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FORTALEZA – CE 2016.1 CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM SISTEMATIZAÇÃO DO CUIDAR II Profa. Dra. Jennara Candido do Nascimento http://portal.estacio.br/ OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Definir o significado do termo “higiene”; Identificar situações onde pode haver falha no autocuidado; Discutir sobre as habilidades necessárias ao enfermeiro para promover a higiene; Relacionar os principais diagnósticos de enfermagem associados a higiene e conforto. 2 HIGIENE Refere-se às práticas que promovem a saúde através da limpeza pessoal; Estas pode diferir conforme a idade, as características herdadas da pele e dos cabelos, os valores culturais e os problemas de saúde; 3 HIGIENE É importante que o cuidado pessoal seja realizado de forma conveniente e com frequência suficiente para promover higiene e bem-estar; 4 SITUAÇÕES ONDE PODE HAVER FALHA NO AUTOCUIDADO Doenças; Hospitalização e internamento; 5 PRÁTICAS DE HIGIENE Higiene oral; Banho no leito; Banho de aspersão; Higiene íntima feminina e masculina; Medidas de conforto e segurança do paciente; 6 7 HIGIENE ORAL DO PACIENTE ACAMADO Finalidade: conservar a boca saudável, livre de resíduos alimentares, proporcionando conforto e bem estar do paciente. Indicação: após as refeições ou 3x/dia em todos os pacientes internados; Contraindicação: pós-operatório de cirurgia bucomaxilo. 8 PROBLEMAS ORAIS MAIS COMUNS 1. Cárie; 2. Placa; 3. Doença periodontal (piorreia); 4. Halitose; 5. Quilose; 6. Estomatite; 7. Glossite; 8. Gengivite; 9. Língua saburrosa; 9 10 Piorréia Placa Estomatite Glossite Cárie Língua Saburrosa Gengiva saudável Gengivite HIGIENE ORAL DO PACIENTE ACAMADO Ponto crítico: 1. Sangramento; 2. Lesões na mucosa e tecido gengival, náuseas, quebra da prótese do paciente; 3. Aparecimento de cáries por falha na higienização; 4. Broncoaspiração; 5. Relacionado ao profissional: Infecções cruzadas por não utilizar EPI. 11 MATERIAL UTILIZADO Bandeja, luvas de procedimento, máscara, óculos de proteção, toalha de rosto, escova dental ou espátula protegida com gaze, creme dental, anti-séptico bucal, copo descartável com água, cuba-rim. 12 SOLUÇÕES QUÍMICAS PARA USO TÓPICO BUCAL Indicação: controle de biofilme. 1. Cloreto de cetilpiridínio (Cepacol®); 2. Triclosan (Plax®, Sorriso®); 3. Óleos essenciais (Listerine®); 4. Digluconato de Clorexidina (Periogard®, Noplack®); 13 RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS Se o paciente estiver acamado, porém sem restrições de movimentos, deve-se oferecer o material e deixar que ele mesmo proceda à escovação; As próteses dentárias devem ser higienizadas em água corrente e recolocada na boca do paciente; 14 RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS Pacientes com plaquetopenia devem ser submetidos à uma escovação cuidadosa a fim de prevenir sangramento gengival. 15 HIGIENE ORAL DO PACIENTE INCONSCIENTE Finalidade: conservar a boca livre contaminação (biofilme) e prevenção de Pneumonia Associada a Ventilação (PAV) e outras complicações sistêmicas; Indicação: pacientes inconscientes; Contraindicação: pós-operatório de cirurgia bucomaxilo e pós operatório imediato das cirurgias de cabeça e pescoço. 16 HIGIENE ORAL DO PACIENTE INCONSCIENTE Ponto crítico: 1. Broncoaspiração; 2. Lesão de mucosa e gengiva; 1. Sangramento; 2. Infecções cruzadas por não utilizar EPI (relacionado ao profissional). 17 MATERIAL UTILIZADO Bandeja, luvas de procedimento, máscara, óculos de proteção, toalha de rosto, escova dental ou espátula protegida com gaze, creme dental, anti-séptico bucal, copo descartável com água, cuba-rim, sonda de aspiração. 18 RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS Pacientes inconscientes, entubados e em jejum oral prolongado necessitam de higiene oral com maior frequência, para evitar infecções nos tratos digestivo e respiratório. 19 20 PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM ASSOCIADOS Manutenção Ineficaz da Saúde; Mucosa Oral Prejudicada; Distúrbio na Imagem Corporal; Conhecimento Deficiente; 21 22 BANHO NO LEITO Finalidade: Proporcionar higiene e conforto ao paciente acamado e manter a integridade cutânea; Indicação: pacientes acamados, dependentes, sedados, inconscientes, em ventilação mecânica, ou com restrições de movimentos; Contraindicação: pacientes hemodinâmicamente instáveis e de difícil controle; 23 BANHO NO LEITO Ponto crítico: 1. Em caso de pós operatório e/ou TRM, imobilizações e cirurgia ortopédica deve-se mobilizar o paciente em bloco; 2. Tendência a hipotermia; 3. Erosões e irritação por secagem ou hidratação insuficiente; 24 BANHO NO LEITO Ponto crítico: 4. Queimadura por temperatura inapropriada da água; 5. Queda do leito; 6. Infecções cruzadas por prática inadequada do procedimento (relacionado ao profissional); 7. Infecções por falta de higiene. 25 MATERIAL UTILIZADO Água morna; Sabonete ou solução degermante; Hidratante; Película protetora (Cavilon®); Desodorante; Bacia de limpeza; Roupa de cama e banho; Biombo; Pijama ou camisola; Compressas ou algodão; Álcool a 70%; Saco para roupas sujas; Luvas descartáveis. 26 RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS Sempre que possível, o banho no leito deve ser feito por duas pessoas; Durante o procedimento devem ser observadas as condições da pele e das proeminências ósseas, para a prevenção de úlcera de pressão; Manter os lençóis sujos sempre longe do seu uniforme. 27 BANHO DE ASPERSÃO COM AJUDA Finalidade: Proporcionar higiene e conforto ao paciente; Indicação: todos os pacientes internados com dificuldade de deambular, devem ser transportados em cadeiras de rodas ou cadeiras de banho; Contraindicação: pacientes acamados, inconscientes, sedados, em ventilação pulmonar mecânica, traumas, TRM; 28 BANHO DE ASPERSÃO COM AJUDA Ponto crítico: 1. Queimadura por temperatura inapropriada da água (Regiões de clima frio); 2. Queda da própria altura ou da cadeira. 29 MATERIAL UTILIZADO Sabonete ou solução degermante; Hidratante; Desodorante; Pente; Bucha; Cadeira higiênica; Roupa de cama; Toalhas; Pijama ou camisola; Roupas íntimas; Álcool a 70%; Luvas descartáveis. 30 RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS Quando for possível, o paciente deve ser incentivado a tomar o banho sozinho, mas sentado e sob observação. É muito importante verificar a temperatura da água do chuveiro para não provocar acidentes a pacientes que estejam impossibilitados de se locomover; 31 RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS Quando houver curativos, estes devem ser feitos logo após o término do banho; Os cabelos devem ser lavados, as unhas devem ser aparadas e limpas, sempre que necessário; Se for homem verificar a necessidade de tricotomia facial; Deve-se estimular o autocuidado. 32 33 34 PRINCIPAIS DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM ASSOCIADOS Déficit no Autocuidado para Banho/Higiene; Dor Aguda; Enfrentamento ineficaz; Conhecimento Deficiente; Risco de Infecção; Distúrbio na Imagem Corporal; Integridade da Pele Prejudicada; Risco da Integridade da Pele Prejudicada; 35 36 HIGIENE DA REGIÃO ÍNTIMA Finalidade: Prevenir infecções, preparar pacientes para exame ginecológico/urológico e coleta de urina para exames; Indicação: pacientes acamados, impossibilitados de realizar este procedimento sem auxílio; Contraindicação: presença de lesões importantesde pele e mucosa; 37 Ponto crítico: 1. Edema de glande; 2. Não colocar a comadre sob o paciente quando for caso de pós-operatório de TRM, imobilização, cirurgia ortopédica e mobilizar o paciente em bloco; 3. Risco de infecção uretral por técnica de higienização incorreta; 38 HIGIENE DA REGIÃO ÍNTIMA 4. Queimadura por temperatura inapropriada da água; 5. Lesão por retração do prepúcio. 39 HIGIENE DA REIGÃO ÍNTIMA Material: Bandeja ou carrinho, biombo, lençol, forro, comadre, luvas de procedimento, jarro com água morna, sabonete neutro, compressas e toalha, avental não- estéril. 40 HIGIENE DA REIGÃO ÍNTIMA RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS Para paciente mulher: 1. Separar os lábios e movimentar o pano da área pubiana para a área anal (evitar migração de contaminação da área anal à genital); 2. Ir da área menos contaminada para a mais contaminada; 3. Usar parte limpa do pano a cada movimento; 4. Efetuar enxague eficaz da áreas lavadas; 41 RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS Para paciente homem: 1. Limpar a extremidade do pênis primeiro, movimentando o pano de forma circular; 2. Lavar a haste do pênis com movimentos para baixo, na direção dos pelos pubianos; 3. Seguir da região menos contaminada para a mais contaminada; 42 RECOMENDAÇÕES ESPECIAIS Para paciente homem: 4. Em pacientes sem circuncisão, retrair o prepúcio enquanto lava o pênis; 5. Puxar o prepúcio de volta para o lugar, sobre a glande do pênis, para evitar constrição peniana (edema e lesão tissular); 6. Manusear o escroto com cuidado; 7. Evitar o uso de talco (crescimento bacteriano). 43 44 REGISTRO DOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS Medidas de higiene: 1. Tipo de higienização realizada (banho no leito, banho de aspersão, banho de imersão, higiene oral, higiene íntima); 2. Necessidade de uso de acessórios (cadeira higiênica, andador etc); 3. Necessidade de auxílio da equipe de enfermagem; 45 REGISTRO DOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS Exemplo: 1. 8h00 Encaminho ao banho de aspersão em cadeira higiênica, com auxílio da Enfermagem. Realizada higiene oral e de couro cabeludo. Enf. Rogério Augusto. Coren: 688521. 46 REGISTRO DOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS Medidas de conforto: 1. Medida de conforto realizada (massagem de conforto, hidratação da pele, mudança de decúbito, colocado em poltrona, colocação de coxins ou proteção de proeminência óssea...); 2. Localização; 3. Produto ou material utilizado; 47 REGISTRO DOS PROCEDIMENTOS REALIZADOS Exemplo: 1. 10h00 Realizada massagem de conforto em toda extensão corpórea com óleo de amêndoas. Enfa Laura Theodora. Coren:259681; 2. 10h30 Colocado sentado na poltrona. Acad. Enf. Jorge Tadeu; 3. 11h30 Retornado ao leito com auxílio da Enfermagem. Enfa Luiza Miranda. Coren: 320881. 48 REFERÊNCIAS ITO, E. E; SANTOS, M. A. M; GAZZI, O; MARTINS, S. A. S; MANENTI, S. A; RODRIGUES, V. A. Anotações de Enfermagem: reflexo do cuidado. São Paulo: Martinari, 2011. LYNN, P. Habilidades de Enfermagem Clínica de Taylor: uma abordagem ao processo de Enfermagem. 2ªed. Porto Alegre: Artmed, 2009. NANDA INTERNACIONAL. Diagnósticos de Enfermagem da NANDA: definições e classificações 2012-2014. Porto Alegre: Artmed, 2013 49 REFERÊNCIAS SMELTZER, S. C; BARE, B. G; HINKLE, J. L; CHEEVER, K. H. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico- cirúrgica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009; TIMBY, B. K. Conceitos e habilidades fundamentais no atendimento de enfermagem. 6ªed. Porto Alegre: Artmed, 2002. 50 51 52
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