Buscar

A Arte da Palavra na Literatura

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 22 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Literatura é a arte da palavra. É a técnica de usar as palavras com criatividade e 
originalidade. Na literatura, as palavras podem não ter o mesmo valor das palavras 
que utilizamos na vida diária. Em nosso cotidiano, as palavras têm um valor 
utilitário, ao passo que, se usadas no texto literário, adquirem valor artístico, 
podendo criar um mundo poético ou ficcional, por meio da maneira como são 
usadas. O artista da palavra pode nos retratar uma realidade objetiva ou, 
simplesmente, criar um mundo subjetivo, interpretando a realidade a seu modo. 
A literatura se reveste de grande importância porque é a expressão do ser humano 
e da vida, e porque retrata épocas, costumes e idéias. 
 
A linguagem literária é conotativa, utiliza figuras (palavras de sentido figurado), em 
que as palavras adquirem sentidos mais amplos do que geralmente possuem. 
A linguagem não-literária é objetiva, denotativa, preocupa-se em transmitir o 
conteúdo, utiliza a palavra em seu sentido próprio, utilitário, sem preocupação 
artística. 
 
 
 
Denotação: Temos denotação quando a palavra é empregada no seu sentido 
real, comum, literal. É usada na linguagem científica, informativa, sem 
preocupação literária. 
Conotação: Temos conotação quando a palavra assume um sentido fora do 
costumeiro, um sentido figurado, poético. A conotação é muito usada na 
linguagem literária. 
CURSOS DE MERGULHO (denotação) 
MERGULHAR NA HISTÓRIA (conotação) 
 
As figuras de linguagem são estratégias de efeito e recursos usados na fala e na 
escrita, para dar à comunicação força, colorido, ênfase, beleza. São divididas em 
três partes: 
 SEMÂNTICO (sentido) 
 SINTÁTICO (disposição de palavras) 
 FONÉTICA (som) 
SEMÂNTICO 
 COMPARAÇÃO / SÍMILE (de similar) 
Na comparação há sempre dois seres, objetos ou idéias expressos, ligados por 
uma palavra comparativa (como, tal, qual, etc.) que estabelece uma relação de 
semelhança entre os dois termos comparados. 
"Literatura é COMO música para os meus ouvidos" 
 
Na metáfora existe sempre uma comparação implícita e mental ou um elemento 
comum entre os dois termos comparados. Faz-se relações entre um elemento e 
outro, mas não no campo real e sim no figurado. 
"Literatura é música para os meus ouvidos" 
 ANTÍTESE 
É uma figura de linguagem que consiste no uso de palavras ou idéias de sentido 
contrário (mas, possíveis) 
"Eu sou de humanas, você é de exatas" 
 PARADOXO / OXÍMORO 
Mistura conceitos opostos em um mesmo enunciado. 
"É ferida que DÓI e NÃO SE SENTE" ou "Já estou CHEIO de me sentir 
VAZIO" 
 
A prosopopéia ou personificação se dá quando atribuímos a animais ou seres 
inanimados ações e sentimentos próprios do ser humano. 
"Teu OLHAR não me DIZ exato quem tu és, mesmo assim eu te devoro". 
 HIPÉRBOLE 
É a figura de linguagem que consiste em aumentar exageradamente a verdade. É 
um exagero com a finalidade de destacar uma idéia, chamar a atenção ou dar um 
toque humorístico no texto ou na fala. 
"Nossa, mas meu cérebro vai explodir antes de eu aprender tudo isso" 
 SINESTESIA 
Figura que combina sensações diferentes. Usa expressões que misturam os 
sentidos como audição, visão, tato, olfato e paladar. 
"VOZES veladas VELUDOZAS vozes" 
 
É o emprego de uma palavra por outra, baseando-se numa relação constante 
entre as duas. Uso de uma parte pelo seu todo. 
 
"Vou COMER um PRATO de arroz" / "Vou LER José de Alencar" 
 IRONIA 
É a figura de linguagem que consiste em dizer o contrário do que pensamos, 
geralmente num tom de zombaria. A ironia depende do contexto, da expressão, 
dos gestos, da voz. 
“Cada vez que interrompe o colega, sem pedir licença, percebo o quanto é 
educado.” 
 GRADAÇÃO / CLÍMAX 
Uso de uma sequência de palavras de maneira gradual (por graus), que vai 
aumentando ou diminuindo dentro do mesmo sentido. 
(...) "Ficou menor, um grão, um cisco, um quase nada." 
 APÓSTROFE 
Invocar alguém ou algo para intervir. 
"Meu senhor, me ajude a aprender isso." 
FONÉTICO 
 ALITERAÇÃO 
É a repetição intencional de várias fonemas consonantais para produzir os efeitos 
desejados. 
"O Rato Roeu a Roupa do Rei de Roma" 
 ASSONÂNCIA 
É a repetição intencional de várias fonemas com vogais para produzir os efeitos 
desejados. 
 
"Pólo SUl, meU azUl, lUz do sentimento nU. (...)" 
 
É um recurso de linguagem que consiste em imitar sons e ruídos dos seres por 
meio de palavras.É um recurso de linguagem que consiste em imitar sons e ruídos 
dos seres por meio de palavras. 
VRUM! / TCHI-BUM! / TIC TAC 
 RIMA (na poesia) / HOMEOTELEUTO (na prosa) 
Palavras com Identidade de som (fonética) semelhantes nas terminações. 
"Deus AJUDA, quem cedo MADRUGA." 
SINTÁTICO 
 POLISSÍNDETO 
Repetição de conectivos entre palavras. 
(...) "E me aperta pra eu quase sufocar. E me beija com a boca de hortelã” . 
 
 ASSÍNDETO 
Ausência de conectivos entre palavras. 
(...) "Vou mendigar, roubar, matar." 
 ELIPSE 
Acontece quando alguma palavra ou expressão é omitida de uma frase, fica 
subentendida, sem deixar perder o sentido da oração. 
"Nesta apostila, figuras de linguagem e escolas literárias" (ausência do HÁ, 
mesmo assim a frase foi compreendida). 
 PLEONASMO 
 
Uso de palavras que, quando juntas, ficam redundantes; repetição da mesma ideia 
podendo ser com o sentido de ênfase (no literário) ou vicioso. 
"Rir meu riso" (ênfase) / "Vou descer pra baixo" (vicioso) 
 HIPÉRBATO 
Inversão da ordem natural de palavras em uma oração (uma ordem diferente da 
que estamos acostumadas com SUJEITO, VERBO e OBJETO), para um efeito de 
estilo. 
"Figuras de linguagem nós ensinamos" (e não "nós ensinamos figuras de 
linguagem"). 
 ANÁFORA 
Repetição de uma ou mais palavras no início de frases. 
"QUANDO TUDO ESTÁ PERDIDO, sempre existe um caminho. QUANDO 
TUDO ESTÁ PERDIDO, sempre existe uma luz" 
 
 
Você tem um objetivo? A linguagem literária também tem! Por isso, vamos falar 
agora das Funções de Linguagem. 
Primeiro, vamos lembrar que a comunicação funciona quando sai de um 
EMISSOR, em forma de MENSAGEM, em um determinado CÓDIGO, 
chegando em um RECEPTOR através de um canal. Esse sistema possui 6 
funções. 
 FUNÇÃO EMOTIVA/EXPRESSIVA 
Emoção e subjetividade. Diz respeito ao EMISSOR, uma vez que mostra a 
emoção e expressão de quem está passando a mensagem. Normalmente usa a 
primeira pessoa. 
 
(APELATIVA) 
 FUNÇÃO APELATIVA / CONATIVA 
Tenta apelar e convencer. Foco no RECEPTOR que será ou não convencido. 
Muito usado nas propagandas e publicidades. Costuma usar verbos no imperativo 
(pense, fale, compre, beba, leia, vote) e vocativos. 
 FÁTICA 
Para estabelecer um contato, uma comunicação. O mais importante é o contato 
entre o emissor e receptor, Centraliza no CANAL. 
 FUNÇÃO REFERENCIAL 
Comunicação objetiva, a informação nua e crua, que usa dados do mundo real e 
não tem outra função a não ser trazer referências. 
 FUNÇÃO POÉTICA 
Tem como preocupação a forma, a estética. De qual maneira algo está sendo 
dito? 
 
Código pelo próprio código, linguagem pela própria linguagem. Aparece em 
dicionários, por exemplo, onde há letras e palavras para explicar letras e palavras. 
 
 TROVADORISMO 
O trovadorismo foi o primeiro movimento literário na história das literaturas 
modernas. Suas origens se encontram no sul da França. 
A forma portuguesa trovadoresca origina-se de troubador, nome dado ao poeta na 
Provença. É palavra derivada de trouver (achar) e isso significava que o artista, o 
trovador, devia “achar” sua canção, isto é, devia saber compor. 
As composições dos trovadores recebem o nome de canção, cantiga ou cantar, 
porque eram cantadas com acompanhamento musical e se resumem em três 
tipos: cantigas de amor, cantigas de amigo (ambas de temática lírico-amorosa) e 
cantigas de escárnio e de maldizer (de cunho satírico). 
PRINCIPAIS NOMES: Os principais trovadores foram: João Soares de Paiva, Paio 
Soaresde Taveirós, o rei D. Dinis, João Garcia de Guilhade, Afonso Sanches, 
João Zorro, Aires Nunes, Nuno Fernandes Torneol. 
 HUMANISMO 
A Segunda Época Medieval ou Humanismo corresponde ao período que vai desde 
a nomeação de Fernão Lopes para o cargo de cronista-mor da Torre do Tombo, 
em 1434, até o retorno de Sá de Miranda da Itália, introduzindo em Portugal a 
nova estética clássica, no ano de 1527. 
O Humanismo marca toda a transição de um Portugal caracterizado por valores 
puramente medievais para uma nova realidade mercantil, em que se percebe a 
ascensão dos ideais burgueses. A economia de subsistência feudal é substituída 
pelas atividades comerciais; inicia-se uma retomada da cultura clássica, esquecida 
durante a maior parte da Idade Média; o pensamento teocêntrico é deixado de 
lado em favor do antropocentrismo. 
O Humanismo é um período muito rico do desenvolvimento da prosa, graças ao 
trabalho dos cronistas, notadamente de Fernão Lopes, considerado o iniciador da 
historiografia portuguesa. Outra manifestação importantíssima que se desenvolve 
no Humanismo, já no início do século XVI, é o teatro popular, com a produção de 
Gil Vicente, autor muito conhecido por seus Autos, nome genérico dado aos textos 
poéticos da Idade Média, usados nas representações teatrais, carregados de 
religiosidade. No teatro vicentino vamos encontrar uma grande produção de autos, 
dos quais muitos deles, além da religiosidade, apresentam temas profanos e 
satíricos (as farsas), sempre com preocupações moralizantes. 
PRINCIPAIS NOMES: Fernão Lopes e Gil Vicente. 
 QUINHENTISMO 
Quinhentismo é a denominação genérica de todas as manifestações literárias 
ocorridas no Brasil durante o século XVI, correspondendo à introdução da cultura 
européia em terras brasileiras. Não podemos falar numa literatura do Brasil, 
aquela que reflete a cosmovisão do homem brasileiro, e sim numa literatura no 
Brasil, ou seja, uma literatura ligada ao Brasil, mas que denota a cosmovisão, as 
ambições e as intenções do homem europeu: a conquista material, resultante da 
política das Grandes Navegações, e a conquista espiritual, resultante, no caso 
português, do movimento de Contra-Reforma. Essas preocupações determinaram 
as duas manifestações literárias do Quinhentismo brasileiro: a literatura 
informativa, com os olhos voltados para as riquezas materiais (ouro, prata, ferro, 
madeira, etc.) e a literatura dos jesuítas, voltada para o trabalho de catequese. 
Por outro lado, afora a carta de Pero Vaz de Caminha, considerada o primeiro 
documento da literatura no Brasil, as principais crônicas da literatura informativa 
datam da segunda metade do século XVI, fato compreensível, uma vez que a 
colonização só pode ser contada a partir de 1530. A literatura jesuítica, por seu 
lado, também caracteriza o final do Quinhentismo, tendo esse religiosos pisado o 
solo brasileiro somente em 1549. 
PRINCIPAIS NOMES: Pero Vaz de Caminha e José de Anchieta. 
 
 
 BARROCO 
O Humanismo renascentista, valorizando o homem e seu “estar no mundo”, por 
um lado, e a antiguidade clássica, suas artes, sua filosofia de vida, seus costumes, 
por outro, levou-o a pensar de maneira não só diferente, mas até mesmo oposta, a 
encarar a vida, as partes e a religião de modo muito diverso daquele da Idade 
Média. Uma série de acontecimentos políticos e sociais vieram dar ao homem 
medieval, ignorante, rude e amedrontado, nova medida de seu valor. 
Do ponto de vista religioso, no período renascentista, como decorrência do próprio 
humanismo surge nova forma de paganismo, ou melhor, surge uma 
semipaganização do homem, que não se limita ao leito, estendendo-se à própria 
Igreja. 
Reagindo contra esse semipaganismo e contra as conseqüências dele, há no seio 
da própria Igreja Católica um movimento de reação, a chamada Reformaque, com 
o tempo, transforma-se numa nova religião, ou melhor, num ramo do Cristianismo. 
Para combater a Reforma, o catolicismo lança a Contrarreforma que tinha 
também, além da finalidade expressa em seu próprio nome, a de combater o 
semipaganismo que dominava o mundo ocidental. Esse movimento foi entregue 
aos padres da Companhia de Jesus, os jesuítas, ordem fundada em 1540 por 
Santo Inácio de Loyola. 
Alertado pela Contrarreforma para sua alma imortal, da qual já pouco se lembrava 
– pois importava-se mais consigo como ser que está no mundo – o homem sentiu 
mais que nunca o drama de possuir um corpo mortal, impelido por desejos e 
amando o material, como continente da alma imortal e espiritualista. 
Tudo isso gera na alma do homem um estado de tensão, de angústia e de 
incertezas que se manifestam literariamente através do estilo a que se chamou 
Barroco. 
Depreende-se do que ficou dito que o Barroco é, antes de tudo, a arte das 
oposições, geradas exatamente pelo conflito desencadeado na alma humana pela 
luta entre o materialismo renascentista e o espiritualismo medieval, entre o 
sagrado e o profano, o espírito e a carne. Daí ser o Barroco literário 
essencialmente antagônico, e as antíteses constituírem sua característica mais 
marcante. 
PRINCIPAIS NOMES: Gregório de Matos (o primeiro poeta efetivamente 
brasileiro) e Pe. Antônio Vieira e Gregório de Matos. 
 ARCADISMO / NEOCLASSICISMO 
O Arcadismo, Setecentismo (os anos 1700) ou Neoclassicismo é o período que 
caracteriza principalmente a segunda metade do século XVIII, tingindo as artes de 
uma nova tonalidade burguesa. Vive-se, agora, o Século das Luzes, o Iluminismo 
burguês que prepara o caminho para a Revolução Francesa. 
O Arcadismo, fruto da tentativa de fazer voltar à vida, através da literatura, a 
primitiva Arcádia grega, região habitada por pastores chefiados pelo deus Pã, 
tornou a poesia neoclássica ainda mais fora de época, mais postiça e inautêntica. 
Dessa tentativa decorre o fato de os poetas se apresentarem como pastores, 
adotando pseudônimos, e se entregarem a certo tipo de poesia em que a Natureza 
é, regra geral, totalmente idealizada, valorizando-se a simplicidade de forma e de 
idéias, o ideal de vida simples, a pureza de formas e o equilíbrio na obra literária. 
PRINCIPAIS NOMES: Tomás Antônio Gonzaga, Santa Rita Durão, Basílio da 
Gama e Cláudio Manuel da Costa. 
 ROMANTISMO 
O Romantismo origina-se no século XVIII, na Inglaterra e na Alemanha, de onde 
se espalha para a França, Itália e os demais países da Europa. 
O movimento romântico surgiu como oposição ao espírito racional dos clássicos 
(equilíbrio, perfeição, clareza, harmonia, disciplina) e como meio de expressão da 
burguesia, que define o seu poder com o sucesso político da Revolução Francesa 
(1789) e com o prestígio econômico da Revolução Industrial (1760). Expressando 
o anseio de liberdade dessa nova classe, então eufórica com a recente vitória 
sobre a nobreza decadente, a literatura romântica baseia-se na imaginação e no 
sentimentalismo, que desrespeitam as normas e os modelos de literatura 
clássica. Resulta daí uma literatura impetuosa, fantasista, sonhadora, intuitiva e 
libertária, apoiando-se num tipo de frase envolvente e calorosa, bem próxima das 
expectativas populares. 
PRINCIPAIS NOMES: Almeida Garret, Camilo Castelo Branco, Gonçalves Dias, 
Álvares de Azevedo, José de Alencar, Martins Pena e Castro Alves. 
 REALISMO 
O Realismo é um movimento literário que surgiu na Europa, na segunda metade 
do século XIX, influenciado pelas transformações que ali se operavam no âmbito 
econômico, político, social e científico. 
Economicamente, vivia-se a segunda fase da Revolução Industrial, período 
marcado pelo clima de euforia e progresso material que a burguesia industrial 
experimentava em virtude das inúmeras invenções possibilitadas pelas 
descobertas científicas e tecnológicas. 
Os escritores, diante desse quadro de mudança de idéias e da sociedade, sentem 
a necessidade de criar uma literatura sintonizada com a nova realidade, capaz de 
abordá-la de modomais objetivo e realista do que até então vinha fazendo o 
Romantismo. 
As descobertas científicas, as idéias de reformas políticas e de revolução social 
exigiam dos escritores, por um lado, uma literatura de ação, comprometida com a 
crítica e a reforma da sociedade, e de outro, uma abordagem mais profunda e 
completa do ser humano, visto agora à luz dos conhecimentos das correntes 
científico-filosóficas da época. 
Aparece então o Realismo, que procura, na literatura, atender às necessidades 
impostas pelo novo contexto histórico-cultural. Suas atitudes mais freqüentes são 
o combate a toda forma romântica e idealizada de ver a realidade; a crítica à 
sociedade burguesa e à falsidade de seus valores e instituições (Estado, Igreja, 
casamento, família); o embasamento no materialismo; o emprego de idéias 
científicas; a introspecção psicológica das personagens; as descrições objetivas e 
minuciosas; a lentidão na narrativa; a universalização de conceitos. 
PRINCIPAIS NOMES: Eça de Queiroz e Machado de Assis. 
 NATURALISMO 
Os ideais do Realismo levados às ultimas conseqüências originaram o que se 
chamou de Naturalismo, movimento que considera o ser humano como um 
produto biológico, profundamente marcado pelo meio ambiente, pela educação, 
pelas pressões sociais e pela hereditariedade. Todos esses fatores determinam a 
sua condição, o seu comportamento. O escritor naturalista observa, estuda, segue 
o seu personagem de perto, para entender as causas desse comportamento e 
chegar ao conhecimento objetivo dos fatos e situações. 
PRINCIPAIS NOMES: Aluísio Azevedo 
 PARNASIANISMO 
O Realismo, na poesia, chamou-se Parnasianismo. Os poetas parnasianos 
adotam a teoria da “arte pela arte” e deixam transparecer, em suas obras, uma 
espécie de impassividade, de indiferença moral. Muitas vezes pintam uma beleza 
exterior, arcaica, exótica. Protestam contra o individualismo e subjetivismo 
exagerado dos românticos e valorizam a forma do poema; usam uma linguagem 
extremamente elaborada, indo à procura de palavras incomuns; adotam a 
observância rígida das regras da metrificação. 
PRINCIPAIS NOMES: Olavo Bilac, Raimundo Correia e Alberto de Oliveira. 
 SIMBOLISMO 
Contrariamente aos parnasianos, que tinham uma visão objetiva e científica do 
mundo, os simbolistas procuraram expressar de maneira subjetiva o mundo do 
inconsciente, do vago, do nebuloso, da ilusão, do caos, do ilógico e do mistério. 
Trazido da França, onde o poeta Boudelaire havia publicado Flores do Mal, em 
1857, inaugurando a nova estética, o Simbolismo teve início em Portugal com a 
publicação de Oaristos (1890), de Eugênio de Castro, e, no Brasil com a 
publicação de Missal e Broquéis (1893), de Cruz e Sousa. 
Singularmente, nota-se neste estilo um ponto de contato com o Romantismo, uma 
vez que os autores simbolistas retornavam ao antigo subjetivismo, dando ênfase 
ao “eu” do poeta, à exploração de sua alma, de seu sentimento, de sua 
sensibilidade. 
Entretanto, se os autores românticos nessa introversão não passam das camadas 
mais superficiais da alma humana, o mesmo não acontece com os simbolistas, de 
vez que a sua auto-sondagem é muito mais profunda e significativa, atingindo os 
limites do inconsciente. Acreditavam eles estar aí, nestas regiões desconhecidas e 
inexplicáveis da alma humana, o repositório de sensações e emoções que 
caracterizam a essência de todas as coisas. Os autores do movimento 
aprenderam da evolução da psicanálise que o ser humano não era apenas um 
todo orgânico-biológico, mas sobretudo que esse “todo” se orientava por uma série 
de reflexos íntimos, alucinantes às vezes, que seriam o manancial de toda a 
emotividade. Perseguia-se, pois, nessa introversão, a potencialidade humana de 
abstração do belo e do sublime, fazendo da Arte a representação desse 
sentimento de êxtase e finura estética. 
PRINCIPAIS NOMES: Eugênio de Castro, Cruz e Souza. 
 MODERNISMO 
O início do Modernismo no Brasil é assinalado pela Semana de Arte Moderna, 
ocorrida em São Paulo, em fevereiro de 1922. A Semana de 22, como também é 
conhecida, foi o resultado de uma séria de eventos que marcaram a vida cultural 
brasileira nas duas primeiras décadas do século XX. Para que a Semana de 22 
ocorresse era necessário que nossos modernistas tivessem algum tipo de contato 
com as vanguardas européias para poderem adequá-las a nossa realidade. Assim, 
temos Oswald de Andrade em 1912, retornando da Europa, imbuído do Futurismo 
de Marinetti; exposição da pintura expressionista de Lasar Segall em 1913 e a 
exposição de Anita Malfatti e seu cubismo; entre outros acontecimentos 
importantes. 
Todos esses fatos ocorriam, enquanto o país passava por um período histórico 
conturbado, que resultaria no fim da República Velha (1889-1930). O ano de 1922 
foi muito especial nesse contexto. Justamente no centenário da Independência, 
em meio a crises no cenário político e militar (a Revolta dos 18 do Forte, no Rio de 
Janeiro), intelectuais e artistas, influenciados pelas idéias de vanguarda européia, 
organizaram, então, a Semana de Arte Moderna, em São Paulo. Vale lembrar, que 
a modernidade deu-se em função da industrialização, havendo, pois, uma 
mudança de eixo cultural, uma vez que quase todas as escolas desenvolveram-se 
no Rio de Janeiro e, desta vez, a escola modernista se desenvolveria em São 
Paulo, pólo da industrialização. Os eventos – sessões, conferências, recitais, 
exposições de artes plásticas – se deram no Teatro Municipal, com a participação 
de: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Guilherme de Almeida, Menotti Del 
Picchia, Graça Aranha, Ronald de Carvalho, Guiomar Novais, Heitor Villa-Lobos, 
Paulo Prado, etc. Iniciava-se o Modernismo no Brasil, renovando a mentalidade 
nacional e colocando o país na atualidade do mundo. 
 
 
- 1ª Fase (1922-1930) 
É uma fase de definição de comportamentos e tendências, cheia de publicações 
de revistas e manifestos. Também na política, o Brasil passa por momentos de 
transformações (fim das oligarquias rurais e da política do “café com leite”), que 
vão culminar com a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas sobe ao poder. 
 É o período mais radical do Modernismo, caracterizado: 
 pelo menosprezo e pela destruição de tudo o que havia sido feito 
anteriormente, isto é, rompimento total com o passado; 
 pelos ideais anárquicos; 
 por um nacionalismo exagerado; 
 pelo primitivismo, isto é, pela volta às origens. 
 
- 2ª Fase (1930-1945) 
Trata-se de uma fase de construção, com idéias literárias inovadoras e de muita 
produtividade – na prosa e poesia. Politicamente, os acontecimentos eclodem, 
tanto fora do país (depressão econômica, nazismo, Segunda Guerra Mundial) 
como aqui dentro (ditadura de Getúlio Vargas e o Estado Novo). 
 É o período que se caracteriza: 
 por uma literatura construtiva e com consciência política, que não quer negar 
as mudanças dessa época; 
 por uma reflexão e posterior amadurecimento das idéias da Semana de 22. A 
grande maioria de autores dessa segunda fase são os mesmos da primeira 
fase, mas a eles novos nomes se juntaram. A saber: 
 
o Poesia – Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Augusto 
Frederico Schmidt, Jorge de Lima, Vinícius de Moraes, etc. 
o O romance urbano e psicológico (romance intimista) – Clarice 
Lispector, Marques Rebelo, Lúcio Cardoso, Octávio de Faria, José 
Geraldo Vieira, Cornélio Pena; 
o O romance “do Nordeste” (ou Regionalismo de 1930) – Érico 
Veríssimo, Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Rachel 
de Queiroz; 
 
- 3ª Fase (1945) 
No Brasil, é o período em que se encerra a ditadura de Getúlio Vargas e, no 
cenário mundial, o final da Segunda Grande Guerra. 
Na literatura, temos como representante magistral desta fase, João Guimarães 
Rosa, que registrou a psicologia, a fala e o mundo do jagunço do centro do Brasil. 
Na poesia, destacam-se: João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, LedoIvo, 
Mauro Mota. 
Rosa cria um tipo de texto diferente; não faz parte de nenhum grupo, não é 
regionalista, nem intimista; diz-se que pegou um pouco das características 
modernistas da 1ª fase e mais um pouco das características da 2ª fase e criou um 
terceiro estilo, o qual chamamos de Regionalismo Universalista. Assim, tudo que o 
Modernismo conquistou mais aquilo que os modernistas não conseguiram copiar, 
Rosa inseriu em “Grande Sertão: veredas”, sua obra mais importante. Vale 
lembrar, que dentro da prosa, Guimarães Rosa e Machado de Assis são tidos 
como os dois autores brasileiros de maior importância, pois, apesar de não serem 
contemporâneos (Machado morreu no ano em que nascia Rosa) possuem a 
mesma sofisticação e qualidade literárias. 
PRINCIPAIS NOMES: Oswald de Andrade, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, 
Jorge Amado, Graciliano Ramos, Carlos Drummond de Andrade.

Continue navegando