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Prévia do material em texto

Qualidade de vida, saúde e segurança 
no trabalho
MÁRCIA BATISTA CARVALHO
1ª Edição
Brasília/DF - 2018
Autores
Márcia Batista Carvalho
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e 
Editoração
Sumário
Organização do Livro Didático....................................................................................................................................... 4
Introdução ............................................................................................................................................................................. 6
Capítulo 1
Saúde no Trabalho ........................................................................................................................................................ 7
Capítulo 2
Normas regulamentadoras da saúde no trabalho ..........................................................................................19
Capítulo 3
Segurança no trabalho .............................................................................................................................................34
Capítulo 4
Prevenção de acidentes ............................................................................................................................................41
Capítulo 5
EPI – Equipamentos de Proteção Individual e Prevenção de Incêndios .................................................51
Capítulo 6
Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) .................................................................................................................64
Referências ..........................................................................................................................................................................85
4
Organização do Livro Didático
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em capítulos, de forma didática, objetiva e 
coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros 
recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, 
fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização do Livro Didático.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
Cuidado
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
Importante
Indicado para ressaltar trechos importantes do texto.
Observe a Lei
Conjunto de normas que dispõem sobre determinada matéria, ou seja, ela é origem, 
a fonte primária sobre um determinado assunto.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa 
e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. 
É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus 
sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas 
conclusões.
5
ORgaNIzaçãO DO LIVRO DIDáTICO
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Posicionamento do autor
Importante para diferenciar ideias e/ou conceitos, assim como ressaltar para o 
aluno noções que usualmente são objeto de dúvida ou entendimento equivocado.
6
Introdução
Sabemos que, para alguns indivíduos, ter qualidade de vida importa mais do que o salário mensal. 
Então, estudar sobre Saúde, Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho é importante para a 
formação em Recursos Humanos porque, para atrairmos e mantermos bons profissionais na 
empresa, precisamos ir além da remuneração, é necessário oferecer bem-estar ao colaborador. 
A área da organização que tem como um dos seus objetivos desenvolver e manter a qualidade 
de vida no trabalho é a de Recursos Humanos. 
Mas, como conseguir isso? Respeitando as leis trabalhistas e normas que regulamentam a área 
de Saúde e Segurança, incluindo o cuidado com os exames médicos periódicos realizados pelos 
colaboradores e a prevenção dos riscos ocupacionais. São as pessoas que fazem a diferença entre 
uma empresa e outra. Ações nesse sentido vão gerar melhor desempenho no mercado, tornando 
o profissional em Recursos Humanos um colaborador estratégico para a empresa no alcance dos 
objetivos organizacionais. Assim teremos a área de Recursos Humanos como um componente 
estratégico da organização.
Objetivos
 » conceituar e definir saúde no trabalho, acidente no trabalho, doenças ocupacionais, 
motivação, satisfação e qualidade de vida no trabalho;
 » destacar os itens mais importantes das NRs, Normas Regulamentadoras que regem o 
tema Saúde e Segurança no Brasil e que estão à disposição dos profissionais no site do 
Ministério do Trabalho;
 » conhecer o significado de várias siglas como CAT – Comunicação de Acidentes do Trabalho; 
PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador; SESMT – Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho; PCMSO, Programa de Controle 
Médico da Saúde Ocupacional; CIPA Comissão Interna de Prevenção de Acidentes; EPIs 
- Equipamentos de Proteção Individual e EPCs - Equipamentos de Proteção Coletiva, 
assim como a importância de cada uma para o tema de nossa disciplina;
 » corrigir problemas posturais ao aprender sobre Ergonomia;
 » aprender a prevenir os acidentes, para que eles não aconteçam, com o auxílio da 
elaboração de Mapa de Riscos;
 » conhecer as origens e modelos para análise da Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) e 
sua relação com várias teorias motivacionais.
7
apresentação
Você, assim como eu, somos trabalhadores que desejamos atuar em organizações preocupadas em 
oferecer condições de trabalho saudáveis e seguras. Mas, quais são as regras a serem seguidas? Você sabe 
se a empresa onde trabalha segue todas as normas de saúde e segurança? Como é a prática no Brasil? 
O que é saúde e segurança no trabalho? Em nosso primeiro capítulo, veremos definições relacionadas à 
saúde e segurança, assim como o que são as normas regulamentadoras da área. 
O tema prevenção e proteção contra os riscos derivados dos ambientes do trabalho e aspectos relacionados 
à saúde do trabalhador felizmente ganha a cada dia maior visibilidade nos cenários mundial e nacional. 
Afinal, qual o seu bem mais precioso? Trabalho? Dinheiro? Família? Ou sua saúde? É comum em final de 
ano, ao desejarmos tudo de bom para um amigo, falarmos: “... e muita saúde, pois com saúde, conseguimos 
tudo!” Com saúde, podemos trabalhar, ganhar dinheiro e ajudar a família, logo, se pensarmos bem, a 
saúde é o nosso bem mais precioso. 
Mas, o que é saúde? Vamos conhecer alguns conceitos para entender mais sobre o tema?
Objetivos
 » conceituar e definir Saúde no Trabalho;
 » preencher corretamente o formulário da CAT – Comunicação de Acidentes do Trabalho, 
assim como conhecer os tipos de CATs e prazos existentes;
 » verificar se a empresa onde trabalha deve oferecer o PAT – Programa de Alimentação 
do Trabalhador.
1CAPÍTULOSaÚDE NO TRaBaLHO
8
CAPÍTULO 1 • SaÚDE NO TRaBaLHO
Conceitos e objetivos
Saúde
Primeiramente, vamos conversar sobre o que é saúde. A definição de saúde mais difundida é a 
encontrada na Constituição da OMS – Organização Mundial da Saúde, na qual saúde é o bem-
estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doenças. Por essa definição,vemos que há 
uma ênfase não só no corpo, mas nas relações entre corpo, mente e padrões sociais (GORDONN 
e HENIFIN, 1981 apud CHIAVENATO, 2008).
Saúde no trabalho
Já a saúde do trabalho ou saúde ocupacional é referente à prevenção de doenças ocupacionais. 
Mas, o que é uma doença ocupacional? 
As doenças do trabalho, ou doenças ocupacionais, são aquelas decorrentes da exposição dos 
trabalhadores aos riscos do ambiente de trabalho, ou seja, são doenças adquiridas em decorrência 
da atividade exercida pelo trabalhador. Elas se caracterizam quando se estabelece uma relação 
de causa e efeito (chamada de “nexo causal”) entre os danos observados na saúde do trabalhador 
(efeito) e a exposição a determinados riscos ocupacionais (causa). Quando o risco está presente, 
age sobre o organismo humano, alterando a qualidade de vida (CONCEIÇÃO E CAVALCANTI, 
2001 apud BARBOSA E ALMEIDA, 2008). 
acidente de trabalho
E o que é acidente de trabalho? Acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício de atividades 
em serviço, causando uma lesão corporal que cause a morte ou a perda ou a redução, permanente 
ou temporária, da capacidade para o trabalho (SENADO, Lei no 8213, de 1991). Por exemplo, 
quando uma pessoa tropeça e cai, ela pode quebrar ou torcer a mão, o pé ou o tornozelo. Essa 
torção ou quebra é uma lesão corporal temporária, pois ela fará um tratamento e poderá retornar 
às atividades normalmente. 
acidentes típicos
São os acidentes decorrentes da atividade profissional desempenhada pelo acidentado (<www.
mpas.gov.br>). Como exemplo, podemos citar acidentes por contato com serras em movimento 
na indústria madeireira.
acidentes de trajeto
São os acidentes ocorridos no trajeto entre a residência e o local de trabalho do empregado e 
vice-versa (ibid).
9
SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 1
acidentes devidos à doença do trabalho
São os acidentes ocasionados por uma doença profissional relacionada a determinado ramo de 
atividade (ibid). Exemplo: local com muito ruído e sem proteção pode levar ao aparecimento 
de surdez. 
adicional de periculosidade
O exercício de trabalho em condições perigosas, ou seja, situações que expõem o trabalhador ao 
risco de acidente, assegura o recebimento de um adicional de 30% (trinta por cento), incidente 
sobre o salário. Contudo, apenas sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, 
prêmios ou participação nos lucros da empresa. É o que chamamos de adicional de periculosidade 
(<www.mte.gov.br>).
atividades perigosas
Atividades que, após perícia na empresa realizada pelo Ministério do Trabalho, são classificadas 
como de elevado risco de acidentes. As empresas e os sindicatos das categorias profissionais 
interessadas podem requerer ao Ministério do Trabalho a realização de perícia (ibid).
Podemos citar como exemplos de atividades perigosas o trabalho realizado:
 » com explosivos; 
 » em operações de transporte de inflamáveis; 
 » em área de risco como os que armazenam pólvoras e produtos químicos usados na 
fabricação de misturas explosivas ou de fogos de artifício; 
 » em poços de petróleo em produção de gás; 
 » em unidade de processamento das refinarias; 
 » no abastecimento de aeronaves; 
 » na produção, utilização, processamento, transporte, guarda e depósitos de materiais 
radioativos; 
 » na produção, transformação e tratamento de materiais nucleares para o ciclo do 
combustível nuclear; 
 » nas atividades de operação com aparelhos de raios-X.
Higiene do trabalho
A Higiene do Trabalho é outro conceito importante! É a área que tem como objetivo a proteção 
do trabalhador em relação à aquisição de doenças relativas ao trabalho. Ou seja, a higiene do 
trabalho trata de questões ligadas à saúde ocupacional (MARRAS, 2009). 
10
CAPÍTULO 1 • SaÚDE NO TRaBaLHO
atividades insalubres
São aquelas que se desenvolvem em ambientes onde o trabalhador é exposto em excesso a 
ruídos, calor, radiações ionizantes e não ionizantes, vibrações, frio, umidade, agentes químicos, 
poeiras e outros. Ou seja, são atividades que podem causar danos à saúde (<www.mte.gov.br>).
Nós temos direito de receber um adicional sobre o salário-base pelo exercício de atividades em 
condições de insalubridade. No caso de insalubridade de grau máximo, o adicional é de 40% 
(quarenta por cento); de 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; e 10% (dez 
por cento), para insalubridade de grau mínimo. É o Adicional de Insalubridade!
CNaE
É uma tabela que serve de instrumento para classificação e identificação das empresas no Brasil. 
Essa tabela enfoca as atividades econômicas existentes. A sigla CNAE significa Classificação Nacional 
de Atividades Econômicas. Foi desenvolvida sob a coordenação do Instituto Brasileiro de Geografia 
e Estatística, o IBGE (CONCLA). A CNAE encontra-se no documento de CNPJ da empresa. 
Quando analisamos os dados sobre acidentes do trabalho por setor de atividade econômica, o 
setor ‘Agropecuária’ participou com 4,4% do total de acidentes registrados; o setor ‘‘Indústria’ com 
48,0% e o setor ‘Serviços’ com 47,6%. Os setores com maior participação nos casos de acidentes 
típicos foram ‘Comércio e reparação de veículos automotores’ com 12,3%, e ‘Produtos alimentícios 
e bebidas’ com 11,3% do total. Já nos acidentes de trajeto tivemos as maiores participações no 
‘Comércio e reparação de veículos automotores’ e ‘Serviços prestados principalmente a empresa’ 
com, respectivamente, 19,2% e 14,3%, do total. Nas doenças de trabalho, tivemos o setor de 
‘Atividades financeiras’ com participação de 11,6% e o de ‘ Comércio e reparação de veículos 
automotores’ com 11% (<www.mpas.gov.br>). 
CBO
É uma codificação com as informações administrativas relativas às ocupações. Apresenta a 
descrição do cargo, assim como os requisitos para ocupá-lo. A sigla significa Classificação 
Brasileira de Ocupações. Você encontra no site do Ministério do Trabalho (<www.mte.gov.br>).
Em 2009, o grupo da CBO com maior número de acidentes típicos foi o de ‘Trabalhadores de 
funções transversais’, com 14%. No caso dos acidentes de trajeto, o maior número ocorreu no 
subgrupo ‘Trabalhadores dos serviços’, com 18,6%, e nas doenças do trabalho foi o subgrupo 
‘Escriturários’, com 13,4%.
CID-10
É a 10a Revisão da Classificação Internacional de Doenças, denominada Classificação Estatística 
Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde. Na prática, é conhecida como CID-10.
11
SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 1
No ano de 2009, dentre os 50 códigos de CID com maior incidência nos acidentes de trabalho, os 
de maior participação foram ferimento do punho e da mão (S61), fratura ao nível do punho ou 
da mão (S62) e dorsalgia (M54) com, respectivamente, 10,6%, 6,5% e 6,4% do total. Nas doenças 
do trabalho, os CID mais incidentes foram lesões no ombro (M75), sinovite e tenossinovite (M65) 
e dorsalgia (M54), com 19,7%, 17,2% e 7,6%, do total.
agente causador
É aquele diretamente relacionado ao acidente. Por exemplo, pode ser uma máquina; ou o 
equipamento ou a ferramenta, como uma prensa ou uma injetora de plásticos; ou produtos 
químicos (benzeno, sílica), agentes físicos (ruído) ou biológicos (salmonela). Uma situação 
específica como queda, choque elétrico, atropelamento pode ser também o agente causador 
(<www1.previdencia.gov.br>).
grau de Risco
Grau de Risco é o grau em que uma empresa expõe os empregados ao risco em relação à saúde e 
segurança no trabalho. São 4 níveis, de 1 a 4, sendo o 1 o mais leve e o 4 o maior risco (MARRAS, 
2009). O grau de risco determina a alíquota de contribuição de cada empresa para o financiamento 
dos gastos com benefícios decorrentes de acidentes do trabalho.
NTEP
É o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário – NTEP, um instrumento auxiliar na análise e 
conclusão acerca da incapacidade de trabalho pela perícia médica do INSS. Objetiva identificar se 
existe relação entre determinado setor de atividade econômica e determinadas doenças. Assim, 
após o cruzamento dos dados de código da ClassificaçãoInternacional de Doenças – CID-10 e de 
código da Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE, estudos permitiram identificar 
para cada CNAE uma correspondência de doenças, de acordo com a CID 10 da Organização 
Mundial da Saúde (<www.previdenciasocial.gov.br>). 
A partir desta identificação foi possível construir uma matriz, com pares de associação de códigos 
da CNAE e da CID-10. De forma resumida, passa-se a presumir a correlação das doenças com 
o ramo de atividade.
Comunicação de acidente de Trabalho – CaT
Você sabe o que é a CAT? É a Comunicação de Acidente de Trabalho, um formulário que tem 
o objetivo de comunicar o acidente de trabalho. Em qualquer tipo de acidente, típico ou de 
trajeto, inclusive em caso de doença profissional, mesmo que não haja afastamento, a CAT 
deve ser preenchida.
12
CAPÍTULO 1 • SaÚDE NO TRaBaLHO
O prazo para o preenchimento é até o primeiro dia útil seguinte ao do acidente. Em caso de morte, 
a CAT deve ser encaminhada imediatamente à autoridade competente. O não preenchimento 
pode gerar multa à empresa.
Até o mês de abril de 2007, para que a perícia médica do INSS caracterizasse um evento como 
um acidente ou uma doença do trabalho era obrigatória a existência de uma Comunicação 
de Acidente do Trabalho – CAT protocolada junto ao INSS. Houve mudanças e, atualmente, é 
permitido que o evento seja considerado como um acidente mesmo sem CAT vinculada ao 
benefício solicitado.
Cabe observar que embora a entrega da CAT deva, por força de lei, ser feita em até 48 horas da 
ocorrência do acidente, o INSS recebe o documento a qualquer tempo. Portanto, pode ocorrer 
de uma CAT referente a um acidente ser entregue após a concessão de um benefício acidentário 
originado deste acidente (<http://www.previdenciasocial.gov.br>).
atenção
Devem-se tomar alguns cuidados no preenchimento da CAT, por ser um documento exigido em lei. Seguem algumas regras:
1. assinar a CAT somente depois de preenchida, nunca em branco; 
2. ao assinar a CAT, verificar se todos os envolvidos foram identificados corretamente; 
3. o atestado médico da CAT é de responsabilidade somente do médico; 
4. preencher a CAT em letra de forma, de preferência, com caneta esferográfica; 
5. não emendar ou rasurar; 
6. evitar deixar campos em branco; 
7. entregar a CAT ao INSS, impressa em papel;
8. a CAT é preenchida em 6 (seis) vias. A primeira via é do INSS; a 2a via, da empresa; 3a via, do segurado ou dependente; 
4a via, do sindicato de classe do trabalhador; 5a via, do Sistema Único de Saúde – SUS; 6a via, da Delegacia Regional do 
Trabalho – DRT. 
9. o formulário da CAT poderá ser substituído por um impresso criado pela empresa. Contudo, para isso, a empresa precisa 
possuir um sistema de informação de pessoal com processamento eletrônico. O formulário substituído deverá ser 
emitido por computador e conter todas as informações exigidas pelo INSS.
10. a CAT pode ser cadastrada pela Internet, fazendo o download do programa de instalação no link:
11. <http://www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=297>. 
12. após o download, executar o programa catsetup.exe para instalar no computador. Para iniciar o Sistema CAT, clicar no 
ícone que será criado na área de trabalho do Windows durante a instalação.
Mas, quais os tipos de CAT? Nós chamaremos a CAT de forma diferenciada, dependendo do 
momento e do tipo de ocorrência que estamos comunicando. Por exemplo:
a. comunicar acidente de trabalho, típico ou de trajeto, ou doença profissional ou do 
trabalho: chamamos de CAT inicial;
13
SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 1
b. quando informamos que o trabalhador vai reiniciar tratamento ou se afastar porque 
houve agravamento da lesão de acidente do trabalho ou doença profissional ou do 
trabalho já comunicado anteriormente ao INSS: chamamos de CAT de reabertura; 
c. ao comunicar falecimento em consequência de acidente ou doença profissional ou 
do trabalho, ocorrido após a emissão da CAT inicial: é a CAT de comunicação de óbito. 
Neste caso, deverá ser anexada cópia da certidão de óbito ao INSS. Os acidentes com 
morte imediata deverão ser comunicados por CAT inicial.
A entrega das vias da CAT é de responsabilidade de quem a emitiu. Da mesma forma, também 
deve comunicar ao segurado ou seus dependentes em qual Posto do Seguro Social a CAT foi 
registrada.
E quando a empresa não preenche a CAT? Ela pode ser formalizada pelo próprio acidentado, ou 
seus dependentes, ou pelo sindicato da categoria, ou pelo médico que o assistiu ou qualquer 
autoridade pública (os magistrados em geral, os membros do Ministério Público e dos Serviços 
Jurídicos da União e dos Estados, os comandantes de unidades militares do Exército, Marinha, 
Aeronáutica e Forças Auxiliares). O fato de a comunicação ser feita não elimina a responsabilidade 
da empresa pela falta de emissão da CAT.
Durante o ano de 2009, foram registrados no INSS cerca de 723,5 mil acidentes do trabalho. 
Comparado com 2008, o número de acidentes de trabalho teve queda de 4,3%. O total de acidentes 
registrados com CAT diminuiu em 4,1% de 2008 para 2009. Do total de acidentes registrados 
com CAT, os acidentes típicos representaram 79,7%; os de trajeto 16,9% e as doenças do trabalho 
3,3%. As pessoas do sexo masculino participaram com 77,1% e as pessoas do sexo feminino 
22,9% nos acidentes típicos; 65,3% e 34,7% nos de trajeto; e 58,4% e 41,6% nas doenças do 
trabalho. Nos acidentes típicos e nos de trajeto, a faixa etária com maior incidência de acidentes 
foi a constituída por pessoas de 20 a 29 anos com, respectivamente, 34,7% e 37,8% do total de 
acidentes registrados. Nas doenças de trabalho, a faixa de maior incidência foi a de 30 a 39 anos 
com 33,9% do total de acidentes registrados.
Chamamos de acidentes com CAT registrada ao número de acidentes cuja CAT foi cadastrada 
no INSS. Não são contabilizados o reinício de tratamento ou afastamento por agravamento de 
lesão de acidente do trabalho ou doença do trabalho, já comunicados anteriormente ao INSS. 
E os acidentes sem CAT registrada são ao número de acidentes cuja CAT não foi cadastrada 
no INSS. 
Todos os casos com diagnóstico de doença profissional ou do trabalho devem ser objeto de 
emissão de CAT pelo empregador, acompanhada de relatório médico preenchido pelo médico 
do trabalho da empresa, médico assistente (serviço de saúde público ou privado) ou médico 
responsável pelo PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional). No caso de 
doença profissional ou do trabalho, a CAT é emitida após a conclusão do diagnóstico.
14
CAPÍTULO 1 • SaÚDE NO TRaBaLHO
Em caso de afastamento, devemos preencher o campo último dia trabalhado na CAT, informando 
a data do último dia em que o acidentado efetivamente trabalhou, mesmo que o acidente tenha 
acontecido antes do término da jornada. 
Na CAT, no espaço destinado às informações do Atestado Médico, o médico deve informar o 
código da CID, Classificação Internacional de Doenças, CID 10. 
Vamos ver um modelo de CAT?
Figura 1.
15
SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 1
16
CAPÍTULO 1 • SaÚDE NO TRaBaLHO
Fonte: <http://www.previdencia.gov.br/forms/formularios/form001.html>
Muito bem! Espero que esteja gostando das informações e que elas sejam úteis ao seu dia a dia 
profissional! Vamos tomar um cafezinho, chá ou água? Então, você estará pronto para recomeçar!
Programa de alimentação do Trabalhador - PaT
O PAT é o Programa de Alimentação do Trabalhador. O objetivo do PAT é melhorar as condições 
nutricionais do trabalhador e, consequentemente, a sua capacidade física, resistência à fadiga 
e às doenças, reduzindo também os riscos de acidentes de trabalho.
O PAT foi instituído pela Lei no 6.321, de 14 de abril de 1976, e regulamentado pelo Decreto nº 5, 
de 14 de janeiro de 1991, e pela Portaria no. 03, de 1o de março de 2002.
O programa é direcionado aos trabalhadores de baixa renda, isto é, aqueles que ganham até cinco 
salários mínimos mensais. Mas os trabalhadores de renda mais elevada poderão ser incluídos no 
programa.Nesse caso, o valor do benefício dos trabalhadores com rendimentos de até 5 salários 
mínimos não poderá ser inferior ao concedido aos trabalhadores que recebem mais.
A melhoria das condições de saúde do trabalhador se reflete em maior integração entre ele 
e a empresa, com aumento de produtividade, redução do absenteísmo (atrasos e faltas) e da 
rotatividade. Além desses benefícios, o PAT possibilita que as empresas deduzam as despesas 
com a alimentação dos trabalhadores em até 4% do Imposto de Renda (IR) devido, com isenção 
de encargos sociais (INSS, FGTS) sobre o valor da alimentação fornecida.
17
SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 1
Quando a empresa concede benefício-alimentação aos seus trabalhadores e não participa do 
PAT, recolhe o FGTS e o INSS sobre o valor do benefício concedido ao trabalhador e não tem 
direito a qualquer incentivo fiscal previsto no programa.
Mas por que o Governo faz isso? Porque também se beneficia. Com o PAT, há redução de despesas 
e investimentos na área da saúde, crescimento da atividade econômica e bem-estar social. 
A participação da empresa no PAT não é obrigatória. O programa é dirigido a empresas que 
pagam o Imposto de Renda. Entretanto, empresas sem fins lucrativos, as microempresas, os 
condomínios e outras isentas de Imposto de Renda, mesmo não tendo direito ao incentivo fiscal, 
podem participar do PAT. É importante lembrar que o objetivo principal do PAT não é a isenção 
fiscal e, sim, a melhoria da situação nutricional dos trabalhadores, visando a promover sua saúde 
e prevenir doenças relacionadas ao trabalho.
E como a empresa participa efetivamente do PAT? Ela poderá 
ter um serviço próprio de alimentação, ou seja, ela assume 
toda a responsabilidade pela elaboração das refeições, desde 
a contratação de pessoal até a distribuição aos trabalhadores. 
Outra opção é a terceirização, isto é, a refeição ser fornecida 
por outras empresas. Para isso, deverá se certificar de que as prestadoras dos serviços sejam 
registradas no Programa de Alimentação do Trabalhador.
A empresa pode, ainda, firmar convênio com restaurantes que aceitem vales, tíquetes, cupons, 
cheques onde os empregados poderão fazer suas refeições. Ou serem fornecidas senhas/tíquetes 
para aquisição de alimentos em estabelecimentos comerciais ou uma cesta de alimentos em 
embalagens especiais, garantindo ao trabalhador ao menos uma refeição diária.
A empresa deverá informar no Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS) sua participação 
no programa, prestando informações anualmente ao Ministério do Trabalho.
A empresa que concede o auxílio-alimentação para o trabalhador em dinheiro não pode se 
beneficiar do PAT. Créditos em folha de pagamento desvirtuam os objetivos do PAT e constituem 
salário. Toda a legislação gira em torno de refeições balanceadas, com exigências nutricionais 
mínimas e máximas e supervisão de profissionais nutricionistas.
O trabalhador tem sua participação limitada a 20% do custo direto da refeição. A empresa pode 
cobrar percentuais diferenciados, proporcionais às faixas salariais. Quando o trabalhador não 
desejar receber o benefício, a empresa deverá solicitar uma declaração, para fins de comprovação 
à fiscalização federal do trabalho, pois o indivíduo não é obrigado a participar do programa. 
Em caso de falta ao trabalho, a empresa não deve reduzir o benefício-alimentação concedido ao 
trabalhador. Mas por que não? Porque o benefício deve corresponder aos dias úteis da empresa 
e não àqueles trabalhados, de modo a garantir a saúde do empregado.
Sugestão de estudo
Veja como cadastrar sua empresa no 
link: <http://www.mte.gov.br/pat/
duvidas_frequentes_beneficiaria.pdf>
18
CAPÍTULO 1 • SaÚDE NO TRaBaLHO
Sintetizando
Vimos até agora
 » Começamos nosso capítulo com alguns conceitos importantes para o entendimento da questão da Saúde e Segurança do 
Trabalhador. Termos como saúde e acidente de trabalho, doença ocupacional, higiene do trabalho, atividades perigosas, 
atividades insalubres, CNAE, CBO, CID10, Grau de Risco, NTEP foram explicados logo no início, já que são utilizados em 
todo decorrer dos capítulos.
 » Em seguida, elucidamos um pouco da legislação referente ao tema Saúde e Segurança. Devido à quantidade extensa de leis 
que regem o assunto, optamos por detalhar as NRs, Normas Regulamentadoras que regem o tema no Brasil e que estão à 
disposição dos profissionais no site do Ministério do Trabalho;
 » Abordamos a CAT – Comunicação de Acidentes de Trabalho, com relação aos aspectos legais. Em nosso capítulo, vimos as 
regras para preenchimento do formulário, assim como os tipos de CATs e prazos. Você também encontra um modelo de 
CAT nesse capítulo.
 » Apresentamos o PAT – Programa de Alimentação do Trabalhador em seguida, já que cuidados com a alimentação é uma 
condição para ter resistência à fadiga e às doenças, além de reduzir os riscos de acidentes de trabalho.
19
apresentação
Este capítulo tem por finalidade apresentar duas normas regulamentadoras do Ministério do 
Trabalho que retratam sua importância na prática das organizações.
É importante que saibamos mais sobre nossos direitos e deveres como trabalhadores e como 
podemos preservar nossa saúde.
Outro ponto importante que trataremos neste capítulo é a função da ergonomia na vida das 
pessoas e como podem prevenir doenças, se bem desenvolvidas.
Para tanto, as organizações, precisam se enquadrar em algumas exigências que favoreçam a 
saúde do trabalhador.
Vamos conhecer algumas destas normas?
Objetivos
 » identificar a quantidade de profissionais do SESMT – Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, que a empresa onde trabalha 
deve ter;
 » reconhecer os riscos existentes ou que possam vir a existir no seu ambiente de trabalho;
 » verificar as regras para realização do PCMSO, Programa de Controle Médico da Saúde 
Ocupacional;
 » corrigir problemas posturais e ajudar seus amigos, colegas e familiares ao aprender 
mais sobre Ergonomia, a ciência que estuda a adaptação das condições de trabalho às 
características dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, 
segurança e desempenho eficiente.
2
CAPÍTULO
NORMaS REgULaMENTaDORaS Da 
SaÚDE NO TRaBaLHO
20
CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO
Entendendo os aspectos legais da Saúde no Trabalho
Preservar a saúde dos empregados é dever dos empregadores, conforme afirma a CLT – Consolidação 
das Leis do Trabalho, no art. 157: 
“Cabe às empresas:
I. Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e medicina do trabalho;
II. Instruir os empregados, através de ordens de serviço, quanto às preocupações 
a tomar no sentido de evitar acidentes do trabalho ou doenças ocupacionais;
III. Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo órgão regional competente;
IV. Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade competente.”
A área de saúde e segurança do trabalho possui legislação específica. Em nossos capítulos, 
conversaremos sobre as Normas Regulamentadoras, uma legislação complementar para ações 
no campo da saúde e segurança do trabalho.
Normas Regulamentadoras (NRs)
Quando falamos em Saúde e Segurança do Trabalho, não podemos deixar de mencionar as 
Normas Regulamentadoras – NRs. As NRs nos orientam com relação aos procedimentos em 
saúde e segurança ocupacional no Brasil. Qualquer empresa com empregados regidos pela CLT 
(Consolidação das Leis do Trabalho), privada ou pública, inclusive órgãos públicos, deve observar 
obrigatoriamente as NRs.
As NRs representam uma legislação complementar para as ações no campo da saúde e segurança 
do trabalho. Cada uma trata de um tema, procurando abranger todos os detalhes e traçar as 
diretrizes do que e como cada empresa deve agir (MARRAS, 2009). 
Você encontra o texto de cada NR no site do Ministério do Trabalho (<www.mte.gov.br>). Nossos 
capítulos têm por base, como referência para os temas comentados, os textos das NRs. Veja a 
relação das Normas Regulamentadoras a seguir.Quadro 1. Normas Regulamentadoras (saúde e segurança do trabalho).
NR Descrição
1 Disposições gerais
2 Inspeção Prévia
3 Embargo ou Interdição
4 Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho
5 Comissão Interna de Prevenção de acidentes
21
NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2
6 Equipamentos de Proteção Individual – EPI
7 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
8 Edificações
9 Programas de Prevenção de Riscos ambientais
10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
11 Transporte, Movimentação, armazenagem e Manuseio de Materiais. anexo I: Regulamento Técnico de Procedimentos para Movimentação, armazenagem e Manuseio de Chapas de Mármore, granito e outras Rochas
12 Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos
13 Caldeiras e Vasos de Pressão
14 Fornos
15 atividades e Operações Insalubres
16 atividades e Operações Perigosas
17 Ergonomia. anexo I - Trabalho dos Operadores de Checkouts. anexo II - Trabalho em Teleatendimento / Telemarketing
18 Condições e Meio ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
19 Explosivos
20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
21 Trabalho a Céu aberto
22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
23 Proteção Contra Incêndios
24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
25 Resíduos Industriais
26 Sinalização de Segurança
27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no Ministério do Trabalho
28 Fiscalização e Penalidades
29 Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
30 Segurança e Saúde no Trabalho aquaviário. anexo I - Pesca Comercial e Industrial. anexo II - Plataformas e Instalações de apoio
31 Segurança e Saúde no Trabalho na agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e aquicultura
32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
33 Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
34 Condições e Meio ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval.
SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e 
em Medicina do Trabalho (NR4)
Quantos empregados regidos pela CLT estão na empresa onde você trabalha?
Todas as empresas que possuam mais de 50 (cinquenta) empregados regidos pela Consolidação 
das Leis do Trabalho - CLT – deverão manter os Serviços Especializados em Engenharia de 
22
CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO
Segurança e em Medicina do Trabalho - SESMT. E o que são esses serviços? São serviços prestados 
por uma equipe de profissionais com o objetivo de promover a saúde e proteger a integridade 
do trabalhador no local de trabalho. A equipe é composta por:
1. engenheiros (engenheiro ou arquiteto portador de certificado de conclusão de curso de 
especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho, em nível de pós-graduação);
2. técnicos de segurança do trabalho (portador de comprovação de Registro Profissional 
expedido pelo Ministério do Trabalho);
3. médicos (portador de certificado de conclusão de curso de especialização em Medicina 
do Trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado de residência médica 
em área de concentração em saúde do trabalhador ou denominação equivalente, 
reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica, do Ministério da Educação, 
ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação 
em Medicina); 
4. enfermeiros (portador de certificado de conclusão de curso de especialização em 
Enfermagem do Trabalho, em nível de pós-graduação, ministrado por universidade ou 
faculdade que mantenha curso de graduação em enfermagem);
5. auxiliares de enfermagem (ou técnico de enfermagem portador de certificado de 
conclusão de curso de qualificação de auxiliar de enfermagem do trabalho).
Esses profissionais deverão ser empregados da empresa. A quantidade de cada profissional 
depende do grau de risco da atividade econômica principal da empresa assim como do número 
total de empregados. Vamos ver a quantidade de profissionais do SESMT que a empresa onde 
você trabalha deve ter?
Quadro 2. Quantitativo dos SESMT.
Gr
au
 d
e 
Ri
sc
o
Técnicos
Nº de Empregados no estabelecimento
50
 a
 1
00
10
1 
a 
25
0 
25
1 
a 
50
0
50
1 
a 
1.
00
0
10
01
 a
 2
00
0
20
01
 a
 3
50
0
35
01
 a
 5
00
0 Acima de 
5000 para 
cada grupo de 
4000 ou fração 
acima de 2000 
**
1
Técnico Segurança Trabalho 1 1 1 2 1
Engenheiro Segurança Trabalho 1* 1 1*
auxiliar Enfermagem do Trabalho 1 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1*
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1*
23
NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2
2
Técnico Segurança Trabalho 1 1 2 5 1
Engenheiro Segurança Trabalho 1* 1 1 1*
auxiliar Enfermagem do Trabalho 1 1 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1
Médico do Trabalho 1* 1 1 1
3
Técnico Segurança Trabalho 1 2 3 4 6 8 3
Engenheiro Segurança Trabalho 1* 1 1 2 1
auxiliar Enfermagem do Trabalho 1 2 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1
Médico do Trabalho 1 1 2 1
4
Técnico Segurança Trabalho 1 2 3 4 5 8 10 3
Engenheiro Segurança Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
auxiliar Enfermagem do Trabalho 1 1 2 1 1
Enfermeiro do Trabalho 1
Médico do Trabalho 1* 1* 1 1 2 3 1
(*) Tempo parcial (mínimo de três horas). 
(**) O dimensionamento total deverá ser feito levando-se em consideração o dimensionamento de faixas de 3501 a 
5000 mais o dimensionamento do(s) grupo(s) de 4000 ou fração acima de 2000.
OBS.: Hospitais, ambulatórios, Maternidade, Casas de Saúde e Repouso, Clínicas e estabelecimentos similares com mais 
de 500 (quinhentos) empregados deverão contratar um Enfermeiro em tempo integral.
E quando a empresa tem matriz e filiais? O SESMT poderá ser centralizado na matriz para atender 
a um conjunto de estabelecimentos pertencentes à empresa. Contudo, nesse caso, a distância a 
ser percorrida pelo empregado, entre o local em que se situa o SESMT e cada uma das unidades, 
não poderá ultrapassar a 5.000 m (cinco mil metros), ou seja, 5 Km (cinco quilômetros). 
Para as empresas enquadradas no grau de risco 1, a distribuição dos profissionais considera como 
número de empregados a soma dos funcionários existentes no estabelecimento que possua o 
maior número e a média aritmética do número de empregados dos demais estabelecimentos. 
Nesse caso, todos os profissionais integrantes do SESMT devem cumprir tempo integral. Já para 
as empresas enquadradas no grau de risco 2, 3 e 4, a distribuição dos serviços considera como 
número de empregados a soma dos funcionários de todos os estabelecimentos. 
O técnico de segurança do trabalho e o auxiliar de enfermagem do trabalho deverão dedicar 8 
(oito) horas por dia para as atividades dos SESMT. O engenheiro de segurança do trabalho, o 
médico do trabalho e o enfermeiro do trabalho deverão dedicar, no mínimo, 3 (três) horas (tempo 
parcial) ou 6 (seis) horas (tempo integral) por dia para as atividades dos SESMT. É proibido que 
o profissional especializado em Segurança e em Medicina do Trabalho exerça outras atividades 
na empresa durante o horário de sua atuação.
24
CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO
E as empresas contratadas em serviços terceirizados? A empresa que contratar outras empresas 
para prestação de serviços pode constituir SESMT comum para assistência aos empregados das 
contratadas, sob gestão própria, desde que previsto em Convenção ou Acordo Coletivo de Trabalho. 
As empresas que operam em regime sazonal, ou seja, possuem uma quantidade maior de 
funcionários de acordo com os períodos do ano, deverão ter os SESMT dimensionados com base 
na média do número de trabalhadores do ano anterior.
Os profissionais dos SESMT são responsáveis por:
a. aplicar seus conhecimentos ao ambiente de trabalho, inclusive máquinas e equipamentos, 
de modo a reduzir e até eliminar os riscos existentes à saúde do trabalhador;
b. determinar a utilização, pelo trabalhador, de Equipamentos de Proteção Individual - EPI, 
quando esgotados todos os meios para a eliminação do risco e este persistir, mesmo 
que reduzido;c. colaborar nos projetos e na implantação de novas instalações físicas e tecnológicas da 
empresa;
d. orientar quanto ao cumprimento do disposto nas NRs relacionadas às atividades 
executadas pela empresa;
e. manter permanente relacionamento com a CIPA, valendo-se ao máximo de suas 
observações, oferecendo apoio e treinamento; 
f. promover atividades de conscientização, educação e orientação dos trabalhadores 
para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, tanto por meio de 
campanhas quanto de programas de duração permanente;
g. esclarecer e conscientizar os empregadores sobre acidentes do trabalho e doenças 
ocupacionais, estimulando a prevenção;
h. analisar e registrar em documento(s) específico(s) todos os acidentes ocorridos na empresa, 
com ou sem vítima, e todos os casos de doença ocupacional, descrevendo a história e 
as características dos eventos, os fatores do ambiente, as características do agente e as 
condições do(s) indivíduo(s) portador(es) de doença ocupacional ou acidentado(s);
i. registrar mensalmente os dados atualizados de acidentes do trabalho, doenças 
ocupacionais e agentes de insalubridade, devendo encaminhar um mapa contendo 
uma avaliação anual desses dados à Secretaria de Segurança e Medicina do Trabalho 
até o dia 31 de janeiro.
As atividades dos profissionais integrantes dos SESMT são essencialmente prevencionistas, ou 
seja, procuram elaborar planos de controle de catástrofes, disponibilizar meios para o combate 
25
NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2
a incêndios e o salvamento e imediata atenção à vítima de qualquer tipo de acidente. Entretanto, 
não é proibido que os profissionais façam atendimento de emergência, quando necessário. 
Os serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho deverão ser 
registrados no órgão regional do Ministério do Trabalho. 
PPRa – PROgRaMa DE PREVENçãO DE RISCOS aMBIENTaIS (NR9)
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA – é obrigatório para todas as empresas 
e tem como objetivo a preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores. O PPRA tem 
característica preventiva ao reconhecer, avaliar e controlar os riscos existentes ou que possam 
vir a existir no ambiente de trabalho. 
Você sabe quais os riscos que podem existir no ambiente de trabalho? São considerados como 
riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos capazes de causar danos à saúde. 
Como exemplos de agentes físicos temos ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas 
extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes (ondas eletromagnéticas), bem como 
o infrassom e o ultrassom.
Vamos conversar mais detalhadamente sobre os ruídos e a temperatura. Consideramos como 
ruído um barulho desagradável que traz algum desconforto e, muitas vezes, irritabilidade. A 
influência do ruído está relacionada ao período de exposição e à variação de volume. Podemos 
ter perda parcial ou completa da audição. Por isso, uma telefonista, por lei, não pode trabalhar 
mais de 6 horas diárias (ARAÚJO, 2006).
O que fazer para minimizar os ruídos do ambiente de trabalho? Podemos substituir máquinas, 
isolar o ambiente do ruído externo, utilizar abafadores ou protetores auriculares individuais.
Com relação à temperatura, as extremas, ou seja, as muito altas ou as muito baixas, acarretam 
danos à saúde dos empregados. Podemos melhorar as temperaturas elevadas com ventiladores e 
condicionadores de ar. Já as baixas temperaturas, como em frigoríficos, o mais prático é agasalhar 
os empregados com roupas especiais (TACHIZAWA, 2004).
Já os agentes químicos são as substâncias ou produtos que possam entrar no organismo do 
trabalhador absorvidos através da pele ou por ingestão ou pela via respiratória. Como exemplos, 
temos poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores. 
É preciso realizar estudos para identificar a presença de substâncias tóxicas para eliminá-las. Caso 
não seja possível a eliminação, precisamos fornecer EPI – Equipamentos de Proteção Individual. 
Veremos mais sobre os EPIs em nosso segundo capítulo.
E os agentes biológicos são as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, enfim, 
microrganismos vivos. Essa é a grande diferença entre os agentes químicos e os biológicos: os 
primeiros não possuem vida. 
26
CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO
A prevenção dos riscos biológicos pode ser feita por meio da manutenção do asseio nas instalações, 
da identificação dos trabalhadores com doenças infecto-contagiosas e da vacinação preventiva 
contra as endemias (TACHIZAWA, 2004).
Para a prevenção dos riscos ambientais, devemos realizar um planejamento anual com metas e 
cronograma, definindo as formas de agir, assim como de registrar e divulgar os dados. Anualmente, 
no mínimo, devemos avaliar o programa para realização dos ajustes necessários e estabelecimento 
de novas metas. O PPRA deverá incluir as seguintes etapas: 
1. analisar quais os riscos ambientais presentes;
2. estabelecer metas de avaliação e controle dos riscos;
3. avaliar os riscos e a exposição dos trabalhadores; 
4. implantar medidas de controle e avaliar a eficácia; 
5. monitorar a exposição aos riscos; 
6. registrar e divulgar os dados. 
O cronograma do PPRA deverá indicar os prazos para o desenvolvimento das etapas e cumprimento 
das metas. Mas, quem vai fazer o PPRA nas empresas? Onde existir o SESMT, esse será o responsável. 
Nos outros casos, uma pessoa ou equipe de pessoas que sejam capazes de desenvolver o programa.
A análise dos riscos deve envolver os projetos de novas instalações, métodos ou processos de 
trabalho, ou de modificação dos já existentes. O objetivo é a identificação dos riscos potenciais e 
introduzir medidas de proteção para sua redução ou eliminação. O PPRA deve estabelecer critérios 
e mecanismos de avaliação da eficácia das medidas de proteção implantadas considerando os 
dados obtidos nas avaliações realizadas e no controle médico da saúde.
O empregador deverá garantir que os trabalhadores possam interromper de imediato as suas 
atividades, comunicando o fato ao superior hierárquico direto para as devidas providências, 
em caso de ocorrência de riscos nos locais de trabalho que coloquem em situação de grave e 
iminente risco um ou mais trabalhadores.
PCMSO – PROgRaMa DE CONTROLE MÉDICO Da SaÚDE 
OCUPaCIONaL (NR7)
O PCMSO é obrigatório para todas as empresas, desde 30/12/1994, conforme a Portaria no 24 
de 29/12/1994 (MARRAS, 2009).
O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO – é obrigatório e tem o objetivo 
de promover e preservar a saúde dos trabalhadores. Todos os trabalhadores devem ter o controle 
de sua saúde de acordo com os riscos a que estão expostos. 
27
NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2
A empresa é responsável por informar os riscos existentes e 
auxiliar na elaboração e implementação do PCMSO nos locais 
de trabalho. A mesma responsabilidade existe no caso da 
empresa ser contratante de mão de obra prestadora de serviços.
O PCMSO e o PPRA são programas que se complementam.
O PCMSO tem como característica a prevenção. É planejado 
e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores. 
Para o alcance desse objetivo, devemos fazer um diagnóstico 
precoce, um estudo do local de trabalho para reconhecimento 
dos riscos existentes. Esse reconhecimento de riscos é possível 
por meio de visitas aos postos de trabalho para analisar o 
processo produtivo, colher informações sobre ocorrências de 
acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, verificar as atas 
de CIPA e os mapas de risco, entre outras medidas. 
A partir deste reconhecimento, são estabelecidos exames 
clínicos e complementares específicos para a prevenção 
ou identificação precoce das doenças, para cada grupo de 
trabalhadores da empresa. Além disso, são determinados os 
critérios a serem seguidos na interpretação dos resultados 
dos exames e as condutas que deverão ser tomadas no caso 
da constataçãode alterações.
No PCMSO, temos a realização obrigatória dos seguintes exames médicos:
a. admissional: realizado antes de o trabalhador assumir suas atividades;
b. periódicos: no caso de trabalhadores portadores de doenças crônicas ou expostos a riscos 
que desencadeiem ou agravem doença ocupacional, o exame deverá ser repetido a cada 
ano ou a intervalos menores; para os demais trabalhadores, será anual para menores 
de dezoito e maiores de quarenta e cinco anos de idade, ou a cada dois anos, para os 
trabalhadores entre dezoito e quarenta e cinco anos de idade;
c. do retorno ao trabalho: é obrigatório realizar no primeiro dia da volta ao trabalho de 
trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 (trinta) dias por motivo de doença 
ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto;
d. de mudança de função: realizado antes da data da mudança;
O que é considerado como mudança de função? É toda alteração de atividade, posto de trabalho 
ou de setor que modifica os riscos a que estava exposto o trabalhador antes da mudança. 
atenção
Risco ocupacional específico é o 
agravo potencial à saúde a que o 
empregado está exposto no seu setor/
função. O risco é detectado na fase 
de elaboração do PCMSO. Como 
exemplos, podemos citar:
 » um pintor que trabalha em área 
ruidosa de uma metalúrgica: ruído e 
solventes; 
 » digitadora de um setor de digitação: 
movimentos repetitivos; 
 » mecânico que manuseia óleos e 
graxas: óleos; 
 » técnico de radiologia: radiação 
ionizante; 
 » auxiliar de escritório que não faz 
movimentos repetitivos: não há 
riscos ocupacionais específicos; 
 » auxiliar de enfermagem em Hospital 
Geral: risco biológico; 
 » gerente de supermercado: não há 
riscos ocupacionais específicos.
28
CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO
Logo, o exame só será realizado quando ocorrer alteração do risco a que o trabalhador ficará 
exposto. Em uma troca de função sem mudança do risco, não há necessidade de exame.
e. demissional: realizado até a data da homologação. 
O demissional só é obrigatório quando o último exame médico ocupacional foi realizado 
há mais de 135 dias (para as empresas de grau de risco 1 e 2) e 90 dias (para empresas 
de grau de risco 3 e 4).
Se, no local de trabalho, não houver um risco ocupacional específico, faremos o controle médico 
com uma avaliação clínica global em todos os exames exigidos: admissional, periódico, demissional, 
mudança de função e retorno ao trabalho. Porém, caso o médico identifique mudanças nos riscos 
ocupacionais, o PCMSO pode ser alterado a qualquer momento. O documento do PCMSO não 
possui um modelo a ser seguido, nem uma estrutura rígida. O que temos são recomendações, 
com os aspectos mínimos que devem constar.
E o custo desses exames? Será que o empregado deve arcar com algo? Não, o custo do PCMSO 
(incluindo avaliações clínicas e exames complementares) é de responsabilidade do empregador. 
Também é de sua responsabilidade a indicação de médico do trabalho, empregado ou não da 
empresa, para coordenar o PCMSO. 
Podemos incluir no PCMSO ações preventivas para doenças não ocupacionais como, por exemplo, 
campanhas de vacinação, diabetes, hipertensão arterial, prevenção do câncer ginecológico, 
prevenção de Doenças Sexualmente Transmitidas/AIDS, prevenção e tratamento do alcoolismo, 
entre outros.
O nível de complexidade do programa depende dos riscos existentes em cada empresa, além 
das exigências físicas e psíquicas das atividades desenvolvidas. Assim, o PCMSO poderá tanto se 
resumir à simples realização de avaliações clínicas como poderá ser muito complexo, contendo 
avaliações clínicas e exames especiais. Sem uma análise do local de trabalho, será impossível 
uma avaliação adequada da saúde do trabalhador.
atestado de Saúde Ocupacional
Para cada exame médico realizado, o médico emite o Atestado de Saúde Ocupacional - ASO, 
em duas vias. A primeira via do ASO fica arquivada na empresa, à disposição da fiscalização 
do trabalho. A segunda via do ASO é do trabalhador. O ASO deve conter o nome completo do 
trabalhador, o número de registro de sua identidade e sua função. Também deve especificar os 
riscos ocupacionais existentes, ou a ausência deles, na atividade do empregado.
Apesar de importante, não devemos colocar riscos genéricos ou inespecíficos como estresse, e 
nem riscos de acidentes como, por exemplo, risco de choque elétrico para eletricista e risco de 
queda para trabalhadores em geral.
29
NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2
Se a atividade do trabalhador o expõe a ruído, um exame específico é a audiometria. Para outro 
que trabalha exposto à poeira mineral, devemos fazer uma radiografia do tórax. Quando o risco 
é a radiação ionizante, o empregado deve fazer um exame de sangue (hemograma). O hipertenso 
não deve trabalhar exposto a temperaturas elevadas, mas não há exames específicos para realizar.
Os dados obtidos nos exames médicos, incluindo avaliação clínica e exames complementares, 
as conclusões e as medidas aplicadas são registrados em prontuário do médico coordenador. 
Os registros deverão ser mantidos por período mínimo de 20 (vinte) anos após o desligamento 
do trabalhador. Havendo substituição do médico, os arquivos deverão ser transferidos para o 
seu sucessor.
Os prontuários médicos devem ser guardados por 20 anos porque é o prazo para prescrição das 
ações pessoais (Código Civil Brasileiro - art. 177).
Do ponto de vista médico, grande parte das doenças ocupacionais tem tempo de latência de 
muitos anos entre a exposição e o aparecimento da doença. Em alguns casos, esse período é de 
cerca de 40 anos. 
A guarda dos prontuários médicos é da responsabilidade do coordenador. Por se tratar de 
documento que contém informações confidenciais da saúde das pessoas, é necessário sigilo. 
Esse arquivo pode ser guardado na própria empresa, em seu consultório ou escritório médico, 
na entidade a que está vinculado ou até mesmo informatizado, desde que a exigência da 
confidencialidade seja mantida.
O resultado dos exames complementares deve ser comunicado ao trabalhador para quem 
entregamos uma cópia. O PCMSO deve seguir um planejamento com ações de saúde a serem 
realizadas durante o ano. Estas ações farão parte de um relatório anual. 
O relatório anual deverá discriminar, por setores da empresa, o número e a natureza dos exames 
médicos, incluindo avaliações clínicas e exames complementares, estatísticas de resultados 
anormais, assim como o planejamento para o próximo ano. O relatório anual do PCMSO 
poderá ser armazenado na forma de arquivo informatizado, desde que seja mantido de modo a 
proporcionar o imediato acesso por parte do agente da inspeção do trabalho.
Nas empresas desobrigadas de manterem médico coordenador, recomenda-se a elaboração de 
um relatório anual contendo, minimamente, a relação dos exames com os respectivos tipos, 
datas de realização e resultados (conforme o ASO).
ERgONOMIa (NR17)
A Ergonomia é a ciência que estuda a adaptação das condições de trabalho às características 
dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho 
eficiente. 
30
CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO
As condições de trabalho incluem aspectos relacionados:
1. Ao levantamento, transporte e descarga de materiais – Transporte manual de cargas é 
todo transporte no qual o peso da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, 
compreendendo o levantamento e a deposição da carga.
2. Ao mobiliário – Sempre que pudermos, devemos executar o trabalho na posição sentada. 
O local de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição. Para o trabalho 
manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as bancadas, mesas, escrivaninhas e 
os painéis devem proporcionar ao trabalhador condições de boa postura, visualização 
e operação.
Os assentos utilizados devem atender a requisitos mínimos de conforto, como altura 
ajustável à estatura e à natureza da função exercidae encosto com forma levemente 
adaptada ao corpo para proteção da região lombar.
Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados, a partir da análise 
ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés, que se adapte ao 
comprimento da perna. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de 
pé, devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados 
por todos os trabalhadores durante as pausas.
Como está sua postura? Muitas horas sentado(a)? Vamos alongar?
Figura 2. Exercícios de alongamento.
Categorias como bancários e empregados em áreas administrativas sofrem, com frequência, de 
LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e Dort (doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho) 
e são obrigados a se licenciar de suas atividades em razão de fortes dores.
31
NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2
aos equipamentos
Os equipamentos utilizados com terminais de vídeo devem permitir o ajuste da tela à iluminação do 
ambiente, protegendo-a contra reflexos, e proporcionar corretos ângulos de visibilidade. O teclado deve 
ser independente e ter mobilidade, permitindo o ajuste de acordo com as tarefas a serem executadas. 
A tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias 
olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais. Em uma conversa, 
os interlocutores piscam uma média de 22 vezes por minuto. Quando alguém lê, a frequência 
desta piscadela é de 12 a 15 vezes por minuto. Porém, quando se está sentado diante de um 
computador, os olhos PISCAM MENOS DE 5 vezes por MINUTO! Por isso, tem sido comum a 
Síndrome do Olho Seco. Sintomas: Olhos cansados; Pálpebras pesadas; Visão borrada; Olhos 
avermelhados; Olhos secos; Incômodo e dor causado pela luz; Areia nos olhos.
Figura 3. Posição adequada.
Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação, deve ser fornecido suporte 
adequado para documentos. Esse suporte deve ser ajustável, proporcionando boa postura, 
visualização e operação. Assim, podemos evitar movimentação frequente do pescoço e fadiga visual.
Figura 4. Postura ideal Procure deixar seu lugar de trabalho assim.
MONITOR LOCALIZADO
ABAIXO DA
LINHADO
HORIZONTE VISUAL
LINHA VERMELHA DO
HORIZONTE VISUAL
ALTURA
DO
MONITOR
Ângulo aproximado
da inclinação
da cabeça
Distância: 35 a 50 cm
15º
5º a 35º
90º
42 a 50 cm
ângulo 5 a 15º
65 a 75 cm
32
CAPÍTULO 2 • NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO
Às condições ambientais do local de trabalho
Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características dos trabalhadores, é preciso 
realizar a análise ergonômica do trabalho. 
As atividades que exigem o uso do intelecto e atenção constantes, tais como as realizadas em 
salas de controle, laboratórios, escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, 
dentre outras, precisamos de algumas condições de conforto. O recomendável são baixos níveis 
de ruído; temperatura entre 20°C (vinte) e 23°C (vinte e três graus centígrados) e umidade relativa 
do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento. A iluminação deve ser adequada, seja natural ou 
artificial, de forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.
Erros de produção e acidentes são relacionados também à iluminação. Dores de cabeça, problemas 
oculares e fadigas podem gerar resultados negativos (ARAÚJO, 2006). Quando há deficiência na 
iluminação, percebemos algumas consequências, como: maior fadiga visual e geral; maior risco 
de acidentes; menor produtividade/qualidade; ambiente psicologicamente negativo (SESI, 2007).
Figura 5. Disposição e localização correta da iluminação nos ambientes de trabalho.
Nós utilizamos um aparelho chamado de luxímetro para medição dos níveis de iluminação.
À Organização do trabalho
A organização do trabalho deve considerar a exigência de tempo; o ritmo de trabalho; o conteúdo 
das tarefas. Por isso, devemos incluir pausas para descanso. Quando digitamos, devemos nos 
conceder, no mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados.
33
NORMaS REgULaMENTaDORaS Da SaÚDE NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 2
Espero que você tenha gostado do conteúdo de nosso primeiro capítulo e que possa utilizá-lo 
na sua vida profissional! Caso esteja com alguma dúvida ou precise de ajuda, entre em contato 
com o tutor da disciplina. Ele está aguardando por você!
Sintetizando
Vimos até agora:
 » os itens mais importantes das NRs, Normas Regulamentadoras que regem o tema no Brasil e que estão à disposição dos 
profissionais no site do Ministério do Trabalho; no que se refere a saúde no trabalho;
 » para cuidar da saúde e segurança, temos o SESMT – Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho, conforme a Norma Regulamentadora 4. O SESMT são serviços de uma equipe de profissionais presentes nas 
empresas com mais de 50 empregados, com o objetivo de promover a saúde e proteger o trabalhador de acidentes no local 
de trabalho;
 » o PPRA – Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - está na NR9 e aborda os riscos existentes ou que possam vir a 
existir no ambiente de trabalho. Aprendemos mais sobre agentes físicos, químicos e biológicos capazes de causar danos à 
saúde;
 » o PCMSO é o Programa de Controle Médico da Saúde Ocupacional, nossa NR7. Por esse programa, temos a realização 
obrigatória dos seguintes exames médicos: admissional; periódicos; de retorno ao trabalho; de mudança de função e 
demissional;
 » finalizando, conversamos sobre Ergonomia, a NR17. A Ergonomia é a ciência que estuda a adaptação das condições de 
trabalho às características dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho 
eficiente.
34
apresentação
A área de Segurança do Trabalho tem como foco a prevenção de acidentes de trabalho. E como 
fazer isso? Com a eliminação das causas dos acidentes. A prevenção é um programa que procura 
conscientizar o trabalhador na proteção da sua vida e a dos colegas. 
As estatísticas mostram a importância de prevenir acidentes. Em 2009, foram 723.452 acidentes 
com a CAT registrada e 195.173 acidentes sem a CAT registrada, totalizando 918.625 acidentes de 
trabalho. Observem que este número, que já é alarmante, não inclui os trabalhadores autônomos 
(contribuintes individuais) e as empregadas domésticas!
Entre esses registros, contabilizou-se 17.693 doenças relacionadas ao trabalho; 623.026 trabalhadores 
afastados devido à incapacidade temporária, 13.047 trabalhadores por incapacidade permanente 
e o óbito de 2.496 cidadãos. Os dados estão disponíveis no site do Ministério da Previdência Social. 
Mas o que é mesmo um acidente? Vamos conhecer os principais conceitos sobre segurança?
Objetivos
 » conceituar e definir acidente de trabalho, inclusive os de trajeto entre a residência e o 
local de trabalho, e as doenças ocupacionais;
 » apresentar as classificações dos acidentes no trabalho;
 » conhecer as principais causas dos acidentes no trabalho.
3CAPÍTULOSEgURaNça NO TRaBaLHO
35
SEgURaNça NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 3
Conceitos e Objetivos
acidentes
Acidente é um fato não premeditado do qual resulta dano considerável (OMS apud CHIAVENATO, 
2008). É uma ocorrência que, sem intenção, produz lesão corporal, morte ou dano material 
(NATIONAL SAFETY COUNCIL, 1990 apud CHIAVENATO, 2008).
Conforme vimos no capítulo 1, Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho 
a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte 
ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho (SENADO, 
Lei no 8213, de 1991).
Logo, acidente do trabalho é aquele que ocorre durante o serviço. Também são considerados 
como acidentes de trabalho os que acontecem no trajeto entre a residência e o local de trabalho, 
provocando lesão corporal ou perturbação funcional e pode resultar em morte, perda ou redução 
da capacidade para o trabalho.Seja em caráter permanente ou temporário, o acidente de trabalho 
inclui também as doenças ocupacionais. 
Portanto, podemos considerar como acidentes do trabalho: (Fonte:<http://www.previdenciasocial.
gov.br/conteudoDinamico.php?id=635:>)
a. o acidente ocorrido no percurso entre a residência e o local de trabalho ou deste para 
aquela, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do 
empregado;
Percurso é o trajeto da residência ou do local de refeição para o trabalho ou do trabalho 
para a residência ou local de refeição, independentemente do meio de locomoção, sem 
alteração ou interrupção voluntária do percurso habitualmente realizado. 
O empregado está em exercício do trabalho no período destinado à refeição ou descanso, 
ou por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas, durante a jornada de 
trabalho.
b. a doença profissional, ou seja, aquela produzida ou desencadeada pelo exercício do 
trabalho em determinada atividade;
Exemplo: O trabalho com manipulação de areia, sem a devida proteção, pode levar ao 
aparecimento de uma doença chamada silicose. A própria atividade laborativa basta 
para comprovar a relação de causa e efeito entre o trabalho e a doença (BRASIL, 2005).
c. o acidente que contribuiu diretamente para a morte, para a perda ou a redução da 
capacidade para o trabalho, ou que produziu lesão que exija atenção médica para a 
recuperação do empregado, mesmo que o trabalho não tenha sido sua única causa;
36
CAPÍTULO 3 • SEgURaNça NO TRaBaLHO
d. o acidente ocorrido no local e horário do trabalho, em consequência de ato de agressão, 
sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho; ofensa 
física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada com o trabalho; 
ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro, ou de companheiro de 
trabalho; ato de pessoa privada do uso da razão; desabamento, inundação, incêndio e 
outros casos decorrentes de força maior;
e. a doença resultante de contaminação acidental do empregado no exercício de sua 
atividade;
f. o acidente sofrido, ainda que fora do local e horário de trabalho, em viagem a serviço 
da empresa, inclusive para estudo, quando financiada por esta, independentemente do 
meio de locomoção utilizado, inclusive veículo de propriedade do empregado.
Para que o acidente, ou a doença, seja considerado como acidente do trabalho é preciso 
que o INSS, por meio de Perícia Médica, faça o reconhecimento e a relação entre a causa 
do acidente e a lesão; a doença e o trabalho; e a causa mortis e o acidente. Na conclusão 
da Perícia Médica, o médico-perito decide pelo retorno ao trabalho ou emite um parecer 
sobre o afastamento.
As principais consequências dos acidentes de trabalho liquidados foram as incapacidades 
temporárias com mais de 15 dias e com menos de 15 dias, cujas participações atingiram 43,3% 
e 40,9% respectivamente. 
(Fonte:<http://www.previdenciasocial.gov.br/conteudoDinamico.php?id=989>).
Os acidentes no trabalho podem ser classificados em (CHIAVENATO, 2008; MARRAS, 2009):
1. sem afastamento: aqueles em que, após ocorrido, o empregado continua trabalhando, 
sem grandes sequelas. Por exemplo, um corte em um dedo pode exigir apenas uma 
assepsia e uma proteção com band-aid. Embora sem gravidade, deve ser investigado e 
anotado em relatório, além de entrar nas estatísticas mensais;
2. com afastamento: depois do evento, o colaborador sofre ferimentos que o impossibilitam 
de permanecer no trabalho, deixando de imediato suas funções para tratamento. Esses 
acidentes produzem:
 › incapacidade Temporária: ocorre a perda temporária da capacidade para o trabalho. 
As sequelas duram o dia do acidente até um período menor do que um ano. Ao 
retornar, o trabalhador pode desenvolver suas atividades sem nenhum prejuízo das 
suas capacidades;
 › incapacidade Parcial Permanente: nesse caso, as sequelas se prolongam por período 
maior do que um ano, sendo a incapacidade permanente. Numa incapacidade parcial, 
37
SEgURaNça NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 3
há perda ou redução de um membro ou parte dele, perda ou redução da visão, perda 
ou redução da audição, ou ainda lesões, perturbações psíquicas que resultem em 
redução de menos de ¾ (três quartos) da capacidade de trabalho;
 › Incapacidade Total Permanente: há perda total e definitiva da capacidade de trabalho. 
Como exemplos, podemos citar a perda da visão de ambos os olhos, perda da visão 
de um olho com redução em mais da metade da visão do outro, perda física ou das 
funções de mais de um membro (braço ou perna) e de suas partes essenciais (mão 
ou pé), perda da visão de um olho e, ao mesmo tempo, perda de uma das mãos ou 
de um pé, perda ou redução em mais de 50% (cinquenta por cento) da audição de 
ambos os ouvidos, outras lesões, perturbações psíquicas que resultem em perda de 
¾ (três quartos) ou mais da capacidade para o trabalho;
 › Morte: em decorrência do acidente, há falecimento do trabalhador.
A Incapacidade Permanente se refere aos segurados que ficaram permanentemente incapacitados 
para o exercício laboral. A incapacidade permanente pode ser de dois tipos: parcial e total. 
Entende-se por incapacidade permanente parcial o fato de o acidentado, em exercício laboral, 
após o devido tratamento psicofísico-social, apresentar sequela definitiva que implique redução 
da capacidade. Esta informação é captada a partir da concessão do benefício auxílio-acidente 
por acidente do trabalho (espécie 94).
Já quando o acidentado, em exercício laboral, apresentar incapacidade permanente e total para 
o exercício de qualquer atividade laborativa, a informação é captada a partir da concessão do 
benefício aposentadoria por invalidez por acidente do trabalho (espécie 92).
Em todo o País, em 2009, foram 297 trabalhadores que sofreram incapacidade permanente em 
decorrência de acidentes de trabalho.
Os Óbitos correspondem à quantidade de segurados que faleceram em função do acidente do 
trabalho. Em 2006, ocorreram 512.232 acidentes de trabalho no Brasil, número que chegou a 
659.523 em 2007 e a 755.980 em 2008 e caiu para 723.452 em 2009. 
(Fonte:<http://www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=39>)
atenção
Os números nos deixam muito assustados, pois, a cada três horas e meia, uma pessoa morre por acidente de trabalho 
no Brasil! Em 2009, foram 2.496 vítimas fatais no País! Esse número, alarmante, ainda é menor do que as 2.817 mortes 
registradas em 2008, as 2.845 ocorridas em 2007 e as 2.798 verificadas em 2006! Em todo o mundo, dados da OMS 
(Organização Mundial da Saúde) indicam que 2 milhões de trabalhadores morrem anualmente em razão de acidentes de 
trabalho e doenças ocupacionais. Isso equivale a 5,5 mil mortes diárias, ou três a cada minuto em todo 
o planeta!
38
CAPÍTULO 3 • SEgURaNça NO TRaBaLHO
Vamos saber mais sobre as causas dos acidentes? É o nosso próximo assunto!
Causas dos acidentes
As causas de um acidente podem ser naturais ou por falta de medidas de proteção. Neste último 
caso, o empregador pode ser punido com três meses a um ano de detenção, segundo o artigo 132 
do Código Penal Brasileiro. Mas, o grau de responsabilidade do empregador é relativo. Portanto, 
a punição depende da situação e do tipo de acidente. 
Para avaliar a responsabilidade do empregador, nos casos de acidentes por falta de medidas de 
proteção, são considerados alguns fatores. Verifica-se:
 » se existe e como é administrado o treinamento de funcionários; 
 » o uso correto de equipamentos de segurança; 
 » a realização de exames médicos periódicos;
 » o acompanhamento dos serviços realizados;
 » a implantação do Plano de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), entre outros.
(Fonte:<http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/datas/acidentes/oquee.html>)
O acidente, apesar de involuntário, pode ser evitado. As razões mais comuns para a ocorrência 
de um acidente são (MARRAS, 2009).
a. Atos Inseguros: aqueles provocados pelo trabalhador e que resultam em acidente. 
Aproximadamente90% dos acidentes de trabalho são devido a atos inseguros. E por que 
uma pessoa age de forma insegura? Por excesso de confiança, cansaço, preocupação ou 
falta de experiência. Alguns exemplos de atos inseguros (CPN/SP):
 › operar equipamentos sem autorização;
 › operar máquina em velocidade inadequada;
 › remover os dispositivos de segurança;
 › usar equipamento defeituoso;
 › não usar adequadamente o EPI;
 › carregar material de maneira incorreta;
 › adotar uma posição inadequada para o trabalho;
 › realizar manutenção de equipamentos em operação;
 › fazer brincadeiras;
 › trabalhar sob a influência de álcool e/ou outras drogas.
39
SEgURaNça NO TRaBaLHO • CAPÍTULO 3
b. Condições Inseguras: são situações existentes no local de trabalho que provocam o 
acidente. Como, por exemplo (CPN/SP):
 › proteções e barreiras inadequadas; 
 › equipamentos de proteção inadequados ou insuficientes; 
 › ferramentas, equipamentos ou materiais defeituosos; 
 › espaço restrito ou congestionado; 
 › sistemas de advertência inadequados; 
 › perigos de explosão e incêndio; 
 › ordem e limpeza deficientes, desordem; 
 › condições ambientais perigosas: gases, poeira, fumaça, vapores; 
 › exposições a ruídos; 
 › exposições a radiações; 
 › exposições a temperaturas extremas; 
 › iluminação excessiva ou inadequada; 
 › ventilação inadequada.
Outra causa importante devemos considerar: os fatores pessoais de insegurança como, por 
exemplo, instabilidade emocional, falta de coordenação motora, deficiência visual, ou seja, são 
as características físicas ou mentais de um indivíduo que podem interferir no trabalho que está 
sendo realizado.
(Fonte:<http://www.mte.gov.br/seg_sau/pub_cne_cipa.pdf>)
Custos dos acidentes
É importante ressaltar que os acidentes e as doenças relacionadas ao trabalho provocam 
impactos sociais, econômicos e na saúde pública. Por quê? Porque além dos casos que têm como 
consequência a morte de trabalhadores, milhares são afastados todo ano de suas funções, seja 
de forma temporária ou definitiva, o que provoca gastos na cifra dos bilhões no pagamento de 
benefícios previdenciários.
(Fonte:<http://www.mpas.gov.br/conteudoDinamico.php?id=39>)
Os trabalhadores que sobrevivem são atingidos por danos como o sofrimento físico e mental; 
cirurgias e remédios; próteses e assistência médica; fisioterapia e assistência psicológica; 
dependência de terceiros para acompanhamento e locomoção; diminuição do poder aquisitivo; 
40
CAPÍTULO 3 • SEgURaNça NO TRaBaLHO
desamparo à família; estigmatização do acidentado; desemprego; marginalização; depressão e 
traumas (BRASIL, 2005).
Figura 6. Custos de lesões e enfermidades.
Fonte: CPN/SP.
Portanto, os acidentes causam um elevado impacto nas empresas quando analisamos os seguintes 
itens: salário dos primeiros 15 dias de afastamento após o acidente é por conta da empresa; 
transporte e assistência médica de urgência; paralisação do setor, máquinas e equipamentos; 
comoção do grupo de trabalho; prejuízos à imagem da empresa; destruição da máquina, veículo 
ou equipamento; pagamento de horas extras; interrupção da produção; atrasos na entrega; 
treinamento de substituto; aumento da mensalidade do seguro de acidentes pago pela empresa; 
multas, entre outros (BRASIL, 2005).
Sintetizando
Vimos até agora
 » a definição de acidente de trabalho e os que também são considerados como, os que acontecem no trajeto entre a 
residência e o local de trabalho e as doenças ocupacionais;
 » as classificações dos acidentes no trabalho, distinguindo os sem afastamento dos com afastamento que produzem 
incapacidade temporária; incapacidade parcial permanente; incapacidade total permanente e/ou morte;
 » a maior causa dos acidentes no trabalho são os atos inseguros. Outras causas que não podem ser desconsideradas são as 
condições inseguras e os fatores pessoais de insegurança.
41
apresentação
As estatísticas mostram que os acidentes atingem, principalmente, pessoas na faixa etária 
entre 20 e 30 anos, quando estão em plena condição física. Há uma redução da população 
ativa e aumento dos impostos e taxas, prejudicando a sociedade. Além disso, nenhum cálculo 
refletirá com exatidão o valor de uma vida humana (BRASIL, 2005). Portanto, é muito importante 
aprendermos a prevenir os acidentes, para que eles não aconteçam. É isso que vamos ver agora!
Objetivos
 » aprender a prevenir os acidentes, para que eles não aconteçam;
 » conhecer os detalhes da CIPA, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, assim 
como calcular o número de componentes que ela deve ter.
4CAPÍTULOPREVENçãO DE aCIDENTES
42
CAPÍTULO 4 • PREVENçãO DE aCIDENTES
Começaremos este capítulo apresentando a importância da prevenção de acidentes. Par tanto, 
faremos uma reflexão sobre algumas dicas que podem nos ajudar a prevenir acidentes.
18 dicas preciosas de prevenção a acidentes de trabalho
Figura 7.
Fonte: http://www.yeling.com.br/blog/2012/08/18-dicas-preciosas-de-prevencao-a-acidentes-de-trabalho/872370_
spanish_sign_for_siesta/.
27 de julho é o Dia Nacional de Prevenção aos Acidentes de Trabalho. Todos os anos milhões de 
trabalhadores são vítimas de acidentes no trabalho. Grande parte deles são causados pela falta 
de atenção, e também pelo não uso de equipamentos adequados às atividades que exercem. 
Sendo assim, aqui vão algumas dicas para evitar que você necessite ficar afastado de sua função, 
afinal, prevenir é o melhor remédio.
1. Evite se distrair durante suas atividades, mantenha a atenção! Assim, será bem difícil 
que aconteça algo com você.
2. Horário de descontrair é durante as horas de folga. Lugar de trabalhar é lugar de trabalhar!
3. Já ouviu falar em “a pressa é inimiga da perfeição”? Pois é, procure fazer suas atividades 
com antecedência. Seu trabalho com certeza terá mais qualidade e será mais seguro 
para você.
4. Tem alguma dúvida em relação a algum serviço? Melhor perguntar a seu supervisor qual 
é a melhor forma de realizá-lo para evitar que algo saia errado!
5. Ao perceber que a máquina ou equipamento que opera está com algum problema ou 
apresentando falhas, comunique imediatamente a seu supervisor. Lembre-se que operar 
máquinas que não estejam em perfeito funcionamento são um grande risco para sua 
segurança.
6. Evite fumar em locais proibidos, principalmente se houver risco de explosão ou tenha 
produtos inflamáveis por perto ou no local. Além disso, cigarro faz mal à saúde, de 
modo geral.
43
PREVENçãO DE aCIDENTES • CAPÍTULO 4
7. Não dê uma de inventor, improvisando ferramentas. Se as suas estiverem em más 
condições, a empresa é responsável peça manutenção e troca delas. Comunique os 
responsáveis.
8. Tem um novo colega em seu setor? Seja cordial e avise-o dos perigos ali no ambiente 
do qual vocês fazem parte. Assim como você, ele tem uma família e a vida dele é tão 
importante quanto a sua!
9. Caso aconteça algum acidente de trabalho, chame um profissional que entenda de 
verdade de como cuidar de você ou de seu colega. Sempre vão aparecer os “sabe tudo”, 
mas é importante lembrar que muitas vezes, uma atitude errada pode causar danos 
irreversíveis à saúde.
10. Não é eletricista? Não se meta a fazer trabalhos ligados a essa função. Além de poder 
causar danos na rede, corre o risco de levar um choque e sofrer consequências 
mais sérias.
11. Máquinas não pensam, apenas executam funções coordenadas por você. Cuide delas, 
mas principalmente de sua segurança.
12. Respeite as ordens de seu chefe ou mestre.
13. Procure conhecer as normas e regras de segurança do ambiente em que você trabalha.
14. Anéis, pulseiras, brincos, correntes, gravatas e demais acessórios não fazem parte do 
seu uniforme. Evite usar enquanto estiver trabalhando, pois evitará levar broncas e 
também trabalhará com mais segurança. Deixe os acessórios para o momento em que 
não estiver trabalhando.
15. A máquina estragou? Pare ela para realizar consertos ou lubrificá-las.
16. É muito importante aprender como se usam os extintores e dispositivos

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