Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Aluna: Manoela Baldi Simões Ferreira Teixeira Matrícula: 201308310111 Disciplina: Prática V – sexta – manhã Caso 08 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARTIDO POLÍTICO PXY, com representação no Congresso Nacional, representado por seu presidente (qualificação completa), com sede à XXX, neste ato representado pelo seu advogado (procuração anexa), (endereço profissional), para onde devem ser remetidas as notificações e intimações, vem perante Vossa Excelência, com fundamento nos Arts. 102 , I, a, 103, VIII, CF, 319, CPC e Lei n° 9.868/99, propor AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE COM PEDIDO CAUTELAR, em face da Lei Complementar n° 135/2010, pelas razões de fato e de direito que a seguir expõe: 1) Da Legitimidade Ativa/Pertinência Temática A legitimidade ativa do Partido Político PXY para a propositura da presente ação encontra-se amparada no Art. 103, VIII, da CF, que dispõe que o mesmo possui legitimidade para propor ação desta natureza, desde que com representação no Congresso Nacional. Preenchido o requisito do artigo supracitado, e conforme pacificado por esta Corte, a legitimidade ativa resta suficiente para a propositura da presente ação, pois os Partidos Políticos possuem o reconhecimento desta para a instauração de controle normativo abstrato, sem as restrições decorrentes do vínculo de pertinência por conta da derivação de sua própria natureza institucional. 2) Da Competência Originária Nos termos do Art. 102, I, A, CF, cabe ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar a Ação Declaratória de Constitucionalidade de lei ou ato normativo federal, portanto pretende-se com a presente ação declarar a constitucionalidade da Lei 135/2010 que é de competência do Supremo Tribunal Federal. 3) Do Cabimento da Ação A presente ação tem como amparo legal o Art. 14, III, da Lei 9.868/99, que dispõe sobre a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação declaratória, que no caso ora discutido se trata da Lei Complementar 135/2010, que por conter controvérsias judiciais sobre a sua aplicação, não resta resguardada a ordem jurídica constitucional de modo a afastar o estado de incerteza e insegurança jurídica sobre a constitucionalidade da lei federal. Visto isto, cumpre salientar que alguns tribunais têm interpretado que a lei constitui ofensa ao princípio da irretroatividade da lei mais gravosa e da segurança jurídica, havendo controvérsia sobre a possibilidade de aplicação das hipóteses de inelegibilidade instituídas pela Lei Complementar 135/2010 a atos jurídicos que tenham ocorrido antes do advento do diploma legal. 4) Da Constitucionalidade da Norma Visando restar demonstrado a constitucionalidade da norma, trazemos para análise e aplicação ao caso concreto da presente ação o Art. 14, §9°, CF, que dispõe que a lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direita ou indireta. Todo e qualquer pedido de registro de candidatura deve passar pelo crivo da justiça, sendo que no momento em que e formalizado o pedido de registro é que se afere a capacidade eleitoral passiva, portanto não sendo plausível a tese de ofensa ao princípio da segurança jurídica. Para não restar frustrado o propósito moralizante do Art. 14, §9°, CF, a presunção de inocência, consagrada no Art. 5º, LVII, CF, deve ser reconduzida aos efeitos próprios da condenação criminal, que podem incluir a perda ou a suspensão dos direitos políticos, mas não a inelegibilidade. O direito político passivo (ius honorum) não podem ser considerados arbitrários, devem se adequar à exigência constitucional da razoabilidade. A Lei Complementar ora discutida prestigia o princípio da proporcionalidade à medida em que atende aos fins moralizadores a que se destina; estabelece requisitos qualificados de inelegibilidade e impõe sacrifício à liberdade individual de candidatar-se a cargo público eletivo que não supera os benefícios socialmente desejados em termos de moralidade e probidade para o exercício do munus publico. Os casos de improbidade previstos na Lei Complementar 135/2010 opõe-se a própria democracia, que pressupõe da fidelidade política da atuação de seus representantes políticos. A Lei Complementar também não fere a essencialidade dos direitos políticos, uma vez que estabelece restrições temporárias aos direitos políticos passivos. A inelegibilidade tem suas causas previstas nos §§ 4° e 9° da CF/88, que trazem condições objetivas que impede o candidato a concorrer a cargos políticos ou de exerce-los, se eleito, o que não se confunde com a perda ou suspensão dos direitos políticos, cujas hipóteses estão previstas no Art. 15, CF. 5) Da Medida Cautelar A concessão da medida cautelar faz-se necessária no caso em tela para declarar a aplicabilidade das hipóteses de inelegibilidade, previstas na lei objeto da presente ação. Para a concessão da medida, faz-se necessário apontar dois requisitos imprescindíveis, quais sejam o fumus boni iuris e o periculum in mora, onde o primeiro se apresenta nas razões apresentadas que demonstram a discussão acerca da Lei Complementar e o segundo se apresenta quando da exigência em a aplicação da lei conter certeza e segurança, de forma a evitar divergências e descrédito da Lei Complementar 135/2010. 6) Dos Pedidos Diante do exposto requer: a) A concessão da medida cautelar, para liminarmente, suspender os efeitos de quaisquer decisões que direta ou indiretamente, considerem a Lei Complementar 135/2010 inconstitucional até o julgamento em definitivo da presente ação; b) A oitiva do Procurador Geral da República; c) Que sejam solicitadas informações às autoridades competentes; d) A procedência do pedido com a declaração de constitucionalidade da Lei Complementar 135/2010, no que tange à aplicação à fatos ocorridos anteriores à sua vigência, com efeitos ex tunc, erga omnes e vinculante. e) A produção de provas admitidas em direito na forma do Art. 14, parágrafo único, da Lei 9868/99, em especial documental. Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (hum mil reais). Local/Data Advogado/OAB
Compartilhar