Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOCIÊNCIAS FORENSES Principais tóxicos de interesse forense e seus efeitos na saúde humana Líbia Alves de Oliveira¹ Daniela Buosi Rohlfs² ¹Licenciada em Biologia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Aluna da Pós-graduação em Biociências Forenses pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás/IFAR. ²Orientadora: Engenheira Florestal pela Universidade de Brasília; Mestre em Ciências Ambientais pela Universidade de Brasília; Especialista em Gestão Integrada das Águas – Saneamento Ambiental pela Universidade das Águas da Itália; Especialista em Saúde e Poluição Atmosférica pela Universidade de São Paulo. Professora de especialização em Biociências Forenses IFAR/PUC-GO. Endereço: IFAR Instituto de Estudos Farmacêuticos. SHCGN 716 Bl B Lj 05 Brasília-DF CEP: 70770-732. Resumo A toxicologia forense tem a finalidade de identificar a presença de substâncias químicas em casos de investigação de violência, homicídios, suicídios, acidentes e uso de drogas de abuso para aplicação legal. No Brasil o número de intoxicações e óbitos causados por substâncias químicas como medicamentos, agrotóxicos e as drogas de abuso com motivos de interesse legal nos últimos anos tem apresentado alto índice de notificação nos principais sistemas de registro de informação: o Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (SINITOX) e Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), levando-se em conta os casos de subnotificação. Diante desses fatos este trabalho traz também alguns efeitos que estas substâncias causam no organismo humano e várias legislações que tratam da classificação, uso e proibições à respeito desses agentes tóxicos de interesse na área da toxicologia forense. Palavras-chave: Toxicologia forense, substâncias químicas, efeitos tóxicos, DL50. ABSTRACT The forensic toxicology aims to identify the presence of chemicals in investigating cases of violence, homicides, suicides, accidents and drug abuse to law enforcement. In Brazil the number of poisonings and deaths caused by chemical substances such as drugs, pesticides and drugs of abuse for reasons of legal interest in recent years has shown a high rate of reporting in the major systems of registration of information: the National System of Toxic- Info pharmacological (SINITOX) and Information System for Notifiable Diseases (SINAN), taking into account the cases of underreporting. Given these facts this work also brings some effects that these substances cause the human body and various laws dealing with the classification, use and prohibitions regarding the interest of these toxic agents in the field of forensic toxicology. Keywords: Forensic Toxicology, chemicals, toxic, LD50. INTRODUÇÃO Em torno de 1500 a.C o Papiro de Ebers relata a história médica do antigo Egito e é considerado um dos documentos mais antigos com informações toxicológicas; nele há dados como conhecimento do organismo humano, prescrições de substâncias curativas para várias enfermidades desencadeadas por substâncias tóxicas de origem animal, vegetal e mineral (FUKUSHIMA; AZEVEDO, 2008). No século XIX o médico espanhol Mathieu J. B. Orfila (1787-1853), que trabalhava para a corte francesa, foi o primeiro toxicologista a utilizar materiais coletados durante necropsia e aplicar química analítica sistemática para comprovar cientificamente envenenamentos, ficando conhecido como pai da toxicologia forense (GALLO, 2001). No ano de 1961, surgiram as primeiras notícias dos efeitos danosos da talidomida, o nascimento de bebês com deformidade dos membros e esse episódio marcou o início de uma nova era no controle das reações adversas aos fármacos, a partir dessa evidência muitos países criaram agências para tratar de segurança no uso dos mesmos e desenvolveram também regulamentos específicos (LEE; HERZSTEIN, 1986). Conforme descreve Castro (1999) nos anos 90 são implantados no Brasil vários Centros de Informação de Medicamentos - CIM, que por suas características de trabalho permitem documentar como a população e os profissionais estão utilizando os medicamentos e a eventual ocorrência de reações adversas aos mesmos. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Química - ABIQUIM (1999) existem mais de 23 milhões de substâncias químicas conhecidas, destas cerca de 200 mil são usadas em todo o mundo, principalmente encontradas como misturas em produtos comerciais. Para Moraes (1991) a toxicologia não se limita às constatações dos efeitos tóxicos das substâncias, procura descobrir e compreender os mecanismos de ação destas, deixando de ser apenas uma ciência descritiva e analítica, adquirindo assim um cunho experimental. Este trabalho tem o objetivo realizar revisão bibliográfica sobre as substâncias químicas que em contato com o organismo humano causam efeitos adversos e danos; sendo assim os tóxicos de maior interesse na área da Toxicologia Forense. METODOLOGIA Este estudo constitui-se de uma revisão de literatura baseada em trabalhos científicos especializados no tema tratado. Foi realizada uma consulta a livros, monografias, teses e artigos científicos selecionados através de busca no banco de dados do Scielo, BVS, Google Acadêmico, bibliotecas virtuais de Universidades Federais e Estaduais, assim como outros sites também foram utilizados para obtenção de algumas informações como o: Ministério da Saúde (MS), Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas (SINITOX) e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A busca no banco de dados foi realizada usando palavras chave como: toxicologia forense, DL50, substância química, classificação de toxicidade. DESENVOLVIMENTO Segundo estudos de Rozenfeld (1998) não há substância química totalmente segura ou totalmente tóxica, o dimensionamento do risco requer a compreensão dos mecanismos de produção dos efeitos tóxicos que embasam as classificações. No século XIV, Paracelsus (1493-1541) considerado o Pai da Toxicologia, já descrevia que “a dose correta é que diferencia o veneno de um remédio”. Assim, todas as substâncias são venenos, não há uma que não seja. Assim para Goes (1998) toxicidade é a propriedade inerente de um agente químico produzir efeitos agudos, subletais, letais ou crônicos sobre um organismo. A intoxicação é caracterizada como manifestação clínica do efeito nocivo produzido em um organismo vivo como resultado da interação de um agente tóxico com esse organismo e é dependente da dose ou concentração, das propriedades físico-químicas da substância, da via, tempo e frequência de exposição e suscetibilidade do organismo, sendo assim toxicidade é a propriedade intrínseca que o agente tóxico apresenta em causar efeitos nocivos ao organismo (CHASIN e PEDROZO, 2004; LARINI, 1997). Segundo Oliveira & Menezes (2003) na maioria dos casos a intoxicação se dá em pessoas saudáveis que desenvolvem sinais e sintomas devido ao contato com substâncias externas, que podem ser de uso industrial, humano, médico, doméstico, agrícola, automotivo, dentre outros, resultando assim em efeitos tóxicos pelo uso inadequado ou pelo abuso. Para Alves (2005) a toxicologia forense tem como objetivo principal detectar e quantificar as substâncias tóxicas que podem ser encontradas em situações criminais, e por existirem em grande número estas substâncias limitam a realização das perícias, pois os laboratórios direcionam a investigação na procura das substâncias que, segundo a casuística da área de atividade, estão na maioria dos casos. Segundo Tocchetto e Passagli et al. (2011) a Toxicologia tem por objetivos prevenir, diagnosticar e tratar o homem que eventualmente se envolveu com substâncias químicas denominadas venenos, tóxicos ou xenobióticos, nesta o ramo daToxicologia Forense estuda as substâncias químicas geralmente post mortem, na busca de evidência que irá permitir a identificação da presença de um agente tóxico na investigação criminal e elucidação em casos de acidentes, suicídios e homicídios. De acordo com Rangel (2011) a toxicologia representa a ciência que identifica e quantifica os efeitos adversos associados com a exposição a determinados agentes tóxicos; e dentro desta ciência tem a Toxicologia Forense que detecta e quantifica as substâncias tóxicas para aplicabilidade em questões judiciais, nas quais é preciso o reconhecimento, a identificação e a quantificação do risco relativo à exposição humana a agentes tóxicos. Atualmente o campo de ação da Toxicologia Forense é maior, de acordo com Tocchetto e Passagli et al. (2011), abrangendo desde perícias em indivíduos morto até os vivo, com objetivo de rastrear e/ou confirmar a eventual presença de drogas de abuso para caracterização do estado de dependência psíquica e/ou física, até circunstâncias próprias de saúde pública, como falsificação ou adulteração de medicamentos e acidentes com substâncias químicas. O risco de uma substância química, conforme citam Garcia & Alves Filho (2005), é uma função de dois fatores: a exposição e a toxicidade. O conhecimento sobre os efeitos na saúde decorrentes da exposição às substâncias químicas ocorre a partir de duas fontes principais de informações: estudos em seres humanos e estudos de toxicidade com animais (WHO, 2006). Conforme Boobis et al.(2007) a caracterização do risco pode ser definida como a estimativa qualitativa ou sempre que possível quantitativa, incluindo as incertezas esperadas da probabilidade de ocorrência de um efeito adverso de um dado agente num dado organismo ou população sob condições definidas de exposição. Ocasionalmente um odor característico pode ser detectado na respiração da pessoa intoxicada ou nas roupas, a qual também pode direcionar a exposição ou a intoxicação por um agente específico (KLAASSEN, 2008). Jardim e Caldas (2009) relatam que a exposição a várias substâncias químicas na dieta (cumulativa) e/ou advinda de várias fontes de exposição (agregada) e suas consequências para a saúde humana, tem sido objeto de preocupação de órgãos reguladores e da população em geral. A classificação e avaliação toxicológica de substâncias químicas de acordo com a legislação do Estado do Rio Grande do Sul nº 7.747 (1982) é a forma de identificar o risco que estas oferecem, através de análise de dados toxicológicos, com o objetivo de colocá-las em classes e fornecer informações sobre a forma correta de seu emprego, assim como as medidas preventivas e curativas para os casos de uso indevido e consequente intoxicação. Segundo a classificação toxicológica da Lei Estadual nº 7.747/1982, as substâncias químicas são classificadas em: classe I – altamente tóxicas para o homem, causam lesões sistêmicas, possuem propriedades carcinogênicas, teratogênicas, mutagênicas e prejudica o processo reprodutivo, classe II – medianamente tóxica, causa irritação severa na pele, classe III – pouco tóxica, causa irritação moderada na pele, classe IV – praticamente não tóxica, provocam irritação leve na pele. O guia da Organização Mundial da Saúde (OMS, 1991) propõe diferentes classes de periculosidade baseadas principalmente na toxicidade aguda (Dose Letal 50% - DL50) oral e dermal do ingrediente ativo e suas formulações; sua determinação é realizada por procedimentos padronizados pela toxicologia e define o valor DL50 como uma estimativa estatística do número de mg de tóxicos por kg de peso vivo requerido para matar 50% de uma grande população de animais de ensaios experimentais. Garcia et al. (2008), no ano de 1992, cita que o Brasil modificou seus critérios de classificação toxicológica de agrotóxicos adequando-os à recomendação de classificação de periculosidade da Organização Mundial da Saúde (OMS). Por meio da Portaria SNVS nº 3 (1992) ocorreu uma redefinição dos critérios de classificação toxicológica anteriormente vigente, mantiveram-se quatro classes definidas principalmente pela DL50 dos produtos e também por outros dados relacionados a danos na córnea, pele e concentração letal inalatória (CL50). Para Larini (1999) a principal questão envolvendo a classificação toxicológica é que ela reflete basicamente a toxidade aguda e não indica os riscos de doenças de evolução prolongada como câncer, neuropatias, hepatopatias, problemas respiratórios e outros, que ocorrem em especial nos casos de intoxicação crônica, com baixas doses do contaminante por um longo prazo. Para este autor a classificação dos agrotóxicos deve se dar em 4 classes conforme DL50 por via oral ou dérmica, como sendo classe I – extremamente tóxicos, classe II – altamente tóxicos, classe III – moderadamente tóxicos, classe IV – pouco tóxicos (LARINI, 1999). A Lei dos Agrotóxicos nº 7.802/1989 considera como agrotóxicos “os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento de produtos agrícolas e também introduziu novos instrumentos para controle destas substâncias”. Barrigossi (2006) descreve que a toxicidade dos agrotóxicos é expressa em valores referentes à DL50 por via oral, representada por mg do ingrediente ativo por kg de peso vivo necessários para matar 50% da população do animal teste, isto para estabelecer medidas de segurança e reduzir os riscos do produto à saúde humana. Sendo assim, sua classificação dos agrotóxicos é descrita como: classe I (DL50 <50mg/kg de peso vivo), classe II (DL50 de 50mg a 500mg/kg), classe III (DL50 de 500mg a 5.000mg/kg) e classe IV (DL50>5.000mg/kg). Salvi et al. (2003) cita alta frequência de sintomas extrapiramidais 1 e elevada prevalência de problemas psiquiátricos em indivíduos expostos aos inseticidas organofosforados e/ou carbamatos. Calvert et al. (2004) relata que evidências científicas mostram que a exposição aos pesticidas pode levar a danos à saúde, muitas vezes irreversíveis, como o caso da neuropatia tardia por sobreexposição a organofosforados. Para Faria et al. (2007) o Brasil é um dos líderes mundiais em consumo de agrotóxicos e as intoxicações agudas são a face mais visível do impacto destes produtos na saúde, e isto porque na prática só se registram nos sistemas oficiais de informação os casos mais graves e agudos; afirmam ainda que embora as pesquisas brasileiras sobre os impactos do uso de agrotóxicos na saúde humana tenha crescido, ainda é insuficiente para saber a extensão da carga química de exposição e dimensão dos reais danos à saúde. Segundo International Agency for Research on Cancer (IARC, 2007) e a Agency for Toxic Substances and Disease Registry (ATSDR, 2007) dentre os problemas já identificados e publicados, sobre os efeitos na saúde decorrentes do consumo de água contaminada por agrotóxicos incluem problemas no fígado, baço, cardiovasculares, reprodutivo, endócrino, renal, Sistema Nervoso Central (SNC), ocular, cefaléia, anemia e aumento do risco de desenvolver câncer. Estudos de Araújo et al. (2007) cita que a exposição à múltiplos pesticidas, especialmente os organofosforados os mais utilizados pelos agricultores, levaram a quadros clínicos de intoxicação aguda até efeitos persistentes e crônicos como sudorese, sialorréia, coriza, espasmos e cãibras abdominais, vômitos, diarréia, rush cutâneo, xerostomia, opressão precordial, incontinência urinária, miofasciculação braquial e palpebral, parestesias nas mãos 1 O sistema extrapiramidal é uma rede neural localizada no cérebro humano que faz parte do sistema motor envolvido na coordenação dos movimentos. Os sintomas extrapiramidais se caracterizam por dificuldade de iniciar um movimento e dificuldade de se manter imóvel, com movimentosmusculares irregulares e involuntários. http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9rebro_humano http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sistema_motor&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Sistema_motor&action=edit&redlink=1 e pernas, palpitação, mialgias, dispnéia, taquicardia, fadiga, confusão mental, visão turva e lacrimejamento, convulsão e até episódios depressivos Para Araújo et al. (2007) citam que a partir dos anos sessenta os danos causados por pesticidas ao organismo humano, começaram a ser noticiados com relatos de casos de intoxicações por organoclorados entre trabalhadores rurais. Segundo Fernandes & Sarcinelli (2009) apesar da existência de regulamentações quanto à comercialização e uso dos agrotóxicos, o Brasil é um dos maiores consumidores mundiais do produto, tornando uma realidade os riscos da exposição humana a esses contaminantes. De acordo com SINITOX (2011) o Brasil no período de três anos 2007, 2008 e 2009 teve um número de 25.071 casos registrados de intoxicação humana por agrotóxicos e consequentemente 555 casos de óbitos; deste total de intoxicação observa-se 9.508 casos de tentativa de suicídio, 138 casos de violência/homicídio, 9.396 casos de acidente individual. Em 2009, segundo Pacheco (2009), o Brasil liderou o mercado mundial de agrotóxicos. De acordo com a Lei nº 5.991/1973 medicamento é um produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico. Em seguida a Lei nº 6.360/1976 prevê que todos os informes sobre acidentes ou reações nocivas causadas por medicamentos deverão ser transmitidos à autoridade sanitária competente. A farmacovigilância, que trata de um conjunto de atividades relacionadas a medicamentos, tem como principal objetivo à detecção, avaliação, compreensão e prevenção de qualquer evento adverso relacionado com medicamentos, tais como o uso abusivo/indevido, desvio de qualidade com consequências danosas ao paciente e intoxicações medicamentosas (WHO, 2002; BRASIL, 2009). Sobre as intoxicações por medicamentos, o Brasil detém um alto número de registros de intoxicação humana ao longo dos anos de 2007, 2008 e 2009 segundo SINITOX (2011), apresentando 87.477 casos e 248 óbitos no total, registrados oficialmente. Deste total de intoxicação, observa-se 37.450 casos de tentativa de suicídio, 28.291 casos de acidente individual, 182 casos de violência/homicídio, 934 casos de uso abusivo. Segundo Mota (2011), os resultados de reações adversas dos medicamentos se expressam com óbito, lesão e incapacidades. Conforme Tocchetto e Passagli et al. (2011) um dos mais graves problemas na sociedade moderna são as drogas de uso abusivo, pois as elevadas taxas de homicídios registradas se devem ao consumo abusivo de álcool e à presença das drogas ilícitas, estas são denominadas psicoativas ou psicotrópicas porque atuam no Sistema Nervoso Central (SNC), modificando o humor, a consciência, os pensamentos e os sentimentos. Entre 1936 a1968 os anfetamínicos utilizados em competições aeróbicas e os esteróides anabolizantes para esportes que demandam força e potência, ganharam espaço entre os atletas, levando a criação em 1967, no âmbito do Comitê Olímpico Internacional de uma comissão formada por médicos e toxicologistas para ditar as regras referentes ao controle da dopagem (PASSAGLI; MARINHO, 2011). Ainda que a toxicologia forense envolva várias aplicações, como no controle de dopagem em esportes e assuntos regulatórios, sua principal característica é a identificação de substâncias químicas que possam estar relacionadas com óbitos ou dano à propriedade (COSTA, 2008). Laure (1997) cita que um dos casos mais famosos em que a toxicologia forense prestou auxílio no controle de dopagem foi na elucidação da causa “mortis” de Tom Simpson, no Tour da France, em 1967. Após autópsia (suco gástrico, urina e sangue) comprovou-se a morte por abuso de anfetamina. De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (1997) o condutor de veículo automotor que estiver sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência, e estando estas substâncias com a concentração igual ou superior a 6 decigramas por litro de sangue, será penalizado; assim para casos de acidentes de trânsito com vítimas fatais será realizado exame toxicológico para verificação de álcool ou outra substância tóxica nos condutores e vítimas. Para Quintella et al. (2000) a concentração normalmente encontrada de drogas de abuso em análise feitas no cabelo é da ordem de ng/mg, e para detecção de anabolizantes e glicocorticosteróides (CT) a concentração é de pg/mg. Como a maconha é uma droga de abuso, com o uso contínuo, mesmo que interrompido, diversos metabólitos podem ser detectados na urina até várias semanas (20 a 60 dias); isto se deve à excreção lenta, idade, peso e uso de várias vezes durante o dia, nas pessoas que utilizam a droga ocasionalmente este tempo é reduzido e a detecção é possível até 7 dias (McGUIGAN, 2006; OLIVEIRA, 2005; MOREAU, 2008). Segundo Chasin (2001), as intoxicações exógenas que podem estar relacionadas a práticas criminosas são diagnosticadas por meio de evidências em fluidos biológicos. Aquino Neto et al. (2002) ressaltam que nos últimos anos pesquisadores da área toxicologia forense vem analisando os cabelos para elucidar causa morte ou indicar se uma pessoa é traficante e/ou usuário de drogas. O grande interesse vem da possibilidade de estabelecer a história dos últimos meses de exposição a um ou outro xenobiótico e da possível correlação dose/concentração, o que não é possível utilizando outro tipo de amostra biológica; para a cocaína uma dose de 25-35mg permite a sua detecção 2-6 meses após o consumo. Segundo descrição da Lei nº 11.343/2006, que institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas, consideram-se como drogas todas as substâncias ou produtos capazes de causar dependência a um organismo. De acordo com Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (OBID, 2012), do Ministério da Justiça, as drogas depressoras do SNC (álcool etílico, barbitúricos, benzodiazepínicos, opiáceos e opióides, solventes e inalantes) fazem o cérebro funcionar lentamente reduzindo a atividade motora, ansiedade, atenção, concentração, capacidade de memorização e intelectual. Já as estimulantes do SNC (cocaína, anfetaminas e ecstasy) aceleram a atividade de determinados sistemas neuronais, e como consequências leva a um estado de alerta exagerado, insônia e aceleração dos processos psíquicos. As drogas modificadoras do SNC (maconha, LSD) produzem uma série de distorções qualitativas no funcionamento do cérebro, como delírios, alucinações e alterações na senso- percepção (OBID, 2012). O relatório mundial sobre drogas, realizado pela United Nations Office on Drugs and Crime (UNODC), relata que a maconha é a droga ilícita mais consumida em todo o mundo, com um número de usuários nos anos de 2006 e 2007 de quase 165,6 milhões. No Brasil o aumento no consumo entre 2005 e 2007 se deve à grande disponibilidade do produto vindo do Paraguai (MOREAU, 2008; UNODC, 2007; UNODC, 2008). Segundo levantamento domiciliar realizado nas 108 maiores cidades brasileiras, pela Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD, 2006), da Presidência da República, 22,8% da população pesquisada já fizeram uso na vida de drogas (excetuando na resposta tabaco e álcool), correspondendo a uma população de 10.746.991 pessoas. Em pesquisa semelhante realizada nos EUA, em 2004, essa porcentagem atinge 45,4% e no Chile 17,1%. A estimativa de dependentes de álcool foi de 12,3% e de tabaco 10,1%, o que corresponde a populações de 5.799.005 e 4.700.635 de pessoas, respectivamente. O uso na vida de maconha aparece em primeiro lugar entre as drogas ilícitas, com 8,8% dos entrevistados, e a segunda droga com maioruso na vida (exceto tabaco e álcool), foi solvente com 6,1% (SENAD, 2006). Os pesquisadores foram surpreendidos pelo resultado de uso de orexígenos (medicamentos utilizados para estimular o apetite), com 4,1%, lembrando que não há controle para venda desse tipo de medicamento. A prevalência sobre o uso de Cocaína, crack e merla foi, respectivamente, 2,9%, 0,7%, 0,2%. Entre os medicamentos usados sem receita médica, os Benzodiazepínicos (ansiolíticos) tiveram uso na vida de 5,6 (SENAD, 2006). Ressalte-se a observação de que, na faixa etária de 12 e 17 anos, já existem relatos de uso das mais variadas drogas, bem como facilidade de acesso às mesmas e vivência de consumo próximo. Cabe destacar que esse estudo foi realizado em 2005 e que, em função da epidemia do crack, esses números devem se mostrar bastante alterados atualmente. Para Passagli & Rodrigues (2011) as drogas estimulantes do SNC como a cocaína, anfetaminas e ecstasy são uma classe de drogas de grande importância nas ciências forenses, pois são substâncias químicas que determinam elevado grau de dependência em seus usuários, e também pela estreita relação destes com a violência e criminalidade. Segundo Costa (2008) a cocaína por ser uma das drogas de abuso mais consumidas no mundo está relacionada estreitamente com crimes, pois possui uma baixa dose letal levando à overdose muito facilmente, e seus usuários se tornam mais agressivos e violentos. Um dos graves problemas de saúde pública em todo o mundo é o alto número de casos de intoxicações causadas por diversos agentes, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, vitimando cerca de 500 mil pessoas a cada ano (BITENCOURT; BORGES, 2007). Segundo os números divulgados pelo Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas (SINITOX, 2011), foram, nos anos de 2007, 2008 e 2009, notificados 14.686 casos no total de intoxicação por drogas de abuso, deste 12.658 casos são por uso abusivo, 752 casos de tentativa de suicídio, 372 casos de acidente individual e 72 casos de violência/homicídio. Segundo dados referentes a intoxicações humanas por diversos agentes, no Brasil em 2007 foram 112.403 o número de casos e 538 óbitos, em 2008 este número teve uma queda e foram informados 91.091 casos e 464 óbitos, em 2009 foram 101.086 casos de intoxicação e 409 casos de morte, resultando em um total de intoxicações nestes três anos de 304.580 casos. Deste total o percentual de intoxicações por medicamentos, agrotóxicos e drogas de abuso correspondem em mais da metade, pois são 127.234 casos (SINITOX, 2011). No Brasil as notificações registradas no SINAN (2012), relacionadas às intoxicações exógenas por vários agentes tóxicos no período de 2010 são no total de 47.520 casos de notificação, sendo que os medicamentos correspondem a 17.888 casos, os agrotóxicos a 3.949 e as drogas de abuso a 3.803; já no ano de 2011 as notificações são no total de 59.850 registradas no sistema, sendo 22.658 notificações de medicamentos, 4.062 por agrotóxicos e 6.005 por drogas de abuso. CONCLUSÃO A toxicologia forense vem, desde muitos anos, estudando os efeitos das substâncias químicas no organismo com o interesse de conhecer tais agentes químicos para tratar o organismo que entrou em contato com estas, prevenir e detectar possíveis intoxicações acidentais ou criminosas, que muitas vezes são letais. Este trabalho, realizado a partir de revisão bibliográfica e estudos que utilizaram dados de fontes oficiais, permitiu detectar que os estudos sobre as intoxicações humanas por diversos agentes tóxicos ainda é bastante limitado e precisa ser ampliado, pois as consequências e danos no organismo humano decorrentes do uso indevido ou inadequado são na maioria intoxicações graves. Os estudos feitos mostram que todos os anos os sistemas oficiais de notificação SINAN e SINITOX registram altos índices de intoxicação humana por substâncias químicas, isso devido à existência do grande número destas substâncias apresentadas das mais diferentes formas no mercado e utilizadas pela população em geral. Esta utilização, nem sempre correta, apesar da existência de legislações que regulam a venda e uso da maioria das substâncias químicas comercializadas licitamente, principalmente as consideradas mais tóxicas. Foi possível observar, por meio das análises dos dados, que determinadas substâncias apresentaram maiores índices de notificação nos sistemas de informações toxicológicas, isto levando em consideração a subnotificação, a não identificação da substância causadora da intoxicação e a circunstância em que ocorreu. As substâncias que apresentaram maiores casos de intoxicação foram os medicamentos, agrotóxicos e as drogas de abuso, tornando-se assim as substâncias, no momento, de maior interesse neste estudo; pois representam mais da metade dos casos de intoxicação registradas no Brasil. Importante, também, lembrar que a maioria dos estudos existentes são em animais, não havendo, dessa forma, o estabelecimento de dose segura de substâncias químicas comprovadamente carcinogênica, segundo órgãos de registro dessas substâncias como o IARC. O presente estudo demonstra que as exposições aos agentes tóxicos estão distribuídas na população de forma muito diversificada, necessitando de estudos mais detalhados sobre a utilização e proibições, o grau toxicológico, letalidade e detecção destas substâncias no organismo vivo e também morto; para assim possibilitar a informação mais precisa com relação ao uso e melhor orientação da população. REFERÊNCIAS ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química, 1999. Anuário da Indústria Química Brasileira, ABIQUIM, São Paulo, 262pg. AQUINO NETO, Francisco Radler de; MARQUES, Marlice Aparecida Sipolie PEREIRA, Henrique Marcelo Gualberto. Controle de dopagem no esporte: aspectos químicos e farmacológicos que afetam a detecção de drogas no cabelo. Rev. Bras. Cienc. Farm. [online]. 2002, vol.38, n.3, pp. 259-271. ISSN 1516-9332 ALVES, Sérgio Rabello. Toxicologia Forense e Saúde Pública: Desenvolvimento e Avaliação de um Sistema de Informações como ferramenta para a vigilância de agravos decorrentes da utilização de substâncias químicas. 2005. 151 f. Tese de Doutorado - Departamento de Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, Escola Nacional de Saúde Pública/Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005. ARAÚJO, A. J.; Lima, J. S de.; Moreira, J. C.; Jacob, S.C.; Soares, M. O.; Monteiro, M. C. M.; Amaral, A. M.; Kubota, A.; Meyer, A.; Cosenza, C. A. N.; Neves, C.; Markowitz, S. 2007. Exposição múltipla a agrotóxicos e efeitos à saúde: estudo transversal em amostra de 102 trabalhadores rurais, Nova Friburgo, RJ. Disponível em:http://www.scielosp.org/pdf/csc/v12n1/11.pdf Acessado em : 14/01/2012. ATSDR (AGENCY FOR TOXIC SUBSTANCES AND DISEASE REGISTRY), 2007. Toxicological profile information sheet. Departament of health and human services. Disponível em: http://www.atsdr.cdc.gov/toxprofiles/index.asp Acessado em: 12/03/2012. BARRIGOSSI, José Alexandre Freitas. Normas Gerais sobre o Uso de Agrotóxicos. Embrapa Arroz e Feijão: Sistemas de Produção, Mato Grosso, v. 7,10 set. 2006. Disponível em:<http://www.sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozTerrasAlta sMatoGrosso/normas_gerais_uso_agrotoxicos.htm>. Acesso em: 24 fev. 2012. ISSN 16798869 BITENCOURT, Naiana Kelly Silva; BORGES, Luciana de Melo. Intoxicações medicamentosas registradas pelo Centro de Informações Toxicológicas de Goiás. Anápolis, p.1-6, 2007. http://www.scielosp.org/pdf/csc/v12n1/11.pdf BOOBIS, A. R.; Ossendorp,B. C.; Banasiak, U.; Hamey, P. Y.; Sebestyen, I.; Moretto, A.; Toxicol. Lett.2007. 108, 137. BRASIL. LEI nº 7.747/1982. Dispõe sobre o controle de agrotóxicos e outros biocidas a nível estadual. Disponível em: http://www.mp.rs.gov.br/ambiente/legislacao/id437.htm Acesso em: 06/01/2012.BRASIL. LEI nº 5.991/1973. Dispõe sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. Disponível em: http://www.cff.org.br/userfiles/file/leis/5991.pdf Acesso em: 15/02/2012. BRASIL. LEI nº 6.360/1976. Dispõe sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, cosméticos, saneantes e outros produtos. Disponível em: http://www.anvisa.gov.br/legis/leis/6360_76.htm Acesso em: 14/01/2012. BRASIL. LEI nº 7.802/1989. Legislação federal de agrotóxicos e afins. Brasília: Ministério da Agricultura e do Abastecimento: 1998. p.7-13. BRASIL. PORTARIA SNVS nº 03/1992. Legislação federal de agrotóxicos e afins. Brasília: Ministério da Agricultura e do Abastecimento: 1998. p.153-177. BRASIL. CÓDIGO DE TRÂNSITO BRASILEIRO. Lei nº 9.503/97. Institui o Código de Trânsito Brasileiro. In: Vade Mecum. 13. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2012. p. 797 – 830. BRASIL. LEI nº 11.343/2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas - Sisnad. In: Vade Mecum. 13. ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2012. p.1712 – 1719. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução nº 4 de 10 de fevereiro de 2009. Dispõe sobre as normas de farmacovigilância para os detentores de registro de medicamentos de uso humano. Diário Oficial da União 2009. CALVERT, G. M.; Plate, D. K.; Rosales, R. das R.; Shafley. Acute occupational pesticide – related iliness in the U.S.,1998-1999: surveillance findings from the SENSOR pesticides program. Am J IndMed 2004; 45: 14-23. CASTRO, Lia Lusitana Cardozo de. Farmacoepidemiologia no Brasil: evolução e perspectivas. Ciênc. saúde coletiva [online]. 1999, vol.4, n.2, pp. 405-410. ISSN 1413-8123. http://www.mp.rs.gov.br/ambiente/legislacao/id437.htm http://www.cff.org.br/userfiles/file/leis/5991.pdf http://www.anvisa.gov.br/legis/leis/6360_76.htm CHASIN, A. A. M. Parâmetros de confiança analítica e irrefutabilidade do laudo pericial em toxicologia forense. Rev. Bras. Toxicol., v.14, n.1, p.40-46. 2001. CHASIN, A. A. M.; PEDROZO, M. F. M. O. Estudo da Toxicologia. In: AZEVEDO, F. A.; CHASIN, A. A. M. (Org.). As bases toxicológicas da ecotoxicologia. São Paulo: RiMa, 2004. p. 01-25. COSTA, José Luiz da. Eletroforese capilar como ferramenta analítica para toxicologia forense. 2008. 185 f. Tese de Doutorado (3) - Departamento de Instituto de Química, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2008. FARIA, Neice Müller Xavier; FASSA, Anacláudia Gastal; FACCHINI, Luiz Augusto. Intoxicação por agrotóxico no Brasil: os sistemas oficiais de informação e desafios para realização de estudos epidemiológicos. Ciências & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v. 12, n.1, p.25-38, 23 jan. 2007. ISSN1413-8123. Acesso em: 24 fev. 2012. Disponível em:<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_issuetoc&pid=1413- 812320070001&lng=pt&nrm=iso>. FERNANDES NETO, Maria de Lourdes e SARCINELLI, Paula de Novaes. Agrotóxicos em água para consumo humano: uma abordagem de avaliação de risco e contribuição o processo de atualização da legislação brasileira. Eng. Sanit. Ambient. [online]. 2009, vol.14, n.1, pp. 69-78.ISSN 1413-4152. FUKUSHIMA, André Rinaldi; AZEVEDO, Fausto Antônio de. História da Toxicologia: Parte I - Breve panorama brasileiro. Revinter - Revista Intertox de Toxicologia: Risco Ambiental e Sociedade, São Paulo, v. 1, n. 1, p.2-32, 01 out. 2008. GALLO, M. A. History and scope of toxicology. In: C. D. KLAASSEN (Ed.). Casarett and Doull’s Toxicology : the basic science of poisons, 2001. 1, p.2-10. GARCIA, Eduardo Garcia; BUSSACOS, Marco Antonio and FISCHER, Frida Marina. Harmonização e classificação toxicológica de agrotóxicos em 1992 no Brasil e a necessidade de prever os impactos da futura implantação do GHS. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2008, vol.13, suppl.2, pp. 2279-2287. ISSN 1413-8123. GARCIA, E. G.; ALVES FILHO, J. P. Aspectos de prevenção e controle de acidentes no trabalho com agrotóxicos. São Paulo: Fundacentro; 2005. GOES, R. C. Toxicologia Industrial. Livraria e Editora Revinter Ltda., Rio de Janeiro, RJ, 1998, 250p. INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER. 2007. Complete list of agents evaluated and their classification. Disponível em: http://monographs.iarc.fr/ENG/Classification/index.php Acessado em: 12/03/2012. JARDIM, Andréia Nunes Oliveira; CALDAS, Eloisa Dutra. Exposição humana a substâncias químicas potencialmente tóxicas na dieta e os riscos para saúde. Química Nova, São Paulo, v. 32, n. 7, p.1898-1909, 23 jul. 2009. ISSN 1678-7064. Disponível em: <http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2009/vol32n7/index.htm>. Acesso em: 19 Jan. 2012. KLAASSEN. C. D. Casareth and Doull’s Toxicology: The Basic Science of Poisons. 7ª ed. New York: McGraw-Hill Companies, 2008. p.1260. LAURE, P. General practitioners and doping in sports: knowledge and attitudes. Sante Publique, 1997, v. 9, p.145-156. LARINI, L. Avaliação Toxicológica. In: Toxicologia. São Paulo: Manole, 1997. p. 43-58. LARINI, L. Toxicologia dos praguicidas. São Paulo: Manole; 1999. LEE, P. R. & HERZSTEIN. J., 1986. International drug regulation. Annual Review of Public Health, 7: 217 – 235. McGUIGAN, M. Cannabinoids. In: GOLDFRANK, L. R. et al. Toxicologic emergencies. 8. ed., Nova York: McGraw-Hill, 2006, p. 1212-1220. MORAES, Ester de Camargo Fonseca, Manual de toxicologia analítica. São Paulo: Roca, 1991; 229 p. MOREAU, R. L. M. Cannabis. In: OGA, S. Fundamentos de Toxicologia. 3. ed. , São Paulo: Atheneu, 2008, p. 435-445. MOTA, Daniel Marques. Investigação em farmacoepidemiologia de campo: uma proposta para as ações de farmacovigilância no Brasil. Rev. bras. epidemiol. [online]. 2011, vol.14, n.4, pp. 565-579. ISSN 1415-790X. OBID. 2012. Observatório Brasileiro de Informações Sobre Drogas/SENAD – Secretaria Nacional Antidrogas. Informações sobre Drogas/Definição e Histórico. Ministério da Justiça do Brasil. Disponível em: http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/index.php Acesso em: 13/03/2012. OLIVEIRA, R. D. R.; MENEZES, J. B. Intoxicações exógenas em clínica médica. Simpósio: Urgências e emergências dermatológicas e toxicológicas, Cap. 3. v.36, Ribeirão Preto, SP, 2003, p.472-479. OLIVEIRA, C. D. R. Determinação de canabinóides em cabelo por microextração em fase sólida por headspace e análise por espectrometria de massa associada a cromatografia gasosa. São Paulo, 2005, 113p. Dissertação de Mestrado – Faculdade de Ciências Farmacêuticas – USP. OMS. 1991. World Health Organization. The WHO recommended classification of pesticides by hazard and guidelines to classification 1990-1991. International Programme on Chemical Safety – IPCS.WHO/PCS/90.1 Rev 1. Disponível em: http://whqlibdoc.who.int/hq/1990/WHO_PCS_90.1_REV.1.pdf Acessado em: 06/01/2012. OMS. WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). The importance of Pharmacovigilance, Safety Monitoring of medical products. Geneva: WHO; 2002. OMS. WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines for drinking – water quality. Third Edition.1ª Addendum to vol. 1. Geneva: WHO, 2006. Disponível em: http://www.who.int/water_sanitation_health/dwq/gdwq0506.pdf Acessado em: 11/03/2012. PACHECO, P. Brasil lidera uso mundial de agrotóxicos. In: Economia & Negócios. Estadão, 2009. Disponível em: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,brasil-lidera- uso-mundial-de-agrotoxicos,414820,0.htm Acesso em: 02/02/2012. PASSAGLI, Marcos; MARINHO, Pablo Alves. Controle de Dopagem. In: PASSAGLI, Marcos et al. Toxicologia Forense: Teoria e Prática. 3. ed. Campinas, São Paulo: Millennium, 2011. Cap. VIII, p. 225 - 240. PASSAGLI, Marcos e RODRIGUES, Roberta de Faria. Drogas Estimulantes do Sistema Nervoso Central. In: Toxicologia Forense - Teoria e Prática. 3. ed. Campinas, São Paulo: Millennium, 2011. Cap. V, p. 131 – 178. http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/index.phphttp://whqlibdoc.who.int/hq/1990/WHO_PCS_90.1_REV.1.pdf http://www.who.int/water_sanitation_health/dwq/gdwq0506.pdf http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,brasil-lidera-uso-mundial-de-agrotoxicos,414820,0.htm http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,brasil-lidera-uso-mundial-de-agrotoxicos,414820,0.htm QUINTELLA, O., BERNEJO, A. M., TABERNERO, M. J., STRANO-ROSSI, S., CHIAROTTI, M., LUCAS, A. C. S. Evaluation of cocaine, amphetamines and cannabis use in university students through hair analysis: preliminary results. Forensic Sci. Int., v. 107, p. 273-279, 2000. RANGEL, Rui. Medicina Legal/Noções gerais sobre outras ciências forenses: Toxicologia Forense (2011). Disponível em: <http://medicina.med.up.pt/legal/NocoesGeraisCF.pdf> Acessado em: 15/02/2012. SALVI, R. M., LARA, D. R., GHISOLFI, E. S., PORTELA, L. V., DIAS, R. D., SOUZA, D. O.; Neuropsychiatric evaluation in subjects chronically exposed to organophosphate pesticides. Toxicol Sci 2003: 72 (2): 267 – 71. SENAD, 2006. Secretaria Nacional Antidrogas, Gabinete de Segurança Institucional. Presidência da República. Levantamento domiciliar sobre o uso de drogas psicotrópicas no Brasil: estudo envolvendo as 108 maiores cidades do país : 2005 / E. A. Carlini CEBRID - Centro Brasileiro de Informação sobre Drogas Psicotrópicas: UNIFESP - Universidade Federal de São Paulo, 2006. Disponível em: http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/index.php. Acessado em 16 de maio de 2012. SINITOX, 2011. Registros de Intoxicações. Dados Nacionais. Brasil. Disponível em: http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=8 Acesso em:12/02/2012. SINAN, 2012. Intoxicação Exógena. Notificações Registradas no Sinan Net. In: DATASUS. Ministério da Saúde/SVS. Disponível em: http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/index.php Acesso em: 15/02/2012. TOCCHETTO, Domingos; PASSAGLI, Marcos et al. Tratado de Perícias Criminalísticas: Toxicologia Forense - Teoria e Prática. 3. ed. Campinas, São Paulo: Millennium, 2011. 459 p. UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME – UNODC. World Drug Report, 2007. Disponível em http://www.unodc.org/pdf/research/wdr07/WDR_2007.pdf. Acessado em 16 de abril de 2012. http://medicina.med.up.pt/legal/NocoesGeraisCF.pdf http://www.obid.senad.gov.br/portais/OBID/index.php http://www.fiocruz.br/sinitox_novo/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?sid=8 http://dtr2004.saude.gov.br/sinanweb/index.php http://www.unodc.org/pdf/research/wdr07/WDR_2007.pdf UNITED NATIONS OFFICE ON DRUGS AND CRIME – UNODC. World Drug Report, 2008. Disponível em http://www.unodc.org/documents/wdr/WDR_2008/WDR_2008.pdf. Acessado em 16 de abril de 2012. http://www.unodc.org/documents/wdr/WDR_2008/WDR_2008.pdf
Compartilhar