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Portfólio 4 semestre Violência Cidadania e Direitos humanos

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SUMÁRIO
11 INTRODUÇÃO
12 DESENVOLVIMENTO
13 CONCLUSÃO
1REFERÊNCIAS
1
1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho apresenta, de uma forma objetiva e panorâmica, a relevância de refletirmos sobre a questão da cidadania, direitos humanos e violência na esfera nacional. 
Para tanto, propomos uma breve apresentação do contexto histórico dos Direitos Humanos no mundo e no Brasil e uma análise sobre os Direitos Humanos na atualidade.
Hobbes propugnava pela paz e pela segurança, a ideia de um direito natural onde reside a justiça, igualdade e respeito para que os homens cumpram os pactos celebrados, cujo meio é a observância do “contrato social”, o que significa a obediência as leis e aos instrumentos internacionais de Direitos Humanos.
Direitos humanos são os direitos e liberdades básicas de todos os seres humanos, para que qualquer um, possa viver com dignidade, se desenvolver integralmente como pessoa e participar plenamente da vida, independente de sexo, raça, religião, opiniões políticas, condições socioeconômicas e orientação sexual. 
A Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas afirma que todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos, dotados de razão e de consciência, e devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.
A ONU adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos com o objetivo de evitar guerras, promover a paz mundial e de fortalecer os direitos humanitários.
O presente trabalho tem como objetivo, explanar os conflitos, que o Brasil na atualidade está passando em relação à violência e como os direitos humanos estão sendo negados às minorias no Brasil, relatando ideias de filósofos em relação à ciência política, antropologia, sociologia crítica, enfatizando pontos importantes e históricos sobre o assunto discutido.
Será abordado, às dificuldades que as mulheres negras e pobres enfrentam para terem seus direitos básicos respeitados e qual a relação da violência com as desigualdades sociais no Brasil.
Os trabalhos sobre este tipo de violência, que penetram nas raízes históricas e nas questões de gênero pertencem à Sociologia e Antropologia do Gênero, as quais abrangem.
2 DESENVOLVIMENTO
A partir da investigação para produção deste trabalho foi possível analisar que existe várias formas de violência contra a mulher. Dentro dessas situações violentas estão: a violência doméstica, violência familiar, violência conjugal, assedio sexual, podendo se manifestar como violência física, moral e psicológica, etc.
A sociedade violenta que vivemos, reflete uma problemática a qual as desigualdades, criminalidade, assédio moral e sexual, abuso físico ou psíquico, pressão social pela imagem perfeita, falta de ética e moral, imediatismo estão presentes e fazem parte do dia a dia. Ainda, a intensa utilização do uso das tecnologias, especialmente a internet, e a grande utilização de celulares e redes sociais têm contribuído para disseminar o ciberbullying, aliciamento online, pedofilia online, a homofobia, entre outros.
 As violências sofridas pelas pessoas na época da escravidão, com a perda de liberdade, desrespeito à sua integridade física e a perda da própria vida foram nitidamente um desrespeito aos direitos humanos.
 Os Direitos Humanos são universais no sentido de que aquilo que é considerado 
um direito humano no Brasil também deverá sê-lo como mesmo nível de 
exigência, de responsabilidade e de garantia em qualquer país do mundo, 
porque eles não se referem a um membro de uma sociedade política; a um 
membro de um Estado; eles se referem à pessoa humana na sua universalidade. 
Por isso são chamados de direitos naturais, porque dizem respeito à dignidade da natureza humana. São naturais, também, porque existem antes de qualquer lei, e não precisam estar especificados numa lei, para serem exigidos, reconhecidos, protegidos e promovidos. (BENEVIDES, 2009, p. 5) 
A evolução dos direitos humanos no Brasil deu-se através das diversas constituições brasileiras. Na constituição de 1824 os direitos civis e políticos eram garantidos, ainda que o imperador obtivesse o poder em suas mãos. 
Como realça Norberto Bobbio ,os direitos humanos não nascem todos de uma vez e nem de uma vez por todas.
Para Hannah Arendt ,os direitos humanos não são um dado,mas um construido, uma invenção humana em constante processo de contrução e reconstrução. 
 As violações dos direitos humanos têm grande relação com a questão da impunidade. Para remediar essa situação, o governo brasileiro aprovou uma emenda constitucional n. 45 de 2004, que federaliza os crimes contra os Direitos Humanos. Permite que determinadas violações sejam transferidas dos Estados para o sistema federal de justiça.
Violações contra crianças e adolescentes lideram a lista de denúncias, seguidas por contra idosos e pessoas com deficiência.
Os dados foram divulgados pela Ouvidoria Nacional do Ministério dos Direitos Humanos.
Em 2017, foram feitas 84.049 denúncias de violações contra crianças e adolescentes - 10% a mais do que o registrado em 2016. Muitas denúncias envolvem mais de um tipo de violação e mais de uma vítima. Foram contabilizadas 130.224 crianças e adolescentes vítimas de violações em 2017 e 166.356 casos de violações.
O tipo de violação mais reportada foi negligência, com 61.416 casos, seguida de violência psicológica, com 39.561, e violência sexual, com 20.330 casos. Os dados de 2017 também revelam um aumento de 29,64% no número de denúncias de violações contra pessoas com deficiência. Também cresceu 20% o número de denúncias de violações contra pessoas em restrição de liberdade, que totalizou 4.655 em 2017, frente 3.861 em 2016.
 A violência contra as minorias no Brasil, a questão do negro por exemplo, é desenvolvida a partir de uma revisão histórica em nosso país ao realçar a presença de violências diretas e indiretas contra ele e a necessidade de políticas públicas de inclusão das minorias “sob o risco de se tornar insustentável a convivência”.
Olhando para a sociedade brasileira é possível visualizar a existência de diversas desigualdades, dentre elas encontra-se as relações de gênero, bem visíveis numa sociedade capitalista onde as relações são marcadas pelo modo de produção do sistema neoliberal, que produz e distribui riqueza, e ao mesmo tempo gera a desigualdade e exclusão, onde a mulher é a mais afetada. Essa realidade não envolve apenas questões econômicas, vai além, é permeado por relações culturais e sociais.
As mulheres negras são a parcela mais pobre da sociedade brasileira. No mercado de trabalho elas possuem as condições de trabalho mais precárias, tem os menores rendimentos e as mais altas taxas desemprego. Em grande maioria ocupam cargos inferiores, subalternos, desvalorizados, com baixos salários, devido à pouca qualificação profissional por falta de oportunidades, têm maior dificuldade de completar a escolarização, além de possuir chances ínfimas de chegar a cargos de direção e chefia que refletem a baixa qualidade de vida social.
Em uma formulação muito breve, pode-se afirmar que a interpretação do Brasil apresentada por Florestan Fernandes revela a formação, os desenvolvimentos, as lutas e as perspectivas do povo brasileiro. Um povo formado por populações indígenas, conquistadores portugueses, africanos trazidos como escravos, imigrantes europeus, árabes e asiáticos incorporados como trabalhadores livres. Mas essa é uma história baseada no escambo e na escravidão, no colonialismo e no imperialismo, na urbanização e na industrialização, por meio da qual se dá, inicialmente, a formação da sociedade de castas e, posteriormente, da sociedade de classes. Uma história atravessada por lutas sociais da maior importância, desde as revoltas de comunidades indígenas contra os colonizadores até as lutas contra o regime de trabalho escravo. História essa que, no século XX, se desenvolve com as lutas de trabalhadores do campo e da cidade, pela conquista de direitos sociais ou pela transformaçãodas estruturas sociais.
A condição de extrema pobreza, é um dos fatores que evidenciam a desigualdade social e expõem a população jovem à violência, que atinge 12,2% dos 34 milhões de jovens brasileiros, membros de famílias com renda per capita de até ¼ do salário mínimo, afirma a pesquisa.
No total, são 4,2 milhões de jovens extremamente pobres. Destes, 67% não concluíram o ensino fundamental e 30,2% não trabalham e não estudam. O estudo também revela que os jovens afrodescendentes são os mais excluídos, já que 73% dos jovens analfabetos são negros e 71% dos extremamente pobres que não trabalham e não estudam são afrodescendentes.
Apesar de ser um agravante das situações de violência, os números divulgados pela pesquisa mostram que a pobreza não é preponderante para o comportamento violento, mas sim a desigualdade social.
O pensamento dialético também pode ser visto de modo original, desde os desafios abertos pelo presente e pelo passado da sociedade brasileira e latino-americana. Mas o seu conteúdo essencialmente crítico ressoa bem mais perto, congruente, consistente. Enquanto a sociologia é levada ao ponto de vista crítico, ainda que moderadamente, devido à força da questão social, o marxismo se coloca, desde o princípio, no horizonte dessa questão. As disparidades, desigualdades e contradições colocam-se, desde o começo, como momentos nucleares das relações, processos e estruturas de dominação política e apropriação econômica que produzem e reproduzem a sociabilidade burguesa.
De que tipo de violência falamos quando falamos em violência?
Da violência das paixões? Da violência que acontece na família
– contra a mulher, a criança, o idoso, o portador de
“necessidades especiais”, aquele que tem uma orientação
sexual diferente? Da violência do desemprego, da fome, da
falta de acesso e de oportunidades, da falta de justiça? Da
violência das instituições? Da violência da escola, das prisões,
da polícia? Da violência da corrupção? Da violência do
preconceito, do racismo, da discriminação – dos crimes do
ódio, entre tribos, entre aqueles que se juntam e consideram o
Outro como um inimigo a ser aniquilado? Da violência da
criminalidade? (SCHILLING, 2007, p. 3).
A sociedade é vítima de todos os tipos de violência, em todos os aspectos, e a autora relata acima, que há vários sujeitos sofrendo de maneira diferente, através da violência psicológica, física, emocional e simbólica. 
 Para o fortalecimento do Estado Democrático de Direito, é necessário a construção de políticas públicas nas áreas de educação, da justiça e da segurança, visualizando os direitos humanos, integrando de uma forma intersetorial e transversal as outras demais políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida e da promoção de igualdade.
Os Direitos Humanos são naturais e universais, pois estão profundamente ligados à essência do ser humano, independentemente de qualquer ato normativo e valem para todos.
Conforme discutem Carvalho e Iamamoto (2006, p.126)
 O Serviço Social é requisitado pelas complexas estrutura do Estado e das empresas, de modo a promover o controle e a reprodução (material e ideológica) das classes subalternas, em um momento histórico em que os conflitos entre as classes sociais se intensificam, gerando diversos ‘problemas sociais que tendem a pôr a ordem capitalista em xeque.
O serviço teve um importante momento, o Movimento de Reconceituação é partir desse momento que surge uma outra visão acerca da prática profissional, voltada a uma análise crítica da realidade social, buscando assim um melhor desempenho no agir profissional ao atender as demandas da questão social, pautado em bases teórico-metodológicas que buscam superar as práticas tradicionais do Serviço Social.
Vale ressaltar que nos meados de 1930, o Serviço Social, funcionava como uma caridade para pessoas em vulnerabilidade social, inspiradas pela doutrina social da igreja católica.
Nos anos de 1964, com a ditadura militar, as pessoas que eram contra as propostas do governo sofriam violência física e moral, eram agredidas, perseguidas e até mortas, gerando conflitos sociais. A partir desse momento que o Serviço Social surge com novas ideias e reconceituação sendo um precursor de medidas paliativas, caritativas e assistencialistas, agindo como um profissional crítico da realidade social, reproduzindo um sentido de ordem na autocracia burguesa, agiam como mantedores da ordem e controle da sociedade.
De acordo com Netto (2005, p. 118)
Tudo indica que este componente atendia a duas necessidades distintas: a 
de preservar os traços subalternos do exercício profissional, de forma a continuar contando com um firme estrato de executores de políticas sociais localizadas bastante dócil e, ao mesmo tempo, de contrarrestar projeções profissionais potencialmente conflituosas com os meios e os objetivos que estavam alocados as estruturas organizacional -institucionais em que se inseriram tradicionalmente os assistentes sociais. 
O Movimento de Reconceituação segundo Iamamoto (2010 p.205) “é dominado pela contestação ao tradicionalismo profissional, implicou um questionamento global da profissão: de seus fundamentos ídeo-teóricos, de suas raízes sociopolíticas, da direção social da prática profissional e de seu modus operandi”, é um processo que busca dar ao Serviço Social uma prática mais eficaz, que busque caminhos em novos fundamentos teórico-metodológico.
O Assistente Social é chamado para consolidar a cidadania, levando para o indivíduo o reconhecimento dos seus direitos humanos fundamentais.
3 CONCLUSÃO
A violação dos direitos humanos e a violência no Brasil, portanto, nos faz repensar na sociedade, que não é tão fácil assim erradicar a ocorrência desses fatores, mas é preciso construir uma sociedade livre, justa e solidária garantindo o desenvolvimento nacional, acabando de vez com a miséria e a marginalização, procurando reduzir as desigualdades sociais, os preconceitos e quaisquer outras formas de discriminação, enfim buscar promover o bem de todos!
É importante ressaltar que nesse âmbito deve-se pensar na importância da formação docente nas escolas e a integração da família nesse ambiente, incluindo todos os profissionais responsáveis direta ou indiretamente pelo bem estar social até mesmo para lidar com o fenômeno das violências.
 Acreditamos que a educação é um grande mecanismo de transformação social, política e cultural que se constitui em instrumento indispensável para que tenhamos essas desigualdades superadas e os direitos humanos respeitados.
Outra causa que deve ser trabalhada e investigada em busca de um extermínio é a questão da corrupção nas entidades de segurança pública, pois deve haver investigação em sua totalidade não somente em alguns casos.
Infelizmente o nosso país tem caminhado contrariamente aos princípios que regem a segurança pública e que atingem os direitos humanos, como exemplo podemos citar:
· Crianças e adolescentes sem acesso à educação
· Maior parte da população não tem o mínimo de segurança
· Pessoas sem moradia decente e saúde digna
· Falta de acesso ao trabalho digno com carteira assinada
· Precariedade dos serviços públicos.
 Os direitos humanos e a cidadania existem para consolidar as bases humanas da sociedade e, portanto, para enfrentar todas as formas de desrespeito, preconceito e violência aos sujeitos detentores desses direitos.
O conceito de direitos humanos é uma ideia unificadora, pois é algo que de certa forma acaba tornando cada pessoa importante independentemente de onde vivemos e a que país pertencemos. O que falta na verdade é o cumprimento desses direitos a todos de forma igualitária.
REFERÊNCIAS
http://investidura.com.br/biblioteca-juridica/artigos/filosofia-do-direito/1559-direitos-humanos-e-justica-penal-no-pensamento-de-thomas-hobbes
http://memoria.ebc.com.br/agenciabrasil/noticia/2004-07-13/desigualdade-social-e-grande-causa-da-violencia-entre-jovens-afirma-pesquisa-do-ipea
http://www.anpocs.org.br/portal/publicacoes/rbcs_00_30/rbcs30_06.htm
http://www.cressmg.org.br/arquivos/simposio/direitos%20humanos%20e%20cidadania%20um%20desafio%20ao%20servi%c3%87o%20social%20contempor%c3%82neo.pdfhttps://jus.com.br/artigos/62052/direitos-humanos-e-cidadania
https://noticias.r7.com/brasil/brasil-tem-mais-de-140-mil-denuncias-contra-direitos-humanos-28042018
Sistema de Ensino Presencial Conectado
curso superior serviço social iii semestre
VIOLÊNCIA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS
VIOLÊNCIA, CIDADANIA E DIREITOS HUMANOS.
Trabalho do curso de Serviço Social, apresentado à Universidade Pitágoras Unopar, como requisito parcial para a obtenção de média bimestral na disciplina de Antropologia, Sociologia Crítica, Ciência Política, Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos II, Seminários da Prática IV.
Professores: Elias Barreiros, Altair Ferraz Neto, Mariana de Oliveira Lopes Vieira, Rosane Ap. Belieiro Malvezzi, Patrícia Campos.
Tutora de sala: 
Tutor Eletronico: Monira Janani Ghadban Sassine

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