Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Qualidade de vida, saúde e segurança no trabalho MÁRCIA BATISTA CARVALHO 1ª Edição Brasília/DF - 2018 Autores Márcia Batista Carvalho Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário Organização do Livro Didático....................................................................................................................................... 4 Introdução ............................................................................................................................................................................. 6 Capítulo 1 Saúde no Trabalho ........................................................................................................................................................ 7 Capítulo 2 Normas regulamentadoras da saúde no trabalho ..........................................................................................19 Capítulo 3 Segurança no trabalho .............................................................................................................................................34 Capítulo 4 Prevenção de acidentes ............................................................................................................................................41 Capítulo 5 EPI – Equipamentos de Proteção Individual e Prevenção de Incêndios .................................................51 Capítulo 6 Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) .................................................................................................................64 Referências ..........................................................................................................................................................................85 4 Organização do Livro Didático Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. Cuidado Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado. Importante Indicado para ressaltar trechos importantes do texto. Observe a Lei Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, a fonte primária sobre um determinado assunto. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. 5 ORgaNIzaçãO DO LIVRO DIDáTICO Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Posicionamento do autor Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado. 6 Introdução Sabemos que, para alguns indivíduos, ter qualidade de vida importa mais do que o salário mensal. Então, estudar sobre Saúde, Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho é importante para a formação em Recursos Humanos porque, para atrairmos e mantermos bons profissionais na empresa, precisamos ir além da remuneração, é necessário oferecer bem-estar ao colaborador. A área da organização que tem como um dos seus objetivos desenvolver e manter a qualidade de vida no trabalho é a de Recursos Humanos. Mas, como conseguir isso? Respeitando as leis trabalhistas e normas que regulamentam a área de Saúde e Segurança, incluindo o cuidado com os exames médicos periódicos realizados pelos colaboradores e a prevenção dos riscos ocupacionais. São as pessoas que fazem a diferença entre uma empresa e outra. Ações nesse sentido vão gerar melhor desempenho no mercado, tornando o profissional em Recursos Humanos um colaborador estratégico para a empresa no alcance dos objetivos organizacionais. Assim teremos a área de Recursos Humanos como um componente estratégico da organização. Objetivos » conceituar e definir saúde no trabalho, acidente no trabalho, doenças ocupacionais, motivação, satisfação e qualidade de vida no trabalho; » destacar os itens mais importantes das NRs, Normas Regulamentadoras que regem o tema Saúde e Segurança no Brasil e que estão à disposição dos profissionais no site do Ministério do Trabalho; » conhecer o significado de várias siglas como CAT – Comunicação de Acidentes do Trabalho; PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador; SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho; PCMSO, Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional; CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; EPIs - Equipamentos de Proteção Individual e EPCs - Equipamentos de Proteção Coletiva, assim como a importância de cada uma para o tema de nossa disciplina; » corrigir problemas posturais ao aprender sobre Ergonomia; » aprender a prevenir os acidentes, para que eles não aconteçam, com o auxílio da elaboração de Mapa de Riscos; » conhecer as origens e modelos para análise da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e sua relação com várias teorias motivacionais. 7 apresentação Você, assim como eu, somos trabalhadores que desejamos atuar em organizações preocupadas em oferecer condições de trabalho saudáveis e seguras. Mas, quais são as regras a serem seguidas? Você sabe se a empresa onde trabalha segue todas as normas de saúde e segurança? Como é a prática no Brasil? O que é saúde e segurança no trabalho? Em nosso primeiro capítulo, veremos definições relacionadas à saúde e segurança, assim como o que são as normas regulamentadoras da área. O tema prevenção e proteção contra os riscos derivados dos ambientes do trabalho e aspectos relacionados à saúde do trabalhador felizmente ganha a cada dia maior visibilidade nos cenários mundial e nacional. Afinal, qual o seu bem mais precioso? Trabalho? Dinheiro? Família? Ou sua saúde? É comum em final de ano, ao desejarmos tudo de bom para um amigo, falarmos: “... e muita saúde, pois com saúde, conseguimos tudo!” Com saúde, podemos trabalhar, ganhar dinheiro e ajudar a família, logo, se pensarmos bem, a saúde é o nosso bem mais precioso. Mas, o que é saúde? Vamos conhecer alguns conceitos para entender mais sobre o tema? Objetivos » conceituar e definir Saúde no Trabalho; » preencher corretamente o formulário da CAT – Comunicação de Acidentes do Trabalho, assim como conhecer os tipos de CATs e prazos existentes; » verificar se a empresa onde trabalha deve oferecer o PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador. 1CAPÍTULOSaÚDE NO TRaBaLHO 8 CAPÍTULO 1 • SaÚDE NO TRaBaLHO Conceitos e objetivos Saúde Primeiramente, vamos conversar sobre o que é saúde. A definição de saúde mais difundida é a encontrada na Constituição da OMS – Organização Mundial da Saúde, na qual saúde é o bem- estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças. Por essa definição,vemos que há uma ênfase não só no corpo, mas nas relações entre corpo, mente e padrões sociais (GORDONN e HENIFIN, 1981 apud CHIAVENATO, 2008). Saúde no trabalho Já a saúde do trabalho ou saúde ocupacional é referente à prevenção de doenças ocupacionais. Mas, o que é uma doença ocupacional? As doenças do trabalho, ou doenças ocupacionais, são aquelas decorrentes da exposição dos trabalhadores aos riscos do ambiente de trabalho, ou seja, são doenças adquiridas em decorrência da atividade exercida pelo trabalhador. Elas se caracterizam quando se estabelece uma relação de causa e efeito (chamada de “nexo causal”) entre os danos observados na saúde do trabalhador (efeito) e a exposição a determinados riscos ocupacionais (causa). Quando o risco está presente, age sobre o organismo humano, alterando a qualidade de vida (CONCEIÇÃO E CAVALCANTI, 2001 apud BARBOSA E ALMEIDA, 2008). acidente de trabalho E o que é acidente de trabalho? Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício de atividades em serviço, causando uma lesão corporal que cause a morte ou a perda ou a redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (SENADO, Lei no 8213, de 1991). Por exemplo, quando uma pessoa tropeça e cai, ela pode quebrar ou torcer a mão, o pé ou o tornozelo. Essa torção ou quebra é uma lesão corporal temporária, pois ela fará um tratamento e poderá retornar às atividades normalmente. acidentes típicos São os acidentes decorrentes da atividade profissional desempenhada pelo acidentado (<www. mpas.gov.br>). Como exemplo, podemos citar acidentes por contato com serras em movimento na indústria madeireira. acidentes de trajeto São os acidentes ocorridos no trajeto entre a residência e o local de trabalho do empregado e vice-versa (ibid). 9 SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 1 acidentes devidos à doença do trabalho São os acidentes ocasionados por uma doença profissional relacionada a determinado ramo de atividade (ibid). Exemplo: local com muito ruído e sem proteção pode levar ao aparecimento de surdez. adicional de periculosidade O exercício de trabalho em condições perigosas, ou seja, situações que expõem o trabalhador ao risco de acidente, assegura o recebimento de um adicional de 30% (trinta por cento), incidente sobre o salário. Contudo, apenas sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. É o que chamamos de adicional de periculosidade (<www.mte.gov.br>). atividades perigosas Atividades que, após perícia na empresa realizada pelo Ministério do Trabalho, são classificadas como de elevado risco de acidentes. As empresas e os sindicatos das categorias profissionais interessadas podem requerer ao Ministério do Trabalho a realização de perícia (ibid). Podemos citar como exemplos de atividades perigosas o trabalho realizado: » com explosivos; » em operações de transporte de inflamáveis; » em área de risco como os que armazenam pólvoras e produtos químicos usados na fabricação de misturas explosivas ou de fogos de artifício; » em poços de petróleo em produção de gás; » em unidade de processamento das refinarias; » no abastecimento de aeronaves; » na produção, utilização, processamento, transporte, guarda e depósitos de materiais radioativos; » na produção, transformação e tratamento de materiais nucleares para o ciclo do combustível nuclear; » nas atividades de operação com aparelhos de raios-X. Higiene do trabalho A Higiene do Trabalho é outro conceito importante! É a área que tem como objetivo a proteção do trabalhador em relação à aquisição de doenças relativas ao trabalho. Ou seja, a higiene do trabalho trata de questões ligadas à saúde ocupacional (MARRAS, 2009). 10 CAPÍTULO 1 • SaÚDE NO TRaBaLHO atividades insalubres São aquelas que se desenvolvem em ambientes onde o trabalhador é exposto em excesso a ruídos, calor, radiações ionizantes e não ionizantes, vibrações, frio, umidade, agentes químicos, poeiras e outros. Ou seja, são atividades que podem causar danos à saúde (<www.mte.gov.br>). Nós temos direito de receber um adicional sobre o salário-base pelo exercício de atividades em condições de insalubridade. No caso de insalubridade de grau máximo, o adicional é de 40% (quarenta por cento); de 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; e 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo. É o Adicional de Insalubridade! CNaE É uma tabela que serve de instrumento para classificação e identificação das empresas no Brasil. Essa tabela enfoca as atividades econômicas existentes. A sigla CNAE significa Classificação Nacional de Atividades Econômicas. Foi desenvolvida sob a coordenação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE (CONCLA). A CNAE encontra-se no documento de CNPJ da empresa. Quando analisamos os dados sobre acidentes do trabalho por setor de atividade econômica, o setor ‘Agropecuária’ participou com 4,4% do total de acidentes registrados; o setor ‘‘Indústria’ com 48,0% e o setor ‘Serviços’ com 47,6%. Os setores com maior participação nos casos de acidentes típicos foram ‘Comércio e reparação de veículos automotores’ com 12,3%, e ‘Produtos alimentícios e bebidas’ com 11,3% do total. Já nos acidentes de trajeto tivemos as maiores participações no ‘Comércio e reparação de veículos automotores’ e ‘Serviços prestados principalmente a empresa’ com, respectivamente, 19,2% e 14,3%, do total. Nas doenças de trabalho, tivemos o setor de ‘Atividades financeiras’ com participação de 11,6% e o de ‘ Comércio e reparação de veículos automotores’ com 11% (<www.mpas.gov.br>). CBO É uma codificação com as informações administrativas relativas às ocupações. Apresenta a descrição do cargo, assim como os requisitos para ocupá-lo. A sigla significa Classificação Brasileira de Ocupações. Você encontra no site do Ministério do Trabalho (<www.mte.gov.br>). Em 2009, o grupo da CBO com maior número de acidentes típicos foi o de ‘Trabalhadores de funções transversais’, com 14%. No caso dos acidentes de trajeto, o maior número ocorreu no subgrupo ‘Trabalhadores dos serviços’, com 18,6%, e nas doenças do trabalho foi o subgrupo ‘Escriturários’, com 13,4%. CID-10 É a 10a Revisão da Classificação Internacional de Doenças, denominada Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Na prática, é conhecida como CID-10. 11 SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 1 No ano de 2009, dentre os 50 códigos de CID com maior incidência nos acidentes de trabalho, os de maior participação foram ferimento do punho e da mão (S61), fratura ao nível do punho ou da mão (S62) e dorsalgia (M54) com, respectivamente, 10,6%, 6,5% e 6,4% do total. Nas doenças do trabalho, os CID mais incidentes foram lesões no ombro (M75), sinovite e tenossinovite (M65) e dorsalgia (M54), com 19,7%, 17,2% e 7,6%, do total. agente causador É aquele diretamente relacionado ao acidente. Por exemplo, pode ser uma máquina; ou o equipamento ou a ferramenta, como uma prensa ou uma injetora de plásticos; ou produtos químicos (benzeno, sílica), agentes físicos (ruído) ou biológicos (salmonela). Uma situação específica como queda, choque elétrico, atropelamento pode ser também o agente causador (<www1.previdencia.gov.br>). grau de Risco Grau de Risco é o grau em que uma empresa expõe os empregados ao risco em relação à saúde e segurança no trabalho. São 4 níveis, de 1 a 4, sendo o 1 o mais leve e o 4 o maior risco (MARRAS, 2009). O grau de risco determina a alíquota de contribuição de cada empresa para o financiamento dos gastos com benefícios decorrentes de acidentes do trabalho. NTEP É o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário – NTEP, um instrumento auxiliar na análise e conclusão acerca da incapacidade de trabalho pela perícia médica do INSS. Objetiva identificar se existe relação entre determinado setor de atividade econômica e determinadas doenças. Assim, após o cruzamento dos dados de código da ClassificaçãoInternacional de Doenças – CID-10 e de código da Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE, estudos permitiram identificar para cada CNAE uma correspondência de doenças, de acordo com a CID 10 da Organização Mundial da Saúde (<www.previdenciasocial.gov.br>). A partir desta identificação foi possível construir uma matriz, com pares de associação de códigos da CNAE e da CID-10. De forma resumida, passa-se a presumir a correlação das doenças com o ramo de atividade. Comunicação de acidente de Trabalho – CaT Você sabe o que é a CAT? É a Comunicação de Acidente de Trabalho, um formulário que tem o objetivo de comunicar o acidente de trabalho. Em qualquer tipo de acidente, típico ou de trajeto, inclusive em caso de doença profissional, mesmo que não haja afastamento, a CAT deve ser preenchida. 12 CAPÍTULO 1 • SaÚDE NO TRaBaLHO O prazo para o preenchimento é até o primeiro dia útil seguinte ao do acidente. Em caso de morte, a CAT deve ser encaminhada imediatamente à autoridade competente. O não preenchimento pode gerar multa à empresa. Até o mês de abril de 2007, para que a perícia médica do INSS caracterizasse um evento como um acidente ou uma doença do trabalho era obrigatória a existência de uma Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT protocolada junto ao INSS. Houve mudanças e, atualmente, é permitido que o evento seja considerado como um acidente mesmo sem CAT vinculada ao benefício solicitado. Cabe observar que embora a entrega da CAT deva, por força de lei, ser feita em até 48 horas da ocorrência do acidente, o INSS recebe o documento a qualquer tempo. Portanto, pode ocorrer de uma CAT referente a um acidente ser entregue após a concessão de um benefício acidentário originado deste acidente (<http://www.previdenciasocial.gov.br>). atenção Devem-se tomar alguns cuidados no preenchimento da CAT, por ser um documento exigido em lei. Seguem algumas regras: 1. assinar a CAT somente depois de preenchida, nunca em branco; 2. ao assinar a CAT, verificar se todos os envolvidos foram identificados corretamente; 3. o atestado médico da CAT é de responsabilidade somente do médico; 4. preencher a CAT em letra de forma, de preferência, com caneta esferográfica; 5. não emendar ou rasurar; 6. evitar deixar campos em branco; 7. entregar a CAT ao INSS, impressa em papel; 8. a CAT é preenchida em 6 (seis) vias. A primeira via é do INSS; a 2a via, da empresa; 3a via, do segurado ou dependente; 4a via, do sindicato de classe do trabalhador; 5a via, do Sistema Único de Saúde – SUS; 6a via, da Delegacia Regional do Trabalho – DRT. 9. o formulário da CAT poderá ser substituído por um impresso criado pela empresa. Contudo, para isso, a empresa precisa possuir um sistema de informação de pessoal com processamento eletrônico. O formulário substituído deverá ser emitido por computador e conter todas as informações exigidas pelo INSS. 10. a CAT pode ser cadastrada pela Internet, fazendo o download do programa de instalação no link: 11. <http://www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=297>. 12. após o download, executar o programa catsetup.exe para instalar no computador. Para iniciar o Sistema CAT, clicar no ícone que será criado na área de trabalho do Windows durante a instalação. Mas, quais os tipos de CAT? Nós chamaremos a CAT de forma diferenciada, dependendo do momento e do tipo de ocorrência que estamos comunicando. Por exemplo: a. comunicar acidente de trabalho, típico ou de trajeto, ou doença profissional ou do trabalho: chamamos de CAT inicial; 13 SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 1 b. quando informamos que o trabalhador vai reiniciar tratamento ou se afastar porque houve agravamento da lesão de acidente do trabalho ou doença profissional ou do trabalho já comunicado anteriormente ao INSS: chamamos de CAT de reabertura; c. ao comunicar falecimento em consequência de acidente ou doença profissional ou do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial: é a CAT de comunicação de óbito. Neste caso, deverá ser anexada cópia da certidão de óbito ao INSS. Os acidentes com morte imediata deverão ser comunicados por CAT inicial. A entrega das vias da CAT é de responsabilidade de quem a emitiu. Da mesma forma, também deve comunicar ao segurado ou seus dependentes em qual Posto do Seguro Social a CAT foi registrada. E quando a empresa não preenche a CAT? Ela pode ser formalizada pelo próprio acidentado, ou seus dependentes, ou pelo sindicato da categoria, ou pelo médico que o assistiu ou qualquer autoridade pública (os magistrados em geral, os membros do Ministério Público e dos Serviços Jurídicos da União e dos Estados, os comandantes de unidades militares do Exército, Marinha, Aeronáutica e Forças Auxiliares). O fato de a comunicação ser feita não elimina a responsabilidade da empresa pela falta de emissão da CAT. Durante o ano de 2009, foram registrados no INSS cerca de 723,5 mil acidentes do trabalho. Comparado com 2008, o número de acidentes de trabalho teve queda de 4,3%. O total de acidentes registrados com CAT diminuiu em 4,1% de 2008 para 2009. Do total de acidentes registrados com CAT, os acidentes típicos representaram 79,7%; os de trajeto 16,9% e as doenças do trabalho 3,3%. As pessoas do sexo masculino participaram com 77,1% e as pessoas do sexo feminino 22,9% nos acidentes típicos; 65,3% e 34,7% nos de trajeto; e 58,4% e 41,6% nas doenças do trabalho. Nos acidentes típicos e nos de trajeto, a faixa etária com maior incidência de acidentes foi a constituída por pessoas de 20 a 29 anos com, respectivamente, 34,7% e 37,8% do total de acidentes registrados. Nas doenças de trabalho, a faixa de maior incidência foi a de 30 a 39 anos com 33,9% do total de acidentes registrados. Chamamos de acidentes com CAT registrada ao número de acidentes cuja CAT foi cadastrada no INSS. Não são contabilizados o reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de lesão de acidente do trabalho ou doença do trabalho, já comunicados anteriormente ao INSS. E os acidentes sem CAT registrada são ao número de acidentes cuja CAT não foi cadastrada no INSS. Todos os casos com diagnóstico de doença profissional ou do trabalho devem ser objeto de emissão de CAT pelo empregador, acompanhada de relatório médico preenchido pelo médico do trabalho da empresa, médico assistente (serviço de saúde público ou privado) ou médico responsável pelo PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional). No caso de doença profissional ou do trabalho, a CAT é emitida após a conclusão do diagnóstico. 14 CAPÍTULO 1 • SaÚDE NO TRaBaLHO Em caso de afastamento, devemos preencher o campo último dia trabalhado na CAT, informando a data do último dia em que o acidentado efetivamente trabalhou, mesmo que o acidente tenha acontecido antes do término da jornada. Na CAT, no espaço destinado às informações do Atestado Médico, o médico deve informar o código da CID, Classificação Internacional de Doenças, CID 10. Vamos ver um modelo de CAT? Figura 1. 15 SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 1 16 CAPÍTULO 1 • SaÚDE NO TRaBaLHO Fonte: <http://www.previdencia.gov.br/forms/formularios/form001.html> Muito bem! Espero que esteja gostando das informações e que elas sejam úteis ao seu dia a dia profissional! Vamos tomar um cafezinho, chá ou água? Então, você estará pronto para recomeçar! Programa de alimentação do Trabalhador - PaT O PAT é o Programa de Alimentação do Trabalhador. O objetivo do PAT é melhorar as condições nutricionais do trabalhador e, consequentemente, a sua capacidade física, resistência à fadiga e às doenças, reduzindo também os riscos de acidentes de trabalho. O PAT foi instituído pela Lei no 6.321, de 14 de abril de 1976, e regulamentado pelo Decreto nº 5, de 14 de janeiro de 1991, e pela Portaria no. 03, de 1o de março de 2002. O programa é direcionado aos trabalhadores de baixa renda, isto é, aqueles que ganham até cinco salários mínimos mensais. Mas os trabalhadores de renda mais elevada poderão ser incluídos no programa.Nesse caso, o valor do benefício dos trabalhadores com rendimentos de até 5 salários mínimos não poderá ser inferior ao concedido aos trabalhadores que recebem mais. A melhoria das condições de saúde do trabalhador se reflete em maior integração entre ele e a empresa, com aumento de produtividade, redução do absenteísmo (atrasos e faltas) e da rotatividade. Além desses benefícios, o PAT possibilita que as empresas deduzam as despesas com a alimentação dos trabalhadores em até 4% do Imposto de Renda (IR) devido, com isenção de encargos sociais (INSS, FGTS) sobre o valor da alimentação fornecida. 17 SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 1 Quando a empresa concede benefício-alimentação aos seus trabalhadores e não participa do PAT, recolhe o FGTS e o INSS sobre o valor do benefício concedido ao trabalhador e não tem direito a qualquer incentivo fiscal previsto no programa. Mas por que o Governo faz isso? Porque também se beneficia. Com o PAT, há redução de despesas e investimentos na área da saúde, crescimento da atividade econômica e bem-estar social. A participação da empresa no PAT não é obrigatória. O programa é dirigido a empresas que pagam o Imposto de Renda. Entretanto, empresas sem fins lucrativos, as microempresas, os condomínios e outras isentas de Imposto de Renda, mesmo não tendo direito ao incentivo fiscal, podem participar do PAT. É importante lembrar que o objetivo principal do PAT não é a isenção fiscal e, sim, a melhoria da situação nutricional dos trabalhadores, visando a promover sua saúde e prevenir doenças relacionadas ao trabalho. E como a empresa participa efetivamente do PAT? Ela poderá ter um serviço próprio de alimentação, ou seja, ela assume toda a responsabilidade pela elaboração das refeições, desde a contratação de pessoal até a distribuição aos trabalhadores. Outra opção é a terceirização, isto é, a refeição ser fornecida por outras empresas. Para isso, deverá se certificar de que as prestadoras dos serviços sejam registradas no Programa de Alimentação do Trabalhador. A empresa pode, ainda, firmar convênio com restaurantes que aceitem vales, tíquetes, cupons, cheques onde os empregados poderão fazer suas refeições. Ou serem fornecidas senhas/tíquetes para aquisição de alimentos em estabelecimentos comerciais ou uma cesta de alimentos em embalagens especiais, garantindo ao trabalhador ao menos uma refeição diária. A empresa deverá informar no Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) sua participação no programa, prestando informações anualmente ao Ministério do Trabalho. A empresa que concede o auxílio-alimentação para o trabalhador em dinheiro não pode se beneficiar do PAT. Créditos em folha de pagamento desvirtuam os objetivos do PAT e constituem salário. Toda a legislação gira em torno de refeições balanceadas, com exigências nutricionais mínimas e máximas e supervisão de profissionais nutricionistas. O trabalhador tem sua participação limitada a 20% do custo direto da refeição. A empresa pode cobrar percentuais diferenciados, proporcionais às faixas salariais. Quando o trabalhador não desejar receber o benefício, a empresa deverá solicitar uma declaração, para fins de comprovação à fiscalização federal do trabalho, pois o indivíduo não é obrigado a participar do programa. Em caso de falta ao trabalho, a empresa não deve reduzir o benefício-alimentação concedido ao trabalhador. Mas por que não? Porque o benefício deve corresponder aos dias úteis da empresa e não àqueles trabalhados, de modo a garantir a saúde do empregado. Sugestão de estudo Veja como cadastrar sua empresa no link: <http://www.mte.gov.br/pat/ duvidas_frequentes_beneficiaria.pdf> 18 CAPÍTULO 1 • SaÚDE NO TRaBaLHO Sintetizando Vimos até agora » Começamos nosso capítulo com alguns conceitos importantes para o entendimento da questão da Saúde e Segurança do Trabalhador. Termos como saúde e acidente de trabalho, doença ocupacional, higiene do trabalho, atividades perigosas, atividades insalubres, CNAE, CBO, CID10, Grau de Risco, NTEP foram explicados logo no início, já que são utilizados em todo decorrer dos capítulos. » Em seguida, elucidamos um pouco da legislação referente ao tema Saúde e Segurança. Devido à quantidade extensa de leis que regem o assunto, optamos por detalhar as NRs, Normas Regulamentadoras que regem o tema no Brasil e que estão à disposição dos profissionais no site do Ministério do Trabalho; » Abordamos a CAT – Comunicação de Acidentes de Trabalho, com relação aos aspectos legais. Em nosso capítulo, vimos as regras para preenchimento do formulário, assim como os tipos de CATs e prazos. Você também encontra um modelo de CAT nesse capítulo. » Apresentamos o PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador em seguida, já que cuidados com a alimentação é uma condição para ter resistência à fadiga e às doenças, além de reduzir os riscos de acidentes de trabalho. 19 apresentação Este capítulo tem por finalidade apresentar duas normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho que retratam sua importância na prática das organizações. É importante que saibamos mais sobre nossos direitos e deveres como trabalhadores e como podemos preservar nossa saúde. Outro ponto importante que trataremos neste capítulo é a função da ergonomia na vida das pessoas e como podem prevenir doenças, se bem desenvolvidas. Para tanto, as organizações, precisam se enquadrar em algumas exigências que favoreçam a saúde do trabalhador. Vamos conhecer algumas destas normas? Objetivos » identificar a quantidade de profissionais do SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, que a empresa onde trabalha deve ter; » reconhecer os riscos existentes ou que possam vir a existir no seu ambiente de trabalho; » verificar as regras para realização do PCMSO, Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional; » corrigir problemas posturais e ajudar seus amigos, colegas e familiares ao aprender mais sobre Ergonomia, a ciência que estuda a adaptação das condições de trabalho às características dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 2 CAPÍTULO NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO 20 CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO Entendendo os aspectos legais da Saúde no Trabalho Preservar a saúde dos empregados é dever dos empregadores, conforme afirma a CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, no art. 157: “Cabe às empresas: I. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho; II. Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às preocupações a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais; III. Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente; IV. Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.” A área de saúde e segurança do trabalho possui legislação específica. Em nossos capítulos, conversaremos sobre as Normas Regulamentadoras, uma legislação complementar para ações no campo da saúde e segurança do trabalho. Normas Regulamentadoras (NRs) Quando falamos em Saúde e Segurança do Trabalho, não podemos deixar de mencionar as Normas Regulamentadoras – NRs. As NRs nos orientam com relação aos procedimentos em saúde e segurança ocupacional no Brasil. Qualquer empresa com empregados regidos pela CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), privada ou pública, inclusive órgãos públicos, deve observar obrigatoriamente as NRs. As NRs representam uma legislação complementar para as ações no campo da saúde e segurança do trabalho. Cada uma trata de um tema, procurando abranger todos os detalhes e traçar as diretrizes do que e como cada empresa deve agir (MARRAS, 2009). Você encontra o texto de cada NR no site do Ministério do Trabalho (<www.mte.gov.br>). Nossos capítulos têm por base, como referência para os temas comentados, os textos das NRs. Veja a relação das Normas Regulamentadoras a seguir.Quadro 1. Normas Regulamentadoras (saúde e segurança do trabalho). NR Descrição 1 Disposições gerais 2 Inspeção Prévia 3 Embargo ou Interdição 4 Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho 5 Comissão Interna de Prevenção de acidentes 21 NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2 6 Equipamentos de Proteção Individual – EPI 7 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional 8 Edificações 9 Programas de Prevenção de Riscos ambientais 10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade 11 Transporte, Movimentação, armazenagem e Manuseio de Materiais. anexo I: Regulamento Técnico de Procedimentos para Movimentação, armazenagem e Manuseio de Chapas de Mármore, granito e outras Rochas 12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos 13 Caldeiras e Vasos de Pressão 14 Fornos 15 atividades e Operações Insalubres 16 atividades e Operações Perigosas 17 Ergonomia. anexo I - Trabalho dos Operadores de Checkouts. anexo II - Trabalho em Teleatendimento / Telemarketing 18 Condições e Meio ambiente de Trabalho na Indústria da Construção 19 Explosivos 20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis 21 Trabalho a Céu aberto 22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração 23 Proteção Contra Incêndios 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho 25 Resíduos Industriais 26 Sinalização de Segurança 27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho 28 Fiscalização e Penalidades 29 Segurança e Saúde no Trabalho Portuário 30 Segurança e Saúde no Trabalho aquaviário. anexo I - Pesca Comercial e Industrial. anexo II - Plataformas e Instalações de apoio 31 Segurança e Saúde no Trabalho na agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e aquicultura 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde 33 Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados 34 Condições e Meio ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval. SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (NR4) Quantos empregados regidos pela CLT estão na empresa onde você trabalha? Todas as empresas que possuam mais de 50 (cinquenta) empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT – deverão manter os Serviços Especializados em Engenharia de 22 CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT. E o que são esses serviços? São serviços prestados por uma equipe de profissionais com o objetivo de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. A equipe é composta por: 1. engenheiros (engenheiro ou arquiteto portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação); 2. técnicos de segurança do trabalho (portador de comprovação de Registro Profissional expedido pelo Ministério do Trabalho); 3. médicos (portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Medicina do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente, reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em Medicina); 4. enfermeiros (portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem); 5. auxiliares de enfermagem (ou técnico de enfermagem portador de certificado de conclusão de curso de qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho). Esses profissionais deverão ser empregados da empresa. A quantidade de cada profissional depende do grau de risco da atividade econômica principal da empresa assim como do número total de empregados. Vamos ver a quantidade de profissionais do SESMT que a empresa onde você trabalha deve ter? Quadro 2. Quantitativo dos SESMT. Gr au d e Ri sc o Técnicos Nº de Empregados no estabelecimento 50 a 1 00 10 1 a 25 0 25 1 a 50 0 50 1 a 1. 00 0 10 01 a 2 00 0 20 01 a 3 50 0 35 01 a 5 00 0 Acima de 5000 para cada grupo de 4000 ou fração acima de 2000 ** 1 Técnico Segurança Trabalho 1 1 1 2 1 Engenheiro Segurança Trabalho 1* 1 1* auxiliar Enfermagem do Trabalho 1 1 1 Enfermeiro do Trabalho 1* Médico do Trabalho 1* 1* 1 1* 23 NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2 2 Técnico Segurança Trabalho 1 1 2 5 1 Engenheiro Segurança Trabalho 1* 1 1 1* auxiliar Enfermagem do Trabalho 1 1 1 1 Enfermeiro do Trabalho 1 Médico do Trabalho 1* 1 1 1 3 Técnico Segurança Trabalho 1 2 3 4 6 8 3 Engenheiro Segurança Trabalho 1* 1 1 2 1 auxiliar Enfermagem do Trabalho 1 2 1 1 Enfermeiro do Trabalho 1 Médico do Trabalho 1 1 2 1 4 Técnico Segurança Trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3 Engenheiro Segurança Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1 auxiliar Enfermagem do Trabalho 1 1 2 1 1 Enfermeiro do Trabalho 1 Médico do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1 (*) Tempo parcial (mínimo de três horas). (**) O dimensionamento total deverá ser feito levando-se em consideração o dimensionamento de faixas de 3501 a 5000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4000 ou fração acima de 2000. OBS.: Hospitais, ambulatórios, Maternidade, Casas de Saúde e Repouso, Clínicas e estabelecimentos similares com mais de 500 (quinhentos) empregados deverão contratar um Enfermeiro em tempo integral. E quando a empresa tem matriz e filiais? O SESMT poderá ser centralizado na matriz para atender a um conjunto de estabelecimentos pertencentes à empresa. Contudo, nesse caso, a distância a ser percorrida pelo empregado, entre o local em que se situa o SESMT e cada uma das unidades, não poderá ultrapassar a 5.000 m (cinco mil metros), ou seja, 5 Km (cinco quilômetros). Para as empresas enquadradas no grau de risco 1, a distribuição dos profissionais considera como número de empregados a soma dos funcionários existentes no estabelecimento que possua o maior número e a média aritmética do número de empregados dos demais estabelecimentos. Nesse caso, todos os profissionais integrantes do SESMT devem cumprir tempo integral. Já para as empresas enquadradas no grau de risco 2, 3 e 4, a distribuição dos serviços considera como número de empregados a soma dos funcionários de todos os estabelecimentos. O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de enfermagem do trabalho deverão dedicar 8 (oito) horas por dia para as atividades dos SESMT. O engenheiro de segurança do trabalho, o médico do trabalho e o enfermeiro do trabalho deverão dedicar, no mínimo, 3 (três) horas (tempo parcial) ou 6 (seis) horas (tempo integral) por dia para as atividades dos SESMT. É proibido que o profissional especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho exerça outras atividades na empresa durante o horário de sua atuação. 24 CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO E as empresas contratadas em serviços terceirizados? A empresa que contratar outras empresas para prestação de serviços pode constituir SESMT comum para assistência aos empregados das contratadas, sob gestão própria, desde que previsto em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. As empresas que operam em regime sazonal, ou seja, possuem uma quantidade maior de funcionários de acordo com os períodos do ano, deverão ter os SESMT dimensionados com base na média do número de trabalhadores do ano anterior. Os profissionais dos SESMT são responsáveis por: a. aplicar seus conhecimentos ao ambiente de trabalho, inclusive máquinas e equipamentos, de modo a reduzir e até eliminar os riscos existentes à saúde do trabalhador; b. determinar a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, quando esgotados todos os meios para a eliminação do risco e este persistir, mesmo que reduzido;c. colaborar nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da empresa; d. orientar quanto ao cumprimento do disposto nas NRs relacionadas às atividades executadas pela empresa; e. manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas observações, oferecendo apoio e treinamento; f. promover atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto por meio de campanhas quanto de programas de duração permanente; g. esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, estimulando a prevenção; h. analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa, com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e as características dos eventos, os fatores do ambiente, as características do agente e as condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s); i. registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças ocupacionais e agentes de insalubridade, devendo encaminhar um mapa contendo uma avaliação anual desses dados à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho até o dia 31 de janeiro. As atividades dos profissionais integrantes dos SESMT são essencialmente prevencionistas, ou seja, procuram elaborar planos de controle de catástrofes, disponibilizar meios para o combate 25 NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2 a incêndios e o salvamento e imediata atenção à vítima de qualquer tipo de acidente. Entretanto, não é proibido que os profissionais façam atendimento de emergência, quando necessário. Os serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser registrados no órgão regional do Ministério do Trabalho. PPRa – PROgRaMa DE PREVENçãO DE RISCOS aMBIENTaIS (NR9) O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA – é obrigatório para todas as empresas e tem como objetivo a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores. O PPRA tem característica preventiva ao reconhecer, avaliar e controlar os riscos existentes ou que possam vir a existir no ambiente de trabalho. Você sabe quais os riscos que podem existir no ambiente de trabalho? São considerados como riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos capazes de causar danos à saúde. Como exemplos de agentes físicos temos ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes (ondas eletromagnéticas), bem como o infrassom e o ultrassom. Vamos conversar mais detalhadamente sobre os ruídos e a temperatura. Consideramos como ruído um barulho desagradável que traz algum desconforto e, muitas vezes, irritabilidade. A influência do ruído está relacionada ao período de exposição e à variação de volume. Podemos ter perda parcial ou completa da audição. Por isso, uma telefonista, por lei, não pode trabalhar mais de 6 horas diárias (ARAÚJO, 2006). O que fazer para minimizar os ruídos do ambiente de trabalho? Podemos substituir máquinas, isolar o ambiente do ruído externo, utilizar abafadores ou protetores auriculares individuais. Com relação à temperatura, as extremas, ou seja, as muito altas ou as muito baixas, acarretam danos à saúde dos empregados. Podemos melhorar as temperaturas elevadas com ventiladores e condicionadores de ar. Já as baixas temperaturas, como em frigoríficos, o mais prático é agasalhar os empregados com roupas especiais (TACHIZAWA, 2004). Já os agentes químicos são as substâncias ou produtos que possam entrar no organismo do trabalhador absorvidos através da pele ou por ingestão ou pela via respiratória. Como exemplos, temos poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores. É preciso realizar estudos para identificar a presença de substâncias tóxicas para eliminá-las. Caso não seja possível a eliminação, precisamos fornecer EPI – Equipamentos de Proteção Individual. Veremos mais sobre os EPIs em nosso segundo capítulo. E os agentes biológicos são as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, enfim, microrganismos vivos. Essa é a grande diferença entre os agentes químicos e os biológicos: os primeiros não possuem vida. 26 CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO A prevenção dos riscos biológicos pode ser feita por meio da manutenção do asseio nas instalações, da identificação dos trabalhadores com doenças infecto-contagiosas e da vacinação preventiva contra as endemias (TACHIZAWA, 2004). Para a prevenção dos riscos ambientais, devemos realizar um planejamento anual com metas e cronograma, definindo as formas de agir, assim como de registrar e divulgar os dados. Anualmente, no mínimo, devemos avaliar o programa para realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas metas. O PPRA deverá incluir as seguintes etapas: 1. analisar quais os riscos ambientais presentes; 2. estabelecer metas de avaliação e controle dos riscos; 3. avaliar os riscos e a exposição dos trabalhadores; 4. implantar medidas de controle e avaliar a eficácia; 5. monitorar a exposição aos riscos; 6. registrar e divulgar os dados. O cronograma do PPRA deverá indicar os prazos para o desenvolvimento das etapas e cumprimento das metas. Mas, quem vai fazer o PPRA nas empresas? Onde existir o SESMT, esse será o responsável. Nos outros casos, uma pessoa ou equipe de pessoas que sejam capazes de desenvolver o programa. A análise dos riscos deve envolver os projetos de novas instalações, métodos ou processos de trabalho, ou de modificação dos já existentes. O objetivo é a identificação dos riscos potenciais e introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação. O PPRA deve estabelecer critérios e mecanismos de avaliação da eficácia das medidas de proteção implantadas considerando os dados obtidos nas avaliações realizadas e no controle médico da saúde. O empregador deverá garantir que os trabalhadores possam interromper de imediato as suas atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas providências, em caso de ocorrência de riscos nos locais de trabalho que coloquem em situação de grave e iminente risco um ou mais trabalhadores. PCMSO – PROgRaMa DE CONTROLE MÉDICO Da SaÚDE OCUPaCIONaL (NR7) O PCMSO é obrigatório para todas as empresas, desde 30/12/1994, conforme a Portaria no 24 de 29/12/1994 (MARRAS, 2009). O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO – é obrigatório e tem o objetivo de promover e preservar a saúde dos trabalhadores. Todos os trabalhadores devem ter o controle de sua saúde de acordo com os riscos a que estão expostos. 27 NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2 A empresa é responsável por informar os riscos existentes e auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO nos locais de trabalho. A mesma responsabilidade existe no caso da empresa ser contratante de mão de obra prestadora de serviços. O PCMSO e o PPRA são programas que se complementam. O PCMSO tem como característica a prevenção. É planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores. Para o alcance desse objetivo, devemos fazer um diagnóstico precoce, um estudo do local de trabalho para reconhecimento dos riscos existentes. Esse reconhecimento de riscos é possível por meio de visitas aos postos de trabalho para analisar o processo produtivo, colher informações sobre ocorrências de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, verificar as atas de CIPA e os mapas de risco, entre outras medidas. A partir deste reconhecimento, são estabelecidos exames clínicos e complementares específicos para a prevenção ou identificação precoce das doenças, para cada grupo de trabalhadores da empresa. Além disso, são determinados os critérios a serem seguidos na interpretação dos resultados dos exames e as condutas que deverão ser tomadas no caso da constataçãode alterações. No PCMSO, temos a realização obrigatória dos seguintes exames médicos: a. admissional: realizado antes de o trabalhador assumir suas atividades; b. periódicos: no caso de trabalhadores portadores de doenças crônicas ou expostos a riscos que desencadeiem ou agravem doença ocupacional, o exame deverá ser repetido a cada ano ou a intervalos menores; para os demais trabalhadores, será anual para menores de dezoito e maiores de quarenta e cinco anos de idade, ou a cada dois anos, para os trabalhadores entre dezoito e quarenta e cinco anos de idade; c. do retorno ao trabalho: é obrigatório realizar no primeiro dia da volta ao trabalho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto; d. de mudança de função: realizado antes da data da mudança; O que é considerado como mudança de função? É toda alteração de atividade, posto de trabalho ou de setor que modifica os riscos a que estava exposto o trabalhador antes da mudança. atenção Risco ocupacional específico é o agravo potencial à saúde a que o empregado está exposto no seu setor/ função. O risco é detectado na fase de elaboração do PCMSO. Como exemplos, podemos citar: » um pintor que trabalha em área ruidosa de uma metalúrgica: ruído e solventes; » digitadora de um setor de digitação: movimentos repetitivos; » mecânico que manuseia óleos e graxas: óleos; » técnico de radiologia: radiação ionizante; » auxiliar de escritório que não faz movimentos repetitivos: não há riscos ocupacionais específicos; » auxiliar de enfermagem em Hospital Geral: risco biológico; » gerente de supermercado: não há riscos ocupacionais específicos. 28 CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO Logo, o exame só será realizado quando ocorrer alteração do risco a que o trabalhador ficará exposto. Em uma troca de função sem mudança do risco, não há necessidade de exame. e. demissional: realizado até a data da homologação. O demissional só é obrigatório quando o último exame médico ocupacional foi realizado há mais de 135 dias (para as empresas de grau de risco 1 e 2) e 90 dias (para empresas de grau de risco 3 e 4). Se, no local de trabalho, não houver um risco ocupacional específico, faremos o controle médico com uma avaliação clínica global em todos os exames exigidos: admissional, periódico, demissional, mudança de função e retorno ao trabalho. Porém, caso o médico identifique mudanças nos riscos ocupacionais, o PCMSO pode ser alterado a qualquer momento. O documento do PCMSO não possui um modelo a ser seguido, nem uma estrutura rígida. O que temos são recomendações, com os aspectos mínimos que devem constar. E o custo desses exames? Será que o empregado deve arcar com algo? Não, o custo do PCMSO (incluindo avaliações clínicas e exames complementares) é de responsabilidade do empregador. Também é de sua responsabilidade a indicação de médico do trabalho, empregado ou não da empresa, para coordenar o PCMSO. Podemos incluir no PCMSO ações preventivas para doenças não ocupacionais como, por exemplo, campanhas de vacinação, diabetes, hipertensão arterial, prevenção do câncer ginecológico, prevenção de Doenças Sexualmente Transmitidas/AIDS, prevenção e tratamento do alcoolismo, entre outros. O nível de complexidade do programa depende dos riscos existentes em cada empresa, além das exigências físicas e psíquicas das atividades desenvolvidas. Assim, o PCMSO poderá tanto se resumir à simples realização de avaliações clínicas como poderá ser muito complexo, contendo avaliações clínicas e exames especiais. Sem uma análise do local de trabalho, será impossível uma avaliação adequada da saúde do trabalhador. atestado de Saúde Ocupacional Para cada exame médico realizado, o médico emite o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, em duas vias. A primeira via do ASO fica arquivada na empresa, à disposição da fiscalização do trabalho. A segunda via do ASO é do trabalhador. O ASO deve conter o nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade e sua função. Também deve especificar os riscos ocupacionais existentes, ou a ausência deles, na atividade do empregado. Apesar de importante, não devemos colocar riscos genéricos ou inespecíficos como estresse, e nem riscos de acidentes como, por exemplo, risco de choque elétrico para eletricista e risco de queda para trabalhadores em geral. 29 NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2 Se a atividade do trabalhador o expõe a ruído, um exame específico é a audiometria. Para outro que trabalha exposto à poeira mineral, devemos fazer uma radiografia do tórax. Quando o risco é a radiação ionizante, o empregado deve fazer um exame de sangue (hemograma). O hipertenso não deve trabalhar exposto a temperaturas elevadas, mas não há exames específicos para realizar. Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames complementares, as conclusões e as medidas aplicadas são registrados em prontuário do médico coordenador. Os registros deverão ser mantidos por período mínimo de 20 (vinte) anos após o desligamento do trabalhador. Havendo substituição do médico, os arquivos deverão ser transferidos para o seu sucessor. Os prontuários médicos devem ser guardados por 20 anos porque é o prazo para prescrição das ações pessoais (Código Civil Brasileiro - art. 177). Do ponto de vista médico, grande parte das doenças ocupacionais tem tempo de latência de muitos anos entre a exposição e o aparecimento da doença. Em alguns casos, esse período é de cerca de 40 anos. A guarda dos prontuários médicos é da responsabilidade do coordenador. Por se tratar de documento que contém informações confidenciais da saúde das pessoas, é necessário sigilo. Esse arquivo pode ser guardado na própria empresa, em seu consultório ou escritório médico, na entidade a que está vinculado ou até mesmo informatizado, desde que a exigência da confidencialidade seja mantida. O resultado dos exames complementares deve ser comunicado ao trabalhador para quem entregamos uma cópia. O PCMSO deve seguir um planejamento com ações de saúde a serem realizadas durante o ano. Estas ações farão parte de um relatório anual. O relatório anual deverá discriminar, por setores da empresa, o número e a natureza dos exames médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de resultados anormais, assim como o planejamento para o próximo ano. O relatório anual do PCMSO poderá ser armazenado na forma de arquivo informatizado, desde que seja mantido de modo a proporcionar o imediato acesso por parte do agente da inspeção do trabalho. Nas empresas desobrigadas de manterem médico coordenador, recomenda-se a elaboração de um relatório anual contendo, minimamente, a relação dos exames com os respectivos tipos, datas de realização e resultados (conforme o ASO). ERgONOMIa (NR17) A Ergonomia é a ciência que estuda a adaptação das condições de trabalho às características dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 30 CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO As condições de trabalho incluem aspectos relacionados: 1. Ao levantamento, transporte e descarga de materiais – Transporte manual de cargas é todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o levantamento e a deposição da carga. 2. Ao mobiliário – Sempre que pudermos, devemos executar o trabalho na posição sentada. O local de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. Para o trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização e operação. Os assentos utilizados devem atender a requisitos mínimos de conforto, como altura ajustável à estatura e à natureza da função exercidae encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da região lombar. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao comprimento da perna. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados por todos os trabalhadores durante as pausas. Como está sua postura? Muitas horas sentado(a)? Vamos alongar? Figura 2. Exercícios de alongamento. Categorias como bancários e empregados em áreas administrativas sofrem, com frequência, de LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e Dort (doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho) e são obrigados a se licenciar de suas atividades em razão de fortes dores. 31 NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2 aos equipamentos Os equipamentos utilizados com terminais de vídeo devem permitir o ajuste da tela à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade. O teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo o ajuste de acordo com as tarefas a serem executadas. A tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais. Em uma conversa, os interlocutores piscam uma média de 22 vezes por minuto. Quando alguém lê, a frequência desta piscadela é de 12 a 15 vezes por minuto. Porém, quando se está sentado diante de um computador, os olhos PISCAM MENOS DE 5 vezes por MINUTO! Por isso, tem sido comum a Síndrome do Olho Seco. Sintomas: Olhos cansados; Pálpebras pesadas; Visão borrada; Olhos avermelhados; Olhos secos; Incômodo e dor causado pela luz; Areia nos olhos. Figura 3. Posição adequada. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, deve ser fornecido suporte adequado para documentos. Esse suporte deve ser ajustável, proporcionando boa postura, visualização e operação. Assim, podemos evitar movimentação frequente do pescoço e fadiga visual. Figura 4. Postura ideal Procure deixar seu lugar de trabalho assim. MONITOR LOCALIZADO ABAIXO DA LINHADO HORIZONTE VISUAL LINHA VERMELHA DO HORIZONTE VISUAL ALTURA DO MONITOR Ângulo aproximado da inclinação da cabeça Distância: 35 a 50 cm 15º 5º a 35º 90º 42 a 50 cm ângulo 5 a 15º 65 a 75 cm 32 CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO Às condições ambientais do local de trabalho Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características dos trabalhadores, é preciso realizar a análise ergonômica do trabalho. As atividades que exigem o uso do intelecto e atenção constantes, tais como as realizadas em salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outras, precisamos de algumas condições de conforto. O recomendável são baixos níveis de ruído; temperatura entre 20°C (vinte) e 23°C (vinte e três graus centígrados) e umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. A iluminação deve ser adequada, seja natural ou artificial, de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos. Erros de produção e acidentes são relacionados também à iluminação. Dores de cabeça, problemas oculares e fadigas podem gerar resultados negativos (ARAÚJO, 2006). Quando há deficiência na iluminação, percebemos algumas consequências, como: maior fadiga visual e geral; maior risco de acidentes; menor produtividade/qualidade; ambiente psicologicamente negativo (SESI, 2007). Figura 5. Disposição e localização correta da iluminação nos ambientes de trabalho. Nós utilizamos um aparelho chamado de luxímetro para medição dos níveis de iluminação. À Organização do trabalho A organização do trabalho deve considerar a exigência de tempo; o ritmo de trabalho; o conteúdo das tarefas. Por isso, devemos incluir pausas para descanso. Quando digitamos, devemos nos conceder, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados. 33 NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2 Espero que você tenha gostado do conteúdo de nosso primeiro capítulo e que possa utilizá-lo na sua vida profissional! Caso esteja com alguma dúvida ou precise de ajuda, entre em contato com o tutor da disciplina. Ele está aguardando por você! Sintetizando Vimos até agora: » os itens mais importantes das NRs, Normas Regulamentadoras que regem o tema no Brasil e que estão à disposição dos profissionais no site do Ministério do Trabalho; no que se refere a saúde no trabalho; » para cuidar da saúde e segurança, temos o SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, conforme a Norma Regulamentadora 4. O SESMT são serviços de uma equipe de profissionais presentes nas empresas com mais de 50 empregados, com o objetivo de promover a saúde e proteger o trabalhador de acidentes no local de trabalho; » o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - está na NR9 e aborda os riscos existentes ou que possam vir a existir no ambiente de trabalho. Aprendemos mais sobre agentes físicos, químicos e biológicos capazes de causar danos à saúde; » o PCMSO é o Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional, nossa NR7. Por esse programa, temos a realização obrigatória dos seguintes exames médicos: admissional; periódicos; de retorno ao trabalho; de mudança de função e demissional; » finalizando, conversamos sobre Ergonomia, a NR17. A Ergonomia é a ciência que estuda a adaptação das condições de trabalho às características dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. 34 apresentação A área de Segurança do Trabalho tem como foco a prevenção de acidentes de trabalho. E como fazer isso? Com a eliminação das causas dos acidentes. A prevenção é um programa que procura conscientizar o trabalhador na proteção da sua vida e a dos colegas. As estatísticas mostram a importância de prevenir acidentes. Em 2009, foram 723.452 acidentes com a CAT registrada e 195.173 acidentes sem a CAT registrada, totalizando 918.625 acidentes de trabalho. Observem que este número, que já é alarmante, não inclui os trabalhadores autônomos (contribuintes individuais) e as empregadas domésticas! Entre esses registros, contabilizou-se 17.693 doenças relacionadas ao trabalho; 623.026 trabalhadores afastados devido à incapacidade temporária, 13.047 trabalhadores por incapacidade permanente e o óbito de 2.496 cidadãos. Os dados estão disponíveis no site do Ministério da Previdência Social. Mas o que é mesmo um acidente? Vamos conhecer os principais conceitos sobre segurança? Objetivos » conceituar e definir acidente de trabalho, inclusive os de trajeto entre a residência e o local de trabalho, e as doenças ocupacionais; » apresentar as classificações dos acidentes no trabalho; » conhecer as principais causas dos acidentes no trabalho. 3CAPÍTULOSEgURaNça NO TRaBaLHO 35 SEgURaNça NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 3 Conceitos e Objetivos acidentes Acidente é um fato não premeditado do qual resulta dano considerável (OMS apud CHIAVENATO, 2008). É uma ocorrência que, sem intenção, produz lesão corporal, morte ou dano material (NATIONAL SAFETY COUNCIL, 1990 apud CHIAVENATO, 2008). Conforme vimos no capítulo 1, Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (SENADO, Lei no 8213, de 1991). Logo, acidente do trabalho é aquele que ocorre durante o serviço. Também são considerados como acidentes de trabalho os que acontecem no trajeto entre a residência e o local de trabalho, provocando lesão corporal ou perturbação funcional e pode resultar em morte, perda ou redução da capacidade para o trabalho.Seja em caráter permanente ou temporário, o acidente de trabalho inclui também as doenças ocupacionais. Portanto, podemos considerar como acidentes do trabalho: (Fonte:<http://www.previdenciasocial. gov.br/conteudoDinamico.php?id=635:>) a. o acidente ocorrido no percurso entre a residência e o local de trabalho ou deste para aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do empregado; Percurso é o trajeto da residência ou do local de refeição para o trabalho ou do trabalho para a residência ou local de refeição, independentemente do meio de locomoção, sem alteração ou interrupção voluntária do percurso habitualmente realizado. O empregado está em exercício do trabalho no período destinado à refeição ou descanso, ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, durante a jornada de trabalho. b. a doença profissional, ou seja, aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho em determinada atividade; Exemplo: O trabalho com manipulação de areia, sem a devida proteção, pode levar ao aparecimento de uma doença chamada silicose. A própria atividade laborativa basta para comprovar a relação de causa e efeito entre o trabalho e a doença (BRASIL, 2005). c. o acidente que contribuiu diretamente para a morte, para a perda ou a redução da capacidade para o trabalho, ou que produziu lesão que exija atenção médica para a recuperação do empregado, mesmo que o trabalho não tenha sido sua única causa; 36 CAPÍTULO 3 • SEgURaNça NO TRaBaLHO d. o acidente ocorrido no local e horário do trabalho, em consequência de ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de companheiro de trabalho; ato de pessoa privada do uso da razão; desabamento, inundação, incêndio e outros casos decorrentes de força maior; e. a doença resultante de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; f. o acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho, em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta, independentemente do meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do empregado. Para que o acidente, ou a doença, seja considerado como acidente do trabalho é preciso que o INSS, por meio de Perícia Médica, faça o reconhecimento e a relação entre a causa do acidente e a lesão; a doença e o trabalho; e a causa mortis e o acidente. Na conclusão da Perícia Médica, o médico-perito decide pelo retorno ao trabalho ou emite um parecer sobre o afastamento. As principais consequências dos acidentes de trabalho liquidados foram as incapacidades temporárias com mais de 15 dias e com menos de 15 dias, cujas participações atingiram 43,3% e 40,9% respectivamente. (Fonte:<http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=989>). Os acidentes no trabalho podem ser classificados em (CHIAVENATO, 2008; MARRAS, 2009): 1. sem afastamento: aqueles em que, após ocorrido, o empregado continua trabalhando, sem grandes sequelas. Por exemplo, um corte em um dedo pode exigir apenas uma assepsia e uma proteção com band-aid. Embora sem gravidade, deve ser investigado e anotado em relatório, além de entrar nas estatísticas mensais; 2. com afastamento: depois do evento, o colaborador sofre ferimentos que o impossibilitam de permanecer no trabalho, deixando de imediato suas funções para tratamento. Esses acidentes produzem: › incapacidade Temporária: ocorre a perda temporária da capacidade para o trabalho. As sequelas duram o dia do acidente até um período menor do que um ano. Ao retornar, o trabalhador pode desenvolver suas atividades sem nenhum prejuízo das suas capacidades; › incapacidade Parcial Permanente: nesse caso, as sequelas se prolongam por período maior do que um ano, sendo a incapacidade permanente. Numa incapacidade parcial, 37 SEgURaNça NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 3 há perda ou redução de um membro ou parte dele, perda ou redução da visão, perda ou redução da audição, ou ainda lesões, perturbações psíquicas que resultem em redução de menos de ¾ (três quartos) da capacidade de trabalho; › Incapacidade Total Permanente: há perda total e definitiva da capacidade de trabalho. Como exemplos, podemos citar a perda da visão de ambos os olhos, perda da visão de um olho com redução em mais da metade da visão do outro, perda física ou das funções de mais de um membro (braço ou perna) e de suas partes essenciais (mão ou pé), perda da visão de um olho e, ao mesmo tempo, perda de uma das mãos ou de um pé, perda ou redução em mais de 50% (cinquenta por cento) da audição de ambos os ouvidos, outras lesões, perturbações psíquicas que resultem em perda de ¾ (três quartos) ou mais da capacidade para o trabalho; › Morte: em decorrência do acidente, há falecimento do trabalhador. A Incapacidade Permanente se refere aos segurados que ficaram permanentemente incapacitados para o exercício laboral. A incapacidade permanente pode ser de dois tipos: parcial e total. Entende-se por incapacidade permanente parcial o fato de o acidentado, em exercício laboral, após o devido tratamento psicofísico-social, apresentar sequela definitiva que implique redução da capacidade. Esta informação é captada a partir da concessão do benefício auxílio-acidente por acidente do trabalho (espécie 94). Já quando o acidentado, em exercício laboral, apresentar incapacidade permanente e total para o exercício de qualquer atividade laborativa, a informação é captada a partir da concessão do benefício aposentadoria por invalidez por acidente do trabalho (espécie 92). Em todo o País, em 2009, foram 297 trabalhadores que sofreram incapacidade permanente em decorrência de acidentes de trabalho. Os Óbitos correspondem à quantidade de segurados que faleceram em função do acidente do trabalho. Em 2006, ocorreram 512.232 acidentes de trabalho no Brasil, número que chegou a 659.523 em 2007 e a 755.980 em 2008 e caiu para 723.452 em 2009. (Fonte:<http://www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=39>) atenção Os números nos deixam muito assustados, pois, a cada três horas e meia, uma pessoa morre por acidente de trabalho no Brasil! Em 2009, foram 2.496 vítimas fatais no País! Esse número, alarmante, ainda é menor do que as 2.817 mortes registradas em 2008, as 2.845 ocorridas em 2007 e as 2.798 verificadas em 2006! Em todo o mundo, dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) indicam que 2 milhões de trabalhadores morrem anualmente em razão de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Isso equivale a 5,5 mil mortes diárias, ou três a cada minuto em todo o planeta! 38 CAPÍTULO 3 • SEgURaNça NO TRaBaLHO Vamos saber mais sobre as causas dos acidentes? É o nosso próximo assunto! Causas dos acidentes As causas de um acidente podem ser naturais ou por falta de medidas de proteção. Neste último caso, o empregador pode ser punido com três meses a um ano de detenção, segundo o artigo 132 do Código Penal Brasileiro. Mas, o grau de responsabilidade do empregador é relativo. Portanto, a punição depende da situação e do tipo de acidente. Para avaliar a responsabilidade do empregador, nos casos de acidentes por falta de medidas de proteção, são considerados alguns fatores. Verifica-se: » se existe e como é administrado o treinamento de funcionários; » o uso correto de equipamentos de segurança; » a realização de exames médicos periódicos; » o acompanhamento dos serviços realizados; » a implantação do Plano de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), entre outros. (Fonte:<http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/acidentes/oquee.html>) O acidente, apesar de involuntário, pode ser evitado. As razões mais comuns para a ocorrência de um acidente são (MARRAS, 2009). a. Atos Inseguros: aqueles provocados pelo trabalhador e que resultam em acidente. Aproximadamente90% dos acidentes de trabalho são devido a atos inseguros. E por que uma pessoa age de forma insegura? Por excesso de confiança, cansaço, preocupação ou falta de experiência. Alguns exemplos de atos inseguros (CPN/SP): › operar equipamentos sem autorização; › operar máquina em velocidade inadequada; › remover os dispositivos de segurança; › usar equipamento defeituoso; › não usar adequadamente o EPI; › carregar material de maneira incorreta; › adotar uma posição inadequada para o trabalho; › realizar manutenção de equipamentos em operação; › fazer brincadeiras; › trabalhar sob a influência de álcool e/ou outras drogas. 39 SEgURaNça NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 3 b. Condições Inseguras: são situações existentes no local de trabalho que provocam o acidente. Como, por exemplo (CPN/SP): › proteções e barreiras inadequadas; › equipamentos de proteção inadequados ou insuficientes; › ferramentas, equipamentos ou materiais defeituosos; › espaço restrito ou congestionado; › sistemas de advertência inadequados; › perigos de explosão e incêndio; › ordem e limpeza deficientes, desordem; › condições ambientais perigosas: gases, poeira, fumaça, vapores; › exposições a ruídos; › exposições a radiações; › exposições a temperaturas extremas; › iluminação excessiva ou inadequada; › ventilação inadequada. Outra causa importante devemos considerar: os fatores pessoais de insegurança como, por exemplo, instabilidade emocional, falta de coordenação motora, deficiência visual, ou seja, são as características físicas ou mentais de um indivíduo que podem interferir no trabalho que está sendo realizado. (Fonte:<http://www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_cipa.pdf>) Custos dos acidentes É importante ressaltar que os acidentes e as doenças relacionadas ao trabalho provocam impactos sociais, econômicos e na saúde pública. Por quê? Porque além dos casos que têm como consequência a morte de trabalhadores, milhares são afastados todo ano de suas funções, seja de forma temporária ou definitiva, o que provoca gastos na cifra dos bilhões no pagamento de benefícios previdenciários. (Fonte:<http://www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=39>) Os trabalhadores que sobrevivem são atingidos por danos como o sofrimento físico e mental; cirurgias e remédios; próteses e assistência médica; fisioterapia e assistência psicológica; dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção; diminuição do poder aquisitivo; 40 CAPÍTULO 3 • SEgURaNça NO TRaBaLHO desamparo à família; estigmatização do acidentado; desemprego; marginalização; depressão e traumas (BRASIL, 2005). Figura 6. Custos de lesões e enfermidades. Fonte: CPN/SP. Portanto, os acidentes causam um elevado impacto nas empresas quando analisamos os seguintes itens: salário dos primeiros 15 dias de afastamento após o acidente é por conta da empresa; transporte e assistência médica de urgência; paralisação do setor, máquinas e equipamentos; comoção do grupo de trabalho; prejuízos à imagem da empresa; destruição da máquina, veículo ou equipamento; pagamento de horas extras; interrupção da produção; atrasos na entrega; treinamento de substituto; aumento da mensalidade do seguro de acidentes pago pela empresa; multas, entre outros (BRASIL, 2005). Sintetizando Vimos até agora » a definição de acidente de trabalho e os que também são considerados como, os que acontecem no trajeto entre a residência e o local de trabalho e as doenças ocupacionais; » as classificações dos acidentes no trabalho, distinguindo os sem afastamento dos com afastamento que produzem incapacidade temporária; incapacidade parcial permanente; incapacidade total permanente e/ou morte; » a maior causa dos acidentes no trabalho são os atos inseguros. Outras causas que não podem ser desconsideradas são as condições inseguras e os fatores pessoais de insegurança. 41 apresentação As estatísticas mostram que os acidentes atingem, principalmente, pessoas na faixa etária entre 20 e 30 anos, quando estão em plena condição física. Há uma redução da população ativa e aumento dos impostos e taxas, prejudicando a sociedade. Além disso, nenhum cálculo refletirá com exatidão o valor de uma vida humana (BRASIL, 2005). Portanto, é muito importante aprendermos a prevenir os acidentes, para que eles não aconteçam. É isso que vamos ver agora! Objetivos » aprender a prevenir os acidentes, para que eles não aconteçam; » conhecer os detalhes da CIPA, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, assim como calcular o número de componentes que ela deve ter. 4CAPÍTULOPREVENçãO DE aCIDENTES 42 CAPÍTULO 4 • PREVENçãO DE aCIDENTES Começaremos este capítulo apresentando a importância da prevenção de acidentes. Par tanto, faremos uma reflexão sobre algumas dicas que podem nos ajudar a prevenir acidentes. 18 dicas preciosas de prevenção a acidentes de trabalho Figura 7. Fonte: http://www.yeling.com.br/blog/2012/08/18-dicas-preciosas-de-prevencao-a-acidentes-de-trabalho/872370_ spanish_sign_for_siesta/. 27 de julho é o Dia Nacional de Prevenção aos Acidentes de Trabalho. Todos os anos milhões de trabalhadores são vítimas de acidentes no trabalho. Grande parte deles são causados pela falta de atenção, e também pelo não uso de equipamentos adequados às atividades que exercem. Sendo assim, aqui vão algumas dicas para evitar que você necessite ficar afastado de sua função, afinal, prevenir é o melhor remédio. 1. Evite se distrair durante suas atividades, mantenha a atenção! Assim, será bem difícil que aconteça algo com você. 2. Horário de descontrair é durante as horas de folga. Lugar de trabalhar é lugar de trabalhar! 3. Já ouviu falar em “a pressa é inimiga da perfeição”? Pois é, procure fazer suas atividades com antecedência. Seu trabalho com certeza terá mais qualidade e será mais seguro para você. 4. Tem alguma dúvida em relação a algum serviço? Melhor perguntar a seu supervisor qual é a melhor forma de realizá-lo para evitar que algo saia errado! 5. Ao perceber que a máquina ou equipamento que opera está com algum problema ou apresentando falhas, comunique imediatamente a seu supervisor. Lembre-se que operar máquinas que não estejam em perfeito funcionamento são um grande risco para sua segurança. 6. Evite fumar em locais proibidos, principalmente se houver risco de explosão ou tenha produtos inflamáveis por perto ou no local. Além disso, cigarro faz mal à saúde, de modo geral. 43 PREVENçãO DE aCIDENTES • CAPÍTULO 4 7. Não dê uma de inventor, improvisando ferramentas. Se as suas estiverem em más condições, a empresa é responsável peça manutenção e troca delas. Comunique os responsáveis. 8. Tem um novo colega em seu setor? Seja cordial e avise-o dos perigos ali no ambiente do qual vocês fazem parte. Assim como você, ele tem uma família e a vida dele é tão importante quanto a sua! 9. Caso aconteça algum acidente de trabalho, chame um profissional que entenda de verdade de como cuidar de você ou de seu colega. Sempre vão aparecer os “sabe tudo”, mas é importante lembrar que muitas vezes, uma atitude errada pode causar danos irreversíveis à saúde. 10. Não é eletricista? Não se meta a fazer trabalhos ligados a essa função. Além de poder causar danos na rede, corre o risco de levar um choque e sofrer consequências mais sérias. 11. Máquinas não pensam, apenas executam funções coordenadas por você. Cuide delas, mas principalmente de sua segurança. 12. Respeite as ordens de seu chefe ou mestre. 13. Procure conhecer as normas e regras de segurança do ambiente em que você trabalha. 14. Anéis, pulseiras, brincos, correntes, gravatas e demais acessórios não fazem parte do seu uniforme. Evite usar enquanto estiver trabalhando, pois evitará levar broncas e também trabalhará com mais segurança. Deixe os acessórios para o momento em que não estiver trabalhando. 15. A máquina estragou? Pare ela para realizar consertos ou lubrificá-las. 16. É muito importante aprender como se usam os extintores e dispositivos
Compartilhar