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í Diferenciação Sexual o A determinação do sexo é um processo de múltiplos eventos. o Entre a determinação do cariótipo e a percepção do fenótipo, existem vários passos (determinação gonadal, organogênese gonadal, secreções hormonais e diferenciação do trato genital). o Pode-se dizer que esse processo possui 3 pilares – atuação dos fatores inibitórios, hormônios e determinação genética (que acontece no momento da fecundação). o Para acontecer corretamente, essa cadeia de ventos deve acontecer de forma correta. o O processo inicia-se com o adequado desenvolvimento das células germinativas, seguido de sua migração e resposta tissular aos hormônios produzidos nas gônadas. o O sexo XX ou XY é determinado desde o momento de fecundação do oócito haploide, portador de um cromossomo X, por um espermatozoide portador de um cromossomo X ou Y. o A região gênica responsável pela determinação da gônada masculina é a SRY (região distal do braço curto do cromossomo Y). o A transferência dessa pequena região para um cromossomo X é causa de patologias importantes da diferenciação sexual, como o hermafroditismo verdadeiro. CÉLULAS GERMINATIVAS E GENITÁLIA INTERNA o As células germinativas inicialmente se localizam na camada ectodérmica do embrião, onde migram através da crista primitiva para a base do alantoide. o Após essa migração inicial, as células irão para o seio urogenital, e apenas as que alcançarem o destino irão sobreviver e diferenciar-se; as outras sofrerão apoptose. o A diferenciação testicular acontece antes da diferenciação ovariana. o O sexo masculino é o sexo induzido (cromossomo Y; processo ativo) e o feminino é o estabelecido (processo passivo). o Paralelamente, o sistema ductal bipotencial consiste nos ductos paramesonéfricos (Muller) e mesonéfricos (Wolff) que originarão a genitália feminina e masculina respectivamente. M A S C U L I N O o Após 8 semanas após a concepção, a gônada indiferenciada e bipotencial, na presença do SRY que produz o fator determinante de testículo (TDF), progride para testículo. o Testículos normais apresentam células de Sertoli e cordões testiculares com células de Leydig. í o As células de Sertoli secretam hormônio antimulleriano (AMH), causando regressão dos ductos de Muller. o Mutações no gene que codifica o AMH ou seu receptor – persistência de útero e tubas uterinas em indivíduos do sexo masculino. o As células de Leydig começam a secretar testosterona a partir da 8ª semana. o Os ductos de Wolff sob ação parácrina da testosterona se transformam em epidídimo, canal deferente, vesícula seminal e ductos ejaculatórios. o Essa diferenciação é dependente a secreção e da presença de receptores androgênicos funcionais nas células-alvo. o As células germinativas XY sofrem mitose durante a migração; logo quando chegam às gônadas, seu crescimento é suspenso e ficam em estado quiescente até o nascimento, quando um fator inibitório é secretado pelas células de Sertoli ou mioides; assim as células germinativas reiniciam seu ciclo celular e sofrem meiose que diminuem o numero de cromossomos para produzir espermatogônias haploides. o As células de Sertoli agem como um suporte às células germinativas, que completarão a espermatogênese na puberdade (sob influencia do FSH, testosterona e LH); assim, situações que causam aumento sistêmico dos níveis de testoerona sem aumento parácrino, não afetam a diferenciação sexual interna, só a externa (como ocorre na HAC). F E M I N I N O o Já no feto feminino, a ausência de tecido testicular e seus hormônios, determinam a transformação dos ductos de Muller na genitália feminina (útero, trompas e 2/3 superiores da vagina). o Os ovários não secretam nenhuma substância que influa na diferenciação sexual, mesmo havendo uma pequena secreção de estrogênios. o A formação do sistema urinário tem origem também no mesoderma, nos ductos mesonéfricos (são responsáveis por guiar o alongamento dos ductos de Muller, ainda em uma etapa indiferenciada); assim, frequentemente anomalias da genitália feminina estão relacionadas a anormalidades do sistema renal. o Células germinativas que chegam à crista genital são chamadas de oogônias que progridem para as fases iniciais da meiose I, parando na prófase I, convertendo-se para oócitos primários. o O fato dessas células entrarem em meiose, mesmo não a completando, parece fornecer proteção contra atrésia, permitindo a essas células formar folículos primordiais. o Oogônias que persistem até o 7º mês de gestação sem começar a meiose corretamente entram em apoptose. o Nesse estágio as células germinativas ficam circundadas por uma camada simples de células da granulosa. o Os oócitos são mantidos em prófase meiótica por 12 a 50 anos. o O mecanismo preciso de reinicio ainda não é conhecido; fatores intraovarianos (como activina A e fator de transcrição FOXO3 que inibem o crescimento folicular, e o FGF, kit ligant que atuam como estimuladores do crescimento) são responsáveis pela regulação de fases precoces do crescimento folicular. o As células germinativas dos ovários alcançam 5 milhões na 8ª semana e por um processo de atrésia/apoptose, 2 milhões alcançam o período neonatal, sendo que na menarca, apenas 500 mil são viáveis. í o Todo o processo que diminua o número de folículos primordiais ovarianos ou que acelere a atrésia pode ser responsável por amenorreia primária ou insuficiência ovariana prematura. GENITÁLIA EXTERNA o A fase indiferenciada e bipotencial consiste em tubérculo genital, seio urogenital e dobras labioescrotais. o No feto masculino, o testículo produz testosterona, a qual por ação da 5-alfa- redutase, transforma-se nos receptores celulares em di-hidrotestosterona (mais potente), que atua na genitália externa, transformando o tubérculo genital em pênis, as dobras labioescrotais em escroto e as dobras do seio urogenital se fecham e formam a uretra peniana. o A descida do testículo intra-abdominal é controlada pelo ILP3 (produzido pelas células de Leydig no testículo). o A masculinização da genitália externa se completa com 14 semanas. o Um receptor androgênico funcional é necessário para ação da testosterona e DHT e nível periférico. o No feto feminino, pela ausência de testosterona ou pelo não funcionamento dos receptores (síndrome da feminização testicular forma completa), a genitália irá se desenvolver para o lado feminino. o O tubérculo genital vira o clitóris, as dobras do seio urogenital se mantêm abertas formando os pequenos lábios, as dobras labioescrotais formam os grandes lábios, o seio urogenital se transforma em uretra e em terço inferior da vagina. o Como o feto feminino também possui receptores androgênicos, a exposição de andrógenos entre a 9ª e 13ª semana de gestação pode acarretar em hipertrofia de clitóris, hipospádia, fusão de pequenos lábios e escrotização de grandes lábios. o Por ação de esteroides sexuais, o recém-nascido do sexo feminino pode apresentar hipertrofia dos grandes lábios por ação dos esteroides via placentária í ESTADOS INTERSEXUAIS o Problemas no processo de diferenciação e maturação sexual. PSEUDO-HERMAFRODITISMO FEMININO o Cariótipo 46+XX. o Genitália externa masculinizada. o Maioria dos casos possui genitália interna feminina. ESTÍMULO DE ANDROGÊNIOS o Uma das causas, sendo que o grau de masculinização depende do momento de exposição a esses. o Antes de 12 semanas – virilização completa. o 12 – 20 semanas – clitoromegalia, fusão labioescrotal, escrotização de lábios menores. o Após 5º mês – clitoromegalia. o A maioria dos casos possui a genitália interna feminina. HIPERPLASIA ADRENAL CONGÊNITA o Alteração endócrina que leva uma disfunção na produção de cortisol, inibindo a produção deste, aumentando a matéria prima e levando ao aumentoda produção de testosterona. o 21-hidroxilase – enzima defeituosa. o Graus – perdedora de sal, virilizante (a que leva a masculinização da genitália externa), aparecimento tardio (faz DD com SOP). OUTRAS CAUSAS o Tumores ovarianos o Tumores adrenais PSEUDO-HERMAFRODITISMO MASCULINO o Cariótipo 46+XY. o Genitália feminina ou ambígua. í o Defeito na produção de androgênios, na ação desses, ausência de hormônio antimulleriano, ou alteração genética na porção SRY do cromossomo Y. o Anormalidades no receptor androgênico é a causa mais comum. o Testosterona não age nos ductos de Wolff e na genitália externa. o O grau de defeito nos receptores determina o grau de alteração. o Células de Sertoli normais – produzem o hormônio anti mulleriano. o Pode formar uma genitália feminina até uma vagina terminando em fundo cego. o Defeito na enzima 5 alfa redutase (faz a conversão de testosterona em DHT) pode também fazer um grau de alteração (também depende do grau de defeito da enzima).
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