamento, por exemplo) inicial-
mente registrado pelo custo histórico terá seu valor corrente repre-
sentado pelo desembolso necessário para adquiri-lo no mercado 
13
Didática no Ensino Contabilidade Geral
13
caso seja tomada como base a data das demonstrações. Todavia, 
é preciso considerar o ativo no estado em que se encontra, e não 
o custo de um bem novo igual ou semelhante. De forma idêntica, 
um passivo registrado contabilmente pelo custo histórico terá va-
lor corrente equivalente ao que seria desembolsado para quitá-lo 
na data das demonstrações, sem desconto a valor presente.
ii. Valor realizável. Consiste no valor que seria apurado na hipótese 
de o ativo ser vendido em condições normais. Já o valor realizá-
vel (ou exigível) de um passivo é o que seria desembolsado, sem 
desconto a valor presente, para quitá-lo.
iii. Valor presente. É o valor atual do fluxo futuro de caixa que o 
ativo vai gerar. É o que acontece, por exemplo, no caso do ajuste 
a valor presente de contas a receber realizáveis a longo prazo. No 
caso do passivo é o valor atual dos pagamentos que serão neces-
sários para saldá-lo.
iv. Valor justo. Trata-se do valor pelo qual o ativo poderia ser 
trocado ou o passivo quitado sem favorecimento entre as 
partes. Assim, não pode ser um preço acima ou abaixo do 
mercado, em benefício ou prejuízo de uma das partes, como 
é possível acontecer nas transações entre pessoas ligadas.
v. Atualização monetária. Eis aqui o extinto princípio do regis-
tro pelo valor original, agora como um dos critérios para regis-
tro das variações do custo histórico. A atualização monetária 
não representa aumento real de valor, e sim um mecanismo 
de manutenção do poder aquisitivo original dos valores re-
gistrados contabilmente. Com os efeitos da inflação, se não 
for adotada a atualização monetária, os valores registrados 
pela Contabilidade deixam de representar o poder de compra 
original. Se considerarmos um determinado valor em moeda 
em duas datas diferentes, teoricamente, o valor em moeda 
na data 1 terá poder de compra igual a esse valor em moeda 
na data 2 acrescido da correção monetária. Isso significa que 
o valor na data 1 e o valor corrigido monetariamente na data 
2 deveriam possibilitar a compra dos mesmos bens.
Quanto a alguns bens, o mercado possui mecanismos de atualização. Uma 
parte significativa da alteração dos preços dos bens no mercado corresponde à 
correção de seus valores em virtude da inflação. Se imaginarmos essa correção 
aplicada a todos os bens, verificaremos que ela não representa um aumento 
real de valor, mas a atualização dos preços em virtude dos efeitos da inflação. O 
problema é que alguns grupos sociais não conseguem repassar os efeitos da 
inflação para os preços de seus bens e serviços.
14
Didática no Ensino Contabilidade Geral
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1.5 PRINCÍPIO DA COMPETÊNCIA
Já o Art. 9º da Resolução CFC nº. 1282/10 define que o Princípio da 
Competência determina que os efeitos das transações e outros eventos 
sejam reconhecidos nos períodos a que se referem, independentemente do 
recebimento ou pagamento.
Conforme o princípio da competência, as receitas e despesas devem ser 
registradas no período ao qual pertencem, ainda que não tenham sido recebidas 
ou pagas. Segundo esse raciocínio, a receita de venda é realizada quando da efetiva 
entrega da mercadoria e a receita de serviço, quando da sua efetiva prestação. 
Os valores recebidos antecipadamente, por conta da entrega de mercadoria ou 
prestação futura de serviço, devem ser registrados no passivo exigível.
Por definição, despesa é um sacrifício patrimonial necessário à realização de 
receita. Trata-se da redução de um ativo ou do aumento de um passivo com a 
finalidade de gerar receita. Portanto, o resultado deve ser formado pelas receitas 
realizadas, segundo o regime de competência, e pelas despesas necessárias à 
geração das receitas correspondentes, vale dizer, pela confrontação das receitas 
e despesas correlatas. Por exemplo, realizada a receita da venda de mercadoria ou 
da prestação de serviços, devem ser consideradas incorridas, simultaneamente, 
as despesas relativas aos custos das mercadorias vendidas ou serviços prestados.
1.6 PRINCÍPIO DA PRUDÊNCIA
Conforme Art. 10 da Resolução CFC nº. 1282/10 o Princípio da Prudência 
determina a adoção do menor valor para os componentes do ativo e do maior 
para os do passivo, sempre que se apresentem alternativas igualmente válidas 
para a quantificação das mutações patrimoniais que alterem o patrimônio líquido. 
O Princípio da Prudência deve ser considerado quando o contador tiver de 
avaliar o provável efeito de um evento sobre o patrimônio, diante de duas ou mais 
alternativas que ele julgue igualmente possíveis de se materializar. Nesse caso, 
deve ser adotada a opção da qual resulte menor valor para o ativo ou maior valor 
para o passivo exigível. É importante observar que as alternativas consideradas 
devem ser equivalentes, ou seja, envolver um grau semelhante de incerteza.
Se uma for mais provável que a outra, não será o caso da aplicação da opção 
que resulte em menor ou maior valor, e sim da mais provável. Por exemplo, se a 
companhia é acionada judicialmente, isso não é suficiente para seu contabilista 
constituir provisão. Com base na avaliação de casos semelhantes, caso se conclua 
que a Justiça tende a dar ganho de causa para a empresa, não deverá ser lançada 
provisão. A adoção de uma postura prudente na avaliação das hipóteses de 
incerteza é necessária para se evitar a superavaliação de ativos e receitas, bem 
como a subavaliação de passivos e despesas.
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CARACTERÍSTICAS QUALITATIVAS DA INFORMAÇÃO CONTÁBIL
Com o advento do CPC 00, conhecido como Framework ou “Pronunciamento 
Conceitual Básico (R1) – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de 
Relatório Contábil- Financeiro”, a informação contábil passou a ter que manter 
certas características qualitativas para melhor atender seus usuários. Segundo esta 
norma, as informações dos relatóriosse destinam, primariamente a: investidores, 
financiadores e outros credores, sem hierarquia de prioridade.
Assim, ficou firmada a posição de que prover prontamente informação 
fidedigna e relevante pode melhorar a confiança do usuário e assim contribuir 
para a promoção da estabilidade econômica.
Por que essa preocupação em definir as características qualitativas das 
informações contábeis? Isso porque, os usuários podem utilizar dessa informação 
para vários aspectos com relação as decisões econômicas, segundo a norma CPC 
00, como:
• Decidir quando comprar, manter ou vender um investimento em ações;
• Avaliar a administração quanto à responsabilidade, 
qualidade de seu desempenho e prestação de contas;
• Avaliar a capacidade da entidade de pagar seus empregados;
• Avaliar a segurança quanto à recuperação dos recursos financeiros emprestados 
à entidade;
• Determinar a distribuição de lucros e dividendos.
Assim, as principais características são divididas em 2 grandes grupos com 
suas subcategorias:
CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS
• Relevância: É a informação capaz de fazer diferença nas decisões que possam ser 
tomadas pelos usuários.
• Materialidade: A informação é material se a sua omissão ou sua divulgação distor-
cida (misstating) puder influenciar decisões.
• Representação fidedigna: Para ser representação perfeitamente fidedigna, a rea-
lidade retratada precisa ter três atributos, ser: Completa. Neutra e Livre de erro.
CARACTERÍSTICAS DE MELHORIA
• Comparabilidade: Permite que os usuários identifiquem e 
compreendam similaridades dos itens e diferenças entre eles.
• Verificabilidade: Significa que diferentes observadores podem chegar a um con-
senso, embora não cheguem necessariamente a um completo acordo.
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• Tempestividade: Ter informação disponível para tomadores de decisão a tempo 
de poder influenciá-los em suas decisões.
• Compreensibilidade: Classificar, caracterizar e apresentar a informação com cla-
reza e concisão.
Assim, as empresas que divulgam sua contabilidade seguindo essas 
características qualitativas estão dando maior subsídio aos usuários para tomada 
de decisão.
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2. PATRIMÔNIO: CONCEITOS E 
APLICAÇÕES
No presente capítulo são estudados conceitos primordiais para o processo 
de execução da escrituração contábil. São apresentados os mecanismos de 
lançamentos contábeis, estruturação de contas e grupos de contas, natureza das 
contas, bem como o plano de contas.
Após o estudo deste capítulo você será capaz de:
• Compreender a estruturação das contas contábeis;
• Aprender a aplicabilidade e a utilidade de cada conta contábil e dos grupos de 
contas;
• Conhecer as principais modificações da legislação brasileira pertinentes à Conta-
bilidade brasileira na atualidade.
INTRODUÇÃO
O termo patrimônio significa, a princípio, o conjunto de bens pertencentes a 
uma pessoa ou a uma empresa.
Bens – Satisfazem as necessidades de uma entidade contábil, podendo ser 
mensurados economicamente. Contabilmente, eles podem ser de dois tipos: 
tangíveis e intangíveis.
O Código Civil Brasileiro distingue, ainda, os bens em:
• Imóveis: vinculados ao solo, que não podem ser retirados sem destruição ou da-
nos, como edifícios, construções, árvores etc.
• Móveis: que podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas, como 
animais, máquinas, equipamentos, estoques de mercadorias etc.
Compõe-se também de valores a receber (ou dinheiro a receber). Por isso, em 
Contabilidade esses títulos são denominados direitos a receber ou, simplesmente, 
direitos.
Direitos – São todos valores que a entidade contábil tem para receber de tercei-
ros, como duplicatas a receber, promissórias a receber, aluguéis a receber etc.
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Relacionando-se, todavia, bens e direitos não se pode identificar a verdadeira 
situação de uma pessoa ou empresa. É necessário evidenciar as obrigações 
(dívidas) referentes aos bens ou direitos. Por exemplo, se você disser que tem 
como patrimônio um apartamento e não fizer referência à dívida com o banco 
financiador (em caso de ter sido adquirido por meio desse sistema de crédito), 
sua informação será incompleta e pouco esclarecedora (MARION, 2009, p. 37).
Obrigações – Abrangem os valores que a sociedade tem de pagar a terceiros, 
isto é, compromissos que serão exigidos no futuro, como resultado de eventos 
ou transações passadas.
O patrimônio, portanto, constitui-se objeto da Contabilidade e pode ser 
representado pelo conjunto de bens, direitos e obrigações mensuradas em 
moeda corrente e pertencente a uma entidade contábil.
Representação gráfica do Patrimônio
A figura 2.1 a seguir apresenta a forma como o patrimônio deve ser 
representado graficamente.
Pela análise da figura acima é possível inferir que, no lado esquerdo, também 
denominado ativo, são classificados os elementos positivos do patrimônio, ou 
seja, os bens e os direitos. No lado direito, denominado passivo, são classificados 
os elementos negativos, ou seja, as obrigações. Veja figura a seguir:
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Para compreender o Balanço Patrimonial, inicialmente é necessário conhecer 
um conceito básico demonstrado nesse relatório: origens = aplicações. Todas as 
vezes que recebemos um dinheiro que se originou do nosso trabalho ou de um 
empréstimo que fizemos no banco, utilizamos esse valor em alguma coisa, ou seja, 
nenhuma parte desse dinheiro fica perdida sem que você saiba onde foi utilizada. 
Na empresa também é assim, todo o recurso que entra é aplicado nela mesma e, 
por meio da Contabilidade, é feito esse controle. Enfim, a Contabilidade controla 
o patrimônio da empresa.
Você pode estar pensando:
— Mas, se o dinheiro para a abertura da empresa ainda não foi utilizado para 
comprar ou pagar nada, onde ele está aplicado?
No disponível da empresa. O disponível também é uma forma de aplicação 
do recurso, isso porque, quando nos referimos ao Balanço Patrimonial, o termo 
aplicação indica onde o dinheiro foi colocado ou no que ele foi usado, portanto, 
não precisa propriamente ter sido feita uma aplicação financeira que renda juros.
Retomando o conceito de que todas as origens de recursos possuem 
aplicações, graficamente podemos ilustrar esse conceito na seguinte figura, 
demonstrando o patrimônio de uma entidade.
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No Balanço Patrimonial está demonstrado exatamente de onde veio o 
dinheiro da empresa, ou seja, as origens dos recursos e onde esses recursos foram 
aplicados. Os tipos de origens de recursos ou de capital são capitais de terceiros 
(pessoas que não são as proprietárias do negócio) e capital próprio (proprietários 
da empresa e os lucros gerados por ela).
Esses recursos obtidos de terceiros e dos sócios/empresa são aplicados em 
bens e direitos da empresa. Os bens são as instalações, máquinas, equipamentos, 
veículos, dinheiro (moeda no caixa), estoques, entre outros. Os direitos são as 
contas a receber dos clientes, investimentos em ações que a empresa possua, 
depósitos em contas bancárias (direito do saque), entre outras. Ambos possuem 
a característica de ser mensuráveis monetariamente.
Quando uma empresa faz um financiamento e compra uma máquina, a 
origem do recurso é o capital de terceiros, banco que fez o financiamento, e a 
aplicação é a máquina, considerado um bem da empresa. No caso da empresa 
que usa o capital inicial e os lucros para compra de novas instalações, a origem do 
recurso é o capital próprio e a aplicação é o prédio adquirido.
A seguir são apresentadas as equações patrimoniais.
EQUAÇÃO PATRIMONIAL
A expressão Balanço Patrimonial pressupõe uma situação de igualdade, ou 
seja, de equilíbrio entre o total do ativo e o total do passivo. Entretanto, na vida 
real, nem sempre a soma dos bens e direitos é igual à soma das obrigações. A 
diferença apurada entre o ativo (bens e direitos) e o passivo (obrigações),que 
se denomina situação líquida, ou patrimônio líquido, será evidenciada sempre 
do lado do passivo, como se fosse um peso no prato da balança para manter o 
equilíbrio entre os dois lados. Veja:
Conforme já tivemos a oportunidade de discutir, os bens, direitos e obrigações 
que compõem o patrimônio são avaliados em moeda e, quando do seu registro, 
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serão contabilizados pelo valor correspondente da moeda do local onde a 
entidade contábil estiver funcionando.
Portanto, adicionando os valores dos bens e dos direitos, teremos o total 
do ativo. Por outro lado, somando os valores das obrigações, teremos o total do 
passivo. A diferença entre o total de bens e direitos, das obrigações, representa o 
valor do patrimônio líquido. Veja:
O Balanço Patrimonial é uma demonstração resumida e estática, como 
uma foto, da situação financeira e patrimonial da empresa em um determinado 
momento. A maioria dos países adota essa forma de representação: valores ativos 
do lado esquerdo e passivo (dívidas com terceiros ou capital de terceiros) com o 
patrimônio líquido (capital próprio) do lado direito. Essa demonstração contábil 
será estudada com mais detalhes nos próximos capítulos.
SITUAÇÕES LÍQUIDAS PATRIMONIAIS POSSÍVEIS
Os componentes patrimoniais devidamente equacionados poderão 
apresentar três situações líquidas patrimoniais diferentes:
I. Ativo maior que o passivo
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Diferentes formas de se referir a essa situação líquida: Situação líquida positiva; 
Situação líquida ativa; Situação líquida superavitária; A = P + SL; P = A – SL; SL = A – 
P; Ativo maior que zero e passivo maior que zero: situação líquida maior que zero.
II. Ativo menor que passivo
Diferentes formas de se referir a essa situação líquida: Situação líquida negativa; 
Situação líquida passiva; Situação líquida deficitária; Passivo a descoberto; A = P – 
SL; P = A + SL; SL = P
– A; Ativo maior que zero, passivo maior que zero e situação líquida menor que zero (desde que 
o ativo seja menor que o passivo).
III. Ativo igual ao passivo
Diferentes formas de se referir a essa situação líquida: Situação líquida nula; 
Situação líquida inexistente; A = P; P = A; SL = Zero; Ativo maior que zero, passivo 
maior que zero e situação líquida igual a zero (desde que o ativo seja igual ao 
passivo).
Outros casos
Observa-se que, nas três situações apresentadas, ativo e passivo sempre 
foram maiores que zero. Em raras ocasiões, porém, poderão ser iguais a zero. 
Nesses casos, teremos:
Ativo igual a situação líquida (passivo = zero)
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Na prática, o momento da constituição da entidade contábil é uma das raras 
ocasiões em que essa situação poderá ocorrer.
Situação líquida igual ao passivo (ativo = zero)
O momento do encerramento de atividades é uma das raras ocasiões em 
essa situação poderá ocorrer.
Conceitos de contas contábeis
Em sua linguagem cotidiana você pode imaginar que a palavra conta pode 
traduzir uma série de conceitos diferentes:
• Uma operação matemática de soma, subtração, etc.;
• A conta de energia elétrica, de internet ou telefone que temos que pagar;
• Uma conta corrente que temos em um banco;
• Um valor a pagar em uma loja, um supermercado, etc.
Acontece, porém, que do ponto de vista contábil, a conta representa a 
descrição dos componentes patrimoniais (contas de ativo e passivo), assim, 
como elementos do resultado (despesas e receitas, que serão vistas a frente). O 
título de uma conta deve expressar o significado adequado das operações nela 
registradas. Seguem alguns exemplos: contas a receber, caixa, salários a pagar, 
financiamentos a longo prazo, etc.
A importância da adequada denominação das contas decorre do fato de que 
as demonstrações contábeis não são de utilização apenas da própria empresa; 
são também analisadas por auditores, fornecedores, instituições financeiras, e, é 
claro, pelo fisco. Além disso, se a empresa for uma sociedade anônima de capital 
aberto (com ações negociadas em bolsas de valores), é fundamental que suas 
demonstrações tenham uma linguagem precisa e, tanto quanto possível, clara, 
para facilidade de seus acionistas em particular e do mercado em geral. Resumindo, 
como pessoas diferentes e, principalmente, pessoas fora da Contabilidade da 
empresa e mesmo do dia a dia da empresa devem entender os relatórios contábeis, 
é essencial que saibam e confiem nos conteúdos de cada conta contábil. Na 
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realidade, pode-se representar elementos de características semelhantes em 
uma mesma conta, a qual receberá o nome que melhor represente os elementos 
agrupados. Exemplificando tal situação:
a) O conjunto formado por cadeiras, mesas, máquinas de escrever, máquinas 
de somar, etc., poderia ser registrado em uma única conta, que teria por nome: 
Móveis e utensílios (a não ser é claro, em se tratando de um comércio de mó-
veis que vise vender esses itens, onde, nessa situação, deveriam ser alocados 
na Conta estoques).
b) Todos os grupos de materiais que são comprados ou produzidos com fina-
lidade de venda ou obtenção de receita poderiam ser registrados na conta de 
Estoque de produtos acabados.
c) Diversos valores a receber de diversos clientes, sem necessidade de repre-
sentação (e não registro) isolada, poderiam ser registrados na mesma conta 
Contas a receber ou Valores a receber.
d) Diversos valores a pagar de diversos fornecedores, sem a necessidade de re-
presentação (e não registro) isolada, poderiam ser registrados na mesma conta 
“Contas a pagar” ou “Valores a pagar.
Plano de contas
O conjunto de todas as contas contábeis de uma empresa forma o chamado 
plano de contas. Trata-se de um conjunto de contas e normas que disciplina as 
tarefas do setor de Contabilidade focando a uniformidade dos registros contábeis, 
ou seja, é instrumento de grande importância no processo contábil.
Cada organização deve elaborar um plano de contas específico que obedeça 
aos seus objetivos e a legislação da atividade que a mesma exerce. Obviamente 
que um plano de contas contábil deve seguir a ordenação e a codificação básica, 
sendo modificado em cada empresa apenas com suas especificidades, ou seja, 
toda empresa deverá ter em seu plano de contas, um grupo chamado ativo e um 
grupo chamado passivo, porém empresas de serviços talvez não precisem da 
conta de estoques de mercadorias, por exemplo.
Na realidade, na confecção do plano de contas temos dois tipos contas 
contábeis relacionadas ao seu cadastro ou lançamento: contas sintéticas e contas 
analíticas.
Imagine que você tenha em sua casa um almoxarifado de materiais gerais que 
esteja dividido em: materiais de escritório, materiais de copa e cozinha, materiais de 
limpeza, etc. Ao comprar, por exemplo, uma caneta, você saberá que ela pertence 
ao grupo de materiais de escritório e poderá lançar no controle específico de 
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canetas (esse controle específico seria uma ficha de estoque).
Perceba, neste caso, que mesmo não classificando o gasto como material 
de escritório e sim como caneta, o valor ou a quantidade do grupo material de 
escritório também aumentou, afinal ninguém compra material de escritório, 
mas sim canetas, papéis, lápis, borracha, etc., sendo que estes itens comprados 
podem se classificar como materiais. Caso você queira saber quanto em dinheiro 
ou mesmo em valor está estocado de materiais de escritório, você deveria somar 
as canetas, lápis, borrachas, papel, etc.
É como se o grupo material de escritório fizesse parte das contas sintéticas, 
aquelas que concentram os bens, direitos e obrigações de acordo com a sua 
natureza em comum (exemplo:
1.1.2.01 contas a receber) e que não recebem lançamento, apenas sumarizam 
ou totalizam grupos de contas de natureza similar.
As canetas, lápis, borrachas, etc., seriam as contas contábeis analíticas, aquelas 
que descrevem cadadireito, bem ou obrigação específica, sendo alocadas dentro 
da conta contábil sintética que pertence, ou seja, as contas que recebem os 
lançamentos (exemplo: 1.1.2.001 Cia Outorgada S S/A – contas a receber). Abaixo 
segue exemplo que ilustra esta situação:
A seguir é apresentado o Plano de contas para elaboração do Balanço 
Patrimonial. Plano de contas – Balanço Patrimonial
Por definição, as contas do Balanço Patrimonial da empresa recebem 
numeração 1 para o grupo de ativos e numeração 2 para o grupo de passivos e 
patrimônio líquido. Na sequência, as demais contas de ativos, passivos e patrimônio 
líquido são numeradas. A título de exemplo vamos conhecer as possíveis divisões 
em um grupo de ativos:
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Percebam o seguinte, o grupo de ativo é 1; este grupo é dividido em ativo 
circulante (1.1) e ativo não circulante (1.2). Se pegarmos o ativo circulante como 
exemplo, vamos ver que a próxima conta é de banco (1.1.1), a qual se abre em 
mais duas contas, recebendo mais um dígito no código: Banco do Brasil (1.1.1.1) e 
Santander (1.1.1.2) e assim sucessivamente.
No grupo de passivo e patrimônio líquido temos a mesma lógica, contudo, o 
número dominante e inicial passa a ser o “2”. Vamos ver um exemplo:
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De modo semelhante à análise do ativo, percebam o seguinte, o grupo de 
passivo e patrimônio líquido é 2; este grupo é dividido em passivo circulante (2.1), 
passivo não circulante (2.2) e patrimônio líquido (2.3). Se pegarmos o passivo 
circulante como exemplo, vamos ver que a próxima conta é de fornecedores 
(2.1.1), a qual se abre em mais duas contas, recebendo mais um dígito no código: 
fornecedor X (2.1.1.1) e fornecedor Y (2.1.1.2) e assim sucessivamente.
Plano de contas – Demonstração de resultado do exercício
De maneira semelhante às contas do Balanço Patrimonial, as contas da 
Demonstração de Resultados do Exercício apresentam uma numeração, no caso 
3 para todas as contas. A título de exemplo vamos conhecer as possíveis divisões 
em uma demonstração de resultados do exercício:
Grande destaque e atenção na elaboração de uma Demonstração de 
Resultados do Exercício é para as contas de maior código, como: receitas de 
vendas, custo da mercadoria vendida, lucro bruto, despesas administrativas e 
gerais, financeiras, outras receitas e despesas, lucro antes do imposto de renda 
(LAIR) e resultado do período.
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Noções débito e crédito
Em nosso cotidiano, nos termos de nossa linguagem comum, conceituamos a 
palavra débito como algo ruim, relacionando a dívidas, situação negativa, ter saldo 
negativo na conta corrente do banco. De forma análoga, crédito é conceituado 
como algo bom, relacionado à possibilidade de comprar a prazo, ter crédito na 
praça, saldo positivo na conta do banco.
Na realidade contábil, precisamos desmistificar estes conceitos e extrapolá-
los para o seu significado quando de sua criação pela Contabilidade. Isso não quer 
dizer que você possa, a partir daqui, achar que uma conta devedora no banco seja 
fantástico, ok? Esses conceitos são da Contabilidade e não de sua vida particular.
Para facilitar o entendimento desses conceitos, vamos pensar no 
enquadramento do débito em relação ao gráfico em forma de “T”, ou seja, o 
razonete, que será estudado em detalhes nos próximos capítulos. Pelo razonete, 
o lado esquerdo de uma conta é chamado de débito e o lado direito de uma 
conta é chamado de crédito. Quando lançamos no lado esquerdo de uma conta 
denominamos lançamento a débito ou debitando. Abaixo a figura demonstra esta 
situação:
A diferença que deve ocorrer entre a totalidade de débitos e créditos feitos 
em uma determinada conta contábil e em determinado período, é denominado 
saldo. Se o valor de débitos for maior que o valor de créditos, a conta terá um saldo 
devedor. Se o valor de créditos for maior que o valor de débitos, a conta terá um 
saldo credor. Exemplo de saldo devedor:
não ocorre, pois tais denominações são simplesmente convenções contábeis, 
com uma função específica em cada conta.
Os principiantes em Contabilidade 
são levados a pensar muitas vezes que 
débito significa algo desfavorável e 
crédito algo favorável. Na verdade, isto
As contas possuem dois lados – 
esquerdo e direito – dessa forma, os 
aumentos podem ser registrados em um 
lado e as diminuições no outro. A natureza 
da conta é que irá determinar o lado a ser 
utilizado para os aumentos e o lado para as 
diminuições. A regra, que como qualquer 
regra, tem suas exceções, coloca que:
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Os grupos de contas contábeis serão detalhados no Capítulo 3, a seguir.
Regime de caixa x Regime de competência
A seguir são apresentados os regimes de caixa e competência, destacando-
se suas utilidades e principais diferenças.
Regime de caixa
O regime de caixa, conhecido também como regime financeiro, apura o 
resultado da empresa considerando como receita aquela efetivamente recebida 
(havendo a entrada de dinheiro na empresa) e gastos (custos/despesas) quando 
forem realmente pagos no período (havendo a saída de dinheiro).
Esse regime é adotado para que os gestores possam ter um controle gerencial 
do caixa da empresa, vital para a continuidade e manutenção da situação financeira 
da empresa, e é apresentado na demonstração do fluxo de caixa (DFC). Contudo, 
esta metodologia não é permitida por lei para elaboração das demonstrações 
financeiras (Balanço Patrimonial e Demonstração de Resultados do Exercício). 
Para elaboração destas demonstrações a norma contábil exige a utilização do 
regime de competência, cujo conceito será visto no tópico a seguir.
Assim, características do regime de caixa podem ser resumidas em:
• Não aceito oficialmente;
• Desenvolvido nas empresas como Contabilidade auxiliar.
Deste modo podemos resumir o registro das receitas e das despesas como 
sendo:
• Receita – considera a receita do exercício aquela efetivamente recebida, ou seja, 
quando houver a entrada de dinheiro;
• Despesa – considera a despesa do exercício aquela efetivamente paga, ou seja, 
quando houver a saída de dinheiro.
Regime de competência
A Contabilidade é formada e desenvolvida considerando-se alguns 
princípios ou regras gerais, as quais são base e fundamento para criação das 
demais normas. Um desses princípios é o chamado regime de competência. O 
regime de competência é a outra forma de registro das operações da empresa, 
mais propriamente das receitas e das despesas, sendo que, diferentemente do 
regime caixa, este é aceito e exigido pelas normas contábeis. Então a divulgação 
das demonstrações financeiras das empresas quando elaboradas e divulgadas 
aos usuários externos estão sob bases do regime de competência. Além disso, 
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o conceito do regime de competência está atrelado à necessidade do fato 
gerador, ou seja, ocorrendo o fato gerador as receitas e despesas podem ser 
reconhecidas. Mas o que seria o fato gerador das receitas e despesas que permite 
o reconhecimento das mesmas pelo regime competência?
Resumidamente teríamos:
• Receita – a Contabilidade considera a receita gerada em determinado exercício 
social, não importando seu recebimento, mas considera o período em que a re-
ceita foi ganha, ou seja, o fato gerador, não o seu recebimento. Assim, reconhece 
a Receita quando os serviços forem entregues ao cliente, ou estiver pronto para 
entrega ou quando todos os esforços da empresa para deixar o produto em condi-
ções de venda estiverem sido cumpridos, mesmo que não haja o recebimento do 
dinheiro propriamente dito.
• Despesa – a Contabilidade considera a despesa consumida, incorrida, em de-
terminado período contábil, sendo irrelevante o período de pagamento. Portanto, 
basta ter havido o consumo, sem necessidade de ter tido o pagamento ou a saída 
do dinheiro da empresa.
Assim, o regime de competência, também conhecido por regimeeconômico, 
é uma forma de se contabilizar o resultado da empresa, registrando as receitas no 
momento em que elas são geradas e os gastos (despesas e custos) no momento 
em que são consumidos, independentes de seus recebimentos ou pagamentos.
Não se contabiliza somente a receita recebida, e sim a receita gerada. Os 
gastos são contabilizados conforme o consumo ocorrido no período (competentes 
àquele período) e não conforme o pagamento desses gastos. Este regime de 
competência é indicado pela Teoria da Contabilidade e pelo Imposto de Renda 
(Legislação Fiscal) e deve ser adotado na apuração do resultado.
Análise comparativa
Os tipos de registro da Contabilidade (regime de caixa e regime de 
competência) apresentam diferentes regras para reconhecimento das receitas 
e despesas, além da exigência ou não pelas normas contábeis. Resumidamente 
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podemos destacar as seguintes características de cada um desses regimes:
Imagine uma empresa que tem receita de $10 milhões no período (sendo 
que apenas 60% foram recebidos) e despesa totalizando 8 milhões (sendo que 6 
milhões já foram pagos). Como ficaria o resultado desta empresa considerando o 
regime competência e regime caixa?
Poderíamos chegar aos seguintes resultados:
Portanto, percebemos que o resultado é diferente entre os dois regimes. De 
fato, o resultado tende a ser diferente pois a regra de reconhecimento destes dois 
regimes não é igual.
Contudo, o resultado apurado pelo regime de caixa e pelo regime de 
competência pode ser igual quando as vendas e despesas ocorrem à vista. Para 
visualizar esse efeito, vamos retomar o exemplo anterior alterando o montante 
recebido em caixa e o montante pago.
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3. ATIVO, PASSIVO E PATRIMÔNIO 
LÍQUIDO
O terceiro capítulo apresenta os conceitos primordiais que serão base para 
a escrituração contábil do Balanço Patrimonial: o Ativo, o Passivo e o Patrimônio 
Líquido. Além de apresentar essa distinção, demonstra também como eles devem 
ser classificados em grupos Circulante e Não Circulante.
Após o estudo deste capítulo, você será capaz de:
• compreender a estruturação das contas contábeis;
• aprender a aplicabilidade e a utilidade de cada dos grupos de contas contábeis;
• apresentar as principais modificações da legislação brasileira pertinentes à conta-
bilidade.
INTRODUÇÃO
Como exposto, essa unidade tem como objetivo o estudo dos grupos de 
contas contábeis: Ativo, Passivo e Patrimônio Líquido e suas subdivisões em 
Circulante e Não Circulante. Esses grupos de contas são os que compõe o Balanço 
Patrimonial e sua apresentação deve seguir as normatizações do Pronunciamento 
Técnico CPC 26: Apresentação das Demonstrações Contábeis, aprovado pelo 
Conselho Federal de Contabilidade sob a NBC TG 26 (R2). Nesse documento 
estão as diretrizes para as bases das demonstrações contábeis, de modo a dar 
uniformização e possibilitar a comparação entre as demonstrações contábeis 
da mesma organização (entre períodos anteriores) e das demonstrações entre 
organizações distintas.
Desse modo, cabe diferenciar inicialmente os grupos do Balanço Patrimonial. 
O Ativo abrange, basicamente, os bens e os direitos da entidade, como o dinheiro 
em Caixa ou disponível nas contas correntes no Banco, além das aplicações 
financeiras, dos estoques, das marcas e patentes, dos imóveis, dos veículos, das 
máquinas e dos equipamentos, das contas a receber de clientes. Todos esses 
itens são bens e direitos da empresa e que, quando somados, compõe o seu 
Ativo. Lembre-se que as contas do Ativo são apresentadas do lado esquerdo do 
Balanço Patrimonial.
Já o Passivo, também de forma simplificada, abrange as obrigações assumidas 
pela empresa com terceiros, ou seja, é composto pelas dívidas que a empresa 
possui, como os salários a pagar de seus empregados, os fornecedores, os 
empréstimos e financiamentos, os impostos a pagar, entre outros. Lembre-se que 
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as contas do Passivo são apresentadas do lado direito do Balanço Patrimonial. Por 
fim, tem-se o Patrimônio Líquido (PL) que pode ser definido como a diferença 
entre o valor registrado no Ativo e no Passivo em determinado período de 
tempo. Por exemplo, se uma empresa possui R$ 20.000 em ativos e R$ 12.000 
de passivos, logo terá R$ 8.000 de Patrimônio Líquido, respeitando a equação 
fundamental da contabilidade.
Lembre-se que as contas do Patrimônio Líquido são apresentadas do lado 
direito do Balanço Patrimonial, logo abaixo do Passivo.
Porém, isso não significa dizer que o Patrimônio Líquido não possui as suas 
próprias contas, como já visto anteriormente. Inicialmente, o Patrimônio Líquido 
é composto por duas grandes fontes: os investimentos dos sócios e os lucros 
auferidos pela empresa e que não foram distribuídos aos sócios. Por exemplo, 
nos R$ 8.000 de Patrimônio Líquido que foi encontrado no exemplo acima, ele 
poderia ser distribuído em R$ 6.000 de Capital Social (Investimento dos Sócios 
na Entidade) e de R$ 2.000 de Reservas de Lucros (lucros não distribuídos aos 
sócios).
Dada essa natureza do Patrimônio Líquido, de ser a diferença entre o Ativo 
e o Passivo, pode ocorrer a situação da empresa possuir mais Passivos do que 
Ativos. Por exemplo: se uma empresa possui R$ 20.000 em ativos e R$ 32.000 
de passivos, logo terá um valor negativo de R$
12.000 de Patrimônio Líquido, respeitando a equação fundamental da 
contabilidade, também chamado Passivo a Descoberto.
Feita essa primeira distinção, cabe agora separar os Ativos e Passivos 
entre Circulante e Não Circulante. Tanto os Ativos quanto os Passivos devem 
ser apresentados em ordem de liquidez decrescente no Balanço Patrimonial, 
iniciando com o Ativo ou Passivo mais líquido. Aqui, a “liquidez” é a capacidade do 
Ativo ou do Passivo se converter em dinheiro em determinado período de tempo. 
Assim, a diferença básica entre esses dois grupos (Circulante e Não Circulante) é 
que as contas apresentadas no Circulante devem ser recuperadas ou liquidadas 
em 12 meses a partir da data de encerramento do Balanço Patrimonial. Assim, 
tem-se os seguintes exemplos, imaginando duas empresas, a empresa Alpha, que 
vende máquinas de costura, e a empresa Beta, de confecção de roupas.
A empresa Beta adquiriu um maquinário em 01/11/2015 da empresa Alpha, a ser pago em 
duas parcelas anuais, em 01/07/2016 e 01/03/2017, sendo de R$ 8.000 a primeira e de R$
12.000 a segunda. Dessa forma, no encerramento do exercício em 31/12/2015, a empresa Alpha 
possui um direito de receber R$ 20.000 da empresa Beta, de modo que demonstrará em R$
1.00 a receber no Ativo Circulante e R$ 12.000 no Ativo Não Circulante. Já a empresa Beta 
possui uma obrigação junto a empresa Alpha, de modo que demonstrará R$ 8.000 a pagar no 
Passivo Circulante e R$ 12.000 no Passivo Não Circulante.
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Isso ocorre devido à primeira parcela da compra ocorrer 7 meses após a data 
do encerramento do exercício e a segunda parcela ocorrer após 15 meses após 
a data de encerramento do exercício, obedecendo assim a classificação de 12 
meses.
Essa obrigatoriedade da separação de curto e longo prazo pode ser verifica-
da nos itens 60 a 65 do Pronunciamento Técnico CPC 26: Apresentação das 
Demonstrações Contábeis, aprovado pelo Conselho Federal de Contabilidade 
sob a NBC TG 26 (R2). Acesso em: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos- 
Emitidos/Pronunciamentos/Pronunciamento?Id=57
ATIVO
Inicialmente, definiu-se que o Ativo é o conjunto de bens e direitos de uma 
organização. Agora, será proposta uma definição mais técnica, na qual o Ativo, 
segundo o CPC 00 - Estrutura Conceitual, “é um recurso controlado pela 
entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que fluam 
futuros benefícios econômicos para a entidade”. Dessa maneira, o ativo é um 
recurso com três características:
a) controlado pela entidade;
b) resultado de eventos passados; e
c) combenefício econômico futuro.
O correto atendimento da definição de Ativo é importante, pois ela define 
se um recurso poderá ser reconhecido como Ativo por determinada entidade. 
“Reconhecer” algo na contabilidade é dizer que esse recurso pode ser exibido no 
conjunto de Demonstrações Contábeis da empresa. Desse modo, “Reconhecer 
um Ativo” significa dizer que aquele recurso está apto para ser evidenciado no 
Balanço Patrimonial.
O primeiro item é a característica do “controle”. Muitas vezes esse controle 
está ligado com a propriedade legal do bem, embora isso não seja essencial. Dessa 
forma, um veículo financiado por uma operação de leasing pela empresa pode 
não se encontrar registrado no nome dela em definitivo, ficando, até o término 
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do pagamento das parcelas, em nome do financiador. Porém, esse recurso é um 
ativo da empresa, uma vez que ela exerce o controle do mesmo.
O segundo item é que esse ativo só pode ser reconhecido como tal, quando 
tiver sua origem em eventos anteriores, ou seja, o evento que confere o direito 
à entidade já ocorreu não podendo reconhecer como ativo algum evento que 
ainda está para ocorrer. As entidades obtêm, em geral, os seus ativos por meio da 
produção ou da aquisição, por exemplo, a empresa pode adquirir uma máquina 
e produzir produtos para a venda a partir dessa máquina. Então, essa entidade 
apresenta dois ativos advindos de duas maneiras distintas: a máquina, pela 
aquisição, e o estoque, pela produção. Embora a figura do gasto esteja presente 
nesses dois exemplos, isso também não é determinante, pois a empresa também 
pode reconhecer um terreno como ativo, o qual lhe foi doado por um ente 
governamental. Como já mencionado, se uma empresa tem a intenção de fazer 
um contrato com seu fornecedor de matérias-primas para aquisição de estoques, 
ela não poderá reconhecer esses estoques como ativo, uma vez que os eventos 
previstos para ocorrer no futuro não garantem o surgimento de ativos.
Por fim, o último atributo é a geração de benefícios econômicos futuros. Esse 
item significa dizer que o ativo possui potencial para contribuir, de forma direta ou 
indireta, para o fluxo de caixa da entidade. Esse potencial poderá ser produtivo 
(como no caso da máquina) ou pela sua possível conversão em dinheiro, como no 
caso do estoque de produtos que será vendido aos clientes. Cabe ressaltar que, 
apesar dos exemplos acima terem se dado com itens que possuem substância 
física (tangíveis), eles também podem não ter substância física, ou seja, serem 
intangíveis. Imagine um laboratório farmacêutico que possui inúmeras patentes 
de medicamentos, os quais garantem que somente ele pode produzir os referidos 
medicamentos. Essa patente é um ativo, pois satisfaz os critérios de ativo: é um 
recurso controlado pela entidade (somente ela tem direito de explorar esses 
medicamentos), resultado de eventos passados (a empresa pode ter adquirido a 
patente de outro laboratório ou ela mesma ter desenvolvido) e que gera benefícios 
econômicos futuros (a empresa por deter essas patentes, fabrica e comercializa 
os referidos medicamentos).
Por fim, para reconhecer um recurso como um ativo, além de satisfazer a 
definição de ativo acima apresentada, necessita ser mesurado confiavelmente. 
Segundo o item 4.54 do CPC 00 - Estrutura Conceitual, a mensuração é “o 
processo que consiste em determinar os montantes monetários por meio dos 
quais os elementos das demonstrações contábeis devem ser reconhecidos e 
apresentados no balanço patrimonial e na demonstração do resultado.”
Como já verificado anteriormente, no tópico de Princípios da Contabilidade, 
especificamente no Princípio do Registro Pelo Valor Original, existem diversas 
bases, para a mensuração, aceitáveis. Assim, no que tange ao Balanço Patrimonial, 
ele deve constar os seguintes ativos, respeitando as características de cada 
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empresa, de acordo com item 54 do CPC 26 - Apresentação das Demonstrações 
Contábeis:
• caixa e equivalentes de caixa;
• clientes e outros recebíveis;
• estoques;
• ativos financeiros (exceto os mencionados nas alíneas “a”, “b” e “g”);
• total de ativos classificados como disponíveis para venda (Pronunciamento Téc-
nico CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração) e ativos 
à disposição para venda de acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 31 – Ativo 
Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada;
• ativos biológicos;
• investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial;
• propriedades para investimento;
• imobilizado;
• intangível.
A seguir, serão apresentadas as contas acima descritas já destacadas nos 
grupos Circulante e Não Circulante
ATIVO CIRCULANTE
O Ativo Circulante é composto pelos bens e direitos que serão convertidos 
em dinheiro no prazo máximo de até 12 (doze) meses após o encerramento 
do exercício social. De acordo com o item 66 do CPC 26 - Apresentação das 
Demonstrações Contábeis, o ativo deve ser classificado como circulante quando 
satisfizer qualquer dos seguintes critérios:
• espera-se que seja realizado, ou pretende-se que seja vendido ou consumido no 
decurso normal do ciclo operacional da entidade;
• está mantido essencialmente com o propósito de ser negociado;
• espera-se que seja realizado até doze meses após a data do balanço; ou
• são caixa ou equivalente de caixa (conforme definido no Pronunciamento Téc-
nico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa), a menos que sua troca ou uso 
para liquidação de passivo se encontre vedada durante pelo menos doze meses 
após a data do balanço.
Assim, divide-se nos subgrupos: disponível, realizável a curto prazo, estoques, 
despesas antecipadas e investimentos para negociação.
O grupo do Disponível é composto pelas exigibilidades imediatas, 
representadas pelas contas de caixa, bancos conta movimento, cheques para 
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cobrança e aplicações financeiras.
Caixa: A conta caixa deverá estar em conformidade com os boletins de caixa, elaborados 
diariamente pelos funcionários dos setores ou filiais da sociedade, assim vistados pelos 
responsáveis. Essa conta representa a quantidade de moedas, de papel moeda e de 
cheques não depositados presentes na empresa, como em caixas registradoras, cofres, 
etc.
Bancos: O saldo das contas bancárias deve estar de acordo com os extratos bancários, ou 
conciliação bancária explicando o motivo da diferença. Também é recomendável que o 
contador mantenha a evidência de que realmente essas contas foram conciliadas.
Aplicações financeiras: As contas de aplicações financeiras são os investimentos de curto 
prazo, ou seja, que possibilidade de resgate imediato ou que poderá haver o resgate 
em até 12 meses (para figurar no Ativo Circulante). Caso ultrapasse esse período de 12 
meses, a empresa deve contabilizar essa aplicação financeira no Ativo Não Circulante. 
Ressalta-se que elas devem estar de acordo com os extratos bancários e respectiva pla-
nilha de apropriação das receitas financeiras. Já o grupo do Realizável a Curto Prazo 
se registra os direitos a receber no prazo de até 12 (doze) meses, representados pelas 
seguintes contas: duplicatas a receber, impostos a recuperar e outros créditos.
vi. Duplicatas a Receber: essa conta também é conhecida como Tí-
tulos a Receber ou Clientes. Ela está ligada diretamente às contas 
de receitas (faturamento) da sociedade. Nela são registradas as 
vendas a prazo que, atualmente, representam uma parcela signi-
ficativa do faturamento das sociedades. Assim, ela representa o 
quanto a empresa tem a receber derivado de vendas passadas 
que, de certa forma, é o quanto a empresa está financiando seus 
clientes. As duplicatas com vencimento no prazo de 12 meses 
após o encerramento do balanço deverão ser contabilizadas em 
contas de duplicatas a receber, no ativo realizável a longo prazo.
Uma característica importante dessa conta é que ela possui uma subcontadedutora, que é a Perda Estimada em Crédito de Liquidação Duvidosa (PECLD). 
Essa conta é constituída uma vez que o recebimento dos valores devidos pelos 
clientes, nem sempre, é líquido e certo. Assim, a sua constituição é uma dedução 
da conta de Duplicatas a Receber, devido ao risco na cobrança pela inadimplência 
dos clientes.
Impostos a Recuperar: São os impostos retidos quando da emissão da 
nota fiscal da sociedade, tais como: IRPJ, CSSL, PIS, COFINS e outros. Podem 
representar, também, adiantamentos de IRPJ ou CSSL pagos durante o ano 
ou a recuperar, relativos a anos anteriores. Em outras situações representam o 
saldo credor de ICMS, IPI, PIS e COFINS, em que o valor creditado nas compras 
é superior aos débitos relativos às vendas. É comum a existência desses saldos 
quando a sociedade for exportadora, uma vez que se credita sobre os valores 
das compras e não há o débito na venda. Os saldos devem estar em consonância 
com os livros de apuração dos respectivos tributos, com as declarações anuais de 
retenção fornecidas pelos clientes no caso de faturamento e pelas Instituições 
Bancárias para as aplicações financeiras. Todo o saldo existente na contabilidade 
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deve ter origem comprovada.
Outros créditos: Podem ser classificados nessa conta: adiantamentos de 
viagens, adiantamento de salários, empréstimos a funcionários, empréstimos 
a terceiros não sócios, adiantamento de 13º salários. Os saldos devem estar de 
acordo com relatórios ou posições de cada setor ligados à respectiva conta. 
Exemplo: adiantamentos a funcionários, o setor de pessoal, adiantamentos de 
viagens, o setor financeiro. As contas de adiantamentos e outros créditos devem 
ser conciliadas no sentido de verificar pendências existentes de longa data, as 
quais não refletem a posição consignada no balancete, bem como atentar para a 
documentação suporte dos lançamentos contábeis, tais como: contratos, recibos, 
notas fiscais e outros. A conciliação é procedida com suporte em relatórios do setor 
financeiro; se o financeiro não souber o motivo e a destinação dos valores, algo 
está errado nos saldos (ou no setor financeiro), no que tange aos adiantamentos 
e às respectivas prestações de contas. Os adiantamentos salariais e empréstimos 
a empregados devem ser conciliados com os relatórios do setor de pessoal. Os 
empréstimos e outras transações devem estar suportados por contratos e outros 
documentos hábeis.
O terceiro grande subgrupo é o de Estoques, os quais representam os 
bens destinados à venda e que variam de acordo com a atividade da entidade. 
Conforme o CPC 16 - Estoques, eles são ativos:
• mantidos para venda no curso normal dos negócios;
• em processo de produção para venda; ou a forma de materiais ou suprimentos a 
serem consumidos ou transformados no processo de produção ou na prestação 
de serviços.
Dessa forma, existem quatro tipos de estoques: de produtos acabados, de 
produtos em elaboração, de matérias-primas e outras mercadorias.
• produtos acabados: são as mercadorias que estão prontas para serem vendidas 
aos clientes, sejam esses produtos produzidos pela própria empresa ou que te-
nham sido adquiridos para posterior revenda.
• produtos em elaboração: são os produtos, ainda não finalizados, que estão 
sendo produzidos. Ou seja, são produtos ainda não completos e que necessitam 
ser finalizados para estarem aptos a serem negociados com os clientes.
• matérias-primas: são os insumos utilizados no processo de produção
• outras mercadorias: são, em geral, materiais a serem utilizados pela empresa, 
como materiais de escritório, produtos de limpeza, peças de reposição de máqui-
nas e equipamentos, entre outros.
As contas de estoque estão ligadas diretamente ao custo de mercadoria 
vendida, custo de produtos produzidos e de serviços prestados. Assim, quanto 
maior o valor registrado no estoque (superavaliação), maior será o lucro, e quanto 
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menor o valor registrado no estoque (subavaliação), menor será o lucro. Os 
estoques podem ser controlados de duas maneiras:
• controle permanente: é aquele que todas as entradas e saídas são controladas 
em tempo real.
• controle periódico: significa que, de tempos em tempos, todas as entradas e saí-
das do estoque são confrontadas para verificar quantos produtos saíram do esta-
belecimento.
Cabe lembrar que os estoques são registrados no Balanço Patrimonial pelo 
seu custo histórico. Quando a empresa tem em seu estoque Animais e Plantas, é 
dado um nome distinto que é o de Ativos Biológicos, os quais são registrados pelo 
seu valor justo. Conforme o CPC 29 - Ativo Biológico e Produto Agrícola, um Ativo 
Biológico é qualquer animal ou planta, desde que vivos, de controle da empresa e 
que ela utilizará na produção de outros produtos ou que ela irá revender in natura. 
Já o Produto Agrícola é o produto colhido do Ativo Biológico. Por exemplo, numa 
fazenda que cria gado, o Ativo Biológico é o próprio gado e o Produto Agrícola é 
o Leite extraído do animal, que irá resultar na produção de queijo, por exemplo. 
Numa plantação de eucaliptos, a floresta de eucaliptos é o Ativo Biológico e a 
madeira é o Produto Agrícola, sendo que o produto final é a produção de papel.
O quarto subgrupo é o das Despesas Antecipadas que compreendem 
as despesas pagas antecipadamente que serão consideradas como custos ou 
despesas no decorrer do exercício seguinte (até 12 meses da data do encerramento 
do balanço). Ou seja, é uma antecipação de caixa feita pela empresa para alguma 
despesa a ser incorrida no futuro. Por exemplo, a empresa aluga um novo galpão 
para armazenar o estoque, porém o proprietário do imóvel solicita o pagamento 
de 6 meses adiantados. Assim, a empresa registrará em Despesas Antecipadas 
esse valor e irá, mês a mês, lançando em despesa os valores referentes aos aluguéis 
mensais.
Por fim, tem-se o grupo chamado de Investimentos para a Negociação. Em 
geral, é composto por dois itens, os ativos financeiros mantidos para a negociação 
e os ativos não circulantes mantido para venda.
Ativos financeiros mantidos para a negociação: conforme o CPC 38 
- Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração - são aqueles 
investimentos adquiridos com a finalidade de gerar lucro em virtude da alteração 
de preços no curto prazo. Por exemplo, uma empresa adquire títulos financeiros 
com o intuito de vender num curto espaço de tempo para lucrar nessa operação. 
Em geral, essas operações não fazem parte do objeto social da empresa.
Ativos não circulantes mantido para venda: de acordo com o CPC 31 - Ativo 
Não Circulante Mantido para Venda e Operação Descontinuada – a empresa 
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“deve classificar um ativo não circulante como mantido para venda se o seu valor 
contábil vai ser recuperado, principalmente, por meio de transação de venda em 
vez do uso contínuo”. Caso a empresa se comprometa e vender esses ativos ou 
distribuir aos sócios, ele deve ser classificado no ativo circulante.
ATIVO NÃO-CIRCULANTE
Conforme apresentado anteriormente, existem alguns critérios a serem 
satisfeitos para que um ativo seja enquadrado no Ativo Circulante. Uma vez que 
esse ativo não possa ser lá demonstrado, ele se torna um Ativo Não Circulante. 
Dentre esses ativos, tem-se os Investimentos (longo prazo), o Imobilizado, as 
Propriedades para Investimentos e o Intangível.
Investimentos: são todas as aplicações de recursos que não têm por 
finalidade o objetivo principal da entidade. Ex: imóveis para aluguel, terrenos para 
expansão, ações em outras sociedades, participação em sociedades coligadas, 
participação em sociedades controladas e obras de arte. Os investimentos em 
coligadas ou controladas avaliados pelo método da equivalência patrimonial 
devem solicitar o balanço patrimonial às sociedades investidas para efetuar os 
lançamentos contábeis. Esse método deve ser aplicado sempre que a empresa 
possuir
influência significativa

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