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Trabalho 3 * Seguro Desemprego

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TRABALHO 3
Aula 24/10/2019
SEGURO DESEMPREGO
A base legal é a lei 7998/90, que sofreu uma alteração pela lei 13.134/2015 que tem o objetivo claro de dificultar a concessão do seguro desemprego, dificultando não apenas o valor mas também o número de parcelas. O critério para receber vai depender se o trabalhador está diante do primeiro, segundo ou terceiro requerimento do seguro desemprego, cada um deles tem regras diferentes.
Antes da lei 13.134/2015, se o trabalhador tivesse recebido salario nos 6 meses anteriores a dispensa tinha direito a 5 parcelas de seguro desemprego. Com a implementação da lei 13.134/2015 as regras foram dificultadas. Primeira mudança é que sempre vai depender se é o primeiro, segundo ou terceiro requerimento.
OBS: Para calcular quantas parcelas o trabalhador tem direito tem que olhar os últimos 36 meses, a contar da data do pedido.
	REGRAS
	1º Requerimento
	2º Requerimento
	3º Requerimento
	Quando o trabalhador tem direito ao seguro desemprego?
	Tem que ter trabalhado pelo menos 12 meses nos últimos 18 meses
	Tem que ter trabalhado pelo menos 9 meses nos últimos 12 meses.
	Tem que ter trabalhado pelo menos 6 meses nos últimos 6 meses.
	Quantas parcelas o trabalhador tem direito?
	Se trabalhou entre 12 meses até 23 meses irá receber 4 parcelas de seguro desemprego. Se trabalhou 24 meses ou mais terá direito a 5 parcelas
	Se trabalhou entre 9 meses até 11 meses tem direito a 3 parcelas. Se trabalhou de 12 meses a 23 meses tem direito a 4 parcelas e se trabalhou 24 ou mais meses tem direito a 5 parcelas.
	Se trabalhou de 6 meses até 11 meses tem direito a 3 parcelas. Se trabalhou entre 12 meses até 23 meses tem direito a 4 parcelas. Se trabalhou 24 meses ou mais tem direito a 5 parcelas.
Se o trabalhador tem por exemplo 10 meses trabalhado nos últimos 18 meses e quer entrar com seu primeiro requerimento de seguro desemprego, ele não tem direito.
O prazo para requerimento do seguro desemprego é de no mínimo 7 e no máximo 120 dias. Se não for requerido no prazo o trabalhador perde o benefício.
Quanto o trabalhador recebe em cada parcela?
OBS: O valor mínimo que se paga de parcela do seguro desemprego é um salário mínimo.
Quando o trabalhador ganha mais de 1 salário mínimo até o valor de R$1531,02, o valor de cada parcela será de 80% da média dos 3 últimos salários. Ex: se a média dos 3 últimos salários for R$1500,00, irá receber 80% desse valor.
Se o salário médio dos últimos 3 meses for entre R$1531,03 e R$2551,96, irá multiplicar o valor médio por 50% + R$1224,82.
Se o salário for acima de R$2551,96 a parcela será fixa no valor de R$1735,29.
Seguro desemprego do trabalhador domestico
Está previsto na lei 150/2015
O valor da parcela é fixo de 1 salário mínimo e o trabalhador recebe no máximo 3 parcelas.
O doméstico tem que comprovar vinculo de pelo menos 15 meses nos últimos 24 meses para ter direito ao benefício. O requerimento deve ser feito no mínimo 7 dias e no máximo 90 dias a contar da dispensa. Se ultrapassar os 90 dias o doméstico perde o benefício pela caducidade.
A pessoa resgatada de situação análoga ou trabalho escravo tem o direito de receber 3 parcelas de um salário mínimo cada. Previsão do art. 2º “c” da lei 7998/90
O seguro desemprego esta sujeito a cancelamento ou suspensão. Por exemplo se o trabalhador é chamado para entrevista de emprego e se recusa a comparecer o beneficio pode ser suspenso e até cancelado.
Pode gerar cancelamento, exemplo: pela recusa por parte do trabalhador desempregado de outro emprego condizente com sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;
Pode gerar suspensão, exemplo: recusa injustificada por parte do trabalhador desempregado em participar de ações de recolocação de emprego;
Não tem direito ao seguro desemprego quem possui renda própria. 
DIREITO COLETIVO DO TRABALHO NO BRASIL
Contexto histórico
1º guerra mundial – 1914 a 1918
Os soldados ficavam em trincheiras para conseguir mirar nos adversários e criar suas emboscadas, e quando um soldado morria era esquecido lá na trincheira. Devido a isso o lençol freático ficou contaminado. Tem-se registro de cerca de 8,2 milhões de mortos e cerca de 7 milhões e meio desaparecidos. A maioria foram deixados mortos dentro das trincheiras e isso no ponto de vista de fluidez da agua, da plantação agrícola, se tornou imprestável a colheita. A Europa pós primeira guerra mundial se tornou um cenário completamente devastado. Com isso os EUA começou a intensificar a sua produção agrícola para exportar para a Europa, que naquele momento não tinha condição nenhuma de produzir. EUA viu uma oportunidade e vendiam seus produtos por preços muito mais altos.
· Maior potência mundial.
· Detinha 40% da produção industrial do mundo.
· Produção em larga escala, com alto índice de exportação p/ Europa.
· Maior credor internacional.
No estado democrático de direito necessariamente tem que coexistir com traços do estado liberal e do social. Por exemplo hoje em dia está muito forte o discurso do estado não intervir na economia, mas é muito fácil fazer as pessoas concordarem que algumas intervenções são extremamente necessárias, como a intervenção do banco central nos bancos particulares, que exige que estes tenham uma reserva como forma de garantia. Mas na concepção clássica do estado liberal, ele prega a ausência da intervenção estatal, o que faz sentido porque antes do estado liberal tínhamos o estado soberano onde tudo estava nas mãos do monarca.
O Brasil pós primeira guerra plantava cacau, banana e café e vendia para os Estados Unidos que pagava um preço baixo e vendia para a Europa pelo dobro do preço porém vendia fiado, com isso empresas de exportações brasileiras concentravam-se em café, aqui existia a figura dos barões do café que não admitiam a intervenção do estado, para dizer que deveriam plantar mais de uma coisa além do café. A Constituição vigente na época tudo que se pregava era ausência do estado.
Em 1929, aqueles campos onde não era possível plantar voltam a ser frutíferos, e a Europa voltar a plantar, com isso a demanda desaparece.
No dia 24 de outubro de 1929 é considerado o início da chamada Grande Depressão e por causa disso as pessoas perderam tudo da noite para dia.
Principais motivos da crise de 29
· Super produção mundial – Europa se reestruturou, e reduziu a compra dos EUA, que permaneceu com uma super produção, sem ter para quem vender.
· Preços despencaram (lei da oferta e da demanda).
· Os trabalhadores não eram consumidores (não tinham poder aquisitivo, pois eram mal remunerados, e o Estado não intervia em direitos sociais mínimos).
Efeitos da Crise de 1929 para o Brasil
Nesse cenário tinha muito café mas não tinha preço já que não havia mais demanda. Nesse momento o Estado volta a ter poder, uma vez que fez dividas internacionais para comprar café brasileiro e queimá-lo com objetivo de reduzir a oferta. O brasil então passou a focar no desenvolvimento de indústrias e não somente na produção de café.
Os grupos de trabalhadores passaram a se organizar coletivamente para lutarem por condições mínimas de dignidade no trabalho.
A Constituição de 1934 foi um marco histórico para o direito do trabalho, no contexto de Getúlio Vargas. Previu a instituição da justiça do trabalho, mas sem fazer parte do poder judiciário, veio como um órgão administrativo. Além disso, implementou direitos sociais como salário mínimo, jornada diária de 8 horas de trabalho, direito de férias, proibição do trabalho de menor de 14 anos, dentre outros. 
De 1930 até 1988 vigorou modelo sindical inspirado em Getúlio Vargas, tinha a presença da figura do sindicato mas estes eram fiscalizados pelo governo. Já vigora nas Convenções internacionais o princípio da liberdade sindical mas no Brasil era adotado o modelo de Getúlio Vargas.
Com o advento da Constituição de 1988, teve uma mudança e trouxe diversos direitos pertinentes ao princípio da autonomia sindical.
PRINCIPIOS DO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
Princípio da Liberdade Associativa Sindical
Segundo preceito Constitucional você nãopode ser obrigado a se associar, nem a se manter associado ou deixar de ser associado.
É vedado a empresa desestimular a adesão do funcionário ao sindicato e controlar as ações do sindicato.
Ao se associar o trabalhador paga uma taxa, que é a contribuição associativa, se você deixar de ser associado também deixa de pagar a taxa, o trabalhador paga em razão de se associar.
É diferente da contribuição sindical, esta antes da reforma era chamada de imposto sindical pois era obrigatória e tinha natureza tributária. A contribuição sindical era o desconto de 1 dia de trabalho feita n mês de março de cada ano. Depois da reforma deixou de obrigatória e passou a ser facultativa.
Não se pode confundir ser filiado ou não, com uma negociação coletiva ser aplicada a você. Ex: Se a pessoa trabalha com siderúrgica, os direitos e obrigações previstas na negociação coletiva são aplicáveis ao empregado independente de ser filiado ou não ao sindicato, dessa forma a aplicabilidade da negociação coletiva não é exclusiva aos filiados
Princípio da Autonomia Sindical
Princípio pós constituição de 1988. Este princípio não pode ser interpretado de forma absoluta, ele pode ser flexibilizado.
O Estado e as empresas tem que ser ausentes, ou seja, não podem interferir na autonomia do sindicato. Exceção: Quando a justiça do trabalho determina que uma empresa em greve deve ter 30% dos funcionários trabalhando. Isso é uma interferência na autonomia. Dessa forma se a atividade é essencial a justiça do trabalho pode determinar que um percentual de empregados permaneça trabalhando. Os 30% são a regra geral mas o percentual pode ser menor ou maior.
Aula 31/10/2019
Princípio da Normatização Coletiva
Quando se fala em normatização coletiva está tratando da negociação coletiva.
A negociação coletiva é gênero que comporta duas espécies a convenção coletiva de trabalho e o acordo coletivo de trabalho. A negociação depende da anuência das partes.
A convenção coletiva de trabalho é assinada pelo sindicato dos empregados, chamado de sindicato de classe com o sindicato dos empregadores chamado de sindicato patronal. Este documento prevê direitos e obrigações para todo empregado daquela categoria na sua base territorial. 
As grandes empresas podem fazer um acordo coletivo de trabalho (segunda espécie) que ela se reúne com o sindicato e faz normas coletivas para seus próprios funcionários. Aqui o documento vai prevê direitos e obrigações que vai valer para aqueles empregados da empresa que assinou o acordo e sua base territorial.
Só pode haver um sindicato para representar uma mesma categoria dentro de uma base territorial especifica. 
Quando há conflito entre 2 sindicatos, ou sindicato do empregado ou sindicato do empregador a competência é da justiça do trabalho. ART. 114 CR/88.
Estrutura de convenção coletiva do trabalho
· Assinada por dois sindicatos
· O prazo máximo da vigência da negociação coletiva é de até 2 anos
· A abrangência é definida na convenção de forma especifica
A negociação coletiva estabelece piso salarial próprio, o chamado de salário normativo. 
Um dos pontos mais diferenciados da convenção coletiva de trabalho é o adicional de hora extra, o adicional é de no mínimo 50% mas pode ser de valor maior se estiver previsto em negociação coletiva. Mas se não prevê na negociação e você vai na justiça buscar hora extra o juiz pode dar de 100%? Não, porque ele não pode dar algo que não foi pedido (princípio da adstrição).
Estrutura do acordo coletivo de trabalho
· Assinado por uma grande empresa e o sindicato dos empregados
· Prazo máximo de 2 anos
· Abrangência mais restrita, apenas para funcionários da empresa signatária
Se um trabalhador está em uma base territorial e é transferido para outra onde o piso salarial é menor, em regra prevalece o que diz a negociação coletiva.
Exemplos de mitigação: Se o sindicato foi omisso as partes podem continuar a tratativa para o acordo coletivo de trabalho, ou seja, é possível que o acordo coletivo seja feito entre a grande empresa e os seus empregados. O artigo 114§2º da CR/88 determina que se os sindicatos não cheguem a um acordo em relação a negociação coletiva, eles podem demandar na justiça do trabalho através do ajuizamento da ação de dissidio coletivo, e nessa ação eles transferem para a justiça do trabalho o poder de decidir como aquela negociação vai funcionar. Essa decisão da justiça do trabalho chama-se SENTENÇA NORMATIVA. O dissídio coletivo é de competência originária do TRT. Se a extensão da discussão for maior que a competência do TRT aí a competência originaria será do TST
Princípio da equivalência dos contratantes coletivos
No direito coletivo do trabalho as partes estão em equivalência, pois os sujeitos são sindicatos, portanto entre eles não há parte hipossuficiente.
Ultratividade: A negociação coletiva tem prazo máximo de 2 anos, se acabar o prazo de vigência pela ultratividade seria prorrogar os efeitos dela, mas pela letra da lei se acabar o prazo da vigência a negociação acabou. A sumula 277 do TST previa que acabando a negociação coletiva prorroga-se os efeitos até que outra seja assinada, essa sumula foi suspensa pela ADPF 323. Com a reforma trabalhista a ultratividade foi vedada.
Princípio da lealdade e transparência na negociação coletiva
Antes se a justiça do trabalho achasse que uma norma da negociação coletiva era injusta, ela poderia afastar a validade daquela clausula, mas com a reforma trabalhista o artigo 8º §3º da CLT, fala que a justiça do trabalho pode analisar exclusivamente os elementos de validade formal do negócio jurídico.
Princípio da Criatividade jurídica da negociação coletiva
 A negociação coletiva pode criar, mudar a natureza jurídica de uma parcela. Ex: a negociação coletiva dos bancários pode dizer que o vale alimentação mesmo que pago em dinheiro não terá natureza salarial.
Mas esse princípio não é absoluto. A PLR é instituída por acordo coletivo de trabalho. Portando clausula de negociação que determine que se o funcionário for demitido ou pedir demissão antes da data de verificar o lucro, perde o direito a PLR é invalida pode fere o princípio da isonomia e ele deve receber na forma proporcional já que contribuiu para o resultado positivo da empresa (SUMULA 451, TST)
Princípio da adequação setorial coletiva
O direito coletivo pode interferir no direito individual e mudar as regras do direito individual, mas somente em algumas situações:
· Para ampliar direitos
· Ela pode suprimir o direito mas para suprimir o direito tem que ser fruto de transação com clausula compensatória. Por exemplo: Pode reduzir o adicional noturno mas para fazer isso vai aumentar outro adicional, como o de periculosidade. A reforma trabalhista diz que a ausência da clausula compensatória quando esta suprimindo o direito não gera nulidade.
Aula 07/11/2019
IMPACTOS DA REFORMA TRABALHISTA NO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO
Direito de acesso à justiça
O artigo 8º §3º da CLT traz a seguinte redação: “No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho analisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o disposto no art. 104 da Lei no10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva.”
O juiz do trabalho só pode analisar requisitos de validade formal do negocio jurídico previsto no artigo 104 do código civil. Quais são os requisitos?
· Agente capaz
· Objeto licito, determinado ou determinável. O artigo 611 B da CLT traz um rol taxativo do que é objeto licito.
· Forma prescrita e não defesa em lei. (o art. 7º, inciso XXVI da CF/88, reconhece a validade das convenções e acordos coletivos de trabalho)
Negociação coletiva é fonte direta do direito do trabalho reconhecida constitucionalmente.
Existe uma tensão direta entre o artigo 7º, XXVI e o artigo 5º, XXXV da CR/88, muitos entendem ser uma possível violação do direito de acesso a justiça, isso porque o artigo 5º, XXXV fala sobre a inafastabilidade da prestaçãojurisdicional por lesão ou ameaça do direito, ou seja , a prestação jurisdicional é inafastável, portanto se o empregado sente que aquela negociação coletiva lesa ele de alguma forma ele tem direito constitucional de receber uma prestação jurisdicional, portanto não há como restringir um direito garantido pela CR/88.
Prazo de vigência de negociações coletivas e ultratividade 
Art. 614, §3º CLT “Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade.”
Portanto uma vez acabado o prazo de vigência da negociação coletiva cessa os direitos e obrigações nela previstos, até que uma nova negociação seja assinada.
Dispensa em massa
Foi alterado pela reforma trabalhista. Antes o entendimento jurisprudencial do TST era de que para dispensa em massa precisava de um acordo prévio com sindicato, esse acordo podia ser formalizado por acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho. Após a reforma trabalhista o artigo 477- A da CLT determina que “As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas equiparam-se para todos os fins, não havendo necessidade de autorização prévia de entidade sindical ou de celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua efetivação.”
Espécies de dispensa em massa
1. Dispensa plúrima: é a dispensa que não tem, por última finalidade, a redução definitiva de empregados, mas apenas a diminuição de um grupo de trabalhadores de certa seção ou departamento da empresa, baseados na qualificação profissional ou tempo de serviço, podendo manter a intenção de recontratar novos trabalhadores para substituir todos ou parte dos empregados demitidos.
2. Dispensa coletiva: Dispensa coletiva é a rescisão simultânea, por motivo único, de uma pluralidade de contratos de trabalho numa empresa, sem substituição dos empregados dispensados.
Plano de Demissão Voluntário (PDV)
É muito comum em empresa pública, na qual o funcionário celetista aposenta e continua trabalhando. A empresa paga um valor razoável para que o funcionário pare de trabalhar.
“Art. 477-B.  Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes. ”
Quitação anual de verbas no sindicato
A quitação pode ser sem ressalva, provocando a extinção de todo o contrato de trabalho, o que quer dizer que o empregado não pode ajuizar nova reclamação, mesmo que seja outros pedidos. Ou pode ser quitação com ressalva, aquela apenas pelo objeto dos pedidos, nesse caso no futuro o empregado pode ajuizar nova reclamação versando sobre outros pedidos.
“Art. 507-B.  É facultado a empregados e empregadores, na vigência ou não do contrato de emprego, firmar o termo de quitação anual de obrigações trabalhistas, perante o sindicato dos empregados da categoria.
Parágrafo único.  O termo discriminará as obrigações de dar e fazer cumpridas mensalmente e dele constará a quitação anual dada pelo empregado, com eficácia liberatória das parcelas nele especificadas.”
Qualquer ato com intuito de fraudar um direito celetista será nulo de pleno direito.
Prevalência de ACT sobre CCT
Art. 620.  As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho SEMPRE PREVALECERÃO sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho.    
Supralegalidade da negociação coletiva
Art. 611-A.  A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;                  
II - banco de horas anual; 
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas superiores a seis horas;
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de novembro de 2015;      
V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança;                  
VI - regulamento empresarial;
VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho; 
VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;  
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e remuneração por desempenho individual;                    
X - modalidade de registro de jornada de trabalho;                       
XI - troca do dia de feriado;  
XII - enquadramento do grau de insalubridade;  
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades competentes do Ministério do Trabalho;                   
XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em programas de incentivo;                      
XV - participação nos lucros ou resultados da empresa.  
§ 1o  No exame da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho observará o disposto no § 3o do art. 8o desta Consolidação.  
§ 2o  A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio jurídico.   (assim para suprimir um direito não é necessária a chamada clausula compensatória).                  
§ 3o  Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante o prazo de vigência do instrumento coletivo.
§ 4o  Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do indébito.    
§ 5o  Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses instrumentos.
O rol desse artigo é exemplificativo. Tem prevalência sobre lei infraconstitucional
Rol de objetos ilícitos p/ negociação coletiva
Art. 611-B.  Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos:     
I - normas de identificação profissional, inclusive as anotações na Carteira de Trabalho e Previdência Social;                 
II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;      
III - valor dos depósitos mensais e da indenização rescisória do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);              
IV - salário mínimo;
V - valor nominal do décimo terceiro salário; 
VI - remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
VII - proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;
VIII - salário-família;        
IX - repouso semanal remunerado;                      
X - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% (cinquenta por cento) à do normal;                      
XI - número de dias de férias devidas ao empregado; 
XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;                  
XIII - licença-maternidade com a duração mínima de cento e vinte dias;  
XIV - licença-paternidade nos termos fixados em lei;                      
XV - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei;                  
XVI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos termos da lei;
XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho;  
XVIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas;
XIX - aposentadoria;                    
XX - seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador;XXI - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho, com prazo prescricional de cinco anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos após a extinção do contrato de trabalho; 
XXII - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador com deficiência;
XXIII - proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de dezoito anos e de qualquer trabalho a menores de dezesseis anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de quatorze anos;
XXIV - medidas de proteção legal de crianças e adolescentes;                       
XXV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e o trabalhador avulso;                      
XXVI - liberdade de associação profissional ou sindical do trabalhador, inclusive o direito de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial estabelecidos em convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho;                          
XXVII - direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender;                   
XXVIII - definição legal sobre os serviços ou atividades essenciais e disposições legais sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade em caso de greve;  
XXIX - tributos e outros créditos de terceiros; 
XXX - as disposições previstas nos arts. 373-A, 390, 392, 392-A, 394, 394-A, 395, 396 e 400 desta Consolidação.    
Parágrafo único.  Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste artigo.  
Contribuição sindical
Para ser devido o desconto salarial para contribuição sindical, que trata-se do desconto referente a um dia de trabalho no ano e é realizado no mês de março, tem que haver prévia expressa autorização do empregado. Houve uma MP para mudar isso mas ela foi derrubada.
Art. 545.  Os empregadores ficam obrigados a descontar da folha de pagamento dos seus empregados, desde que por eles devidamente autorizados, as contribuições devidas ao sindicato, quando por este notificados. 
Art. 578.  As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente autorizadas.
Art. 579.  O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591 desta Consolidação.
Aula 14/11/2019
LEI DE GREVE LEI 7.783/89
Greve é o grito de socorro do trabalhador, para a sociedade civil ouvir.
Conceito
Considera-se legítimo exercício do direito de greve a suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de serviços a empregador. ATENÇÃO PARA PEGADINHAS NA PROVA EM RELAÇÃO A ESSE CONCEITO
Se todos de fato realmente parassem se tornaria cãos social.
O art. 9º da CR/88 tem garantido o direito de greve.
É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º - A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
§ 2º - Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
A greve é uma suspensão coletiva feita em uma assembleia geral, e é convocada pelo sindicato, que terá no seu estatuto determinação de quórum, forma de convocação e quórum para aprovar o início de uma greve e o sindicato vai convocar uma assembleia geral e os trabalhadores vão votar se vão aderir a greve ou não e quais questões eles vão reivindicar. A greve é temporária, ou seja, uma vez atendidas as reivindicações cessa a greve. Durante a greve o contrato de trabalho fica suspenso, ou seja, não tem serviço e nem salário. É comum assembleia durante o período de greve para decidir de para ou se continua com a greve.
Lei 7.783/89, art. 4º Caberá à entidade sindical correspondente convocar, na forma do seu estatuto, assembleia geral que definirá as reivindicações da categoria e deliberará sobre a paralisação coletiva da prestação de serviços.
§ 1º O estatuto da entidade sindical deverá prever as formalidades de convocação e o quorum para a deliberação, tanto da deflagração quanto da cessação da greve.
§ 2º Na falta de entidade sindical, a assembleia geral dos trabalhadores interessados deliberará para os fins previstos no "caput", constituindo comissão de negociação.
A greve tem que ser pacifica, se for violenta será considerada abusiva. Se for possível individualizar a conduta abusiva somente aquela pessoa ou grupo sofrerá a pena por abuso de greve.
Aquele que participou de forma abusiva não vai ter nenhum benefício em relação a greve.
A greve pode ser total ou parcial, total se 100% aderiu a greve e parcial quando somente algumas pessoas aderem. Quando a justiça coloca que algumas atividades são essenciais, ou seja, não podem ter paralisação de 100%, significa que aquele atividade essencial só pode fazer greve parcial. 
A greve é uma suspensão coletiva da prestação pessoal dos serviços ao empregador. Paralisação dos caminhoneiros NÃO É GREVE, pois são trabalhadores autônomos.
De quem é a competência para declarar abusividade da greve?
Súmula 189 do TST: A Justiça do Trabalho é competente para declarar a abusividade, ou não, da greve.
GREVE ABUSIVA
OJ SDC - TST
11. GREVE. IMPRESCINDIBILIDADE DE TENTATIVA DIRETA E PACÍFICA DA SOLUÇÃO DO CONFLITO. ETAPA NEGOCIAL PRÉVIA.  (inserida em 27.03.1998)
É abusiva a greve levada a efeito sem que as partes hajam tentado, direta e pacificamente, solucionar o conflito que lhe constitui o objeto.
10. GREVE ABUSIVA NÃO GERA EFEITOS.  (inserida em 27.03.1998)
É incompatível com a declaração de abusividade de movimento grevista o estabelecimento de quaisquer vantagens ou garantias a seus partícipes, que assumiram os riscos inerentes à utilização do instrumento de pressão máximo.
38. GREVE. SERVIÇOS ESSENCIAIS. GARANTIA DAS NECESSIDADES INADIÁVEIS DA POPULAÇÃO USUÁRIA. FATOR DETERMINANTE DA QUALIFICAÇÃO JURÍDICA DO MOVIMENTO.  (inserida em 07.12.1998)
É abusiva a greve que se realiza em setores que a lei define como sendo essenciais à comunidade, se não é assegurado o atendimento básico das necessidades inadiáveis dos usuários do serviço, na forma prevista na Lei nº  7.783/89.
Súmula 316 STF: A simples adesão à greve não constitui falta grave.
Pelo artigo 7º parágrafo único da lei 7783/89 “É vedada a rescisão de contrato de trabalho durante a greve, bem como a contratação de trabalhadores substitutos, exceto na ocorrência das hipóteses previstas nos arts. 9º e 14.”
Durante a greve o contrato fica suspenso mas é comum que no acordo para acabar com a greve, a empresa aceita pagar os dias parados.
PRAZO PARA COMUNICAÇÃO DA GREVE
48 horas de antecedência para atividades não essenciais (art. 3º)
72 horas de antecedência para atividades essenciais (art.13º)
Se descumprir esses prazos a consequência é considerar a greve ABUSIVA.
ATIVIDADES ESSENCIAIS (ART. 10)
I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis;
II - assistência médica e hospitalar;
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
IV - funerários;
V - transporte coletivo;
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo;
VII - telecomunicações;
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares;
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais;
X - controle de tráfego aéreo e navegação aérea;
XI compensação bancária.
Tem que manter30 % das atividades essenciais ???
Não, o percentual depende da negociação coletiva ou de decisão judicial.
DIREITO DOS GREVISTAS (ART. 6º)
1 - O emprego de meios pacíficos para persuadir ou aliciar trabalhadores para aderirem ao movimento grevista.
· Persuadir- Induzir ou convencer alguém a efetuar ou colocar algo em prática.
· Aliciar- Estimular pessoa ou conjunto de pessoas, a fazer algo.
2- Arrecadação de fundos e livre divulgação do movimento (empresa não pode constranger para dificultar divulgação ou arrecadação). O empregado pode levar o cartaz da greve para a empresa.
HIPÓTESES DE ABUSO DO DIREITO DE GREVE
1- Qualquer descumprimento da lei 7.783/89.
2- Manutenção da greve, após:
· Acordo.
· Convenção.
· Decisão da Justiça do Trabalho. Se a justiça determinar que tem que acabar, a greve tem que parar sob pena de multa
QUANDO PODE MANTER A GREVE
Pode manter a greve mesmo após acordo, convenção ou decisão judicial se for para exigir cumprimento de cláusula ou condição, ou pela superveniência de fatos novos.
LOCKOUT
É a greve do patrão, paralisação das atividades do empregador para frustrar ou dificultar o atendimento das reivindicações dos empregados.
É PROIBIDA NO BRASIL ART. 722, 3º CLT
Caso ocorra sera considerada interrupção do contrato de trabalho ou seja, não teve prestação de serviço, mas vão receber salário.
POSSO CONTRATAR TRABALHADORES P/ SUBSTITUIR OS GREVISTAS?
Em regra não.
Mas comporta exceções: 
1-manter serviços que os grevistas não colocaram pessoal para impedir prejuízos irreparáveis, ou deterioração de bens essenciais da empresa.
Por exemplo, se é uma colheita de arroz que não pode esperar para acontecer pois pode estragar, o empregador pode contratar substitutos
2- Casos de abuso do direito de greve.

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