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Estudo epidemiológico da chikungunya no município de Goiânia entre os anos de 2015 e 2016

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
ESCOLA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E BIOLÓGICAS 
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
 
 
 
 
 
LUANA KARINY LOPES NOGUEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA CHIKUNGUNYA NO MUNICÍPIO 
DE GOIÂNIA ENTRE OS ANOS DE 2015 E 2016 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
DEZ/2017 
 II
LUANA KARINY LOPES NOGUEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO DA CHIKUNGUNYA NO 
MUNICÍPIO DE GOIÂNIA ENTRE OS ANOS DE 2015 E 2016 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada à Escola de 
Ciências Agrárias e Biológicas da Pontifícia 
Universidade Católica de Goiás como 
requisito parcial para obtenção do Título 
de Licenciado em Ciências Biológicas. 
 
 
 
 Orientador(a): Profª Nathalie Martelli de Paula, Ms. 
Co-orientador: Welington Tritão da Rocha, Esp. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GOIÂNIA 
DEZ/2017 
 
 III
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS 
ESCOLA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E BIOLÓGICAS 
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS 
 
 
 
 
BANCA EXAMINADORA DA MONOGRAFIA 
 
 
Aluno (a): Luana Kariny Lopes Nogueira 
Orientador (a): Profª Ms. Nathalie Martelli de Paula 
 
 
 
Membros: 
 
 
1. Ms. Nathalie Martelli de Paula 
2. Ms. Vanessa Bernardes 
3. Esp. Welington Tritão da Rocha 
 
 
 IV
 
 
 
 Dedico este trabalho a todos (as) amigos Biólogos, que buscam sempre 
aprimorar seu conhecimento em todas as áreas de pesquisas. E aos meus 
familiares, colegas e professores mais próximos que venceram mais esta etapa de 
sua formação acadêmica e colaboraram para que fosse possível a realização deste 
trabalho e pesquisas realizadas. 
 V
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 Agradeço aos meus pais pelo incentivo e pelo custeamento dos meus 
estudos, sempre me ajudando e apoiando em tudo que precisei durante todo 
período que estive estudando. Aos meus amigos e amigas que presenciou e 
participou de todos os momentos difíceis dessa trajetória acadêmica, através dos 
trabalhos feitos em grupo das viagens a campo. A minha orientadora que apesar de 
todas as dificuldades encontradas pelo caminho sempre nos passou energia positiva 
para que tudo desse certo no final, ao Centro de Zoonoses de Goiânia pela 
disponibilidade dos dados, que foram cruciais para o trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 VI
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“O começo de todas as ciências é o espanto das coisas serem o que são.” 
(Aristóteles)
Resumo VII
RESUMO 
A Chikungunya tem origem na África e na Ásia. Existem dois vetores para a doença 
o Aedes aegypti e o A. albopictus. A grande capacidade adaptativa do mosquito tem 
se tornado um grande problema nas tentativas de combater ao vetor. O objetivo do 
trabalho foi à verificação da incidência da referida doença no município de Goiânia 
entre os anos de 2015 e 2016, a partir do Informe Técnico Semanal disponibilizado 
pelo Centro de Zoonoses de Goiânia e também compara lós com a incidência de 
casos do estado de Goiás através do Boletim Epidemiológico disponível no 
DATASUS. Os resultados obtidos foi o aumento da incidência de casos da 
Chikungunya do ano de 2016 em relação ao ano de 2015 no município de Goiânia, 
já ao comparar a incidência de casos do município com os dados do estado de 
Goiás dos anos de 2015 e 2016, constatamos uma discrepância no número de 
casos em 2015. As causas encontradas para o aumento foram o índice de chuva, 
falta de programas de combates ao vetor da doença, descaso da população no 
combate do vetor dentro de suas residências, aumento de turistas no município de 
Goiânia e no estado de Goiás, a falta de comprometimento do estado, a lentidão do 
diagnostico preciso da doença e a falta de estudos epidemiológicos. 
 
 
Palavras-chave: Aedes aegypti, Aedes albopictus, Chikungunya, causas, controle. 
 
 
 
 
Abstract VIII
ABSTRACT 
 
 
The Chikungunya has its origins in Africa and Asia. There are two vectors for the 
disease the Aedes aegypti and a. albopictus. The adaptive capacity of the mosquito 
has become a big problem in attempts to combat the vector. The objective of this 
work was to verify the incidence of that disease in the municipality of Goiânia 
between 2015 and 2016, from the Weekly Technical Report made available by the 
Centre for Zoonoses of Goiânia and also purchase them with the incidence of cases 
of Goiás State through the Epidemiological Bulletin available on the DATASUS. The 
results obtained was the increased incidence of cases of Chikungunya in the year 
2016 in relation to the year 2015 in the municipality of Goiânia, to compare the 
incidence of cases of the municipality with the data of the State of Goiás from 2015 
and 2016 you will see a discrepancy in the number of cases in 2015. The causes 
found for the increase were the index of rain, lack of programs for fighting the disease 
vector, neglect of populates. 
 
 
Key-words: Aedes aegypti, Aedes albopictus, Chikungunya, causes, control.
Lista de figuras IX
LISTA DE FIGURAS 
Figura 01. Diferença entre as linhas do tórax dos mosquitos Aedes aegypti 
(4linhas) e Aedes albopictus (1 linha).................................................................... 6 
Figura 02. Número de casos importados da Febre Chikungunya em residentes 
de Goiânia entre os anos 2015 e 2016.................................................................. 10 
Figura 03. Número de casos autóctones da febre Chikungunya em residentes 
de Goiânia entre os anos de 2015 e 2016............................................................. 10 
Figura 04. Número de casos prováveis e incidência de chikungunya (/100 mil 
habitantes (hab.)) no estado de Goiás, da semana epidemiológica 01 até a 
semana epidemiológica 52 dos anos de 2015 e 2016........................................... 13 
Figura 05. Comparação entre o índice de casos prováveis da Chikungunya 
entre o estado de Goiás e o município de Goiânia entre os anos de 2015 e 
2016..................................................................................................................... ... 15 
Figura 06. Teste ANOVA (Excel/2010), valor-P - indica que existe diferença 
entre os dois grupos: grupo 1 Goiás e grupo 2 Goiânia......................................... 17 
 
 
 
 
Lista de tabelas X
LISTA DE TABELAS 
Tabela 01. Casos notificados, confirmados e em investigação de Febre de 
Chikungunya em residentes de Goiânia, por ano.................................................. 9 
Tabela 02. Dados do número de casos de Chikungunya do Informe Técnico 
Semanal de 23 de maio de 2017 dos anos de 2015 e 2016.................................. 12 
Tabela 03. Número e casos prováveis notificados e incidência de febre 
Chikungunya / 100 mil habitantes (hab.)) da semana epidemiológica 01 a 
semana epidemiológica 52, no estado de Goiás nos anos de 2015 e 2016.......... 13 
Tabela 04. Comparação entre o número de casos prováveis da Chikungunya 
entre o estado de Goiás e o município de Goiânia nos anos de 2015 e 
2016....................................................................................................................... 15 
 
 
Lista de símbolos, siglas e abreviaturas XI
LISTA DE SÍMBOLOS, SIGLAS E ABREVIATURAS 
A. - Aedes 
DENV - Vírus da Dengue 
ZIKV - Vírus da Zika 
CHIK - Vírus da Chikungunya 
PCR - Exame Proteína C Ativa 
RNA - Ribonucleic acid (ácido ribonucleico) 
DATASUS - Departamento de informática do Sistema Único de Saúde do 
Brasil 
M.S. - Ministério da Saúde 
SE – Semana Epidemiológica 
Hab. – Habitantes 
ACS - Agentes Comunitários de Saúde 
ACE - Agentes de Combate a Endemias 
INMET – Instituto Nacional de Meteorologia 
 
 
Sumário XI
SUMÁRIO 
1.0 INTRODUÇÃO........................................................................................... .. 1 
2.0 OBJETIVOS.............................................................................................. ... 7 
 2.1 OBJETIVO GERAL................................................................................7 
 2.2 OBJETIVOS ESPECIFICOS.................................................................. 7 
3.0 METODOLOGIA........................................................................................ .. 8 
4.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO................................................................... 9 
 
4.1 Analise de dados coletados do Informe Técnico Semanal: Dengue, 
Chikungunya e Zika do município de Goiânia Goiás dos anos de 2015 e 
2016............................................................................................................. 9 
 
4.2 Analise de dados coletados do Boletim Epidemiológico dos anos de 
2015 e 2016 disponível no site de pesquisas DATASUS............................ 12 
 
4.3 Comparações entre o número de casos prováveis entre os anos 2015 
e 2016 no município de Goiânia descrito no Informe Técnico Semanal em 
relação ao número de casos prováveis no estado de Goiás do Boletim 
Epidemiológico............................................................................................. 15 
5.0 CONCLUSÃO............................................................................................ .. 18 
6.0 REFERÊNCIAS........................................................................................... 20 
 
 
 
Introdução 1
1 INTRODUÇÃO 
De acordo com Ferreira (2010), a epidemiologia trata – se de um estudo das 
inter-relações dos vários determinantes da frequência e distribuição de doenças num 
conjunto populacional, ou seja, um estudo tanto da frequência de determinadas 
doenças quanto ao seu respectivo diagnóstico, o que corrobora para a identificação 
dos problemas relacionados à saúde pública em uma determinada população em um 
determinado espaço de tempo, o que ajuda na determinação de medidas especifica 
de prevenção ou controle da erradicação da moléstia. 
Os estudos epidemiológicos podem ser divididos em estudos observacionais 
e estudos experimentais. O estudo observacional permite que a natureza siga o seu 
curso: já que o pesquisador mensura o índice de doenças na população, mas não 
intervém no seu curso, ou seja, apenas observam os processos que levaram uma 
população a contrair determinada doença, com o mínimo de interferência nos 
objetos estudados. Estes estudos podem ser de dois tipos, descritivos e analíticos 
(BONITA et al., 2003). 
Como descritos à cima os estudos observacionais podem ser: descritivos que 
têm por objetivo determinar a distribuição tanto das doenças, quanto das condições 
relacionadas à saúde, segundo o tempo, o lugar e as características dos indivíduos, 
o que indica a incidência de casos novos e a prevalência de casos existentes de 
uma determinada doença ou condição relacionada à saúde associados a padrões 
como sexo, idade, escolaridade e renda. Por sua vez os estudos analíticos são 
aqueles delineados para examinar a existência da associação entre uma exposição 
e uma doença ou condição relacionada à saúde. Os principais delineamentos de 
estudos analíticos são: ecológico, seccional (transversal), caso-controle (caso-
referência) e coorte (prospectivo) (LIMA-COSTA e BARRETO, 2003). 
Já os estudos experimentais ou de intervenção são caracterizados por uma 
tentativa ativa de modificar um determinante da doença, como exposição, 
comportamento ou progressão da doença, através do tratamento adequado. Assim 
os estudos experimentais são mutualmente controlados e randômicos sendo os 
pacientes os sujeitos do estudo. Os efeitos de uma intervenção gerada por esses 
estudos podem ser mensurados ao comparar a evolução do grupo experimental com 
Introdução 2
a de um grupo controle, esses estudos podem ser de três tipos: testes controlados 
aleatórios, testes de campo, testes comunitários ou testes em comunidades 
(BONITA et al., 2003). 
No Brasil, o controle das doenças transmitidas por vetores está baseado em 
um conjunto de ações vinculadas à vigilância em saúde, às atividades da atenção 
básica e à mobilização social. Estas ações representam em conjunto uma nova 
estratégia de pensar e agir que tem como objetivo a análise permanente da situação 
de saúde da população e o desenvolvimento de práticas adequadas ao 
enfrentamento dos problemas existentes (ALENCAR et al. 2008). 
Foi detectada na cidade de Oiapoque no estado do Amapá em setembro de 
2014 no Brasil a primeira transmissão autóctone do vírus da Chikungunya conhecida 
também por Febre Chikungunya, ou seja, a doença foi transmitida dentro do próprio 
estado, e não trazida por alguém que se contaminou em outro local. Ao longo de 
2014 foram confirmados 2.772 casos de contaminação pelo vírus da Chikungunya 
no Brasil. O reconhecimento precoce da transmissão local, seguido de rápido e 
efetivo controle dos vetores e outras medidas de saúde pública são a única medida 
para impedir a ocorrência de surtos explosivos (HONÓRIO et al., 2015). 
As informações sobre, por exemplo, as moléstias: Dengue, Zika, Chikungunya 
e Febre Amarela circulam mais no verão, após o período de maior infestação do 
mosquito do gênero Aedes como o Aedes aegypti e o Aedes albopictus. O trabalho 
de controle de focos dos vetores assumem uma frequência e cobertura menores 
após o período de maior infestação, o que propaga uma falsa ideia de que essas 
moléstias citadas acima só ocorrem naquela época do ano, e na verdade elas 
ocorrem durante todo o ano. Observa-se, assim, um aumento do conhecimento da 
população sobre o assunto somente nesse período em que o vetor toma uma maior 
força devido a fatores como, por exemplo, o clima, tornando sua capacidade de 
propagação maior no período onde as moléstias não são mais combatidas, sem que 
haja uma respectiva queda nas taxas de incidência das doenças, fazendo com que 
tenha sucessivas epidemias das doenças (SILVA, 2011). 
A emergência de arboviroses em locais antes indenes, que antes não havia 
sofrido nem um dano decorrente de uma infestação, representa um potencial 
desafiador para a saúde pública em muitos aspectos. Já que a uma notável 
associação dos mosquitos vetores com o homem também é um desafio, outro 
desafio relevante para a saúde pública é o diagnóstico dessas novas arboviroses. 
Introdução 3
 Castro et al., 2016 relatam que o quadro clinico da Chikungunya se da em 
duas fases: a fase aguda onde a pessoa infectada tem uma febre alta, calafrios, 
cefaléia, náuseas, vomito, fadiga, dor nas costas, mialgia e artralgia simétrica. As 
dores articulares persistem além do período de recuperação, caracterizando na fase 
crônica da doença. A poliartralgia (presença de dor sem inflamação das articulações) 
se prolonga por semanas a anos, comprometendo a qualidade de vida do paciente. 
O diagnóstico da Chikungunya inclui a confirmação laboratorial da infecção, 
baseado na sorologia, PCR em tempo real (RT-PCR) ou isolamento viral, associado 
à presença de quadro clínico sugestivo da doença (Castro et al., 2016). A infecção 
pelo CHIKV apresenta muitas semelhanças com dengue. O período de incubação 
varia de 1 a 12 dias – média de 4 dias, seguido por febre alta repentina, dores 
agudas e persistentes nas articulações, cefaleia, mialgia. Aproximadamente de 25% 
das pessoas atingidas pelo vírus da Chikungunya, a infecção é assintomática. A 
poliartralgia caracteriza os casos sintomáticos. Os sintomas e sinais agudos da 
infecção pelo CHIKV podem sumir em cerca de 7 a 15 dias, embora as dores, rigidez 
e edema nas articulações possam durar meses e até anos, em aproximadamente 
12% dos casos. Pessoas com idade acima de 45 anos apresentam a doença crônica 
concomitante e com maior intensidade das dores na fase aguda contribuindo para a 
persistência da poliartralgia (TAUIL, 2014). 
A Febre Chikungunya, no momento, não dispõe de terapia antiviral específica 
nem vacina preventiva. O objetivo do tratamento, portanto, é controlar a febre, 
reduzir o impacto do processo imunológico, tratar a dor, eliminar o edema, minimizar 
os efeitos das erupçõese evitar o aparecimento de lesões articulares crônicas. Os 
pacientes são orientados a adotar cuidados gerais e a utilizar fármacos como 
antipiréticos e analgésicos; entretanto, alguns indivíduos permanecem sintomáticos 
(CASTRO et al. 2016). 
O nome Chikungunya deriva de uma palavra em Makonde que significa 
aproximadamente “aqueles que se dobram”, descrevendo a aparência encurvada de 
pacientes que sofrem de artralgia (dores nas articulações) intensa (BRASIL, 2014). A 
Chikungunya teve origem na África e na Ásia, o CHIKV é mantido na natureza em 
dois ciclos de transmissão: silvático e urbano, o silvático está aparentemente, em 
larga medida, restringido ao continente Africano e envolve principalmente primatas 
não-humanos, pequenos mamíferos e mosquitos como Aedes furcifer-taylori, A. 
africanu e A. aegypti, que habitam as florestas, no ciclo urbano, caracterizado por 
Introdução 4
surtos de grandes dimensões no continente Asiático, observa-se transmissão 
humano-mosquito-humano sob a forma epidémica em populações com fraca 
imunidade, onde o homem funciona como reservatório. Neste contexto, os principais 
vetores são mosquitos A. aegypti e, mais recentemente, também o A. albopictus 
devido a uma mutação adaptativa no vírus (PINTO, 2013). 
O CHIKV é um vírus RNA (Ácido ribonucléico) que pertence ao gênero 
Alphavírus da família Togaviridae. O CHIKV consiste em partículas virais 
icosaédricas, com aproximadamente 70 nm de diâmetro, revestidas por um invólucro 
lipídico onde estão inseridas as glicoproteínas virais E1 e E2 (PINTO, 2013). 
Existem dois vetores principais do CHIKV, A. aegypti e A. albopictus. Ambos 
os mosquitos são amplamente distribuídos por todos os trópicos, com A. albopictus 
sendo também presentes em latitudes mais temperadas (BRASIL, 2014). A seleção 
do local de oviposição por parte das fêmeas é o principal fator responsável pela 
distribuição dos mosquitos nos criadouros e é de maior relevância para a distribuição 
das espécies na natureza (CONSOLI e OLIVEIRA, 1998). 
Sabe se que o A. aegypti foi introduzido no Brasil durante o período colonial, 
provavelmente na época do tráfego de escravos. Devido a sua importância como 
vetor da febre amarela, foi intensamente combatido em nosso território, tendo sido 
considerado erradicado em 1955. Contudo, países vizinhos como as Guianas e a 
Venezuela, dentre outros sul-americanos, como também os Estados Unidos da 
América, Cuba e vários países centro-americanos, não o erradicaram. Esse 
descuido provocou a reinvasão do Brasil pelo A. aegypti, em Belém do Pará, em 
1967, no Estado do Rio de Janeiro, provavelmente em 1977 e em Roraima no início 
da década de 1980 (CONSOLI E OLIVEIRA, 1998). 
O mosquito A. aegypti transmite os quatro sorotipos da dengue e tem 
competência e capacidade vetora para veicular a febre amarela e outros arbovírus 
como o Zika vírus e a chikungunya, devendo haver preocupação com a segurança 
em nossas cidades, no que tange aos riscos de epidemias (NATAL, 2002). 
 Tem se observado que o mosquito A. aegypti tenha adquirido uma alta 
capacidade adaptativa no meio ambiente. Forattini e Brito (2003), relatam que este 
culicídeo tem uma alta preferência por recipientes contendo água limpa, embora 
tenha sido observado também em ambientes poluídos. Silva (2007), concluiu que o 
referido mosquito pode ter se adaptado a um novo ambiente, como fossas de 
esgotamento sanitário doméstico, tolerando água turva e rica em material orgânico 
Introdução 5
em decomposição, e em sais. É conhecido que o comportamento do referido vetor é 
altamente endofílico e antropofílico, ele utiliza o interior das casas para se abrigar e 
alimentar-se do sangue humano. Dessa forma, o encontro do mosquito ocorre, 
principalmente, em ambientes urbanos e suburbanos, onde há elevada 
concentração populacional humana e de residências (LIMA-CAMARA et al., 2016b). 
O A. albopictus é semelhante com o A. aegypti. Ocorre naturalmente em 
áreas de clima temperado e tropical na Região Oriental, na Austrália, na Nova 
Guiné, nas Ilhas Mariane, Havaianas, Bonin, Reunion e Mauricius, em Madagascar, 
no Oeste do Irã e Japão. Chegou ao continente americano recentemente em 1985, 
ocupando localidades ao sul dos Estados Unidos, sendo pela primeira vez 
encontrada no Brasil, em maio de 1986, nos Estados de Minas Gerais, São Paulo e 
Rio de Janeiro (CONSOLI E OLIVEIRA, 1998). 
As fêmeas do A. albopictus depositam seus ovos aos poucos, em vários 
recipientes diferentes, o que facilita a dispersão da espécie. Seus hábitos são muitos 
semelhantes aos do A. aegypti, porem o A. albopictus é diurno, muito eclético 
quanto ao hospedeiro, sendo o homem e as aves suas vítimas mais frequentes, 
seus ovos são resistentes à dessecação e sua densidade é diretamente influenciada 
pelas chuvas (CONSOLI E OLIVEIRA, 1998). 
Nos últimos anos Pessoa et al. (2013) tem observado uma significativa 
antropofilia do A. albopictus, que combinada com sua habilidade de transitar pelos 
ambientes urbanos e periurbano, fazem deste culicídeo uma ponte entre patógenos 
silvestres e urbanos, dentre os quais destacam-se os vírus Chikungunya, Dengue e 
da febre Amarela. 
Podemos citar como diferença entre ambos os vetores as faixas brancas 
presentes na parte superior do tórax. Viveiros (2010), relata que o mosquito A. 
aegypti possui quatro segmentos de manchas brancas em seu tórax. Já o mosquito 
A. albopictus apresenta apenas uma listra bem definida e compactada de escamas 
brancas (FORATTINI, 2002) (Figura 01). 
Introdução 6
Fonte: site Planeta dos invertebrados; 
Figura 01. Diferença entre as linhas do tórax dos mosquitos Aedes aegypti (4 linhas) 
e Aedes albopictus (1 linha). 
Disponível em: http://www.planetainvertebrados.com.br/index.asp?pagina=artigos_ver&id=119; 
acessado em 29/10/2017 ás 14h12mim. 
 
 Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi obter por meio de dados 
epidemiológicos cedidos pelo centro de Zoonoses de Goiânia, a taxa de incidência 
do arbovírus da chikungunya, transmitido pelo mosquito A. aegypti e A. albopictus na 
região do município de Goiânia Goiás entre os anos de 2015 e 2016. 
 
 
 
 
 
Objetivos 7
2 OBJETIVOS 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 
 Identificar no município de Goiânia a incidência de casos de Chikungunya 
entre os anos de 2015 e 2016. 
 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
 
- Comparar a taxa de incidência da Chikungunya, presentes no DATASUS e nos 
dados do centro de zoonoses no município de Goiânia Goiás, entre os anos de 2015 
a 2016; 
- Comparar o número de casos autóctones e importados no município de Goiânia 
entre os anos de 2015 e 2016; 
- Apontar as possíveis causas do por que houve ou não o aumento do número de 
casos da Chikungunya a partir dos resultados obtidos da taxa de incidência entre os 
anos de 2015 e 2016; 
 
 
 
 
 
 
Metodologia 8
3 METODOLOGIA 
 A efetivação deste trabalho foi fundamentada com a observância das Normas 
de Pesquisa de Saúde, designadas na Resolução 196/96, de 10 de outubro de 1996, 
do Conselho de Saúde, do Ministério da Saúde e demais resoluções 
complementares à mesma. Por tratar-se de um estudo baseado em um 
levantamento de dados secundários, a aplicação de um Termo de Consentimento 
Livre e Esclarecido, tornou-se desnecessária. 
Para a análise dos dados, primeiramente foi realizado um levantamento do 
número de casos de Chikungunya no município de Goiânia entre os anos de 2015 e 
2016 a partir do Informe Técnico Semanal: Dengue, Chikungunya e Zika 
disponibilizado pelo centro de zoonoses de Goiânia, nós quais estão descritos o total 
de notificações da doença feita ao longo dos anos da pesquisa. E também foi feito 
uma coleta de dados do estado de Goiás no site de pesquisas DATASUS 
(http://datasus.saude.gov.br/; acessado em 18/10/2017 ás 12h18min.) in: 
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/oministerio/principal/secretarias/svs/boleti
m-epidemiologico#numerosanteriores> acessadono dia 18/10/2017 ás 12h34min, 
onde estão disponibilizados os Boletins Epidemiológicos, editados pela Secretaria de 
Vigilância em Saúde, com os dados do número de casos da Chikungunya no estado 
de Goiás sendo o total do número de casos registrados da semana epidemiológica 
01 a semana epidemiológica 52 dos anos de 2015 e 2016. 
A partir daí as variáveis do número de casos no estado e no município foram 
comparadas e analisadas pela estatística ANOVA. Podendo identificar a incidência 
da respectiva doença e apontando as possíveis causas que permitiu o aumento do 
número de casos da Chikungunya do ano de 2015 para o ano de 2016. A análise 
descritiva utilizada para o cálculo das frequências absolutas de cada variável 
escolhida foi através do software Microsoft office ® Excel, versão 2010.
Resultados e discussão 9
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
4.1 Analise de dados coletados do Informe Técnico Semanal: Dengue, 
Chikungunya e Zika do município de Goiânia Goiás dos anos de 2015 e 2016. 
 
 Ao analisar o Informe Técnico Semanal: Dengue, Chikungunya e Zika com 
data de atualização de 20 de setembro de 2017, cedido pelo Centro de Zoonoses de 
Goiânia Goiás, foi possível constatar que foram notificados no ano de 2015, 47 
casos de Febre Chikungunya no município de Goiânia Goiás, sendo desses 47 
casos 0 casos confirmados e 0 casos permanecem em investigações. Já no ano de 
2016 foram notificados 95 casos, sendo 16 casos confirmados dos quais 10 são 
casos importados e 6 autóctones, e 23 casos ainda permanece em investigação 
(Tabela 01). 
 
 
Tabela 01. Casos notificados, confirmados e em investigação de Febre de 
Chikungunya em residentes de Goiânia, por ano. 
 
 
 
 Ao compararmos os dados do Informe Técnico Semanal, podemos observar 
que a incidência de casos de Chikungunya no Município de Goiânia aumentou entre 
os anos de 2015 e 2016. Pode ser observado que no ano de 2016 o número de 
casos importados é maior que o número de casos autóctones. Já em 2015 dos 47 
casos notificados nem um foi confirmado ou permanece em investigação (Figuras 02 
e 03). 
 
 
Ano Notificações Confirmados Em investigação 
2016 95 16 (10 importados e 6 autóctones) 23 
2015 47 0 0 
Resultados e discussão 10
 
Figura 02. Número de casos importados da febre Chikungunya em residentes de 
Goiânia entre os anos de 2015 e 2016. 
 
 
 
Figura 03. Número de casos autóctones da Febre Chikungunya em residentes de 
Goiânia entre os anos 2015 e 2016. 
 
Resultados e discussão 11
 Diante deste resultado podemos citar possíveis causas que contribuíram para 
o aumento do número de casos principalmente o aumento de casos importados (10 
casos) em relação ao número de casos autóctones (6 casos) no ano de 2016. Matos 
et al. (2013), relatam que o turismo é considerado pelos agentes de saúde um fator 
responsável pelo aparecimento de algumas doenças emergentes ou reemergentes. 
Portanto, podemos apontar como uma dessas causas o aumento do número de 
turistas no município em 2016 já que as Olimpíadas foram sediadas no Brasil no 
estado do Rio de Janeiro, o que poderia ter proporcionado o aumento do número de 
pessoas vindo de outras regiões em todos os estados e municípios do Brasil, 
proporcionando a reincidência dos casos de Chikungunya em 2016 em relação de 
2015. 
 O volume de chuva no ano de 2016 poderia ser também considerado um fator 
que proporcionou o aumento do número de casos da Chikungunya no município de 
Goiânia em relação ao ano de 2015. Embora, o Instituto Nacional de Meteorologia – 
INMET nos mostra que a possível causa do aumento de casos da Febre 
Chikungunya no município de Goiânia GO em 2016, não foi devido ao um aumento 
do nível de chuva no ano, pois em relação ao ano de 2015 que teve zero casos da 
doença confirmados, o nível de chuva foi aproximadamente o mesmo em relação ao 
total de precipitação em mm dos meses no ano de 2016. 
 Ainda de acordo com o referido instituto no ano de 2015 houve a precipitação 
cerca de 1,480 mm somando aproximadamente a quantidade precipitação por mês 
no ano, e no ano de 2016 precipitou cerca de 1,430 mm no ano. O volume de chuva 
não é mais considerado um fator que ocasiona o aumento do número de casos de 
doenças transmitidas por vetores, então podemos descartar essa possibilidade de 
causa do surto de Chikungunya, pois sem muita diferença entre o nível de 
precipitação de chuva no ano, o número de casos da doença deveria ter sido 
relativamente o mesmo do ano de 2015 para o ano de 2016. 
 No entanto, Forattini e Brito, 2003, relatam que o mosquito A. aegypti ao 
longo dos anos apresentou o aumento da capacidade de sobrevivência, já que agora 
o mesmo consegue se reproduzir em água turva e não mais somente em água 
limpa. As medidas de prevenção junto com os agentes de saúde e a população se 
tornou um meio que combate ao vetor que teria que ter um constate monitoramento, 
tomando por base do aumento a resistência no mosquito proliferador de 
Resultados e discussão 12
Chikungunya e também de outra arboviroses que tem uma grande importância na 
saúde publica (CARVALHO e SOUZA, 2016). 
 O Informe Técnico Semanal utilizado nesta pesquisa cedido pelo centro de 
zoonoses foi atualizado na data de 20 de setembro de 2017, por isso ele inda não se 
encontra disponível no banco de dados do DATASUS, porém, já se encontra 
disponível na internet o Informe Técnico Semanal com data de atualização de 23 de 
Maio de 2017 que encontramos dados diferentes do informe utilizado no trabalho. 
No informe de maio de 2017 os casos confirmados de Chikungunya em 2016 eram 
de 14 casos confirmados sendo 9 importados, 5 autóctones e 27 casos em 
investigação. Podemos então confirmar a partir da comparação desses dois informes 
a lentidão em se tratar na identificação da doença já que estamos no final de 2017 e 
os casos de 2016 ainda estão sendo confirmados (Tabela 02). 
Tabela 02. Dados do número de casos de Chikungunya do Informe Técnico 
Semanal de 23 de maio de 2017, nos anos de 2015 e 2016. 
 
 Sabe se que no Brasil, há uma circulação de vários tipos de arboviroses, 
como Dengue e Zika que apresentam sintomas muitos similares aos observados na 
Chikungunya, podendo ser mais um motivo que proporcionou tal lentidão no 
diagnostico preciso da Chikungunya (LIMA-CAMARA, 2016a). 
 Ainda de acordo com Lima-Camara (2016a), além da dificuldade do 
diagnostico através dos sintomas, alguns testes sorológicos utilizados para detecção 
desses arbovírus podem apresentar resultados parecidos, o que dificulta o 
diagnóstico preciso da doença. 
 
4.2 Analise de dados coletados do Boletim Epidemiológico dos anos de 2015 e 
2016 disponível no site de pesquisas DATASUS. 
 
 De acordo com o Boletim Epidemiológico coletado no site de pesquisa 
DATASUS, o ano é dividido em semanas epidemiológicas, onde as semanas se 
iniciam no domingo e se enceram no sábado seguinte, essas semanas são 
Ano Notificações Confirmados Em investigação 
2016 92 14 (9 importados e 5 autóctones) 27 
2015 47 0 0 
Resultados e discussão 13
determinadas por um centro de vigilância epidemiológica, onde todas as unidades 
do Sistema Único de Saúde (SUS) deverão em cada uma dessas semanas 
epidemiológicas no ano publicarem o número de casos registrados na unidade de 
saúde. 
 Em 2015 no estado de Goiás da Semana Epidemiológica (SE) 01 a semana 
epidemiológica 52, foi notificado de acordo com o Boletim Epidemiológico 15 casos 
prováveis de Febre Chikungunya e 0,2 de incidência (número de casos / 100 mil 
habitantes), em 2016 da SE 01 a SE 52, foi notificado 393 casos prováveis de Febre 
Chikungunya no estado de Goiás e 5,9 de incidência (/ 100 mil hab.) (Tabela 03; 
Figura 04). 
 
Tabela 03. Número de casos prováveis notificados e incidência de febre 
Chikungunya / 100 mil habitantes (hab.)) da semana epidemiológica 01 a semana 
epidemiológica 52, no estado de Goiás nos anos de 2015 e 2016. 
Anos Nº de casos Incidência/ 100 mil hab. 
2016 393 5,9 
2015 15 0,2 
 
 
 
 
Figura 04. Número de casos prováveis e incidência de chikungunya (/100 mil 
habitantes (hab.)) no estado de Goiás, da semana epidemiológica 01 a semana 
epidemiológica 52 dos anos de 2015 e 2016. 
Resultados e discussão 14
 A partir desses dados podemos confirmar mais uma vez o aumento do 
número de casos de Chikungunya também em todo o estado de Goiás nos anos de 
2015 para o ano de 2016. Reafirmando a importância no controle da doença já que 
se pode ver um número de casos bem maiores no ano de 2016 do que no ano de 
2015, para que isso não venha a piorar nos anos consecutivos de 2016. 
 O que torna os programas de combates do vetor de arboviroses essenciais. 
Os Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e Agentes de Combate a Endemias 
(ACE), em parceria com a população, são responsáveis por promover o controle 
mecânico e químico do vetor, cujas ações são centradas em detectar, destruir ou 
destinar adequadamente reservatórios naturais ou artificiais de água que possam 
servir de depósito para os ovos do Aedes. Outra estratégia complementar 
preconizada pelo Ministério da Saúde é a promoção de ações educativas durante a 
visita domiciliar pelos Agentes Comunitários, com o objetivo de garantir a 
sustentabilidade da eliminação dos criadouros pelos proprietários dos imóveis, na 
tentativa de romper a cadeia de transmissão das doenças (ZARA et al., 2016). 
 Brasil (2006), constatou uma ausência do estado no monitoramento dessa 
nova situação de saúde ou, em alguns níveis de atuação, um tímido movimento, 
caracterizado pela tentativa de transferir, quase automaticamente, todos os meios, 
ou seja, estratégias e tecnologias, utilizadas na vigilância na prevenção e no controle 
de doenças. As medidas de combate só acontecem apenas nos períodos que se 
têm maior número de casos das doenças relacionadas ao mosquito Aedes aegypti, e 
nem sempre essas medidas de combates são voltadas ao combate da Chikungunya, 
mas sim de outras moléstias como Dengue e a Zika que tem maiores ênfases na 
mídia, deixando de lado o restante do ano, se essas medidas fossem constantes e 
não se acentuassem apenas nos períodos críticos de crescimento do número de 
casos, as condições de saúde seriam melhores. 
 
 
 
 
 
 
Resultados e discussão 15
4.3 Comparações entre o número de casos prováveis entre os anos 2015 e 
2016 no município de Goiânia descrito no Informe Técnico Semanal em relação 
ao número de casos prováveis no estado de Goiás do Boletim Epidemiológico. 
 
 O número provável de casos da Chikungunya no estado de Goiás coletados 
no Boletim Epidemiológico em relação ao número de casos prováveis no município 
de Goiânia coletados no Informe Técnico Semanal (Tabela 04), podemos observar 
uma discrepância entre os dados do ano de 2015 onde o número de casos descritos 
no estado é menor que o numero de casos descrito no município de Goiânia (Figura 
05). 
 
 
Tabela 04. Comparação entre o número de casos prováveis da Chikungunya entre o 
estado de Goiás e o município de Goiânia nos anos de 2015 e 2016. 
Locais Anos 
 2016 2015 
Estado de Goiás 393 15 
Município de Goiânia 95 47 
 
 
 
 
Figura 05. Comparação entre o índice de casos prováveis da Chikungunya entre o 
estado de Goiás e o município de Goiânia entre os anos de 2015 e 2016. 
Resultados e discussão 16
 A partir dos estudos e pesquisas feitas podemos apontar como causa dessa 
discrepância entre os dados do número de casos de 2015, uma falha no sistema 
único de saúde publica ao que diz respeito ao diagnostico da doença, já que se trata 
de uma doença nova, não encontramos equipamentos capazes de identificar com 
exatidão e tempo abiu qual doença realmente se trata, já que podem ser confundida 
facilmente entre outras arboviroses como a Dengue e o Zika vírus que apresentam 
quase os mesmos sintomas, tornando assim os dados do número de casos 
confirmados da Chikungunya instáveis, podendo ter um aumento do número de 
casos a partir da confirmação tardia dos casos que ainda permanecem em 
investigação. 
 Brasil (2006), relata que a capacidade rápida de disseminação de algumas 
doenças e o surgimento de emergências em saúde pública em escala cada vez mais 
frequente que em muitas situações exigem intervenções efetivas, mas os serviços 
de saúde não se encontram suficientemente preparados para detectá-las com 
rapidez e para adotar medidas adequadas. 
 Podemos falar sobre o ciclo de vida dos vetores que participam da cadeia de 
transmissão de doenças esta diretamente relacionada á dinâmica ambiental dos 
ecossistemas onde estes se desenvolvem (CARVALHO e SOUZA, 2016). Um dos 
fatores ambiental que podemos colocar é o crescimento populacional e a 
urbanização das áreas rurais que fizeram com que estes mosquitos vetores de 
doenças como a Chikungunya, possam se tornar cada vez mais endofílicos 
ocorrendo no interior das cidades e antropofílico aumentando a sua capacidade 
vetora de infectar o ser humano (MESQUITA et al., 2017). 
E podemos a partir de dados estatísticos, comprovar a diferença entre o 
número de casos de 2015 e 2016 do estado de Goiás e do município de Goiânia. A 
análise utilizada para o cálculo das frequências de cada variável escolhida foi 
ANOVA através do software Microsoft office ® Excel, versão 2010 (Figura 06). Onde 
podemos observar que o valor de P de 0,56 nós indica que temos uma diferença 
entre o número de casos da chikungunya entre os anos de 2015 e 2016 no estado 
de Goiás e no município de Goiânia. 
 
Resultados e discussão 17
 
 
Figura 06. Teste ANOVA (Excel/2010), valor-P - indica que existe diferença entre os 
dois grupos: grupo 1 Goiás e grupo 2 Goiânia. 
Conclusões 18
5 CONCLUSÕES 
A partir dos resultados obtidos pela analise dos dados coletados do Boletim 
Epidemiologico e do Informe Tecnico Semanal nos anos de 2015 e 2016, foi possivel 
concluir que os casos da Febre Chikungunya têm aumentado em um número 
significativamente alto. A falta de meios eficases e rápidos está fazendo com que os 
diagnosticos mais precisos da doença demorem dificultanto a analise epidemiológica 
o que atrasa as medidas de prevenções da doença para a população nao sofrer 
novos surtos, como ja esta acontecendo com o aumento do número de casos 
confirmados em 2016. Ao compararmos o número de casos descritos no estado de 
Goiás e no Municipio de Goiânia foi observada uma descrepância no número de 
casos no ano de 2015, em que o diagnostico preciso da doença pode ser um dos 
motivos para que isso aconteça. 
 Ao analisar as possiveis causas que proporcionaram esse aumento 
pricipalmente no Municipio de Goiânia algumas se destacaram, nas quais estão o 
indice de chuva que foi descartado como causa do aumento de casos no ano de 
2016, pelo fato da precipitação de chuva dos anos de 2015 e 2016 foi relativamente 
o mesmo, tendo assim em vista que o mosquito vetor da doença deveria ter 
relativamente às mesmas condições de reprodução no ano de 2015 e 2016. 
Tendo em vista essas séries de programas educativos, a população não tem 
cumprido com o seu papel em combater os focos do mosquito dentro de sua própria 
residência e dificultam o trabalho dos agentes em sua residência. Também podemos 
citar como falha do controle do mosquito proliferador da Chikungunya e de varias 
doenças como Dengue e Zika, a falta de investimentos e da gestão do governo no 
trabalho de prevenção, se tornando um dos principais fatos que colaboram para o 
aumento da Febre chikungunya no município de Goiânia. E apartir da analise feita 
no municipio de Goiânia o que causou o aumento do número de casos importados 
no ano de 2016, foi possivelmente o número de turistas que aumentou devido as 
Olimpíadas de 2016 sediadas no Rio de Janeiro, portanto essa pode ter sido a 
causa do aumento do número de casos importados em relação ao número de casos 
autóctones. 
Conclusões 19
 A falta de estudos epidemiológicos quesão essenciais para se ter uma visão 
de quanto aquela determinada doença está se agravando e então tomar as medidas 
cabíveis diante dos dados que serão descritos no estudo. O uso de diagnóstico 
molecular que é imprescindível para uma rápida constatação da doença, não só 
utilizando dados clínicos como os sintomas apresentados, que podem dificultar uma 
precisa confirmação de tal doença já que outras doenças têm os mesmos sintomas, 
podendo ser confundidas. 
 A partir dessas conclusões sugiro uma ação de prevenção preventiva dessas 
doenças permitindo eliminar a incidência da doença, controlando suas causas e 
fatores de risco, antes que haja um novo aumento da incidência de casos de 
Chikungunya. 
 
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