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AV1 CONSTITUCIONAL

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DISCIPLINA: DIREITO CONSTITUCIONAL AVANÇADO
ALUNA: CAMILA DIAS BARROS SALOMÃO
MATRÍCULA: 201603229299
PROFESSOR: RAFAEL SIQUEIRA
RESENHA CRÍTICA AV1
O Governador do Estado X ajuizou Representação de Inconstitucionalidade (ADIN Estadual) perante o Tribunal de Justiça local, apontando a violação, pela Lei Municipal nº 1.234, de dispositivos da Constituição do Estado, que se apresentam como normas de reprodução obrigatória, ou seja, também em desconformidade com a Constituição Federal. Considerando o exposto, responda aos itens a seguir, conforme suas palavras, artigos, doutrina e jurisprudência. (total 5 pontos)
a) Quando o TJ julga uma ADI contra lei estadual ou municipal, ele poderá declará-la inconstitucional sob o argumento de que viola um dispositivo da Constituição Federal? (2,5 pontos)
Resposta: Em regra não, pois uma ADI proposta perante o TJ é perante o parâmetro da Constituição Estadual e não a Federal. Deste modo, o Tribunal de Justiça deverá analisar se a lei ou ato normativo viola ou não a Constituição Estadual. 
Porém, o caso do enunciado acima, trata-se de uma desconformidade numa norma de reprodução obrigatória, que é uma exceção a regra. Uma norma de reprodução obrigatória são dispositivos da Constituição Federal de 1988 que, como o próprio nome indica, devem ser repetidos nas Constituições Estaduais. O STF editou uma tese para essa questão: “Tribunais de Justiça podem exercer controle abstrato de constitucionalidade de leis municipais utilizando como parâmetro normas da Constituição Federal, desde que se trate de normas de reprodução obrigatória pelos estados.” STF. RE 650898-RS, Plenário. Rel. originário Min. Marco Aurélio, Rel. para acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 01/02/2017 (repercussão geral).
b) Diferencie Mandado de Injunção e Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão, quanto à natureza jurídica, cabimento, legitimidade ativa e o interesse de agir. (2,5 pontos)
Resposta: A Constituição Federal de 1988 criou dois institutos para a garantia da eficácia dos preceitos constitucionais, quais sejam, a ação de inconstitucionalidade por omissão e o mandado de injunção. Mesmo que ambos se dirijam à falta de regulamentação de normas constitucionais, são dois mecanismos diferentes, com procedimentos e efeitos próprios.
Em primeiro lugar, no caso da competência privativa, no controle de constitucionalidade por omissão será do Supremo Tribunal Federal (artigo 102, I, a, CF). Já no caso do mandado de injunção, a competência não é mais exclusiva do Supremo Tribunal Federal, mas esta a exerce sob a forma de competência originária (art. 102, q, CF), ou sob a forma de competência derivada em recurso ordinário (art. 102, II, a, CF). Também existe a competência dos Tribunais da Justiça Estadual (artigo 125, § 1º, CF).
A ADO é cabível contra qualquer omissão inconstitucional, enquanto o mandado de injunção possui cabimento mais restrito, somente nas omissões contidas no artigo 5º, LXXI, da Constituição Federal (“conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta da norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”).
A ADO é uma forma de controle concentrado enquanto o mandado de injunção é controle difuso. Quanto à legitimidade ativa são legitimados para proporem ação direta de inconstitucionalidade por omissão todos aqueles elencados no artigo 103 da Constituição Federal e no mandado de injunção qualquer pessoa poderá ser titular da ação. A ADO possui efeito erga omnes, enquanto que o mandado de injunção possui efeito inter partes.=-

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