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Direito Internacional Direitos Humanos – A pessoa humana no Direito Internacional Mecanismos de solução de conflitos em Direito Internacional Natureza: beligerante X paz social Plano internacional: Inexistência de uma autoridade suprema Plano interno: Estado Direito Internacional: buscar meios e soluções pacíficos dos conflitos de interesse. Controvérsia Internacional Histórico: 1º Caso Mavrommatis (1924) 2º Caso Sudoeste africano (1962) Conceito: todo desacordo de interesses ou de teses jurídicas entre dois Estados (ou eventualmente grupos de Estados) ou Organizações Internacionais (ONU e Israel, por ex.,). (Mazzuoli) P.S. As O.Is podem envolver-se em conflitos internacionais, mas apenas os Estados podem submeter-se a jurisdição contenciosa da CIJ Dupla finalidade da busca de solução as controvérsias internacionais: Impeditiva: solucionar as controvérsias entre Estados e Organizações Internacionais Preventivas: prevenir o recurso ao uso privado da força no plano internacional Carta das Nações Unidas: solução pacífica das controvérsias - único meio juridicamente viável para solução de conflitos, proibido o uso da força privada. Uso bélico: máxime decisão do Conselho de Segurança - uso privado autorizado Poder público bélico em sentido estrito: condução pública levado a efeito pelas Nações Unidas. Uso privado da força: condução privada - máxime estadual ou de responsabilidade de uma organização intergovernamental Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) - Pacto do Rio (1947) Artigo 1º As Altas Partes Contratantes condenam formalmente a guerra e se obrigam, nas suas relações internacionais, a não recorrer à ameaça nem ao uso da força, de qualquer forma incompatível com as disposições da Carta das Nações Unidas ou do presente Tratado. Artigo 2º Como conseqüência do princípio formulado no Artigo anterior, as Altas Partes Contratantes comprometem-se a submeter toda controvérsia, que entre elas surja, aos métodos de soluções pacífica e a procurar resolvê-la entre si, mediante os processos vigentes no Sistema Interamericano, antes de a referir à Assembléia Geral ou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas. Artigo 3º 1. As Altas Partes Contratantes concordam em que um ataque armado, por parte de qualquer Estado, contra um Estado Americano, será considerado como um ataque contra todos os Estados Americanos, e, em conseqüência, cada uma das ditas Partes Contratantes, se compromete a ajudar a fazer frente ao ataque, no exercício do direito imanente de legítima defesa individual ou coletiva que é reconhecido pelo Artigo 51 da Carta das Nações Unidas. Artigo 7º Em caso de conflito entre os dois ou mais Estados Americanos, sem prejuízo do direito de legítima defesa, de conformidade com o Artigo 51 da Carta das Nações Unidas, as Altas Partes Contratantes reunidas em consulta instarão com os Estados em litígio para que suspendam as hostilidades e restaurem o statu quo ante bellum, e tomarão, além disso, todas as outras medidas necessárias para se restabelecer ou manter a paz e a segurança interamericanas, e para que o conflito seja resolvido por meios pacíficos. A recusa da ação pacificadora será levada em conta na determinação do agressor e na aplicação imediata das medidas que se acordarem na reunião de consulta. Mecanismos de solução pacífica de controvérsia Jurisdicionais e não jurisdicionais Diplomacia Não Judiciais Não existe hierarquia (salvo inquérito) Carecem de imposição proveniente do império do direito. Conciliadores e Mediadores X Juízes e Árbitros Juízes e Árbitros: obrigação de legal de dar solução ao caso concreto. Negociação Mais simples (e mais usado) meio diplomático de resolução de controvérsias internacionais. Entendimento direto entre Estados em relação ao conflito existente, manifestado por meio de comunicação diplomática (verbal ou por escrito) Formas: Transigem: realização de concessões mútuas Desiste: uma das partes renuncia Aceita: uma parte reconhece a pretensão da outra Negociações bilaterais: entre dois sujeitos de DIP Negociações multilaterais: entre três ou mais sujeitos de DIP Principal característica da negociação: informalidade - pode ocorrer a qualquer tempo e de formas diversas Ex. Tratado de Petrópolis (1903) - Disputa pelo Acre entre Brasil e Bolívia Bons Ofícios Não mencionado pela Carta das Nações Unidas Conceito: Determinado terceiro, sponte sua, oferece sua colaboração (intervenção benévola) com vistas a resolver determinada controvérsia internacional entre dois ou mais Estados ou O.Is. (Mazzuoli) O terceiro pode ser um Estado (ou mais de um), uma O.I., não toma partido na contenda. Não há uma imposição e sim auxilio na resolução do conflito. OEA- Comissão Interamericana da Paz - criada na Reunião de Consulta de Havana (1940) - funções de bons ofícios no Sistema interamericano. Bons Ofícios Casos mais conhecidos dos Bons Ofícios. Governo português na contenda entre Brasil e Grã-Bretanha (1864) - Questão Christie Brasil e Grã-Bretanha sobre a a ilha de Trindade (1896) Presidente Theodore Roosevelt na contenda entre Japão e Rússia (1905) Brasil, na contenda entre Chile e Estados Unidos (1909) Brasil, na contenda entre Peru e Colômbia (1934) caso Letícia Sistema de Consulta Conceito: Os Estados e Organizações Internacionais consulta-se mutuamente sobre os pontos de controvérsia dos seus interesses, para futuras negociações. O sistema de consulta serve de base para negociação posterior. Conferência Interamericana de Consolidação da Paz, Buenos Aires (1936) surgiu duas novas conferências: Conferência internacional americana de Lima (1938) Conferência Interamericana de Petrópolis (1947) Mediação Semelhante ao bons ofícios, quanto a presença de um terceiro (Estado) para solução pacífica de um litígio, mas diferente quanto a extensão da atuação, inicia-se com a aproximação das partes e termina com a solução proposta. Mediação é mais solene que os bons ofícios, constitui uma ingerência mais acentuada. ONU aceita personalidades privadas como mediadores. Terceiro = mediador - sujeito ativo nas negociações. Mediação Exemplos de mediação: Inglaterra: Brasil X Portugal - reconhecimento da independência política do Brasil - Tratado de Paz (1825) Inglaterra: Brasil X Argentina - guerra da Cisplatina - independencia do Uruguai Papa Leão XIII - Alemanha e Espanha - Ilhas Carolinas (1885) 6 paises envolvidos (Brasil, Argentina, Chile, USA, Peru e Uruguai), conflito entre Bolívia e Paraguai - fim da guerra do Chaco. Conciliação Método formal e solene de solução das controvérsias. Semelhante a mediação, todavia, é através de uma comissão de conciliadores, composta por representantes dos Estados envolvidos no conflito e também por pessoas neutras (todos juristas) Total de membros: sempre em número ímpar Disciplinas: Ato Geral para Solução de Controvérsias (1928) Liga das Nações Assembleia-Geral da ONU (1949) Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados (1969) Conselho de Segurança da ONU e a Assembleia-Geral tem assumido a função formal de um órgão conciliatório. Inquérito Também chamado de investigação ou fact findings. Comissão de pessoas conceituadas que tem por encargo apurar os fatos ocorridos entre as partes. Finalidade: atos preparatórios para o ingresso de um dos meios de solução pacífica de controvérsias internacionais. Os Estados devem suportar a presença de pessoas ou comissões em seus territórios e fornecer dados necessários à investigação. Natureza: preliminar aos meios de solução pacifica de controvérsias. Pesquisa da origem do conflito. Comissão de inquérito: constituída por acordo entre as partes. Relatório final de caráter moralmente cogente não tem natureza arbitral. Meios Políticos Conflitos podem ser resolvidos politicamente através: Conselho de Segurança Assembleia-Geral da ONU Organização dos Estados Americanos OEA Diferentemente do que ocorrecom a mediação, os meios políticos de solução de conflitos podem ocorrer sem conhecimentos de uma das partes envolvidas na controvérsia Somente controvérsias graves e de difícil solução chegam à analise da ONU A ONU pode emitir recomendações e resoluções que devem ser cumpridas pelos Estados em conflito. Carta da ONU AÇÃO RELATIVA A AMEAÇAS À PAZ, RUPTURA DA PAZ E ATOS DE AGRESSÃO Artigo 39 O Conselho de Segurança determinará a existência de qualquer ameaça à paz, ruptura da paz ou ato de agressão, e fará recomendações ou decidirá que medidas deverão ser tomadas de acordo com os artigos 41 e 42, a fim de manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais. (…) Artigo 41 O Conselho de Segurança decidirá sobre as medidas que, sem envolver o emprego de forças armadas, deverão ser tomadas para tornar efetivas suas decisões e poderá convidar os membros das Nações Unidas a aplicarem tais medidas. Estas poderão incluir a interrupção completa ou parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos, postais, telegráficos, radiofônicos, ou de outra qualquer espécie e o rompimento das relações diplomáticas. Carta da OEA Artigo 84 O Conselho Permanente velará pela manutenção das relações de amizade entre os Estados membros e, com tal objetivo, ajudá-los-á de maneira efetiva na solução pacífica de suas controvérsias, de acordo com as disposições que se seguem. Meios Políticos Meios Políticos Alegação dos Estados para não cumprirem “intervenção da ONU” - Princípio da não ingerência ou não intervenção Art. 2º §7ª Nenhum dispositivo da presente Carta autorizará as Nações Unidas a intervirem em assuntos que dependam essencialmente da jurisdição de qualquer Estado ou obrigará os membros a submeterem tais assuntos a uma solução, nos termos da presente Carta; este princípio, porém, não prejudicará a aplicação das medidas coercitivas constantes do Capítulo VII. Carta da OEA Artigo 19 Nenhum Estado ou grupo de Estados tem o direito de intervir, direta ou indiretamente, seja qual for o motivo, nos assuntos internos ou externos de qualquer outro. Este princípio exclui não somente a força armada, mas também qualquer outra forma de interferência ou de tendência atentatória à personalidade do Estado e dos elementos políticos, econômicos e culturais que o constituem. Mas o que não seria intervenção? Direitos Humanos? Direitos ao Meio Ambiente? Direitos do Trabalhador? Exceção ao princípio da não-intervenção a) do perigo à paz e da segurança internacionais; b) da violação dos direitos humanos e fundamentais lato sensu; Meio Semi-judicial Arbitragem Origem: antiguidade Meio ágil, seguro de solução de controvérsias, consta em inúmeros tratados internacionais. Criação de um tribunal formado por árbitros de vários países, escolhidos pelos litigantes em razão de sua notória especialidade na matéria envolvida, respeito ao direito - compromisso arbitral -. Execução - não jurídica e sim prática (exercida voluntariamente) Não há execução jurídica de laudos arbitrais (sentença) na seara internacional Grande vantagem da arbitragem: SEGREDO DAS DISCUSSÕES Arbitragem: voluntária ou obrigatória Arbitragem Meios Judiciais Jurisdição específica ao caso concreto (ad hoc) Jurisdição Permanente Judicial Composição fixa e previamente estabelecida Tribunais ad hoc Corte permanente Meio Semi-judicial Arbitragem Compromisso arbitral (estatal) - acordo internacional - capacidade de negociação determinada pelo direito interno de cada Estado. Brasil - art. 84, VIII CF/88 - Presidente da República celebrar acordos e art. 49, I CF/88 Congresso Nacional referendar. Corte Permanente de Arbitragem - Primeira Conferência Internacional da Paz, Haia (1889) Mecanismo mais antigo e existente; Serviços da Corte: Investigação, mediação, conciliação e arbitragem Não é Tribunal, nem permanente! Lista de pessoas indicadas pelos Estados litigantes para configurar como árbitros Árbitros que compõe essa Corte, podem elegemos juizes da CIJ e candidaturas ao Prêmio Nobel da Paz Tribunais Supranacionais, universais e regionais Tribunais Supranacionais, universais e regionais Meios Judiciais Tribunais Internacionais de caráter e jurisdição permanentes 1º - em 1907 - Corte de Justiça Centro-Americana ou Corte de Cartago - Tratado de Washington (Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicaragua) Tribunais internacionais - constituídos por tratados. Regulamento: cada tribunal elabora o seu. Corte Internacional de Justiça CIJ Principal órgão judiciário da ONU art. 92 da Carta da ONU Local: Haia Composição: 15 juízes (11 efetivos e 4 suplentes) eleitos maioria absoluta na Assembleia-geral e no Conselho de Segurança da ONU. Mandato: 9 anos Não pode haver dois juizes da mesma nacionalidade no mesmo mandato. Juizes tem total independência e não representam seus países Garantia de inamovibilidade Exceção de Suspeição? Juiz julgando seu Estado? Art. 31 do Estatuto da CIJ Corte Internacional de Justiça CIJ Competência contenciosa e consultiva: Contenciosa: jurisdicional e decisória Regra: somente Estados podem ser parte na Corte (competência contenciosa). As O.Is podem solicitar pareceres na competência consultiva. Particular não pode ser parte na corte. Decisão sempre sob fundamento no DIP, jamais no direito interno de algum país. Competência em razão da matéria - ratione materiae - ampliada Aceite a jurisdição contenciosa - facultativa - aos Estados Sentença da Corte definitiva e obrigatória - coisa julgada! Idiomas oficiais: francês e inglês Sanções ou Meios Coercitivos Os meios de solução de controvérsias são pacíficos, mesmo que envolvam coerção. a) retorsão; b) represálias; c) boicotagem; d) bloqueio pacifico; f) rompimento de relações diplomáticas a) retorsão; Meio coercitivo mais moderado. Reciprocidade - agir do mesmo modo Questões de nacionalidade ou aduaneiras Sanções ou Meios Coercitivos b) represálias; Contra-ataque de um Estado ao outro, em virtude de eventual injustiça - violação de direitos. Medidas mais duras e mais arbitrárias. Estado para Estado, jamais individuos c) embargo Um Estado em tempo de paz, sequestra navios e cargas de nacionais de pais estrangeiro, ancorado em seus portos ou em transito em aguas territoriais. Prática contrária aos princípios e regras da DIP Sanções ou Meios Coercitivos d) boicotagem ou boicote; Rompimento das relações comerciais com um Estado tido como ofensor dos interesses nacionais de outro. Carta da ONU permite - art. 41 Carta da OEA - não permite art. 20 e) Bloqueio pacífico Um Estado, sem declarar guerra ao outro, mas por meio da força armada, impede que este último mantenha realces comerciais com terceiros Estados, interrompendo forçosamente as comunicações comerciais entre esses países e o Estado bloqueado. f) rompimento das relações diplomáticas Pode ser total ou parcial. Devolve-se os passaportes diplomáticos e a retirada imediata do pessoal da missão instalada no país. Não significa no rompimento da relação econômica Tribunal Penal Internacional - TPI Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional - 1998 Responsabilidade criminal dos indivíduos no plano internacional Teoria da Responsabilidade Penal Internacional dos Indivíduos com punição individual àqueles praticantes dos ilícitos elencados no Estatuto. Brasil: §4º do art. 5º da CF/88 - Estatuto de Roma nível hierárquico Constitucional Tribunal Penal Internacional - TPI Precedentes: Acordo de Londres (1945/46) Tribunal de Nuremberg Diversos tratados serviram de base para a criação do Estatuto de Roma: Convenção de Genebra sobre o Direito Humanitário, Convenção sobre a imprescritibilidade dos crimes de guerra e dos crime lesa humanidade, etc.
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