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Caso concreto 3

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EXCELENTISSIMO DOUTOR JUIZO DA VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE
PARAUAPEBAS/PA
Tito, nacionalidade, estado civil, motoboy, portador da carteira de identidade de nº... e inscrito no CPF sob o nº..., série ...,PIS nº ...,residente e domiciliado à Rua... CEP ..., com endereço eletrônico... , vem, nos termos da procuração(anexa) e por meio do seu patrono..., que a subscreve, advogado inscrito na OAB/RJ sob o nº...,com endereço eletrônico..., e endereço profissional sito à..., CEP..., onde receberá as intimações, com fulcro no Art. 840 § 1º da CLT c/c Art. 319 do CPC, propor a presente;
RECLAMAÇÃO TRABLHISTA COM PEDIDO DE LIMINAR
Pelo rito Ordinário, contra a Empresa PIZZARIA GOURMET LTDA, pessoa jurídica de direito privado, devidamente inscrita no CNPJ sob o nº ..., situada..., CEP..., neste ato representada por (Nome do representante legal), (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador da carteira de identidade de nº (identidade), e inscrito no CPF sob o nº (CPF), o que faz de acordo com os fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expostos:
1-DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Cumpre salientar que o Requerente percebia remuneração mensal salário inferior a 40% (quarenta porcento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social e hoje se encontra desempregado. Desta forma, o pagamento de custas e despesas processuais prejudica o se sustento, bem como o de sua família, com base no artigo 790, § 3º da CLT. Além disso, enquadra-se também no que define o Art.14, § 1º da Lei 5.584/70 e, baseando-se nessa fundamentação requer a Vossa Excelência a concessão do benefício da gratuidade de justiça.
2-DOS FATOS E FUNDAMENTOS JURÍDICOS
O reclamante foi admitido pela Reclamada no dia 15/12/2018, para exercer cargo de motoboy, no município do Parauapebas/PA, percebendo 01(um) salário mínimo mensal no valor de R$....acrescido de gorjetas espontâneas e habituais que totalizavam na média de R$260,00 mensais, média esta que deverá ser totalmente integrada na remuneração do Reclamante, para fins de férias acrescidas de 1/3 constitucional, 13º salario, depósitos fundiários e recolhimento previdenciário de todo o período do contrato de emprego, conforme determina o Art. 457 da CLT, assim como a súmula 354 TST.
 Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber. 
SÚMULA Nº 354  -  GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA. REPERCUSSÕES
As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado, não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno, horas extras e repouso semanal remunerado.
Além disso e seguindo a determinação do Art.29, §1º da CLT, deverá ser corrigida a anotação na CTPS do Reclamante para que a média das gorjetas pagas espontaneamente pelos clientes.
 Art. 29.  O empregador terá o prazo de 5 (cinco) dias úteis para anotar na CTPS, em relação aos trabalhadores que admitir, a data de admissão, a remuneração e as condições especiais, se houver, facultada a adoção de sistema manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções a serem expedidas pelo Ministério da Economia.
 Labora das 18:00h às 03:30h de terça a domingo, com 40(quarenta) minutos de intervalo para refeições e descanso, descansando ao domingo uma vez ao mês, perfazendo 51 horas semanais, configurando horas extraordinariamente trabalhadas as que ultrapassaram o limite das 44 horas semanais, num total de 35 horas/mês, que deverão ser acrescidas de 50% da hora normal, conforme Art. 58-A, 3º da CLT. Soma-se a isso, a indenização cabível pelo intervalo de 20(vinte) minutos suprimidos do Reclamante, que também deverá ser acrescido de 50% da hora normal, nos termos do Art.71, § 4º da CLT.
 Art. 58-A.  Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas suplementares semanais
 § 3º  As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão pagas com o acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal.          
 Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
 § 4o  A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho.
No mês de março de 2019 houve desconto relacionado a contribuição sindical sem que o Reclamante houvesse autorizado, o que deverá ser ressarcido, haja vista contrariar preceitos dos Arts.578, 579 e 582 CLT.
 Art. 578.  As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas entidades serão, sob a denominação de contribuição sindical, pagas, recolhidas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo, desde que prévia e expressamente autorizadas.
 Art. 579.  O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art. 591 desta Consolidação
 Art. 582.  Os empregadores são obrigados a descontar da folha de pagamento de seus empregados relativa ao mês de março de cada ano a contribuição sindical dos empregados que autorizaram prévia e expressamente o seu recolhimento aos respectivos sindicatos
O Reclamante nunca recebeu pelo adiciona noturno de 20% sobre a hora normal de labor cabível nas horas compreendidas das 22:00 às 05:00h e previsto no Art.73 da CLT, o que deverá ser devidamente pago e integrado na verba salarial para todos os fins.
 Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. 
Também se torna cabível ao Reclamante, o pagamento e integração do adicional de periculosidade, decorrente da atividade laboral ocorrer em motocicleta, na forma do Art.193, §4º CLT, porém nunca recebera tal adicional, o que deverá ser corrigido.
 Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a:
 § 4o  São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta.  
No dia...de agosto de 2019o Reclamante sofreu um acidente de trabalho, ao ser atacado pelos cães de um cliente insatisfeito, no ato da entrega da mercadoria diversa da solicitada.
O reclamante requer o pagamento e indenização por dano moral pelo acidente de trabalho, conforme os artigos 186 e 927 do CC e os artigos 223-B,223-C e 223-G, da CLT.
 Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
 Art. 927. Aquele que, por ato ilícito ( arts. 186 e 187 ), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
 Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
 Art. 223-B.  Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação.  
 Art. 223-C.  A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física. 
 Art. 223-G.  Ao apreciar o pedido, o juízo considerará
I - a natureza do bem jurídico tutelado;       
II - a intensidade do sofrimento ou da humilhação;      
III - a possibilidade de superação física ou psicológica
IV - os reflexos pessoais e sociais da ação ou da omissão
V - a extensão e a duração dos efeitos da ofensa
VI - as condições em que ocorreu a ofensa ou o prejuízo moral;              
VII - o grau de dolo ou culpa
VIII - a ocorrência de retratação espontânea
IX - o esforço efetivo para minimizar a ofensa
X - o perdão, tácito ou expresso
XI - a situação social e econômica das partes envolvidas; 
XII - o grau de publicidade da ofensa.  
Sem mencionar que o evento ocorreu durante a jornada de trabalho, configurando inequívoco acidente de trabalho, nos preceitos do Art.118 e 21, I I da Lei 8.213/91 e Súmula 378, 1 e 2 do TST, o que garantia ao Reclamante a estabilidade acidentária de 12 (doze) meses após a alta previdenciária. 
 Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
 Art. 21. Equiparam-se também ao acidente do trabalho, para efeitos desta Lei:
I - o acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua recuperação;
II - o acidente sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de:
a) ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado por terceiro ou companheiro de trabalho;
b) ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por motivo de disputa relacionada ao trabalho;
c) ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de companheiro de trabalho;
d) ato de pessoa privada do uso da razão;
e) desabamento, inundação, incêndio e outros casos fortuitos ou decorrentes de força maior;
 Súmula 378/TST - 20/04/2005. Seguridade social. Acidente de trabalho. Garantia de emprego. Estabilidade provisória. Pressupostos. Auxílio-acidente. Lei 8.213/1991, art. 118 (constitucionalidade). Lei 8.213/1991, art. 86.
I - É constitucional o art. 118 da Lei 8.213/1991 que assegura o direito à estabilidade provisória por período de 12 meses após a cessação do auxílio-doença ao empregado acidentado. (ex-OJ 105/TST-SDI-I - Inserida em 01/10/97).
II - São pressupostos para a concessão da estabilidade o afastamento superior a 15 dias e a conseqüente percepção do auxílio doença acidentário, salvo se constatada, após a despedida, doença profissional que guarde relação de causalidade com a execução do contrato de emprego. (Primeira parte - ex-OJ 230/TST-SDI-I - Inserida em 20/06/2001).
Ocorre que ao retornar do benefício previdenciário, o Reclamante fora dispensado imotivadamente, recebendo as verbas rescisórias, mesmo tendo direito à estabilidade acidentária.
Desta forma, deverá a Reclamada ser penalizada a compensar o Reclamante pecuniariamente por todo dissabor que tal conduta ilegal lhe proporcionou.
A reclamada deverá pagar ao Reclamante, no ato da audiência, todas as verbas incontroversas, sob pena de acréscimo de 50%, conforme Art.467 da CLT.
 Art. 467. Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador, à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas, sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento".
Tendo em vista os argumentos jurídicos apresentados, interpõe-se a presente Reclamação Trabalhista no intuito de serem satisfeitos todos os direitos do Reclamante.
3-PEDIDO LIMINAR
Há de ser considerado que a Reclamada, ao dispensar o Reclamante após o retorno da licença previdenciária, violou garantia de emprego contida na Lei8.213/91, onde não poderia ocorrer dispensa imotivada pelo período de 12 meses após a alta previdenciária.
Sendo assim, cabível se faz a reintegração do Reclamante de forma imediata, para dirimir maiores danos a sem suportados por este.
4-DOS PEDIDOS
Diante das considerações expostas, pleiteia o Reclamante a condenação da Reclamada nos seguintes pedidos:
1. Que seja deferido o benefício da Gratuidade de justiça, devido à difícil situação econômica do autor, que não possui condições de custear o processo, sem prejuízo próprio;
2. O deferimento do pedido liminar para que a Reclamada reintegre o Reclamante as suas atividades laborais devido a estabilidade não respeitada.
3. Que seja retificada as anotações na CTPS do Reclamante para constar as gorjetas pagas habitualmente em todo o período laborado.
4. Integração do valor pago a título gorjetas em todas as verbas decorrentes do pacto laboral.
5. Pagamento do adicional noturno refletido em todo o período trabalhado, totalizado em...horas.... R$
6. Pagamento das horas extraordinárias acrescidas de 50% referentes ao período extraordinariamente trabalhado, considerando a redução do horário noturno, totalizadas em .... no valor de.... R$
7. Pagamento dos intervalos suprimidos acrescidos de 50% em todo o período laborado totalizado sem ... horas no valor de ...R$
8. Ressarcimento do desconto indevidamente efetuado a título de contribuição sindical, no valor de ... R$
9. Pagamento do adicional de periculosidade em todo período do pacto laboral... R$
10. Que seja a Reclamada condenada a pagar ao Reclamante a indenização pelo dano moral vivenciado no montante de ... R$
11. Que seja a reclamada condenada a pagar ao Reclamante o ressarcimento pelo dano moral vivenciado no montante de ... R$
12. Condenar a Reclamada ao pagamento da multa prevista no Art.467 da CLT, tudo acrescido de correção monetária e juros moratórios.
Requer provas por todos os meios de prova em direito admitidos, especialmente testemunhal, documental, superveniente, pericial e depoimento pessoal da reclamada, sobe a pena de confissão.
Por esses termos pede e espera deferimento.
Parauapebas/PA
Advogado
OAB xxxx/RJ
Roger Barbosa Blois Cruz
Matrícula: 201703390661

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