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TCC - ADOÇÃO TARDIA DIREITO FMG

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FACULDADE MOGIANA DO ESTADO DE SÃO PAULO - FMG
FACULDADE DE DIREITO
EDNA APARECIDA FÉLIX DE SENA
MAICON DO NASCIMENTO RODRIGUES
ADOÇÃO TARDIA
MOGI GUAÇU- SP
2017
1
EDNA APARECIDA FÉLIX DE SENA
MAICON DO NASCIMENTO RODRIGUES
ADOÇÃO TARDIA
Trabalho de Conclusão de Curso, 
apresentado ao Curso de Direito da 
Faculdade Mogiana do Estado de São 
Paulo, como requisito à obtenção do 
grau de Bacharel em Direito.
Orientador:Prof. Drª Andressa Tatiana 
da Silva
Mogi Guaçu - SP
2017
2
Dedicamos a Deus a fonte de tudo, a nossa Família 
pela compreensão e apoio ao longo desses 5 anos, aos 
nossos professores pela paciência no ensino do saber e 
pelos conhecimentos transmitidos e aos amigos de 
turma pela companhia, pela ajuda e trocas realizadas 
no período de formação acadêmica.
3
AGRADECIMENTOS
Primeiramente а Deus qυе permitiu qυе tudo isso acontecesse, ао 
longo dе minha vida, е nãо somente nestes anos como universitária, mаs 
que еm todos оs momentos é o maior mestre qυе alguém pode conhecer.
 A minha orientadora Professora e Dra. Andressa Tatiane, pelo 
suporte nо pouco tempo qυе lhe coube, pelas suas correções е incentivos. 
Dedicado à elaboração deste trabalho.
A esta universidade, sеυ corpo docente, direção е administração qυе 
oportunizaram а janela qυе hoje vislumbro υm horizonte superior, eivado pеlа 
acendrada confiança nо mérito е ética aqui presentes.
Agradeço а minha mãе _Antônia minha heroína, que mesmo não 
estando presente fisicamente, mas sim “In memoria” essa vitória e 
simplesmente pra Senhora minha Mãezinha que lutou e sonhou tanto com 
isso!
Ao Meu Esposo Pr. Sena Pelo Incentivo e Apoio e Compressão,
As Minhas filhas Bruna, Gabriela e Yasmin pelo Carinho e Paciência.
 Gratidão ao Meu Amigo Maicon que nesta Jornada Praticamente me 
Carregou no colo com incessantes Incentivos e Motivações para prosseguir, 
pois quando Pensava em parar e Dizer Não vou Conseguir ele sempre 
estava ali me Ajudando ,Incentivando e nunca me deixava desistir. 
Agradeço а todos оs professores pоr mе proporcionar о conhecimento 
nãо apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа 
Educação nо processo dе formação Profissional.
A todos qυе direta оυ indiretamente fizeram parte dа minha formação, 
о mеυ muito obrigado. 
Edna Apª Félix de Sena.
4
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, a fonte de tudo, pois sem ele nada do que foi feito 
se fez para que este dia chegasse, a ele por todas as superações e desafios 
alcançados, um novo tempo esta chegando e uma nova etapa se inicia, mas 
acima de tudo agradeço a todos que passaram pela minha vida pois foram 
de alguma forma essenciais para esta etapa da minha vida.
Agradeço aos meus pais Tomé e Lúcia por tudo o que representam e 
pelo exemplo de perseverança de vida, dos momentos de dificuldade que 
sempre superam com muita fé, coragem e ousadia.
Agradeço a Edna Sena, pois está vitória somente foi possível com 
seus incentivos, orientações e sempre presente em todas as situações 
vivenciadas duante estes 05 anos. Somos mais fortes juntos sempre e você 
me ensinou isto mais uma vez.Agradeço a Familia Sena por seus incentivos, 
atenção e carinho.
Agradeço a Todos os colaboradores da Faculdade que sempre foram 
atenciosos.
A minha orientadora Professora e Dra. Andressa Tatiane, pelas suas 
correções е incentivos. Dedicado à elaboração deste trabalho.
Agradeço а todos оs professores pоr mе proporcionar о conhecimento 
nãо apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е afetividade dа 
Educação nо processo dе formação Profissional. 
Maicon Rodrigues.
5
“Decidi há muito tempo não caminhar à sombra de 
alguém. Se eu fracassar ou obtiver sucesso, terei vivido 
acreditando em mim". 
(Whitney Houston)
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
6
ART Artigo
CF Constituição Federal
C.C Código Civil
CNJ Conselho Nacional De Justiça
ECA Estatuto Da Criança e do Adolescente
NCPC Novo Código De Processo Civil
P Página
• INTRODUÇÃO
7
“A palavra adoção deriva do latim adaptione e significa a aceitação legal 
de um indivíduo como filho” (DUGNANI, 2011, p.317). Segundo Otuka 
(2013), é definida como uma forma de parentalidade de caráter não 
biológico, onde há uma regulamentação desse processo pelo Estado. O 
processo de adoção pode ser dividido em adoção e adoção tardia. A adoção 
se refere à forma de tornar filho alguém nascido de outro; a adoção tardia é a 
adoção que ocorre com crianças maiores (acima de 02 anos), ou seja, 
crianças que não são mais um bebê e, por isso, possuem um certo grau de 
independência do adulto na satisfação de suas necessidades básicas 
(VARGAS, 1998). 
Ao nascer e no decorrer da vida, o ser humano precisa de um cuidador, 
aquele que garantirá sua sobrevivência, auxiliará na formação de caráter e o 
preparará para a vida social. A família substituta vem para, como o próprio 
nome diz, substituir a família com a qual a criança ou adolescente possui 
laços biológicos quando esta não pode, não consegue ou não quer cuidar da 
criança ou adolescente (SILVA, 2009). Tendo em vista o grande número de 
crianças e adolescente institucionalizados, se faz relevantes pesquisas que 
tenham foco na adoção, principalmente na adoção tardia, com vista analisar, 
na atualidade, o perfil e as motivações das famílias ao optarem por este tipo 
de adoção, numa tentativa de desmistificar pré-conceitos ainda existentes. 
A idéia de realizar uma pesquisa sobre as motivações para a adoção 
tardia surgiu a partir da adoção tardia de duas irmãs, uma de 05 anos e outra 
de 08 anos de idade todo processo despertou o interesse.
Além disso, através de leitura de artigos acadêmicos, percebeu-se a 
necessidade social de abordar o tema da adoção tardia, tendo em vista que 
a maioria das famílias que procuram a adoção busca bebês e de preferência 
com pele clara. Porém, essa imagem não condiz com a realidade das 
crianças, que em maior parte já não são mais bebês, ou possuem alguma 
necessidade especial. Da mesma forma esta pesquisa é relevante 
8
cientificamente, na medida em que esta é uma área de atuação do Direito na 
Proteção aos Direitos das Crianças e Adolescentes na adoção e, de modo 
geral, pouco trabalhada. 
Assim, a pesquisa teve como objetivo conhecer e analisar as 
motivações que levam a família a realizar a adoção tardia, além de identificar 
e analisar a percepção da família quanto aos benefícios e possíveis 
dificuldades encontradas e, por fim, descrever e analisar o as questões 
legais amparadas a adoção tardia.
O método de abordagem será o dedutivo e a técnica utilizada para a 
elaboração do presente foi a pesquisa bibliográfica, buscando obras de 
vários autores, internet e legislação vigente e experiências pessoais de 
adoção tardia.
• O INSTITUTO DA ADOÇÃO 
A Adoção no Brasil é o Remédio necessário para a Proteção de 
Crianças e adolescentes que passaram por situações familiares e sociais 
9
que contribuíram para o seu abandono. Sendo está uma medida expcecional 
e irrevogável quando se evidencia esgotado todos os meios de Proteção da 
Criança e do adolescente no seio da família natural ou extensa. Habilitando 
outra família com total capacidade de proteger o melhor interesse da criança 
e do adolescente no seu desenvolvimento, com dignidade, com novos laços 
afetivos e de convivência familiar com Status de Filhos. 
• Conceito e Breve Histórico Sobre Adoção 
• Conceito
“A palavra adoção deriva do latim adaptione e significa a aceitação legal 
de um indivíduo como filho” (DUGNANI, 2011, p.317). Segundo Otuka 
(2013), é definida como uma forma de parentalidade de caráter não 
biológico, onde há uma regulamentação desse processo pelo Estado. Para 
Gonçalves (2012), o instituto da adoção surgiu como uma forma de propiciar 
às famílias que não podiam ter filho, a possibilidade de dar continuidade à 
linhagemhereditária. Segundo as análises de Diniz: 
“A adoção consiste no ato jurídico solene pelo qual, observados os
requisitos legais, alguém estabelece, independentemente de 
qualquer relação de parentesco consanguíneo ou afim, um vínculo 
fictício de filiação, trazendo para sua família, na condição de filho, 
pessoa que, geralmente, lhe é estranha” (Diniz, 2010). 
Ainda Segundo Carlos Roberto Gonçalves(2012) “a adoção é ato 
solene pelo qual alguém recebe em sua família, na qualidade de filho, 
pessoa a ela estranha”.
Pereira (2015) por seu turno conceitua: 
“O ato jurídico pelo qual uma pessoa recebe outra como filho, 
independentemente de existir entre elas qualquer relação de 
parentesco consanguíneo ou afim” (2015 p.392).
A adoção atribui a situação de filho ao adotado (ECA, art. 41, caput), 
10
não podendo a sua eficácia estar subordinada a termo ou condição.
Como assevera Monteiro (2012):
“Adoção é ato puro, que se realiza pura e simplesmente, não 
tolerando aludidas modificações dos atos jurídicos. Quaisquer 
cláusulas que suspendam, alterem ou anulem os efeitos legais da 
adoção são proibidas, como já eram sob a égide do Código Civil 
anterior” (Monteiro, 2012 p. 340).
2.1.2 Breve Histórico Sobre Adoção 
Relatos históricos indicam que houve a utilização da adoção em várias 
civilizações, com relatos, por exemplo, a BÍBLIA relata a adoção de Moíses 
pela filha de Faraó, no Código de Hamurabi com oito artigos que 
disciplinavam a questão da adoção e bases para integrações do adotado 
com a família adotiva conforme disciplina Rizzardo(2009):
“Nos caracteres cuneiformes aparece sua prática na Babilônia, em 
trechos como no parágrafo n.º 185: “ Se um awilum adotou uma 
criança desde seu nascimento e a criou, essa criança adotada não 
poderá ser reclamada. ” E no parágrafo n, º 186. “ Se um awilum 
adotou uma criança e, depois que a adotou, ela continuou a 
reclamar por seu pai ou por sua mãe, essa criança adotada deverá 
voltar à casa do pai.” (Rizzardo 2009, p. 541.)
 Entretanto, o instituto da adoção era utilizado somente como última 
alternativa, onde as famílias buscavam evitar o constrangimento de serem 
reconhecidas na sociedade por não possuir descendentes. Presente também 
na Grécia, o instituto da adoção teve uma destacada função política e social. 
Mas foi no Direito Romano que este tomou forma e se expandiu. Em Roma 
seguia-se as leis das XII tabuas, que previa três tipos diferentes de adoção.
Conforme nos ensina, Peres(2006):
“O direito Romano conheceu três modalidades de adoção: 1ª) 
11
adoção testamentária (adoptio per testamentum), que se destinava 
a produzir efeitos após a morte do testador, sendo necessária a 
confirmação da cúria; 2ª) ad-rogação (ad rogatio), pela qual o 
adotado capaz se desligava de sua família de origem e se tornava 
um herdeiro de culto do adotante, havendo o consentimento de 
ambos; 3) adoção propriamente dita (datio adoptionem), pela qual o 
incapaz se desligava de sua família de origem, sendo necessário 
que seu pai de sangue o emancipasse por três vezes, na presença 
do adotante. O pátrio poder se extinguia em relação ao pai biológico 
e passava para o adotante, que iniciava o incapaz nas práticas 
religiosas.” (Peres, 2006, p.69)
Conforme se observa a única espécie de adoção que especificamente 
tinha efeito adotivo, era a datio adoptionem porque nessa o pai que obtém a 
adoção possuía o pátrio poder sobre o adotado, enquanto as outras duas 
espécies de adoção possuíam efeito meramente relacionado ao direito de 
herança. Nesse período só os homens eram legitimados e capazes para se 
valer da adoção, em função do pátrio poder que o homem tinha em relação a 
família, entretanto com o enfraquecimento da doutrina católica esse pátrio 
poder se enfraqueceu e passou-se admitir a adoção por mulheres em 
situações especiais. A mulher se poderia valer da adoção quando esta fosse 
mulher solteira e tivesse perdido seus filhos por algum motivo.
Vê-se que o instituto da adoção surgiu primeiramente com o intuito de 
possibilitar às famílias “inférteis” a possibilidade de terem um descendente, 
ou seja, visava dar aqueles que não tiveram filhos uma última alternativa 
como forma de perpetuar o culto familiar e de poderosos deixarem seus 
legados, dando um herdeiro que viria a dar continuidade àquela linhagem 
familiar. Ignorado pelo direito canônico, durante a Idade Média viu-se 
enfraquecido ante a concepção de que a família cristã devia ser edificada no 
sacramento do matrimônio, desconsiderando a possibilidade da adoção. 
Segundo Costa (2008) Um dos motivos do enfraquecimento da Adoção era a 
posição contraria da igreja a adoção, por questões de constituições de 
herdeiros adotivos que prejudicava as doações pós-óbito dos senhores 
feudais que morriam sem deixar descentes. 
12
A adoção teve seu ressurgimento após a Reformas Sociais da 
Revolução Francesa em 1804, com o Código de Napoleão, este irradiou para 
quase todas às legislações modernas, segundo Gonçalves (2012), por tal 
prerrogativa percebemos a influência e a legitimidade que passou a 
incorporar-se ao jurídico, ao social e ao cultural, especialmente no foco deste 
estudo, a legislação brasileira. Para tanto, o ordenamento jurídico brasileiro 
quanto ao instituto da adoção sofreu inúmeras modificações ao longo dos 
anos.
• EVOLUÇÃO LEGISLATIVA DA ADOÇÃO NO BRASIL
No Brasil, desde a Colônia e até o Império, o instituto da adoção foi 
incorporado por meio do Direito português. Havia diversas referências à 
adoção nas chamadas Ordenações Filipinas durante o século 16 e 
posteriores, Manuelinas e Afonsinas, mas nada efetivo, não havia sequer a 
transferência do pátrio poder ao adotante, salvo nos casos em que o adotado 
perdesse o pai natural e, mesmo assim, se fosse autorizado por um decreto 
real. As lacunas na Lei eram preenchidas por normas de Direito Romano.
Com o advento do Código Civil de 1916 a adoção ganha 
sistematização, ficando conhecida como adoção Simples, em que alguém 
aceita um estranho na qualidade de filho. 
Silva Filho(2009) escreveu que:
É no revogado Código Civil (lei. 3.071. De 01.01.1916) que a 
adoção recebe disciplina sistematizada. Mas houve resistência, 
13
como anotou o próprio Clóvis Beviláqua, ao justificar o instituto da 
adoção no Projeto do Código Civil. Descreveu que o Dr. Gonçalves 
Chaves, membro da Comissão do Senado encarregado de estudar 
o projeto do Código Civil em elaboração, opinou pela eliminação do 
instituto da adoção, que lhe parece antiquado e sem função no 
momento jurídico de então. ( Silva Filho, 2009, p. 35 )
Não sendo este um modo normal de constituir família, mas um meio 
supletivo de ter filhos. Sendo um ato civil a partir de visão contratualista com 
caráter de ato jurídico solene, bilateral e estabelecido de acordo de vontade 
entre o adotante e o detentor da guarda do adotado não sendo admitido 
condições e nem termos.
 Sendo com requisito para adoção a idade mínima de 50 anos e 
diferença de idade entre o adotado e adotando de 18 anos, e que não 
tivesse o adotando prole legitima ou legitimada. 
Para Diniz(2002):
“Duas eram as espécies de adoção admitidas em nosso direito 
anterior: a simples, regida pelo Código Civil de 1916 e Lei 
n.3.133/57, e a plena regulada pela Lei n. 8.069, arts. 49 à 53. A 
adoção simples ou restrita, era a concernente ao vínculo de filiação 
que se estabelece entre o adotante e ao dotado, que pode ser 
pessoas maior ou menor entre 18 e 21 anos, mas tal posição de 
filho não era definitiva ou irrevogável. Era regida pela lei n. 3.133, 
de 8 de maio de 1957, que havia atualizado sua regulamentação 
pelo Código Civil de 1916.” (2002, p. 424 ).
Após várias discussões sobre o tema em 1957 foi sancionada a Lei nº 
3.133/57 que altera a idade mínima para adoção para 30 anos e diferença de 
idade de 16 anos, o que alterou a adoção para o caráter assistencial, em que 
o adotando poderia agoramesmo com outros filhos exercer o direito a 
adoção. Contudo permanecia a vinculação do adotado com a vinculação da 
família natural, havendo a possibilidade do rompimento da adoção. 
14
Nesse Sentido Gonçalves(2012):
Com a evolução do instituto da adoção, passou ela a desempenhar 
papel de inegável importância, transformando-se em instituto 
filantrópico, de caráter acentuadamente humanitário, destinado não 
apenas a dar filhos a casais impossibilitados pela natureza de tê-
los, mas também a possibilitar que um maior número de menores 
desamparados, sendo adotado, pudesse ter em um novo lar. Essa 
modificação nos fins e na aplicação do instituto ocorreu com a 
entrada em vigor da Lei n. 3.133, de 8 de maio de 1957, que 
permitiu a adoção por pessoas de 30 anos de idade, tivessem ou 
não prole natural. Mudou-se o enfoque: “O legislador não teve em 
mente remediar a esterilidade, mas sim facilitar as adoções, 
possibilitando que um maior número de pessoas, sendo adotado, 
experimentasse melhoria em sua condição moral e material” ( 
GONÇALVES,2012, p. 313).
A Lei 4.655/65 admitiu a chamada legitimação adotiva, aplicável a 
menores em situações irregulares resultantes da própria conduta pela pratica 
de infrações, da conduta familiar por maus tratos ou da sociedade por 
situações de abandono. 
Nesse Sentido Gonçalves(2012):
A Lei n. 4.655, de 2 de junho de 1965, introduziu no ordenamento 
brasileiro a “legitimação adotiva”, como proteção ao menor 
abandonado, com a Vantagem de estabelecer um vínculo de 
parentesco de primeiro grau, em linha reta, entre adotante e 
adotado, desligando-o dos laços que o prendiam à família de 
sangue mediante a inscrição da sentença concessiva da 
legitimação, por mandado, no Registro Civil, como se os adotantes 
tivessem realmente tido um filho natural e se tratasse de registro 
fora do prazo (art. 6º).”(Gonçalves, 2012, p.332).
Dependia de decisão judicial, era irrevogável e fazia cessar o vínculo de 
parentesco com a família natural, porem o conteúdo da Lei não possuía 
muito aplicação prática pelo excesso de formalismos reinantes.
15
Em 1979 com o advento do Código de Menores (Lei 6.697/79) a Lei 
4.655/65 foi revogada, substituindo a legitimação adotiva pela adoção Plena, 
aplicada ao menor em situação irregular, ou seja, a priori com o Código Civil 
de 1916 e pela Lei 3.133/57 a adoção Simples que era um ato de vontade 
entre adotante e adotado e que não era definitivo podendo ser revogável, e 
tinha como caráter contratual. A adoção Plena sendo mais abrangente 
visando proporcionar a integração da criança ou adolescente adotado na 
família adotiva, aplicável ao menor em situação irregular.
Gonçalves(2012) Diz:
Enquanto a primeira dava origem a um parentesco civil somente 
entre adotante e adotado sem desvincular o último da sua família 
de sangue, era revogável pela vontade das partes e não extinguia 
os direitos e deveres resultantes do parentesco natural, como foi 
dito, a adoção plena, ao contrário, possibilitava que o adotado 
ingressasse na família do adotante como se fosse filho de sangue, 
modificando-se o seu assento de nascimento para esse fim, de 
modo a apagar o anterior parentesco com a família natural. ( 
Gonçalves. 2012, p.332)
Segundo Dias (2016):
“O vínculo de parentesco foi estendido à família dos adotantes, de 
modo que o nome dos avós passou a constar no registro de 
nascimento do adotado, independentemente de consentimento 
expresso dos ascendentes.” (Dias, 2016, p.814).
A partir da adoção Plena é possível identificar uma maior integração do 
adotado no seio familiar como se fosse filho de sangue, criando um vínculo 
de parentesco entre o adotado e a família do adotante, procurando garantir a 
convivência afetuosa com a família. 
Com o advento da Carta Magna de 1988 pelo artigo 227 § 6.º, que ao 
consagrar o princípio da proteção integral, deferindo idênticos direitos e 
16
qualificações aos filhos e proibindo quaisquer designações discriminatórias, 
eliminou qualquer distinção entre adoção e filiação. 
Em 1990 a aprovação da Lei 8.069/90 Instituindo o Estatuto da Criança 
e do Adolescente Para dar efetividade a este comando, passando a regular a 
adoção dos menores de 18 anos de forma plena, assegurando-lhes todos os 
direitos, inclusive sucessórios. Distinguindo da adoção Civil simples aos 
maiores de 18 anos, regulada pelo Código Civil de 1916, que ainda mantinha 
o vínculo com a família sanguínea. 
Nesse Sentido Gonçalves(2012):
“O instituto da adoção passou por nova regulamentação, trazendo 
como principal inovação a regra de que a adoção seria sempre 
plena para os menores de 18 anos. A adoção simples, por outro 
lado, ficaria restrita aos adotandos que já houvessem completado 
essa idade. Passaram a ser distinguidas, assim, duas espécies 
legais de adoção: a civil e a estatutária. A adoção civil era a 
tradicional, regulada no Código Civil de 1916, também chamada de 
restrita porque não integrava o menor totalmente na família do 
adotante, permanecendo o adotado ligado aos seus parentes 
consanguíneos, como já mencionado, exceto no tocante ao poder 
familiar, que passava para o adotante, modalidade está limitada aos 
maiores de 18 anos. A adoção estatutária era a prevista no Estatuto 
da Criança e do Adolescente para os menores de 18 anos. Era 
chamada, também, de adoção plena, porque promovia a absoluta 
integração do adotado na família do adotante, desligando-o 
completamente de seus parentes naturais, exceto no tocante aos 
impedimentos para o casamento.”. (Gonçalves,2012,p.332)
A regulamentação dos maiores de 18 anos permaneceu disciplinado 
pelo Código Civil de 1916.
Nesse sentido Dias(2016):
Permaneceu o Código Civil de 1916 regulamentando a adoção dos 
maiores de idade. Podia ser levada a efeito por escritura pública. O 
17
adotado só tinha direito à herança se o adotante não tivesse prole 
biológica. Advindo filhos depois da adoção, perceberia o adotado 
somente a metade do quinhão a que fazia jus a filiação "legítima". 
Esses dispositivos, entretanto, foram considerados inconstitucionais 
pela jurisprudência a partir da vigência da Constituição Federal 
(2016, p.815).
Em 2002 com a Lei 10.406/02 que instituiu o Novo Código Civil 
Brasileiro houve grande polêmica na aplicação dos diplomas legais, em que 
O Estatuto da Criança e do Adolescente regulava de forma exclusiva a 
adoção de crianças e adolescentes, mas a lei civil trazia dispositivos que 
faziam referência à adoção de menores de idade. 
Esta superposição foi corrigida pela Lei 12.010/09, chamada de Lei 
Nacional da Adoção que veio alterar dentre outros os artigos 1.618 e 1.619 
do Código Civil dando nova redação:
Art. 1.618 Código Civil 2002:
“A adoção de crianças e adolescentes será deferida na forma 
prevista pela Lei no 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da 
Criança e do Adolescente”.
Art. 1.619 Código Civil 2002:
“A adoção de maiores de 18 (dezoito) anos dependerá da 
assistência efetiva do poder público e de sentença constitutiva, 
aplicando-se, no que couber, as regras gerais da Lei nº 8.069, de 
13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente”.
Nesse Sentido Gonçalves(2012):
“A adoção de crianças e adolescentes rege-se, na atualidade, pela 
Lei n.12.010, de 3 de agosto de 2009. De apenas 7 artigos, a 
referida lei introduziu inúmeras alterações no Estatuto da Criança e 
do Adolescente e revogou expressamente 10 artigos do Código 
Civil concernentes à adoção (arts. 1.620 a 1.629), dando ainda 
18
nova redação a outros dois (arts. 1.618 e 1.619) ”. 
(Gonçalves,2012,p.333).
Lei Nacional da Adoção estabelece prazos para dar mais rapidez aos 
processos de adoção, cria um cadastro nacional para facilitar o encontro de 
crianças e adolescentes em condições de serem adotados por pessoas 
habilitadas e limita em dois anos, prorrogáveis em caso de necessidade, a 
permanência de criança e jovem em abrigo.
Entretópicos que constituem a nova lei de adoção destacam se:
• Preparo prévio dos pais adotivos para receber a criança no novo lar;
• Quando a criança é recolhida em pelo abrigo, os responsáveis devem 
comunicar o juiz dentro de 24 horas. (art.93) ;
• Poder público deve oferecer assistência as mães que desejam 
entregar os filhos a adoção. (art 8, § 4º);
• A adoção individual passa a ser mais valorizada. (art. 42);
• Adoção internacional, somente em último caso (art. 51, §1º, II).
Dois tratados Internacionais estão incorporados à legislação brasileira, 
sendo a Convenção Relativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em 
Matéria de Adoção Internacional, mais conhecida como Convenção da Haia, 
e a Convenção sobre os Direitos da Criança.
• Princípios Constitucionais Aplicados a Adoção
O princípio da dignidade da pessoa humana funciona como atributo de 
toda pessoa natural, é um elemento fundamental para a ordem jurídica, pois 
é condição prévia para o reconhecimento de todos os demais direitos e 
garantias fundamentais.
Conforme se depreende do artigo 1º, inciso III da Constituição Federal 
de 1988:
19
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união 
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, 
constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como 
fundamentos:
[...]
III - a dignidade da pessoa humana;
É fundado no respeito mútuo entre os seres humanos e funciona como 
condição mínima de existência para todas as ideias sociais. 
Novelino(2014) sobre dignidade da pessoa humana:
“ A consagração da dignidade humana no texto constitucional 
reforça, ainda, o reconhecimento de que a pessoa não é 
simplesmente um reflexo da ordem jurídica, mas, ao contrário, deve 
constituir o seu objetivo supremo, sendo que na relação entre o 
indivíduo e o Estado deve haver sempre uma presunção a favor do 
ser humano e de sua personalidade. O indivíduo deve servir de 
“limite e fundamento do domínio político da República”, pois o 
Estado existe para o homem e não o homem para o Estado”. 
(NOVELINO 2014, p 353).
A dignidade da pessoa humana é um fundamento do Estado que 
propicia a positivação e efetivação de todo um sistema de direitos e garantias 
fundamentais que permitem ao ser humano o bom desenvolvimento das 
habilidades inerentes a sua condição de pessoa natural, como crescer, 
aprender, desenvolver-se com saúde, trabalhar, adquirir bens, constituir 
família, etc.
Este fundamento básico da Constituição Federal de 1.988 e, portanto, 
do estado democrático de direito do Brasil, por óbvio também se aplica às 
crianças e adolescentes, de uma maneira inclusive muito mais vigorosa, já 
20
que crianças e adolescentes, nos termos do que preceitua o artigo 227, § 3º, 
inciso V da Constituição Federal, são seres humanos em desenvolvimento:
“ Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar 
à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o 
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e 
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de 
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão.
[...]
§ 3º - O direito a proteção especial abrangerá os seguintes 
aspectos:
[...]
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e 
respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, 
quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;” ( 
CF 1988, Art 227)
Tal premissa clararamente foi recepcionada pelo Estatuto da Criança e 
do Adolescente:
“Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins 
sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os 
direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da 
criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento.” ( 
ECA, Art.6º)
Da dignidade da pessoa humana descende a doutrina da proteção 
integral, que vigora no país desde a Constituição Federal de 1.988, em que 
crianças e adolescentes, em qualquer situação, devem ter seus direitos e 
21
garantias fundamentais protegidos, além de terem garantias idênticas a dos 
adultos, passando a população infanto juvenil a figurar como sujeitos de 
direito.
Para assegurar a Doutrina da Proteção Integral princípios foram 
codificados no Estatuto da Criança e do Adolescente, dentre eles, os 
necessários para abordar o tema adoção são os princípios da Prioridade 
Absoluta e do Melhor Interesse, que correspondem a proteção integral.
A Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 adotou o 
Princípio da Não- discriminação, assegurando os direitos e garantias 
individuais e igualitárias a todas as pessoas sem distinção de origem, raça, 
sexo, cor, idade, ou quaisquer outras formas de discriminação (art. 5º caput):
“Art 5º: Todos são iguais perante a lei,sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros 
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade.à 
igualdade,à segurança e à
propriedade , nos termos seguintes...” ( CF 1988, art 5º)
Neste sentido o Estatuto da Criança é do Adolescente expõe o principio 
da humanização previsão legal no art. 15, ao estabelecer que. “a criança e o 
adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas 
humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, 
humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.”
Nesse sentido, Veronese(2006) afirma que:
“ o que significa afirmar a garantia da efetividade, dos direitos 
constitucionais, considerando fundamentalidade desses direitos 
calcados nas necessidades básicas da população infanto-juvenil.O 
direito ao respeito pela criança e pelo adolescente consiste na 
inviolabilidade da sua integridade física, psíquica e moral, 
abrangendo a reservação da imagem, identidade, autonomia, idéias 
e crenças, dos espaços e objetos pessoais.”(2006,p.22).
22
O Princípio da Igualdade dos Filhos segue uma tendência doutrinária 
apurada de acordo com uma interpretação principiológica da Constituição 
Federal no sentido de atribuir ao afeto o status de direito social. Autores 
como Maria Berenice Dias (2016) e Paulo Luiz Netto Lôbo(2017), defendem 
a existência implícita da afetividade em diversos artigos da Constituição 
Federal e no Código Civil, aplicando ao afeto a condição de princípio jurídico.
De fato o afeto é um norte moderno e feliz para identificação e tutela 
das relações humanas. O recente reconhecimento da união estável como 
entidade familiar é prova dessa tendência e, também a equiparação dos 
vínculos de filiação e a consagração da igualdade entre os filhos, conforme 
se depreende do artigo 227, § 6º da Constituição Federal:
“ Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar 
à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o 
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e 
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de 
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão.
[...]
§ 6º - Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por 
adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas 
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
O princípio, por óbvio, também foi amparado pelo Código Civil de 2.002:
“Art. 1596 - Os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou 
por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas 
quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação”.
A antiga classificação dos filhos entre legítimos, ilegítimos e adotivos, 
deveras preconceituosa e que acabou por imprimir nas relações de filiação 
23
um nível de inferioridade a depender da origem de sua formação, foi abolida 
pela Constituição Federal de 1.988, filhossão filhos independentemente da 
maneira como foram concebidos.
 O Princípio da Prioridade Absoluta estabelece primazia em favor das 
crianças e dos adolescentes em todos os âmbitos em que houver em jogo 
seus interesses. Não existe a possibilidade de ponderações e indagações a 
respeito de sobre qual interesse primeiramente tutelar, o interesse da criança 
e do adolescente deve ser sempre o primordial a atender, já que este é um 
princípio inserido da Constituição Federal sendo, portanto, interesse de toda 
uma nação.
Trata-se de princípio constitucional estabelecido pelo artigo 227 da 
Constituição Federal e no artigo 100, parágrafo único, II da Lei 8.069 de 
1990:
Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à 
criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o 
direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à 
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e 
à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de 
toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, 
crueldade e opressão. 
Art. 100. Na aplicação das medidas levar-se-ão em conta as 
necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem ao 
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários.
Parágrafo único. São também princípios que regem a aplicação 
das medidas:
II - proteção integral e prioritária: a interpretação e aplicação de 
toda e qualquer norma contida nesta Lei deve ser voltada à 
proteção integral e prioritária dos direitos de que crianças e 
adolescentes são titulares; 
Referido princípio estabelece primazia em favor das crianças e dos 
24
adolescentes em todas as esferas de seu interesse. Seja no campo judicial, 
extrajudicial, administrativo, social ou familiar, o interesse infantojuvenil deve 
preponderar. Não comporta indagações ou ponderações sobre o interesse a 
tutelar em primeiro lugar, já que a escolha foi realizada pela nação por meio 
do legislador constituinte. 
O Princípio da Prioridade Absoluta leva em conta a condição de pessoa 
em desenvolvimento, pois a criança e o adolescente possuem uma 
fragilidade peculiar de pessoa em formação.
A prioridade deve ser assegurada por todos: família, comunidade, 
sociedade em geral e Poder Público, é um forte avanço da sociedade 
brasileira, no sentido de reconhecer crianças e adolescentes como sujeitos 
de direito, tendência moderna e recente no Brasil, consagrada pela 
Constituição Federal de 1.988.
Busca-se assegurar o direito à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, ao respeito como pessoa, à sua dignidade, a despeito de não se 
atender, naquele momento, ao seu direito de liberdade de ir, vir e 
permanecer, onde assim o desejar. 
Trata-se de mera ponderação de interesses e aplicação do princípio da 
razoabilidade, apesar de não conseguir assegurar em maior número, da 
forma mais ampla possível.
Assim, deve pairar o princípio do melhor interesse, como garantidor do 
respeito aos direitos fundamentais titularizados por crianças e jovens. Ou 
seja, atenderá o princípio do melhor interesse toda e qualquer decisão que 
primar pelo resguardo amplo dos direitos fundamentais, sem subjetivismos 
do intérprete. 
Por ultimo e não menos importante sobre os princípios da 
irrevogabilidade e da
Irretroatividade neste ou seja o ato manifestado de vontade e após 
25
preenchido os requisitos legais estabelecidos tornam o ato irrevogável.
Enfatiza Monteiro (2010):
“ A adoção cria dieitos e deveres recíprocos, inclusive a mudança 
de estado familiar do filho, com ingresso deste na família substituta. 
Assim, impõe –sea irrevogabilidade do ato da adoção. “ ( 
MONTEIRO, 2010, Pg, 486).
A irrevogabilidade busca proteger os interesses do menor, na medida 
em que o objetivo da adoção é proporcionar ao adotado a família que ele não 
teve. O próprio Código Civil de 2002 expõe em seu artigo 1.635, IV que se 
extingue através da adoção o poder familiar dos pais biológicos passando 
esse poder a ser exercido pela família substituta. 
A irretroatividade sera no caso de adoção póstuma conforme cita 
Monteiro(2010):
“ O falecimento do adotante no curso do processo de adoção não 
obsta sua concretização, desde que tenha inequivocadamente 
manifestado a vontade de adotar como já estabelecia o art. 1628 do 
Código Civil de 2002, caso em que a sentença operara efeitos 
retroativos a data do óbito.” ( 
MONTEIRO,2010,Pg.483)
No mesmo Sentido Madaleno (2013):
“A adoção post mortem é efetivada como uma exceção à regra, 
cujos efeitos da sentença retroagem ao momento da morte do 
adotante, e destarte assegura todos os vínculos originados da 
adoção, inclusive com relação ao direito sucessório do adotando. 
Usualmente os efeitos da adoção só se operam depois do trânsito 
em julgado da sentença constitutiva da adoção, mas,por exceção, 
como visto, na hipótese de falecimento do adotante no curso do 
processo de adoção, a sentença terá efeito ex tunc, retroativo à 
data do óbito, e não à data da sentença.” ( MADALENO, 
2013,P.652)
26
A adoção póstuma atende, portanto, ao princípio supremo dos 
melhores interesses da criança e do adolescente, porque ameniza a 
fatalidade que seria dupla, no caso a morte do adotante.
De todo o exposto, percebe-se que longa foi a evolução legislativa da 
adoção, refletindo as mudanças que se processaram na sociedade, 
buscando sempre atender o melhor interesse das crianças e adolescentes.
A seguir trataremos sobre a legislação brasileira e as garantias que ela 
traz no processo de adoção.
• A LEGISLAÇÃO BRASILEIRA E AS GARANTIAS QUE ELA TRAZ PARA 
A EFICÁCIA NA ADOÇÃO
O vínculo que existe entre pais e filhos adotivos é de natureza civil e a 
relação que os une é determinada e regulada por lei.
Nesse sentido Diniz (2006) leciona que:
“A adoção, hoje, no direito brasileiro, é uma realidade decorrente da 
atuação humana. Embora as causas sejam diferentes, não se 
conseguem divisar os laços que se formam entre filhos criados por 
aqueles que não geraram e entre filhos criados pelos pais de 
sangue. O vínculo parental, embora o consangüíneo decorra da 
própria natureza biológica, necessita de intervenção legislativa para 
ingressar no direito.( Diniz,2006, p. 44)
A Constituição Federal de 1988 trata da família nos artigos 226 e 
seguintes. Em seu artigo 227, parágrafo 5º dispõe que “a adoção será 
assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e 
condições de sua efetivação por parte dos estrangeiros.”
A lei que regula esse parágrafo é o Estatuto da Criança e do 
Adolescente em seus artigos 39 à 52 . O ECA, em seus artigos 39 à 52 
27
determina todo o procedimento para a adoção das crianças brasileiras, tanto 
por nacionais quanto por estrangeiros domiciliados e residentes no país 
pois, a Constituição Federal em seu artigo 5º, assegura a todos os que aqui 
residem a igualdade perante a lei. Diante disso mesmo que o brasileiro seja 
domiciliado e residente no exterior terá os mesmos direitos que o brasileiro 
que reside no país.
Hoje, no Direito brasileiro, existem duas formas de adoção. A adoção 
do maior de 18 anos continua a ser regida pelo Código Civil e a dos menores 
de 18 anos obedecem às regras do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Nesse sentido, Rizzardo(2009) ensina que:
“ Com o Código Civil de 2002, a adoção, na parte do direito 
substantivo, é regida por suas regras. O procedimento processual 
continua a seguir a Lei nº 8.069, no pertinente aos menores de 
dezoito anos. Quanto aos maiores, o procedimento é de jurisdição 
voluntária, regulado pelo Código de Processo civil. Em ambas as 
modalidades, o caminho é judicial, com a constituição do ato por 
meio de sentença”. (Rizzardo,2009,p.542)
E por fim, a nova lei Nacional de adoção, a Lei nº 12.010/2009, que traz 
inovações e avanços que promoveram alterações no Estatuto da Criança e 
do Adolescentee não dispõe somente em relação à adoção mas também 
sobre a garantia à convivência familiar, direito esse garantido para todas as 
crianças e adolescentes brasileiros .
4.1 A Adoção e a Lei Atual Brasileira
A Evolução da Adoção na legislação Brasileira resulta hoje na Lei 
12.010, de 3 de agosto de 2009. De apenas 8 artigos, a referida lei introduziu 
inúmeras alterações no Estatuto da Criança e do Adolescente e revogando e 
dando novos artigos ao código civil em relação a adoção.
De acordo com as Leis Brasileiras a uma extensa gama de ações que 
28
devem ser tomadas antes de uma criança ou adolescente ser disponibilizado 
para a adoção, todas as ações com respeitos aos Principios já elencados, 
mas em busca do Principio da Convivencia Familiar previsto no ECA, 
somente após diversas tentativas de integração do impúbere e púbere ao 
seio familiar que o processo de destituição se inicia.
• Família Extensa ou Ampliada
Torna passível encontrar na realidade brasileira, distintos arranjos 
familiares, e estes desenvolvem diferentes relações de poder familiar que 
incorpora: a família nuclear, constituída de marido, esposa e filhos; as 
matrifocais, por mulheres e filhos, resultante de uniões de companheiro 
permanente ou ocasional, as famílias ampliadas, formadas pelo casal filhos e 
outros parentes.
O artigo 25 do Estatuto da Criança e do Adolescente conceitua família 
natural,
a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes. 
O novo parágrafo inserido pela Lei n. 12.010/2009 - Lei de Adoção traz 
o conceito de “família extensa” como aquela que se estende para além da 
unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes 
próximos com os quais a criança ou adolescente pode conviver e manter 
vínculos de afinidade e afetividade.
Sendo esta composta por membros da família biológica, formando uma 
rede de parentesco com uma extensão familiar além do grupo familiar 
primário, referindo a estrutura de parentesco que residam nas proximidades 
e feita com membros dos pais de diferentes gerações. 
Para Madaleno(2013):
“Afeto e afinidade são os pilares da verdadeira relação de filiação, 
porque, entre manter a criança ou adolescente em uma família 
29
substituta ou adotiva, no lugar de sua família extensa, formada por 
parentes próximos que integram o conceito de grande família ou 
família estendida, sempre será a atitude indicada para preservar os 
naturais vínculos parentais que interagem com reais sentimentos de 
amor e dedicação. (Madaleno, 2013, Pg.632).
Como se pode notar valoriza o afeto, a interação existente entre as 
pessoas no âmbito familiar. 
Neste Sentido DIAS(2016): 
“Deste modo cabe somente buscar parentes que a criança gosta e 
revele o desejo de ir residir com ela. Não há qualquer justificativa 
para ir à busca de parentes longínquos que a criança nunca viu e 
com os quais jamais conviveu. E, quanto aos recém-nascidos, não 
se pode olvidar que não têm vínculo de convívio e de afeto com 
ninguém.”.(DIAS,2016, Pg.840).
Quando os parentes biológicos não são encontrados nas proximidades, 
a dificuldade se ampara nas infrutíferas tentativas de inserção do menor na 
família extensiva, momento em que o melhor interesse da criança está em 
risco, por buscas demoradas. 
Nesta Corrente Preceitua DIAS(2016): 
 “Seguindo a peregrinação, é dada preferência à família extensa ou 
ampliada. Pelo conceito legal, são os parentes próximos com os 
quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de 
afinidade e afetividade (ECA, 25 parágrafo único). No entanto são 
feitas demoradas buscas de parentes que nem conhecem a 
criança. Só após incessantes e infrutíferas tentativas é que tem 
início o demorado processo de destituição do poder familiar. Mais 
um laudo psicossocial é realizado, na tentativa de manter o filho 
com a mãe. Inclusive a Defensoria Pública é orientada a recorrer 
sempre, até quando os genitores foram citados por edital.” (DIAS, 
2016,Pg.816).
30
Somente após frustadas as tentativas de inserção do impúbere no seio 
da família Extensiva que se inicia o processo de destituição do poder familiar, 
este uma prerrogativa dos pais e um dever que eles também têm, de manter 
seus filhos menores sob sua guarda, sustento e educação, cabendo-lhes 
ainda, no interesse dos filhos, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as 
determinações judiciais, em conjunto com acompanhamento psicossocial na 
tentativa de manter o filho com os genitores. 
São motivos para a destituição do poder Familiar, o castigo imoderado 
do filho, abandono do filho, a prática de atos contrários à moral e aos bons 
costumes e reiteração de faltas aos deveres inerentes ao poder familiar. 
A adoção só sera deferida se apresentar de forma cabal a afinidade e o 
efetivo beneficio para o adotando, é ela efetivamente, instituto de proteção 
do adotado. Essa preocupação é coerente com o principio do melhor 
interesse do menor e já presente no art. 1.625 do Codigo Civil. 
• Quem Pode Ser Adotado
A adoção de crianças e adolescentes esta disciplinado no Estatuto da 
Criança e do Adolescente no artigo 47 e de maiores de 18 anos de idade no 
Código Civil de 2002 no artigo 1.619, podendo ocorrer somente mediante a 
intervenção judicial, tanto o procedimento para a habilitação à adoção como 
a ação de adoção. É garantida a tramitação prioritária dos processos, sob 
pena de responsabilidade. A ação de perda ou de suspensão do poder 
familiar precisam estar concluídas no prazo máximo de 120 dias conforme 
determina o ECA em seu artigo 163. Assim também a ação de adoção, sob 
pena de investigação disciplinar, conforme determinação do CNJ .
A adoção hoje diferente dos tempos passados é por meio de decisão 
judicial e assistida pelo poder publico, como garantir da preservação dos 
Direitos da Criança e do adolescente.
31
Nesse Sentido Gonçalves(2012):
“A partir da Constituição de 1988, todavia, a adoção passou a 
constituir-se por ato complexo e a exigir sentença judicial, 
prevendo-a expressamente o art. 47 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente e o art. 1.619 do Código Civil de 2002, com a redação 
dada pela Lei n. 12.010, de 3-8-2009. O art. 227, § 5º, da Carta 
Magna, ao determinar que “a adoção será assistida pelo Poder 
Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de 
sua efetivação por parte de estrangeiros”, demonstra que a matéria 
refoge dos contornos de simples apreciação juscivilista, passando a 
ser matéria de interesse geral, de ordem pública.A adoção não 
mais estampa o caráter contratualista de outrora, como ato 
praticado entre adotante e adotado, pois, em consonância com o 
preceito constitucional mencionado, o legislador ordinário ditará as 
regras segundo as quais o Poder Público dará assistência aos atos 
de adoção.” (Gonçalves, 2012, Pg. 330).
• Requsitos da Adoção
Podem adotar no Brasil pessoas maiores de 18 anos independemente 
do Estado Civil, com diferença de dezesseis anos entre adotante e adotado, 
consentimento dos pais ou dos representantes legais de quem se deseja 
adotar, a concordância deste, se contar mais de 12 anos, o processo judicial 
e o efetivo benefício para o adotando. e para adoção conjunta que os 
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável.
Nesse sentido Gonçalves(2012):
“ A lei em apreço fixa em 18 anos a idade mínima para que uma 
pessoa possa adotar uma criança. Foi, porém, suprimido do projeto 
32
o artigo que permitia a adoção de crianças e adolescentes por casal 
formado por pessoas de mesmo sexo, ou seja, a adoção 
homoparental. Dispõe, efetivamente, o § 2º do art. 42 do Estatuto 
da Criança e do Adolescente, com a redação dada pela aludida lei 
da adoção, que, “para adoção conjunta, é indispensável que os 
adotantes sejam casados civilmente ou mantenham união estável, 
comprovada a estabilidade da família”. Tal redação reitera o 
entendimento do legislador brasileiro de nãoadmitir a adoção por 
pessoas do mesmo sexo (casais homoafetivos) figurando como pai 
e como mãe. Argumenta-se que a Constituição Federal reconhece 
como união estável somente aquela constituída por homem e 
mulher (art. 226, § 3º). (GONÇALVES 2012, Pg.334).
Pessoas com união Homoafeitvas estão sendo consideradas aptas a 
adotar com decisão do Supremo Tribunal Federal com eficácia erga omnes, 
reconhecendo a natureza familiar das uniões homoafetivas derimindo 
qualquer dúvida sobre o tema. 
Muito mais do que o interesse dos adultos a nova Lei busca garantir a 
prioridade dos interesses da criança e o juiz definirá se a adoção trará 
benefícios tanto físico, emocional, moral e espiritual, deixando claro a 
necessidade de manter a criança no seio da família , sendo o processo de 
adoção como última alternativa.
• Habilitação de Pretendentes a Adoção
O procedimento de habilitação à adoção é de jurisdição voluntária 
sendo que a competência é da Vara da Infância e da Juventude, e a pessoa 
que tem interesse em adotar deve, inicialmente, buscar o Juizado da Infância 
e da Juventude da cidade em que reside.
As finalidades propostas para a adoção passaram por alterações. 
Enquanto antigamente a adoção era tomada como solução para casais que 
não conseguiam ter filhos biológicos, hoje tem sido utilizado como ferramenta 
social, de forma a garantir a proteção integral da criança. Essa mudança vem 
33
ocorrendo, principalmente, pautada em três prismas: O psicossocial, o 
jurídico, e o institucional e de procedimento (PILLOTTI, 1988, apud
VARGAS, 1998):
• O prisma psicossocial tem como objetos de maior importância os 
componentes do processo adotivo, ou seja, os pais e a criança; 
• O prisma jurídico tem como foco os processos legais da adoção 
definitiva, ou seja, tudo o que é necessário para que se possa 
concretizar os procedimentos legais que envolvem tal processo; 
• O prisma institucional adentra a questão da exigência mínima para 
que o processo de adoção seja aceito, tanto no que se refere à 
criança quanto aos pais. É imprescindível que sejam cumpridas 
todas as necessidades demandadas de forma a garantir os 
interesses e a proteção da criança adotada. 
A inscrição dos candidatos está condicionada a um período de 
preparação psicossocial e jurídica, mediante frequência obrigatória a 
programa de preparação psicológica, orientação e estímulo à adoção 
interracial, de crianças maiores ou de adolescentes, de grupos de irmãos, ou 
com necessidades específicas de saúde ou deficiências físicas ou psíquicas.
Na fase de Habilitação dos pretendentes a adoção faz necessária a 
apresentação de uma série de documentos: cópia autentica de certidão de 
nascimento ou casamento, ou declaração relativa ao período de união 
estável, inscrição no cadastro de pessoas físicas; comprovante de renda e 
de domicílio; atestado de sanidade física e mental; certidão de antecedentes 
criminais e negativa de distribuição cível conforme previsão legal no artigo 
197-A do ECA. 
Após analisada as informações, seguem para o Ministério Público, para 
o Promotor responsável, que manifestará sobre a habilitação que em seguida 
encaminhará o processo para o juiz competente julgar procedente ou não a 
habilitação do pretendente.
Depois de tornar-se hábil para adoção, os pretensos adotantes vão 
integrar um cadastro, ou seja, uma relação, de possíveis adotantes. Nesse 
34
momento é possível informar a preferência em relação ao futuro adotado 
como a cor da pele, sexo, idade, cor dos olhos
Há ainda uma exigência em incentivar, de forma obrigatória, o contato 
dos candidatos com crianças e adolescentes que se encontram 
institucionalizados e em condições de serem adotados (ECA 50 § 4.º).
Nesse Sentido DIAS(2016):
“ Além de expô-los à visitação, pode gerar neles falsas 
expectativas. Afinal, a visita é tão só para candidatar-se à adoção. 
E, depois de habilitados, nunca mais os candidatos poderão ter 
contato com qualquer criança abrigada”. ( DIAS,2016, Pg.846).
Deferida a habilitação, o postulante é inscrito nos cadastros, seguindo 
uma ordem cronológica para adoção. Assim, aquele que primeiro se habilitou 
terá preferência e se o pretenso adotando se encaixar nas características 
esperadas partirá para o processo de adoção, e se não se ocorrer, passará 
para o próximo adotante e assim sucessivamente.
A dificuldade se ampara na vasta gama de procedimentos que buscam 
amparar a proteção da criança e do adolescente, mas ao mesmo tempo 
podem exurir o tempo em que uma criança poderia estar inserida no seio 
familiar e social. 
• Cadastro Nacional de Adoção
A garantia da aplicação do Principio do Melhor Interesse da criança e 
do adolescente, com objetivo de reduzir a burocracia foi criado pelo 
Conselho Nacional de Justiça , um sistema unificado de informações de 
todas as varas da infância e da juventude de todas as Comarcas do Brasil, 
em que crianças e adolescentes em condições de serem adotadas, e 
pessoas habilitadas a adotar possam ser encontradas. 
35
Cada comarca ou foro regional mantenha um duplo registro um de 
crianças e adolescentes em condições de serem adotados e outro de 
candidatos à adoção, a inscrição nos cadastros deve ocorrer em 48 horas, 
sendo que sua alimentação e a convocação dos candidatos são fiscalizados 
pelo Ministério Público.
Além das listagens locais, existem os cadastros estaduais e um 
cadastro nacional o Conselho Nacional de Justiça regulamentou a 
implantação e o funcionamento do Cadastro Nacional de Adoção de 
Crianças e Adolescentes.
Nesse Sentido GONÇALVES(2012):
“ A referida Lei Nacional da Adoção estabelece prazos para dar 
mais rapidez aos processos de adoção, cria um cadastro nacional 
para facilitar o encontro de crianças e adolescentes em condições 
de serem adotados por pessoas habilitadas e limita em dois anos, 
prorrogáveis em caso de necessidade, a permanência de criança e 
jovem em abrigo. A transitoriedade da medida de abrigamento é 
ressaltada na nova redação dada ao art. 19 do ECA, que fixa o 
prazo de seis meses para a reavaliação de toda criança ou 
adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento 
familiar ou institucional. O cadastro nacional foi definido em 
resolução do Conselho Nacional de Justiça.” ( GONÇALVES, 2012, 
Pg,333)
A garantia da aplicação do Principio do Melhor Interesse da criança e 
do adolescente, com objetivo de reduzir a burocracia foi criado pelo 
Conselho Nacional de Justiça, um sistema unificado de informações de todas 
as varas da infância e da juventude de todas as Comarcas do Brasil, em que 
crianças e adolescentes em condições de adoção, e pessoas habilitadas a 
adotar possam ser encontradas.
Segundo o Conselho Nacional de Justiça, hoje no Brasil temos 8.001 
crianças cadastradas e vinculadas no Cadastro Nacional de Adoção (CNA), 
entre elas 4.770 estão disponíveis a adoção. O Número de Pessoas 
36
Habilitadas a adotar é de 38.514. 
Mesmo com a unificação do Sistema e de medidas de avalição de 
crianças e adolescentes em abrigos, o processo para disponibilizar uma 
criança a adoção no Brasil dura em média 02 anos o que dificulta todo o 
processo. E a habilitação de candidatos a adoção em média de 02 anos e 05 
meses. 
Nesse Sentido DIAS(2016):
“É tal a burocracia para disponibilizar crianças à adoção que, 
quando finalmente isso acontece, muitas vezes ninguém mais as 
quer. Os candidatos a adotá-las perderam a chance de compartilhar 
da primeira infância do filho que esperaram durante anos na fila da 
adoção. É tão perverso o cerco para impedir o acesso a crianças 
abrigadas que os integrantes do cadastro de adotantes não são 
admitidos para realizar trabalho voluntário.” ( DIAS, 2016, Pg.815-
816).
A ausência de prazo determinado leva um entrave em Todo O Processo 
de Adoção De acordo com o estudo do CNJ, o tempo médio de duração dos 
processos de adoção é nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste é superiora 
3 anos ou mil dias. No Norte, a média de tempo dos processos passa de 2 
mil dias. No Nordeste é onde os processos tramitam mais rapidamente, 
durando em média 400 dias.
• ADOÇÃO TARDIA
A adoção tardia, objeto de estudo do presente trabalho, refere-se à 
adoção de crianças maiores de dois anos ou adolescentes. Remetendo a 
discussão da ideia de que a adoção seja uma prerrogativa de recém-
37
nascidos e bebês.
• Conceito e Requisitos da Adoção Tardia
Conceituada por Weber(2000) que: 
“tecnicamente, considera-se uma adoção tardia quando a criança 
tem idade acima de dois anos de idade”(Weber 2000,p.29 ).
De acordo com Levinzon(2004):
 “usa-se o termo “adoção tardia quando a criança é adotada a partir 
dos 03 anos de idade”.(Weber 2004, p.22).
As crianças consideradas “idosas” para adoção, segundo Vargas(1998):
“[g] ou foram abandonadas tardiamente pelas mães, que por 
circunstâncias pessoais ou socioeconômicas, não puderam 
continuar se encarregando delas ou foram retiradas dos pais pelo 
poder judiciário, que os julgou incapazes de mantê-las em seu 
pátrio poder, ou, ainda, foram ‘esquecidas’ pelo Estado desde muito 
pequenas em ‘orfanatos’ que, na realidade, abrigam uma minoria 
de órfãos [...].”(Vargas 1998, pg. 35)
As crianças adotadas nessas condições são crianças que foram 
abandonadas tardiamente pelos pais ou responsáveis, que não puderam 
encarregar-se delas por circunstâncias pessoais ou socioeconômicas; Ou 
foram retiradas dos pais pelo poder judiciário, que os julgou incapazes de 
mantê-las sob seus cuidados, destituindo-lhes do poder familiar; Podem 
estar esquecidas pelo Estado desde muito pequenas em abrigos;Uma 
minoria é composta de órfãos sem nenhum parente vivo ou conhecido. 
Para Silva Filho(2009):
38
“A adoção de crianças com mais de dois anos de idade tem sido 
compreendida como “tardia”.Nessa linha de conceituação, parte-se 
do pressuposto de que “a criança terá mais facilidade de 
reconstituir novos vínculos significativos com os pais adotivos se lhe 
foi possível estabelecer vínculos precoces positivos.” ( Silva filho 
2009 , p.143)
Ponto este que a adoção tardia deve ser estimulada, principalmente 
porque é voz corrente entre nós que brasileiros só adotam recém-nascidos, 
ou que crianças maiores de 02 anos se pode adotar por preconceitos de 
situações que possam surgir no futuro ou no contexto social ou familiar uma 
vez que as crianças maiores têm um passado que, muitas vezes, deixou 
suas marcas.
• Preconceitos e Mitos na Adoção Tardia
O preconceito com relação à adoção de crianças maiores é ainda muito 
forte, como se todas as adoções de bebês fossem indicativos de sucesso 
garantido e todas as adoções de crianças maiores já representassem um 
fracasso. 
 Ainda sobre o preconceito, além do imaginário social, a própria 
legislação brasileira, parece contribuir para o fortalecimento dos mitos de que 
os laços biológicos são aqueles verdadeiros. Assim, os pais adotantes 
tentam disfarçar ou esconder as relações adotivas e imitar uma família 
biológica, adotando crianças recém-nascidas e de cor semelhante a sua. 
Tavares(2010) esclarece:
“De acordo com Ferreira apud weber(2002), as razões que 
contribuem para adotar bebês, em primeiro lugar deve-se ao fato 
dos casais manifestarem o desejo de viver todas as experiências do 
filho, desde “ as primeiras fraldas e mamadeiras”. Além disso existe 
uma série de receios com relação á adoção de crianças maiores: 
seqüelas psicológicas devido ao abandono e institucionalização; 
39
dificuldade de adaptação; que a criança guarde ressentimentos; 
que traga maus costumes e que as lembranças da família biológica 
não deixe a criança criar novos vínculos”.( TAVARES, 2010 P. 275).
Existem vários fatores que influenciam na hora da adoção,sendo a 
idade é um dos grandes obstáculos além de outros.Os mitos criados em 
torno da cultura já posta são fortes obstáculos para a realização da adoção 
tardia na atualidade brasileira como veremos a seguir.
Camargo (2005) listou alguns motivos que em grande parte levam 
famílias que são consideradas aptas a concretizarem a adoção, sendo ela 
tardia ou não, a desistirem do processo: 
• Grande parte das famílias inclinadas a adotar tardiamente sofrem 
com medo e desconfiança em relação ao comportamento que será 
apresentado pelo adotado. Isso se deve ao longo período que 
passaram em instituições ou transitando entre famílias, onde a 
adaptação não ocorreu. Personalidade formada, vícios 
incorporados, má educação, falta de limites e dificuldade de 
convivência são alguns dos pontos apresentados como maiores 
complicadores. 
• Outro motivo apresentado se refere a grande expectativa em 
relação à formação do vínculo entre a família e o adotado. Devido 
aos históricos de rejeição e abandono, além da consciência de que 
não pertence biologicamente àquela família, são fatores 
determinantes. 
• Um dos maiores mitos apresentados se refere ao desejo do 
adotado em conhecer sua família biológica. Essa busca 
comprometeria a relação com a família adotiva, se tornando 
motivos de conflitos, revoltas e, consequentemente, fugas. 
• Outro grande problema apontado é a burocracia. Devido a ela, o 
tempo de espera e as longas filas de uma adoção se tornam 
grandes obstáculos na concretização da mesma. 
• A legislação brasileira, por cautela e preservação das crianças, só 
oferece a guarda definitiva à família adotiva após um período que 
varia entre um e dois anos. Essa prática gera grande desconforto e 
ansiedade nas famílias adotivas, ligados principalmente ao medo 
de perder os adotados para as famílias biológicas, mesmo após já 
40
terem manifestado vínculo emocional com a criança. 
Alguns fatores atuam de forma a determinar o desencontro que há 
entre crianças abrigadas e aptas à adoção, sendo o principal o preconceito, 
que atua de forma consciente ou não, em que alguns deles correspondentes 
ao medo de adotar uma criança mais velha pela dificuldade na educação da 
mesma; medo dos vícios que a criança traria consigo por ter passado muito 
tempo nos abrigos; medo de que a “marginalidade” dos pais influencie de 
forma hereditária na criança; pensam que a criança adotada trás, em algum 
momento, problemas; achar que a criança não saber que é adotada reduz os 
problemas, de modo que preferem bebês e criar a imagem de família natural. 
Diante dessa realidade, observa-se que a adoção no Brasil é permeada 
por estigmas que se tornam grandes barreiras para a concretização de 
adoções tardias, visto que estão cercadas de preconceitos ligados à uma 
visão negativa da adoção como forma de inserir crianças e adolescentes em 
novas famílias.
 Scorlini -Comin(2006) esclarece: 
“Apesar de ser uma prática milenar, a adoção ainda é permeada na 
atualidade por mitos, fantasmas, estigmas e omissões, mesmo 
após tantas transformações de ordem ética, política, jurídica, de 
costumes e comportamentos (FONSECA, 1995, apud 
SCORSOLINI-COMIN, 2006, p. 41). Em se tratando da realidade 
brasileira, esse fenômeno tem que ser visto em uma perspectiva 
sociocultural mais ampla, pois tem a ver com o lugar que 
historicamente foi atribuído à infância no Brasil”. (FREITAS, 1997, 
apud SCORSOLINI-COMIN, 2006, p. 41).
Segundo Repoold (2005) muitos adotantes criam fantasias a respeito das 
experiências da criança anterior à adoção, pois acreditam, alimentados pela 
própria Psicologia, que o afastamento da família biológica traz consigo graves 
consequências psicológicas.
A pesquisa de Levy e Féres-Carneiro (2001) citado por Silva (2009) 
41
aponta que a opção de adotar crianças menores, a partir do argumento de 
que essas são mais fáceis de serem moldadas, na verdade mostra que 
adotantes buscam apagar a história passada da criança e cancelar qualquer 
herança genética que possa vir, de alguma forma, a interferir no projeto de 
parentalidade.
A pesquisa de Ebrahim (2001) destaca: Entre os adotantesconvencionais, que demonstraram receio em adotar crianças provenientes 
de instituições, 45% sentiam-se despreparados para lidar com esta situação 
diferenciada, ao passo que 25% acreditavam que adotar bebês facilitava o 
estabelecimento das relações familiares e 15% tinham medo da história de 
vida da criança e dos possíveis hábitos adquiridos.
A adoção é um desafio, e as mudanças nos mitos construídos também 
e precisa de muita reflexão conjunta para ser mudada.
Em contra Partida a esta linha de pensamento Ebrahim (2001) apontos 
que Entre os adotantes tardios, onde 88.9% não tinham receio em adotar 
crianças institucionalizadas, 29.3% sentiam-se preparados para lidar com 
quaisquer situações e 25% julgavam que o amor supera todos os obstáculos. 
O fato da criança viver em instituições foi definido, por 20.8% da amostra, 
como um elemento de proteção e amparo, e não como um fator agravante 
para a adoção
Apesar das dificuldades, a adoção continua sendo um dos principais 
atos de amor que um ser humano pode praticar.
• Motivação Para a Adoção Tardia
Segundo Puretz (2007), o principal motivo que leva casais a adotar é a 
dificuldade em conceber um filho, surgindo, assim, como ultimo recurso de 
filiação, buscando a adoção apenas quando não existe mais outra 
possibilidade de gerar um filho. Isso mostra que a sociedade ainda impõe à 
42
mulher a necessidade de ter filho, tendo essa como sua principal função. 
Com isso, a família busca uma adoção que possa imitar o mais próximo 
possível a filiação biológica. 
Em relação as motivações do casal pela adoção tardia, a pesquisa de 
Ebrahim (2001) destaca: a situação de abandono das crianças (51,9%); amor 
ao próximo (22,2%); valores religiosos (22,2%); não ter os próprios filhos 
(18,5%); para se sentir mais completo (14,8%); para constituir uma família, 
sendo solteiro (14,8%); para dar um irmão a um filho único (11,1%); por 
desejar mais um filho e não poder gerar (7,4%). 
De acordo com Dias (2016), pessoas realizam adoção tardia por puro 
altruísmo e desejo de auto realização de pai e mãe, optando, assim, por uma 
parentalidade solidária, além da praticidade e da vontade de ter companhia. 
Segundo Santos e Pizeta (1999) apud SCORSOLINI-COMIN, (2006) 
alguns elementos atuam como motivadores para a busca pela adoção, 
destacando-se a infertilidade e o desejo de maternidade e paternidade além 
da crença de que a entrada de uma criança na família aumentaria as 
chances de concepção dos casais com problemas de fertilidade. 
Camargo (2005) traz uma série de fatores que levam um casal a optar 
pela adoção além da infertilidade ou esterilidade: a) preencher um vazio 
causado pela perda de um filho; b) possuir bens e não haver quem deles 
desfrute ou continue após a morte do casal; c) a busca por um filho para que 
ele, de alguma forma, mantenha a união conjugal; d) realização de um 
projeto de vida a dois, que seria casar e ter filhos; e) ser solteiro e estar em 
busca de passar pela experiência de maternidade ou paternidade; f) ser 
viúvo e buscar evitar a solidão, e; g) escolher o sexo do bebê. O que se 
percebe é que, nesses casos, a criança vem como uma solução para as 
expectativas, problemas ou vontades dos adotantes. 
Para Weber (1998) a maioria dos pais adotivos possui como motivação 
um interesse pessoal e essencial, que é satisfazer o desejo de ser pai e/ou 
43
mãe. Além da vontade de preencher a solidão, dar um irmão a um filho único 
e substituir um filho biológico falecido. Entretanto, Weber ressalta ainda que 
essas motivações “menos nobres” ou inadequadas não mostraram trazer 
prejuízo evidente na relação pais e filhos, evidenciando não haver uma 
relação direta entre motivação inadequada e fracasso da relação. Para a 
autora o vínculo afetivo que se cria na relação pais e filhos adotivos se torna 
tão forte que pode acabar neutralizando o suposto efeito que essas 
motivações impróprias poderiam trazer. 
Outro autor que decorre sobre o tema é Levinzon (2004). Segundo ele, 
as principais razões das famílias são: a) a esterilidade; b) o falecimento de 
um filho; c) vontade de ter filho e não possuir mais idade biológica; d) fazer 
algo bom; e) desejo de paternidade e/ou maternidade; f) familiar que não tem 
condições de cuidar do filho; g) solteiros que querem ser pais, e; h) não ter 
que passar pela gravidez para ter filho. 
Segundo Reppold (2003) para alguns pesquisadores, investigar o que 
motivou os adotantes a buscar a adoção é de extrema importância, uma vez 
que os interesses dos mesmos exercem grande influência na qualidade da 
relação que será estabelecida entre os pais e o filho, pois, para eles, 
adoções realizadas por influência da perda de um filho ou parente têm 
dificuldades na adaptação, isso porque os adotantes estão em um momento 
de fragilidade, não conseguindo ajudar o filho a passar por esse processo. 
Situações como essa demonstram a sobreposição dos interesses dos 
adotantes sobre os do adotado. Outro contexto em que isso ocorre diz 
respeito à pais que adotam motivados pela crença de aumentar a chance de 
engravidar, alguns pais acreditam que adotando uma criança a ansiedade 
com relação às dificuldade de reprodução diminuiriam, aumentando as 
chances de essa reprodução ocorrer (WEBER, 1999, apud REPPOLD, 
2003).Entretanto Reppold (2003) cita também pesquisadores, como 
Casellato, 1998; Coimbra, 1999 e Weber, 1997, que contestam o exposto 
acima, pois segundo os mesmos não é necessário que a investigação dos 
interesses dos pais na adoção tardia faça parte do processo de habilitação, 
44
isso porque não se deve subestimar a capacidade que a criança tem de se 
adaptar, além de não proporcionarem aos interessados em adotar uma 
reflexão acerca do assunto. Além disso, algumas pesquisas indicam não 
haver uma relação entre as motivações à adoção e o sucesso ou fracasso da 
mesma. 
Gondim (2008) descreve quatro categorias de motivação à adoção, 
sendo elas: a) vontade de constituir família; b) desejo de exercer 
paternidade/maternidade; c) altruísmo, ou seja, vontade de ajudar o outro; d) 
infertilidade.
Santos (2011) ao investigar os motivos que levam solteiros a adotarem 
ressaltou o desejo de adotar ou de realizar a paternidade/maternidade e a 
perda de entes queridos. Em sua pesquisa todos os processos de adoção 
foram realizados de forma legal, sendo que alguns casos primeiro foi 
realizado o cadastro, outros já estavam com a criança e solicitaram junto à 
justiça a regulamentação e, em apenas um caso, a adoção foi seguida do 
apadrinhamento afetivo. 
Segundo Repoold (2005) é importante que se faça uma detalhada 
avaliação das motivações à adoção, isso porque quando o interesse do 
adotante está restrito a uma criança com determinados atributos o risco de 
devolução é alto devido a frustração que sentirão, pois a experiência real 
nunca será igual à ideia idealizada que eles tiveram, ou seja, quando este 
fator é determinante para a concretização da adoção a adaptação à mesma 
se torna mais complicada.
• Desvantagens Na Preparação da Adoção Tardia
Em ações do poder judiciario para apoiar as famílias neste processo de 
adoção, o setor técnico do fórum com apoio de pscicologos, assistentes 
sociais e a fiscalização do Ministerio Publico auxiliam as famílias neste 
processo, sendo mais que a escolha de um atributo pessoal de alguém e sim 
45
um longo processo de convivência e alterações de ambos os lados no 
contexto social e familiar.
A pesquisa de Ebrahim (2001) destaca que de acordo com os valores 
encontrados, os adotantes tardios (23.1%) passaram por uma maior 
orientação antes da adoção do que os adotantes convencionais (21.8%). 
Mesmo esta diferença, sendo bastante discreta, tendo sido isto talvez um 
elemento favorecedor para a realização destas adoções consideradas mais 
difíceis. No entanto, a preparação pode ter ocorrido, justamente, pela 
decisão das famílias em adotar criançasmaiores, pois nestes casos 
considera-se necessário um melhor preparo dos pais adotivos para lidarem 
com as dificuldades inerentes a este tipo de adoção.
A dicotomia entre adoções que são bem sucedidas e aquelas que não 
alcançam os resultados esperados estão que Todavia, a maioria 
esmagadora, tanto entre os adotantes tardios (76.9%) quanto entre os 
adotantes de bebês (78.2%), encontrava-se completamente despreparada. 
Apesar de 48.1% dos adotantes convencionais não manifestarem 
predileções quanto à idade da criança a ser adotada, não houve preparação 
anterior que pudesse unir a falta de preferências com a adoção de crianças 
maiores.
A questão do politicamente correto no momento da preferencia da 
adoção influencia diretamente nas questões que podem influenciar nas 
desvantages da adoção tardia, por questões que vão além do puro e simples 
desejo em adotar, trata-se da questão de influenciar todo o contexto social e 
familiar de alguém.
Segundo Ebrahim (2001) Entre os adotantes tardios, 52.2% não tinham 
qualquer preferência quanto às características da criança a ser adotada, ou 
apenas especificavam a faixa etária desejada, com 28.6% dos adotantes 
querendo crianças com idade entre 2 e 5 anos. Em relação aos adotantes 
convencionais, 22.8% não exibiam preferências, mas 36.4% almejavam 
46
adotar bebês, recém-nascidos ou com poucos meses de vida. Estes 
demostraram receios em acolher crianças que viveram meses ou anos em 
uma instituição (37.7%).
Neste processo de adoção tardia existe o risco de um novo trauma, o 
da devolução por pessoas que não se adaptaram a convivência em família. 
• A Necessidade do Estágio de Convivência
Esse momento é essencial para o sucesso do vínculo entre pais e 
filhos, porque acontece a integração de elementos de sentidos e de 
significação que caracteriza a organização subjetiva de um âmbito da 
experiência dos sujeitos, ação, construção, história, transações, trocas 
sociais e culturais como configurações subjetivas da personalidade.É um 
complexo de articulações e possibilidades contraditórias, processos de 
ruptura e renascimento, tudo deve ser visto com sensibilidade e não com um 
olhar determinista, universalista, as coisas acontecem e tudo é bem vindo 
para que a relação tome sua própria forma de convivência no seio familiar.
Todo estágio precisa ser acompanhado por equipe interprofissional, 
preferencialmente com apoio de técnicos responsáveis pela execução da 
política de garantia do direito à convivência familiar, os quais deverão 
apresentar relatório minucioso conforme previsão do ECA art.46 § 4.º.
Na adoção tardia, o que ocorre é que muitas vezes os problemas 
surgem e ou se intensificam enquanto o vínculo entre pais e filhos ainda se 
encontra bastante vulnerável, em construção. Somam-se as dúvidas e 
incertezas de ser pai e mãe às dificuldades iniciais de adaptação e o pouco 
conhecimento mútuo. Para a criança também não é fácil, ela vem de um 
ambiente e uma socialização totalmente diferente e, muitas vezes, não 
elaborou suficientemente a dor de ter sido abandonada, abusada e ou 
entregue para adoção.
47
Segundo Ebrahim (2001) no entanto, mesmo com as dificuldades 
apresentadas, 50% dos adotantes tardios informaram não ter encontrado 
dificuldades na relação com o(a) filho(a), e dos que afirmaram ter tido 
dificuldades (50%), apenas 34.6% as atribuíram ao fato da criança ser 
adotiva.
Estabelecer este vínculo e consolidá-lo é uma conquista mútua diária 
com momentos muito prazerosos, sendo fundamental manter a esperança e 
a perseverança.
Ebrahim (2001) aponta quanto à adaptação, 53.3% dos adotantes 
tardios afirmaram ter se adaptado à criança entre dias e semanas, e 26.7% 
admitiram a adaptação dentro de meses, havendo apenas 6.7% que levaram 
anos para concluir a adaptação e 13.3% que não se adaptaram.
Faz-se necessário uma análise detalhada de todo processo de adoção 
bem, como avaliação do estágio de convivência, pois a decisão transitada 
em julgado promove a integração completa do adotado na família do 
adotante, sendo esta medida expecional e irretratável previsto na Lei 
nacional de Adoção no § 1º do art. 39.
Nesse Sentido Gonçalves(2012):
“...Ela promove a integração completa do adotado na família do 
adotante, na qual será recebido na condição de filho, com os 
mesmos direitos e deveres dos consanguíneos, inclusive 
sucessórios, desligando, definitiva e irrevogavelmente, da família de 
sangue, salvo para fins de impedimentos para o casamento. Para 
este último efeito, o juiz autorizará o fornecimento de certidão, 
processando-se a oposição do impedimento em segredo de 
justiça”.(GONÇALVES, 2012, Pg.347).
• Dados Do Conselho Nacional De Justiça.
Conforme já apontado, o Conselho Nacional de Justiça, informa que no 
Brasil temos 8.001 crianças cadastradas e vinculadas no Cadastro Nacional 
48
de Adoção (CNA), entre elas 4.770 estão disponíveis a adoção. O número de 
pessoas habilitadas a adotar é de 38.514. 
Outro fator apontado pelo CNJ que de 4.470 Crianças e adolescentes 
estão disponíveis a adoção no Brasil, entre elas 66,98% das Crianças e 
adolescentes disponíveis a adoção possuem irmãos, 49,31% são 
adolescentes de 12 a 17 anos, 27,26 % possuem idade tardia para adoção 
de 03 a 11 anos de idade, e 33,27 % possuem algum problema de saúde. 
E em contra partida dos 38.514 Pretendentes Cadastrados, 66,95 % 
não pretendem adotar irmãos. Somente 0,69% estão dispostos a adotar 
adolescentes de 12 a 17 anos, e 67,05% estão dispostos a adotar crianças 
tardiamente, porem na faixa entre 03 anos até 11 anos, sendo que quanto 
maior a idade menos são os números de pretendentes a adotar. Para 
enredar a situação 65,2 % não pretendem adotar uma criança ou 
adolescente com problemas de saúde.
Existe uma desproporção em relação aos quesitos para adotar e os 
inscritos e aptos a serem adotados, o que permaneia a situação a cada vez 
mais o número de crianças e adolescentes em situações de 
institucionalização dos abrigos. 
A fim de tornar mais ampla e ágil a busca de famílias para as crianças 
acolhidas nos abrigos Brasil afora, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) 
está implantando um novo Cadastro Nacional de Adoção. A Corregedoria da 
entidade ainda vai avaliar ajustes - a serem feitos no Cadastro - propostos 
por magistrados e servidores. Entre as questões levantadas pela maioria 
deles estão: a unificação dos cadastros de adoção e do de crianças 
acolhidas; e a inclusão de fotos e vídeos das crianças que esperam uma 
família. Após a avaliação da Corregedoria, será dado início ao processo de 
capacitação dos profissionais juízes e técnicos que atuarão nesta área.
49
• O Projeto LEI 5850/16.
Em busca de maior celeridade ao Processo de Adoção, foi aprovado na 
Camara dos Deputados o Projeto Lei 5850/2016 de autoria do deputado 
Augusto Coutinho (SD-PE), que muda o Estatuto da Criança e do 
Adolescente para agilizar procedimentos relacionados à destituição de poder 
familiar e à adoção de crianças e adolescentes, a matéria será enviada ao 
Senado Federal.
Nos pontos apontados pelo Projeto lei estão a redução do prazo de 
ingresso da ação de destituição do poder familiar de trinta para dez dias, 
podendo ser dispensada a realização de estudos complementares ou outras 
providências nos casos em que um dos pais ou responsável já tiver sofrido 
anteriormente pena de decretação da perda ou suspensão do poder familiar, 
houver suspeita de agressão física ou moral contra a criança ou adolescente, 
a criança tenha idade inferior ao limite etário de adotabilidade, houver 
suspeita de que a saúde física ou psicológica da criança esteja em risco,
houver suspeita de que os pais ou responsável não estejam cumprindo os 
seus deveres de sustento, guarda ou educação, ou a criança ou adolescente 
se encontre em situação de abandono ou acolhimento por mais de sessenta 
dias.
Outro ponto importante do projeto é que ele

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